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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3 1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ........................................................ 4 2 SOCIEDADE E SEXOLOGIA ............................................................ 7 2.1 A sexualidade no ciclo de vida .................................................... 8 2.2 Sexualidade e comportamento .................................................... 9 3 EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE ........................................... 14 3.1 Combate ao preconceito e à discriminação da diversidade sexual......... ....................................................................................................17 4 DISFUNÇÃO SEXUAL .................................................................... 23 4.1 Diagnóstico ................................................................................ 24 4.2 Mulheres X Disfunção sexual .................................................... 26 4.3 Homens X Disfunção sexual ..................................................... 25 4.4 Tratamento ................................................................................ 28 5 TERAPÊUTICA PSICOSSEXUAL (ACONSELHAMENTO SEXUAL E TERAPÊUTICA COMPORTAMENTAL) .......................................................... 30 5.1 Sexualidade e atitude do profissional de saúde ........................ 12 6 BIBLIOGRAFIA ............................................................................... 33 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS A disfunção sexual pode ocorrer em qualquer fase da vida, ou seja, da atividade sexual, podendo atingir tanto homens quanto mulheres, ela está relacionada a perturbações do desejo, podendo atingir a relação afetando tanto o processo de excitação quanto o orgasmo. Pode-se observar que a disfunção sexual pode atingir os indivíduos comprometendo tanto a sua vida pessoal quanto a saúde emocional além do fato de que pode afetar ainda a qualidade de vida dos envolvidos. Não obstante ela pode se apresentar de forma isolada, ou sequencial, o que pode aumentar a insatisfação sexual, podendo ocorrer em qualquer idade, causando disfunção em apenas um indivíduo, mas dependendo da gravidade poderá atingir seu parceiro, vale destacar ainda que pode ocorrer de forma repentina ou demorada. Ainda assim a disfunção sexual pode ser classificada em: Desejo Sexual: em alguns casos ocorre as desordens do desejo sexual, o qual pode se manifestar pela diminuição da libido, a qual é definida como redução ou ausência do interesse ou desejo pelo sexo, podendo ocorrer até mesmo falta de interesse inclusive por assuntos relacionados com a sexualidade. Excitação Sexual: no caso das mulheres se manifesta por meio da incapacidade de ficar fisicamente excitada ou estimulada durante a atividade sexual, já no caso do homem, pode ocorrer a denominada disfunção erétil, que se trata da dificuldade para estabelecer ou manter a ereção. Perturbações do Orgasmo: Nos homens as pertubações do orgasmo ocorrem quando a ejaculação se torna lenta ou inibida, podendo até mesmo se tornar totalmente ausente. Já nas mulheres 5 elas se apresentam como dificuldade para alcançar o clímax no momento da relação, podendo ocorrer ainda a ausência do clímax sexual ou orgasmo. Dor: no caso das disfunções relacionadas a dor de acordo com alguns estudos, trata-se de um grupo mais heterogêneo que os anteriores, assim podendo encontrar as maiores divergências entre os especialistas. Quanto ao caso de disfunção sexual relacionada a dor existe uma diversidade de casos encontrados nas mulheres como por exemplo a dor que ocorre durante o ato sexual, que é denominada de dispareunia. Existe também o vaginismo assim denominado pois ocorre por meio da contração involuntária dos músculos anteriores da vagina, no início da relação. Já nos homens a dispareunia ocorre também, porém em graus de gravidade diferentes. Outro fato que pode causar grande dor emocional nos homens é a ejaculação precoce, pois se trata de uma disfunção que ocorre muito rapidamente, relativa ao orgasmo masculino, e, interrompe precocemente o ato sexual. Destarte que todas as disfunções citadas anteriormente, podem impossibilitar que a relação sexual tenha um início prazerosa, ou mesmo satisfatória. Ferreira, et al. (2007) realizou um estudo transversal, com 100 mulheres de idades entre 20 e 39 anos, onde buscou-se determinar a frequência das disfunções sexuais femininas bem como a associação com as características tanto biológicas, quanto demográficas e reprodutivas das mulheres, levando ainda em conta o método contraceptivo usado no momento em que foram realizadas as entrevistas. (...) a prevalência de algum tipo de disfunção sexual foi de 36%. A disfunção do orgasmo foi constatada em 18% das entrevistadas e dispareunia em 13% das mulheres no último mês anterior ao estudo. A disfunção do desejo foi relatada por 11% das mulheres, 8% tiveram disfunção da excitação e apenas 1% referiram vaginismo. Observou- 6 se uma associação positiva estatisticamente significativa das disfunções sexuais femininas com a idade da coitarca menor que 20 anos, frequência de apena. (FERREIRA. et al, 2007) Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS a sexualidade é apresentada como um aspecto central do ser humano, ela compreende: sexo, identidades e papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. Além de ser vivenciada e expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos. Da mesma forma, a sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, legais, históricos, religiosos e espirituais (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2006). De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM 5), disfunção sexual é definida como “um grupo heterogêneo de transtornos que, em geral, se caracterizam por uma perturbação clinicamente significativa na capacidade da pessoa em responder sexualmente ou de experimentar prazer sexual” (AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION, 2014, p. 423). (SCHLOSSMACHER, et al, p. 31, 2021) Em relação as mulheres a disfunção sexual podem estar relacionadas a diversos fatores, conforme já citado pode ocorrer, dor durante a relação, dificuldade em ficar excitada, incapacidade de atingir o orgasmo bem como lubrificação insuficiente. Tal desinteresse pode estar relacionado a diversos fatores, podendo estar ligados a: depressão, estresse, doenças crônicas, infecções vaginais inflamações do colo do útero, uso de drogas e álcool, histórico de abuso sexual, insatisfaçãocom o parceiro causada pela ejaculação precoce, disfunção erétil masculina ou até mesmo falta de diálogo entre o casal sobre o que cada um gosta mais na hora do sexo. Conclui-se então que apesar do desinteresse sexual citado, bem como os diversos fatores que podem levar ao desinteresse, é possível que o indivíduo volte a ter uma vida sexual saudável, se livrando da disfunção sexual, porém faz- se necessário uma busca da causa da doença por meio de consultas 7 multidisciplinares que irão possibilitar o tratamento das possíveis causas quer sejam orgânicas, quer sejam psíquicas. 