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Ciências do Ambiente

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Ciências do 
Ambiente
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; MATEUS, Gustavo Affonso Pisano ; CHATALOV, Rena-
ta Cristina de Souza; PARDO, João Marcos. 
 
 Ciências do Ambiente. Gustavo Affonso Pisano Mateus; Rena-
ta Cristina de Souza Chatalov e João Marcos Pardo. 
 Maringá-PR.: Unicesumar, 2019. 
 240 p.
“Graduação - EAD”.
 
 1. Ciências. 2. Ambiente. 3. EaD. I. Título.
ISBN 
CDD - 22 ed. 577
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
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CEP 87050-900 - Maringá - Paraná
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Impresso por:
Coordenador de Conteúdo Crislaine Rodrigues 
Galan e Fabio Augusto Gentilin.
Designer Educacional Janaína de Souza Pontes e 
Yasminn Talyta Tavares Zagonel.
Revisão Textual Érica Fernanda Ortega e Cíntia 
Prezoto Ferreira.
Editoração Isabela Mezzaroba Belido.
Ilustração Natália de Souza Scalassara
Realidade Aumentada Kleber Ribeiro, Leandro 
Naldei e Thiago Surmani.
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos 
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William 
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de 
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James 
Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de 
Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de 
Design Educacional Débora Leite; Head de 
Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza 
Filho; Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros; 
Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel 
F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos Diogo 
Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria Carolina 
Abdalla Normann de Freitas; Supervisão do Núcleo 
de Produção de Materiais Nádila de Almeida 
Toledo; Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e 
Thayla Guimarães Cripaldi; Fotos Shutterstock.
PALAVRA DO REITOR
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-
mos com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois 
cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos 
mais de 100 mil estudantes espalhados em todo 
o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, 
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de 
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil 
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo 
MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos 
educadores soluções inteligentes para as ne-
cessidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter pelo menos 
três virtudes: inovação, coragem e compromisso 
com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para 
os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as 
quais visam reunir o melhor do ensino presencial 
e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
BOAS-VINDAS
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co-
munidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a 
Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu-
nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é 
importante destacar aqui que não estamos falando 
mais daquele conhecimento estático, repetitivo, 
local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ-
mico, renovável em minutos, atemporal, global, 
democratizado, transformado pelas tecnologias 
digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comu-
nicação têm nos aproximado cada vez mais de 
pessoas, lugares, informações, da educação por 
meio da conectividade via internet, do acesso 
wireless em diferentes lugares e da mobilidade 
dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace-
leraram a informação e a produção do conheci-
mento, que não reconhece mais fuso horário e 
atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber 
cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e 
usar a tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, prio-
rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação 
a Distância (EAD), significa possibilitar o contato 
com ambientes cativantes, ricos em informações 
e interatividade. É um processo desafiador, que 
ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores 
oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida 
sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que 
a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você 
está iniciando um processo de transformação, 
pois quando investimos em nossa formação, seja 
ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, 
consequentemente, transformamos também a so-
ciedade na qual estamos inseridos. De que forma 
o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe-
lecendo mudanças capazes de alcançar um nível 
de desenvolvimento compatível com os desafios 
que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o 
Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa-
nhará durante todo este processo, pois conforme 
Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na 
transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educa-
cional, complementando sua formação profis-
sional, desenvolvendo competências e habilida-
des, e aplicando conceitos teóricos em situação 
de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como 
principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita 
o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação 
pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu-
deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas 
ao vivo e participe das discussões. Além disso, 
lembre-se que existe uma equipe de professores e 
tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren-
dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili-
dade e segurança sua trajetória acadêmica.
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo(a)! Estima-se que a vida na Terra existe há cerca de 3,5 
bilhões de anos, no entanto, apenas há duzentos anos que a vida humana 
se tornou mais confortável devido aos grandes avanços na área tecnológica. 
Nesses duzentos anos, a população mundial aumentou significativamente, 
a sociedade tornou-se cada vez mais consumista e, com isso, houve um 
aumento no consumo de recursos naturais que estão tornando-se cada 
vez mais escassos.
A história do homem no planeta é diferente se compararmos com os demais 
animais, pois ohomem se apropria da natureza para satisfazer suas neces-
sidades, criando sistemas mais elaborados, embasados em tecnologias que 
nem sempre são sustentáveis, que podem ocorrer de forma tão acelerada 
que os sistemas naturais não conseguem repor tudo com a mesma agilidade 
em que são consumidos.
Nosso planeta, a água, o ar e o solo estão deteriorando qualitativamente, 
colocando em evidência o prejuízo biológico de muitas espécies, das quais o 
homem está incluído. Como exemplos de degradação ambiental, podemos 
citar: as queimadas, o consumo de combustíveis fósseis, o desflorestamento, 
a poluição das águas, do ar, do solo, entre outros que, na maioria das vezes, 
têm origem antrópica.
Dessa forma, quando estudamos as questões ambientais, nós estudamos 
temas muito importantes para a formação acadêmica, tanto que a inter-
disciplinaridade é essencial para compreensão do tema e exige esforços 
de profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento. Nesse sentido, 
procuramos contribuir na disciplina de Ciências do Ambiente.
Diante desse contexto, trataremos dos nossos estudos de Ciências do Am-
biente que foram divididos em nove unidades.
Nas Unidades 1 e 2, estudaremos o meio ambiente e o desenvolvimento 
sustentável. Veremos os conceitos de meio ambiente e desenvolvimento 
sustentável, apresentando seu histórico, bem como as questões do meio 
ambiente no meio econômico com bens e serviços ambientais.
Nas Unidades 3 e 4, estudaremos sobre o gerenciamento e tratamento 
de águas e efluentes. Abordaremos os conceitos de águas subterrâneas, 
as questões da qualidade da água e as formas de tratamento de efluentes.
Nas Unidades 5 e 6, abordaremos a questão de resíduos sólidos, desde 
a geração, a coleta, o acondicionamento, o transporte, o tratamento e a 
destinação final.
Na Unidade 7, analisaremos o controle e qualidade de emissões atmosféricas 
e conceituaremos a poluição atmosférica, bem como suas formas de controle.
Finalmente, nas Unidades 8 e 9, estudaremos as questões da Política Am-
biental no Brasil, apresentando as legislações ambientais vigentes e a im-
plementação de Sistemas de Gestão Ambiental.
Desejamos a você ótimos estudos!
CURRÍCULO DOS PROFESSORES
Esp. João Marcos Pardo
Especialização em Educação à Distância pelo Instituto Eficaz (2017-2018). Graduação em 
Engenharia Civil pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (2012-2016). Especialização em 
andamento em Gestão de Projetos e Docência no Ensino Superior pela Unicesumar. Atual-
mente, é Professor Mediador I do Centro de Ensino Superior de Maringá. Tem experiência 
na área de Engenharia Civil, com ênfase em gestão de resíduos sólidos na construção civil, 
projeto arquitetônico e licitação em obras públicas.
Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/7568262155594348
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Mestrado em Biotecnologia Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Espe-
cialização em Docência no Ensino Superior e Análise Ambiental pela Unicesumar e Graduação 
em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário de Maringá (Unicesumar). Possui experiência 
nas áreas de Fitossanidade, com ênfase em fungos fitopatogênicos e Tratamentos Alternativos 
de Água e Efluentes, em especial com os temas: processos de separação por membranas e 
coagulantes naturais. Atualmente, é aluno do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia 
Ambiental da Universidade Estadual de Maringá em nível de Doutorado.
Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/1379816809384173
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Possui Mestrado em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, Es-
pecialização em Gestão Ambiental pela Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo 
Mourão – FECILCAM, Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universi-
tário de Maringá (Unicesumar); Graduação em Tecnologia Ambiental pelo Centro Federal de 
Educação Tecnológica do Paraná. Tem experiência em pesquisa na área de Sistema de Gestão 
de Qualidade e na Área Ambiental, com ênfase em Tecnologias Avançadas de Tratamento de 
Efluentes, Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos. Trabalha como Professora Formadora no 
curso de Gestão Ambiental, Gestão de Recursos Humanos, Gestão de Negócios Imobiliários, 
Segurança do Trabalho no EAD, no Centro Universitário Maringá (Unicesumar). Trabalhou 
como professora no curso de graduação em Administração na Faculdade Metropolitana 
de Maringá. Professora da disciplina de Indústria e Meio Ambiente na Pós-graduação em 
Gestão Ambiental na Faculdade Metropolitana de Maringá. Professora da pós-graduação 
EAD - Unicesumar.
