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RESUMO 5p - FUNDAMENTOS 3

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O SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO
· O sistema capitalista surgiu na Europa, no século XI ao XV, com a passagem do centro da economia social e política dos feudos para a cidade e com a consolidação do capitalismo. A relação contraditória entre as demandas do capital e as necessidades dos trabalhadores se manifestou em lutas das classes trabalhadoras, reivindicações e garantia de direitos. Direitos estes que vão se ampliando conforme a sociedade adquire força e legitimidade para estas conquistas.
Neste contexto histórico, surge o Serviço Social profissional e a primeira escola de Serviço Social, fundada em 1898, na cidade de New York, denominada NEW YORK SCHOOL OF PHILANTHROPY, sob a influência de MARY RICHMOND. O Assistente Social surge com a proposta de amenizar as condições que favorecem a desigualdade humana. A perspectiva do direito enquanto exercício de cidadania pode ser vislumbrado no pós Guerra, no combate ao autoritarismo e nas grandes convenções internacionais que anunciaram ideais comuns a serem atingidas como: a liberdade e a dignidade humana, como vemos na Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948).
· SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL – O Serviço Social no Brasil surgiu num período específico da história da sociedade burguesa, com o fortalecimento do capitalismo monopólico, levando à construção de uma nova formatação do espaço público, com definição de papéis e funções para o Estado. A revolução industrial trouxe uma exacerbada transformação na sociedade rural e na sociedade urbana. Surge um novo cenário do mundo do trabalho. A profissão de Serviço Social iniciou a partir do desenvolvimento do capitalismo, no período da Revolução Industrial para suprir a necessidade de um trabalho voltado para a classe trabalhadora.
O surgimento da profissão no Brasil foi à década de 1940, época do Estado Novo de Getulio Vargas e da implementação das leis trabalhistas. O Serviço Social vai despontando neste momento para atender as demandas conjunturais e políticas, com o foco ainda neste período na ajuda às pessoas e buscando inserir o individuo ao meio, com procedimentos assistencialistas e filantrópicos, com embasamento da doutrina social da Igreja Católica, proveniente do agravamento das contrariedades capitalistas em sua fase monopolista, que buscou legitimação de agentes dominantes e do Estado.
· SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL (1940-1960)
· Nos anos 1940, o Serviço Social brasileiro, que até então possuía formação europeia, também começa a sofrer influências dos Estados Unidos. Além da incorporação de conteúdo técnico e metodológico, a influência americana se dá através de idéias FUNCIONALISTAS.
· Os Assistentes Sociais eram vistos como “AGENTES DO BEM COMUM”, atuando na correção de desajustamentos sociais, buscando a integração às mudanças sociais na lógica de produção.
· Os Assistentes Sociais eram considerados facilitadores do controle social e do ajustamento dos indivíduos, com práticas ASSISTENCIAIS.
· SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL (1960-1970)
· A consolidação do Serviço Social nas referências teóricas americanas fundamentadas no funcionalismo e no pragmatismo começam a ser discutidas.
· Esforço para a reconceituação do Serviço Social com identidade latino- americana da profissão. Que o Seviço Social brasileiro pudesse se tornar uma profissão com características brasileiras.
· O referencial teórico-metodológico até então era o funcionalismo, a fenomenologia e a dialética. Se desconsiderava a dicotomia entre capital e trabalho, entre a burguesia e o proletariado, o Serviço Social mantinha-se no assistencialismo e não tinha uma visão crítica. Nesse período, com a intenção de ruptura, recorre-se à tradição marxista, principalmente nas categorias da TOTALIDADE e da TRANSFORMAÇÃO. Passou a se entender a população enquanto uma totalidade, o coletivo e buscar a transformação da realidade social. CIDADANIA, DEMOCRACIA, EQUIDADE e LIBERDADE passam a ser compromissos e desafios constantes no código de ética profissional do A.S.
· A concepção marxista das classes sociais considera a relação que os indivíduos estabelecem com a propriedade dos meios de produção, diante da divisão das classes sociais e resultam do conjunto de determinações sociais, econômicas, políticas e culturais de um processo histórico.
· CONGRESSO DA VIRADA 1979
· O Movimento de Reconceituação apresentou críticas e questionamentos as diferentes realidades sociais, e as propostas de atuação tradicionais. A categoria profissional se mobilizou para novas concepções e redefinições da prática profissional bem em meio a Ditadura Militar no Brasil.
· A renovação crítica da profissão foi inicialmente capitaneada pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDO NO SERVIÇO SOCIAL (ABESS) e amadurecida pelos demais órgãos de representação da profissão, destacando o III CONGRESSO BRASILEIRO DE ASSISTENTES SOCIAIS (CBAS) conhecido como o CONGRESSO DA VIRADA, ocorrido em São Paulo, em 1979. O congresso buscou a renovação crítica da profissão.
· O CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS) se reestrutura nesse momento e se apresenta de modo crítico no novo contexto social. Na esfera crítica, o desafio se efetiva através de uma prática investigativa e interventiva, que primeiro faz uma análise, busca uma compreensão do contexto histórico, para depois intervir na realidade.
· Neste cenário surgem as contradições internas na profissão, caracterizadas pelas expressões de assistentes sociais “funcionalistas” e os “marxistas-dialéticos”, iniciando a preocupação dos supostos do pluralismo com hegemonia do trabalho. Muitos Assistentes Sociais como: Luíza Erundina, José Paulo Neto, Iamamoto, Maria Lúcia Martinele e outros, já faziam ao longo de uma década reflexões críticas com a mudança daquele conceito funcionalista. Mas haviam outros profissionais que defendiam o ideário conservador. Então no processo houve muito conflito. O congresso de 79 foi importante mas a luta pela reconceituação começou antes e prosseguiu por anos depois dele.