2 SOCIEDADE E SEXOLOGIA Fonte: 2kvs9z2bdnj126e1qq1q78tm.wpengine.netdna-cdn.com A sexualidade está presente na vida das pessoas desde o seu nascimento, uma vez que as constitui e caracteriza como seres humanos, se reconfigurando a cada fase do ciclo de vida. Apesar de fazer parte da vida humana é um tema pouco falado ainda nos dias atuais e talvez por este motivo algumas pessoas possuem disfunções sexuais que foram geradas, desde a infância por meio de tabus impostos pelo ambiente social vivenciado, assim, observa-se por exemplo que é na escola o local onde os mais variados aspectos da diversidade se encontram. O que torna necessário que a escola se torne então um ambiente de discussão de tais tópicos que envolvam a sexualidade, porém a sala de aula, mesmo que se torne um ambiente onde se possa discutir tais assuntos, observa- se ainda resistência por meio da cultura, religião entre outros. Não obstante a escola se torna uma forma de lidar com a presença, a defesa e a proteção de alunos com identidades diferentes das heteronormativas. Além disso, os níveis de educação sexual dos estudantes ao entrar na adolescência mostram-se muito desiguais, conforme mencionado pelo fato da falta de comunicação vivenciada por alguns, onde, sua “cultura” não permite que se quer fale sobre o assunto, causando grandes riscos, como a gravidez 8 precoce, não planejada, e a aquisição de doenças venéreas sexualmente transmissíveis, ou até mesmo uma disfunção sexual. Como se pode observar a sexualidade está ligada ao ciclo de vida e ao desenvolvimento pessoal e social, o que pode causar riscos e também consequências para os indivíduos quando não existe uma educação voltada para a sexualidade. Por esse motivo existe a necessidade e já algumas iniciativas educacionais voltadas as transformações sociais e comportamentais no que tange ao preconceito e à discriminação em relação à diversidade sexual. Falar sobre sexo é muito importante, pois desmistifica algumas teorias, retira dúvidas, ensina a necessidade de fazê-lo de forma consciente e faz com que os indivíduos tenham uma vida sexual saudável. 2.1 A sexualidade no ciclo de vida Todos, homens e mulheres, nascem com seu sexo, o que é biológico. O sexo os define e classifica a partir de características fisiológicas e fenotípicas aparentes no corpo. Porém, a sexualidade é um conceito diferente, que vai sendo desenvolvido ao longo de toda a vida, desde a infância. Portanto, não é algo natural, e sim fruto de uma produção social: “A sexualidade não é apenas uma questão pessoal, mas é social e política [...] a sexualidade é ‘aprendida’, ou melhor, é construída, ao longo de toda a vida, de muitos modos, por todos os sujeitos” (LOURO, 2000, p. 5). Entender o conceito de sexualidade é o primeiro passo para perceber que o mundo estabeleceu padrões e papéis sociais para homens e mulheres devido ao seu sexo, priorizando, nesse caso, as relações heterossexuais como norma. Isso fez com que, ao longo dos últimos séculos, falar sobre sexo ou sexualidade se tornasse um grande tabu, fato que não impediu que a sociedade se esforçasse por regular, controlar, manipular e conter todo e qualquer comportamento sexual desviante do padrão socialmente aceito. Bee e Boyd (2011, p. 279) esclarecem que “Geralmente, sexo é reservado para os aspectos biológicos de masculinidade e feminilidade. Em contraste, gênero se refere aos aspectos psicológicos e sociais de masculinidade e 9 feminilidade”. Foucault (2011), ao analisar a história da sexualidade humana, argumenta que nos colégios do século XVIII: [...] o espaço da sala, a forma das mesas, o arranjo dos pátios do recreio, a distribuição dos dormitórios (com ou sem separação, com ou sem cortina), os regulamentos elaborados para a vigilância do recolhimento e do sono, tudo fala da maneira mais prolixa da sexualidade das crianças. (FOUCAULT, 2011) O autor destaca que já no século XVIII era perceptível que a sexualidade entre as crianças era ativa e se manifestava, devendo ser controlada e vista como um problema público. Esse problema foi reforçado pelas questões religiosas e jurídicas, que classificam e tratam os temas da sexualidade sob a lógica do pecado e da perversão e do lícito e ilícito, noções ainda muito presentes na sociedade contemporânea. Mas o fato é que, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: Orientação Sexual (BRASIL, 1997, p. 291), “[...] as manifestações da sexualidade afloram em todas as faixas etárias. Ignorar, ocultar ou reprimir são respostas habituais dadas por profissionais da escola, baseados na ideia de que a sexualidade é assunto para ser lidado apenas pela família”. Não obstante os fatos mencionados acima causam preocupação, pois conforme citado o sexo ser tratado com um tabu, ou seja, algo que não pode ser falado, experimentado, que é ilícito, ou pecado pode trazer resquícios psicológicos que irão afetar toda a vida sexual do indivíduo, podendo causar até mesmo a disfunção sexual. 2.2 Sexualidade e comportamento A ênfase aqui é o fato de a sexualidade se encontrar manifesta desde a infância, bem como o fato de que o sistema educacional brasileiro deve contribuir com sua parcela de responsabilidade para que exista de fato uma educação sexual das crianças e adolescentes. Tal educação deve promover conhecimentos sobre os cuidados dos alunos consigo mesmos e desenvolver o respeito pela diversidade. A sexualidade dos indivíduos começa desde os primeiros dias de vida, por meio dos contatos com a mãe e das primeiras sensações de prazer (ao mamar, 10 por exemplo). Dessa forma, “[...] assim como a inteligência, a sexualidade será construída a partir das possibilidades individuais e de sua interação com o meio e a cultura” (BRASIL, 1997, p. 296). Você também deve notar que a sexualidade, por se tratar de uma produção social e cultural, está associada ao universo das interações que o indivíduo vivencia durante as etapas de sua vida. Veja: Os adultos reagem, de uma forma ou de outra, aos primeiros movimentos exploratórios que a criança faz na região genital e aos jogos sexuais com outras crianças. As crianças recebem então, desde muito cedo, uma qualificação ou “julgamento” do mundo adulto em que estão imersas, permeado de valores e crenças atribuídos à sua busca de prazer, os quais estarão presentes na sua vida psíquica (BRASIL, 1997, p. 296). No início do século XX, o psicanalista Sigmund Freud desenvolveu uma teoria que afirma que todos os seres humanos possuem uma libido, uma