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História contemporânea IIREGIMES TOLITÁRIOS

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HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
REGIMES TOTALITÁRIOS: NAZISMO E 
FASCISMO
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Olá!
Nesta aula, debateremos os sistemas totalitários que emergem no período pós-guerra. Além disso, veremos o
fundamento nacionalista destes regimes e de que forma foram adotados, respectivamente, na Alemanha e na
Itália.
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Definir totalitarismo.
2. Reconhecer a diferença entre os diversos regimes totalitários.
3. Analisar o contexto em que estes movimentos surgem na Europa do século XX.
1 Introdução
O período entre guerras, que compreende os anos de 1919 a 1939, quando eclode a Segunda Guerra Mundial, foi
marcado por grandes transformações, especialmente na Europa.
A Primeira Guerra Mundial deixou sequelas que seriam fundamentais para o envolvimento alemão na guerra que
abalaria o mundo, entre 1939 e 1945.
Entre as décadas de 1920 e 1930 emergem os regimes totalitários que dominariam não só a Alemanha e a Itália,
mas também Portugal e Espanha. Tem início a era do totalitarismo.
É comum nos deparamos, em diversos textos acadêmicos, com esta expressão, mas devemos compreender mais
amplamente seu significado, como um dos conceitos fundamentais tanto da História quanto da Ciência Política.
Se, por um lado, podemos definir uma ditadura como o estado no qual há a perda de direitos civis, o conceito de
totalitarismo, por sua vez, é um pouco mais complexo.
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Inicialmente, os estudos sobre o Estado totalitário foram pensados em oposição ao Estado liberal. Isto é
particularmente verdadeiro ao analisarmos a Itália dos anos 1920 e a ascensão do regime fascista.
A novidade deste regime seria o domínio de um único partido, que determinaria os rumos políticos de toda uma
nação.
Logo, esta definição seria ampliada, para abarcar qualquer regime — capitalista ou comunista — que tivesse
como fundamento uma estrutura monopartidária.
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Mas foi na década de 1950, com a publicação de origens do totalitarismo, de Hannah Arendt, que o termo passa a
ser usado mais largamente e tem seu sentido ampliado para compreender não só o monopartidarismo, mas toda
a influência estatal na vida privada dos indivíduos.
De acordo com Norberto Bobbio:
“Segundo H. Arendt, o Totalitarismo é uma forma de domínio radicalmente nova porque não se limita a destruir
as capacidades políticas do homem, isolando-o em relação à vida pública, como faziam as velhas tiranias e os
velhos despotismos, mas tende a destruir os próprios grupos e instituições que formam o tecido das relações
privadas do homem, tornando-o estranho assim ao mundo e privando-o até de seu próprio eu.”
BOBBIO, Norberto et alii. Dicionário de Política. Brasília: UNB, 2000. v. 2. p 1248
Entendemos, portanto, o totalitarismo como um regime tentacular, que age não somente no tocante à vida
pública, ao estabelecer, por exemplo, o monopólio de um único partido, mas na normatização da vida privada.
O Estado determina o que a população pode ler, transmitir, as formas de se expressar, de vestir. Cria a cultura da
delação onde vizinhos logo passam a ser inimigos ao se tornarem opositores ou criticos do regime vigente.
De modo geral, podemos identificar, no periodo pós-guerra, uma crise política e econômica europeia, que se
torna mais evidente na Alemanha derrotada, mas também na Itália, que apesar de ter terminado a guerra ao lado
vencedor, teve enormes perdas humanas e materiais. Paises europeus mais pobres, como Portugal e Espanha
também se tornaram terreno fértil para a disseminação do totalitarismo.
2 Itália
Na Itália, o sentimento nacionalista cultivado a partir da unificação do país, em 1870, ganhava força. A economia,
em declínio, provocava desemprego e, na década de 1920, os estados italianos eram assolados pelas greves
trabalhistas. O temor de uma revolução socialista, a exemplo da que ocorrera na Rússia, levou a direita a reagir.
O regime italiano era a monarquia parlamentarista. O parlamento estava dividido entre dois grandes partidos, o
Partido Socialista e o Partido Popular, cuja vertente era a democracia cristã e, portanto, apoiado pela Igreja
Católica.
As diferenças ideológicas entre estes dois partidos provocava um impasse no parlamento, impedindo a votação
das grandes questões e das reformas que a Itália necessitava. Em meio à instabilidade política, é fundado o
Partido Fascista, por Benito Mussolini.