· Há uma história de mobilização e de lutas que antecederam o III CBAS. Havia uma busca por novas alternativas teóricas e metodológicas para entender a profissão. A Professora Leila Lima (1972-75) escreveu o livro: TEXTOS DE SERVIÇO SOCIAL e buscou novas alternativas teóricas e metodológicas para atender a profissão. Elaborou o Método B.H, ou seja, método de Belo Horizonte que é o método de desenvolvimento de comunidade.
· Negação do Conservadorismo. A realidade brasileira demandava por novos rumos.
· Reconhecimento das lutas da classe trabalhadora e dos movimentos sociais, também de um novo significado social para o Serviço Social.
· Destituição da mesa oficial, composta por membros do regime militar e substituição por representantes das classes trabalhadoras. Estamos falando do período da redemocratização, uma demanda popular pela democracia e pra isso acontecer os membros do regime popular tinham que ser substituídos. 
· Lutas enquanto trabalhadores. Os Assistentes Sociais também são trabalhadores, eles também fazem parte do cenário de conflito entre capital e trabalho. O Assistente trabalha e também é explorado pelo capital. Então começou a se discutir isso na categoria: Como o Assistente Social vai trabalhar para o capital, contra a lógica do capital?
· PROPOSTAS PARA O SERVIÇO SOCIAL 1979
· Institui-se, de modo mais sistemático, o debate acadêmico do Serviço Social, marcando um processo de ruptura com o conservadorismo presente na constituição da profissão;
· Orientação marxista como direção hegemônica para o projeto ético-político profissional, colocando como valor central os princípios de democracia, liberdade, justiça social e dignidade humana, definidos e explicitados no Código de Ética de 1993, marco significativo para a profissão nos anos 90.
· SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL (1980)
· REDEMOCRATIZAÇÃO. Em 1983 aconteceu o movimento DIRETAS JÁ, foi um movimento político e ideológico que movimentou vários setores da sociedade, com a ocupação de ruas contra o regime militar. Com a eleição de Tancredo Nevese José Sarney, foi a expressão de maior oposição burguesa composta por liberais, unidos com a representação civil. Em 1985, Sarney apareceu em uma conjuntura política de ascensão ideológica das reivindicações por democracia, começavam a surgir benefícios que os trabalhadores podiam receber por meio das políticas de direitos sociais, promovidas pelo Estado e decorrentes da dilatação da cidadania. O Estado estabelecer, por meio de leis, a garantia dos padrões mínimos de bem-estar social, o mínimo de bem-estar passou a fazer parte da noção mais ampla de cidadania, procurando diminuir a desigualdade.
· Movimento de vanguarda profissional com: Vicente de Paula Faleiros, Aldazia Sposati, Maria Carmelita Yazbek, Nobuko Kameyama, José Paulo Netto, Marilda Iamamoto, Maria Ozanira Silva e Silva e outros, com discussões e publicações para subsidiar o debate e as proposições no âmbito da profissão na perspectiva crítica, com abordagens diversas.
· A aproximação de natureza crítica do Serviço Social com as Ciências Sociais se faz presente, com as contribuições no âmbito das Ciências Sociais e da Ciência Política, de Myrian Limoeiro, Carlos Nelson Coutinho, Celso Frederico, Florestan Fernandes, Octavio Ianni, Evaldo Amaro Vieira e outros.
· IAMAMOTO em 1982, a publicação do livro “RELAÇÕES SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL”, de Iamamoto e Carvalho, apresenta uma interpretação histórico-metodológica, sistematiza e fundamenta as novas bases teóricas sobre a profissão na divisão socio-técnica do trabalho, frente à economia política e ao projeto emancipatório do campo democrático. Iamamoto destacou que o serviço Social deve atuar na transversalidade das múltiplas expressões da questão social, na defesa dos direitos sociais e humanos e nas políticas públicas.
· A categoria dos Assistentes Sociais foi sendo questionada por diferentes segmentos da sociedade civil, no contexto do crescimento dos movimentos sociais e das lutas em torno da elaboração e aprovação da Carta Constitucional de 1988 e pela defesa do Estado de Direito. Mesmo assim a profissão avançou com maturidade sendo protagonista na construção desses momentos históricos e em sua participação efetiva em gerir políticas sociais e viabilizar a construção dos direitos sociais das classes subalternizadas da sociedade.
· Reconhecimento da “Questão Social” e possibilidade de intervenção via Política Social;
· A categoria dos Assistentes Sociais foi sendo questionada por diferentes segmentos da sociedade civil, no contexto do crescimento dos movimentos sociais e das lutas em torno da elaboração e aprovação da Carta Constitucional de 1988 e pela defesa do Estado de Direito. Mesmo assim a profissão avançou com maturidade sendo protagonista na construção desses momentos históricos e em sua participação efetiva em gerir políticas sociais e viabilizar a construção dos direitos sociais das classes subalternizadas da sociedade.
· O ideário marxista começa a fazer parte da produção teórica do Serviço Social. O marxismo permitiu a ‘apreensão’ da realidade. Contexto do todo – totalidade. Inserção da profissão nesse contexto.
· Rompimento com a visão endógena da profissão (visão de dentro). Busca visão ampliada, para fora.
· Deixa de existir algumas visões existentes sobre a profissão: “Fatalista-determinista; a-histórica; leva a acomodação, rotina do trabalho, burocratismo e a mediocridade profissional”.
· Também acaba a visão Messiânica (messianismo profissional) – Visão heroica da profissão, que reforça unilateralmente a subjetividade dos sujeitos, sua vontade política sem confrontá-la com as possibilidades e limites da realidade social”.