pulsão sexual básica que se manifesta desde a infância. Segundo Bee e Boyd (2011): [...] em um recém-nascido, a boca é a parte mais sensível do corpo, portanto a energia libidinal é focalizada lá. O estágio é chamado de estágio oral. À medida que o desenvolvimento neurológico progride, o bebê tem mais sensação no ânus (daí o estágio anal) e posteriormente nos órgãos genitais (estágio fálico e, eventualmente, o genital). (BEE e BOYD, 2011, p. 36) As teorias de Freud costumam ser estudadas por se referirem às crianças pequenas e romperem com a ideia naturalizada de que elas estariam completamente alheias a qualquer manifestação de ordem sexual. O interessante é que o autor não se utiliza de marcadores de sexo para suasformulações do que viria a ser a libido do homem ou da mulher, especificamente. Paniagua e Palacios (2008), ao referirem-se aos aspectos da sexualidade presentes na rotina das escolas infantis, comentam que deve ser valorizada a convivência entre ambos os sexos na educação infantil. Além disso, devem ser abertas possibilidades que permitam quebrar as normas sexistas construídas para o brincar, por exemplo, pois se constituíram brincadeiras “de menina” ou “de menino” no interior da escola. Em relação às condutas sexistas, porém, os autores advertem que “[...] pode acontecer que os pais e as mães das crianças da classe tenham 11 comportamentos estereotipados e sexistas, e por isso seria igualmente negativo fazer uma crítica direta sobre a conduta e o modo de vida de seus pais” (PANIAGUA; PALACIOS, 2011, p. 90). A intervenção nesses aspectos da sexualidade na educação infantil deve ser sutil e constante, já que são aspectos da constituição da cultura das famílias, ainda existem muitos marcadores sexistas na escola. É o caso da utilização de cores associadas aos meninos e às meninas e da proposição de brincadeiras e brinquedos mais ou menos apropriados de acordo com o sexo biológico. Isso deve ser problematizado, uma vez que produz ações preconceituosas em relação àqueles que não se adequam a tais comportamentos. Um exemplo disso é o das meninas que gostam de jogar futebol e que, além disso, possuem habilidade nesse esporte. Essas meninas podem sofrer preconceitos e bullying de seus colegas, meninos e meninas, quando não existe a intervenção dos professores em relação à questão. Nos playgrounds da educação infantil, normalmente ocorre a divisão dos espaços: os meninos ficam associados com os brinquedos mais movimentados e dinâmicos, enquanto as meninas condicionam-se à casinha e seus acessórios (pias, fogões, geladeira e panelinhas), como se ambos, meninas e meninos, não pudessem vivenciar as mesmas experiências. É na puberdade que as maiores transformações hormonais e físicas ocorrem no corpo e colocam em xeque a sexualidade de meninos e meninas devido às grandes diferenças entre eles. Bee e Boyd (2011) alertam que: [...] a maioria das meninas adquire um tipo físico endomórfico ou um pouco flácido, culturalmente indesejável, como resultado da puberdade. Portanto, meninas de desenvolvimento precoce devem ter mais problemas de ajustamento do que meninas de desenvolvimento médio ou tardio. Similarmente, a puberdade proporciona à maioria dos meninos um tipo físico mesomórfico, ou magro e muscular, culturalmente admirado. (BEE e BOYD, 2011, p. 125) As diferenças na constituição física adquirida na puberdade podem causar desconforto e diminuir a autoestima. Também podem ocasionar estágios de depressão entre os adolescentes, que, em alguns casos, não sabendo lidar com seus hormônios em expansão, manifestam atitudes agressivas, explosivas e mesmo violentas no interior das escolas que frequentam. 12 A educação sexual na escola pode contribuir também para amenizar tais circunstâncias e promover melhor aceitação de si e dos outros colegas de classe nessa fase da vida. A adolescência na contemporaneidade: [...] é a fase de novas descobertas e novas experimentações, podendo ocorrer as explorações da atração e das fantasias sexuais com pessoas do mesmo sexo e do outro sexo. A experimentação dos vínculos tem relação com a rapidez e a intensidade da formação e da separação de pares amorosos entre os adolescentes (BRASIL, 1997, p. 296). A educação sexual deve procurar entender as particularidades de cada fase da vida dos alunos, respeitando sua constituição e a identidade de gênero que tenham assumido para si. Essas ideias, porém, chocam-se com os modelos historicamente construídos e aceitos como normais, vistos anteriormente. 2.3 Sexualidade e atitude do profissional de saúde Fonte: Sexualidade.com.br A sexualidade e tudo o que roda em torno desta têm sido alvos de má informação e intromissão por vários setores sociais. A sexualidade é explorada pelo marketing, pelos Media, pelas religiões ou pelo aparelho estatal de muitas nações como algo associado a violência, ao Poder, a demonstração sexista ou simplesmente ao lado sujo de sermos humanos. A carência de educação sexual escolar, a dificuldade de abordagem por parte dos pais, o fácil acesso a fontes de informação não fidedignas como o caso da Internet e a impreparação dos vários profissionais da saúde, dentre outros 13 fatores, têm contribuído de forma violenta para a incapacidade de olhar para a sexualidade como algo simples, bonito, associado ao ato de viver e de ser-se feliz e, acima de tudo, como parte integrante da definição de saúde como um todo (ORGANIZAÇÃO MUNIDAL DA SAÚDE,2015). Felizmente, ao longo das últimas décadas, a sexualidade tem vindo a ganhar terreno face à ignorância e preconceitos sociais e profissionais. Historicamente, o advento do Sildenafil (Viagra®- Pfizer) em 1998 veio recentemente dar um sério incremento quer à investigação científica básica e médica na área da sexualidade, quer à facilitação da discussão desta temática na sociedade em geral e na comunidade médica em particular. Juntamente com os avanços científicos nesta área, surgiram várias ferramentas úteis na avaliação da disfunção erétil (DE), algumas das quais são ainda utilizadas na prática clínica (p. ex. os questionários de autopreenchimento como o IIEF ou o SHIM). Cada vez mais, os profissionais de saúde estão atentos à temática da sexualidade humana. De tal forma que a valência da Medicina Sexual se tem tornado numa área em franca expansão mundial, abrangendo médicos, psicólogos, fisiatras, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais de saúde. Da mesma forma, a comunidade científica em geral tem beneficiado com este positivo interesse na sexualidade, ao identificar fatores de risco modificáveis para a disfunção sexual, ao permitir que diferentes áreas médicas (como a cardiologia, a oncologia ou a diabetologia, entre outras) possam auxiliar o doente para lá do nicho profissional específico, contribuindo de forma conjunta e simbiótica para o bem-estar da esfera sexual dos doentes. Dentre as várias possíveis iatrogenias sexuais, iremos abordar: As iatrogenias sexuais secundárias à não intervenção/reconhecimento por parte dos clínicos nos fatores de risco pré-existentes para disfunção sexual (relacionadas com relação médico-doente); As iatrogenias sexuais secundárias a causas médicas (terapêutica farmacológica e patologia médica); 14 As iatrogenias sexuais cirúrgicas (decorrentes de complicações do ato cirúrgico/invasivo). Iatrogenia sexual relacionada com a relação médico-doente Todavia ainda persiste alguma resistência por parte dos profissionais de saúde em abordar a temática sexual ou em ponderar que algumas das atitudes de intervenção clínica podem condicionar, por si, o surgimento de disfunções sexuais. 