Buscar

TRATAMENTO-DAS-DISFUNÇÕES-SEXUAIS-MASCULINAS-E-FEMININAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3 
1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ........................................................ 4 
2 SOCIEDADE E SEXOLOGIA ............................................................ 7 
2.1 A sexualidade no ciclo de vida .................................................... 8 
2.2 Sexualidade e comportamento .................................................... 9 
3 EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE ........................................... 14 
3.1 Combate ao preconceito e à discriminação da diversidade 
sexual......... ....................................................................................................17 
4 DISFUNÇÃO SEXUAL .................................................................... 23 
4.1 Diagnóstico ................................................................................ 24 
4.2 Mulheres X Disfunção sexual .................................................... 26 
4.3 Homens X Disfunção sexual ..................................................... 25 
4.4 Tratamento ................................................................................ 28 
5 TERAPÊUTICA PSICOSSEXUAL (ACONSELHAMENTO SEXUAL E 
TERAPÊUTICA COMPORTAMENTAL) .......................................................... 30 
5.1 Sexualidade e atitude do profissional de saúde ........................ 12 
6 BIBLIOGRAFIA ............................................................................... 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Prezado aluno! 
 
 
 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o 
tema tratado. 
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos 
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não 
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de 
atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
4 
 
1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 
A disfunção sexual pode ocorrer em qualquer fase da vida, ou seja, da 
atividade sexual, podendo atingir tanto homens quanto mulheres, ela está 
relacionada a perturbações do desejo, podendo atingir a relação afetando tanto 
o processo de excitação quanto o orgasmo. 
Pode-se observar que a disfunção sexual pode atingir os indivíduos 
comprometendo tanto a sua vida pessoal quanto a saúde emocional além do fato 
de que pode afetar ainda a qualidade de vida dos envolvidos. 
Não obstante ela pode se apresentar de forma isolada, ou sequencial, o 
que pode aumentar a insatisfação sexual, podendo ocorrer em qualquer idade, 
causando disfunção em apenas um indivíduo, mas dependendo da gravidade 
poderá atingir seu parceiro, vale destacar ainda que pode ocorrer de forma 
repentina ou demorada. 
Ainda assim a disfunção sexual pode ser classificada em: 
 
 Desejo Sexual: em alguns casos ocorre as desordens do desejo 
sexual, o qual pode se manifestar pela diminuição da libido, a qual 
é definida como redução ou ausência do interesse ou desejo pelo 
sexo, podendo ocorrer até mesmo falta de interesse inclusive por 
assuntos relacionados com a sexualidade. 
 
 Excitação Sexual: no caso das mulheres se manifesta por meio da 
incapacidade de ficar fisicamente excitada ou estimulada durante 
a atividade sexual, já no caso do homem, pode ocorrer a 
denominada disfunção erétil, que se trata da dificuldade para 
estabelecer ou manter a ereção. 
 
 Perturbações do Orgasmo: Nos homens as pertubações do 
orgasmo ocorrem quando a ejaculação se torna lenta ou inibida, 
podendo até mesmo se tornar totalmente ausente. Já nas mulheres 
 
 
5 
 
elas se apresentam como dificuldade para alcançar o clímax no 
momento da relação, podendo ocorrer ainda a ausência do clímax 
sexual ou orgasmo. 
 
 Dor: no caso das disfunções relacionadas a dor de acordo com 
alguns estudos, trata-se de um grupo mais heterogêneo que os 
anteriores, assim podendo encontrar as maiores divergências 
entre os especialistas. 
 
Quanto ao caso de disfunção sexual relacionada a dor existe uma 
diversidade de casos encontrados nas mulheres como por exemplo a dor que 
ocorre durante o ato sexual, que é denominada de dispareunia. 
Existe também o vaginismo assim denominado pois ocorre por meio da 
contração involuntária dos músculos anteriores da vagina, no início da relação. 
Já nos homens a dispareunia ocorre também, porém em graus de 
gravidade diferentes. 
Outro fato que pode causar grande dor emocional nos homens é a 
ejaculação precoce, pois se trata de uma disfunção que ocorre muito 
rapidamente, relativa ao orgasmo masculino, e, interrompe precocemente o ato 
sexual. 
Destarte que todas as disfunções citadas anteriormente, podem 
impossibilitar que a relação sexual tenha um início prazerosa, ou mesmo 
satisfatória. 
Ferreira, et al. (2007) realizou um estudo transversal, com 100 mulheres 
de idades entre 20 e 39 anos, onde buscou-se determinar a frequência das 
disfunções sexuais femininas bem como a associação com as características 
tanto biológicas, quanto demográficas e reprodutivas das mulheres, levando 
ainda em conta o método contraceptivo usado no momento em que foram 
realizadas as entrevistas. 
(...) a prevalência de algum tipo de disfunção sexual foi de 36%. A 
disfunção do orgasmo foi constatada em 18% das entrevistadas e 
dispareunia em 13% das mulheres no último mês anterior ao estudo. A 
disfunção do desejo foi relatada por 11% das mulheres, 8% tiveram 
disfunção da excitação e apenas 1% referiram vaginismo. Observou- 
 
 
6 
 
se uma associação positiva estatisticamente significativa das 
disfunções sexuais femininas com a idade da coitarca menor que 20 
anos, frequência de apena. (FERREIRA. et al, 2007) 
 
Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS a 
sexualidade é apresentada como um aspecto central do ser humano, ela 
compreende: sexo, identidades e papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, 
prazer, intimidade e reprodução. 
Além de ser vivenciada e expressa em pensamentos, fantasias, 
desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis 
e relacionamentos. Da mesma forma, a sexualidade é influenciada pela 
interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, 
políticos, culturais, legais, históricos, religiosos e espirituais 
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2006). 
De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais (DSM 5), disfunção sexual é definida como “um grupo 
heterogêneo de transtornos que, em geral, se caracterizam por uma perturbação 
clinicamente significativa na capacidade da pessoa em responder sexualmente 
ou de experimentar prazer sexual” (AMERICAN PSYCHOLOGICAL 
ASSOCIATION, 2014, p. 423). (SCHLOSSMACHER, et al, p. 31, 2021) 
Em relação as mulheres a disfunção sexual podem estar relacionadas a 
diversos fatores, conforme já citado pode ocorrer, dor durante a relação, 
dificuldade em ficar excitada, incapacidade de atingir o orgasmo bem como 
lubrificação insuficiente. 
Tal desinteresse pode estar relacionado a diversos fatores, podendo estar 
ligados a: depressão, estresse, doenças crônicas, infecções vaginais 
inflamações do colo do útero, uso de drogas e álcool, histórico de abuso sexual, 
insatisfaçãocom o parceiro causada pela ejaculação precoce, disfunção erétil 
masculina ou até mesmo falta de diálogo entre o casal sobre o que cada um 
gosta mais na hora do sexo. 
Conclui-se então que apesar do desinteresse sexual citado, bem como os 
diversos fatores que podem levar ao desinteresse, é possível que o indivíduo 
volte a ter uma vida sexual saudável, se livrando da disfunção sexual, porém faz-
se necessário uma busca da causa da doença por meio de consultas 
 
7 
 
multidisciplinares que irão possibilitar o tratamento das possíveis causas quer 
sejam orgânicas, quer sejam psíquicas. 
2 SOCIEDADE E SEXOLOGIA 
 
Fonte: 2kvs9z2bdnj126e1qq1q78tm.wpengine.netdna-cdn.com 
A sexualidade está presente na vida das pessoas desde o seu 
nascimento, uma vez que as constitui e caracteriza como seres humanos, se 
reconfigurando a cada fase do ciclo de vida. 
Apesar de fazer parte da vida humana é um tema pouco falado ainda nos 
dias atuais e talvez por este motivo algumas pessoas possuem disfunções 
sexuais que foram geradas, desde a infância por meio de tabus impostos pelo 
ambiente social vivenciado, assim, observa-se por exemplo que é na escola o 
local onde os mais variados aspectos da diversidade se encontram. 
O que torna necessário que a escola se torne então um ambiente de 
discussão de tais tópicos que envolvam a sexualidade, porém a sala de aula, 
mesmo que se torne um ambiente onde se possa discutir tais assuntos, observa-
se ainda resistência por meio da cultura, religião entre outros. 
Não obstante a escola se torna uma forma de lidar com a presença, a 
defesa e a proteção de alunos com identidades diferentes das heteronormativas. 
Além disso, os níveis de educação sexual dos estudantes ao entrar na 
adolescência mostram-se muito desiguais, conforme mencionado pelo fato da 
falta de comunicação vivenciada por alguns, onde, sua “cultura” não permite que 
se quer fale sobre o assunto, causando grandes riscos, como a gravidez 
 
