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1 Nazismo Aula 17 5B História Adolf Hitler O partido nazista teve a sua origem em uma cervejaria de Munique, onde, em 1919, sete homens fundaram o Partido Nacional Socialista dos Trabalha- dores Alemães. Um deles, Adolf Hitler, seria futuramente o chefe do Partido. Hitler era natural de Braunau, Áustria, onde nasceu em 1889. Durante a guerra de 1914, alistou-se no exército bávaro, re- cebendo a promoção de cabo. Odiava os judeus e marxistas, acreditava na origem ariana dos alemães e tinha um profundo desprezo pela democracia. Em 08 de novembro de 1923, em Munique, Hitler tentou tomar o poder (putsch), sem sucesso. Preso, escreveu um livro (“Mein Kampf” – Minha Luta), cheio de violência e que influenciaria o povo alemão a aderir à sua filosofia política. Fo to ar en a/ Al bu m Hitler não apreciava a arte moderna. Tinha predileção pelo neoclássico. O programa do partido nazista era claramente de desprezo pela democracia liberal e pelo mar- xismo; antissemita; nacionalista; militarista e expansionista, ou seja, a Alemanha deveria buscar o seu lebensraum (espaço vital). © W ik im ed ia C om m on s/ Ar qu iv o Fe de ra l A le m ão Joseph Goebbels Divulgar ao máximo os ideais do nazismo. Essa foi uma das principais estratégias de Hitler para atingir o poder. Em Minha Luta, ele já abordava a questão da propaganda, que, para ele, deveria ser popular e emotiva. Ele desenvolveu uma “teoria da oratória” segundo a qual tudo (os gestos, a voz, o local) tinha de ser preparado com cuidado para emocionar o povo. As massas, segundo Hitler, eram incapazes de muita compreensão. Por isso, um discurso deveria conter uma ou duas ideias, as quais deveriam ser explicadas sob as mais variadas formas até a plena com- preensão dos ouvintes. Deveria também ser curto, para não cansar. Por último deveria ser maniqueísta, opondo o bem e o mal, pois assim era a visão das massas. Dessa forma, nos discursos e na propaganda, não era necessário estabelecer diferenças entre socialistas, liberais, social-democratas e comunistas. Dizia-se que todos eram inimigos da Alemanha, repre- sentavam o mal e deveriam ser combatidos. Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda a partir de 1933, foi um dos mais úteis colaboradores de Hitler. Na verdade, os nazistas elaboraram uma síntese cuidadosa de todas as técnicas de manipulação de opinião até então existentes, utilizando-se de recursos da ciência, da religião e da arte. MOCELLIN, Renato. O nazismo. São Paulo: FTD, 1998. © Sh ut te rs to ck /E ve re tt H ist or ic al Adolf Hitler 2 Extensivo Terceirão A tomada do poder Pode-se dizer que a humilhação do Tratado de Versalhes, a hiperinflação de 1923, o militarismo, o nacionalismo e o medo do comunismo foram as causas que contribuíram para a ascensão do nazismo. Acrescentam-se ainda a propaganda qualificada e o carisma do Fuhrer (chefe) Adolf Hitler. A crise de 29 contribuiu ainda mais para o cresci- mento do nazismo. Nas eleições de 1930, os nazistas elegeram 107 deputados; nas de 1932,196 deputados. O apoio dos desempregados, dos burgueses empo- brecidos, dos militares e até da alta burguesia (temia o comunismo) foi responsável por esse crecimento. Nas eleições presidenciais de 1932, Hitler chegou em segundo lugar, perdendo para o velho Hindenburg, que convidou Hitler para ser Chanceler. Com a morte de Hindenburg, em 1934, o Fuhrer assenhorou-se do poder. Estado Nazista O incêndio do Reichstag, atribuído injustamente aos comunistas, deu motivos para a implantação de um regime de terror. De 1934 até 1939, a política interna de Hitler foi co- roada de êxitos, em meio a uma política repressiva. Dela, nem antigos aliados escaparam. Em 1934, os líderes da SA (Divisões de Assalto) foram executados por membros da SS (Tropas de Proteção), no episódio conhecido como “Noite dos Longos Punhais”. Hitler violou os dispositivos do Tratado de Versalhes: remilitarizou a Renânia; anexou a Áustria (Anschluss) e incorporou a Região dos Sudetos, pertencentes à Tchecoslováquia (confirmado pelo Tratado de Munique). Ge tt y Im ag es /C or bi s/ Ge or ge R in ha rt Manifestação nazista O regime nazista era totalitário, Hitler possuía a totalidade do poder controlando o partido, o Estado e o exército. A população foi enquadrada. Na escola e na univer- sidade, o corpo docente foi depurado, e os manuais e cursos, revistos em função da doutrina nazista. Goebbels cuidava da propaganda, através da im- prensa, especialmente o rádio e o cinema. Milhares de livros considerados nocivos foram queimados em praças públicas. “... o sistema econômico do Terceiro Reich era uma forma de capitalismo em que o Estado con- trolava, organizava e dirigia a produção, consumo e distribuição dos alimentos. Apesar da retórica do “socialismo alemão” e da extensa regulamen- tação do mercado livre pelo governo, no entanto, o regime nunca se intrometeu na propriedade ca- pitalista. Ao contrário dos comunistas na União Soviética, os nazistas jamais instituíram uma au- toridade central de planejamento (pelo menos não até que Albert Speer assumiu o Ministério da Produção de Armamentos e Munições no auge da Guerra, em 1942). Também não manifestaram a intenção de abolir o incentivo do lucro do capi- talismo ou da propriedade privada dos meios de produção.” STACKELBERG, Roderick. A Alemanha de Hitler: origens, interpretações, legados. Rio de Janeiro: Imago, 2002, p. 170 É verdade também que os nazistas praticamente aniquilaram o desemprego; restabeleceram a ordem e construíram grandes obras públicas. O nazismo foi a saí- da alemã para a crise do capitalismo. Na Olímpiada de 1936, Hitler quis mostrar ao mundo toda a força do III Reich. Em relação aos judeus, considerados racialmente in- feriores, internacionalistas e agentes do capitalismo e do bolchevismo, a repressão começou logo que os nazistas chegaram ao poder. Em 1935, pelas Leis de Nuremberg, foram proibidos os casamentos mistos e o exercício de certas profissões pelos judeus, como a de médico, por exemplo. Na noite de 9 para 10 de novembro de 1938, a chamada Kristallnacht (Noite de Cristal), em Berlim, uma manifestação organizada pela Gestapo (polícia secreta) fez com que milhares de nazistas destruíssem sinagogas, incendiassem lojas e agredissem judeus. Milhares de judeus foram enviados para os campos de concentração de Buchenwald, Dachau e Sachsenhausen. A ordem para o extermínio de todos os judeus sob controle nazista foi dada por Hitler a Goering e Himmler em março de 1941. Aula 17 3História 5B No dia 20 de janeiro de 1942, Heydrich apresentou seu plano na chamada Conferência de Wannsee, que reuniu os principais funcionários dos ministérios ale- mães mais importantes: “A solução final (Endlösung) do problema judeu na Europa”, declarou, “será aplicada a cerca de 11 milhões de pessoas (...). Os judeus devem ser transferidos para o Leste sob severa vigilância e obrigados a realizar trabalhos forçados (...). Não é neces- sário dizer que um grande número deles será eliminado naturalmente devido às próprias deficiências físicas. Os que sobreviverem a isso – que deverão ser considerados como o grupo mais resistente – devem ser tratados de acordo. Na verdade, a História nos mostra que essa elite natural traz em si as sementes de uma nova renascença judaica (...)”. © W ik im ed ia C om m on s/ N at io na l A rc hi ve s a nd R ec or ds A dm in ist ra tio n Mortos em um campo de concentração Testes Assimilação 17.01. (UERJ) – olimpiadas.uol.br A cerimônia de abertura das Olimpíadas de 1936, ilustrada na foto, apresentou alguns dos símbolos e ideias do nazismo. No contexto das competições esportivas, um dos principais valores da propaganda nazista com relação à identidade nacional alemã é: a) autenticidade da cultura b) superioridade do povo c) grandiosidade do território d) modernidade da economia 17.02. (UERJ) – Na entrada do campo AuschwitzI, lia-se no portão: Arbeit macht frei (“O trabalho liberta”). exame.abril.com.br Primo Levi, judeu e antifascista, no fim de 1943, aos 24 anos, foi preso pela polícia italiana e entregue às for- ças de ocupação alemãs. Logo se fechava atrás dele o por- tão do campo de Auschwitz com a inscrição “O trabalho liberta”, e Levi compreendeu: “Então isto é o inferno”. Adaptado de WEINRICH, H. Lete: arte e crítica do esquecimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. No decorrer da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), campos de concentração foram criados em vários países europeus, sendo um dos maiores o complexo de Auschwitz, na Polônia. Para lá, eram enviados em massa aqueles consi- derados inimigos da nação alemã. De acordo com a imagem e com o texto, a frase “O trabalho li- berta” apontava para a seguinte estratégia do projeto nazista: a) treinamento de capitais humanos b) controle de recursos de pesquisas c) exclusão de operários improdutivos d) exploração da mão de obra dos reclusos 4 Extensivo Terceirão 17.03. (UERJ) – O cartaz acima, divulgado no aeroporto, nas ruas e nos ônibus de Yerevan, capital da Armênia, faz alusão ao líder otomano Talaat Pasha e a Adolf Hitler. A ima- gem é uma das muitas espalhadas pela cidade para lembrar o centenário do massacre de até 1,5 milhão de armênios nas mãos dos turcos-otomanos, cujo império estava se desintegrando em meio à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Muitos eram civis de- portados a regiões desérticas, onde morreram de fome e sede. Outros milhares foram massacrados. No cen- tro da cidade, muitos pontos de ônibus exibem fotos de sobreviventes. Adaptado de bbc.com, 24/04/2015. Através da lembrança do massacre dos armênios, em 1915, é possível comparar experiências históricas com o objetivo de fomentar, na atualidade, práticas sociais de reconheci- mento