Currículo Lattes disponível em: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.
do?id=K4400997J9
Meio Ambiente e 
Sustentabilidade
13
Dinâmicas 
Ambientais
43
Gerenciamento 
de Recursos 
Hídricos - Captação e 
Tratamento de Água
71
Gerenciamento de 
Recursos Hídricos – 
Tratamento de 
Águas Residuárias
Resíduos Sólidos 
– Geração, 
Classificação, 
Coleta e Transporte
91
115
Resíduos Sólidos – 
Tratamento e 
Disposição Final
135
Poluição Atmosférica 
– Controle e 
Qualidade 
das Emissões
A Política Ambiental 
no Brasil
193
Gestão Ambiental - 
Certificação e 
Auditoria Ambiental
215
157
53 Ciclo da água
142 Aterro sanitário
Utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience 
para visualizar a 
Realidade Aumentada.
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
• Definir meio ambiente de acordo com as mudanças que 
o conceito sofre com o passar do tempo.
• Entender como a ação humana interfere nos ambientes 
naturais.
• Descrever como a questão do meio ambiente evoluiu junto 
aos meios de produção ao longo das revoluções industriais.
• Definir desenvolvimento sustentável a partir de seu en-
tendimento em âmbito internacional.
• Definir sustentabilidade e sua relação com sistemas du-
ráveis.
O que é Meio 
Ambiente?
Alterações de 
Origem Antrópica
O que é Desenvolvimento 
Sustentável?
De que se trata a 
Sustentabilidade?
A Questão Ambiental 
nas Empresas
Meio Ambiente e 
Sustentabilidade
O Que é 
Meio Ambiente?
Olá, aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à primeira uni-
dade do livro de Ciências do Ambiente: “Meio 
Ambiente e Sustentabilidade”. Esta unidade tem 
como objetivo ajudar-te a compreender o contex-
to histórico acerca das modificações ambientais 
de origem antrópica, ou seja, a capacidade e a ne-
cessidade do homem em modificar o ambiente a 
sua volta. Mediante uma breve retrospectiva his-
tórica, iremos discutir sobre alguns marcos his-
tóricos que influenciaram os modelos sociais e 
que foram, em parte, responsáveis pelos processos 
produtivos como nós os conhecemos.
Em seguida, iremos conhecer algumas espe-
cificidades acerca dos conceitos de sustentabi-
lidade e desenvolvimento sustentável e discutir 
os motivos pelos quais ambos conceitos são tão 
relevantes na atualidade e também em suas jor-
nadas acadêmicas e profissionais. Iremos, ainda, 
conhecer algumas de suas aplicações em ambien-
tes empresariais/coorporativos, representadas por 
algumas normas de certificação socioambiental.
Sendo assim, convido você a uma leitura acerca 
dos conceitos apresentados.
Bons estudos!
15UNIDADE 1
Inicialmente, realizaremos uma retrospectiva histó-
rica para compreender e conhecer as definições de 
meio ambiente existentes, bem como a intensidade 
e origem das alterações e impactos ambientais.
É fato que as definições atuais de meio ambien-
te são resultado de uma série de estudos, reflexões 
e eventos históricos acerca desse tema, que foram 
fundamentais para a compreensão desse conceito 
em sua totalidade. As preocupações com o am-
biente tomaram proporções internacionais em 
1960, atingindo seu ápice na década seguinte, com 
o relatório e marco histórico intitulado: Os limites 
do crescimento (The limits to Growth), divulgado 
pelos intelectuais e empresários que faziam parte 
do Clube de Roma.
Conforme Salheb et al. (2009), o relatório bus-
cava a limitaçãodo desenvolvimento econômico 
baseado na extração de recursos naturais, porém, 
para os países em desenvolvimento, como o Brasil, 
as sugestões do relatório não foram convenientes, 
uma vez que limitava a exploração de recursos, 
“restringindo”, consequentemente, seu desenvol-
vimento econômico.
Uma das principais contribuições desse relató-
rio consistiu no despertar da consciência ambien-
tal coletiva, uma vez que, em sua conclusão, foram 
apresentados indícios de que, em uma projeção 
fictícia, caso fossem mantidos os níveis de indus-
trialização, poluição e exploração de recursos, o 
limite de desenvolvimento do planeta seria atin-
gido em até 100 anos.
Entretanto, apesar das discussões e controvér-
sias envolvendo o conceito de meio ambiente, este 
somente foi disposto em nosso país no art. 3º, I, 
As ciências do ambiente compreendem um campo acadêmico multidisciplinar que integra as ciências 
físicas e biológicas e sua ampla gama de recursos para a compreensão dos fenômenos ambientais 
existentes, visando o desenvolvimento de soluções para as problemáticas ambientais atuais.
da Lei nº. 6.938/81, que discorre acerca da Política 
Nacional do Meio Ambiente, que definiu meio 
ambiente como: 
 “
o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e bioló-
gica, que permitem, abrigam e regem a vida 
em todas as suas formas (BRASIL, 1981).
Entretanto, analisando esse conceito, é comum 
nos remetermos apenas a ambientes naturais, pai-
sagens, ecossistemas e outros meios de obtenção 
de recursos naturais que sejam possíveis.
Apesar de correto, o conceito apresentado de-
veria ser mais abrangente, englobando ambien-
tes “naturais” oriundos da intervenção antrópica, 
conforme postulado por Silva (2004, p. 20), o qual 
compreende que
 “
[...] a natureza, o artificial e o original, bem 
como os bens culturais correlatos, com-
preendendo, portanto, o solo, a água, o ar, 
a flora, as belezas naturais, o patrimônio 
histórico, artístico, turístico, paisagístico e 
arquitetônico.
Logo, passamos a considerar as alterações estrutu-
rais realizadas no meio ambiente como parte de sua 
composição. Contudo, a Constituição Federal de 
5 de outubro de 1988 alterou o conceito até então 
utilizado, conforme pode ser observado na Tabela 1, 
passando a incluir uma vertente relacionada à prá-
tica laboral, como reflexo ao advento dos direitos 
trabalhistas expressivos naquele período histórico. 
16 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Tabela 1 - Tipos de Ambiente definido pela Constituição Federal de 1988
NATURAL ARTIFICIAL CULTURAL (PATRIMÔNIO) TRABALHO
Fauna, Flora, Ecos-
sistemas, Solo, Água 
e Atmosfera.
Conjunto de edifi-
cações particulares 
ou públicas, princi-
palmente urbanas.
Cultural, Artístico, Arqueoló-
gico, Paisagístico, Manifesta-
ções culturais e populares.
Conjunto de condições 
existentes no local de 
trabalho relacionadas à 
qualidade de vida do tra-
balhador.
(Art. 225, § 1°, I e VII) (Art. 5°, XXIII, art. 21, 
XX e art.182)
(Art. 225, § 1° e § 2º) (Art. 7°, XXXIII, e art. 200)
Fonte: adaptada de Alencastro (2012).
Podemos concluir que Meio Ambiente é o termo utilizado para designar quaisquer espaços físicos, 
naturais, artificiais, culturais e, até mesmo, de trabalho, que se relacionem com a vida no planeta 
Terra. Meio Ambiente não somente se refere a florestas, rios, lagos e outros ambientes naturais.
Essa nova definição de meio ambiente, que apre-
senta caráter amplo e generalista, leva-nos a uma 
reflexão sobre nosso próprio posicionamento en-
quanto seres humanos e como “parte” constituinte 
do meio ambiente.
Em um contexto histórico, a vertente teórica do 
homem enquanto centro do universo surgiu e foi 
evidenciada com o antropocentrismo – concepção 
criada em resposta ao posicionamento teocentrista 
da Idade Média. Na concepção antropocentrista, 
o homem passa a considerar a humanidade como 
ponto central do universo, pressupondo que o meio 
ambiente e as demais espécies existem para servir 
e satisfazer suas necessidades (PIRES et al., 2014). 
Essa vertente, em um contexto moderno, está inti-
mamente associada à desvalorização e degradação 
do meio ambiente e das outras espécies, uma vez 
que, dentro de seu contexto e momento histórico, o 
antropocentrismo considera a natureza e todos os 
seus componentes subordinados à espécie humana.
Assim, observa-se que a destruição intrínseca 
à presença humana no ambiente está atrelada a 
um comportamento patológico, prejudicial à so-
brevivência humana e de outras formas de vida. 
Portanto, os impactos causados ao meio ambiente 
não serão solucionados apenas com o advento do 
cenário tecnológico, mas por uma ação conjunta 
de avanços no paradigma científico e mudanças 
comportamentais (PIRES et al., 2014).
Nesse sentido, dentre as várias contribuições 
voltadas a essa perspectiva crítica, destacam-se os 
valores ambientais sugeridos pelo ecocentrismo, 
que se refere ao grau de conscientização, interesse, 
esforços e engajamento sobre os problemas am-
bientais (DUNLAP, 2008).
