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Dos advogados

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
Dos advogados 
- Para postular em juízo, é preciso possuir capacidade postulatória. Quem a tem, em regra, são os advogados e o 
Ministério Público. 
- Se a parte tiver habilitação legal para advogar, poderá fazê-lo em nome próprio. Do contrário, deverá outorgar 
procuração a um advogado. Exceção: juizado especial cível para ações com valor de até 20 salários mínimos, na Justiça 
do Trabalho ou na impetração do habeas corpus. 
- Para representar alguém em juízo, o advogado precisa estar, além de inscrito nos quadros da OAB, munido do 
instrumento de mandato judicial. Esse mandato judicial é uma PROCURAÇÃO. 
Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. 
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal. 
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência 
ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. 
Art. 653/CC. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou 
administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato. 
- A procuração é um instrumento que vai formalizar o contrato de mandato, que serve para representar uma pessoa 
em certo ato. A procuração pode ser geral ou específica. 
- A cláusula “ad judicia” contém poderes genéricos de representação em juízo, mas não poderes especiais, específicos. 
Procuração ad judicia > é genérica. A procuração, sem ser ad judicia, não é genérica. Alguns atos são mais sensíveis do 
que os outros > a pessoa precisar dar uma autorização especial, os quais não estão compreendidos na autorização 
genérica. 
• GERAL: atribui ao mandatário poderes genéricos para postular em juízo > procuração “ad judicia”. 
• ESPECÍFICA: impede que a pessoa faça algo diverso daquilo para o qual foi constituído > atos sensíveis. 
- Existem procurações que podem ser feitas para que qualquer pessoa represente o mandatário, sendo específica para 
determinado fim. Ex.: procuração para assinar um documento, pois a pessoa não estará presente o dia. 
- Mas também existem procurações que só podem ser outorgadas a favor de um advogado > nesse caso, é o mandato 
judicial > procuração “ad judicia”, que possui uma cláusula especial que vai caracterizá-la. 
Art. 104, §1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração 
no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. 
Art. 104, §2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, 
respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. 
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, 
habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência 
do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar 
compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. Esses atos 
são sensíveis e só podem ser praticados desde que o advogado tenha sido autorizado para isso. Na procuração ad 
judicia também é possível autorizar poderes específicos, sendo isso feito NA MESMA PROCURAÇÃO. 
- SUBSTABELECIMENTO é a transferência ou compartilhamento de um advogado para outro dos poderes outorgados 
pelo seu cliente. Essa transferência pode ser COM RESERVAS (compartilha os poderes sendo advogado) ou SEM 
RESERVAS (o advogado transfere os poderes e sai do processo). As “ad judicia” já englobam o substabelecimento. 
Pode proibir de substabelecer por contrato ou na própria procuração. 
- Os honorários contratuais convencionais são divididos em “prolabore” e “pro exito”, conforme o pagamento da verba 
ao advogado, esteja ou não condicionado ao sucesso na demanda. Remuneração do advogado: honorários 
sucumbenciais e honorários contratuais (convencionais, pago pelo próprio cliente conforme acordado). Existem duas 
maneiras de cobrar os honorários contratuais: 
Prolabore: a pessoa está devendo o valor independente da vitória > em função do trabalho realizado, mesmo que o 
processo não tenha chegado ao fim. 
Pro exito: valor cobrado sob o proveito econômico obtido ao final do processo, como 10% ou 20% do valor que a 
pessoa ganhou. São honorários de risco. 
- É possível cobrar só um ou até mesmo ambos. 
- A OAB tem uma tabela de honorários, que funcionam como uma sugestão para que o advogado não cobre menos, 
de forma a não desmoralizar a profissão do advogado. Isso é muito enfatizado pela OAB, mas não há nenhum tipo de 
punição ou similar. Além disso, a OAB afirma que não pode ter abuso, mas não é algo definido. Devido isso, pode haver 
um processo disciplinar (sanção administrativa).

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