de: a) atos de genocídio e reparação das famílias vitimadas b) ações de expansionismo e continuidade das disputas territoriais c) projetos do totalitarismo e permanência de regimes autocráticos d) estratégias de conquista e convocação de tribunais internacionais 17.04. (ACAFE – SC) – O antissemitismo orientou muitas das ações políticas e sociais do partido nazista enquanto este esteve no poder. Nesse contexto, e sobre o antissemitismo alemão, todas as alternativas estão corretas, exceto a: a) A eugenia foi uma tentativa das associações sionistas da Alemanha de financiar partidos políticos adversários dos nazistas na década de 20 e 30 do século XX. b) Na denominada Noite dos Cristais, na Alemanha, dezenas de sinagogas foram incendiadas e lojas comerciais de judeus depredadas. c) Muitos direitos civis dos judeus foram suprimidos e foi proibido o casamento entre judeus e alemães. d) Durante o regime nazista muitas pessoas e diversos pro- fissionais colaboravam com o nacional socialismo para a identificação de judeus. Tal prática poderia garantir uma ascensão social. Aperfeiçoamento 17.05. (ALBERT EINSTEIN – SP) – No filme O Grande Ditador, produção norte-americana de 1940, Charlie Chaplin compõe um retrato irônico do nazi- -fascismo europeu em duas de suas principais figuras: Hitler e Mussolini. A cena reproduzida apresenta três características da ideologia nazista: a) colonialismo, expansionismo e antissemitismo. b) militarismo, irracionalismo e expansionismo. c) anticomunismo, expansionismo e centralismo. d) liberalismo, militarismo e tradicionalismo. 17.06. (UNESP – SP) – Então, todos os alemães dessa época são culpados? – Esta pergunta surgiu depois da guerra e permane- ce até hoje. Nenhum povo é coletivamente culpado. Os alemães contrários ao nazismo foram perseguidos, pre- sos em campos de concentração, forçados ao exílio. A Alemanha estava, como muitos outros países da Europa, impregnada de antissemitismo, ainda que os antissemi- tas ativos, assassinos, fossem apenas uma minoria. Esti- ma-se hoje que cerca de 100 000 alemães participaram de forma ativa do genocídio. Mas o que dizer dos outros, os que viram seus vizinhos judeus serem presos ou os que os levaram para os trens de deportação? (Annette Wieviorka. Auschwitz explicado à minha filha, 2000. Adaptado.) Ao tratar da atitude dos alemães frente à perseguição nazista aos judeus, o texto defende a ideia de que a) os alemães comportaram-se de forma diversa perante o genocídio, mas muitos mostraram-se tolerantes diante do que acontecia no país. b) esse tema continua presente no debate político alemão, pois inexistem fontes documentais que comprovem a ocorrência do genocídio. c) esse tema foi bastante discutido no período do pós- -guerra, mas é inadequado abordá-lo hoje, pois acentua as divergências políticas no país. d) os alemães foram coletivamente responsáveis pelo genocídio judaico, pois a maioria da população teve participação direta na ação. e) os alemães defendem hoje a participação de seus ances- trais no genocídio, pois consideram que tal atitude foi uma estratégia de sobrevivência. Aula 17 5História 5B 17.07. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir. O começo aqui foi muito difícil para nós. O pior foi a adaptação. Vocês conheceram nossa maravilhosa moradia em Berlim-Dahlen e iam se assustar vendo em que primitividade vivemos agora. Moramos em uma casa de madeira com cozinha, sala e dois peque- nos quartos, um para mim e nosso filho adotivo Bo- bby, o outro para a minha esposa, a filha dela Magdi e Marlies, filha adotiva. BEHREND, S. Carta de Rudolf Isay. 1936. NDPH-UEL. A desestruturação da vida cotidiana na Alemanha, após 1932, expressa na carta do jurista Rudolf Isay, deveu-se à ascensão de um partido a) comunista, porém rompido com a URSS. b) fascista, acrescido de elementos eugênicos. c) liberal, de ideais oligárquicos. d) socialista, vinculado à Internacional Comunista. e) trabalhista, fundamentado no marxismo inglês. 17.08. (FUVEST – SP) – A operação era um pouco doloro- sa e não durava mais que um minuto, mas era traumá- tica. Seu significado simbólico estava claro para todos: este é um sinal indelével, daqui não sairão mais; esta é a marca que se imprime nos escravos e nos animais destinados ao matadouro, e vocês se tornaram isso. Vo- cês não têm mais nome: este é o seu nome. A violência da tatuagem era gratuita, um fim em si mesmo, pura ofensa: não bastavam os três números de pano costu- rados nas calças, no casaco e no agasalho de inverno? Primo Levi. Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. Está de acordo com o texto a seguinte afirmação: a) A tatuagem era uma forma de tortura e uma mensagem não verbal, que inscrevia a condenação no corpo do prisioneiro. b) O uso de tatuagens era perturbador apenas para ciganos e judeus ortodoxos, pois violava o código moral e as leis religiosas dessas comunidades. c) O recurso de tatuar o prisioneiro, além de impor um sofri- mento físico e moral, discriminava o tipo de remuneração. d) O emprego das tatuagens funcionava como um código estético e de classificação dos prisioneiros nos campos de concentração. e) A tatuagem, assim como o trabalho voluntário, não tinham finalidade produtiva, mas contribuíam para o entendimento entre os prisioneiros. 17.09. (IFPE) – O que a chamada imprensa liberal fez antes da Guerra foi cavar um túmulo para a nação alemã e para o Reich. Não precisamos dizer nada sobre os mentirosos jornais marxistas. Para eles, o mentir é tão necessário como, para os gatos, o miar. Seu único objetivo é quebrar as forças de resistência da nação, preparando-a para a escravidão do capitalismo inter- nacional e dos seus senhores, os judeus. Que fez o Go- verno para resistir a esse envenenamento em massa do povo alemão? Nada, absolutamente nada! Alguns fracos decretos, algumas multas por ofensas tão graves que não podiam ser desprezadas, e nada mais! Esperava-se conquistar as simpatias desses pestilentos através de lisonjas, do reconhecimento do “valor” da imprensa, de sua “significação”, dasua “missão educadora” e ou- tras imbecilidades. Os judeus, porém, recebiam essas demonstrações com um sorriso de raposa e retribuíam com um astucioso agradecimento. A razão para essa ignominiosa renúncia do Governo não estava no des- conhecimento do perigo, mas em uma covardia que gritava aos céus e na indecisão que, em consequência disso, caracterizava todas as resoluções tomadas. Nin- guém tinha a coragem de “empregar meios radicais”, ao contrário disso, todos porfiavam em prescrever receitas homeopáticas e, em vez de dar-se um golpe certeiro na víbora, aumentava-se a sua capacidade de envenenar. O resultado é que não só tudo ficou pior do que dantes como a instituição que se deveria combater tomou cada dia maior vulto. HITLER, Adolf. Minha Luta, pp. 107-108. O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nacional-Socialista ou Nazista, cresceu nos anos 1920 e assumiu o poder na Alemanha na década seguinte. Surgia com o objetivo máximo de “resga- tar a dignidade do povo alemão”, como disse o historiador Ronaldo Vainfas em sua obra “História: o mundo por um fio – do século XX ao XXI”. A partir do texto e de seus conhecimentos sobre princípios e práticas nazistas, é CORRETO afirmar que a) o discurso hitlerista, construído no período de crise da democracia liberal, foi marcado pelo extremismo de direita, pelo racismo e pela eugenia, e lançou as bases da violência futura contra judeus e demais minorias. b) os judeus, por sua própria corrupção moral, envenenavam o povo alemão com ideias que não pertenciam à cultura verdadeiramente alemã, o que despertou o clima de perseguição política que culminou com o Holocausto. c) o principal líder do Partido Nazista, Adolf Hitler, desejava uma imprensa imparcial e justa, livre de mentiras e de falso intelectualismo, o que explica a escolha do Ministro da Propaganda Joseph Goebbels. d) o antissemistismo foi provocado pela própria imprensa judaica e marxista, que mentia para o povo alemão, já cansado da crise econômica e das humilhantes imposi- ções do Tratado de Versalhes. e) os membros do Partido Nazista, pelo menos no início, conscientes que eram do valor da imprensa liberal e das liberdades de expressão nos anos 1920, tentaram negociar com a imprensa judaica. 6 Extensivo Terceirão 17.10. (PUC – SP) – O filme “A queda – Os últimos dias de Hitler”, recentemente exibido nos cinemas, causou polêmica pois, segundo alguns críticos, “humaniza a figura de Hitler”. A principal preocupação desses críticos era que o público do filme, ao ver Hitler em cenas do quotidiano doméstico, simpatizasse com sua figura e passasse a ver o nazismo de forma mais tolerante. Em resposta às críticas, o diretor do filme afirmou que sua intenção era a oposta: aumentar a discussão sobre o período nazista, para evitar que as ideias propagadas por Hitler pudessem reaparecer na política atual. Dessa forma, em meio à polêmica, os dois lados manifesta- ram intenção semelhante: a) alertar para os riscos do totalitarismo e das ideias racistas, como as defendidas pelo nazismo e aplicadas na Alema- nha nas décadas de 1930 e 1940. b) proibir a liberdade de expressão, para que tanto o nazismo quanto outras ideologias autoritárias, como o socialismo soviético, sejam eliminados. c) restabelecer a liberdade de organização político-partidária no ocidente, oferecendo alternativas institucionais para a difusão dos ideais nazistas. d) impor os princípios enunciados no Tratado de Versalhes que impediu, em 1919, a Alemanha de produzir armas e que foi ignorado pelos nazistas. e) reconhecer que, independentemente de suas ideias, os líderes políticos são seres humanos e que, portanto, têm direitos e merecem respeito. Aprofundamento 17.11. (MACK – SP) – “Os eleitores