Nesse entendimento, caro(a) aluno(a), po-
demos inferir que dependemos diretamente do 
meio ambiente, uma vez que tudo o que nos cerca 
é considerado parte fundamental e componente 
do meio ambiente. Assim, toda e qualquer forma 
do ambiente está diretamente relacionada com o 
bem-estar da população e com o desenvolvimen-
to social, especialmente pelos recursos biológicos, 
químicos e físicos que o meio ambiente em sua 
totalidade proporciona para a manutenção da vida 
em nosso planeta. Logo, um colapso ambiental re-
sultaria em sérias consequências para a saúde da 
população. Alguns exemplos de consequências das 
alterações antrópicas serão abordados ao longo 
deste material didático.
17UNIDADE 1
Cabe ressaltar que, dentre as espécies 
que habitam nosso planeta, os seres 
humanos (Homo sapiens sapiens) 
destacaram-se em função de sua ca-
pacidade de transformação do am-
biente. Tal fato não significa que as 
demais espécies, aqui presentes, não 
sejam providas de intelecto, porém, 
o ser humano, em uma perspectiva 
evolutiva, apresentou características 
e habilidades que favoreceram seu 
pleno desenvolvimento e sua capa-
cidade de adaptação.
18 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Segundo Ninis e Bilibio (2012), a separação da 
condição animal do homem ocorreu em função 
de uma série de fatores, como o domínio do fogo, 
aquisição da linguagem, a formação de sociedades, 
o advento da agricultura, dentre outros. Entretan-
to, independentemente da razão, ainda de acordo 
com os autores, o ser humano apresenta certas ca-
racterísticas que os tornam únicos em um sistema 
natural, sendo elas: crenças, consciência da própria 
morte; razão; moral; domínio tecnológico apura-
do; capacidade de aprendizagem; adaptabilidade; 
cultura e sociedade e, em especial, a capacidade 
de alteração ou modificação do meio em que vive. 
Seria de grande pretensão listar todos os fatos, 
acontecimentos e passos evolutivos que garanti-
ram ou possibilitaram o sucesso do ser humano 
até os dias atuais, entretanto, minha intenção aqui 
é ressaltar que, independente do acontecimento 
ou passo evolutivo, a capacidade de análise do am-
biente a sua volta, sua capacidade de modificá-lo 
e sua dinâmica com ele é que promoveu tal passo. 
Em face dessa capacidade, a dinâmica do ho-
mem com o ambiente foi sendo constantemente 
alterada, os meios naturais que já possuíam dinâ-
micas próprias, inerentes à influência do homem 
e caracterizadas, principalmente, pela presença 
Alterações de 
Origem Antrópica
19UNIDADE 1
de um fluxo de energia e matéria entre seus ele-
mentos constituintes, passaram a ser substituídos 
por ambientes artificiais, voltados à produção em 
ampla escala de bens e serviços (CORTEZ; OR-
TIGOZA, 2009). 
Findada uma explicação inicial e não extensiva 
sobre a capacidade do ser humano de alterar o 
meio ambiente, torna-se essencial discorrer sobre 
os impactos e modificações sobre uma perspecti-
va ambiental. É fato que, historicamente,as ações 
antrópicas foram responsáveis por inúmeras mo-
dificações ambientais e tais alterações apresenta-
ram diversas vertentes positivas e negativas. Um 
exemplo notório dessa afirmação é representa-
do pela Revolução Industrial – período no qual 
houve intensa e extensiva exploração de recursos 
naturais e, consequentemente, elevada geração 
de resíduos persistentes; em contrapartida, esse 
período proporcionou amplo desenvolvimento 
de novas tecnologias e vasto conhecimento so-
bre processos produtivos, bens e serviços que 
influenciaram na melhoria da qualidade de vida 
da população no período; tal avanço tecnológico 
se estende até os dias atuais e são responsáveis, 
de certa forma, pelo modelo social e econômico 
como nós o conhecemos. 
Incontáveis estudos atuais apontam que as mo-
dificações ambientais de origem antrópica vêm 
alterando, significativamente, os ecossistemas na-
turais, consumindo recursos desenfreadamente e 
causando alterações aos meios naturais, tornando 
a associação desses fatores responsáveis pela dimi-
nuição da qualidade de vida da população. Aliás, 
caro(a) aluno(a), arriscaria-me a inferir que gran-
de parte da produção científica de nosso país, nas 
mais diversas áreas do conhecimento, são voltadas 
ao desenvolvimento de tecnologias e/ou técnicas 
relacionadas à diminuição de impactos, prevenção 
e recuperação ambiental. 
Tal afirmação nos remete à necessidade de dis-
tinguir tais conceitos. Para Verazsto et al. (2008), 
existe certa dificuldade em estabelecer uma defi-
nição concreta para o termo “tecnologia”, uma vez 
que, historicamente, diferentes interpretações ou 
considerações podem ser realizadas ou atreladas 
a esse conceito. Entretanto, tais autores postulam: 
 “
[...] torna-se notório conhecer que as pa-
lavras técnica e tecnologia tem origem co-
mum na palavra grega techné que consistia 
muito mais em se alterar o mundo de forma 
prática do que compreendê-lo. [...] Na técni-
ca, a questão principal é do como transfor-
mar, como modificar. O significado original 
do termo techné tem sua origem a partir de 
uma das variáveis de um verbo que signifi-
ca fabricar, produzir, construir, dar à luz, o 
verbo teuchô ou tictein, cujo sentido vem de 
Homero; e teuchos que significa ferramen-
ta, instrumento. [...] A palavra tecnologia 
provém de uma junção do termo tecno, do 
grego techné, que é saber fazer, e logia, do 
grego logus, razão. Portanto, tecnologia é a 
razão do saber fazer [...]. Em outras palavras 
o estudo da técnica. O estudo da própria 
atividade de modificar, do transformar, do 
agir (VERAZSTO et al., 2008, p. 62).
Logo, o desenvolvimento de técnicas e tecnologias 
para otimização de quaisquer processos produ-
tivos, apesar de necessários para o atendimento 
das demandas populacionais cada vez mais cres-
centes, tomaram vias contrárias ao equilíbrio e 
manutenção ambiental. Diversos autores indicam 
que a crise ambiental da modernidade é oriunda 
de um modelo societário pautado em metodolo-
gias desenvolvimentistas e com visão exclusiva 
ao progresso científico e tecnológico, resultando, 
assim, em uma sociedade extremamente consu-
mista e utilitarista que atrela a degradação am-
biental apenas a uma mínima consequência de 
seus processos (LEFF, 2010).
20 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Ainda nessa linha de raciocínio, para Sampaio et al. (2013), o 
estabelecimento do sistema capitalista, no qual vivemos, consoli-
da-se por meio da degradação ambiental e é baseado em teorias 
neoclássicas que buscam legitimar cientificamente a convicção de 
que o crescimento econômico e tecnológico é capaz de solucionar 
problemas de degradação ambiental com o passar do tempo.
A teoria econômica que melhor embasa esse pensamento é a 
chamada Curva Ambiental de Kuznets, que estabelece uma relação 
direta entre a distribuição individual de renda e a degradação am-
biental. Mediante informações referentes ao crescimento e distri-
buição de renda dos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, o autor 
Kuznets formulou uma curva em “U invertido”, que, teoricamente, 
indica que a distribuição individual da renda tende a ser pior nos 
primeiros estágios do desenvolvimento econômico; entretanto, fa-
tores, como alterações na composição da produção e do consumo, 
aumento do nível educacional e da conscientização relacionada às 
questões ambientais, bem como sistemas políticos mais abertos, em 
teoria, a partir de determinado ponto, resultam em tendências am-
bientais favoráveis, proporcionando um crescimento da renda per 
capita, ou seja, melhor distribuição de renda e, consequentemente, 
um consumo mais racional dos recursos naturais.
D
eg
ra
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çã
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A
m
bi
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ta
l
Renda per capta em função da Educação
Figura 1 - Curva de Kuznets
Fonte: o autor.
Em outras palavras, segun-
do Carvalho e Almeida (2008), 
o conceito descreve a trajetória 
(em tempo) pela qual a poluição 
de um país seguirá como resul-
tado do desenvolvimento eco-
nômico. Quando o crescimento 
ocorre em um país extremamen-
te pobre, a poluição inicialmente 
cresce drasticamente, especial-
mente em função do aumento 
na produção que geram emis-
sões dos mais variados poluentes 
e porque o país, dado sua pobre-
za, coloca uma baixa prioridade 
sobre o controle da degradação 
ambiental. Logo, uma vez que o 
país atinge determinado grau de 
desenvolvimento, sua prioridade 
muda e volta-se para a proteção 
da qualidade ambiental.