8 
 
precoce, não planejada, e a aquisição de doenças venéreas sexualmente 
transmissíveis, ou até mesmo uma disfunção sexual. 
Como se pode observar a sexualidade está ligada ao ciclo de vida e ao 
desenvolvimento pessoal e social, o que pode causar riscos e também 
consequências para os indivíduos quando não existe uma educação voltada 
para a sexualidade. 
Por esse motivo existe a necessidade e já algumas iniciativas 
educacionais voltadas as transformações sociais e comportamentais no que 
tange ao preconceito e à discriminação em relação à diversidade sexual. 
Falar sobre sexo é muito importante, pois desmistifica algumas teorias, 
retira dúvidas, ensina a necessidade de fazê-lo de forma consciente e faz com 
que os indivíduos tenham uma vida sexual saudável. 
2.1 A sexualidade no ciclo de vida 
Todos, homens e mulheres, nascem com seu sexo, o que é biológico. O 
sexo os define e classifica a partir de características fisiológicas e fenotípicas 
aparentes no corpo. Porém, a sexualidade é um conceito diferente, que vai 
sendo desenvolvido ao longo de toda a vida, desde a infância. 
Portanto, não é algo natural, e sim fruto de uma produção social: “A 
sexualidade não é apenas uma questão pessoal, mas é social e política 
[...] a sexualidade é ‘aprendida’, ou melhor, é construída, ao longo de 
toda a vida, de muitos modos, por todos os sujeitos” (LOURO, 2000, p. 
5). 
Entender o conceito de sexualidade é o primeiro passo para perceber que 
o mundo estabeleceu padrões e papéis sociais para homens e mulheres devido 
ao seu sexo, priorizando, nesse caso, as relações heterossexuais como norma. 
Isso fez com que, ao longo dos últimos séculos, falar sobre sexo ou sexualidade 
se tornasse um grande tabu, fato que não impediu que a sociedade se 
esforçasse por regular, controlar, manipular e conter todo e qualquer 
comportamento sexual desviante do padrão socialmente aceito. 
Bee e Boyd (2011, p. 279) esclarecem que “Geralmente, sexo é reservado 
para os aspectos biológicos de masculinidade e feminilidade. Em contraste, 
gênero se refere aos aspectos psicológicos e sociais de masculinidade e 
 
9 
 
feminilidade”. Foucault (2011), ao analisar a história da sexualidade humana, 
argumenta que nos colégios do século XVIII: 
[...] o espaço da sala, a forma das mesas, o arranjo dos pátios do 
recreio, a distribuição dos dormitórios (com ou sem separação, com ou 
sem cortina), os regulamentos elaborados para a vigilância do 
recolhimento e do sono, tudo fala da maneira mais prolixa da 
sexualidade das crianças. (FOUCAULT, 2011) 
O autor destaca que já no século XVIII era perceptível que a sexualidade 
entre as crianças era ativa e se manifestava, devendo ser controlada e vista 
como um problema público. Esse problema foi reforçado pelas questões 
religiosas e jurídicas, que classificam e tratam os temas da sexualidade sob a 
lógica do pecado e da perversão e do lícito e ilícito, noções ainda muito presentes 
na sociedade contemporânea. 
Mas o fato é que, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Orientação Sexual (BRASIL, 1997, p. 291), “[...] as manifestações da 
sexualidade afloram em todas as faixas etárias. Ignorar, ocultar ou reprimir são 
respostas habituais dadas por profissionais da escola, baseados na ideia de que 
a sexualidade é assunto para ser lidado apenas pela família”. 
Não obstante os fatos mencionados acima causam preocupação, pois 
conforme citado o sexo ser tratado com um tabu, ou seja, algo que não pode ser 
falado, experimentado, que é ilícito, ou pecado pode trazer resquícios 
psicológicos que irão afetar toda a vida sexual do indivíduo, podendo causar até 
mesmo a disfunção sexual. 
2.2 Sexualidade e comportamento 
A ênfase aqui é o fato de a sexualidade se encontrar manifesta desde a 
infância, bem como o fato de que o sistema educacional brasileiro deve contribuir 
com sua parcela de responsabilidade para que exista de fato uma educação 
sexual das crianças e adolescentes. Tal educação deve promover 
conhecimentos sobre os cuidados dos alunos consigo mesmos e desenvolver o 
respeito pela diversidade. 
A sexualidade dos indivíduos começa desde os primeiros dias de vida, por 
meio dos contatos com a mãe e das primeiras sensações de prazer (ao mamar, 
 
10 
 
por exemplo). Dessa forma, “[...] assim como a inteligência, a sexualidade será 
construída a partir das possibilidades individuais e de sua interação com o meio 
e a cultura” (BRASIL, 1997, p. 296). 
Você também deve notar que a sexualidade, por se tratar de uma 
produção social e cultural, está associada ao universo das interações que o 
indivíduo vivencia durante as etapas de sua vida. Veja: Os adultos reagem, de 
uma forma ou de outra, aos primeiros movimentos exploratórios que a criança 
faz na região genital e aos jogos sexuais com outras crianças. 
As crianças recebem então, desde muito cedo, uma qualificação ou 
“julgamento” do mundo adulto em que estão imersas, permeado de valores e 
crenças atribuídos à sua busca de prazer, os quais estarão presentes na sua 
vida psíquica (BRASIL, 1997, p. 296). 
No início do século XX, o psicanalista Sigmund Freud desenvolveu uma 
teoria que afirma que todos os seres humanos possuem uma libido, uma pulsão 
sexual básica que se manifesta desde a infância. Segundo Bee e Boyd (2011): 
[...] em um recém-nascido, a boca é a parte mais sensível do corpo, 
portanto a energia libidinal é focalizada lá. O estágio é chamado de 
estágio oral. À medida que o desenvolvimento neurológico progride, o 
bebê tem mais sensação no ânus (daí o estágio anal) e posteriormente 
nos órgãos genitais (estágio fálico e, eventualmente, o genital). (BEE e 
BOYD, 2011, p. 36) 
 
As teorias de Freud costumam ser estudadas por se referirem às crianças 
pequenas e romperem com a ideia naturalizada de que elas estariam 
completamente alheias a qualquer manifestação de ordem sexual. O 
interessante é que o autor não se utiliza de marcadores de sexo para suasformulações do que viria a ser a libido do homem ou da mulher, especificamente. 
Paniagua e Palacios (2008), ao referirem-se aos aspectos da sexualidade 
presentes na rotina das escolas infantis, comentam que deve ser valorizada a 
convivência entre ambos os sexos na educação infantil. 
Além disso, devem ser abertas possibilidades que permitam quebrar as 
normas sexistas construídas para o brincar, por exemplo, pois se constituíram 
brincadeiras “de menina” ou “de menino” no interior da escola. 
Em relação às condutas sexistas, porém, os autores advertem que “[...] 
pode acontecer que os pais e as mães das crianças da classe tenham 
 
