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0011954-43.2014.8.19.0068 - APELAÇÃO Des. ANDRE EMILIO RIBEIRO VON MELENTOVYTCH – Julg. 17/05/2016 – 21ª CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. SERVIDOR PÚBLICO. ESCALA DE TRABALHO. ASSÉDIO MORAL. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DO AUTOR. Autor, servidor público do Município de Rio das Ostras, que pretende a fixação de escala de trabalho por plantão, o deferimento de licença para tratamento de interesse particular e indenização por dano moral decorrente de assédio moral. Posterior desistência do pedido de licença. Sentença de improcedência. Apelo do autor. Organização da escala de trabalho que é matéria que se encontra inserida dentro do mérito administrativo. Critério de conveniência e oportunidade. Prestígio ao princípio da separação de poderes. Indeferimento de ato administrativo discricionário que não enseja indenização. Assédio moral advindo de perseguições políticas que não restou comprovado. Segundo entendimento do C. STJ "O assédio moral, mais do que apenas provocações no local de trabalho - sarcasmo, crítica, zombaria e trote -, é uma campanha de terror psicológico, com objetivo de fazer da vítima uma pessoa rejeitada. O indivíduo-alvo é submetido a difamação, abuso verbal, comportamento agressivo e tratamento frio e impessoal". Autor que não logrou êxito em comprovar o fato constitutivo do seu direito, ônus que lhe incumbia. DESPROVIMENTO DO RECURSO. [***] TJ-RJ - 0229392-76.2012.8.19.0001 - APELAÇÃO Des(a). BENEDICTO ULTRA ABICAIR - Julgamento: 08/03/2017 - SEXTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. ORDINÁRIA. ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE PERMISSÃO DE USO. QUIOSQUE. TERCEIRIZAÇÃO DO SERVIÇO. REVOGAÇÃO DO CONTRATO DE PERMISSÃO E CASSAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE ILICITUDE E ABUSO DE PODER. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA QUE JULGOU IMPROCEDENTES OS PEDIDOS. 1. Ação movida por empresa do ramo alimentício que explora quiosque localizado no Aeroporto Santos Dumont, cuja Permissão de Uso foi concedida a duas Cooperativas de táxis, que terceirizaram o serviço. 2. A autora pretende o reconhecimento do seu direito à ocupação do espaço, sendo-lhe garantido o Alvará de Autorização que foi cassado pela Prefeitura. 3. Os termos da permissão foram violados, o que culminou com a rescisão do contrato de Permissão de Uso e cassação do Alvará de Autorização concedido à parte autora, tudo dentro do processo administrativo legal. 4. A Permissão é ato administrativo discricionário e precário podendo ser revogada a qualquer tempo, de acordo com o interesse da Administração. 5. Ausência de ilicitude que afasta o dever de indenizar, até porque a rescisão do contrato e a cassação da Autorização foram precedidos pelo devido processo administrativo legal. 6. DESPROVIMENTO DO RECURSO [***] TJ-RJ - 0010081-76.2012.8.19.0068 - APELAÇÃO Des(a). RENATA MACHADO COTTA - Julgamento: 13/06/2017 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. DESISTÊNCIA. CABIMENTO. PEDIDO REALIZADO AINDA NA FASE POSTULATÓRIA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE DE DEVOLUÇÃO DO BEM NO ESTADO EM QUE SE ENCONTRAVA. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. A controvérsia dos autos cinge-se sobre a possibilidade de desistência unilateral da ação desapropriatória. Como cediço, a desapropriação é ato discricionário da Administração Pública viabilizado pela edição do decreto expropriatório do bem. Nesse sentido, tratando-se de ato administrativo, é de sua natureza a revogabilidade a qualquer tempo, desde que deixe de subsistir os motivos de conveniência e oportunidade para sua edição. Isso porque, o interesse público não é estático, mas volátil, podendo sofrer alterações com o decurso do tempo. Consequentemente, o Poder Público pode desistir da ação de desapropriação a partir da revogação do decreto expropriatório do bem, pois este ato demonstra que a aquisição do imóvel não mais atende ao interesse público. Cessada a razão de utilidade pública na utilização do bem, não pode a Administração ser compelida a desapropriá-lo. A desistência da ação de desapropriação consiste, assim, em direito potestativo do desapropriante. Por outro lado, a desistência da desapropriação não pode configurar abuso de direito, em prejuízo ao proprietário do bem objeto da expropriação. Nesse diapasão, a