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Distúrbios da Hemostasia Primária 1 Distúrbios da Hemostasia Primária Maria Eduarda de Azeredo Amaral - Medicina, UniRV Fragmentos discoides derivados de megacariócitos; Citoesqueleto: formato discoide e corpúsculos citoplasmáticos com mediadores da hemostasia (fator de von Willebrand, ADP e tromboxano A2) Ação na HEMOSTASIA PRIMÁRIA → vasos lesados são estacados pelas plaquetas por meio do tampão plaquetário 1) Doenças quantitativas → alterações numéricas: trombocitopenia e trombocitose; Trombocitopenia por destruição aumentada: Púrpura trombocitopênica imune (PTI) Trombocitopenia induzida por heparina (HIT) Microangiopatias (PTT, SHU, CIVD) Trombocitopenia por produção diminuída: Doenças medulares: anemia aplásica; anemia megaloblástica, mielofitise, doenças malignas da medula óssea (leucemias, mieloproliferações) Trombocitopenia por sequestro esplênico: Hiperesplenismo Trombocitopenias hereditárias: Síndrome de Wiskott-Aldrich Síndrome de Bernard-Soulier Síndrome de May-Hegglin 2) Doenças qualitativas → alterações funcionais; Doenças plaquetárias hereditárias: Síndrome de Bernard-Soulier Trombastenia de Glanzmann Doenças plaquetárias adquiridas: Uremia por insuficiência renal Uso de medicações: ácido acetilsalicílico (AAS), antiagregantes 1. Pseudotrombocitopenia (artefatual); 2. Destruição periférica acelerada; 3. Diminuição de sua produção pela medula óssea; 4. Trombopoiese ineficaz; 5. Distribuição anormal – maior sequestro esplênico Falsa baixa contagem de plaquetas por artefatos técnicos Plaquetas Classificaç oã Etiologia Pseudotrombocitopenia Destruiç o aceleradaã Distúrbios da Hemostasia Primária 2 🌟Causa mais comum Aumento do consumo ou destruição de plaquetas estimula a trombopiese, aumentando o número, taxa, maturação dos precursores Se a taxa de destruição exceder os mecanismos compensatórios → plaquetopenia Mecanismos imunes são os mais relacionados, podendo ser:✨ Púrpura trombocitopênica imune idiopática (PTI) PTI relacionada com LES ou HIV Drogas - heparina, quinidina, sulfas, rifampicina, AINES, paracetamol, sais de ouro Infecções - dengue, mono, CMV Mecanismos não imunes: Púrpura trombocitopênica trombótica - PTT Síndrome Hemolítico-urêmica - SHU CIVD Lesões de células-tronco Anemia e/ou granulocitopenia Mielodisplasias e anemia aplásica Leucemias (substâncias que inibem hematopoiese) Medula com aumento de números megacariócitos por problemas na maturação nuclear Aumento de sequestro de plaquetas por cordões esplênicos em alterações como: esplenomegalia congestiva, doenças infiltrativas (leucemia mieloide, metaplasia mieloide, linfomas, doença de Gaucher) Trombocitopenia dilucional → pacientes que sofreram transfusão maciça; pacientes com mais de 8-10 unidades de sangue em 24h Doença autoimune idiopática - termo antigo Trombocitopenia imune Termo púrpura refere-se aos sintomas de hemorragia, que nem sempre estão presentes Redução da contagem de plaquetas ≤ 150.000 O valor de referência das plaquetas é de 150.000-450.000/mm3 Classificação: Leve > 70.000 Moderada: 20-70.000 Grave: < 20.000 Doença autoimune caracterizada pela produção de autoanticorpos contra as plaquetas, resultando em plaquetopenia 💜 Autoanticorpos contra plaquetas 1) Primária: etiologia não identificada 2) Secundária: etiologias identificáveis diversas Leucemia linfocítica crônica Reduç o da produç o pela medula sseaã ã ó Trombopoiese ineficaz Distribuiç o anormalã P rpura Trombocitop nica Imune (PTI)ú ê Trombocitopenia: Definiç o:ã Fisiopatologia: Distúrbios da Hemostasia Primária 3 LES Síndrome de anticorpo antifosfolípide - SAAF