3 EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE O mundo tem vivenciado profundas transformações, muitas delas relacionadas à luta por direitos de grupos minoritários em defesa de suas identidades culturais. Esses movimentos, iniciados na década de 1960, com as primeiras manifestações do movimento negro norte-americano, do movimento feminista, dos hippies, do rock’n’roll, entre outros, produziram uma contracultura que se opôs ao modelo cristalizado de indivíduo padronizado, socialmente aceito ou inserido dentro da norma social vista como adequada. Eles abriram espaço para que pessoas com identidades diversas do modelo imposto pela heteronormatividade tivessem vez e voz. A heteronormatividade, segundo o filósofo Michel Foucault (2011), refere- se justamente à hegemonia do modelo heterossexual como o único aceito e visto como moralmente correto pela sociedade. Tal modelo produziu nacultura uma série de visões distorcidas, preconceituosas, discriminatórias e homofóbicas contra aqueles que se desviam da norma estabelecida. Como exemplo, você pode considerar os homens gays, as mulheres lésbicas, os transexuais, os travestis, etc. O fato é que esse mal-estar ocasionado pela afirmação das identidades culturais diversas, conhecidas também como identidades de gênero, faz com que seja colocada em segundo plano a importância de se trabalhar com a educação para a sexualidade, tema tão importante para o Brasil. 15 Entre outras razões, a educação para a sexualidade é importante para que as crianças e adolescentes aprendam a se cuidar e a se proteger. Para reforçar a importância da educação sexual nas escolas, a título de esclarecimento e orientação dos jovens, basta acompanhar os dados brasileiros produzidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) (2017). Eles apontam que “[...] um em cada cinco bebês que nascem no Brasil é filho de mãe adolescente. Entre estas, de cada cinco, três não trabalham nem estudam; sete em cada dez são afrodescendentes e aproximadamente a metade mora na região Nordeste”. Ou seja, o Brasil tem hoje a sétima maior taxa de gravidez na adolescência da América do Sul. Percebe-se pela pesquisa que a taxa se intensifica junto às comunidades mais pobres, onde normalmente se associa a menores taxas de educação escolar. Fica o questionamento: trabalhar com a educação para a sexualidade poderia ajudar a reverter esse quadro? A gravidez na adolescência tem impactos relevantes na educação, pois mantém um ciclo vicioso de fracasso e evasão escolar, especialmente para as meninas. Uma pesquisa sobre evasão escolar realizada em 2016 pelo Ministério da Educação em parceria com a Organização dos Estados Ibero Americanos (OEI) e a Faculdade Latino-Americana de Ciências (FLACSO) identificou que 18,1% das meninas que pararam de estudar indicaram a gravidez como principal motivo. Entre os meninos, apenas 1,3% interromperam os estudos pela mesma razão (ZINET, 2016). Além de passarem pelo período de gestação, as meninas — especialmente as mais pobres — não têm com quem deixar os filhos nos primeiros anos de vida para dar seguimento aos estudos. Isso se deve à falta de creches tanto nas escolas que poderiam ser frequentadas pelas alunas-mães quanto nas proximidades das escolas. Como você pode perceber a partir das diferentes taxas de gravidez na adolescência entre meninas de 15 a 19 anos de idade, faz-se necessário desenvolver uma educação que se volte para apoiar essas crianças e adolescentes. Elas devem aprender a lidar com as significativas mudanças hormonais e físicas que vivenciam ao entrar na puberdade e na adolescência. Bee e Boyd (2011) comentam que os adolescentes têm apresentado seu amadurecimento sexual mais precocemente, em torno dos 12 a 13 anos de 16 idade, o que pode produzir prejuízos à autoimagem tanto de meninos quanto de meninas pelas transformações percebidas em seus corpos nessa fase de seu desenvolvimento. As autoras, referindo-se a dados de sua pesquisa nos Estados Unidos, acrescentam que: [...] para alguns adolescentes, ser ‘sexualmente ativo’ constitui um único ato de intercurso sexual em algum momento durante os anos do ensino médio. Entretanto, muitos outros têm múltiplos parceiros e frequentemente praticam sexo sem proteção (BEE; BOYD, 2011, p. 126). No Brasil, não é diferente: muitos adolescentes começam sua vida sexual de maneira muito precoce e sem fazer uso de proteção em suas relações sexuais, o que faz com que o risco de contraírem doenças sexualmente transmissíveis seja reforçado. No Brasil, segundo o Boletim Epidemiológico de HIV 2018 (BRASIL, 2018), do Ministério da Saúde, o número de casos de AIDS entre jovens de 15 a 24 anos têm crescido desde 2008. As taxas de detecção de casos de AIDS entre jovens do sexo masculino nessa faixa etária mais do que dobraram em uma década: passaram de três para sete casos por 100 mil habitantes de 15 a 19 anos, e de 15,6 para 36,2 casos por 100 mil habitantes de 20 a 24 anos. Entre mulheres, as taxas têm mostrado uma tendência de queda em quase todas as faixas etárias. Esses dados demonstram que os homens adolescentes se protegem menos nas suas relações sexuais se comparados às mulheres, o que deve ser problematizado para que a situação se reverta. Você deve lembrar-se de que “[...] a educação em sexualidade pode ser entendida como toda e qualquer experiência de socialização vivida pelo indivíduo ao longo de seu ciclo vital que lhe permita posicionar-se na esfera social da sexualidade” (UNESCO, 2014, p. 11). Todos os grupos sociais aos quais as pessoas pertencem desde a mais tenra infância vão educando-as, estabelecendo regras e condutas associadas ao seu comportamento sexual. A escola também é uma das instituições importantes que procuram realizar essa educação. A educação em sexualidade está presente em todos os espaços de socialização — família, escola, igreja, pares, trabalho, mídia —, mas ocorre de forma pulverizada, fragmentada e desassociada de um plano de sociedade inclusiva baseada nos direitos humanos. Portanto, torna-se relevante a atuação do sistema 17 educacional na tarefa de