Em relação ao “compor-
tamento” da curva, conforme 
Carvalho e Almeida (2008), 
vários fatores podem ser indi-
cados como “responsáveis” por 
seu formato, dentre eles:
1. Favorecimento e aprecia-
ção da qualidade ambien-
tal, ou seja, mediante o 
aumento de renda, a po-
pulação tende a requerer 
maior qualidade ambiental.
2. Alterações na composição 
da produção e do consumo.
3. Aumento dos níveis de 
educação ambiental e 
conscientização das con-
sequências das atividades 
econômicas sobre o meio 
ambiente.
21UNIDADE 1
4. Desenvolvimento de sistemas políticos 
mais abertos.
Dentre outros fatores, como aumento na rigidez 
da regulação ambiental impulsionada pelo au-
mento da pressão social, melhorias tecnológicas 
e uma amplitude comercial também podem estar 
atrelados a esse fenômeno.
Existem, ainda, autores que desacreditam ou 
descredibilizam a teoria Kuznets, especialmente 
em função de outras teorias ou hipóteses, como, 
por exemplo, a hipótese de poluição de portos. 
Esta gira em torno da relação entre o comércio, 
desenvolvimento e o meio ambiente e, basica-
mente, segundo Feijó (2001) e Azevedo (2009), 
sugerem que a utilização de políticas ambientais 
aumenta os custos de produção, reduzindo a pos-
sibilidade de especialização de alguns países na 
produção de bens que exigem atividades polui-
doras. Em outras palavras, países com políticas 
ambientais menos rígidas apresentam vantagem 
comparativa aumentada em relação à produção 
de bens ambientalmente sensíveis (produzidos 
por indústrias “sujas” ou altamente poluidoras) 
(SIEBERT, 1977).
Historicamente, e pautadas nos princípios des-
sa hipótese, as indústrias consideradas poluidoras 
ou “sujas” deslocaram-se do norte para o sul, ou, 
em uma analogia plausível, dos países desenvol-
vidos para os em desenvolvimento. Porém, evi-
dências empíricas não sustentam essa hipótese, 
especialmente em relação à competitividade entre 
os países desenvolvidos e os em desenvolvimento 
e a vantagens comparativas (AZEVEDO, 2009). 
Dentre os fatores que “desqualificam” essa van-
tagem competitiva/comparativa em termos de 
mercado econômico internacional, figuram não 
somente os custos de controle ambiental, mas 
também a estabilidade política, acesso ao merca-
do, qualificação e especialização de mão de obra, 
custos com logística e transporte e incentivos fis-
cais (ANDERSON, 1996).
Independentemente do modelo teórico utilizado para a compreensão do desenvolvimento, é fato 
que deve haver uma harmonização entre o desenvolvimento/crescimento econômico e a exploração 
de recursos naturais ou, em outras palavras,sustentabilidade!
22 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Em sua essência, o principal objetivo das ativida-
des de uma empresa é o lucro. Essa problemática 
de todas as empresas traz com ela várias preocu-
pações inerentes a qualquer processo produtivo 
há tempos longínquos, mas principalmente esta:
Como gastar menos recursos e produzir mais, 
maximizando meus lucros?
Após as duas Revoluções Industriais – a pri-
meira, na metade do século XVIII, e a segunda a 
partir da metade final do século XX – a indústria 
existente sofreu drásticas modificações, princi-
palmente relacionadas à organização do trabalho. 
A mecanização do trabalho com a evolução das 
máquinas trouxe uma nova realidade às empre-
sas. Agora, é necessário preocupar-se com no-
vas legislações relacionadas à saúde e segurança 
do trabalhador e normas de vigilância sanitária, 
além das limitações financeiras que começaram 
a existir, afinal, era preciso recursos financeiros 
para adquirir os meios de produção. Quem não 
conseguiu seguir o ritmo acelerado das transfor-
mações, foi engolido pelo mercado e, basicamente, 
deixou de existir.
A Questão Ambiental 
nas Empresas
23UNIDADE 1
Em termos de utilização de recursos, houve um 
crescimento e evolução exponencial. Trabalhos 
que, antes, eram realizados manualmente e que 
levavam muito tempo a serem concluídos e que, 
consequentemente, significam uma produção me-
nor, agora, passam a ser realizados por maquiná-
rios avançados em um tempo muito, muito menor.
Se minha empresa passa a produzir mais, isso 
quer dizer que eu gasto mais recursos e gero mais 
resíduos ao final do meu processo produtivo. 
Então, o que antes limitava-se a apenas algumas 
centenas de quilos por semana, agora passa a ser 
toneladas de resíduos todos os dias. Você conse-
gue, a partir daí, entender qual outra preocupação 
começa a surgir no contexto empresarial, além das 
mencionadas anteriormente?
A questão do meio ambiente.
Segundo Xavier et al. (2015), a necessidade 
do aumento da produção possibilitou o surgi-
mento de diversos modelos de produção inicial-
mente aplicados à indústria automobilística e 
que, posteriormente, foram adotados e adapta-
dos por indústrias dos mais variados segmentos, 
revolucionando o pensamento administrativo e, 
em especial, o mundo industrial. Dentre eles, a 
teoria da administração científica de Frederick 
W. Taylor, que se baseia em métodos de ciência 
positiva, racional e metódica em relação aos pro-
blemas administrativos, objetivando maximizar a 
produtividade. Taylor propôs métodos e sistemas 
racionais e disciplinados voltados ao operário, 
colocando-o sob comando da gerência. Segundo 
Matos e Pires (2006, p. 509):
 “
[...] promovendo a seleção rigorosa dos mais 
aptos para realizar as tarefas; a fragmentação 
e hierarquização do trabalho. Investiu nos 
estudos de tempos e movimentos para me-
lhorar a eficiência do trabalhador e propôs 
que as atividades complexas fossem dividi-
das em partes mais simples facilitando a ra-
cionalização e padronização. Propõe incen-
tivos salariais e prêmios pressupondo que as 
pessoas são motivadas exclusivamente por 
interesses salariais e materiais de onde surge 
o termo ‘homo economicus’ [...].
Outra corrente teórica relevante foi desenvolvida 
por Henry Ford, por volta de 1913, pautada nos 
mesmos princípios de Taylor, entretanto, com uma 
abordagem abrangente de organização da produ-
ção, contemplando extensa mecanização, como 
o uso de máquinas e ferramentas especializadas 
em uma linha de montagem e formato de esteira 
rolante e crescente divisão do trabalho (LARAN-
JEIRA, 1999).
A título de comparação, antes de Ford surgir 
com o sistema de produção por esteiras, a fabrica-
ção de um veículo Ford T levava, em média, 12,5 
horas. Após a revolução na indústria trazida por 
meio da linha de montagem de Ford, em que cada 
trabalhador realizava uma função específica, esse 
tempo foi reduzido para, pasmem, 93 minutos 
(SZEZERBICKI; PILATTI; KOVALESKI, 2004).
A partir do momento em que se aumenta o 
passivo ambiental gerado com os resíduos de-
correntes dos meus processos produtivos, even-
tualmente passa-se a ter problemas relacionados 
ao impacto das atividades, principalmente in-
dustriais, no meio ambiente em que estou inse-
rido, seja ele natural ou artificial. A população 
passa a ter problemas de saúde relacionados a 
potenciais agentes poluidores, aumenta-se o 
custo com limpeza pública, além de, é claro, os 
danos causados à fauna e flora nativas. Surgem 
políticas públicas (leia-se multas) que abordarão 
esses problemas. Logo, as indústrias não teriam 
mais que se adaptar aos modelos sugeridos pelos 
gestores, mas sim os gestores passaram a se adap-
tar às necessidades dos processos e das empresas, 
buscando torná-las competitivas e, sobretudo, 
lucrativas (XAVIER et al., 2015).
24 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Em face dos desafios existentes, os profissionais desse segmento passaram a deparar-se não somente 
às necessidades de cada empresa, mas também com as preocupações com o meio ambiente, que con-
sistem em alinhar as questões ambientais (legislações ambientais pertinentes), de forma a interferir 
minimamente nos lucros da empresa, buscando a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável.
Qual a diferença entre esses dois termos? A partir de agora, iremos, juntos, conhecer as mais diversas 
definições, variáveis e aplicações relacionadas a esse conceito.