11 
 
comportamentos estereotipados e sexistas, e por isso seria igualmente negativo 
fazer uma crítica direta sobre a conduta e o modo de vida de seus pais” 
(PANIAGUA; PALACIOS, 2011, p. 90). 
A intervenção nesses aspectos da sexualidade na educação infantil deve 
ser sutil e constante, já que são aspectos da constituição da cultura das famílias, 
ainda existem muitos marcadores sexistas na escola. É o caso da utilização de 
cores associadas aos meninos e às meninas e da proposição de brincadeiras e 
brinquedos mais ou menos apropriados de acordo com o sexo biológico. 
Isso deve ser problematizado, uma vez que produz ações 
preconceituosas em relação àqueles que não se adequam a tais 
comportamentos. Um exemplo disso é o das meninas que gostam de jogar 
futebol e que, além disso, possuem habilidade nesse esporte. 
Essas meninas podem sofrer preconceitos e bullying de seus colegas, 
meninos e meninas, quando não existe a intervenção dos professores em 
relação à questão. Nos playgrounds da educação infantil, normalmente ocorre a 
divisão dos espaços: os meninos ficam associados com os brinquedos mais 
movimentados e dinâmicos, enquanto as meninas condicionam-se à casinha e 
seus acessórios (pias, fogões, geladeira e panelinhas), como se ambos, meninas 
e meninos, não pudessem vivenciar as mesmas experiências. 
É na puberdade que as maiores transformações hormonais e físicas 
ocorrem no corpo e colocam em xeque a sexualidade de meninos e meninas 
devido às grandes diferenças entre eles. Bee e Boyd (2011) alertam que: 
 
[...] a maioria das meninas adquire um tipo físico endomórfico ou um 
pouco flácido, culturalmente indesejável, como resultado da 
puberdade. Portanto, meninas de desenvolvimento precoce devem ter 
mais problemas de ajustamento do que meninas de desenvolvimento 
médio ou tardio. Similarmente, a puberdade proporciona à maioria dos 
meninos um tipo físico mesomórfico, ou magro e muscular, 
culturalmente admirado. (BEE e BOYD, 2011, p. 125) 
As diferenças na constituição física adquirida na puberdade podem causar 
desconforto e diminuir a autoestima. Também podem ocasionar estágios de 
depressão entre os adolescentes, que, em alguns casos, não sabendo lidar com 
seus hormônios em expansão, manifestam atitudes agressivas, explosivas e 
mesmo violentas no interior das escolas que frequentam. 
 
12 
 
A educação sexual na escola pode contribuir também para amenizar tais 
circunstâncias e promover melhor aceitação de si e dos outros colegas de classe 
nessa fase da vida. A adolescência na contemporaneidade: 
[...] é a fase de novas descobertas e novas experimentações, podendo 
ocorrer as explorações da atração e das fantasias sexuais com 
pessoas do mesmo sexo e do outro sexo. A experimentação dos 
vínculos tem relação com a rapidez e a intensidade da formação e da 
separação de pares amorosos entre os adolescentes (BRASIL, 1997, 
p. 296). 
A educação sexual deve procurar entender as particularidades de cada 
fase da vida dos alunos, respeitando sua constituição e a identidade de gênero 
que tenham assumido para si. Essas ideias, porém, chocam-se com os modelos 
historicamente construídos e aceitos como normais, vistos anteriormente. 
2.3 Sexualidade e atitude do profissional de saúde 
 
Fonte: Sexualidade.com.br 
 
A sexualidade e tudo o que roda em torno desta têm sido alvos de má 
informação e intromissão por vários setores sociais. A sexualidade é explorada 
pelo marketing, pelos Media, pelas religiões ou pelo aparelho estatal de muitas 
nações como algo associado a violência, ao Poder, a demonstração sexista ou 
simplesmente ao lado sujo de sermos humanos. 
A carência de educação sexual escolar, a dificuldade de abordagem por 
parte dos pais, o fácil acesso a fontes de informação não fidedignas como o caso 
da Internet e a impreparação dos vários profissionais da saúde, dentre outros 
 
13 
 
fatores, têm contribuído de forma violenta para a incapacidade de olhar para a 
sexualidade como algo simples, bonito, associado ao ato de viver e de ser-se 
feliz e, acima de tudo, como parte integrante da definição de saúde como um 
todo (ORGANIZAÇÃO MUNIDAL DA SAÚDE,2015). 
Felizmente, ao longo das últimas décadas, a sexualidade tem vindo a 
ganhar terreno face à ignorância e preconceitos sociais e profissionais. 
Historicamente, o advento do Sildenafil (Viagra®- Pfizer) em 1998 veio 
recentemente dar um sério incremento quer à investigação científica básica e 
médica na área da sexualidade, quer à facilitação da discussão desta temática 
na sociedade em geral e na comunidade médica em particular. 
Juntamente com os avanços científicos nesta área, surgiram várias 
ferramentas úteis na avaliação da disfunção erétil (DE), algumas das quais são 
ainda utilizadas na prática clínica (p. ex. os questionários de autopreenchimento 
como o IIEF ou o SHIM). 
Cada vez mais, os profissionais de saúde estão atentos à temática da 
sexualidade humana. De tal forma que a valência da Medicina Sexual se tem 
tornado numa área em franca expansão mundial, abrangendo médicos, 
psicólogos, fisiatras, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais de saúde. 
Da mesma forma, a comunidade científica em geral tem beneficiado com 
este positivo interesse na sexualidade, ao identificar fatores de risco modificáveis 
para a disfunção sexual, ao permitir que diferentes áreas médicas (como a 
cardiologia, a oncologia ou a diabetologia, entre outras) possam auxiliar o doente 
para lá do nicho profissional específico, contribuindo de forma conjunta e 
simbiótica para o bem-estar da esfera sexual dos doentes. 
Dentre as várias possíveis iatrogenias sexuais, iremos abordar: 
 
 As iatrogenias sexuais secundárias à não 
intervenção/reconhecimento por parte dos clínicos nos fatores de 
risco pré-existentes para disfunção sexual (relacionadas com 
relação médico-doente); 
 
 As iatrogenias sexuais secundárias a causas médicas (terapêutica 
farmacológica e patologia médica); 
 
 
14 
 
 As iatrogenias sexuais cirúrgicas (decorrentes de complicações do 
ato cirúrgico/invasivo). 
 
 Iatrogenia sexual relacionada com a relação médico-doente 
 
Todavia ainda persiste alguma resistência por parte dos profissionais de 
saúde em abordar a temática sexual ou em ponderar que algumas das atitudes 
de intervenção clínica podem condicionar, por si, o surgimento de disfunções 
sexuais. 
3 EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE 
O mundo tem vivenciado profundas transformações, muitas delas 
relacionadas à luta por direitos de grupos minoritários em defesa de suas 
identidades culturais. 
Esses movimentos, iniciados na década de 1960, com as primeiras 
manifestações do movimento negro norte-americano, do movimento feminista, 
dos hippies, do rock’n’roll, entre outros, produziram uma contracultura que se 
opôs ao modelo cristalizado de indivíduo padronizado, socialmente aceito ou 
inserido dentro da norma social vista como adequada. 
Eles abriram espaço para que pessoas com identidades diversas do 
modelo imposto pela heteronormatividade tivessem vez e voz. 
A heteronormatividade, segundo o filósofo Michel Foucault (2011), refere-
se justamente à hegemonia do modelo heterossexual como o único aceito e visto 
como moralmente correto pela sociedade. Tal modelo produziu nacultura uma 
série de visões distorcidas, preconceituosas, discriminatórias e homofóbicas 
contra aqueles que se desviam da norma estabelecida. Como exemplo, você 
pode considerar os homens gays, as mulheres lésbicas, os transexuais, os 
travestis, etc. 
O fato é que esse mal-estar ocasionado pela afirmação das identidades 
culturais diversas, conhecidas também como identidades de gênero, faz com 
que seja colocada em segundo plano a importância de se trabalhar com a 
educação para a sexualidade, tema tão importante para o Brasil. 
 