reunir, organizar, sistematizar e ministrar essa dimensão da formação humana (UNESCO, 2014, p. 11). Como você pode perceber, é imprescindível que o sistema educacional atue para que a educação em sexualidade ocorra no Brasil e acompanhe a tendência internacional de luta pelos direitos humanos de todos aqueles que vivem em sociedade, independentemente do gênero ou da orientação sexual com que se identifiquem. Outros dados alarmantes que evidenciam a importância e a necessidade urgente de que sejam trabalhadas as temáticas da educação sexual e do respeito à diversidade dizem respeito às práticas homofóbicas. A homofobia se caracteriza por ações violentas que manifestam rejeição irracional ou ódio em relação aos homossexuais. Tais ações ocorrem de forma arbitrária e procuram qualificar o outro como contrário, inferior ou anormal. Sanches, Contarato e Azevedo (2018) realizaram uma pesquisa por meio do canal Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos. Como você pode perceber nos dados analisados, o alto risco, o custo e os prejuízos da falta de educação sexual e para a diversidade são muito grandes. Tais problemas são especialmente prejudiciais para os adolescentes que iniciam sua vida sexual desinformados, inseguros e despreparados para tomar decisões assertivas em relação à sua própria sexualidade. A violência homofóbica, por sua vez, manifesta a intolerância e o despreparo cultural da sociedade brasileira para lidar com a diversidade e com a promoção dos direitos humanos, tão importantes para a construção de um país melhor. 3.1 Combate ao preconceito e à discriminação da diversidade sexual A escola recebe alunos diferentes nos mais variados aspectos, que se relacionam a questões étnico-raciais, religiosas, de identidade de gênero, entre outras. Tais questões devem ser abordadas na sala de aula e a escola precisa propor uma postura de paz, respeito e esclarecimento acerca da diversidade humana. 18 A postura adequada dos profissionais da educação em relação a esses temas (que podem causar preconceitos, discriminações, bullying e atitudes homofóbicas). O tema sexualidade e comportamento é imprescindível para que se eduque a respeito deles. Você deve entender “[...] que resultados importantes são obtidos sempre que as atividades com a temática da sexualidade forem associadas a alguma disciplina curricular ou por meio de um projeto específico” (UNESCO, 2014, p. 16). Uma iniciativa interessante proposta pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), para ser utilizada nas escolas visando a combater o preconceito e a discriminaçãoda diversidade sexual, se encontra nas Orientações Técnicas de Educação em Sexualidade para o Cenário Brasileiro, escritas em 2014. Tais orientações têm o objetivo de “[...] fomentar o acesso a ferramentas e conteúdos que podem promover a construção de currículos inclusivos e que tratem da realidade de crianças, adolescentes e jovens” (UNESCO, 2014, p. 7). Essa proposta da UNESCO procura abordar todos os possíveis assuntos que envolvem as temáticas da sexualidade e que, caso sejam trabalhados no interior da escola, podem contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa frente às identidades culturais diversas. Além de abrir um ambiente de debate que poderá acabar com muitos tabus, em especial aquele que coloca o assunto como algo ilícito, ou seja, que não deve ser discutido, pensado, se quer admitido com algo natural que todos os indivíduos irão experimentar e que precisa ser pensado, precisa ser prazeroso, precisa ser feito com cuidado em um ambiente seguro para os pares, resultando em uma experiência que não irá causar traumas futuros. O documento preocupa-se em propor, ao mesmo tempo, uma análise das faixas etárias e o ajuste das atividades a serem desenvolvidas nos tópicos de aprendizagem para essas respectivas faixas, conforme esta divisão: Nível I (5 a 8 anos); Nível II (9 a 12 anos); Nível III (12 a 15 anos); e nível IV (15 a 18 anos). 19 Outra iniciativa que merece destaque é a campanha do Ministério da Saúde, lançada em 2004, chamada Brasil sem Homofobia, proposta como um “Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra GLTB (Gays, Lésbicas, Transgêneros e Bissexuais) e de Promoção da Cidadania de Homossexuais” (BRASIL, 2004, p. 7). O programa foi desenvolvido em uma parceria entre o Governo Federal e a sociedade civil organizada, possuindo como princípios: A inclusão da perspectiva da não discriminação por orientação sexual e de promoção dos direitos humanos de gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais, nas políticas públicas e estratégias do Governo Federal, a serem implantadas (parcial ou integralmente) por seus diferentes Ministérios e Secretarias. A produção de conhecimento para subsidiar a elaboração, implantação e avaliação das políticas públicas voltadas para o combate à violência e à discriminação por orientação sexual, garantindo que o Governo Brasileiro inclua o recorte de orientação sexual e o segmento GLTB em pesquisas nacionais a serem realizadas por instâncias governamentais da administração pública direta e indireta. (Continuação) Fonte: Adaptado de Unesco (2014). Conceitos chave Tópicos de aprendizagem Comportamento sexual Sexo, sexualidade e o ciclo de vida sexual Comportamento sexual Saúde sexual e reprodutiva Saúde reprodutiva Entender, reconhecer e reduzir o risco de DSTs, inclusive o HIV Estigma, tratamento, assistência e apoio às pessoas vivendo com HIV e AIDS. Conceitos-chave e tópicos de aprendizagem. A reafirmação de que a defesa, a garantia e a promoção dos direitos humanos incluem o combate a todas as formas de discriminação e de violência e que, portanto, o combate à homofobia e a promoção dos direitos humanos de homossexuais é um compromisso do Estado e de toda a sociedade brasileira (BRASIL, 2004, p. 12). A intenção do programa Brasil sem Homofobia foi propor políticas públicas de forma interministerial, procurando a promoção dos direitos humanos e o combate à homofobia. Cabe aos profissionais da educação conhecer os termos comumente utilizados para nomear os indivíduos de acordo com sua identidade ou orientação sexual. 