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O termo fascismo tem sua origem na palavra fascio, que significa feixe. Sobre isto, o historiador Francisco Carlos
Teixeira da Silva diz que:
“O termo fascismo deriva de uma antiga expressão latina, fascio, que denominava o feixe de varas
carregado pelos litores, na antiga Roma, e com os quais se aplicava a justiça. Dessa forma, tal símbolo
foi, durante a Revolução Francesa, na Itália, utilizado pelos jacobinos, como representação de
liberdade e Risorgimento, já no século XIX, como unidade nacional.
Ao longo do século XIX, na Itália, assumiu o caráter de símbolo de ação política, valorizando a justiça
e a igualdade. Foi assim, por exemplo, com o seu uso pelo movimento dos trabalhadores sicilianos,
entre 1893-94, ou com os intervencionistas de esquerda, interessados na entrada da Itália na
Primeira Guerra Mundial em 1914.”
SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Os fascismos. In: ZENHA, Celeste, REIS FILHO, Daniel Aarão e
FERREIRA, Jorge (orgs.) O século XX: o tempo das crises. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
p. 112.
Saiba mais
Como podemos notar, Mussolini se apropria de um símbolo que já fazia parte da história
política italiana e o utiliza para fortalecer seu partido ideologicamente.
O fascismo é amparado pela defesa do nacionalismo e pelo convite ao sentimento de pátria dos
italianos. Logo, consegue a adesão da população, preocupada com os rumos políticos do país e,
em 1922, os fascistas conseguem obter um número expressivo de cadeiras no parlamento.
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Seus militantes eram denominados de “camisas negras”, em alusão ao símbolo de vestimenta que se tornaria
comum nos anos seguintes.
Em outubro deste mesmo ano, Mussolini convoca seus seguidores para um movimento que objetivava
concentrar o poder em suas mãos.
Foi a , onde milhares de camisas negras confluíram para a capital italiana, exigindo que oMarcha sobre Roma
Executivo ficasse a cargo de seu líder.
Pressionado, o Rei Vitor Emanuel III cede e entrega a Mussolini o cargo de Primeiro Ministro.
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Em 1924, novas eleições são realizadas com a vitória maciça dos fascistas. Os grupos oposicionistas defendem
que o pleito havia sido fraudado, mas são perseguidos, presos e assassinados, como foi o caso do deputado
socialista Giacomo Matteotti. Nascia o Duce, ou condutor, título que Mussolini ostentaria até o final da Segunda
Guerra Mundial.
O partido contava com o apoio da burguesia industrial italiana, além de controlar o sistema judiciário, que
auxiliava na repressão. Em 1929, foi assinado o Tratado de Latrão, entre o Duce e o Papa Pio XI.
Este tratado reconhecia a soberania do papa e fazia do Vaticano um Estado soberano eclesiástico. Desta forma,
estava resolvida uma disputa secular e a Igreja passou a apoiar o regime, e o catolicismo foi oficializado como a
religião do Estado italiano.
Rapidamente, o governo do Duce torna-se tentacular e estende-se pelas mais diversas áreas. Para isso, o uso da
propaganda foi indispensável e se tornaria marca dos regimes totalitários.
Com uma sólida base de apoio — que contava com a Igreja e a elite econômica — começaram as reformas cujo
objetivo era o desenvolvimento econômico do país.
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Tanto o campo quanto a indústria receberam investimentos e o desemprego, uma das maiores preocupações da
população, foi duramente combatido.
A crise de 1929 e o colapso do sistema econômico norte-americano fizeram com que o Estado intensificasse a
produção bélica e começasse uma política de expansão territorial, sobretudo, em direção à África.
Há, nesse Estado, uma ideia de grandeza histórica que busca resgatar a soberania italiana valorizandoas grandes
conquistas do Estado romano.
Para isso, há uma rejeição clara aos princípios liberais e à ideia de liberdade de pensamento e expressão que
ponham em xeque o modelo de governo.
“O que o fascismo rejeita, a priori e totalmente, é a sociedade liberal do século XIX, inspirada pela
filosofia das luzes. Transposta politicamente na Revolução Francesa. O fascismo não crê que os
homens sejam iguais nem que o homem seja naturalmente bom. Põe de lado Descartes, Kant,
Rousseau, e, com estes, o positivismo, gerador do cientificismo e da esperança em um progresso
contínuo.”
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(MICHEL, Henri. O fascismo. Lisboa: Dom Quixote, 1977. p. 13)
A Itália logo se aliaria a Alemanha, em uma aliança decisiva para os rumos da guerra que eclodiria em 1939.