· PROJETO DE RUPTURA X CONSOLIDAÇÃO DO SIGNIFICADO SOCIAL DA PROFISSÃO
· Assume-se a concepção do Serviço Social como especialização do trabalho coletivo e a inscrição do assistente social no mundo do trabalho como trabalhador assalariado.
· Levando à nova construção do significado social da profissão, à luz da economia política, teve-se a inserção do Serviço Social no mundo da produção, na esfera do Estado e na organização da cultura de forma articulada na perspectiva da concretização da totalidade em busca da transformação.
· Organização da categoria dos assistentes sociais como trabalhadores assalariados a serviço do capital quando está numa empresa ou a serviço do público num órgão municipal, estadual ou federal.
· Simultaneamente ao debate teórico-metodológico surge a organização dos Assistentes Sociais, com referência do CFESS - O CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL / CRESS - O CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL / ABEPSS – ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PEQUISA EM SERVIÇO SOCIAL / ENESSO – EXECUTIVA NACIONAL DE ESTUDANTES DE SERVIÇO SOCIAL, consolidando o que ficou enunciado como um processo de ruptura no III Congresso em SãoPaulo, em1979.
· Surge no contexto capitalista a demandada para atuar sobre as expressões da “Questão Social” que é o objeto de intervenção profissional. A QUESTÃO SOCIAL é expressão das desigualdades sociais constitutivas do capitalismo. Suas diversas manifestações são indissociáveis das relações entre as classes sociais que estruturam esse sistema e nesse sentido a Questão Social se expressa também na resistência e na disputa política.
· CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
· Reconhecimento do Estado dos Direitos Sociais na Constituição Federal/1988 (Carta Cidadã). O Estado é o principal responsável pela assistência social a ser coordenada pela esfera federal e executada pelos Estados e Municípios.
· Lutas dos movimentos sociais, com participação ativa da categoria dos/as assistentes sociais;
· Consolidação das políticas sociais em leis regulamentares:
a) A Constituição Federal de 1988 prevê em seu artigo 203 e 204 a “Assistência Social a quem dela necessitar, independente de contribuição à seguridade social”.
b) Art. 193, Título VIII, Capítulo II, Seção I – Da Ordem Social: “A Constituição Federal de 1988 aponta que a ordem social brasileira tem como base o primado do trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça social”.
c) Art. 6º - “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados na forma desta Constituição” São direitos do cidadão e objeto de intervenção do Estado via Política Social, na “Questão Social”.
· A Constituição de 88 vem para garantir: DIREITOS SOCIAIS. Condições materiais para o pleno gozo dos direitos, e NECESSIDADES SOCIAIS para quem dele necessitar. Caráter redistributivo.
· O Estado de Direito trouxe um novo rigor à profissão do Serviço social, com a Constituição, em 1988 contemplando as lutas pelos direitos sociais e a garantia da proteção social universal como a responsabilidade do Estado. O exercício profissional do Assistente Social, como em épocas anteriores, ocorreu considerando os valores reais, a igualdade no acesso aos direitos, a participação democrática e a proteção universal, com referencia do Estado nas políticas sociais.
· A Política de Assistência Social foi reconhecida como direito social e Política social a partir da Constituição de 1988, sendo regulamentada através da LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS, em 1993, visando ultrapassar a visão da assistência como ajuda e caridade.
· SERVIÇO SOCIAL NA DÉCADA DE 90
· Contexto da ideologia neoliberal efeitos da Globalização da economia. No Brasil alargou-se o modelo econômico Neoliberal com acentuada valorização do capital financeiro afetando diretamente a população carente, com a carência de políticas sociais efetivas e eficazes.
· Reestruturação produtiva (referência a exploração do capital ao trabalho)
· Pregação anti-social.
· Desregulamentação das funções sociais do Estado, o Estado não se vê mais na garantia de direitos.
· Privatizações das empresas estatais. Muitos recursos públicos foram parar nas mãos dos capitalistas.
· O Neoliberalismo no Brasil trouxe o aprofundamento das desigualdades e agravamento da “Questão Social”: aumento dodesemprego; subemprego; precarização das condições de trabalho; fome...
· QUESTÃO SOCIAL
A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e repressão.
QUESTÃO SOCIAL X NEOLIBERALISMO – [...] manter um Estado forte, sim, em sua capacidade de romper o poder dos sindicatos e no controle do dinheiro, mas parco em todos os gastos sociais e nas intervenções econômicas. A estabilidade monetária deveria ser a meta suprema de qualquer governo. Para isso seria necessária uma disciplina orçamentária, com a contenção dos gastos com bem-estar, e a restauração da taxa “natural” de desemprego, ou seja, a criação de um exército de reserva de trabalho para quebrar os sindicatos. (ANDERSON, 1995).
· DESTAQUES HISTÓRICOS
a) GOVERNO FERNANDO COLLOR (1990-1992)
· Na campanha “CAÇADOR DE MARAJÁS”. Marajás = Servidores públicos. Nesse governo os servidores foram chamados a cumprir as suas obrigações, a cumprir suas responsabilidades.
· Adensamento da ideologia neoliberal. A referência neoliberal com uma proposta de Estado de Bem estar social foi acentuada. Nesse período a assistência se deva de maneira muito pontual e assistencial.
· Grave crise econômica com repercussão internacional.
· Tentativas mal sucedidas de recuperar a economia: Planos Collor I e II com confisco da poupança.
 
· Graves casos de corrupção como o caso PC Farias.
· Movimento “Fora Collor” – Caras pintadas.
· Impeachment do presidente pela 1ª vez no Brasil.
b) GOVERNO ITAMAR FRANCO (1992-1994)
· Aliança momentânea com alguns setores da esquerda. Aproximação com posturas de mudança.
· No Serviço Social: Nova lei de regulamentação da profissão no Brasil – Lei n. 8662/1993.