15 
 
Entre outras razões, a educação para a sexualidade é importante para 
que as crianças e adolescentes aprendam a se cuidar e a se proteger. 
Para reforçar a importância da educação sexual nas escolas, a título de 
esclarecimento e orientação dos jovens, basta acompanhar os dados brasileiros 
produzidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) (2017). 
Eles apontam que “[...] um em cada cinco bebês que nascem no Brasil é 
filho de mãe adolescente. Entre estas, de cada cinco, três não trabalham nem 
estudam; sete em cada dez são afrodescendentes e aproximadamente a metade 
mora na região Nordeste”. Ou seja, o Brasil tem hoje a sétima maior taxa de 
gravidez na adolescência da América do Sul. 
Percebe-se pela pesquisa que a taxa se intensifica junto às comunidades 
mais pobres, onde normalmente se associa a menores taxas de educação 
escolar. Fica o questionamento: trabalhar com a educação para a sexualidade 
poderia ajudar a reverter esse quadro? 
A gravidez na adolescência tem impactos relevantes na educação, pois 
mantém um ciclo vicioso de fracasso e evasão escolar, especialmente para as 
meninas. Uma pesquisa sobre evasão escolar realizada em 2016 pelo Ministério 
da Educação em parceria com a Organização dos Estados Ibero Americanos 
(OEI) e a Faculdade Latino-Americana de Ciências (FLACSO) identificou que 
18,1% das meninas que pararam de estudar indicaram a gravidez como principal 
motivo. Entre os meninos, apenas 1,3% interromperam os estudos pela mesma 
razão (ZINET, 2016). 
Além de passarem pelo período de gestação, as meninas — 
especialmente as mais pobres — não têm com quem deixar os filhos nos 
primeiros anos de vida para dar seguimento aos estudos. Isso se deve à falta de 
creches tanto nas escolas que poderiam ser frequentadas pelas alunas-mães 
quanto nas proximidades das escolas. 
Como você pode perceber a partir das diferentes taxas de gravidez na 
adolescência entre meninas de 15 a 19 anos de idade, faz-se necessário 
desenvolver uma educação que se volte para apoiar essas crianças e 
adolescentes. Elas devem aprender a lidar com as significativas mudanças 
hormonais e físicas que vivenciam ao entrar na puberdade e na adolescência. 
Bee e Boyd (2011) comentam que os adolescentes têm apresentado seu 
amadurecimento sexual mais precocemente, em torno dos 12 a 13 anos de 
 
16 
 
idade, o que pode produzir prejuízos à autoimagem tanto de meninos quanto de 
meninas pelas transformações percebidas em seus corpos nessa fase de seu 
desenvolvimento. 
As autoras, referindo-se a dados de sua pesquisa nos Estados Unidos, 
acrescentam que: [...] para alguns adolescentes, ser ‘sexualmente ativo’ constitui 
um único ato de intercurso sexual em algum momento durante os anos do ensino 
médio. Entretanto, muitos outros têm múltiplos parceiros e frequentemente 
praticam sexo sem proteção (BEE; BOYD, 2011, p. 126). No Brasil, não é 
diferente: muitos adolescentes começam sua vida sexual de maneira muito 
precoce e sem fazer uso de proteção em suas relações sexuais, o que faz com 
que o risco de contraírem doenças sexualmente transmissíveis seja reforçado. 
No Brasil, segundo o Boletim Epidemiológico de HIV 2018 (BRASIL, 
2018), do Ministério da Saúde, o número de casos de AIDS entre jovens de 15 
a 24 anos têm crescido desde 2008. 
As taxas de detecção de casos de AIDS entre jovens do sexo masculino 
nessa faixa etária mais do que dobraram em uma década: passaram de três para 
sete casos por 100 mil habitantes de 15 a 19 anos, e de 15,6 para 36,2 casos 
por 100 mil habitantes de 20 a 24 anos. 
Entre mulheres, as taxas têm mostrado uma tendência de queda em 
quase todas as faixas etárias. Esses dados demonstram que os homens 
adolescentes se protegem menos nas suas relações sexuais se comparados às 
mulheres, o que deve ser problematizado para que a situação se reverta. 
Você deve lembrar-se de que “[...] a educação em sexualidade pode ser 
entendida como toda e qualquer experiência de socialização vivida pelo 
indivíduo ao longo de seu ciclo vital que lhe permita posicionar-se na esfera 
social da sexualidade” (UNESCO, 2014, p. 11). 
Todos os grupos sociais aos quais as pessoas pertencem desde a mais 
tenra infância vão educando-as, estabelecendo regras e condutas associadas 
ao seu comportamento sexual. 
A escola também é uma das instituições importantes que procuram 
realizar essa educação. A educação em sexualidade está presente em 
todos os espaços de socialização — família, escola, igreja, pares, 
trabalho, mídia —, mas ocorre de forma pulverizada, fragmentada e 
desassociada de um plano de sociedade inclusiva baseada nos direitos 
humanos. Portanto, torna-se relevante a atuação do sistema 
 
17 
 
educacional na tarefa de reunir, organizar, sistematizar e ministrar essa 
dimensão da formação humana (UNESCO, 2014, p. 11). 
Como você pode perceber, é imprescindível que o sistema educacional 
atue para que a educação em sexualidade ocorra no Brasil e acompanhe a 
tendência internacional de luta pelos direitos humanos de todos aqueles que 
vivem em sociedade, independentemente do gênero ou da orientação sexual 
com que se identifiquem. 
Outros dados alarmantes que evidenciam a importância e a necessidade 
urgente de que sejam trabalhadas as temáticas da educação sexual e do 
respeito à diversidade dizem respeito às práticas homofóbicas. A homofobia se 
caracteriza por ações violentas que manifestam rejeição irracional ou ódio em 
relação aos homossexuais. 
Tais ações ocorrem de forma arbitrária e procuram qualificar o outro como 
contrário, inferior ou anormal. Sanches, Contarato e Azevedo (2018) realizaram 
uma pesquisa por meio do canal Disque 100, do Ministério dos Direitos 
Humanos. 
Como você pode perceber nos dados analisados, o alto risco, o custo e 
os prejuízos da falta de educação sexual e para a diversidade são muito grandes. 
Tais problemas são especialmente prejudiciais para os adolescentes que 
iniciam sua vida sexual desinformados, inseguros e despreparados para tomar 
decisões assertivas em relação à sua própria sexualidade. 
A violência homofóbica, por sua vez, manifesta a intolerância e o 
despreparo cultural da sociedade brasileira para lidar com a diversidade e com 
a promoção dos direitos humanos, tão importantes para a construção de um país 
melhor. 
3.1 Combate ao preconceito e à discriminação da diversidade sexual 
A escola recebe alunos diferentes nos mais variados aspectos, que se 
relacionam a questões étnico-raciais, religiosas, de identidade de gênero, entre 
outras. Tais questões devem ser abordadas na sala de aula e a escola precisa 
propor uma postura de paz, respeito e esclarecimento acerca da diversidade 
humana. 
 
18 
 
A postura adequada dos profissionais da educação em relação a esses 
temas (que podem causar preconceitos, discriminações, bullying e atitudes 
homofóbicas). 
O tema sexualidade e comportamento é imprescindível para que se 
eduque a respeito deles. Você deve entender “[...] que resultados importantes 
são obtidos sempre que as atividades com a temática da sexualidade forem 
associadas a alguma disciplina curricular ou por meio de um projeto específico” 
(UNESCO, 2014, p. 16). 
Uma iniciativa interessante proposta pela Organização das Nações 
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), para ser utilizada 
nas escolas visando a combater o preconceito e a discriminaçãoda diversidade 
sexual, se encontra nas Orientações Técnicas de Educação em Sexualidade 
para o Cenário Brasileiro, escritas em 2014. 
Tais orientações têm o objetivo de “[...] fomentar o acesso a ferramentas 
e conteúdos que podem promover a construção de currículos inclusivos e que 
tratem da realidade de crianças, adolescentes e jovens” (UNESCO, 2014, p. 7). 
Essa proposta da UNESCO procura abordar todos os possíveis assuntos 
que envolvem as temáticas da sexualidade e que, caso sejam trabalhados no 
interior da escola, podem contribuir para a construção de uma sociedade mais 
inclusiva e respeitosa frente às identidades culturais diversas. 
Além de abrir um ambiente de debate que poderá acabar com muitos 
tabus, em especial aquele que coloca o assunto como algo ilícito, ou seja, que 
não deve ser discutido, pensado, se quer admitido com algo natural que todos 
os indivíduos irão experimentar e que precisa ser pensado, precisa ser 
prazeroso, precisa ser feito com cuidado em um ambiente seguro para os pares, 
resultando em uma experiência que não irá causar traumas futuros. 
O documento preocupa-se em propor, ao mesmo tempo, uma análise das 
faixas etárias e o ajuste das atividades a serem desenvolvidas nos tópicos de 
aprendizagem para essas respectivas faixas, conforme esta divisão: 
 Nível I (5 a 8 anos); 
 Nível II (9 a 12 anos); 
 Nível III (12 a 15 anos); 
 e nível IV (15 a 18 anos). 
 