alemães jamais de- ram aos nazistas uma maioria no voto popular, como algumas vezes ainda é afirmado (...) Os nazistas de fato chegaram a ser o maior partido do Reichstag alemão nas eleições parlamentares de 31 de julho de 1932, com 37,2% dos votos. Mais tarde, caíram para 33,1%, nas eleições parlamentares de 6 de novembro de 1932. Nas eleições de 6 de março de 1933, com Hitler já como chanceler e o Partido Nazista no comando da totalidade dos recursos do Estado alemão, seus resultados foram significativos, mas ainda insuficientes 43,9%. Mais que um em cada dois alemães votaram contra os candidatos nazistas, naquela eleição, desafiando a intimidação das Brigadas de Assalto. O Partido Fascista italiano con- seguiu 35 cadeiras num total de 535, na única eleição parlamentar livre da qual chegou a participar, em 15 de maio de 1921.” (Paxton, Robert. A Anatomia do Fascismo. São Paulo: Paz e Terra, 2007; p. 164-165) Sobre a ascensão dos fascistas e nazistas ao poder na Itália e Alemanha, podemos afirmar que a) tanto Mussolini como Hitler foram convidados a assumir o cargo de chefe de governo por um chefe de Estado no exercício de suas funções oficiais. Nos dois casos, fica evidente o interesse das alas conservadoras em fortalecer a extrema direita para impedir o avanço das esquerdas. b) a ascensão de Mussolini ao poder foi diferente da ascen- são de Hitler. O primeiro, a partir da Marcha sobre Roma, aplica um golpe violento derrubando o rei Victor Emanuel III. O segundo é convidado pelo presidente Hindenburg a assumir o cargo de chanceler alemão. c) Mussolini assume o poder convidado pelo rei Victor EmanueI III após a manifestação fascista conhecida como Marcha sobre Roma. Hitler torna-se chanceler após um bem-sucedido Golpe de Estado, derrubando o presidente Hindenburg e toda a cúpula política alemã. d) tanto Mussolini como Hitler ascende ao poder pela via golpista. Mussolini após uma demonstração de poder com milhares de fascistas em Roma. Hitler após uma grande marcha que tem início em Munique (Putsch da Cervejaria) e é finalizada com a ocupação do Reichstag e sua nomeação como chanceler alemão. e) o rei italiano Victor Emanuel III e o presidente alemão Hindenburg convidaram, respectivamente, Mussolini e Hitler para assumirem os cargos de chefe de governo. A motivação principal era alçar ao poder as lideranças da esquerda para que fosse possível combater com mais eficácia o avança da extrema direita italiana e alemã. 17.12. (MACK – SP) – “Em 30 de janeiro de 1933, Hitler se tornou chanceler da Alemanha (...) – [e] agiu rápido para extinguir a democracia [no país]. Um Decreto de Emergência, aprovado pelo Reichstag em 5 de fevereiro, desapropriava todos os prédios e todas as prensas tipo- gráficas do Partido Comunista e fechava as organizações pacifistas. Os Camisas Marrons atacaram os prédios da federação dos sindicatos e surraram opositores políticos nas ruas. (...) A partir de 9 de março, o terror encontrou uma base segura atrás de arames farpados. O processo se iniciou no dia em que a SS enviou milhares de críticos do regime, entre eles comunistas, social-democratas, sindicalistas e judeus de toda sorte para um assim chamado ‘campo de concentração’ criado em Dachau, perto de Munique, coordenado por um dos pelotões mais brutais da SS na Baviera”. Martin Gilbert. A História do Século XX. São Paulo: Planeta, 2016, pp.243-244 O texto aponta a ideologia e as ações levadas adiante pelo regime nazista na Alemanha. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. a) Profundamente antissemita e avessa à democracia e ao comunismo, a política nazista pautou-se pela concretiza- ção de um Estado totalitário de extrema-direita. Para isso, ações terroristas, perseguição e eliminação de amplos setores sociais e políticos foram armas utilizadas, visando à legitimação e à consolidação do regime idealizado por Hitler. b) O regime nazista, uma vez no poder, perseguiu e eliminou os opositores, destacadamente comunistas e judeus. Sua ligação com movimentos sindicais de esquerda, na Ale- manha, foram armas importantes na estratégia nazista de tomada de poder, mas não foram suficientespara evitar o extermínio dos comunistas nos campos de concentração. Aula 17 7História 5B c) Racismo, xenofobia e aversão aos princípios democráticos foram características fundamentais do Estado nazista im- plantado na Alemanha. Para legitimar suas ações perante a população, Hitler, uma vez no poder, criou campos de extermínio por todo o país e confinou neles antigos aliados, tais como os comunistas. d) O regime nazista consolidou-se a partir da década de 1930. Sua gestação, porém, iniciou-se anos antes, quando Hitler, com apoio da SS, promoveu atentados a sinagogas, sindicatos e prédios públicos e conseguiu uma ampla rede de apoio entre jovens nacionalistas frustrados com a política e a economia do país. e) O nacionalismo que surgiu com o regime nazista estru- turou-se em bases racistas e terroristas, ao perseguir e eliminar exclusivamente judeus e comunistas. Por isso, agrupamentos como os Camisas Marrons e a SS foram fundamentais, pois atuavam como o braço armado de um poderoso sentimento de pertencimento gerado na população do país. 17.13. (UDESC) – “Depois das eleições (1933), a ditadu- ra nazista dá início a uma autêntica limpeza da área: sindicatos e partidos são dissolvidos, suas sedes são invadidas, expropriados seus fundos e empastelados seus jornais. A lei de depuração de 7 de abril dá início a grande expurgo nas administrações e repartições públi- cas, eliminando esquerdistas, judeus e democratas. Os Larger, campos de concentração, começam a inchar: já são 45 em 1933, com quarenta mil internos, aproxima- damente. Goring cria então a polícia secreta do Estafo (Gestapo), com funções repressivas e preventivas. Em julho passa a vigorar uma lei de esterilização de doentes hereditários. Em setembro é criada a Câmara Cultural do Reich, sob o controle de Goebbels. Intelectuais e artistas perdem sua liberdade de expressão e organi- zação: começa o êxodo para o exterior.” Lenharo, Alcir. Nazismo: o triunfo da vontade. São Paulo: Ática, 1986, p. 29. Tomando por base o texto de Alcir Lenharo, a respeito da Ale- manha sob o governo de Adolf Hitler, analise as proposições. I. A partir de 1933, por meio de medidas de emergência, foi proibido o funcionamento legal dos partidos de oposição. II. O governo de Hitler usou fortemente cinema, rádio e propaganda para a propagação do ideário nazista. III. O exílio foi a opção de muitos intelectuais, artistas, poetas, escritores que perceberam os perigos do ideário nazista, pautado pela superioridade da chamada raça ariana. IV. O governo de Hitler foi unânime entre o povo alemão. Prova disso é a inexistência de quaisquer resistências ou atentados contra sua vida entre 1933 e 1945. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 17.14. (UEL – PR) – Durante a Segunda Guerra Mundial, o número de pessoas exterminadas por motivos raciais nos campos de concentração nazistas eleva-se a mi- lhões. Sobre esse tema, Eric Hobsbawm, no livro Era dos Extremos, fez o seguinte questionamento: Seria menor o horror do Holocausto se os histo- riadores concluíssem que exterminou não 6 milhões [...], mas 5 ou mesmo 4 milhões? (HOBSBAWM, E. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 50.) Em relação à política eugenista praticada pelos nazistas, considere as afirmativas a seguir. I. A política de seleção racial atingiu os prisioneiros russos que foram enviados aos campos de concentração e guetos. II. Judeus que apresentavam características físicas arianas foram poupados dos campos de concentração. III. O isolamento nos guetos somou-se aos campos de concentração como formas de extermínio da população não ariana. IV. Populações ciganas que viviam nos territórios ocupados pelos alemães foram enviadas aos campos de concentração. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 17.15. (UEPG – PR) – “O nazismo não era um movimento completamente novo, mas o resultado da fusão e da reelaboração de ideias e sentimentos há longo tempo presentes na sociedade alemã. [...] Foi o nazismo, po- rém, que conseguiu sobressair, absorver ou eliminar os outros movimentos e conquistar o poder.” Bertonha, J. F. Fascismo, Nazismo e Integralismo. São Paulo. Ática. Sobre o nazismo, assinale o que for correto. 01) O nazismo procurou transformar a estrutura da so- ciedade alemã, socializando a propriedade da terra e abandonando o dirigismo das atividades produtivas. 02) As classes médias não se sensibilizaram com as propos- tas do Partido Nacional-Socialista e não aderiram a esse movimento. 04) O racismo é um dos pontos fundamentais do ideário nazista. Na concepção nazista, os alemães pertenciam a uma raça superior, a ariana, que sem se misturar a outras raças, deveriam comandar o mundo. Os judeus eram considerados os principais inimigos. 08) A crise de 1929 não influenciou no surgimento do na- zismo, pois a Alemanha ainda não se inserira na econo- mia internacional do pós-guerra. 16) Nacionalistas, os nazistas pretendiam construir a Gran- de Alemanha. Entendida como o “espaço vital” para os arianos cumprirem seu destino, a Grande Alemanha deveria reunir as comunidades germânicas da Europa, como a Áustria, os Sudetos e Dantzig. 8 Extensivo Terceirão 17.16. (UNIOESTE – PR) – Baseando-se nos textos e no comentário apresentados a seguir: “Hitler considerava que a propaganda sempre de- veria ser popular, dirigida às massas, desenvolvida de modo a levar em conta um nível de compreensão dos mais baixos. ‘As grandes massas’, dizia ele, ‘têm uma capacidade de recepção muito limitada, uma inteli- gência modesta, uma memória fraca’. Por isso mesmo, a propaganda deveria restringir-se a pouquíssimos pontos, repetidos incessantemente […]. Tudo interes- sa no jogo da propaganda: mentiras, calúnias; para mentir, que seja grande a mentira, pois assim sendo, ‘nem passará pela cabeça das pessoas ser possível ar- quitetar uma tão profunda falsificação da verdade.” LENHARO, Alcir. Nazismo: “o triunfo da vontade”. 