Infecções: h. pylori, HIV, HCV, HBV, CMV Vacinação Imunodeficiências primárias Produção de autoanticorpos antiplaqueta (IgG ⭐) → ligam-se aos antígenos plaquetários → ativam macrófagos do sistema reticular do baço e fígado → fagocitose de plaquetas → consumo excessivo periférico → proliferação medular de megacariócitos → hiperplasia megacariocítica na medula Autoanticorpos também agem inibindo a liberação de novas plaquetas pela medula → interferem na função dos megacariócitos Alvos: glicoproteínas IIb/IIIIa e Ib/IX da membrana das plaquetas Hiperplasia do setor megacariocítico → megacariócitos aumentam em tamanho e número. Manifestação não específica. (Imagem a seguir) Adultos: Doença crônica Estratégia Med - 2022. Hematologia Estratégia Med - 2022. Hematologia Epidemiologia Distúrbios da Hemostasia Primária 4 Rara, insidiosa Mulheres >>> Idade: 40-45 ⭐ Requer tto Crianças: É comum e frequente de forma aguda autolimitada Doença aguda autolimitada 2-6 anos Infecções virais recentes (sarampo, rubéola, varicela, influenza) ou vacinação Dura alguns meses Pode cronificar (Fator de risco: sexo feminino, idade > 10 anos, autoanticorpos) Caráter geralmente benigno Observação 1/3 dos pacientes possuem plaquetas > 30.000 e apenas isso → “Plaquetopenia e mais nada” Sangramentos cutaneomucosos Epistaxes Gengivorragias Petéquias Equimoses 🚨Autoanticorpos: os exames tem alta especificidade e baixa sensibilidade (falsos-negativos) Diagnóstico = anamnese + exame clínico + exclusão de outras causas de trombocitopenia Tempo de instalação: Recém-diagnosticada → 0-3 meses Persistente → 3-12 m Crônica → > 12 m Exclusão: Pseudotrombocitopenia - plaquetometria em tubo de citrato Fatores associados: doenças, drogas → sorologias e dosagem de FAN? Imunodeficiências primárias → dosagem de imunoglobulinas Resultados todos negativos, paciente jovem, com plaquetopenia e mais nada → possível diagnóstico Contagem de plaquetas: geralmente abaixo de 100.000 Esplenomegalia: não costuma ter, sendo apenas a ponta do baço (talvez) palpável ⚠ Pacientes com PTI que apresentem sangramento importante podem ficar anêmicos! Avaliar com cuidado para não confundir com leucemias agudas 🟪 Síndrome de Evans: associada a doenças linfoproliferativas e reumatológicas ☑Anemia hemolítica autoimune (anticorpos contra hemácias com Coombs direto +) ☑Trombocitopenia autoimune Anemia hemolítica autoimune + Trombocitopenia autoimune = Síndrome de Evans Aspirado de MO: Quadro cl nico:ı́ Diagn stico:ó Distúrbios da Hemostasia Primária 5 Não é exame de rotina e deve ser realizado quando: 1. Presença de outras citopenias inexplicadas ou alterações displásicas nas células do esfregaço de sangue periférico. 2. Ausência de resposta ao tratamento da PTI. 3. Suspeita de uma causa secundária de plaquetopenia. 🚨 Idade ≥ 60 anos NÃO é recomendação para aspiração de MO Sangramentos: A queda de plaquetas e os distúrbios na hemostasia primária geram sangramentos, geralmente mucocutâneos Petéquias, equimoses, menorragia, epistaxe Os sintomas costuma aparecer com contagem de 20.000/ml ⚠ Plaquetopenia extrema → plaquetas ≤ 5.000/ml → sangramentos teciduais intensos, dentre eles hemorragia cerebral Bolhas hemorrágicas e hemorragias retinianas → avaliar situação de hemorragias cerebrais Tratamento: Plaquetas ≤ 20-30.000/ml ou em pacientes com sangramento significativo 1) Corticoterapia: Ação na inibição da produção de autoanticorpos → supressão imune ⭐Prednisona: VO 1 mg/kg/dia por 7-10 dias, seguido de desmame progressivo Dexametasona Metilprednisolona Pode associar o corticoide com imunoglobulina humana intravenosa (lg/kg/dia IV por dois dias) ou à