· Plebiscito para forma de governo: 
· Plano Real. Mudança da moeda nacional.
c) GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - F.H.C. (1995-2003)
· Privatizações de diversas empresas públicas;
· Abertura do mercado às multinacionais estrangeiras;
· “Reforma do Estado” – Ministro Bresser Pereira;
· Adesão ao Consenso de Washington;
· Política neoliberal do Banco Mundial e do FMI;
· Não efetivação dos direitos garantidos na constituição de 88 não foram efetivados. 
· Desemprego;
· Com o adensamento do Neoliberalismo ampliação das expressões da “questão social”;
· Crescimento da desigualdade social;
· Política Social – Assistência Social ‘tocada’ por programas como “Comunidade Solidária”, “Primeiro-Damismo”.
· Estado omisso em efetivar as Políticas Sociais, predomínio do “Terceiro Setor” na condução da política pública num tom de “Solidarismo” e não de direitos do cidadão.
· A efetivação do projeto ético-político do Serviço Social exige que os profissionais, recriem sua identidade, ultrapassem limites institucionais e superem a ideologia do assistencialismo e avancem nas lutas pelos direitos e pela cidadania!
· PRINCIPAIS TESES DO SERVIÇO SOCIAL QUE APONTAM PARTICULARIDADES DA PROFISSÃO
· A tese das Relações Sociais (IAMAMOTO, 1982);
· A tese do Sincretismo da Prática Indiferenciada (NETTO, 1991, 1992, 1996);
· A tese da Identidade Alienada (MARTINELLI, 1989);
· A tese da Correlação de Forças (FALEIROS, 1980, 1981, 1987, 1999a 1999b);
· A tese da Assistência Social (YAZBEK, 1993, 1999);
· A tese da Proteção Social (COSTA, 1995a, 1995b);
· A tese da função pedagógica do assistente social (ABREU, 2002).
· TESE DAS RELAÇÕES SOCIAIS – IAMAMOTO 1982
· A partir da publicação de 1982 - Relações Sociais e Serviço Social.
· Processo de produção e reprodução das relações sociais (Sociedade formada por classes antagônicas).
· Trabalho do conceito de alienação (Marx).
· Esferas da produção e esferas da reprodução.
· Atuação da profissão na esfera da reprodução.
· “Questão Social” como objeto de intervenção do S.S.;
· Requisição dessa profissão (enquanto trabalho especializado) pelo capitalismo;
· Desvendamento da função social exercida profissão.
“Desse embate reside o Significado Social da profissão; Requisitada por uma classe, para uma ação sobre outra (contradição); “A possibilidade de imprimir uma direção social ao exercício – como refrações no seu conteúdo e no modo de operá-lo – decorre da relativa autonomia que dispõe o assistente social, respaldada juridicamente na regulamentação da profissão, na formação universitária especializada e no código de ética.”
· TESE DO SINCRETISMO E DA PRÁTICA INDIFERENCIADA – JOSÉ PAULO NETTO
· Livro – “Capitalismo monopolista e serviço social” e “Ditadura e Serviço Social”. (NETTO, 1991, 92, 96);
· Análise da profissão a partir da década de 1960.
· Discute a natureza socio-profissional “medularmente sincrética” – reunião/fusão de diferentes doutrinas (positivismo; funcionalismo; neotomismo; desenvolvimentismo; fenomenologia).
 
· Ausência de referencial teórico-crítico.
· TESE DA IDENTIDADE ALIENADA – 1989 – MARTINELLI
· Maria Lúcia Martinelli - Livro – “Identidade e Alienação”
· “... é a identidade da profissão em si mesma considerada como elemento definidor de sua participação na divisão social do trabalho e na totalidade do processo social. Portanto, mais do que uma categoria filosófica, dotada de estatuto lógico e ontológico, a identidade profissional está sendo pensada dialeticamente, como uma categoria política e sócio-histórica que se constrói na trama das relações sociais, no espaço social mais amplo da luta de classes e das contradições que a engendram e são por ela engendradas.
· TESE DA CORRELAÇÃO DE FORÇAS – FALEIROS
· Vicente de Paula Faleiros.
· (1980, 1981, 1987, 1999).
· “Trabalho Social, Ideologia e Método”.
· Preocupação com as relações de poder.
· Incorporação da noção de “empowerment” (emponderamento).
· TESE DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – CARMELITA
· Maria Carmelita Yazbek, atuou na gestão de políticas públicas.
· YAZBEK, 1993, 1999;
· Classes subalternas e Assistência Social;
· Análise da política de Assistência Social historicamente e das classes demandatárias desse serviço. Pra quem é?
· Relação da profissão com o campo/política. Análise do papel da Assistência na Política? Política Nacional.
· TESE DA PROTEÇÃO SOCIAL – COSTA
· Suely Gomes Costa – 1995
· A invenção de tradições: a proteção social e os cursos de graduação em Serviço Social. 
· Serviço Social & Sociedade, n. 48.
· TESE DA FUNÇÃO PEDAGÓGICA DO ASSISTENTE SOCIAL – ABREU
· Marina Marciel Abreu – 2002.
· Serviço Social e a organização da cultura: perfis pedagógicos da prática profissional.