6ª. ed., São Paulo: Ática, 1998, p. 47-48. “Eu vivo em tempos sombrios. Uma linguagem sem malícia é sinal de estupidez, Uma testa sem rugas é sinal de indiferença. Aquele que ainda ri é porque ainda não recebeu a terrível notícia. Que tempos são esses, Quando falar sobre flores é quase um crime, Pois significa silenciar sobre tanta injustiça? [...]”. Trecho de “Aos que virão depois de nós”, de Bertolt Brecht, 193?. Uma das características marcantes do nazismo – que colocou em cheque tanto a liberdade, a democracia e a dignidade humana, quanto os movimentos socialistas e comunistas – foi a disseminação de uma ideologia de extrema direita, de tradição xenófoba, nacionalista e antissemita, por uso sistemático e ostensivo dos modernos meios de informação e comunicação com o objetivo expresso de silenciar, controlar e conduzir as “massas” - daí a importância de Brecht dizer “Eu vivo em tempos sombrios”. Exemplos, aliás, desta prática – dadas às devidas proporções e aos contextos distintos – ainda persistem em nossos dias. Assinale a alternativa INCORRETA. a) É possível afirmar que, em ambos os textos, encontra-se presente a referência histórica às práticas de violência e dominação, levadas a cabo pelo governo alemão através de Adolf Hitler, também conhecido como “Führer”. b) O conteúdo da poesia de Bertolt Brecht nada tem a ver com o processo histórico de ascensão ao poder de Adolf Hitler e do regime nazista em 1933, haja vista o motivo de sua escrita ser uma críticaveemente ao comunismo de Stálin na então União Soviética. c) Uma das razões principais para que Hitler defendesse o uso “repetitivo” dos modernos meios de comunicação da época – especialmente, as rádios – estava na capacidade que eles tinham de conquistar as “massas” a qualquer custo, inclusive ao custo da liberdade de expressão. d) Existe uma identificação entre o que denuncia a poesia de Brecht e a passagem analítica do texto de Lenharo, ao citar trechos de Mein Kümpf, de Hitler, na medida em que o silenciamento repressivo que anula o direito ao livre pensar crítico corresponderia ao bombardeio massivo de valores, símbolos e ideias caras ao nazismo, como a propaganda dirigida às massas. e) A presença em nossa contemporaneidade de movi- mentos e grupos de extrema direita, que defendem a ausência de conhecimento crítico, a excessiva limitação da liberdade de pensamento e expressão e o preconceito contra questões de gênero, sexualidade e etnia guardam relativa ligação com a ideologia nazista. 17.17. (UEPG – PR) – O nazismo e o fascismo são doutrinas políticas que se projetaram a partir da década de 1920 e que tiveram grande destaque a partir da Alemanha e da Itália. O nazifascismo esteve no centro das questões que conduziram a humanidade para a Segunda Guerra Mundial e, até os dias atuais, ainda possui seguidores espalhados ao redor do mundo. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) O anticomunismo é um dos elementos centrais no dis- curso nazifascista. Para os defensores dessa doutrina, o comunismo é responsável pela dissolução da estrutura social e familiar. 02) É comum, tanto no nazismo como no fascismo, o culto exacerbado aos símbolos nacionais (como hinos, datas, bandeiras, heróis) e a valorização da nação como ele- mento de unificação social e política. 04) Não há, no nazismo e no fascismo, nenhuma discussão que envolva elementos raciais. A perspectiva de que al- gumas raças são superiores a outras, como contida em regimes comunistas, não integra o escopo doutrinário nazifascista. 08) Do ponto de vista econômico, fascistas e nazistas pos- suem postura comum, isto é, ambos são defensores de uma perspectiva liberal de economia, sem o controle do Estado e com plena atuação do mercado como ele- mento regulador da economia. 16) Entre as características comuns ao nazismo e ao fascis- mo está a defesa pela militarização da nação. Justifica- do pela premissa da defesa nacional, o militarismo é um elemento fundamental para o processo de expan- são territorial e política. 17.18. (UEPG – PR) – As décadas de 1920, 1930 e 1940 fo- ram marcadas politicamente pela ascensão dos chamados regimes totalitários. Especificamente, a respeito do nazismo, assinale o que for correto. 01) Assim que se tornou chanceler da Alemanha, Adolf Hi- tler agiu de forma a concentrar poderes e a transformar o país em uma ditadura. A criação de um partido único, a organização de uma polícia política, a suspensão de direitos individuais e da liberdade de imprensa são al- guns dos pilares nos quais o nazismo se erigiu. 02) Os sindicatos de trabalhadores foram ocupados pela polícia política nazista e foram obrigados a se fundir com a organização nazista “Frente de Trabalho Alemã”, o que significou o fim da representação autônoma dos trabalhadores alemães. Aula 17 9História 5B 04) A Igreja Católica foi duramente perseguida pelos nazis- tas na Alemanha. Após o papa Pio XII se negar a assi- nar um tratado de colaboração com o governo nazista, Adolf Hitler deflagrou uma intensa campanha repressi- va aos católicos alemães durante todo o tempo em que esteve no poder. 08) A Lei de Pureza Racial, promulgada por Hitler, previa um rígido controle sobre a entrada de estrangeiros (no- tadamente descendentes de judeus) na Alemanha. Por outro lado, a mesma Lei estabeleceu um subsídio es- tatal para que os chamados alemães puros cuidassem dos filhos hereditariamente doentes. 16) A “SS” foi um esquadrão militar de elite criado por Adolf Hitler com um objetivo específico: investigar, interro- gar, prender e expulsar judeus e imigrantes conside- rados indesejáveis ou inferiores aos alemães. Foi a “SS” que montou e controlou os campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Desafio 17.19. (UERJ) – O filme O Ovo da Serpente tem como cenário a cidade de Berlim, no ano de 1923. Trata-se, sobretudo, de uma fábula de advertência. Dez anos antes da subida dos nazistas ao poder, já se podia ver um fantasma rondando as vielas da Alemanha e pressu- por que, em meio à desordem, à crise econômica e ao vácuo político, uma semente de radicalismo e violência estava para brotar. Como afirma um dos personagens, a vitória só chegaria em alguns anos, quando os jovens do país se tornassem adultos e se vissem cansados de viver em uma terra amargurada. Ao cabo da trama, sentencia-se que o fascismo era uma ameaça perceptí- vel: “É como o ovo de uma serpente. Através das finas membranas, você pode claramente discernir o réptil já perfeito”. O filme O ovo da serpente retrata o contexto de crise alemã após a Primeira Guerra Mundial, que favoreceu a subida ao poder de Hitler, principal figura do Partido Nazista. Adaptado de revistadehistoria.com. br. Retire do texto dois problemas da sociedade alemã que contribuíram para a ascensão do nazismo ao poder em 1933. Indique, também, a ação tomada pelo Partido Nazista em relação a cada um desses problemas. Gabarito 17.01. b 17.02. d 17.03. a 17.04. a 17.05. b 17.06. a 17.07. b 17.08. a 17.09. a 17.10. a 17.11. a 17.12. a 17.13. c 17.14. c 17.15. 20 (04 + 16) 17.16. b 17.17. 19 (01 + 02 + 16) 17.18. 03 (01 + 02) 17.19. Dois dos problemas e respectiva ação: • desordem social / instauração do Es- tado corporativo e centralizador para enfrentar a crise das propostas liberais. • crise econômica / intervencionismo estatal para controlar os conflitos entre capital e trabalho. • vácuo político / fim do sistema políti- co representativo liberal, com o esta- belecimento do partido único e for- talecimento de Hitler como liderança nacional. 10 Extensivo Terceirão 5B Portugal, Espanha e Japão no entre guerras História Aula 18 Salazarismo Português A monarquia portuguesa foi derrubada em 1910 por grupos liberais e republicanos. Durante a Primeira Guerra Mundial, Portugal teve uma participação bastante modesta, lutando ao lado da Inglaterra e da França. O agravamento da crise econômica e social; a instabilidade política; o descontentamento popular; a oposição da Igreja aos governantes liberais facilitaram o golpe de direita desfechado pelos militares em 1926. Foi ins- taurado um governo autoritário e corporativo chamado Estado Novo. Líde- res oposicionistas foram presos ou exilados; a imprensa foi amordaçada e os sindicatos foram dissolvidos. Por trás dos militares, estava o economista Antônio de Oliveira Salazar, que ocupou diversos cargos e foi realmente quem controlou o poder até falecer em 1970. Portugal se manteve neutro durante a Segunda Guerra Mundial e se aproveitou da Guerra Fria para se tornar aliado dos Estados Unidos. No início da década de 70, Portugal mantinha seu Império Colonial com muita dificuldade. O país continuava atrasado, porém a oposição política crescia, bem como a crise econômica e a insatisfação social. Em 1974, ocorreu a Revolução dos Cravos que, liderada por militares progressistas e com amplo apoio popular, pôs fim ao regime salazarista. O novo governo procedeu à rápida descolonização de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Angola, por exemplo, mergulhou em uma guerra civil com a intervenção da África do Sul apoiando a Unita (União Nacional para a Inde- pendência Total da Angola) e Cuba apoiando a MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola). Já Timor-Leste foi invadido pela Indonésia. Mário Novais FCG-Biblioteca de Arte Antônio de Oliveira Salazar “Salazar, um austero celi- batário de 39 anos nascido em 1889 na região central de Portugal,assumiu o controle absoluto a partir de 1930 ... A Constituição do “Estado Novo” que ele redigiu em 1932 criou um regime “corporativo” nos moldes do que Benito Mus- solini acabara de instituir na Itália. Apesar de vernizes fas- cistas como a lei trabalhista de proibição de greves inspirada em Mussolini e a implacável polícia secreta, o Estado Novo era essencialmente um regime autoritário católico... O regi- me salazarista também lançou mão de terríveis instrumentos de repressão. A polícia políti- ca disseminou sua insidiosa influência por todo o país... A Guarda Republicana e a Polícia de Segurança Pública (PSP) postavam seguranças unifor- mizados em todas as casas de espetáculo e outros lugares de reunião. Essas duas corpora- ções esmagavam brutalmente os protestos públicos. A Legião Portuguesa, milícia de camisa verde e continência romana criada para combater ao lado de Francisco Franco duran- te a Guerra Civil Espanhola, era o outro braço paramilitar do regime. Evitando excessos públicos ou escondendo-se habilmente das vistas dos es- trangeiros, Salazar criou um terror “moderado” que era in- cansável, vigilante e devasta- doramente eficaz.” MAXWELL, Kenneth. Império derrotado: revolução e democracia em Portugal. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 35 Aula 18 11História 5B Com a Revolução, o movimento das Forças Armadas realizou uma reforma agrária e nacionalizou diversas empresas estrangeiras. Ge tt y Im ag es /C or bi s/ Sy gm a/ He nr i B ur ea u Soldados são recebidos por uma multidão nas ruas de Lisboa, após a derrubada dos salazaristas. A canção “Grândula vila morena”, de Zeca Afonso, foi uma espécie de senha para a Revolução dos Cravos. “Grândula, vila morena terra de fraternidade o povo é quem mais ordena dentro de ti, ó cidade”. Guerra Civil Espanhola Em 1931, a Espanha tornou-se uma República. De 1931 a 1936, viveu dias agitados, com choques constan- tes entre a esquerda e a direita. Nas eleições de 1936, os partidos de esquerda, unidos na Frente Popular, che- garam ao poder. A agitação social, as medidas tomadas pelo novo governo e a ameaça de grandes mudanças alarmaram os ricos proprietários, os militares e a Igreja. No dia 18 de julho de 1936, estourou uma subleva- ção militar que fracassou parcialmente. No Marrocos espanhol, o exército da África espanhola, sob a liderança de Francisco Franco Bohamonde, aderiu aos insurretos. A marinha, parte da guarda civil, a Catalunha e as pro- víncias bascas permaneceram fiéis ao governo de Madri. Já o exército bandeou-se em massa para os rebeldes. Ao perceberem que seriam derrotados pelos aguerridos milicianos de Madri, Emílio Mola e Francisco Franco pediram ajuda a Hitler e a Mussolini. Estes, a princípio, relutaram; depois enviaram farto material bélico, conse- lheiros e voluntários para combaterem pelos chamados “nacionalistas”. Os republicanos receberam a ajuda das brigadas internacionais, compostas de voluntários de todo o mundo (alguns brasileiros também participaram). Quanto ao apoio soviético e das democracias ocidentais, foi muito aquém do esperado. Mesmo assim, os patriotas espanhóis resistiam bravamente. Quando Madri estava sob o ataque cerrado de Franco, a heroína comunista Dolores Ibarruri, conhecida como La Pasionaria, gritou: “No Pasarán!” (“eles não passarão”). E, de fato, pelo me- nos naquela época, o inimigo não passou. Mulheres anarquistas lutando na Guerra Civil Espanhola La tin st oc k/ Ru e de s A rc hi ve s/ RD A Em meio à Guerra Civil, atos de atrocidade foram pra- ticados em larga escala... Finalmente, em abril de 1939, os nacionalistas triunfaram. Na Guerra Civil Espanhola, os nazifascitas testaram as suas armas. O bloco totalitá- rio saiu fortalecido. As democracias estavam em baixa. Guernica O pintor Pablo Picasso era defensor da causa repu- blicana. Em Paris, ao saber do bombardeio da cidade de Guernica pelos nazistas, Picasso pintou detalhes da chacina. Conta-se que o embaixador de Hitler, em Paris, perguntou a Picasso de quem era a obra. Este respondeu-lhe que era do embaixador (por extensão, dos alemães). Picasso fez um contrato com o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque para que protegesse Guernica até a queda do fascismo espanhol. “Militarmente, o ataque foi executado a leste e confiado aos carlistas navarros (monarquistas), apoiados, no entanto, por uma divisão italiana e pela Legião Condor alemã. No dia 31 de mar- ço (1937), Mola dirigiu aos bascos um violento ultimatum e lançou o ataque. A novidade foi a preparação deste por meio de bombardeios aéreos maciços: duas pequenas cidades bascas, Durango e Guernica, foram esmagadas.” VÍLAR, Pierre. A Guerra da Espanha. Rio de Janeiro: Paz e Terra. p. 53. Na década de 1930, o Japão foi fortemente influenciado pelo milita- rismo e a sua economia esteve sob o controle do zaibatsu, o “sindicato” dos grandes grupos econômicos. Ainda em 1936, o Japão associou-se à Alemanha e à Itália, no Pacto do Eixo, uma suposta aliança anticomu- nista (Pacto Anti-Komintern). Komintern tornou-se um ins- trumento da política externa so- viética, fomentando revoluções e custeando partidos comunis- tas. Criado em 1919, foi dissolvi- do em 1943. Em 1937, o Japão atacou a China. Em 1938, os japoneses já ocupavam grande parte do território chinês. O expansionismo japonês no Pacífico feria os interesses dos Estados Unidos. No cargo de primeiro-ministro, o general Hideki Tojo fez com que a ala militarista favorável à guerra triun- fasse, daí o ataque a Pearl Harbor. 12 Extensivo Terceirão M us eu N ac io na l C en tr o de A rt e Re in a So fia /F ot óg ra fo d es co nh ec id o Esta obra simboliza a destruição da cidade basca de Guernica pela Força Aérea da Ale- manha, que apoiava Franco. PICASSO, Pablo. Guernica, 1937. 1 óleo sobre tela, color., 349 cm x 777 cm. Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri. Japão No final do século XIX e começo do século XX, o Japão já era uma potência econômica e militar. Com a crise de 1929, o país começou a enfrentar sérios problemas. Os militares passaram a acusar os governantes civis de serem ineficazes. Em 1931, os japoneses invadiram a Manchúria e fundaram o Estado do Manchukuo, colocando como Imperador de fachada o jovem Imperador da China, deposto em 1912, Pu Yi. Apesar das pressões norte-americanas, os japoneses continuaram com sua guerra de agressão aos chineses. Testes Assimilação 18.01. (UNESP – SP) – A corporação tem como objetivo aumentar sem- pre o poder global da Nação em vista de sua extensão no mundo. É justo afirmar o valor internacional da nossa organização, pois é no campo internacional somente que serão avaliadas as raças e as nações, quando a Europa, daqui a alguns tempos, apesar do nosso firme e sincero desejo de colaboração e de paz, tiver novamente chegado a outra encruzilhada dos destinos. (Apud Katia M. de Queirós Mattoso. Textos e documentos para o estudo da história contemporâ- nea: 1789-1963, 1977.) O texto apresenta características do movimento a) modernista. b) socialista. c) positivista. d) fascista. e) liberal. 18.02. (UECE) – Atente ao enunciado a seguir: “Essas classes médias conservadoras eram, está claro, defensoras po- tenciais ou mesmo convertidas do fascismo, devido à maneira como se traçaram as linhas de combate político no entreguerras. A ameaça à socie- dade liberal e todos os seus valores parecia vir exclusivamente da direita; a ameaça à ordem social, da esquerda. As pessoas da classe média esco- lhiam sua política de acordo com seus temores. Os conservadores tradi- cionais em geral simpatizavam com os demagogos do fascismo e dispu- nham-se a aliar-se a eles contra o inimigo maior. O fascismo italiano tinha uma cobertura de imprensa mais ou menos favorável na década de 1920, e mesmo na de 1930, exceto da que ia do liberalismo até a esquerda”. Eric J. Hobsbawn. Era dos Extremos: O breve século XX.2ª. Edição. São Paulo, Cia. das Letras, 1994. p. 126. No que diz respeito aos regimes nazifascistas que se desenvolveram na Europa nas décadas de 1920 e 1930, é INCORRETO afirmar que a) apesar de defender um Estado militarista e policialesco que reduziria os direitos individuais, sobretudo dos grupos tidos como minoritários, o nazifascismo teve apoio das classes médias conservadoras. b) a imprensa italiana deu uma cobertura mais ou menos favorável ao fascismo, pois, com a exceção de jornais liberais e de esquerda, era conservadora. c) as classes médias, citadas por Hobsbawn, tomavam seus posicionamentos políticos fundadas no medo de perder vantagens ou privilégios. d) apesar de contar com apoio popular, o nazifascismo não contava com apoio das classes médias, pois estas eram formadas pelos setores mais instruídos e educados da sociedade. Aula 18 13História 5B 18.03. (UECE) – Dentre os inúmeros e violentos episódios que ocorreram na Espanha no século XX, destaca-se o ocor- rido entre 1936 e 1939. Nesse conflito podem-se identificar vários elementos militares e ideológicos que marcaram o século: de um lado encontram-se as forças a) do movimento “Trindade Reacionária”, e do outro lado, a última Monarquia Bourbon. b) da Ação Republicana e esquerda Catalã, e do outro lado, os Galegos e o partido Basco. c) do Nacionalismo e do Fascismo, e do outro lado, a Frente Popular. d) do exército de Guernica, e do outro lado, os exércitos da Alemanha e da Itália. 