imunoglobulina anti-D (75 mcg/kg IV dose única – em pacientes com fator Rh+) Resposta observada em 24-36h] Indicada em pacientes com sangramentos ativos Em crianças: Resolução espontâneo em 90% dos casos Caso de recém vacinação ou infecção viral aguda (VAS >) Tratamento de segunda linha: 1) Esplenectomia: Indicação em casos muito refratários a corticoides e não funcionamento do TTO 2) Rituximabe: Anticorpo monoclonal anti-CD20 → liga-se às células B e as destrói → redução da produção de autoanticorpos 3) Análogos do receptor de trombopoietina Distúrbios da Hemostasia Primária 6 ⚠ Púrpura de Henoch-Schönlein(PHS) ❌ PTI PTI → ocorre sangramentos cutaneomucosos difusos e plaquetopenia; PHS → a contagem plaquetária é normal e a púrpura é gravitacional, concentrando-se nas nádegas e nos MMII, podendo ter outros sintomas (dor abdominal e hematúria) ⚠ Gestação: Os anticorpos podem passar para o feto e causar plaquetopenia fetal. O tratamento vai ser nos mesmos casos: Sangramentos ativos ou plaquetopenia (20-30.000/mm3) TTO: prednisona e imunoglobulina Via de parto é preferencialmente obstétrica Parto normal apenas se plaquetas > 50.000 💜PTI = PPP → Plaquetopenia + Petéquias + Prednisona Alterações congênitas no fator de von willebran ↓ Produção e ↓ Funcional Doença hemorrágica hereditária mais comum Fator de Von Willebran: Glicoproteína multimérica sintetizada pelo endotélio vascular Adesão plaquetária → ligação por meio do receptor GP Ib Agregação plaquetária Carreador e estabilizador do fator fator VIII → é carregado pelo fator de von willebran Doença de Von Willebran Distúrbios da Hemostasia Primária 7 Tipo 01: Autossômica dominante Deficiência quantitativa parcial (produção ↓) Tipo 02: Defeito qualitativo Níveis normais ✅ Funcionamento inadequado ⚙🚫 Tipo 03: Síntese nula Deficiência quantitativa grave ⚠ Sangramentos cutaneomucosos ⭐ Epistaxe recorrente Sangramento profusos (extração dentária, sangramentos menstruais) TTPA alargado (via intrínseca) O aumento da gravidade dos defeitos afeta a hemostasia secundária. A ausência do carreador faz com que a meia vida do FVIII ↓↓↓ e afeta a via intrínseca da coagulação Hematomas profundos Hemartroses TTPA alargado Dosagem de fator de Von Willebran e sua atividade (fator de ristocetina) Contagem plaquetária normal! ✅ DDAVP - Desmopressina Análogo da vasopressina (Hormônio diurético) Induzir aumento da secreção endotelial do fator de von willebran e FVIII → aumento temporário ⚠ Testar sensibilidade antes de utilizar! Classificaç oã Quadro cl nico:ı́ Diagn stico:ó Tratamento: Distúrbios da Hemostasia Primária 8 🚨 Taquifilaxia → esgotamento dos estoques endoteliais do FVIII e fator de Von Willebrand Reposição do fator de Von Willebran ⚠ Plasma fresco congelado (PFC) ou crioprecipitado: não são recomendados Uso em falta de disponibilidade dos concentrados de fator de von Willebrand/FVIII Esses produtos não passam por processos de inativação de patógenos (vírus, bactérias), ao contrário dos produtos concentrados. Assim, PFC e crioprecipitado expõem o paciente a um risco de infecção que pode ser evitado. Antifibrinolíticos → em casos de sangramento mucoso OBS 1 Doença de Von Willebran adquirida Pacientes com trombocitemia essencial → neoplasia mieloproliferativa crônica Philadelphia negativa O aumento de plaquetas gera ↑ risco de sangramento OBS 2 UREMIA Pacientes renais crônicos possuem defeitos hemostáticos por acúmulo de escórias nitrogenadas, que interferem na ação das plaquetas e do fator de von Willebrand, com prejuízo à adesão e agregação plaquetária. Correção da uremia pela hemodiálise,
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