“Como as classes sociais só existem em relação, pela mútua mediação entre elas, a atuação do assistente social é necessariamente polarizada pelos interesses de tais classes, tendendo a ser cooptada por aqueles que têm uma posição dominante. Reproduz, também, pela mesma atividade, interesses contrapostos que convivem em tensão. Responde tanto às demandas do capital como às do trabalho e só pode fortalecer um ou outro polo pela mediação de seu oposto. Participa tanto dos mecanismos de dominação e exploração como, ao mesmo tempo e pela mesma atividade de respostas e necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora e de reprodução dos antagonismos desses interesses sociais, reforçando as contradições que constituem o móvel básico da história”. “Faz-se necessário um profissional propositivo, reflexivo, crítico, que aposte no protagonismo dos sujeitos sociais, versado no instrumental técnico-operativo, com competência para ações profissionais em nível de assessorias, de negociações, de planejamentos, de pesquisa e de incentivo à participação dos usuários em gestão e da avaliação de programas sociais de qualidade”. (IAMAMOTO, 1982)
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A CONSTRUÇÃO DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO
· PROJETO ÉTICO-POLÍTICO – Os projetosprofissionais apresentam a auto-imagem de uma profissão, elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam os seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, institucionais e práticos) para o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem as balizas da sua relação com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e instituições sociais, privadas e públicas [...] (NETTO,1999).
· CONSTRUÇÃO DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
A partir do entendimento do “por que fazer” e do “como fazer”, o conhecimento avançou em direção ao “para que fazer”. As proposições provenientes deste processo constituíram as bases de um projeto profissional para os assistentes sociais brasileiros, indo de encontro com a proposta do PROJETO ÉTICO-POLÍTICO PROFISSIONAL. Vislumbrou-se um Projeto Ético-político Profissional a partir da equidade e justiça social, assegurando a universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e às políticas sociais e também à gestão democrática.
 
· Debate sobre o tema a partir de 1990 com base nas produções acadêmicas/teóricas vinculadas ao Serviço Social Crítico;
· Análise sobre a categoria projetos;
· Humanidade age teleologicamente (com objetivos, metas e fins);
· Projeto coletivo = projetos societários;
· No capitalismo esses são projetos de classes;
· Envolvem uma dimensão política.
· COMPROMISSOS DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO - NETTO, 1999
· O reconhecimento da liberdade como valor ético central. Todo ser humano tem direito a liberdade.
· A liberdade como possibilidade de escolher entre alternativas concretas.
· Compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos.
· ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
· A produção de conhecimentos no interior do Serviço Socia precisa ser permanente através de reflexões críticas, debates, mudanças, produção de material teórico e etc.
 
· As instâncias político organizativas da profissão. A profissão é organizada na istância municipal, estadual e federal. Instância para estudo, fiscalização, aprimoramento, enfim são várias as instâncias para organização da profissão.
 
· A dimensão jurídico-política da profissão. Diz respeito a toda referência legal para executarmos a profissão de Serviço Social, as leis que regulamentam a profissão, o código de ética e toda as legislações que oportunizam a prática 
· Avanços ocorreram significativamente com a atualização do Código de Ética em 1986.
 
· PROJETO PROFISSIONAL / ORGANIZAÇÃO DA CATEGORIA
· CRESS – Conselhos Regionais de Serviço Social. Abrangendo o município, o estado e a nação.
· ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Serviço Social;
 
· ENESSO – Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social;
· CFESS – Conselho Federal de Serviço Social.
· PROJETO E PLURALIDADE
· Projeto – Processo; Deve ser dinâmico.
· Responder às demandas/necessidades sociais.
· Abranger as transformações econômicas, sociais, históricas e culturais (análise de conjuntura)
 
· Sujeito coletivo.
· Heterogeneidade.
· Origens, expectativas sociais diversas, condições intelectuais distintas, comportamentos, preferências teóricas, ideológicas e políticas variadas.
· Pluralidade não é ecletismo/liberalismo.
 
· Respeito à hegemonia conquistada.
· Existência do confronto.
 
· Divergências.
· PROJETO E MOVIMENTOS SOCIAIS
· Sintonia da profissão com as demandas dos movimentos sociais;
· Participação desses movimentos no acumulado histórico da profissão;
· Década de 1960 – MEB;
· Ligas Camponesas;
· Década de 1980 – Lutas dos/as meninos e meninas de rua; Saúde; Assistência Social...
· COMPONENTES DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
a) LEI DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE ASSISTENTE SOCIAL – 8.662/1993. Que determina as competências e atribuições privativas do assistente social nos artigos 4 e 5 que dispõem sobre o exercício profissional.
b) CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS ASSISTENTES SOCIAIS – Dispõe sobre o exercício profissional, sobre os princípios fundamentais: Artigos 4 e 5; Liberdade como valor ético central; Defesa intransigente dos Direitos Humanos; Cidadania; Equidade e Justiça Social.
c) DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL – Fundamentada em três núcleos: Núcleo de fundamentos teóricos da vida social; Núcleo de fundamentos da formação sócio-histórica da sociedade brasileira; Núcleo de fundamentos do trabalho profissional.
d) PROJETO ÉTICO-POLÍTICO – Eliminação de todas as formas de preconceito; Respeito à diversidade; Garantia do pluralismo.
· DESAFIOS ATUAIS DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO PROFISSIONAL:
· Enfrentamento do neo-conservadorismo;
· Das tendências pós-modernas;
· Da ideologia neoliberal;
· Defesa de conquistas sociais já alcançadas.
A formação profissional em Serviço Social foi pautada no PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DA PROFISSÃO, composto pela Lei de Regulamentação da profissão, pelo Código de Ética e pelas Diretrizes Curriculares.
· POLÍTICA SOCIAL – Pode ser entendida como uma política de ação, visando o atendimento das demandas da população a partir das decisões coletivas amparadas pela legislação e reguladas pelo Estado. As Políticas Sociais, independentemente do seu contexto sócio histórico e cultural, buscam satisfazer as necessidades sociais da população em conformidade com as dinâmicas dos governantes. Como ação pública, a Política Social deve obedecer a um sistema de passagem unilateral para legitimação do Estado, possibilitando a construção de um cenário de empoderamento e fortalecimento da população para a resolutividade de suas necessidades e dificuldades, gerando um processo de autonomia para a satisfação das necessidades em diferentes aspectos da vida humana.