19 
 
Outra iniciativa que merece destaque é a campanha do Ministério da 
Saúde, lançada em 2004, chamada Brasil sem Homofobia, proposta como um 
“Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra GLTB (Gays, 
Lésbicas, Transgêneros e Bissexuais) e de Promoção da Cidadania de 
Homossexuais” (BRASIL, 2004, p. 7). 
O programa foi desenvolvido em uma parceria entre o Governo Federal e 
a sociedade civil organizada, possuindo como princípios: A inclusão da 
perspectiva da não discriminação por orientação sexual e de promoção dos 
direitos humanos de gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais, nas políticas 
públicas e estratégias do Governo Federal, a serem implantadas (parcial ou 
integralmente) por seus diferentes Ministérios e Secretarias. 
A produção de conhecimento para subsidiar a elaboração, implantação e 
avaliação das políticas públicas voltadas para o combate à violência e à 
discriminação por orientação sexual, garantindo que o Governo Brasileiro inclua 
o recorte de orientação sexual e o segmento GLTB em pesquisas nacionais a 
serem realizadas por instâncias governamentais da administração pública direta 
e indireta. (Continuação) Fonte: Adaptado de Unesco (2014). 
Conceitos chave Tópicos de aprendizagem Comportamento sexual  
Sexo, sexualidade e o ciclo de vida sexual  Comportamento sexual Saúde 
sexual e reprodutiva  Saúde reprodutiva  Entender, reconhecer e reduzir o 
risco de DSTs, inclusive o HIV  Estigma, tratamento, assistência e apoio às 
pessoas vivendo com HIV e AIDS. Conceitos-chave e tópicos de aprendizagem. 
A reafirmação de que a defesa, a garantia e a promoção dos direitos 
humanos incluem o combate a todas as formas de discriminação e de 
violência e que, portanto, o combate à homofobia e a promoção dos 
direitos humanos de homossexuais é um compromisso do Estado e de 
toda a sociedade brasileira (BRASIL, 2004, p. 12). 
A intenção do programa Brasil sem Homofobia foi propor políticas públicas 
de forma interministerial, procurando a promoção dos direitos humanos e o 
combate à homofobia. 
Cabe aos profissionais da educação conhecer os termos comumente 
utilizados para nomear os indivíduos de acordo com sua identidade ou 
orientação sexual. 
 
 
20 
 
Termos frequentemente utilizados na educação sexual 
 
 
 
Sexo 
A palavra “sexo” é usada em dois 
sentidos diferentes: um refere-se ao 
gênero e define como a pessoa é, ao 
ser considerada do sexo masculino ou 
feminino; e o outro se refere à parte 
física da relação sexual. 
 
 
Sexualidade 
A sexualidade transcende os limites 
do ato sexual e inclui sentimentos, 
fantasias, desejos, sensações e 
interpretações. 
 
 
 
 
 
Identidade sexual 
A identidade sexual é o conjunto de 
características sexuais que 
diferenciam cada pessoa das demais 
e que se expressam pelas 
preferências sexuais, sentimentos ou 
atitudes em relação ao sexo. A 
identidade sexual é o sentimento de 
masculinidade ou feminilidade que 
acompanha a pessoa ao longo da 
vida. Nem sempre está de acordo com 
o sexo biológico ou com a genitália da 
pessoa. 
 
 
 
 
 
 
Orientação sexual 
A orientação sexual é a atração 
afetiva e/ou sexual que uma pessoa 
sente pela outra. A orientação sexual 
existe num continuum que varia desde 
a homossexualidade exclusiva até a 
heterossexualidade exclusiva, 
passando pelas diversas formas de 
bissexualidade. Embora as pessoas 
tenham a possibilidade de escolher se 
vão demonstrar ou não os seus 
 
21 
 
sentimentos, os psicólogos não 
consideram que a orientação sexual 
seja uma opção consciente que possa 
ser modificada por um ato da vontade. 
 
 
 
Homossexualidade 
A homossexualidade é a atração 
afetiva e sexual por uma pessoa do 
mesmo sexo. Da mesma forma que a 
heterossexualidade (atração por uma 
pessoa do sexo oposto) não tem 
explicação, a homossexualidade 
também não tem. Ela depende da 
orientação sexual de cada pessoa. 
Por esse motivo, a Classificação 
Internacional de Doenças (CID) não 
inclui a homossexualidade como 
doença desde 1993. 
Fonte: Adaptado de Brasil (2004) 
 
Uma organização que trabalha desde 2008 promovendo as temáticas da 
educação sexual no Brasil e em vários outros países, sendo inclusive premiada 
nessa atividade, é o Instituto Cores (Centro de Orientação em Educação e 
Saúde). Essa organização socioeducativa sem fins lucrativos tem como objetivos 
principais: 
[...] promover a Educação Sexual em diferentes setores sociais 
contribuindo para a formação de professores, educadores e agentes 
educacionais em uma perspectiva emancipatória, pautada em 
informações agregadas a valores éticos tais como o respeito à 
diversidade, a solidariedade, a responsabilidade e a defesa dos direitos 
das crianças e adolescentes (INSTITUTO CORES, 2018). 
 
No portal do Instituto Cores estão disponibilizados cursos para a formação 
de professores, educadores, psicólogos, assistentes sociais, profissionais de 
saúde entre outros, nas seguintes temáticas: 
1 – Metodologias de Educação Sexual em sala de aula 
2 – Pipo e Fifi — conversando com a criança sobre violência sexual 
 
22 
 
3 – Sexualidade Humana e Educação Sexual para profissionais de 
educação e saúde 
4 – Educação Sexual no âmbito familiar 
5 – Metodologias, currículo e programas de Educação Sexual 
6 – Oficinas de Educação Sexual — jogos e planos de aula 
7 – Confecção de materiais de comunicação em Educação Sexual 
(INSTITUTO CORES, 2018) 
O livro infantil chamado Pipo e Fifi: Prevenção de violência sexual na 
infância, escrito por Carolina Arcari (pedagoga e especialista em educação 
sexual, diretora-fundadora do Instituto Cores) e ilustrado por Isabela Santos, 
recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. 
A obra se destaca pela sua criatividade em ensinar conceitos básicos 
sobre o corpo, os sentimentos, a convivência e as trocas afetivas para crianças 
acima de 3 anos. 
De forma simples, o livro ensina a diferenciar toques de amor de toques 
abusivos, apontando caminhos para o diálogo e para a proteção das crianças. 
Como você pode perceber, existem várias iniciativas no Brasil para que a 
educação sexual seja sistematizada e faça parte da escola. Porém, persistem 
muitos entraves para que ela se efetive plenamente, devido ao grande número 
de pessoas que ainda aderem aos conceitos cristalizados e normalizados que 
se referem ao gênero e à sexualidade. 
Como mencionado, a disfunção sexual é um problema de saúde que podeocorrer em qualquer fase da vida adulta, impedindo uma resposta sexual 
satisfatória, afetando assim a qualidade de vida dessa pessoa. 
Embora o ciclo de resposta sexual esteja associado à excitação e ao 
orgasmo, é importante saber que nem todos experimentam essas fases na 
mesma ordem. 
Conquanto seja muito comum ter um tabu sobre disfunção sexual que 
torna difícil para as pessoas se sentirem à vontade para falar sobre isso, existem 
tratamentos para aliviar o problema, mas é necessário consultar especialistas. 
 
 
 
 
 
23 
 
A disfunção sexual geralmente é classificada em quatro categorias: 
Transtornos do desejo: Falta de desejo sexual ou interesse 
por sexo. 
 
