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Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco TRANSPORTE DE MATÉRIA ATRAVÉS DE MEMBRANAS Todas as moléculas e íons nos meios fluidos estão em constante movimento. A movimentação de partículas em meios líquidos é chamada de Difusão. Em meios sólidos as partículas se movimentam, mas com uma velocidade muito menor. Espontaneamente, essa difusão entre dois meios acontece do de maior concentração → menor concentração. J é o fluxo RESULTANTE de substância, considerado como o número de moles do soluto por segundo que cruza um plano hipotético de área A; C é a concentração, sendo 1 o meio extracelular e 2 o meio intracelular; delta X é a espessura do plano; D é o coeficiente de difusão. Se a diferença de concentração for muito grande, temos um deslocamento efetivo de partículas que cruza o plano que divide os meios intracelular e extracelular. Se a diferença de concentração for pequena, temos um deslocamento efetivo de partículas menor. Esse movimento de partículas é chamado de Movimento Browniano. Uma partícula ao se deslocar em qualquer meio que não seja o vácuo, sente a presença das partículas presentes no meio. Logo, ela sente uma resistência da variação da concentração de partículas ao longo da espessura da fatia aquosa. A variação da taxa de concentração ao longo da espessura da fatia é o gradiente de concentração. O sinal negativo na fórmula indica resultantemente o que foi efetivamente transferido de um meio para outro, já que, como C2 é menor que C1, o resultado da variação de concentração será negativo. Então, negativo + negativo = positivo. Por isso é a transferência efetiva, pois caso a fórmula não tenha o negativo, o resultado seria negativo. A quantidade de partículas que cruza a área em determinado espaço de tempo é o fluxo. Outra abordagem importante consiste na Lei de Stokes-Einstein, que preconiza que a difusão de uma partícula esférica com raio r, em um meio líquido de viscosidade (n, kg × m-1 × s-1), o coeficiente de difusão (D) pode ser escrito como: Esse D é a resistência que a partícula sente ao se difundir no meio aquoso. O denominador pode ser considerado como o coeficiente de atrito da molécula esférica, k é uma constante e T é a temperatura. Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco APLICAÇÃO DA LEI DE FICK NO COVID-19: O Covid-19 traz a necessidade de intubação para fornecer para o paciente O2 em uma taxa adequada. O respirador, mecanicamente, joga oxigênio no interior dos pulmões do paciente, aumentando a concentração de oxigênio, intensificando o gradiente de concentração de O2 no interior dos pulmões em comparação com o restante do tecido. E seguindo essa lei, há um fluxo maior até chegar nos centros celulares em que o O2 será utilizado. O gradiente de energia é a força movente das partículas que se difundem no meio estudado. Se o gradiente é intenso, o fluxo é grande. Se ele não é intenso, o fluxo não é tão grande. Para a difusão acontecer, é necessário o gradiente ou variação de concentração. No entanto, com a movimentação constante de partículas, chega um momento em que as concentrações intra e extracelular se homogenizarão. Quando isso acontece, a difusão continua acontecendo constantemente, mas sem gerar um fluxo resultante, pois não há variação efetiva de concentração. A conclusão é: para fluxo resultante, é necessário a força movente (gradiente de concentração). Quando há homogeneização, o fluxo resultante irá desaparecer pois a força movente relativa será nula mesmo com a difusão ainda presente, já que não há variação efetiva de concentração. Tudo que vimos acima, corresponde a transferência de matéria em meios contínuos. A partícula não muda o meio em que se difunde, mesmo ao passar pela membrana plasmática. Transporte de Matéria em Meios Descontínuos Na existência de dois meios, consideramos o coeficiente de partição (Beta). Ele representa a relação entre a concentração das partículas no meio 1 e a concentração das partículas no meio dois, quando o sistema se estabiliza. Isso relaciona a existência de Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco alguma coisa nos dois meios. A quantidade entre os meios é particionada e isso transforma o transporte em sistema descontínuo. P corresponde o coeficiente de permeabilidade da membrana. D é uma constante para determinado meio e B para dois meios. X é a espessura da membrana. Se formos considerar a partícula com carga elétrica residual, o coeficiente de permeabilidade é descrito da seguinte forma: Onde, U é a mobilidade da partícula carregada; R é a constante dos gases; T é a temperatura; Z é a carga resultante da partícula e F é a constante de Faraday. Na introdução de um medicamento, a intensificação da entrada resultante do fármaco dentro da célula do paciente pode ser feita a partir do aumento da força movente, do gradiente, mais especificamente na diferença de concentração (aumento da dosagem) do remédio. Deve-se considerar o peso molecular da partícula e a carga elétrica residual em meio aquoso para calcular a facilidade de a partícula se difundir para dentro das células. A partir do aumento do peso molecular e da presença de carga elétrica residual, fica mais difícil para a molécula adentrar na célula. Se o peso molecular for muito grande, corre risco de desconfigurar a membrana lipídica e desestabilizar o sistema. As partículas com carga elétrica residual são hidrofílicas e por isso têm mais dificuldade de se mover pela membrana plasmática. VARIAÇÃO DE ENERGIA LIVRE DE GIBBS: Define se um processo ocorre ou não de maneira espontânea. Para retirar uma partícula elétrica do meio aquoso para o meio hidrofóbico calcula-se a variação de energia livre envolvida no transporte dessa espécie iônica. Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco Ao calcular isso, teremos um valor positivo, indicando que há uma inviabilidade termodinâmica de partículas iônicas deixarem o meio extra ou intracelular e entrarem espontaneamente na matriz lipídica das nossas células. O processo não é impossível de ocorrer na presença de um ajudante, como os canais iônicos. Comprovando em laboratório se princípios ativos tem condição ou não de entrar na célula é através da construção de uma membrana artificial. A água consegue passar diretamente pela matriz lipídica devido ao movimento constante, por causa das perturbações dinâmicas, dos ácidos graxos (dobras/kink). Na necessidade de mais passagem de água, existem os canais de água (aquaporinas). O grau de empacotamento, dinâmico da matriz lipídica depende do grau de insaturação dos ácidos graxos e da temperatura a qual ele está submetido. Além disso, o colesterol também influencia no estado de fluidez da membrana: em temperaturas baixas, o colesterol aumenta sua fluidez, evitando que os lipídeos fiquem firmemente juntos. Enquanto, em altas temperaturas ele reduz a fluidez. Procurar sobre a influência da febre na fluidez da membrana plasmática. Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco Moléculas com alto coeficiente de partição (particionam bem), possuem alto grau de permeabilidade na membrana. O coeficiente de partição é a medida de sua distribuição em um sistema de fase lipofílica/hidrofílica, e indica sua capacidade de penetrar sistemas biológicos multifásicos. AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS DE MEMBRANA Mecanismo de transporte de moléculas pela Membrana Plasmática Os gases são absorvidos pelas membranas com extrema facilidade. Sistema Descontínuo: - Moléculas solúveis em lipídios: cruzam por dissolverem e difundirem pela membrana; - Difusão por poros: é usada por pequenos íons; - Transporte ativo e Carreadores Acoplados: movimentam metabólitos essenciais; Sistema Contínuo: - Exo e Endocitose: efetua transporte multimolecular de componentes pré-empacotados. Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco Classificação dos Sistemas de Transporte na membrana plasmática: 1. Quanto aQuantidade e Sentido: - UNIPORTE: via de mão única, que só leva um por vez; - ANTIPORTE: via de mão dupla, mas que leva um por vez; - SIMPORTE: vim de mão única, mas que leva mais de um por vez. 2. Quanto a Cinética: Difusão Simples: Se a concentração da substância for baixa, o fluxo é baixo. Se aumentamos a concentração da substância, o fluxo aumenta linearmente. Difusão Facilitada: Se a concentração da substância for baixa, o fluxo é baixo. Se aumentamos a concentração da substância, o fluxo aumenta não linearmente, até atingir uma velocidade máxima constante. (Há um número fixo de sítios ativos de transporte de moléculas). Princípio ativo de fármacos por difusão simples agem mais rapidamente no organismo, mas devemos ter cuidado pois os efeitos adversos podem ser maiores se a concentração e o fluxo aumentarem muito. Na difusão simples, o fluxo é influenciado pela quantidade de aberturas disponíveis, por sua velocidade e pelo número de “aberturas” na membrana, através das quais as moléculas ou íons podem passar diretamente através dos lipídios ou através dos canais. Na difusão facilitada, é requerido a interação de uma proteína carreadora (facilitadora) com as moléculas ou íons. Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco A difusão “trabalha” no sentido de equilibrar a concentração de substâncias e íons nos compartimentos intra e extracelular, todavia existe desequilíbrio, então alguns fatores “trabalham” contrapondo a difusão. Do ponto de vista energético, podemos considerar três formas de energia para a movimentação de uma partícula ou de quantidades maiores. A energia elétrica, osmótica e química podem ser utilizadas para realização de trabalho. A energia total, ou seja, somando a elétrica, a osmótica e a química será denominada de energia potencial eletroquímica ou simplesmente potencial eletroquímico. Precisamos nos preocupar com o tipo de carga, a quantidade de carga e o fi (Q). A variação dos fis é o gradiente elétrico. Na forma osmótica, temos o gradiente de concentração, e na química o gradiente químico. O potencial químico depende quase exclusivamente das características do solvente, logo a forma química em meio aquoso é desprezível. Só será relevante quando os solventes forem diferentes. A célula em diferentes instantes vai apresentar as energias que impulsionarão as partículas de um meio para o outro. Existem 3 situações que correspondem a diferentes tipos de fluxo pela membrana: uma em que o impulsionamento de partículas é exclusivamente da forma elétrica ou osmótica e outra em que o impulsionamento é a partir das duas formas. Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco
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