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MATÉRIA DO LIVRO
· CULTURA – (termo que vem do latim colere, com o significado de cultivar) tem várias definições, sendo a mais corrente formulada por Edward B. Tylor, considerado o pai do conceito moderno de cultura: 
· TYLOR: “cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.
· OLIVEIRA: “a cultura é algo criado no contexto das relações sociais de uma dada sociedade”.
· IANNI: “a cultura é uma dimensão fundamental da hegemonia que pode ser construída por uma classe, composição de forças sociais, bloco de poder, Estado. Toda configuração hegemônica é necessariamente cultural”. Diz ainda que “a cultura revela as diversidades e os antagonismos que se expressam nas práticas dos grupos sociais”
· CHAUI: “uma ação que conduz à plena realização das potencialidades de alguma coisa ou de algúem; é fazer brotar, frutificar, florescer e cobrir de benefícios” Para o autor cultura passou a significar o padrão ou critério que mede o grau de civilização de uma sociedade.
· OLIVEIRA: “ao falar de cultura no campo da política social, considera, por um lado, os traços conservadores e autoritários da formação de se forjar uma cultura de direitos a partir das lutas por políticas sociais universais, enquanto direito do cidadão e dever do Estado”. Diz ainda que: “cultura. por si só, não é suficiente para apreender as questões que envolvem a combinação entre o moderno e o tradicional, o avançado e o atrasado, o autoritário e o democrático na vida brasileira e na execução de políticas sociais; são mais que uma cultura e relacionam-se ao problema da constituição da hegemonia das classes dominantese contra-hegemonia dos dominados”
· GRAMSCI: “a cultura é compreendida em sua vinculação às relações de hegemonia, e encaminha-se para uma apreensão mais aproximada do real a partir de indicações pertinentes às condições concretas do desenvolvimento do Serviço Social na sociedade brasileira”. No contexto dos processos de organização da cultura pelas classes sociais, sustenta-se a tradição marxista, privilegiando o conceito Gramsciano de cultura. Nas sociedades capitalistas, ideias são produtos que devem ser e são comercializados, prontos para serem consumidos pelo público. ... A palavra hegemonia é usada como base pelo filósofo italiano Antonio Gramsci para descrever o processo de dominação pelos mais diversos veículos comunicacionais. HEGEMONIA CULTURAL é um conceito formulado por Antonio Gramsci para descrever o tipo de dominação ideológica de uma classe social sobre outra, particularmente da burguesia sobre o proletariado, o que se manifesta, quando os interesses da alta burguesia são identificados.
· Cultura tem relação com o nascimento do Serviço Social, que vem para atender aos interesses da hegemonia que durante anos atuou na perspectiva tradicionalista e conservadora. Em virtude dessas questões, surge a FUNÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFISSIONAL ASSISTENTE SOCIAL que nos primórdios atendia aos interesses da classe dominante.
· PRINCIPIO EDUCATIVO – A rigor, significa uma adequação do processo ideológico formador de determinado modo de vida, cultura, às necessidades e imperativos de um tipo de racionalização produtiva. Nesse sentido, o principio educativo corresponde a um produto do movimento contraditório entre estrutura/superestrutura, em suas expressões particulares, em um momento histórico. Na formulação gramsciana, consubstancia-se na relação entre a racionalidade da produção e do trabalho e a formação de uma ordem intelectual e moral, sob a hegemonia de uma classe. Gramsci faz uma crítica sobre essa relação com base nas experiências do fordismo e do americanismo, as quais são expressões paradigmáticas da cultura e hegemonia burguesas no capitalismo monopolista. Os termos fordismo e americanismo não correspondem apenas a um método de trabalho, associam-se também a uma “filosofia” capitalista que pressupõe um tipo de organização do Estado e uma concepção ético-política que se ligue às exigências de um estágio particular de desenvolvimento do capitalismo, por meio da seguinte seqüência de vínculos: exigências de programação, estabelecimento de regras comportamentais adequadas às exigências da produção, construção de meios de controle sobre operário fora da fabrica, tendências à individualização de uma ideologia estatal funcional voltada ao sistema “fordiano”.
· HEGEMONIA – Hegemonia “se apresenta como algo que opera não apenas sobre a estrutura econômica e sobre a organização política da sociedade, mas também sobre o modo de pensar, sobre as orientações ideológicas e inclusive sobre o modo de conhecer”
· AMERICANISMO – Fenômeno complexo de modernização e racionalização do aparato produtivo e da vida político-social, constituia a fonte da hegemonia americana na “nova divisão internacional do trabalho”. A proposta americanista traz em si uma exigência objetiva do desenvolvimento das forças produtivas, que recebem forma capitalista, desenvolvendo uma específica fisionomia político-ideológica.
· FORDISMO – O termo foi formulado por Gramsci em meados da década de 20 ao fazer referência ao sistema de produção em massa e de gestão desenvolvido por Henry Ford, que, por sua vez, foi o fundador da companhia Ford Motor, em Detroit. O fordismo corresponde a uma maneira de racionalizar a produção capitalista a partir de inovações técnicas e organizacionais que se comunicam entre si, visando de um lado à produção em massa e, do outro, ao consumo em massa. Ou seja, esse “conjunto de mudanças nos processos de trabalho (semi-automatização, linhas de montagem) é intimamente vinculado às novas formas de consumo social”.
· TAYLORISMO ou ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA – É um modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro norte-americano Frederick Taylor (1856-1915), considerado o pai da administração científica e um dos primeiros sistematizadores da disciplina científica da Administração de empresas. O taylorismo caracteriza-se pela ênfase nas tarefas, objetivando o aumento da eficiência ao nível operacional. É considerado uma vertente da administrativa clássica.