Mussolini e Hitler em foto de 1937.
3 Alemanha
A situação da Alemanha pós-guerra não era muito diferente da Itália, com o agravante de ter sido a potência
derrotada e ter sido submetida às humilhações do Tratado de Versalhes.
Após o fim da Primeira Guerra, foi estabelecida a República de Weimar, que vigorou entre 1918 e 1933.
O regime monárquico foi substituído pelo republicano e uma nova constituição foi feita, na cidade de Weimar,
que daria nome ao período republicano alemão.
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Embora esta república nascesse sob a égide progressista, a crise econômica deflagrou uma enorme insatisfação
social.
As cláusulas de Versalhes inflamaram o sentimento nacionalista alemão, em uma combinação perigosa: crise e
nacionalismo, da qual o regime nazista se aproveitaria para ascender ao poder.
Antes da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha investia em sua industrialização e na constituição de uma
infraestrutura necessária ao desenvolvimento econômico.
Com a guerra, estas iniciativas foram abandonadas e, após o conflito, não havia recursos suficientes para
continuar esta política econômica.
• ATENÇÃO!
Não devemos esquecer que o país teve que pagar pesadas indenizações aos vencedores, além de ter
perdido parte de seu território.
Essa situação levou ao desemprego e a greves, além de altíssimos índices inflacionários, que corroíam o
valor da moeda.
Durante a década de 1920, um pequeno partido, fundado em Munique, começa a ganhar destaque. É o Partido
Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, chamado simplesmente de Partido Nazista.
Embora tenha a palavra socialista em seu nome, não é, de forma alguma, seguidor da ideologia marxista e, ao
contrário, combate comunistas e socialistas, a quem vê como oposição ao Estado.
•
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Sua ideologia nacionalista e de valorização do povo alemão logo o torna um partido com forte apelo popular. Um
de seus líderes, Adolf Hitler, prega o fim da República de Weimar e, em 1923, tenta dar um golpe de Estado, na
mesma cidade de fundação do partido, Munique.
O golpe fracassa e seus mentores são presos, Hitler, inclusive, mas esse evento deu uma enorme visibilidade às
ideias do partido. Na prisão, Hitler escreve a obra que seria a base da ideologia nazista, onde expõe o que seriam
as causas da derrota alemã, o livro Minha luta, em alemão, Mein Kampf.
Em seu livro, são defendidos o nacionalismo e o anticomunismo, além do estabelecimento da ideia de raça
ariana, segundo a qual os alemães estariam destinados à grandeza e descenderiam de um ramo biológico melhor
e mais puro do que as demais sociedades humanas.
4 O nazismo
O arianismo se tornaria fundamental durante todo o período nazista e seria um dos motivos à intensa
perseguição e eliminação dos judeus do território dominado pela Alemanha.
Além disso, Hitler desenvolve a teoria do espaço vital, segundo a qual a Alemanha precisaria se expandir para
poder restaurar a glória que a nação mereceria.
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As elites temiam o socialismo e a estatização de bens e propriedades como ocorrera na Rússia. Assim, o caminho
foi o apoio ao nazismo que repudiava os socialistas.
Nas eleições desse ano (1932), os nazistas conquistaram um grande número de cadeiras no parlamento e, em
1933, o então presidente da Alemanha, Paul von Hindemburg nomeou Adolf Hitler como chanceler, o que
equivale ao cargo de primeiro ministro.
Na prática, Hindemburg entrega a Hitler o controle do Estado alemão.
Saiba mais
A crise de 1929 piorou as condições de vida já intoleráveis na Alemanha. Em meio ao caos, a
pobreza e ao desemprego, as palavras de Hitler ganharam corpo e os adeptos do nazismo
cresceram em número e força política.
Em 1932, estima-se que o número de desempregados do país estivesse em torno de 6 milhões
de indivíduos.
Essas pessoas buscavam soluções políticas para seus problemas e as duas grandes correntes
eram, então, o nazismo e o socialismo.
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As primeiras medidas do novo chanceler foram:
A eliminação da oposição (socialistas, parlamentares, judeus, foram presos);
criação das Sessões de Segurança (SS), uma polícia política que tinha como objetivo identificar e prender os
oposicionistas;
a instituição da Gestapo, consistindo em uma equipe de forças especiais.
Em março de 1933, tem início o Terceiro Reich, ou Terceiro Estado, em 1934, falece o Presidente Hindemburg, o
que permite a Hitler assumir também a presidência, sendo proclamado Führer, um título que pode ser traduzido
como condutor ou líder.