25UNIDADE 1
Em 1987, surge o conceito de desenvolvimen-
to sustentável como resultado das reflexões da 
Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desen-
volvimento, patrocinada pela Organização das 
Nações Unidas (ONU). O relatório publicado pela 
comissão ficou conhecido como o “Relatório de 
Brundtland”, em homenagem à coordenadora da 
comissão Gro Harlem Brundtland. O relatório in-
titulado “Nosso futuro comum” ou “Our commom 
future” versava sobre a desigualdade econômica 
entre os países e apontava a pobreza como uma 
das grandes causas dos problemas ambientais; 
como solução, o relatório apontou detalhadamen-
te as medidas, esforços e desafios que deveriam ser 
superados para que fosse possível alcançar o de-
senvolvimento sustentável (XAVIER et al., 2015).
Nesse instante é que foi introduzida a ideia 
de que o desenvolvimento econômico atual deve 
ocorrer sem comprometer as necessidades das 
gerações vindouras (SEIFFERT, 2009). Sendo 
considerado um marco inovador em raciocínio 
ambiental da época, o relatório discorreu sobre:
O Que é 
Desenvolvimento 
Sustentável?
26 Meio Ambiente e Sustentabilidade
 “
[...] estratégias ambientais de longo prazo 
para obter um desenvolvimento sustentável 
por volta do ano 2000 e daí em diante; reco-
mendar maneiras para que a preocupação 
com o meio ambiente se traduza em maior 
cooperação entre os países em desenvolvi-
mento e entre países em estágios diferentes 
de desenvolvimento econômico e social e 
leve à consecução de objetivos comuns e in-
terligados que considerem as inter-relações 
de pessoas, recursos, meio ambiente e desen-
volvimento (DRUMMOND, [2019],on-line).
Para alcançar esses objetivos, Souza Filho (2008) 
sugere que os países em desenvolvimento priori-
zem políticas que fomentem: a reciclagem, o uso 
eficiente de energia, a conservação, a recuperação 
de áreas degradadas, a busca pela equidade, justi-
ça, redistribuição e geração de riquezas. Ao seguir 
tais recomendações, o desenvolvimento alcan-
çado será diferente do crescimento econômico, 
indo além da “riqueza” material, alcançando me-
tas e reparando desigualdades passadas. Segundo 
Barbieri e Cajazeira (2009), o desenvolvimento 
sustentável se ampara nos pilares:
Sustentabilidade social: que representa a 
equidade na distribuição dos bens e da renda para 
melhorar os direitos e condições da população, 
e reduzir as distâncias entre os padrões de vida 
das pessoas.
Sustentabilidade econômica: representa a 
distribuição e gestão eficiente dos recursos pro-
dutivos, bem como fluxo regular de investimentos 
público e privado.Sustentabilidade ecológica: busca pela dimi-
nuição de carga de impactos ou pressão exercida 
sobre o planeta para evitar danos ao meio ambien-
te, principalmente os causados pelos processos do 
crescimento econômico.
Sustentabilidade espacial: que se refere ao 
equilíbrio do assentamento humano rural/urbano.
Sustentabilidade cultural: diz respeito à 
pluralidade de soluções particulares específicas 
a cada ecossistema, cada cultura e cada local.
Considerando essas vertentes estruturantes 
do desenvolvimento sustentável, será comum, 
ao longo de sua jornada acadêmica e profissio-
nal, encontrar bibliografias que os apresentem 
divididos em três dimensões básicas, conforme 
a Figura 2, a seguir:
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
EC
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VI
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Figura 2 - Pilares do Desenvolvimento Sustentável
Fonte: o autor.
27UNIDADE 1
Em primeira instância, a sustentabilidade é um 
conceito antigo que vem sendo discutido e apri-
morado por décadas, sendo alguns eventos, encon-
tros, manifestos e a própria realidade social, econô-
mica e ambiental responsáveis pela definição atual 
como a conhecemos. Segundo Almeida (1997), a 
noção de sustentabilidade deve ser tomada como 
ponto de partida para a compreensão e interpre-
tação de processos sociais e econômicos e de suas 
relações com o equilíbrio dos ecossistemas.
As discussões iniciais sobre sustentabilidade 
foram de responsabilidade do Clube de Roma, em 
1968. Segundo Kruger (2001), o Clube de Roma 
correspondia a uma organização formada por 
cientistas, pedagogos, economistas, representan-
tes da indústria e colaboradores reunidos com o 
objetivo de debater a crise da humanidade.
Antes de surgirem as discussões acerca de sus-
tentabilidade e sobre o desenvolvimento susten-
tável, veio à tona o termo ecodesenvolvimento, 
idealizado por Ignach Sachs, por volta de 1970, 
que antecipou a formalização dos ideais promo-
vidos pela sustentabilidade, porém, na época, o 
autor discutia o papel do homem no processo de 
desenvolvimento, como protagonista ou vítima 
(CACHON, 2007). 
De que se Trata a 
Sustentabilidade?
28 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Ainda, segundo Cachon (2007), o ecodesen-
volvimento significa um desenvolvimento socioe-
conômico equitativo e implica na escolha de um 
processo de desenvolvimento ou crescimento que 
também contemple a dimensão ambiental e reco-
nheça sua importância; a problemática relaciona-
da a esse conceito ocorreu em função da dicotomia 
entre os termos “crescimento” e “desenvolvimento”, 
uma vez que o crescimento ocorre em termos eco-
nômicos, em determinado tempo, em dado espaço 
territorial; enquanto o desenvolvimento se dá em 
função da distribuição equitativa dos resultados 
do crescimento para a população.
Logo, somente o crescimento não induz es-
pontaneamente à equidade social e tampouco 
à eficiência alocativa de recursos naturais, seria 
necessária a coordenação pública, presença da 
sociedade civil em um processo cooperativo 
para alcançar o desenvolvimento equitativo que 
não degrade ambiente (MENEGETTI, 2004). Já 
a sustentabilidade, segundo a World Comission 
on Environment and Development, propõe estar 
diretamente ligada ao desenvolvimento econômi-
co sem a agressão do meio ambiente, utilizando 
recursos de forma inteligente, garantindo, assim, 
o desenvolvimento sustentável (WCED, 1987).
As mais diversas reflexões sobre desenvolvi-
mento sustentável e sustentabilidade buscam, em 
geral, possibilitar a construção de processos eco-
nômicos e sustentáveis dentro dos mais variados 
segmentos, como a agricultura sustentável, in-
dústria sustentável, sociedade sustentável, dentre 
outros. Em uma analogia simples, Merico (2002) 
sugere que ser sustentável é tornar as “coisas” per-
manentes ou duráveis. Portanto, caro(a) aluno(a), 
a transição de uma simples consciência susten-
tável social para o desenvolvimento sustentável 
propriamente dito caracteriza-se como um pro-
cesso bastante lento, que requer paciência, tempo 
e, sobretudo, participação ativa da sociedade na 
construção de projetos, leis e políticas públicas. 
Exato! A cidadania e a ética se fazem mais que 
relevantes quando se discute essas temáticas!
Desde a revolução industrial, tais temas têm 
sido enfoque de eventos, conferências e debates, 
em especial por tratar-se de um desafio coletivo e 
de escala global. Tal afirmação se faz relevante, pois 
a coletividade, mencionada anteriormente, con-
templa os mais variados “setores” da sociedade, em 
especial o coorporativo (XAVIER et al., 2015). Na 
Tabela 2, estão sumarizados diversos marcos histó-
ricos relevantes para a definição desses conceitos:
29UNIDADE 1
Tabela 2 - Marcos históricos que contribuíram para o desenvolvimento dos conceitos sustentabilidade e desenvolvimento 
sustentável
MARCO 
HISTÓRICO ANO DESCRIÇÃO
Clube de 
Roma 1968
Dentre outras funções citadas anteriormente, o clube de Roma possuía, 
por finalidade, discutir sobre temáticas ou complexo de problemas re-
levantes para o período, como: a degradação ambiental; a crescente 
pobreza em meio a riqueza; o crescimento urbano descontrolado; a 
insegurança econômica, e outras questões monetárias. O clube de Roma 
ainda pregava pela visão sistêmica de compreensão global, em outras 
palavras, defendiam que era possível compreender o mundo com um 
sistema único.
Conferência 
de Estocol-
mo
1972
Essa conferência foi considerada um marco ambiental internacional 
contemporâneo, pois foi a primeira reunião mundial a tratar da temáti-
ca em escala global. As temáticas lá debatidas continuam a influenciar 
a importantes discussões e, principalmente, a formulação de políticas 
ambientais por todo o mundo. A conferência produziu a “Declaração 
sobre o Meio Ambiente Humano”, que corresponde a uma declaração 
dos princípios e responsabilidades que deveriam nortear as decisões 
concernentes ao meio ambiente.