20 Termos frequentemente utilizados na educação sexual Sexo A palavra “sexo” é usada em dois sentidos diferentes: um refere-se ao gênero e define como a pessoa é, ao ser considerada do sexo masculino ou feminino; e o outro se refere à parte física da relação sexual. Sexualidade A sexualidade transcende os limites do ato sexual e inclui sentimentos, fantasias, desejos, sensações e interpretações. Identidade sexual A identidade sexual é o conjunto de características sexuais que diferenciam cada pessoa das demais e que se expressam pelas preferências sexuais, sentimentos ou atitudes em relação ao sexo. A identidade sexual é o sentimento de masculinidade ou feminilidade que acompanha a pessoa ao longo da vida. Nem sempre está de acordo com o sexo biológico ou com a genitália da pessoa. Orientação sexual A orientação sexual é a atração afetiva e/ou sexual que uma pessoa sente pela outra. A orientação sexual existe num continuum que varia desde a homossexualidade exclusiva até a heterossexualidade exclusiva, passando pelas diversas formas de bissexualidade. Embora as pessoas tenham a possibilidade de escolher se vão demonstrar ou não os seus 21 sentimentos, os psicólogos não consideram que a orientação sexual seja uma opção consciente que possa ser modificada por um ato da vontade. Homossexualidade A homossexualidade é a atração afetiva e sexual por uma pessoa do mesmo sexo. Da mesma forma que a heterossexualidade (atração por uma pessoa do sexo oposto) não tem explicação, a homossexualidade também não tem. Ela depende da orientação sexual de cada pessoa. Por esse motivo, a Classificação Internacional de Doenças (CID) não inclui a homossexualidade como doença desde 1993. Fonte: Adaptado de Brasil (2004) Uma organização que trabalha desde 2008 promovendo as temáticas da educação sexual no Brasil e em vários outros países, sendo inclusive premiada nessa atividade, é o Instituto Cores (Centro de Orientação em Educação e Saúde). Essa organização socioeducativa sem fins lucrativos tem como objetivos principais: [...] promover a Educação Sexual em diferentes setores sociais contribuindo para a formação de professores, educadores e agentes educacionais em uma perspectiva emancipatória, pautada em informações agregadas a valores éticos tais como o respeito à diversidade, a solidariedade, a responsabilidade e a defesa dos direitos das crianças e adolescentes (INSTITUTO CORES, 2018). No portal do Instituto Cores estão disponibilizados cursos para a formação de professores, educadores, psicólogos, assistentes sociais, profissionais de saúde entre outros, nas seguintes temáticas: 1 – Metodologias de Educação Sexual em sala de aula 2 – Pipo e Fifi — conversando com a criança sobre violência sexual 22 3 – Sexualidade Humana e Educação Sexual para profissionais de educação e saúde 4 – Educação Sexual no âmbito familiar 5 – Metodologias, currículo e programas de Educação Sexual 6 – Oficinas de Educação Sexual — jogos e planos de aula 7 – Confecção de materiais de comunicação em Educação Sexual (INSTITUTO CORES, 2018) O livro infantil chamado Pipo e Fifi: Prevenção de violência sexual na infância, escrito por Carolina Arcari (pedagoga e especialista em educação sexual, diretora-fundadora do Instituto Cores) e ilustrado por Isabela Santos, recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. A obra se destaca pela sua criatividade em ensinar conceitos básicos sobre o corpo, os sentimentos, a convivência e as trocas afetivas para crianças acima de 3 anos. De forma simples, o livro ensina a diferenciar toques de amor de toques abusivos, apontando caminhos para o diálogo e para a proteção das crianças. Como você pode perceber, existem várias iniciativas no Brasil para que a educação sexual seja sistematizada e faça parte da escola. Porém, persistem muitos entraves para que ela se efetive plenamente, devido ao grande número de pessoas que ainda aderem aos conceitos cristalizados e normalizados que se referem ao gênero e à sexualidade. Como mencionado, a disfunção sexual é um problema de saúde que podeocorrer em qualquer fase da vida adulta, impedindo uma resposta sexual satisfatória, afetando assim a qualidade de vida dessa pessoa. Embora o ciclo de resposta sexual esteja associado à excitação e ao orgasmo, é importante saber que nem todos experimentam essas fases na mesma ordem. Conquanto seja muito comum ter um tabu sobre disfunção sexual que torna difícil para as pessoas se sentirem à vontade para falar sobre isso, existem tratamentos para aliviar o problema, mas é necessário consultar especialistas. 23 A disfunção sexual geralmente é classificada em quatro categorias: Transtornos do desejo: Falta de desejo sexual ou interesse por sexo. Transtornos da excitação: Incapacidade de ficar fisicamente excitado ou estimulado durante a atividade sexual. Transtornos do orgasmo: Atraso ou ausência de orgasmo (clímax). Distúrbios de dor: Dor durante a relação sexual. 4 DISFUNÇÃO SEXUAL Conforme mencionado anteriormente a disfunção sexual pode afetar indivíduos de todas as idades, e que na maioria das vezes, o problema está relacionado a um declínio na saúde associado ao envelhecimento. Conforme se pode observar no quadro a seguir: Nos homens, os sinais incluem: Nas mulheres, os sintomas podem ser: Incapacidade de atingir ou manter uma ereção (pênis duro) adequada para relações sexuais (disfunção erétil). Incapacidade de atingir o orgasmo. Ejaculação ausente ou retardada apesar da estimulação sexual suficiente (ejaculação retardada). Lubrificação vaginal inadequada antes e durante a relação sexual. Incapacidade de controlar o momento da ejaculação (ejaculação precoce ou prematura). Incapacidade de relaxar os músculos vaginais o suficiente para permitir a relação sexual. Em homens e mulheres, a falta de libido, a incapacidade de ficar excitado e a dor são sinais comuns de disfunção sexual. 24 Pode ser observado que a disfunção sexual pode ocorrer tanto por causas físicas, hormonais ou mesmo por causas psicológicas conforme se vê no quadro a seguir: Causas físicas Diversas condições físicas e/ou médicas podem causar problemas na função sexual. Essas condições incluem diabetes, doenças do coração, distúrbios neurológicos, desequilíbrios hormonais, doenças crônicas – como insuficiência renal ou hepática –, alcoolismo e abuso de drogas. Além disso, os efeitos colaterais de alguns medicamentos, incluindo antidepressivos e anticoncepcionais, podem afetar a função sexual. Causas psicológicas Estresse e ansiedade relacionados ao trabalho, preocupação com o desempenho sexual, problemas conjugais ou de relacionamento, depressão, sentimentos de culpa, preocupações com a imagem corporal e os efeitos de um trauma sexual anterior podem ser causas de disfunção sexual. 4.1 Diagnóstico Fonte: Repositorio.hff.min.saude.pt https://www.ecycle.com.br/diabetes/ https://www.ecycle.com.br/doencas-do-coracao/ https://www.ecycle.com.br/alcoolismo/ https://www.ecycle.com.br/anticoncepcional/ https://www.ecycle.com.br/estresse/ https://www.ecycle.com.br/depressao/ https://www.ecycle.com.br/depressao/ 25 Na maioria das vezes, os indivíduos começam a perceber que algo está errado em seu momento de prazer, ou seja, algo está interferindo no bem-estar deles ou do parceiro. Portanto, é necessário consultar um médico, onde o especialista prescreverá um histórico completo dos sintomas, bem como um exame físico completo. Testes de diagnóstico podem ser feitos para desconsiderar problemas de saúde que possam estar colaborando para a disfunção. Os exames laboratoriais geralmente realizam um papel muito restrito no diagnóstico da disfunção sexual. 