· KEINESIANISMO ou ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL ou ESTADO ESCANDINAVO ou WELFARE STATE – É a teoria econômica consolidada pelo economista inglês John Maynard Keynes em seu livro: “TEORIA GERAL DO EMPREGO, DO JURO E DA MOEDA”, que consiste numa organização político-econômica, oposta às concepções liberais, fundamentada na afirmação do Estado como agente indispensável de controle da economia, com objetivo de conduzir a um sistema de pleno emprego. Tais teorias tiveram uma enorme influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. A teoria de Keynes destinou ao Estado o direito e o dever de oferecer benefícios sociais que garantissem à população um padrão mínimo de vida com base nos fatores:
· Criação do salário-mínimo.
· Criação do seguro-desemprego.
· Redução da jornada de trabalho (passava 12h dia).
· Assistência médica gratuita.
Percebe-se que a proposta de um Estado de Bem-Estar Social em torno desse tema está correlacionada com a luta por um sistema de segurança, isto é, a seguridade social. A experiência do Welfare State concretiza a visão social-democrática de uma sociedade mediante combinação do dinamismo econômico do capitalismo com valores políticos do socialismo.
O Welfare State, pode ser entendido como um reordenamento societário sob o domínio do capital, cuja experiência em países avançados mantém-se por três décadas, iniciando em 1945. Tal período ficou conhecido como “a era dourada, até a metade da década de 70, quando entra em crise, em termos mundiais, a capacidade desse padrão econômico” referindo-se à crise do capitalismo e ao esgotamento dos modelos fordista e keynesiano. A crise do keynesianismo acontece pelas mudanças na intervenção do Estado e pela emergência das propostas NEOLIBERAIS. Em termos políticos concretos, houve um desejo de reduzir o papel do Estado na área do bem-estar social, cortando os gastos e os impostos e transferindo os serviços para o setor privado.
No Brasil, o Welfare State acontece por projeto populista no período getulista mediante implementação de políticas sociais de cunho clientelista e paternalista, próprias de um padrão assistencial e de filantropia.
· PERFIS PEDAGÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL
· PEDAGOGIA DA AJUDA – No contexto histórico do Serviço Social, “ajudar” se correlaciona a “favorecer”, no sentido de favor, pois na trajetória do Serviço Social ajudar tem significado de caridade, paternalismo, assistencialismo em virtude da influência da igreja na ação social da profissão e da necessidade de manter a manutenção do sistema sob a ideologia da ordem e do progresso. Conforme o pronunciamento feito pelas lideranças da Sociedade de Organização da Caridade, as práticas assistenciais tinham a influência de S. Vicente de Paulo, cujo referencial tinha por base práticas da doutrina da igreja, voltado para objetivo da ordem social. Percebemos, assim, que o Serviço Social, em razão destes aspectos históricos, adotava em sua prática, naquele momento, ações reformadoras de caráter, com o intuito de ordem social, de ação social com o objetivo de propiciar o ajustamento social, isto é, a ordem, pois quem estava fora da ordem necessitava ser ajustado ao sistema. Neste sentido, a ação do assistente social naquele momento estava embasada no perfil pedagógico da ajuda. Assim, a função pedagógica do assistente social é centrada na dimensão individual, na perspectiva da reforma moral e reintegração social, influenciada por meio da classe dominante: a igreja. Nesse ponto de vista a questão social é reduzida às manifestações na esfera individual, constitui-se um problema moral.Esta noção justifica uma intervenção via assistência social individualizada de cunho moralizador direcionada para a reforma moral e a reintegração social.
Vale a pena ressaltar que MARY RICHMOND tem relação direta com a SOCIEDADE DE ORGANIZAÇÃO DA CARIDADE DE BALTIMORE. Foi com base em sua tese que a ação social filantrópica e o Serviço Social caminharam em seu processo de institucionalização, tanto no ensino como na profissionalização. É importante ressaltar que a influência de Mary Richmond é relevante nesse processo, pois foi após a organização e a existência dos cursos de Filantropia Aplicada que o Serviço Social iniciou a capacitação e a formação de agentes sociais.
· PEDAGOGIA DA PARTICIPAÇÃO – A pedagogia relacionada à “PARTICIPAÇÃO” tem as experiências advindas do Desenvolvimento de Comunidade (DC) nos anos 1920, quando ocorreram iniciativas que tinham o intuito de frear os movimentos emancipatórios nos domínios coloniais e neutralizar as contradições próprias do capitalismo monopolista, expressas na agludização e aprofundamento das desigualdades sociais, que impõem medidas controladoras e integradoras das forças sociais em confronto. Assim, o Desenvolvimento de Comunidade surge não para superar as desigualdades sociais e suas múltiplas formas de expressões, mas sim, primordialmente, para a manutenção e combinação de tais desigualdades, no sentido de favorecer os interesses da classe dominante.
O ponto de partida da pedagogia da participação é a influência da ideologia desenvolvimentista modernizadora, e, sendo assim, a participação torna-se o redimensionamento na prática do assistente social, contribuindo para a mudança em seu perfil pedagógico a partir de um novo arranjo, isto é, a participação. A proposta do Desenvolvimento de Comunidade com foco na participação tem o objetivo de intervenção na área social com base em uma visão: A PERSPECTIVA MODERNIZADORA que emerge do Encontro de Porto Alegre (1965) será sistematizada nos Seminários de Teorização do Serviço Social, promovidos pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais (CBCISS), através dos documentos de Araxá (1967) e Teresópolis (1970). 