Programa 
das Nações 
Unidas 
para o Meio 
Ambiente 
(PNUMA)
1972-1973
Criada como uma agência da ONU voltada para as temáticas ambientais 
e considerada uma “consequência” à conferência de Estocolmo, a agência 
atua apoiando instituições em seus processos de governança ambien-
tal, estando relacionada a uma ampla gama de instituições dos setores 
governamentais, não governamentais, acadêmico e privado. A agência 
internacional avalia as condições e tendências ambientais globais; o de-
senvolvimento de instrumentos ambientais nacionais e internacionais. 
Dentre seus objetivos, figuram o monitoramento do meio ambiente em 
escala global; alertar as nações sobre os problemas ambientais existen-
tes; e a recomendação de medidas que auxiliem na qualidade de vida da 
população, buscando o não comprometimento dos recursos naturais e 
serviços ambientais para as futuras gerações.
Conferência 
das Nações 
Unidas 
para o Meio 
Ambiente 
e o Desen-
volvimento 
(CNUMAD)
1992
Aprovada pela Assembleia das Nações Unidas, em 1989, a Cnumad é 
também conhecida como Rio-92. Dentre os efeitos mais efetivos da Rio-
92, destacam-se a criação da Convenção da Biodiversidade e das Mu-
danças Climáticas (que posteriormente resultou no Protocolo de Kyoto), 
a Declaração do Rio e a Agenda 21. A Declaração do Rio relaciona meio 
ambiente e desenvolvimento, mediante uma boa gestão dos recursos 
naturais e sem comprometer o modelo econômico expansionista da épo-
ca. Já a agenda 21 caracteriza-se como um instrumento de planejamento 
para a construção de sociedades sustentáveis em diferentes localidades 
geográficas, a agenda concilia métodos de eficiência econômica, proteção 
ambiental e justiça social.
Protocolo 
de Kyoto 1997
Também considerado um grande marco, o protocolo estabeleceu metas 
para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa e propôs 
mecanismos adicionais de implementação para que esse objetivo fosse 
alcançado. Dentre os mecanismos propostos, encontrava-se o mecanis-
mo de desenvolvimento limpo (MDL), que possibilitava a participaçãode 
países em desenvolvimento em cooperação com países desenvolvidos. O 
objetivo desse mecanismo consistia na redução das emissões mediante 
os investimentos em tecnologias eficientes, a substituição de fontes tra-
dicionais de energia fósseis por renováveis, a racionalização do uso de 
energia, o reflorestamento, entre outros.
30 Meio Ambiente e Sustentabilidade
A Cúpula 
Mundial so-
bre Desen-
volvimento 
Sustentável 
(CMDS) ou 
Rio+10
2002
O propósito dessa conferência foi obter um plano de ação factível. Dentre 
os desafios citados no documento, persistiam diversos problemas am-
bientais globais. Entretanto, foram, pela primeira vez, mencionados os 
problemas relacionados à globalização, uma vez que os benefícios e os 
custos a ela atrelados estão distribuídos desigualmente. Foi apontado, 
também, o risco das condições extremas de pobreza gerar a desconfiança 
nos sistemas democráticos, resultando no surgimento de sistemas dita-
toriais. Como medidas detalhadas, foram sugeridos aumentar a proteção 
da biodiversidade e o acesso à água potável, ao saneamento, ao abrigo, à 
energia, à saúde e à segurança alimentar, bem como priorizar o combate 
a diversas situações adversas: fome crônica, desnutrição, ocupação es-
trangeira, conflitos armados, narcotráfico, crime organizado, corrupção, 
desastres naturais, tráfico ilícito de armas, tráfico de pessoas, terrorismo, 
xenofobia, doenças crônicas transmissíveis (aids, malária, tuberculose e 
outras), intolerância e incitação a ódios raciais, étnicos e religiosos. Para 
atingir os objetivos, o documento ressalta a importância de instituições 
multilaterais e internacionais mais efetivas, democráticas e responsáveis.
Rio + 20 2012
Realizada no Rio de Janeiro, a conferência teve por objetivo renovar o 
comprometimento dos líderes mundiais com o desenvolvimento sus-
tentável. O documento confeccionando após o evento foi intitulado “O 
Futuro que Nós Queremos”, e retrata as principais ameaças ao planeta, 
sendo alguns exemplos: a desertificação, o esgotamento dos recursos 
pesqueiros, contaminação, desmatamento, extinção de espécies e aque-
cimento global.
Fonte: adaptada de Kruger (2001); Alencastro (2012); Brasil (2004); Lopes (2002); Paschoaleto et al. (2014); CDMAALC 
(1991); Viana, Silva e Diniz. (2001).
Torna-se interessante observar como se deu a tra-
jetória histórica desses conceitos e como diversas 
dificuldades foram superadas. Lembrando que 
não foram apenas estes os eventos que influen-
ciaram a temática ambiental em escala global 
como a conhecemos, inúmeros outros tiveram 
grande relevância, assim como inúmeros outros 
serão responsáveis por alterar o cenário atual das 
condições ambientais. Neste ponto de sua leitura, 
você deve estar se perguntando: afinal, o que di-
ferencia a sustentabilidade do desenvolvimento 
sustentável? Iremos elucidar!
Segundo Dovers e Handmer (1992), a sustentabilidade se caracteriza como a capacidade de um 
sistema, seja ele humano, natural ou misto, de adaptar-se à mudança interna ou externa por tempo 
indeterminado; já o desenvolvimento sustentável é uma via de melhoria e mudança intencional que 
responde às necessidades populacionais atuais.
Tenha sua dose extra de 
conhecimento assistindo ao 
vídeo. Para acessar, use seu 
leitor de QR Code.
https://apigame.unicesumar.edu.br/getlinkidapp/3/586
31UNIDADE 1
Na primeira visão, o desenvolvimento susten-
tável trata do caminho para alcançar a sustenta-
bilidade, sendo ela considerada o objetivo final a 
ser alcançado a longo prazo.
Entretanto, é válido destacar que pautado em 
algumas das discussões ambientais da época, em 
1994, Elkington criou o termo “Triple Bottom 
Line” ou Tripé da Sustentabilidade, definindo 
sustentabilidade como o equilíbrio dos pilares: 
ambiental, social e econômico, dando origem à 
famosa imagem da sustentabilidade amplamente 
utilizada no segmento empresarial.
No contexto empresarial, espera-se que as 
empresas contribuam de forma progressiva com 
a sustentabilidade, sobretudo quando precisam 
de mercados estáveis; e, para tanto, elas devem 
possuir habilidades tecnológicas, financeiras e de 
gerenciamento, que possibilitem a transição rumo 
ao desenvolvimento sustentável (ELKINGTON, 
2001). Temos aqui, caro(a) aluno(a), uma segunda 
visão, diferente da primeira: em que o desenvol-
vimento sustentável é o objetivo a ser alcançado 
e a sustentabilidade é o processo para se atingir o 
desenvolvimento sustentável.
Para fins didáticos, a menos que indiquemos o contrário, utilizaremos durante o livro a primeira 
definição de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.
Iremos explorar as ferramentas da sustentabilidade no contexto empresarial em um segundo momento.
O relevante, aqui, é compreender que ambas as abordagens estão corretas e que o amplo in-
teresse e busca por esses conceitos fez com que diversas abordagens ambientais surgissem nos 
mais variados segmentos, como economia, engenharia, ecologia, administração e outros, sendo 
as estratégias listadas a seguir, segundo Glavic e Lukman (2007), “derivadas” desses conceitos:
Produção mais limpa
Controle de poluição
Ecoeficiência
Gestão Ambiental
Responsabilidade Social
Ecologia Industrial
Investimentos éticos
Economia Verde
Ecodesign Reúso
Consumo sustentável
Resíduos zero, e outros
32 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Todos esses conceitos citados serão muito relevantes e se farão 
presentes ao longo de sua carreira como futuro profissional desse 
segmento, seja como um desafio ou requisito de implementação 
ou como um objetivo a ser alcançado! As ferramentas de susten-
tabilidade empresarial serão apresentadas nas próximas unidades.
Os diferentes selos ambientais existentes possuem como fina-
lidade informar aos consumidores que determinados produtos 
passaram por auditorias internas ou autorreguladoras e externas 
ou independentes de qualidade. Saiba mais sobre os diferentes 
selos de qualidade acessando: https://sustentarqui.com.br/uma-
-breve-historia-sobre-os-selos-verdes/. 
Nesta unidade, inicialmente, foi apresentada uma breve introdução 
pautada em eventos históricos que discorreu sobre a capacidade do 
ser humano de alterar o ambiente a sua volta. Tal discussão teve, por 
finalidade, não apenas apresentar as características evolutivas que 
fizeram do homem o ser vivo capaz de modificar o ambiente em 
que vive de forma favorável ao seu desenvolvimento, mas também 
explicitar que tais alterações ambientais foram necessárias para 
separar o homem da condição animal e foram, ainda, responsáveis 
pela história como nós a conhecemos.