18.04. (UDESC) – O período que vai de 1914 a 1945 marca o início da Primeira Guerra Mundial e o fim da Segunda. Alguns historiadores, como Eric Hobsbawn, ressaltam elementos comuns deste período, denominando-o Era da Catástrofe. Com relação a este período, assinale a alternativa correta. a) O fim da Primeira Guerra Mundial estimulou os processos de independência e descolonização dos países da África e da Ásia. b) Neste período, a ascensão de regimes comunistas na América Latina pode ser compreendida como um re- sultado direto da campanha soviética sobre a Alemanha Nazista. c) Disputas nacionalistas e manifestações antissemitas na Alemanha incitaram, entre outras questões, a imigração de grupos judeus para países vizinhos. d) O fim da Primeira Guerra Mundial ocasionou um enfra- quecimento nos sentimentos nacionalistas, restaurados apenas nos anos 1960, durante a Guerra Fria. e) A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial foi promovida pelo então presidente Floriano Peixoto, como forma de aproximação político-econômica dos países aliados e de consolidação do lugar do país no cenário internacional. Aperfeiçoamento 18.05. (UNICAMP – SP) – Partido Nacional Fascista de Benito Mussolini em 1934 si – significa “sim” em italiano. Bella Ciao Querida, adeus Esta manhã, eu acordei Querida, adeus! Querida, adeus! Querida, adeus, adeus, adeus! Esta manhã, eu acordei E encontrei um invasor Oh, membro da Resistência, leve-me embora Querida, adeus! Querida, adeus! Querida, adeus, adeus, adeus! Oh, membro da Resistência, leve-me embora Porque sinto que vou morrer E se eu morrer como um membro da Resistência Querida, adeus! Querida, adeus! Querida, adeus, adeus, adeus! E se eu morrer como um membro da Resistência Você deve me enterrar E me enterre no alto da montanha Querida, adeus! Querida, adeus! Querida, adeus, adeus, adeus! E me enterre no alto da montanha Sob a sombra de uma bela flor. (...). A fotografia anterior registra a fachada do Partido Nacional Fascista de Benito Mussolini em 1934. A música Bella Ciao foi um hino cantado contra o fascismo de Mussolini e as tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Em 25 de abril de 2018, quando a Itália celebrou 73 anos de sua libertação do nazifascismo, a canção foi entoada em várias partes do país. Sobre os usos da imagem e da música, assinale a alternativa correta. a) Através de vários mecanismos de propaganda ideológica e coerção física, os italianos foram forçados a entoar a música Bella Ciao, a fim de demonstrar publicamente sua adesão ao fascismo. Este caráter umbilical da relação da massa com o líder aparece retratado na fotografia. b) Por se tratar de um produto da indústria cultural com forte apelo comercial, compreende-se a circulação e o consumo desta música em plano global e em várias mídias (shows musicais, novelas e séries). Neste sentido, a imagem é um cartaz caracterizado pela neutralidade política. c) Trata-se de uma música de alcance internacional entoada em várias partes do mundo, em diferentes contextos de resistência política contra o fascismo, regime caracteriza- do pela adesão da massa em relação ao seu líder, como explicita a fotografia. d) O gesto que recupera em 2018 esta canção sugere uma semelhança entre o tempo de antes (do fascismo) e o de hoje, aproximando Silvio Berlusconi de Mussolini, dirigen- te retratado na fotografia. Antes, como agora, Bella Ciao exalta a resistência, identificando-se como uma canção nacionalista. 14 Extensivo Terceirão 18.06. (UDESC) – Após a Primeira Guerra Mundial e a crise eco- nômica do capitalismo liberal, em 1929, assistiu-se à expansão de movimentos autoritários de extrema direita, que tiveram no fascismo e no nazismo seus mais importantes exemplos. Sobre esse período assinale a alternativa incorreta: a) A juventude e os trabalhadores alemães foram enqua- drados em organizações que pregavam o militarismo e a superioridade racial. b) Na Itália fascista, Benito Mussolini ascendeu ao poder prometendo a restauração da grandeza italiana, inspirada nos tempos no Império Romano. c) A guerra civil espanhola teve como resultado final a vitória das forças de Francisco Franco e a instauração de um regime ditatorial de direita. d) O Estado Novo, instaurado no Brasil em 1937, estava as- sociado ao processo de emergência de ideias autoritárias do período. e) Na Alemanha, grande derrotada na Primeira Guerra Mun- dial, o regime nazista preconizava uma forte oposição ao capitalismo e a adesão ao socialismo. 18.07. (UDESC) – Sobre os regimes totalitários no entreguer- ras, pode-se afirmar: a) Alemanha e Itália viviam uma situação social crítica e foi nesses países que se fundaram os principais regimes totalitários: o nazismo e o fascismo. b) Na Itália houve o crescimento do fascismo, que permitiu, com o nazismo, a vitória na Segunda Guerra contra os chamados Aliados. c) Na Península Ibérica, dada a solidez política e democrática de Portugal e Espanha, o totalitarismo não ocorreu. d) A Guerra Civil Espanhola, em seu desfecho (1939), acabou com a Ditadura de Franco. e) Os nazistas eram favoráveis ao comunismo internaciona- lista e democrático de Stalin, com quem fizeram aliança durante a Segunda Guerra. 18.08. (PUCPR) – O General Francisco Franco, líder final da Falange, partido político de direita, foi vitorioso na Guerra Civil Espanhola (1936 - 1939) e criou um Estado Totalitário. Teve ajuda militar significativa: I. dos Estados Unidos que, como sempre, temiam o avanço do socialismo. II. da Alemanha, cujo governo era liderado por Adolf Hitler. III. da Inglaterra, temerosa do progresso do socialismo em região tão próxima de seu país. IV. da Itália, então monarquia, mas chefiada por Benito Mussolini. V. da U.R.S.S., à frente da qual estava o ditador Stálin. Estão corretas as opções: a) I, III e V c) I, II e III e) II e IV b) apenas II e III d) III, IV e V 18.09. (UFRGS) – Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes ao fascismo na Europa, no período entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. ( ) O partido fascista italiano, liderado por Benito Mussoli- ni, chegou ao poder em outubro de 1922, com o apoio de organizações de direita e centro-direita. ( ) Algumas das características ideológicas principais do fascismo são o nacionalismo exacerbado, o autoritaris- mo, a devoção ao líder e o desprezo pela democracia liberal. ( ) O fascismo, em Portugal,Espanha e Polônia, constituiu- -se como um movimento de oposição à influência da Igreja Católica na vida política e social dessas nações. ( ) A França foi um dos poucos países europeus em que o fascismo não teve qualquer tipo de influência política, mesmo após a invasão alemã, em 1940. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) F – V – V – F. b) V – F – F – V. c) V – V – F – F. d) F – V – F – V. e) V – F – V – F. 18.10. (UDESC) – “Ao contrário do historiador con- temporâneo ao fascismo (...) não podemos tratar o fascismo como um movimento morto, pertencente a história e sem qualquer papel político contemporâneo. Encontramo-nos, desta forma, numa situação insólita: sabemos qual a prática e as consequências do fascismo e sabemos, ainda, que não é um fenômeno puramente histórico, aprisionado no passado. Assim, torna-se impossível escrever sobre o fascismo histórico sem ter em mente o neofascismo e suas possibilidades.” Daniel Araao Reis Filho. O século XX. Assinale a alternativa que se refere corretamente ao trecho acima. a) O fascismo é um fenômeno puramente histórico e datado, restrito às experiências totalitárias da primeira metade do século XX. b) O fascismo, além de fenômeno histórico, faz-se presente na sociedade contemporânea pelas práticas que podem ser identificadas como neofascismo. c) O fascismo e o neofascismo são fenômenos históricos que, por tratar de passado e presente, não podem ser escritos. d) No que diz respeito à escrita da história do fascismo, a situação dos historiadores contemporâneos ao fascismo é idêntica à situação dos historiadores atuais. e) O fascismo, como fenômeno histórico, não possui relação alguma com a contemporaneidade Aula 18 15História 5B Aprofundamento 18.11. (UFRGS) – Observe a imagem abaixo. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/They_shall_not_pass>. Acesso em: 22 ago. 2016. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes à Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e ao subse- quente regime franquista (1939-1978). ( ) A Guerra Civil teve seu estopim quando setores nacio- nalistas conservadores insurgiram-se contra a Segunda República e o governo eleito de Manuel Azaña. ( ) O regime de Francisco Franco foi caracterizado pela laicidade, pelo respeito à autonomia regional e pela defesa da república como forma de governo. ( ) As Brigadas Internacionais foram constituídas de mi- lhares de voluntários de diferentes países que, durante a Guerra Civil, juntaram-se à causa republicana e à luta contra o fascismo. ( ) O regime franquista chegou ao fim em 1978, após um golpe de estado contra Francisco Franco, encabeçado por setores monarquistas vinculados ao então príncipe herdeiro Juan Carlos I. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) F – V – F – V. b) V – F – V – F. c) V – V – F – F. d) V – F – V – F. e) F – V – V – F. 18.12. (FGV – SP) – A respeito do salazarismo, estabelecido em Portugal entre 1933 e 1974, é correto afirmar: a) Foi inspirado no modelo soviético e apresentava-se como um regime socialista, nacionalista e autoritário. b) Preservou a monarquia portuguesa, mas estabeleceu um governo autoritário sob o comando de Antônio de Oliveira Salazar. c) Tratava-se de um regime parlamentarista estabelecido por Antônio de Oliveira Salazar após a Revolução dos Cravos. d) Tratava-se de um regime autoritário que impedia a livre organização partidária e era orientado por uma doutrina nacionalista. e) Instaurou a República, manteve o catolicismo como região oficial e adotou uma política de aproximação com os setores oposicionistas. 18.13. (UFRS) – Considere as seguintes afirmações em relação ao surgimento do fascismo na Europa nos anos 1920 e 1930. I. Na França, as bases industriais arruinadas e o desemprego foram causas do surgimento do movimento fascista, que tomaria o poder no final dos anos 20. II. Por se apresentar como uma solução alternativa ao socia- lismo, o fascismo foi inicialmente visto com bons olhos pelos Estados vitoriosos da Primeira Guerra. III. Os governos de Franco, na Espanha, e de Salazar, em Portugal, sofreram influências dos regimes fascistas italiano e alemão. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas II e III e) I, II e III 18.14. (UFRGS) – A Guerra Civil Espanhola iniciada em 1936, tradução sangrenta do confronto de duas Espanhas e ponto focal de uma atormentada história, tornou-se o mito fundador da luta internacional contra o fascismo. Assinale a alternativa correta sobre esse tema. a) A Espanha, que jamais vivera um regime republicano ou a vitória eleitoral de partidos de esquerda, observou em 1936 um golpe de Estado desencadeado pelos comunis- tas. Foi o começo da guerra civil. b) Os regimes autoritários da época, como a Itália de Mus- solini e a Alemanha de Hitler, preferiram não colaborar materialmente com a facção nacionalista espanhola, temendo a reação das democracias europeias. c) A Guerra Civil terminou com o triunfo dos nacionalistas sobre os republicanos. A era franquista estava aberta. A Espanha vermelha, derrotada. Os militantes de esquerda, antigos combatentes republicanos, foram perseguidos no quadro da feroz repressão do “terror branco”. d) Após a vitória, o general Francisco Franco proclamou a República e extinguiu a monarquia em nome da demo- cracia. Instituiu-se o sufrágio universal, com extensão do voto, inclusive, às mulheres e aos soldados. e) Os nacionalistas espanhóis, agrupados na Falange e adep- tos de práticas fascistas, ao serem derrotados na guerra civil, partiram para outros países a fim de divulgar sua causa. 16 Extensivo Terceirão 18.15. (UFU – MG) – Em julho de 1936, o general Francisco Franco, sob o pretexto de um avanço comunista, liderou uma revolta militar para derrubar a República, dando início à guerra civil espanhola. Do seu lado estavam a maioria da Igreja Católica e setores da classe média e do Exército. A respeito dessa guerra é correto afirmar que: I. os russos se mantiveram neutros enquanto Alemanha e Itália lutaram contra Franco ao lado dos republicanos, sendo derrotados pelas Brigadas Internacionais de co- munistas e anarquistas. II. a mais sensível imagem dos horrores da guerra civil es- panhola pode ser vista na obra do artista plástico Pablo Picasso, que retratou, em Guernica, toda sua indignação perante o bombardeio alemão à cidade espanhola. III. com a ajuda militar da Itália e da Alemanha e o apoio da Igreja Católica, o general Franco conseguiu, em 1939, der- rubar a resistência republicana, abrindo caminho para a expansão dos regimes totalitários na Europa e instalando na Espanha, uma ditadura que duraria até 1975. IV. entre os fatores de insatisfação dos setores conservadores, aglutinados no grupo da Falange e liderados por Franco, estava a vitória da coligação da Frente Popular e dos movimentos de esquerda nas eleições de 1936. Assinale a) se apenas I e III são corretas. b) se apenas I, II e III são corretas. c) se apenas II é correta. d) se todas são corretas. e) se apenas II, III e IV são corretas. 18.16. (UFSC) – O quadro anterior reproduzido – Guernica – de Pablo Picasso, datado de 1937, representa o bombardeio da força aérea alemã à pequena cidade de Guernica. Em relação ao período entre as duas guerras mundiais (1919 - 1939), é correto afirmar que: 01) foi um período de fortalecimento das ideias democráti- cas e liberais no ocidente. 02) nazista e fascismo foram ideologias antagônicas que se formaram na Europa no período “entre guerras”. 04) forças militares alemãs testaram suas novas armas na Espanha, combatendo a favor das tropas do General Francisco Franco. 08) as diversas dificuldades que surgiram após o término da 1a. Guerra, o avanço das ideias socialistas como reflexo da Re- volução Russa (1917) e a crise do capitalismo internacional favoreceram o avanço de ideias e partidos totalitários.16) as ideias republicanas foram vitoriosas em alguns paí- ses, com destaque para Portugal. 32) os sindicatos de trabalhadores, urbanos ou rurais, ex- perimentaram importantes vitórias políticas nos países ibéricos. 18.17. A canção de Chico Buarque de Hollanda refere-se à Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal em 1974. Aponte duas razões que levaram o exército português a liderar o processo revolucionário e explicite a principal consequência da Revolução dos Cravos para a política portuguesa na África. 18.18. (PUC – RJ) – A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) foi uma das experiências que, nas suas particularidades, repre- sentou grande parte das contradições políticas do cenário europeu, durante o entreguerras (1919-1939). Sobre esse acontecimento, podemos afirmar que I. na década de 1930, a sociedade espanhola foi palco de crescente polarização, no tocante à promoção de deter- minadas reformas sociais, entre os nacionais-socialistas, agrupados na Falange, e diversas facções políticas de esquerda, reunidas na Frente Popular. II. com a vitória da Frente Popular, nas eleições de 1936, militares conservadores e nacionalistas, sob o comando do General Francisco Franco, iniciaram a guerra civil que culminou com a vitória dos grupos franquistas, em 1939, e a implantação de regime ditatorial, em vigor até 1975. III. o bombardeio da vila de Guernica, em 1937, pela aviação alemã, em apoio à ofensiva das tropas de Franco, tornou-se, na tela pintada por Pablo Picasso, um dos episódios símbolo das atrocidades que caracterizaram a Guerra Civil Espanhola. IV. o governo republicano da Frente Popular, a despeito dos apelos realizados, pouca ajuda recebeu de governos e/ ou voluntários estrangeiros, não oferecendo resistência ostensiva ao golpe militar franquista. Aula 18 17História 5B Assinale a alternativa correta. a) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. d) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. Desafio 18.19. (UERJ) – teses.usp.br As acusações mais constantes aos quadrinhos do Super-Homem são de que naturalizam a violência como melhor forma de resolver problemas, inclusi- ve os sociais, e, claro, de que há um autoritarismo intrínseco na ideia de ser preciso um homem forte para pôr ordem na sociedade. Também se apontam em suas histórias o desprezo pelas instituições criadas em torno do voto, o elogio das autoridades não eleitas (militares, policiais, juízes), uma rebeldia juvenil con- tra a desordem e a promoção de novas elites. Adaptado de CAMPOS, Rogério de. Super-Homem e o romantismo de aço. São Paulo: Ugra Press, 2018. Criado em 1938, o personagem Super-Homem foi alvo de críticas que o associavam a ideologias políticas correntes naquela década. Com base no texto, denomine a ideologia política associada ao personagem por seus críticos. Nomeie, também, dois regimes ou movimentos inspirados por essa ideologia. Gabarito 18.01. d 18.02. d 18.03. c 18.04. c 18.05. c 18.06. e 18.07. a 18.08. e 18.09. c 18.10. b 18.11. d 18.12. d 18.13. d 18.14. c 18.15. e 18.16. 12 (04 + 08) 18.17. A insistência do regime do Estado Novo português em manter o sistema colonial provocou um profundo desgaste tanto interno quanto externo. A permanência da guerra colonial e a recusa dos gover- nos Oliveira Salazar e Marcelo Caetano em negociar uma saída pacífica para a crise corroeram a economia portuguesa. Ao mesmo tempo, jovens que se recu- savam a prestar o serviço militar migra- vam para outros países da Europa e para o Brasil. Nas forças Armadas, reivindica- ções de caráter corporativo assumiram gradativamente conotações políticas, sobretudo na defesa do fim da guer- ra e da independência das colônias. A Revolução dos Cravos, liderada por mi- litares do Exército, acabou por ocasionar o fim do antigo sistema colonial, com a imediata independência de Angola, Moçambique, Guiné, Cabo-Verde e São Tomé e Príncipe. 18.18. c 18.19. A criação do personagem “Super- -Homem” em 1938 nos Estados Unidos está muito associada àquele contexto histórico mundial com a presença de re- gimes totalitários na Europa, tais como, o Nazismo na Alemanha e o Fascismo na Itália. Um homem forte e autoritário, aci- ma da sociedade, que despreza institui- ções políticas criadas pelo voto. Naquele contexto mundial, entre guerras, havia diversos regimes autoritários, tais como, Salazarismo em Portugal, Franquismo na Espanha, ditadura Estadonovista de Vargas no Brasil, etc. Além de agremia- ções políticas defensora de governos fortes como os Integralistas no Brasil na década de 1930 e outros partidos de ex- trema direita no mundo. 