Transtornos da excitação: 
Incapacidade de ficar fisicamente 
excitado ou estimulado durante a 
atividade sexual. 
Transtornos do orgasmo: Atraso ou ausência de orgasmo 
(clímax). 
Distúrbios de dor: Dor durante a relação sexual. 
 
4 DISFUNÇÃO SEXUAL 
Conforme mencionado anteriormente a disfunção sexual pode afetar 
indivíduos de todas as idades, e que na maioria das vezes, o problema está 
relacionado a um declínio na saúde associado ao envelhecimento. Conforme se 
pode observar no quadro a seguir: 
 
Nos homens, os sinais incluem: Nas mulheres, os sintomas podem 
ser: 
Incapacidade de atingir ou manter 
uma ereção (pênis duro) adequada 
para relações sexuais (disfunção 
erétil). 
Incapacidade de atingir o orgasmo. 
 
Ejaculação ausente ou retardada 
apesar da estimulação sexual 
suficiente (ejaculação retardada). 
Lubrificação vaginal inadequada 
antes e durante a relação sexual. 
 
Incapacidade de controlar o momento 
da ejaculação (ejaculação precoce ou 
prematura). 
Incapacidade de relaxar os músculos 
vaginais o suficiente para permitir a 
relação sexual. 
Em homens e mulheres, a falta de libido, a incapacidade de ficar excitado e a 
dor são sinais comuns de disfunção sexual. 
 
 
24 
 
Pode ser observado que a disfunção sexual pode ocorrer tanto por causas 
físicas, hormonais ou mesmo por causas psicológicas conforme se vê no quadro 
a seguir: 
 
Causas físicas 
Diversas condições físicas e/ou médicas podem causar problemas na função 
sexual. Essas condições incluem diabetes, doenças do coração, distúrbios 
neurológicos, desequilíbrios hormonais, doenças crônicas – como insuficiência 
renal ou hepática –, alcoolismo e abuso de drogas. Além disso, os efeitos 
colaterais de alguns medicamentos, incluindo antidepressivos 
e anticoncepcionais, podem afetar a função sexual. 
Causas psicológicas 
Estresse e ansiedade relacionados ao trabalho, preocupação com o 
desempenho sexual, problemas conjugais ou de relacionamento, depressão, 
sentimentos de culpa, preocupações com a imagem corporal e os efeitos de 
um trauma sexual anterior podem ser causas de disfunção sexual. 
 
4.1 Diagnóstico 
 
Fonte: Repositorio.hff.min.saude.pt 
 
https://www.ecycle.com.br/diabetes/
https://www.ecycle.com.br/doencas-do-coracao/
https://www.ecycle.com.br/alcoolismo/
https://www.ecycle.com.br/anticoncepcional/
https://www.ecycle.com.br/estresse/
https://www.ecycle.com.br/depressao/
https://www.ecycle.com.br/depressao/
 
25 
 
Na maioria das vezes, os indivíduos começam a perceber que algo está 
errado em seu momento de prazer, ou seja, algo está interferindo no bem-estar 
deles ou do parceiro. 
Portanto, é necessário consultar um médico, onde o especialista 
prescreverá um histórico completo dos sintomas, bem como um exame físico 
completo. 
Testes de diagnóstico podem ser feitos para desconsiderar problemas de 
saúde que possam estar colaborando para a disfunção. Os exames laboratoriais 
geralmente realizam um papel muito restrito no diagnóstico da disfunção sexual. 
4.2 Homens X Disfunção sexual 
No caso dos homens a disfunção sexual pode ocorrer por meio da temida 
disfunção erétil, ou impotência, que é a incapacidade de obter e manter uma 
ereção firme o suficiente para o que ocorra a relação sexual. 
Dificuldade em alcançar ou manter uma ereção pode ser uma hipótese de 
que o indivíduo se encontra com a saúde debilitada, o que exige atenção em 
alguns casos tratamento, ou seja, cuidado para que se encontre a fonte do 
problema. 
Entretanto, segundo alguns autores ter problemas de ereção de vez em 
quando, não é uma causa para que haja preocupação, porém, caso se torne algo 
contínuo, essa repetição de falta de ereção pode se tornar causadora de 
estresse, afetando a autoconfiança do indivíduo e colaborar para a ocorrência 
de complicações no relacionamento. 
A excitação sexual masculina é um processo complexo que envolve o 
cérebro, hormônios, emoções, nervos, músculos e vasos sanguíneos, diante 
disso entende-se que a disfunção erétil pode derivar de um problema que esteja 
ocorrendo em qualquer um dos fatores mencionados anteriormente. 
Em relação a saúde mental observa-se que dentre os fatores que podem 
causar a disfunção erétil ou até mesmo a piorar, estão relacionados a algum tipo 
de estresse sofrido pelo indivíduo, podendo leva-lo a obter uma disfunção erétil. 
A disfunção erétil pode estar relacionada a diversos fatores conforme já 
citado, de modo que pode derivar de uma combinação de problemas 
psicológicos ou físicos. 
 
26 
 
Existem situações que estão relacionadas a uma qualidade física menor 
que pode retardar que o indivíduo atinja o êxtase sexual podendo ainda ser 
causa de ansiedade em relação à sustentação de uma ereção, e essa ansiedade 
pode resultar em uma disfunção erétil ou até mesmo piorá-la. 
Destarte, a disfunção erétil na maioria das vezes é causada por um fator 
físico, como se observa no quadro a seguir: 
 
As causas comuns incluem: 
Doença cardíaca. 
Vasos sanguíneos obstruídos (aterosclerose). 
Colesterol alto. 
Pressão alta. 
Diabetes. 
Obesidade. 
Doença de Parkinson. 
Esclerose múltipla. 
Certos medicamentos prescritos. 
Tabagismo. 
Alcoolismo e outras formas de abuso de substâncias. 
Distúrbios do sono. 
Tratamentos para câncer de próstata ou próstata aumentada. 
Cirurgias ou lesões que afetam a região pélvica ou medula espinhal. 
Baixa testosterona. 
Causas psicológicas da disfunção erétil. 
 
4.3 Mulheres X Disfunção sexual 
 
Muitas mulheres passam por algum problema relacionado a disfunção 
sexual ao longo da vida sexual, por esse motivo quando se fala em disfunção 
sexual feminina observa-se que ela pode ser verificada em qualquer fase da vida 
https://www.ecycle.com.br/pressao-alta/
https://www.ecycle.com.br/parkinson/
https://www.ecycle.com.br/esclerose-multipla/
https://www.ecycle.com.br/disturbios-do-sono/
https://www.ecycle.com.br/como-prevenir-o-cancer-de-prostata/
 
27 
 
da mulher, podendo se verificar apenas em algumas situações sexuais, podendo 
ocorrer ainda em todas as relações sexuais. 
O ato sexual depende de uma influência mútua entre: 
 Fisiologia. 
 Crenças. 
 Estilo de vida. 
 Emoções. 
 Experiências. 
 e Relacionamentos. 
 