Vimos como o advento da produção fomentada pela revolução 
industrial e as conquistas sociais influenciadas por esse período 
afetam positivamente nosso modelo social até os dias atuais.
Finalmente, conceituamos sustentabilidade e desenvolvimento 
sustentável e conhecemos alguns marcos históricos na definição 
desses termos que ressoam na realidade das empresas até hoje.
Os conceitos aprendidos e as discussões apresentadas objetivam 
incitá-lo(a) a ter uma visão crítica acerca dos impactos ambientais 
decorrentes da ação humana e, dessa forma, buscar soluções pau-
tadas na Engenharia que poderão sanar boa parte dos problemas 
encontrados na produção de bens e serviços atualmente.
Na próxima unidade, abordaremos alguns conceitos relacio-
nados a como o planeta Terra se comporta frente aos diferentes 
elementos químicos presentes em sua constituição atmosférica, 
terrestre e aquática, bem como a relação que esses elementos pos-
suem com os demais seres vivos. Até já!
33
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. O termo “Meio Ambiente” sofre alterações de acordo com o contexto histórico 
e evolui com o passar do tempo, à medida que instituições e governos em nível 
internacional se reúnem para discutir as questões ambientais. É um erro pensar 
que “Meio Ambiente” inclui apenas a fauna e a flora locais, como as florestas, 
rios e lagos. Assim, descreva, em suas palavras, o que entendemosatualmente 
por “Meio Ambiente”.
2. A Curva Ambiental de Kuznets (CAK) tem a mesma forma do “U invertido”, mas 
é aplicada para a área ambiental. A CAK tem sido usada pelas pessoas que 
defendem o desenvolvimento econômico como uma prioridade em relação ao 
meio ambiente. A ideia básica é que o desenvolvimento só causa grandes pro-
blemas ambientais em suas etapas iniciais. Porém, a partir de um certo ponto, o 
desenvolvimento econômico e o tecnológico levariam a uma menor degradação 
ambiental. Portanto, segundo o otimismo kuznetiano, altas doses de desenvol-
vimento seriam úteis também para salvar a natureza (ALVES, 2012, on-line)1.
A respeito da degradação ambiental sob a ótica capitalista, podemos afirmar 
que a degradação ambiental diminui à medida que:
I) A população passa a exigir mais qualidade ambiental com o aumento de sua 
renda.
II) Os hábitos de consumo e produção são alterados com a evolução das tec-
nologias.
III) Aumenta-se o nível de conscientização e educação ambiental da população.
IV) Surgem sistemas políticos mais voltados às questões ambientais.
Está correto o que se afirma em:
a) II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) I, II, III e IV.
d) III e IV, apenas.
e) II e III, apenas.
34
3. Foram concluídas, em agosto de 2015, as negociações que culminaram na ado-
ção, em setembro, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), por 
ocasião da Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. 
Processo iniciado em 2013, seguindo mandato emanado da Conferência Rio+20, 
os ODS deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação 
internacional nos próximos quinze anos, sucedendo e atualizando os Objetivos 
de Desenvolvimento do Milênio (ODM) (BRASIL, [2019], on-line)2.
A questão do Desenvolvimento Sustentável ganha bastante relevância no con-
texto empresarial atual e baseia-se nos seguintes pilares:
I) Socialmente justo.
II) Humanamente possível.
III) Economicamente viável.
IV) Politicamente correto.
V) Ambientalmente correto.
É correto o que se afirma em:
a) I, somente.
b) II e V, somente.
c) II e IV, somente.
d) I, II, III, IV e V.
e) I, III e V, somente.
35
Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável
Autor: Benedito Braga, Ivanildo Hespanhol, João G. L. Conejo, José C. Mierzwa, 
Mario T. L. de Barros, Mailton Spencer, Monica Porto, Nelson Nucci, Nelsa Juliano 
e Sérgio Elger.
Editora: Pearson
Sinopse: escrito por um grupo de professores pioneiros no estudo e no ensino 
do tema, esse livro procura relacionar a engenharia com outras áreas do conhe-
cimento, já que transmite a visão da engenharia em relação ao meio ambiente, 
além de apresentar a questão do conflito entre os aspectos socioeconômicos e 
os ambientais como um dos grandes desafios da engenharia no futuro. Essa nova 
edição leva em conta o dinamismo dos temas e dos próprios sistemas abordados, 
atualizando dados e conceitos e incluindo um novo capítulo sobre métodos de 
gestão corporativa para o meio ambiente e prevenção da poluição. Destinado 
aos cursos de engenharia, esse livro também atende às necessidades de profis-
sionais de outras áreas interessados no presente e no futuro do meio ambiente.
LIVRO
Uma Verdade Inconveniente
Ano: 2006
Sinopse: o cineasta Davis Guggenheim acompanha Al Gore, o ex-candidato à 
presidência dos EUA, no circuito de palestras para conscientizar o público sobre 
os perigos do aquecimento global, e pede uma ação imediata para conter seus 
efeitos destrutivos ao meio ambiente.
FILME
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40
1. Meio Ambiente é o termo utilizado para designar quaisquer espaços físicos, naturais, artificiais, culturais 
e, até mesmo, de trabalho, que se relacionem com a vida no planeta Terra. Meio Ambiente não somente 
se refere a florestas, rios, lagos e outros ambientes naturais.
2. C.
3. E. 
41
42
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Classificar os seres vivos de acordo com sua complexidade 
e influência no planeta Terra.
• Explicar como as dinâmicas ambientais influenciam o de-
senvolvimento de todos os seres vivos.
• Introduzir o conceito de ciclos biogeoquímicos e dos com-
portamentos dos elementos no planeta. 
Hierarquia e 
Organização Ecológica
Fatores Limitantes ao 
Desenvolvimento dos Seres Vivos
Ciclos 
Biogeoquímicos
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Dinâmicas Ambientais
Hierarquia e 
Organização Ecológica
Prezado(a) aluno(a), nesta segunda unidade, ire-
mos explorar alguns conceitos relacionados à bio-
logia e à ecologia conservacionista, a fim de conhe-
cer e conceituar corretamente os diferentes níveis 
ou hierarquias de organização ecológica existentes.
Iremos conhecer algumas das dinâmicas am-
bientais naturais que serão apresentadas, a fim de 
elucidar suas finalidades e subsidiar a compreen-
são das mais amplas dimensões que os impactos 
ambientais podem afetar, sendo estes relacionados 
à distribuição de recursos e/ou às alterações das 
condições ambientais favoráveis ao desenvolvi-
mento dos indivíduos ou, ainda, relacionadas às 
alterações nos ciclos biogeoquímicos existentes e 
observados na biosfera terrestre.
Ciclos biogeoquímicos envolvem os diversos ele-
mentos presentes na atmosfera, solo e águas do pla-
neta Terra. Cada um desses ciclos é importante para 
a sobrevivência dos diferentes tipos de organismos 
vivos. Sua utilização e reposição no meio ambiente, 
dentro de um período de tempo, é fundamental.
A partir de agora, daremos atenção ao co-
nhecimento de alguns conceitos básicos acerca 
das dinâmicas ambientais existentes. Torna-se 
importante conhecer as dinâmicas ambientais 
naturais para que seja possível compreender, efe-
tivamente, a extensão dos impactos ambientais 
45UNIDADE 2
causados pelas ações antrópicas e também pelos processos produ-
tivos. Inicialmente, iremos relembrar acerca da hierarquia dos ní-
veis ecológicos ou hierarquia dos níveis de organização ecológica.
A hierarquia dos níveis ecológicos é representada pela seguinte 
cadeia inicial: 
Assim, temos uma breve re-
tomada evolutiva da formação 
dos indivíduos e, com diferen-
tes indivíduos, passamos à se-
guinte cadeia: 
ORGANISMO
POPULAÇÕES
COMUNIDADES
OU BIOCENOSE
ECOSSISTEMAS
BIOMAS
BIOSFERA
ÁTOMO
MOLÉCULA
ORGANELAS 
CELULARES
CÉLULA
TECIDO
ÓRGÃOS
SISTEMAS
ORGANISMOS
46 Dinâmicas Ambientais
Lembrando que cada subconjunto apresentado é menor do que o próximo, sendo a biosfera considerada 
o maior nível. A Figura 1 representa todo o sistema de hierarquização ecológico.
Figura 1 - Sistema de Hierarquização Ecológico
Fonte: adaptada de Quizlet (on-line)1.