A proposta do Desenvolvimento de Comunidade com foco na participação tem o objetivo de intervenção na área social com base na visão de que os problemas sociais (de integração ou modernização) são passíveis de tratamento no âmbito de cada comunidade, sendo estas entidades como núcleos básicos ou células da sociedade, concepção esta relacionada com o pragmatismo inglês e com a corrente predominante na sociologia americana, o estrutural-funcionalismo é no fundo a concepção liberal neo-capitalista da sociedade e da economia.
· PEDAGOGIA EMANCIPATÓRIA PELAS CLASSES SUBALTERNAS – Perspectiva da CONSTRUÇÃO. Um grupo de profissionais deu início a um processo de discussão da prática dos assistentes sociais para romper com o tecnicismo, tradicionalismo, isto é, o conservadorismo presente na história do assistente social, repercutindo em sua prática. Neste sentido, começa um processo de mudança nas bases teóricas do Serviço Social, por meio de uma proposta de análise marxista, vislumbrando a transformação social. Foi no contexto da crise profissional a partir dos anos 70 situam-se os esforços na perspectiva da construção de uma pedagogia emancipatória no âmbito do Serviço Social. Esses esforços inscrevem-se no bojo do Movimento de Reconceituação. Com relação à proposta de análise, com base em Marx, da profissão do Serviço Social, este novo modelo de embasamento teórico iniciou-se em 1960, articulado à proposta de um novo projeto profissional. Este processo teve seu momento de reclusão em virtude da ditadura; após este período, teve “maior expressividade na segunda metade de 1970”.
Neste sentido, destacam-se algumas conquistas na trajetória da profissão: a LEI DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO, que tem o caráter de normatizar a profissão, na qual podemos conhecer as atribuições e as competências privativas profissionais do assistente social; o CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL, conquistado em 1993, por meio do qual podemos conhecer os direitos e deveres do profissional assistente social. O projeto profissional do assistente social está concomitantemente relacionado às dimensões “ético-políticas”, “teórico-metodológicas” e “técnico-operativas” da formação e também do desenvolvimento da profissão do assistente social. 
Neste sentido, percebemos, na trajetória da proposta de uma pedagogia emancipatória, a articulação de grupos sociais que, de forma coletiva, mobilizaram-se para mudanças, lutando por direitos, para a proposição de um novo projeto social. Esse processo lutou pelo fim da ditadura, da exploração do trabalhador, lutou pela democracia, pela liberdade de expressão. A categoria profissional dos assistentes sociais lutou para mudar seu agir profissional, mas, para tal, eram necessárias mudanças nos aspectos teórico-metodológicos, técnico-operativos e ético-políticos.
a) Quando tratamos da competência TEÓRICO-METODOLÓGICA, entendemos que o profissional deve buscar qualificação para que, de forma genuína, conheça a realidade social, política, econômica e cultural do espaço em que atua ou da comunidade que está inserido. Contudo, para que isso aconteça, é necessário que se empenhe para obter um rigor teórico e metodológico, que possibilite ter um olhar diferenciado para enxergar e apreender a dinâmica da sociedade, para além do que está evidente, mas observando outras ou novas possibilidades de construção do que se apresenta. Ao pensar em opções metodológicas de trabalho com grupos, a dinâmica de grupo é uma técnica interessante.
 b) Quando tratamos da competência TÉCNICO-OPERATIVA estamos relacionando a apropriação do conjunto de habilidades técnicas que colaboram no desenvolvimento das ações profissionais direcionadas aos usuários e a própria instuição que contrata os serviço do assistente social. O conhecimento e a habilidade de realização é que irá colaborar para a sua inserção no mercado de trabalho. No artigo 4º da Lei 8.662 que regulamenta a profissão de assistente social está escrito que “São competências do Assistente Social: elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil” As atribuições do Assistente Social exigem muita habilidade e estudo aprofundado .
	
c) Quando tratamos da competência ÉTICO- POLÍTICA falamos de algo que norteia as demais competências, pois ela está relacionada a nossa perspectia e comprometimento com o projeto ético-político profissional.
· EMPODERAMENTO – Podemos conceituar o termo como o fortalecimento do poder da força do dominado. Essa perspectiva do empoderamento (do empowerment), do fortalecimento do poder da força do dominado, tem tido vasta repercussão na prática profissional e é um dos fatores preponderantes para algumas conquistas, pois está muito próximo à relação de autonomia e da capacidade das pessoas e de grupos decidirem sobre as questões que lhes dizem respeito, através de escolhas e formas de agir. O empoderamento representa o resultado de um processo pelo qual pessoas, organizações e comunidades adquirem voz, visibilidade, influência e capacidade de ação e decisão, o poder de decisão frente às demandas e necessidades, tendo em vista a promoção de direitos de cidadania e melhores condições de vida.
· METAMORFOSE NO SERVIÇO SOCIAL – O desafio do profissional assistente social na sociedade brasileira é de ser o mediador e propositor, aquele que fomenta e instiga a classe subalterna em direção à superação, isto é, em direção a uma mudança. Por isso, utilizase o termo Metamorfose do Serviço Social, pois procura-se a mudança dessa circunstância ou situação de classe social subalterna, explorada e manipulada pelos intelectuais orgânicos da classe dominante, dadas as circunstâncias históricas. O desafio desse processo de metamorfosear está no trabalho de ruptura com as práticas conservadoras que, de forma hegemônica, foram construídashistoricamente na profissão do serviço social. Assim, para romper com tais condições de subalternidade, principalmente desta classe representada pelo proletariado, o profissional do serviço social precisa se capacitar para entender todos os aspectos que a envolvem e utilizar estratégias que possam instigar a análise crítica nesta classe. Dessa forma, considerando a influência dos aspectos políticos inerentes ao sistema capitalista, a metamorfose é a mudança necessária à organização e luta da classe trabalhadora para o enfrentamento das desigualdades sociais. Percebemos assim a forte presença e influência do profissional assistente social nesse processo.

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