Assim sendo, qualquer problema ocorrido em qualquer dos componentes 
supracitados poderá afetar a mulher em relação ao desejo sexual, a excitação 
ou a satisfação, no momento do ato sexual, por esse motivo, o tratamento na 
maioria das vezes abarca mais de uma abordagem. 
Em regra, a disfunção sexual nas mulheres se desenvolvem nos períodos 
em que seus hormônios estão em fluxo acelerado, como por exemplo: após ter 
um bebê, ou seja, no período de resguardo ou quando ocorre a menopausa. 
Outros fatores que ainda podem colaborar para a disfunção sexual nas 
mulheres: 
 
Estão relacionados a 
doenças graves como: 
Medicamentos: 
câncer antidepressivos 
diabetes medicamentos para 
pressão arterial 
doenças do coração anti-histamínicos 
complicações 
cardiovasculares 
quimioterápicos 
insuficiência renal 
esclerose múltipla 
problemas de bexiga 
 
https://www.ecycle.com.br/cancer/
https://www.ecycle.com.br/esclerose-multipla/
https://www.ecycle.com.br/bexiga-hiperativa/28 
 
Tudo o que se lê no quadro acima pode contribuir para enfraquecer o 
desejo sexual, bem como a habilidade de atingir ao orgasmo. 
Existem o revestimento vaginal se torna mais fino e menos elástico, 
geralmente o fato da mulher não ser sexualmente ativa também contribui, 
somado ao uso de medicamentos que facilitam a diminuição do desejo sexual. 
Outro fator se trata dos níveis mais baixos de estrogênio, o que 
geralmente ocorre após a menopausa e que também pode levar a alterações 
nos tecidos genitais, pois a diminuição do fluxo sanguíneo para a região pélvica, 
resulta em menos sensação genital, culminando no fato de que para se atingir a 
excitação e ao orgasmo, a mulher necessite de mais tempo. 
Podendo ainda levar a relações sexuais dolorosas, quando os níveis 
hormonais diminuem a denominada dispareunia. 
Vale destacar que tais níveis hormonais podem sofrer mutações também 
após o parto e durante a amamentação, o que pode resultar na secura vaginal 
além de afetar seu desejo sexual. 
Para encerrar a saúde mental é um fator demasiadamente importante na 
saúde sexual no caso da mulher, de forma que a ansiedade ou depressões 
ignoradas geralmente resultam em disfunção sexual, devendo ser observado 
ainda se existe algum histórico de abuso ou mesmo estresse de longo prazo. 
Sempre que houver a necessidade de tratar as complicações emocionais 
é importante que o indivíduo procure orientação psiquiátrica e psicológica. 
 
Fonte: www.drdelroy.com.br 
4.4 Tratamento 
Quanto ao tratamento da disfunção sexual, pode-se observar que a 
maioria dos tipos de disfunção sexual pode ser tratada tanto com o tratamento 
https://www.ecycle.com.br/estrogenio/
https://www.ecycle.com.br/menopausa/
 
29 
 
de problemas físicos quanto psicológicos subjacentes, e, ainda por meio de 
outras estratégias de tratamento que irão incluir: 
 
Medicação: Quando um medicamento é a causa da disfunção, uma mudança 
na medicação pode ajudar. Homens e mulheres com deficiência hormonal 
podem se beneficiar de injeções, pílulas ou cremes hormonais. 
Auxiliares mecânicos: Auxiliares como dispositivos a vácuo e implantes 
penianos podem ajudar homens com disfunção erétil (incapacidade de atingir 
ou manter uma ereção). Um dispositivo a vácuo também é aprovado para uso 
em mulheres, mas pode não ser tão acessível. Os dilatadores podem ajudar 
as mulheres que apresentam estreitamento da vagina. Acessórios sexuais, 
como vibradores, podem ser úteis para ajudar a melhorar o prazer sexual e 
chegar ao clímax mais facilmente. 
Terapia sexual: Terapeutas sexuais e psicólogos podem tratar pessoas com 
problemas sexuais que não podem ser tratados com medicamentos. Os 
terapeutas também costumam ser bons conselheiros conjugais. Para o casal 
que deseja começar a desfrutar de seu relacionamento sexual, vale a pena o 
tempo e esforço para trabalhar com um profissional treinado. 
Tratamentos comportamentais: Envolvem várias técnicas, incluindo insights 
sobre comportamentos prejudiciais no relacionamento, ou auto estimulação 
para tratamento de problemas de excitação e/ou orgasmo. 
Psicoterapia: A terapia com um psicólogo ou psicanalista pode ajudar o 
indivíduo a lidar com possíveis traumas sexuais do passado, transtornos de 
ansiedade, medo, culpa e imagem corporal deficiente. Todos esses fatores 
podem afetar a função sexual. 
Educação e diálogo: A educação sobre sexo e comportamentos e respostas 
sexuais pode ajudá-lo a superar a ansiedade sobre a função sexual. 
 
Vale dizer que a comunicação aberta com o parceiro é sempre importante 
e que falar sobre suas necessidades e preocupações, bem como suas 
dificuldades, pode ajudar a superar muitos dos impedimentos para uma vida 
sexual saudável. 
 
30 
 
5 TERAPÊUTICA PSICOSSEXUAL (ACONSELHAMENTO SEXUAL E 
TERAPÊUTICA COMPORTAMENTAL) 
Segundo Costa (2010), a disfunção eréctil (DE) constitui atualmente uma 
doença bastante prevalente com várias causas etiológicas. Várias evidências 
demonstraram que fatores psicológicos encontram-se envolvidos num número 
substancial de casos de disfunção eréctil, isoladamente ou em combinação com 
causas orgânicas. 
A contrastar com o avanço notável da terapêutica medicamentosa oral, a 
literatura científica sobre psicoterapia sexual no tratamento da disfunção eréctil 
é bastante limitada. 
Assim de acordo com SEMANS J, 1956; MASTERS W ET JOHNSON V, 
1970, o tratamento da disfunção eréctil se baseou durante muito tempo, em 
estratégias terapêuticas de comportamento e aconselhamento sexual. 
Tais tratamentos foram usados durante várias décadas, porém seus 
resultados não apresentam uma eficácia terapêutica, ou mesmo seus resultados, 
a longo prazo são muito contraditórios. 
STEGGALI M et al (2008) menciona que as pesquisas mais recentes, 
demonstram que, os resultados da terapêutica farmacológica, na grande maioria 
dos casos, são nitidamente superiores aos da terapêutica psico-comportamental. 
(...) na EP adquirida mas, em especial, na EP primária comprovou-se 
a ineficácia da terapêutica psico-comportamental como forma isolada 
de tratamento. Por outro lado, os estudos a longo prazo da terapêutica 
psico-comportamental em monoterapia para a EP mostram uma 
elevada taxa, entre 60 a 75%, de recorrência da EP. Portanto os 
resultados terapêuticos das técnicas de tratamento psicossexual 
aplicadas em monoterapia, salvo casos excepcionais, são muito 
limitados. (HAWTON, K et al, 1986) 
Já Althof S et al. (2010) comenta que muitos investigadores na área da 
EP entendem que a combinação de tratamentos farmacológicos com técnicas 
de psicoterapia pode gerar melhores resultados bem como respostas mais 
estáveis que qualquer das terapêuticas aplicadas de forma isolada, por este 
motivo foi citado anteriormente a necessidade de uma equipe multisciplinar para 
o tratamento das disfunções sexuais. 
A estratégia da terapêutica sexual moderna da EP preconiza uma 
abordagem multimodal associando as técnicas de terapêutica sexual 
 
31 
 
(técnicas comportamentais: stop-start e compressão da glande) e 
técnicas de psicoterapia focadas no controlo cognitivo da ejaculação. 
Como a maior parte dos homens com EP se apercebem do seu nível 
de ansiedade e as causas dessa ansiedade são muitas vezes 
superficiais estes procedimentos têm um certo sucesso a curto prazo 
mas a longo prazo os resultados são pouco satisfatórios (MCCARTHY 
B,1988; De AMICIS L et al 1985; HAWTON K et al 1986). 
Alguns autores ainda mencionam o procedimento no tratamento 
comportamental da EP denominada técnica de “pára-arranca” /stop-start / pausa 
do coito bem como a compressão da glande que estão fundamentadas no 
conceito de que o homem não prestaria atenção suficiente aos níveis de tensão 
sexual pré orgástico. 
Desse modo as técnicas que serão operacionalizadas pelo casal que é 
aconselhado a parar a estimulação do pénis no “ponto de inevitabilidade”, ou 
seja, no período imediatamente antes da ejaculação onde a suspensão da 
estimulação permite adiar o orgasmo. Devendo estes procedimentos, serem 
realizados por estimulação manual do pénis numa fase inicial, repetidos 4 vezes, 
em cada sessão, até que se permitida a ejaculação. 
Não obstante essa técnica deve ser repetida pelo menos 3 vezes por 
semana, de forma que quando o homem perceber que possui um melhor controle 
do tempo de ejaculação irá aplicar a técnica com coito vaginal, buscando 
controlar a frequência bem como a intensidade dos movimentos gerindo a 
estimulação sem atingir o ponto de não retorno. 
Tal técnica tem como objetivo permitir que o indivíduo treine reconhecer 
as sensações premonitórias, ou seja, as sensações que precedem 
imediatamente a ejaculação, o que irá permitir que ele possua um melhor 
controlo da EP. 
Ainda se pode acrescentar a esta técnica um outro procedimento o qual 
consiste em comprimir fortemente a glande entre o polegar o que será aplicado 
na região do freio, ainda os dedos indicadore médio devem ser aplicados na 
região dorsal da glande e sulco coronal, por alguns momentos, antes de atingir 
o ponto de não retorno, e só depois continuar com a atividade sexual. Em alguns 
casos esta técnica tem efeitos contraproducentes acelerando o orgasmo. 
A colaboração da companheira é fundamental e torna-se indispensável 
o desenvolvimento de uma comunicação cúmplice entre o casal. Os 
estudos de avaliação dos resultados destas técnicas são pouco fiáveis 
e não obedecem aos critérios de evidência modernos. Os resultados 
 