Conhecer esses níveis hierárquicos se torna relevante, pois nos auxilia a compreender a dimensão dos 
impactos causados e sua extensão biológica. Sendo assim, vamos às definições, com enfoque nos níveis 
superiores, iniciando nos organismos.
47UNIDADE 2
• Organismo: uma forma de vida indivi-
dual e livre, composta pela associação de 
sistemas, órgãos e tecidos que operam e 
realizam suasfunções de forma conjunta 
para proporcionar as condições favoráveis 
à vida. Para a ecologia, trata-se de uma uni-
dade fundamental de estudos.
• Populações: populações podem ser de-
finidas como grupos de indivíduos per-
tencentes a uma mesma espécie presente 
e ocupante de uma determinada área por 
um período de tempo. Além disso, uma 
população apresenta como característica 
uma ampla probabilidade de realizar cru-
zamento entre si, quando consideramos 
fatores, como localização geográfica e ou-
tros fatores favoráveis.
• Comunidades: consistem de populações 
que coexistem e habitam o mesmo am-
biente; interagindo de forma organizada, 
é denominada comunidade, sendo cada 
indivíduo associado a seu respectivo nicho 
ecológico existente.
• Ecossistemas: trata-se de um meio no 
qual os organismos interagem com o meio 
ambiente, realizando trocas de matéria e 
energia pelas vias existentes. Em outras 
palavras, é a interação dos seres bióticos 
(seres vivos) com os abióticos (solo, água, 
recursos minerais, dentre outros).
• Biomas: segundo Colinvaux (1993), um 
bioma é composto por um conjunto de ecos-
sistemas, em uma larga escala geográfica, no 
qual as plantas ou as formações vegetais se 
destacam como características, assim como 
suas especificidades climáticas. São exem-
plos de biomas brasileiros: a Caatinga, o 
Cerrado, a floresta amazônica, a mata atlân-
tica, o Pantanal, os pampas, dentre outros.
• Biosfera: a biosfera se caracteriza como a 
junção das interações que ocorrem entre 
a atmosfera, hidrosfera e a litosfera. Sendo 
cada uma delas, segundo Rosa, Messias e 
Ambrozini (2003), correspondente às se-
guintes porções:
 » Atmosfera: porção gasosa da Terra e 
seus componentes.
 » Hidrosfera: porção aquosa da Terra e 
seus componentes.
 » Litosfera: porção mineral da Terra e 
seus componentes.
O conhecimento apropriado sobre esses conceitos 
nos faz refletir sobre a proporção dos impactos 
causados, não só em uma escala empresarial/
industrial, mas também como nossas atitudes 
cotidianas podem desencadear impactos mais 
amplos e significativos do que o imaginado. Para 
realizar um manejo adequado de uma atividade 
impactante, segundo Peroni e Hernandéz (2011), 
é essencial considerar todas as características e di-
nâmicas das populações, comunidades e ecossis-
temas envolvidos, especialmente quando as ações 
humanas podem favorecer o desenvolvimento de 
uma população, enquanto outras podem aumen-
tar o número de mortes.
48 Dinâmicas Ambientais
Quando pensamos em fatores limitantes ao de-
senvolvimento dos seres vivos, somos imediata-
mente direcionados aos recursos disponíveis. Cla-
ro que existe uma relação entre disponibilidade de 
recursos e o desenvolvimento de uma população, 
assim como a retirada de recursos pode levar à 
extinção de determinada população. Segundo 
Santos (2006), a variação na densidade populacio-
nal está relacionada aos fatores que influenciam 
nas taxas de natalidade, mortalidade, imigração 
e emigração.
Como mencionado anteriormente, os fatores 
ecológicos podem ser classificados em bióticos e 
abióticos; porém, devemos levar em consideração 
que sua importância varia de acordo com o am-
biente ou área estudada/impactada e de acordo 
com a pressão exercida sobre os recursos renová-
veis e não renováveis. Para facilitar a compreensão, 
vamos conhecer um pouco mais sobre os fatores 
ecológicos que são limitantes ao crescimento dos 
seres vivos.
Fatores Limitantes 
ao Desenvolvimento 
dos Seres Vivos
49UNIDADE 2
Conforme Lovato (1993), a intensidade da luz solar incidente afeta a fotossíntese dos vegetais, cresci-
mento da parte aérea, distribuição da matéria seca e, consequentemente, o rendimento fotossintetizante, 
exercendo efeitos sobre outros fatores ambientais, principalmente a temperatura.
Sobre ambientes aquáticos continentais e costeiros, o grau de intensidade luminosa está relacionado à 
atividade de algas flutuantes e sésseis e da diversidade de seres planctônicos. A intensidade da luz ainda 
serve como parâmetro indicativo da quantidade de partículas em suspensão (turbidez).
Em relação aos animais, a luminosidade está diretamente relacionada a hábitos de repouso ou ativi-
dade, uma vez que haverá atividade animal nos mais variados nichos ecológicos diurnos, noturnos e 
crepusculares. A variação desse fator se relaciona com a hibernação de mamíferos, o metabolismo de 
seres exotérmicos e com a migração em aves (SANTOS, 2006).
O fator temperatura se destaca como um dos mais relevantes, pois afeta diretamente na distribuição 
de espécies animais e vegetais, influenciando todas as fases do ciclo vital dos seres vivos. Atualmente, 
existe grande discussão acerca dos efeitos que são observados e que serão observados no futuro, de-
vido às mudanças climáticas geradas pela liberação excessivas de gases relacionados ao efeito estufa 
na atmosfera.
Para os vegetais, a temperatura influi grandemente o rendimento de tubérculos, uma vez que afeta a 
fotossíntese e a respiração. A magnitude do seu efeito depende de quanto influencia no desenvolvi-
mento da parte aérea, na distribuição da matéria seca produzida e, consequentemente, na qualidade 
de suporte do solo (LOVATO, 1993).
No caso dos animais, para a temperatura ambiente, são definidas zonas de conforto térmico e de termo-
neutralidade específicas para as diferentes espécies de animais (PORTUGAL; PIRES; DURAES, 2000).
É fato que a umidade e o acesso à água são dois fatores primordiais para a distribuição da fauna e da 
flora global. Entretanto, a umidade é diretamente influenciada pela disponibilidade de recursos hídri-
cos, pela temperatura e pela intensidade luminosa. Quando associado o fator temperatura, torna-se 
responsável pelo conforto térmico de animais e pelo fator determinante na respiração e transpiração 
vegetal. Na agricultura de precisão, por exemplo, a umidade do solo se torna um fator limitante e 
imprescindível, especialmente quando se tem por objetivo um manejo adequado do solo visando ao 
aumento na produção. 
Luz ou intensidade luminosa
Temperatura
Umidade
50 Dinâmicas Ambientais
A salinidade e o potencial de hidrogênio iônico 
(pH) são fatores primordiais para a abundância 
dos seres vivos, especialmente em ambientes 
aquáticos continentais e costeiros. Com exceção 
de algumas bactérias que toleram condições ex-
tremas, os demais seres vivos não toleram pHs 
extremamente ácidos (abaixo de 3) ou extrema-
mente alcalinos (acima de 9).
Esses parâmetros costumam sofrer alterações 
imediatas após o despejo de efluentes ou substân-
cias sem o devido tratamento em corpos hídricos, 
A disponibilidade de recursos pode ser considerada o fator mais relevante para a sobrevivência e de-
senvolvimento de espécies, especialmente quando associada à capacidade de adaptação ou tolerância 
às condições locais. Os organismos ou indivíduos podem tolerar alterações bruscas no ambiente 
por um curto período de tempo, ou seja, as condições para o desenvolvimento de cada espécie são 
sempre espécie-específicas. Entretanto, os indivíduos e suas atividades não irão esgotar os recursos 
disponíveis; via de regra, isso acontece sob condições de estresse populacional (quando, por alguma 
razão não natural, eles são forçados a consumir outra fonte de alimento ou quando há a introdução de 
uma espécie exótica no ambiente em questão) e quando o ser humano esgota esses recursos ou passa 
a utilizá-los de forma não racional. Um exemplo de estresse populacional pode ser competição intra 
e interespecífica, devido à diminuição de espaço ou território útil.
Recursos
alterando, drasticamente, as condições favoráveis 
ao desenvolvimento da fauna e da flora aquática 
e consequentes dos demais seres vivos que se uti-
lizam da água disponível para sua sobrevivência/
atividades.
Sobre os vegetais, esses parâmetros influenciam 
na absorção dos nutrientes pelas raízes, limitam o 
desenvolvimento de fungos benéficos às plantas 
nos ambientes aquáticos. No solo, também levam 
à limitação da produção

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