jurisprudência pacífica do STJ prevê limites ao direito de desistência da ação de desapropriação: (i) o pedido deve ser realizado antes do pagamento integral da quantia indenizatória; e (ii) que não haja substancial alteração do estado do imóvel expropriado, impossibilitando sua devolução no estado anterior. Contudo, caberá ao expropriado comprovar as alterações no bem e a impossibilidade de restituição no estado em que se encontrava, por se tratar de fato impeditivo do direito de desistência do autor (art. 333, II do CPC/73, reproduzido no art. 373, II, do NCPC). Na hipótese em tela, o Município realizou o pedido de desistência na fase postulatória, antes mesmo do despacho citatório e apreciação da imissão provisória na posse do bem. Outrossim, o réu apenas alega a impossibilidade de devolução do bem no estado em que se encontrava. Todavia, não há qualquer prova nesse sentido. Ao contrário, o fato de sequer haver imissão provisória na posse do bem indica que sequer houve alterações no imóvel por parte do expropriante. Desse modo, o réu não se desincumbiu do seu ônus de demonstrar fato impeditivo do pedido de desistência: a impossibilidade de restituição do imóvel no status quo ante. Dessa forma, correta a extinção do feito sem resolução de mérito, ante ao pedido de desistência da ação, ressalvada a possibilidade de eventual pedido indenizatório que a apelante entende ser devido, via ação própria. Recurso desprovido. [***] TJ-RJ - 0085055-28.2011.8.19.0001 - APELAÇÃO Des(a). TERESA DE ANDRADE CASTRO NEVES - Julgamento: 27/07/2016 – 6ª CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA. INDEFERIMENTO. ATO DISCRICIONÁRIO. RAZOABILIDADE. PROPROCIONALIDADE. POSSIBILIDADE DE CONTROLE PELO PODER JUDICIÁRIO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA NA ESFERA ADMINISTRATIVA. REFORMA DA SENTENÇA. 1 - Arguição de nulidade do ato de indeferimento de pedido de promoção por bravura de integrantes da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Não obstante a promoção por bravura dos demais integrantes da operação, o mesmo não ocorreu com os Autores, sob o argumento de que respondiam à época a procedimento administrativo disciplinar; 2 - Destaca-se que a promoção por ato de bravura não diz respeito somente à participação do policial militar no contexto dos fatos, dependendo igualmente da análise discricionária de sua atuação extraordinária, correspondendo a atos não comuns de "coragem" e "audácia", nos moldes dos artigos 7º e 26 do Decreto 7.766/84 -Regulamento de Promoção de Praças da PMERJ. Porém deverá pautar-se em critérios razoáveis, sob pena de configuração de abuso do poder discricionário da Administração; 3 - Poder discricionário, mediante a análise da conveniência e oportunidade dos atos administrativos, não pode salvaguardar abuso da Administração, devendo ser observada a razoabilidade entre o objeto eleito e os motivos apresentados. Por isso, possível o controle do Judiciário sobre a legalidade dos atos discricionários; 4 - Desproporcionalidade do ato administrativo do ato administrativo de indeferimento do pedido de promoção por bravura, fundamentado exclusivamente no fato dos Autores encontrarem-se respondendo a procedimento disciplinar administrativo à época dos fatos - Conselho de Disciplina, nos termos do art. 57 do Decreto nº 7.766/84, com redação atribuída pela Lei nº 2.109/1993; 5 - Em primeiro lugar, o próprio Decreto nº 7.766/84, art.26, §3º, não traz o fato deo policial estar respondendo a processo disciplinar como causa excludente à possibilidade de promoção por ato de bravura; 6 - Princípio constitucional da presunção de inocência, aplicável inclusive na esfera administrativa e não ilidido no presente caso, pois fato isolado de o Apelante ter respondido a procedimento disciplinar não se presta a comprovação de sua inidoneidade para o exercício da função de polícia militar, nem representa empecilho razoável ao reconhecimento do ato de bravura, tampouco retira-lhes o reconhecimento pelo ato de bravura revelado em operação policial, conforme os inúmeros pareces juntados aos autos, pelo que o indeferimento do pedido de promoção é desarrazoado e afronta ao princípio da presunção da inocência, que deve ser observado também na esfera administrativa, a impor a reforma da sentença ora vergastada. Precedentes da Corte Superior e desta e. Corte de Justiça. Provimento ao recurso.
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