É importante pensarmos que para a consolidação do nazismo, Hitler também lança mão intensamente dos
veículos de propaganda.
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O cinema ganharia grande destaque e logo haveriam diversos filmes feitos para a exaltação da nação e do regime
nazista. O Ministro da Propaganda Nazista Joseph Goebbels era um dos principais nomes do governo e produzia
diversos materiais para a legitimação da supremacia ariana.
O racismo se torna uma política do Estado — e essa é uma das principais diferenças entre nazismo e fascismo —
e tem início a perseguição aos judeus.
Chamada de “solução final”, os judeus eram levados a campos de trabalhos forçados, os campos de concentração,
onde eram submetidos as mais degradantes condições. Milhares perderam a vida nos campos, que se tornaram
um símbolo do regime nazista.
Em 1936, Berlim sedia as Olimpíadas. Foi um evento muito esperado, porque o Estado nazista poderia mostrar a
Alemanha ao mundo, sendo os jogos a oportunidade perfeita de demonstrar a superioridade ariana.
O Füher ia aos estádios e acompanhava as mais diversas modalidades, parabenizando pessoalmente a vitória dos
atletas. O sonho ariano naufragou, entretanto, em uma das mais importantes modalidades olímpicas, o atletismo,
dominado pelo afro-americano Jesse Owens que levou 4 medalhas de ouro. Hitler deixou rapidamente o local, se
recusando a cumprimentar o atleta.
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O Estado nazista investiu maciçamente na produção bélica e no militarismo. Lembrando a definição de
totalitarismo do início desta aula, temos a ideologia nazista sendo a base não só do Estado, mas dos currículos
escolares, dos clubes e associações.
Não ser um membro do partido era mal visto pelos vizinhos e havia o risco de denúncia como oposição, o que
levaria, inevitavelmente, a prisão.
Em 1939, a invasão da Polônia da início a Segunda Guerra Mundial e, seu término, em 1945, significaria também
o fim do nazismo e do fascismo. Entretanto, nem todos os regimes totalitários terminaram ao fim da guerra.
Portugal e Espanha mantiveram seu regime até a década de 1970.
5 Portugal
Portugal começa o século XX ainda um país marcadamente agrário.
A Primeira Guerra e, logo depois, a crise de 1929, levou o país a uma crise econômica, em uma realidade já
instável, pois as relações econômicas, tanto na Europa quanto com os Estados Unidos, estavam comprometidas.
Um dos temores da república era o socialismo e a possibilidade de reforma agrária, que afetaria diretamente a
elite portuguesa.
ATENÇÃO! Devemos lembrar que, desde 1917, o socialismo tornara-se uma realidade na Europa, após a
Revolução Russa, e, por isso, a constante ameaça socialista, verificada em todos os casos que estudamos.
1920
A intensificação da crise econômica levou a um golpe militar na décadade 1920. A ditadura se estendeu até
1933, quando tem início o Estado Novo, período totalitário do Estado português.
1930
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Em 1930, foi criada a União Nacional, um partido político, liderado por um dos políticos que havia participado
ativamente do regime militar, Antônio de Oliveira Salazar.
1933
Em 1933, a União Nacional chega ao poder e o Estado Novo passa a ser conhecido também como salazarismo, em
referência ao líder deste partido.
Embora, na prática, os demais partidos não fossem ilegais, eram reprimidos e logo deixaram de existir, sendo
que partidos socialistas e comunistas foram postos na ilegalidade, configurando o sistema de partido único,
característico do totalitarismo.
Saiba mais
Portugal mantinha colônias na África, e sua manutenção era controversa, sendo o colonialismo,
arduamente defendido por Salazar, uma das características do Estado Novo. Como regime
totalitário, o salazarismo era contra o liberalismo e perseguia seus opositores. Utilizou
largamente a propaganda para fins políticos e foi claramente influenciado, sobretudo, pelo
fascismo da Itália.
Salazar deixa o poder em 1968, mas o salazarismo permaneceu até 1974, quando a Revolução
dos Cravos iniciou um novo período, de abertura democrática no país.
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6 Espanha
O caso da Espanha tornou-se emblemático por envolver uma intensa guerra civil, que seria considerada um
ensaio geral para a Segunda Guerra Mundial, diferente dos demais países, onde o totalitarismo se estabeleceu
sem que houvesse uma guerra civil.
Na Espanha dos anos 1930, havia duas claras posições políticas: os falangistas e a Frente Popular. Os falangistas
eram um grupo de orientação fascista cujo lider, Francisco Franco Bahamonde defendia o combate ao
comunismo.