18 Extensivo Terceirão Segunda Guerra Mundial I 5BAula 19 História © W ik im ed ia C om m on s/ Th e U. S. N at io na l A rc hi ve s & R ec or ds A dm in ist ra tio n Antecedentes Após a Primeira Guerra Mundial, a ordem interna- cional passou por momentos turbulentos. A impotente Liga das Nações, criada para manter a paz, pouco fazia, pois representava os interesses das nações vencedoras da Grande Guerra. A vitória dos bolcheviques na Rússia, em 1917, e a Crise de 1929 amedrontaram a burguesia europeia, temerosa com o avanço do comunismo. Na Alemanha, humilhada pelo Tratado de Versalhes, mergulhada numa crise social e econômica gravíssima, Adolf Hitler ascendeu ao poder, trazendo consigo o sonho de uma Alemanha expansionista e poderosa. Hitler, desrespeitando o Tratado de Versalhes, rearmou a Alemanha, militarizou a Renânia, anexou a Áustria e a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia. Nesse contexto, Inglaterra, França e Estados Unidos nada fizeram, pois Hitler afirmava que o expansionismo alemão se processaria à custa da URSS, o que interessava aos círculos anticomunistas das potências ocidentais, que se debatiam com os graves efeitos da Crise de 29. A Guerra Civil Espanhola foi um ótimo laboratório para que os alemães e, em menor escala, os italianos testassem suas armas. Os fatores que também contribuí ram para a defla- gração da Segunda Grande Guerra foram: • Crise da Manchúria: a invasão da China pelo Japão, em 1931, gerando a reação dos Estados Unidos, que passaram a boicotar economicamente o Japão. • Crise da Etiópia: a ocupação da Etiópia pelos ita- lianos, em 1935. Os etíopes faziam parte da Liga das Nações e nada de mais grave aconteceu à Itá- lia de Mussolini, após a ocupação. • Desmembramento da Tchecoslováquia, após a anexação dos Sudetos. • A busca, pelos alemães, da reintegração dos territórios perdidos para os poloneses, desde a assinatura do Tratado de Versalhes. Para garan- tir a neutralidade soviética, os nazistas assinaram o Pacto Nazissoviético, concordando com o ex- pansionismo soviético pelo mar Báltico. Em síntese, pode-se afirmar que a ordem interna- cional (imposta pelas potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial) impedia as pequenas potências (Alemanha, Japão e Itália) de disputarem as fontes de matérias-primas e os mercados consumidores. Surge, então, o conflito. Assinatura do Pacto Nazissoviético A Segunda Guerra Mundial foi desencadeada pelas nações fascistas do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Em 1936, a Alemanha e o Japão firmaram um pacto (anti- Komintern) para combater o comunismo. Na realidade, este bloco político-militar era dirigido tanto contra a União Soviética como contra a Inglaterra, França e Estados Unidos. Essas potências fascistas planejaram que a Alemanha conquistaria os povos eslavos e parte da União Soviética, despojaria a Inglaterra e a França de suas colônias e es- tabeleceria a dominação total da Europa. A Itália ficaria com a Argélia, Tunísia, Córsega, Sudão e outras colônias inglesas e francesas. O Japão pretendia apoderar-se da China, Índia, Bir- mânia, Indonésia, Filipinas, Sibéria e do Extremo Oriente Soviético. Quanto à sua evolução, o curso da guerradesdobrou- -se em três fases: as vitórias do EIXO (1939-1941), o equi- líbrio de forças (1941-1943) e as vitórias dos ALIADOS (1943-1945). Aula 19 19História 5B Inicia-se a Guerra Alegando que o exército polonês havia atacado uma cidade alemã (ataque forjado pela SS), os alemães invadiram a Polônia no dia 1o. de setembro de 1939. A França e a Inglaterra declararam guerra à Alema- nha, mas evitaram um ataque frontal, pretendendo levá- -la à capitulação, por meio de um bloqueio econômico. Enquanto os nazistas ocupavam boa parte da Polônia, os soviéticos, conforme estabelecia o Acordo Nazissoviético, invadiram o leste do território polonês. Em 1940, a Alemanha passou à ofensiva, substituin- do a Sitzkrieg (guerra sentada) pela Blitzkrieg (guerra relâmpago). Em abril de 1940, ocupou a Dinamarca e, paralelamente, invadiu a Noruega. A primeira conquista visava a assegurar posições vitais para a guerra naval com a Inglaterra. A vitoriosa campanha alemã na Noruega levou à substituição de Chamberlain por Churchill como primeiro-ministro da Grã-Bretanha. Campanha da França A invasão da Holanda, em maio de 1940, deu início à ofensiva alemã na frente ocidental. Paralelamente, realizou-se a invasão da Bélgica e o cerco das tropas remanescentes franco-britânicas em Dunquerque. Sob intenso bombardeio alemão, realizou-se a célebre opera- ção naval, conhecida como a Retirada de Dunquerque. Até hoje não se sabe ao certo por que os alemães permitiram que os ingleses conseguissem realizar a chamada “Retirada de Dunquerque”. Para alguns, foi in- competência; para outros, Hitler não quis que o exército obtivesse todos os louros e existem ainda aqueles que acham que o Führer queria a paz com a Inglaterra. Os franceses adotaram uma tática de guerra ultra- passada, pois acreditavam que estavam protegidos pela chamada “Linha Maginot”, centenas de quilômetros fortificados que iam da fronteira da Bélgica à Suíça. Alemães ocupando Paris Os alemães romperam a “Linha Maginot” e mar- charam em direção a Paris. Os franceses derrotados assinaram um armistício com os alemães. A França foi dividida em duas áreas: uma zona “livre”, governada por um regime colaboracionista (com capital em Vichy), ten- do como presidente o marechal Philippe Pétain e como primeiro-ministro Pierre Laval; uma outra área ficou sob o domínio direto dos alemães. O general Charles de Gaulle optou pela resistência militar oriunda do exterior, por isso montou o seu “quartel-general” em Londres. Internamente os “ma- quis”, em sua maioria comunistas, procuravam solapar a dominação nazista, bem como o “regime de Vichy”. Batalha da Grã-Bretanha Com a derrota da França, Hitler esperava que os bri- tânicos firmassem a paz em separado com os alemães. Como isso não aconteceu, o Führer ordenou que seus planejadores elaborassem um plano para invadir a Inglaterra. O plano ficou conhecido como “Leão-Marinho”. Porém, antes de colocá-lo em execução, os alemães deveriam, com bombardeios aéreos, debilitar as defesas britânicas. A Luftwaffe comandada por Goering, por meio de uma ofensiva aérea de codinome “Águia”, objetivava destruir centros industriais, aniquilar a RAF (Royal Air Force) e atacar a Marinha Real. A partir de agosto de 1940, os alemães passaram a bombardear os parques industriais de cidades inglesas. O terror se espalhara pela Inglaterra. Segundo Burns, “milhares de casas foram destruídas e bairros ficaram reduzidos a escombros. O mais pavoroso foram as baixas registradas entre a população civil. De agosto de 1940 a junho de 1941, quando cessaram prati- camente os bombardeios em larga escala, mais de 40 000 cidadãos ingleses foram mortos pelos ataques aéreos”. Avião alemão © W ik im ed ia C om m on s/ Ar qu iv o Fe de ra l A le m ão © W ik im ed ia C om m on s/ Im pe ria l W ar M us eu m s 20 Extensivo Terceirão Apesar das destruições provocadas, os alemães também tiveram grandes baixas. Hitler não conseguiu dobrar os britânicos. Por que isso ocorreu? A liderança de Churchill, o ótimo desempenho da RAF, o sistema de radar colocado em funcionamento na Grã-Bretanha e a decodificação das mensagens germânicas foram alguns dos fatores que contribuíram para o fracasso da Luftwaffe. Avião inglês Spitefire Quando os alemães invadiram a URSS, os ataques às Ilhas Britânicas diminuíram. Mesmo assim, até o final da guerra, os britânicos foram alvo de ataques aéreos, especialmente com as terríveis bombas V1 e V2. Em 1940, os ingleses conseguiram parar esta ofensiva italiana. Em dezembro desse mesmo ano, foi empreendida a contraofensiva inglesa, que expulsou os italianos de uma vasta região. Diante dessa situa- ção, a Alemanha, para ajudar os italianos, desembar- cou na Líbia o Afrikakorps, comandado pelo general Rommel. Concomitantemente ao desembarque na África, as tropas nazifascistas ocuparam a Iugoslávia e a Grécia e obtiveram a adesão da Hungria, Romênia e Bulgária. Na Iugoslávia, a resistência ao domínio nazifascista foi levada a cabo por Josip Broz Tito, líder máximo do Destacamento Partisan de Libertação Nacional da Iugoslávia, exército guerrilheiro formado em junho de 1941. Os partisans de Tito lu- taram contra os alemães, os italianos, os monarquistas chetniks e os ustachis, alia- dos dos nazifascistas. Conse- guiram vencer, mesmo sem a ajuda direta dos soviéticos e dos norte-americanos. Hitler perdeu dezesseis divi- sões na Iugoslávia, fato que contribuiu para arrefecer o seu ataque à URSS. Josip Broz Tito La tin st oc k/ Ru e de s A rc hi ve s/ RD A Testes Assimilação 19.01. – (IFCE) – Na madrugada do dia 1º. de setembro de 1939, as forças armadas alemãs transpuseram a extensa fronteira comum e invadiram as planícies poloneses com seus tanques. Não houve declaração de guerra. Um incidente forjado na fronteira serviu como pretexto para o ato agressivo. GONÇALVES, W. da Silva. A segunda Guerra Mundial. In: REIS FILHO, D. A., FERREIRA J., ZENHA, C. O Século XX. O tempo das crises. Revoluções, fascismos e guerras. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. A invasão da Polônia deu início ao conflito armado mais sangrento da história da humanidade. O estopim da guerra teve como protagonista o(a) a) Grécia. b) Império Austro-Húngaro. c) Itália. d) Alemanha. e) URSS. 19.02. (UDESC) – Leia as citações seguintes. “Vejo-o apenas como um século de massacres e guerras.” (René Dumont, ecologista francês) “Não posso deixar de pensar que este foi o século mais violento da história humana.” (Willian Golding, escritor inglês) “Nós, que sobrevivemos aos Campos, não somos verdadeiras testemunhas. (...) Nós, sobreviventes, so- mos uma minoria não só minúscula, como também anômala. Somos aqueles que, por prevaricação, habi- lidade ou sorte, jamais tocaram o fundo. Os que toca- ram, e que viram a face das Górgonas, não voltaram, ou voltaram sem palavras.” (Primo Levi, escritor italiano) (Hobsbawn, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX. São Paulo: Cia das Letras, 1995) As citações acima transcritas, referem-se à(s)/ao(s): a) eventos ocorridos em um tempo anterior a 1914. b) Segunda Guerra Mundial, exclusivamente. c) Primeira Guerra Mundial, exclusivamente. d) revoluções violentas, ocorridas entre 1870 e 1895. e) caráter violento atribuído ao século XX, especialmente em função da experiência das duas grandes guerras. © W ik im ed ia C om m on s/ Im pe ria l W ar M us eu m s Aula 19 21História 5B 19.03. (UFPR) – No preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, lê-se: “[...] Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do Homem conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Humani- dade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem [...].” (grifo nosso) A partir dos conhecimentos sobre o contexto histórico
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