4.2 Homens X Disfunção sexual No caso dos homens a disfunção sexual pode ocorrer por meio da temida disfunção erétil, ou impotência, que é a incapacidade de obter e manter uma ereção firme o suficiente para o que ocorra a relação sexual. Dificuldade em alcançar ou manter uma ereção pode ser uma hipótese de que o indivíduo se encontra com a saúde debilitada, o que exige atenção em alguns casos tratamento, ou seja, cuidado para que se encontre a fonte do problema. Entretanto, segundo alguns autores ter problemas de ereção de vez em quando, não é uma causa para que haja preocupação, porém, caso se torne algo contínuo, essa repetição de falta de ereção pode se tornar causadora de estresse, afetando a autoconfiança do indivíduo e colaborar para a ocorrência de complicações no relacionamento. A excitação sexual masculina é um processo complexo que envolve o cérebro, hormônios, emoções, nervos, músculos e vasos sanguíneos, diante disso entende-se que a disfunção erétil pode derivar de um problema que esteja ocorrendo em qualquer um dos fatores mencionados anteriormente. Em relação a saúde mental observa-se que dentre os fatores que podem causar a disfunção erétil ou até mesmo a piorar, estão relacionados a algum tipo de estresse sofrido pelo indivíduo, podendo leva-lo a obter uma disfunção erétil. A disfunção erétil pode estar relacionada a diversos fatores conforme já citado, de modo que pode derivar de uma combinação de problemas psicológicos ou físicos. 26 Existem situações que estão relacionadas a uma qualidade física menor que pode retardar que o indivíduo atinja o êxtase sexual podendo ainda ser causa de ansiedade em relação à sustentação de uma ereção, e essa ansiedade pode resultar em uma disfunção erétil ou até mesmo piorá-la. Destarte, a disfunção erétil na maioria das vezes é causada por um fator físico, como se observa no quadro a seguir: As causas comuns incluem: Doença cardíaca. Vasos sanguíneos obstruídos (aterosclerose). Colesterol alto. Pressão alta. Diabetes. Obesidade. Doença de Parkinson. Esclerose múltipla. Certos medicamentos prescritos. Tabagismo. Alcoolismo e outras formas de abuso de substâncias. Distúrbios do sono. Tratamentos para câncer de próstata ou próstata aumentada. Cirurgias ou lesões que afetam a região pélvica ou medula espinhal. Baixa testosterona. Causas psicológicas da disfunção erétil. 4.3 Mulheres X Disfunção sexual Muitas mulheres passam por algum problema relacionado a disfunção sexual ao longo da vida sexual, por esse motivo quando se fala em disfunção sexual feminina observa-se que ela pode ser verificada em qualquer fase da vida https://www.ecycle.com.br/pressao-alta/ https://www.ecycle.com.br/parkinson/ https://www.ecycle.com.br/esclerose-multipla/ https://www.ecycle.com.br/disturbios-do-sono/ https://www.ecycle.com.br/como-prevenir-o-cancer-de-prostata/ 27 da mulher, podendo se verificar apenas em algumas situações sexuais, podendo ocorrer ainda em todas as relações sexuais. O ato sexual depende de uma influência mútua entre: Fisiologia. Crenças. Estilo de vida. Emoções. Experiências. e Relacionamentos. Assim sendo, qualquer problema ocorrido em qualquer dos componentes supracitados poderá afetar a mulher em relação ao desejo sexual, a excitação ou a satisfação, no momento do ato sexual, por esse motivo, o tratamento na maioria das vezes abarca mais de uma abordagem. Em regra, a disfunção sexual nas mulheres se desenvolvem nos períodos em que seus hormônios estão em fluxo acelerado, como por exemplo: após ter um bebê, ou seja, no período de resguardo ou quando ocorre a menopausa. Outros fatores que ainda podem colaborar para a disfunção sexual nas mulheres: Estão relacionados a doenças graves como: Medicamentos: câncer antidepressivos diabetes medicamentos para pressão arterial doenças do coração anti-histamínicos complicações cardiovasculares quimioterápicos insuficiência renal esclerose múltipla problemas de bexiga https://www.ecycle.com.br/cancer/ https://www.ecycle.com.br/esclerose-multipla/ https://www.ecycle.com.br/bexiga-hiperativa/28 Tudo o que se lê no quadro acima pode contribuir para enfraquecer o desejo sexual, bem como a habilidade de atingir ao orgasmo. Existem o revestimento vaginal se torna mais fino e menos elástico, geralmente o fato da mulher não ser sexualmente ativa também contribui, somado ao uso de medicamentos que facilitam a diminuição do desejo sexual. Outro fator se trata dos níveis mais baixos de estrogênio, o que geralmente ocorre após a menopausa e que também pode levar a alterações nos tecidos genitais, pois a diminuição do fluxo sanguíneo para a região pélvica, resulta em menos sensação genital, culminando no fato de que para se atingir a excitação e ao orgasmo, a mulher necessite de mais tempo. Podendo ainda levar a relações sexuais dolorosas, quando os níveis hormonais diminuem a denominada dispareunia. Vale destacar que tais níveis hormonais podem sofrer mutações também após o parto e durante a amamentação, o que pode resultar na secura vaginal além de afetar seu desejo sexual. Para encerrar a saúde mental é um fator demasiadamente importante na saúde sexual no caso da mulher, de forma que a ansiedade ou depressões ignoradas geralmente resultam em disfunção sexual, devendo ser observado ainda se existe algum histórico de abuso ou mesmo estresse de longo prazo. Sempre que houver a necessidade de tratar as complicações emocionais é importante que o indivíduo procure orientação psiquiátrica e psicológica. Fonte: www.drdelroy.com.br 4.4 Tratamento Quanto ao tratamento da disfunção sexual, pode-se observar que a maioria dos tipos de disfunção sexual pode ser tratada tanto com o tratamento https://www.ecycle.com.br/estrogenio/ https://www.ecycle.com.br/menopausa/ 29 de problemas físicos quanto psicológicos subjacentes, e, ainda por meio de outras estratégias de tratamento que irão incluir: Medicação: Quando um medicamento é a causa da disfunção, uma mudança na medicação pode ajudar. Homens e mulheres com deficiência hormonal podem se beneficiar de injeções, pílulas ou cremes hormonais. Auxiliares mecânicos: Auxiliares como dispositivos a vácuo e implantes penianos podem ajudar homens com disfunção erétil (incapacidade de atingir ou manter uma ereção). Um dispositivo a vácuo também é aprovado para uso em mulheres, mas pode não ser tão acessível. Os dilatadores podem ajudar as mulheres que apresentam estreitamento da vagina. Acessórios sexuais, como vibradores, podem ser úteis para ajudar a melhorar o prazer sexual e chegar ao clímax mais facilmente. Terapia sexual: Terapeutas sexuais e psicólogos podem tratar pessoas com problemas sexuais que não podem ser tratados com medicamentos. Os terapeutas também costumam ser bons conselheiros conjugais. Para o casal que deseja começar a desfrutar de seu relacionamento sexual, vale a pena o tempo e esforço para trabalhar com um profissional treinado. Tratamentos comportamentais: Envolvem várias técnicas, incluindo insights sobre comportamentos prejudiciais no relacionamento, ou auto estimulação para tratamento de problemas de excitação e/ou orgasmo. Psicoterapia: A terapia com um psicólogo ou psicanalista pode ajudar o indivíduo a lidar com possíveis traumas sexuais do passado, transtornos de ansiedade, medo, culpa e imagem corporal deficiente. Todos esses fatores podem afetar a função sexual. Educação e diálogo: A educação sobre sexo e comportamentos e respostas sexuais pode ajudá-lo a superar a ansiedade sobre a função sexual. Vale dizer que a comunicação aberta com o parceiro é sempre importante e que falar sobre suas necessidades e preocupações, bem como suas dificuldades, pode ajudar a superar muitos dos impedimentos para uma vida sexual saudável. 