Franco era apoiado pela elite espanhola e pela Igreja Católica. De forma geral, a Igreja sempre se opôs ao
socialismo e ao comunismo, pois estas ideologias pregam o fim da religião constituída. Nas palavras de Marx, a
religião era considerada o ópio
do povo e impedia a população de questionar a realidade a sua volta.
Por outro lado, a Frente Popular, que contava com o apoio soviético, era formada por trabalhadores,
sindicalistas, comunistas e partidos de esquerda. Repudiava o totalitarismo e as ideologias nazifascistas, as quais
combatiam ideologicamente.
Em 1936, os falangistas de Franco empreendem um golpe de Estado, pondo fim à República Espanhola. A Frente
Popular reagiu e teve início a Guerra Civil. Franco obteve o apoio da Itália e da Alemanha para combater a Frente
Popular. Os dois grupos receberam ajuda externa, sob a forma armamentos, além do apoio político.
Franco era apoiado pela elite espanhola e pela Igreja Católica. De forma geral, a Igreja sempre se opôs ao
socialismo e ao comunismo, pois estas ideologias pregam o fim da religião constituída. Nas palavras de Marx, a
religião era considerada o ópio
do povo e impedia a população de questionar a realidade a sua volta.
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Por outro lado, a Frente Popular, que contava com o apoio soviético, era formada por trabalhadores,
sindicalistas, comunistas e partidos de esquerda. Repudiava o totalitarismo e as ideologias nazifascistas, as quais
combatiam ideologicamente.
Em 1936, os falangistas de Franco empreendem um golpe de Estado, pondo fim à República Espanhola. A Frente
Popular reagiu e teve início a Guerra Civil. Franco obteve o apoio da Itália e da Alemanha para combater a Frente
Popular. Os dois grupos receberam ajuda externa, sob a forma armamentos, além do apoio político.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
• Os antecedentes da Segunda Guerra Mundial;
• o holocausto;
• o mundo pós-guerra e o início da Guerra Fria.
Saiba mais
As forças aéreas, alemã e italiana, foram enviadas para a Espanha. Foram elas que
protagonizaram o mais conhecido e trágico episódio do conflito, o bombardeio da cidade de
Guernica, em abril de 1937, imortalizado na tela de Pablo Picasso.
A Frente Popular recebeu o reforço das Brigadas Internacionais, algo único em toda história.
As brigadas foram formadas por milhares de voluntários do mundo inteiro, que apoiavam e
defendiam a república. A maior parte, de orientação socialista, buscava garantir a democracia e
impedir a instauração do regime totalitário na Espanha.
Mas o apoio alemão e italiano foi decisivo e, em 1939, após 3 anos de conflitos que dizimaram
milhares de pessoas, entre civis, militares, espanhóis e brigadistas, Francisco Franco toma o
poder e inaugura o regime que leva seu nome, o franquismo.
Franco governaria até sua morte, nos anos 1970, em um dos mais longos e autoritários
regimes já estabelecidos na Europa. Após a guerra, o país foi mergulhado em uma enorme crise
econômica, que perdurou por décadas.
A ideia de ensaio geral da Segunda Guerra se dá, sobretudo, pelo uso dos aviões como arma de
combate e destruição em massa. Embora tenham sido usados na Primeira Guerra, a Força
Aérea se tornou um fator decisivo no segundo conflito, do qual participou ativamente.
•
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Saiba mais
GARCIA, Bruno. O outono da democracia. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de
Janeiro, jan/2012. Disponível aqui.
SAVARINO, Franco. Ilusões fascistas. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Identificou as origens do totalitarismo europeu;
• Reuniu argumentos para compreender os elementos nacionalistas agregados a estas ideologias;
• Comparou os diversos modelos adotados nos estados totalitários.
Referências
ARENDT, Hannah. . São Paulo: Companhia das Letras, 1989.As origens do totalitarismo
BOBBIO, Norberto et alii. . Brasília: UNB, 2000. v. 2. p 1248Dicionário de Política
MICHEL, Henri. : Dom Quixote, 1977. p. 13O fascismo. Lisboa
SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. . In: ZENHA, Celeste, REIS FILHO, Daniel Aarão e FERREIRA,Os fascismos
Jorge (orgs.) O século XX: o tempo das crises. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 112.
SAVARINO, Franco. Ilusões fascistas. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de
Janeiro, nov/2013. Disponível aqui.
WANDSCHEER, Roselaine. A República de Weimar. In: Deutsche Welle, 05/05/2013.
Disponível aqui.
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