Buscar

2 Evolução dos tecidos necrosados - Patologia Geral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Dalton Willians S Arandas – Medicina AULA 2 
1 
PATOLOGIA GERAL 
LESÕES E MORTES CELULAR – EVOLUÇÃO 
DOS TECIDOS NECROSADOS 
 Existem mecanismo que ocorrem após a necrose. E 
esse tipo de evolução depende do tipo de necrose e do tipo 
de tecido. De modo geral há, na evolução dos tecidos 
necrosados, um processo de regeneração a partir de células 
mitoticamente ativas que darão origem a uma nova 
configuração tecidual. Os tecidos com maior capacidade 
regenerativa é o tecido hepático e o tecido epitelial. 
 No tecido que está se regenerando há a presença de 
figuras de mitose, que são células em processo de mitose 
para substituir as células necrosadas. 
CICATRIZAÇÃO 
 Um processo de evolução do tecido necrosado é o 
processo de cicatrização, onde as células funcionais que 
foram necrosadas são substituídas por tecido cicatricial que 
não desempenhará a função do antigo tecido. O tecido 
cicatricial é composto por tecido conjuntivo frouxo (rico em 
substância tecidual amorfa e pobre em colágeno). 
ENCISTAMENTO 
 Um dos processos pós-necróticos é o encistamento em 
que há o processo de envolvimento por fibras colágenas do 
tecido conjuntivo de uma área necrótica isolando aquele 
tecido em processo de necrose. Assim, o encistamento não 
forma cistos verdadeiros, pois cistos detém uma cavidade 
oca, coisa que não se tem no encistamento, uma vez que o 
enistamento do tecido necrosado há a presença do material 
celular no interior. 
ELIMINAÇÃO 
 A eliminação que é a forma de evolução de tecido 
necrosado onde este poderá ser expulso para o meio 
externo (eliminação) caso esteja próximo a uma via de 
comunicação com o meio externo. Quando há a eliminação 
do tecido se forma uma caverna que é um espaço vazio sem 
tecido. A caverna normalmente ocorre na tuberculose de 
modo a formar uma caverna tuberculótica. 
CALCIFICAÇÃO 
 Um dos processos de evolução da necrose é a 
calcificação que elimina o tecido necrosado que sofrerá a 
deposição de sais de cálcio. Existem duas formas de 
calcificação patológica: 
• Calcificação distrófica (mais comum e 
ocorre de forma mais localizada, pois ela 
requer lesões prévias no tecido que pode 
calcificar. Esse tipo de calcificação não 
depende de níveis séricos elevados de 
cálcio. E pode ser vista em área de necrose 
antiga, na parede de vasos esclerosados, 
tendões (mediante trauma), valvas 
cardíacas, linfonodos infartados antigos 
(conhecidos popularmente por íngua, pois 
nada mais são do que linfonodos 
aumentados de tamanho (enfartamento 
linfonadal/ganglionar) que pode ser 
provocado por neoplasias (podendo ser 
primária ou metástase e suas características 
são: fixos, dolorosos ou não e aumentados 
de volume) ou infecções (pois o sistema 
linfático está drenando o patógeno e se 
apresentam dolorosos, móveis e 
aumentados de volume)) e trombos venosos 
antigos (que são massas coaguladas de 
sangue que se aderem à parede dos vasos 
que podem calcificar dando origem a 
flebólitos). Essas calcificações são em 
grande número e irregulares. Por isso, 
calcificações mamárias criam alerta para 
possíveis neoplasias uma vez que 
calcificações distróficas podem ser 
oriundas de neoplasias. A calcificação 
distrófica ocorre em etapas que são duas: 
iniciação ou nucleação e propagação ou 
crescimento, onde a etapa de 
iniciação/nucleação pode ocorrer dentro e 
fora da célula, e dentro da célula se inicia 
dentro das mitocôndrias (que são organelas 
ricas em íons cálcio), fora da célula elas 
iniciam em vesículas da matriz (que são 
estruturas de restos de células que contém 
enzimas e proteínas como anexinas (que 
ancora o precipitado), fosfatidilserina, 
fosfatases e metaloproteínas (onde essas 
três últimas agregam os íons cálcio) que 
promovem a precipitação de cálcio)); 
• Calcificação metastática (a medida que o 
cálcio precipita e é ancorado a área de 
calcificação cresce, havendo aumento da 
área). 
Existem calcificações fisiológicas que são a 
intramembranosa e a intercondral. 
 
Dalton Willians S Arandas – Medicina AULA 2 
2 
CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA 
 Não requer lesão prévia, é mais rara, ocorre de forma 
disseminada por não haver lesão tecidual prévia. Essa 
calcificação é exclusivamente dependente de níveis 
séricos aumentados de cálcio seja por excesso de vitamina 
D (Ex.: na sarcoidose) ou por doenças associas à osteólise, 
bem como disfunções na paratireoide pelo aumento do 
paratormônio (hiperparatireodismo). 
 As áreas de calcificação, morfologicamente, 
apresentam características específicas que são as mesmas 
em qualquer tipo de calcificação que são duras à palpação, 
acinzentadas (em formol e esbranquiçadas em peça fresca), 
resistentes ao corte, áreas nodulares, firmes, pétreas 
(conferindo um aspecto arenoso ao tecido), são radiopacas, 
permanentes, inócuas e irreversíveis. 
CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS DAS 
ÁREAS CALCIFICADAS 
 São as mesmas independente do tipo. Sendo essas 
características microscópicas: 
• Áreas basofílicas: (aumento da afinidade pela 
hematoxilina assim, apresenta-se roxo) em 
decorrência das enzimas que conferem um pH 
ácido. 
• Antracose: as consequências e complicações 
dependem do local, da quantidade de cálcio 
depositada e os depósitos inócuos e inertes. 
Exemplos de calcificações semelhante a distróficas são 
a colelitíase e a litíase renal que são oriundos de cálculos 
que são formados por corpos estranhos bactérias e células 
descamadas. E geralmente ocorrem em órgãos ocos, 
condutos naturais e interior dos vasos. 
GANGRENA 
 Forma de evolução do tecido necrosado (não existe 
necrose gangrenosa). A gangrena é a necrose que tem 
influencia do meio externo como por exemplo a necrose 
seca (pé diabético), onde há mumificação pela perda de 
água. E a gangrena úmida/pútrida (pode ocorrer no 
epitélio um exemplo é o pé de trincheira), que ocorre em 
órgãos úmidos, por exemplo nas mucosas e se dá geralmente 
por colonização de bactérias gram negativas que tem um 
odor forte e fétido. 
Gangrena gasosa – decorre de tecido colonizado por 
bactérias capazes de produzir gases.

Outros materiais