30 5 TERAPÊUTICA PSICOSSEXUAL (ACONSELHAMENTO SEXUAL E TERAPÊUTICA COMPORTAMENTAL) Segundo Costa (2010), a disfunção eréctil (DE) constitui atualmente uma doença bastante prevalente com várias causas etiológicas. Várias evidências demonstraram que fatores psicológicos encontram-se envolvidos num número substancial de casos de disfunção eréctil, isoladamente ou em combinação com causas orgânicas. A contrastar com o avanço notável da terapêutica medicamentosa oral, a literatura científica sobre psicoterapia sexual no tratamento da disfunção eréctil é bastante limitada. Assim de acordo com SEMANS J, 1956; MASTERS W ET JOHNSON V, 1970, o tratamento da disfunção eréctil se baseou durante muito tempo, em estratégias terapêuticas de comportamento e aconselhamento sexual. Tais tratamentos foram usados durante várias décadas, porém seus resultados não apresentam uma eficácia terapêutica, ou mesmo seus resultados, a longo prazo são muito contraditórios. STEGGALI M et al (2008) menciona que as pesquisas mais recentes, demonstram que, os resultados da terapêutica farmacológica, na grande maioria dos casos, são nitidamente superiores aos da terapêutica psico-comportamental. (...) na EP adquirida mas, em especial, na EP primária comprovou-se a ineficácia da terapêutica psico-comportamental como forma isolada de tratamento. Por outro lado, os estudos a longo prazo da terapêutica psico-comportamental em monoterapia para a EP mostram uma elevada taxa, entre 60 a 75%, de recorrência da EP. Portanto os resultados terapêuticos das técnicas de tratamento psicossexual aplicadas em monoterapia, salvo casos excepcionais, são muito limitados. (HAWTON, K et al, 1986) Já Althof S et al. (2010) comenta que muitos investigadores na área da EP entendem que a combinação de tratamentos farmacológicos com técnicas de psicoterapia pode gerar melhores resultados bem como respostas mais estáveis que qualquer das terapêuticas aplicadas de forma isolada, por este motivo foi citado anteriormente a necessidade de uma equipe multisciplinar para o tratamento das disfunções sexuais. A estratégia da terapêutica sexual moderna da EP preconiza uma abordagem multimodal associando as técnicas de terapêutica sexual 31 (técnicas comportamentais: stop-start e compressão da glande) e técnicas de psicoterapia focadas no controlo cognitivo da ejaculação. Como a maior parte dos homens com EP se apercebem do seu nível de ansiedade e as causas dessa ansiedade são muitas vezes superficiais estes procedimentos têm um certo sucesso a curto prazo mas a longo prazo os resultados são pouco satisfatórios (MCCARTHY B,1988; De AMICIS L et al 1985; HAWTON K et al 1986). Alguns autores ainda mencionam o procedimento no tratamento comportamental da EP denominada técnica de “pára-arranca” /stop-start / pausa do coito bem como a compressão da glande que estão fundamentadas no conceito de que o homem não prestaria atenção suficiente aos níveis de tensão sexual pré orgástico. Desse modo as técnicas que serão operacionalizadas pelo casal que é aconselhado a parar a estimulação do pénis no “ponto de inevitabilidade”, ou seja, no período imediatamente antes da ejaculação onde a suspensão da estimulação permite adiar o orgasmo. Devendo estes procedimentos, serem realizados por estimulação manual do pénis numa fase inicial, repetidos 4 vezes, em cada sessão, até que se permitida a ejaculação. Não obstante essa técnica deve ser repetida pelo menos 3 vezes por semana, de forma que quando o homem perceber que possui um melhor controle do tempo de ejaculação irá aplicar a técnica com coito vaginal, buscando controlar a frequência bem como a intensidade dos movimentos gerindo a estimulação sem atingir o ponto de não retorno. Tal técnica tem como objetivo permitir que o indivíduo treine reconhecer as sensações premonitórias, ou seja, as sensações que precedem imediatamente a ejaculação, o que irá permitir que ele possua um melhor controlo da EP. Ainda se pode acrescentar a esta técnica um outro procedimento o qual consiste em comprimir fortemente a glande entre o polegar o que será aplicado na região do freio, ainda os dedos indicadore médio devem ser aplicados na região dorsal da glande e sulco coronal, por alguns momentos, antes de atingir o ponto de não retorno, e só depois continuar com a atividade sexual. Em alguns casos esta técnica tem efeitos contraproducentes acelerando o orgasmo. A colaboração da companheira é fundamental e torna-se indispensável o desenvolvimento de uma comunicação cúmplice entre o casal. Os estudos de avaliação dos resultados destas técnicas são pouco fiáveis e não obedecem aos critérios de evidência modernos. Os resultados 32 satisfatórios, a curto prazo, podem ser elevados de 60% a quase 100% (Masters, W et Johnson, V 1970; Clarke, M. et al 1973) mas os resultados a longo prazo são muito insatisfatórios (DE AMICIS, L. et al 1985). Ressalta-se a importância de que o tratamento seja acompanhado de uma equipe profissional que irá orientar o casal a melhor técnica. 33 6 BIBLIOGRAFIA ABDO, Carmita Helena Najjar; FLEURY, Heloisa Junqueira. Aspectos diagnósticos e terapêuticos das disfunções sexuais femininas. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo , v. 33, n. 3, p. 162-167, 2006 . ABUSHARAF R, ed. Female circuncision:multicultural perspectives. Filadélfia, University of Pennsilvania Press Almroth L, Almroth-Berggren V,Hassanein OM, Al Said SS, Hassan SS, Lithell UB (2001). Male complications of female genital mutilation. Social Science and Medicine, 53:1455-1460, 2007. ALMROTH L,Elmusharaf S, El Hadi N,Obeid A,El Sheikh MAA, Elfadil SM). Primary Infertility after genital mutilation in girlhood in Sudan: a case-control study. Lancet, 366:385-391, 2005b. BARROS, Fortunato; FIGUEIREDO, Rute. MANUAL DE MEDICINA SEXUAL Visão Multidisciplinar, 2006. BEHRENDT A, Moritz S. 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