32 
 
satisfatórios, a curto prazo, podem ser elevados de 60% a quase 100% 
(Masters, W et Johnson, V 1970; Clarke, M. et al 1973) mas os 
resultados a longo prazo são muito insatisfatórios (DE AMICIS, L. et al 
1985). 
Ressalta-se a importância de que o tratamento seja acompanhado de uma 
equipe profissional que irá orientar o casal a melhor técnica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
6 BIBLIOGRAFIA 
ABDO, Carmita Helena Najjar; FLEURY, Heloisa Junqueira. Aspectos 
diagnósticos e terapêuticos das disfunções sexuais femininas. Rev. psiquiatr. 
clín., São Paulo , v. 33, n. 3, p. 162-167, 2006 . 
ABUSHARAF R, ed. Female circuncision:multicultural perspectives. 
Filadélfia, University of Pennsilvania Press Almroth L, Almroth-Berggren 
V,Hassanein OM, Al Said SS, Hassan SS, Lithell UB (2001). Male complications 
of female genital mutilation. Social Science and Medicine, 53:1455-1460, 2007. 
ALMROTH L,Elmusharaf S, El Hadi N,Obeid A,El Sheikh MAA, Elfadil SM). 
Primary Infertility after genital mutilation in girlhood in Sudan: a case-control 
study. Lancet, 366:385-391, 2005b. 
BARROS, Fortunato; FIGUEIREDO, Rute. MANUAL DE MEDICINA SEXUAL 
Visão Multidisciplinar, 2006. 
BEHRENDT A, Moritz S. Posttraumatic stress disorder and memory 
problems after female genital mutilation. American Journal of Psychiatry, 
162:1000-1002, 2005. 
BERGREN V, Abdel Salam G, Bergstrom S, Johansson E, Edberg AK. A 
explorative study of Sudanese midwives motives, perceptions and 
experiences of re-infibulation after birth. Midwifery, 20:299-311, 2004. 
BEE, H.; BOYD, D. A criança em desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2011. 
 
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros curriculares 
nacionais: pluralidade cultural, orientação sexual. Brasília: MEC, 1997. 
 
BRASIL, Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Combate à 
Discriminação. Brasil sem homofobia: programa de combate à violência e 
à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 
 
 
34 
 
BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e 
Controle das IST, do HIV/ Aids e das Hepatites Virais. HIV/Aids 2018. Boletim 
Epidemiológico, v. 49, n. 53, 2018. 
CASTILLO P., Davila W. Sexual Function After Mesh Repairs. New Techniques 
in Genital Prolapse Surgery. Springer. 2011. 265-271. 
CÉSAR, M. R. A. Gênero, sexualidade e educação: notas para uma 
“Epistemologia”. Educar em Revista, n. 35, p. 37-51, 2009. 
CHRISTOFFERSEN-DEB A. Taming tradition: medicalized female genital 
practices in Wastern Kenya. Medical Anthropology Quarterly, 19:402-418, 2005. 
COSSON M. et all. Complications of Vaginal Supportive Implants for Prolapse 
Surgery. New Complicatios, New Sintomatology, Prevention and Treatment. 
Pelviperineology, 28: 10-13, 2009. 
COSSON M. et all. Safety of Transvaginal Mesh Procedure: Retrospective 
Study of 684 patients. J. Obstet Gynaecol Res,34(4): 49-56, 2008. 
COSTA, Joana Filipa Leitão Valente da. Abordagem Psicoterapêutica no 
Tratamento da Disfunção Eréctil. 2010. 
E. WESPES, I. Eardley, F. Giuliano ET al.Guildelines on Male Sexual 
Dysfunction. European Association of Urology, 2013. 
FOLDÉS P, Cuzin B, Andro A. Reconstructive surgery after female genital 
mutilation: a prospective cohort study. Lancet-2012; 379. 
FOUCAULT, M. História da sexualidade: a vontade de saber. 21. ed. São 
Paulo: Edições Graal, 2011. 
 
GIAMI, Alain. Da impotência à disfunção erétil: destinos da medicalização da 
sexualidade. Physis, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 637-658, 2009. 
HEXTALL A, Cardoso L. Problems associated with sexual activity. Textbook 
of Female Urology and Urogynaecology. Martin Dunitz. 2001. 
INSTITUTO CORES. Institucional, 2018. 
 
 
35 
 
LOURO, G. L. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2. ed. Belo 
Horizonte: Autêntica, 2000. 
 
MONTROSE F, Basson R, Adaikan G et al. 3rd International Consultation on 
Sexual Medicine - Paris 2010. 
MULHALL JP, Ahmed A, Branch J, et al. Serial assessment of efficacy and 
satisfaction profiles following penile prosthesis surgery. J Urol, 2003. 
NEVES, Gilda et al. Agentes dopaminérgicos e o tratamento da disfunção 
erétil. Quím. Nova, São Paulo, v. 27, n. 6, p. 949-957, Dec. 2004. 
 
ONU. Relatório situação da população mundial, 2017: desigualdades 
brasileiras dados, 2017. 
 
OLIVEIRA, Fábio Augusto Cypreste et al. Tratamento endovascular da disfunção 
erétil por fístula arterioesponjosa traumática: relato de caso. J. vasc. 
bras., Porto Alegre , v. 11, n. 4, p. 317-319, Dec. 2012. 
 
PANIAGUA, G.; PALÁCIOS, J. Educação infantil: resposta educativa à 
diversidade. São Paulo: Artmed, 2008. 
 
PINTO, Mariana et al. Hímen imperfurado como causa de retenção urinária: a 
importância do exame físico. Nascer e Crescer, Porto, v. 20, n. 4, p. 283-285, 
2011. 
 
SANCHES, D.; CONTARATO, A.; AZEVEDO, A. L. Dados públicos sobre 
violência homofóbica no Brasil: 28 anos de combate ao preconceito, 2018. 
 
SCHIMPF MO, Harvie HS, Omotosho TB, Epestein LB, Jean-Michel M, Olivera 
CK et al. Does vaginal size impact sexual activity and function? International 
urogynecology Journal.21(4):447-452. 
 
36 
 
SHAW C. A systematic review of the literature on the prevalence of sexual 
impairement in women with urinary incontinence and the prevalence of 
urinary leakage during sexual activity. European urology-2002;42(5): 432-
440. 
SOHN M, Hatzinger M, Goldstein I et al. standard operating procedures for 
vascular surgery in erectile dysfunction: revascularization and venous 
procedures, 2013. 
TVBRASIL. Brasil é o país que mais mata por homofobia e transfobia. 
Youtube, abr. 2017. 
 
UNESCO. Orientações técnicas de educação em sexualidade para o 
cenário brasileiro. Brasília: UNESCO, 2014. 
 
WANG R, Burnett A, Heller W et al. Selectivity of Avanafil, a PDE5 Inhibitor 
for the Treatment of Erectile dysfunction: Implications for Clinical Safety 
and Improved Tolerability. 2012. 
 
ZINET, C. Gravidez é responsável por 18% da evasão escolar entre 
meninas, 2016.

Outros materiais