Logo Passei Direto
Buscar

Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

Para medir a temperatura de um corpo utilizando um termômetro, é preciso esperar o equilíbrio térmico. Isso significa que, uma vez colocado em contato com o corpo (contato térmico), é preciso esperar um determinado intervalo de tempo até que o termômetro e o corpo atinjam a mesma temperatura. O valor que o termômetro indicar no equilíbrio térmico é o valor da temperatura do corpo. Obviamente, como toda medida, é necessário o estabelecimento de um padrão. Ao longo dos anos, foram desenvolvidos muitos padrões ou escalas para a medida da temperatura. O padrão adotado pelo SI, desde 1954, trata-se do ponto tríplice da água (temperatura em que a água coexiste nos três estados físicos — sólido, líquido e vapor. Isso ocorre à temperatura de 0,01° C ou 273,16 K, e à pressão de 610 Pa, ou 4,58 mmHg).

Construindo um gráfico pV, obtemos: Analisando o gráfico, vemos, claramente, que o volume é constante em uma transformação isométrica, visto que apresenta uma reta paralela ao eixo y (eixo das pressões). Exemplo: Um gás que se encontra à temperatura de 200 K, é aquecido até 300 K, sem mudar de volume. Se a pressão exercida no final do processo de aquecimento é 1000 Pa, qual era a pressão inicial? Solução: Equação de Clapeyron Relacionando as leis dos gases já estudadas (Lei de Boyle, Lei de Charles e Lei de Charles e Gay-Lussac), é possível estabelecer uma equação que relacione as variáveis de estado (pressão, volume e temperatura absoluta) de um gás perfeito. Assim, conforme já dito, de acordo com a Lei de Boyle, a pressão e o volume são inversamente proporcionais. A Lei de Charles e Gay-Lussac diz que o volume é diretamente proporcional à temperatura absoluta. Já a Lei de Charles afirma que a pressão é diretamente proporcional à temperatura absoluta. Tendo em mente que a pressão de um gás é provocada pela colisão entre suas partículas, isto sugere que a pressão também é dependente do número de partículas, ou, mais especificamente, da massa do gás considerado. Desse modo, podemos escrever a seguinte relação matemática: Onde K é uma constante que depende apenas da natureza do gás. Além disso, pode-se comprovar experimentalmente que, para diferentes gases, o valor dessa constante é inversamente proporcional à massa molar (M) de cada gás: Onde R é uma constante de proporcionalidade igual para todos os gases. Por conta disso, a constante R é chamada de constante universal dos gases perfeitos. Substituindo o resultado acima na primeira equação, obtemos: Sendo a razão m/M o número de mols (n) de um gás, a equação acima passa a ser: Onde: p = pressão; V = volume; n = nº de mols do gás; R = constante universal dos gases perfeitos; T = temperatura absoluta. A expressão acima chama-se equação de Clapeyron em homenagem ao físico francês Paul Émile Clapeyron, que foi quem a estabeleceu. Constante Universal dos Gases Perfeitos T = 0° C = 273 K (é ncessário utilizar a escala absoluta); n = 1 mol; V = 22,4 L. Se substituirmos esses valores na equação de Clapeyron, teremos: Agora, se utilizarmos outro conjunto de dados, no qual a pressão é dada em Pa e o volume é dado em m3, obteremos: Exemplo: Qual é o volume ocupado por um mol de gás perfeito submetido à pressão de 5000 N/m², a uma temperatura igual a 50° C? Dados: 1 atm = 10000 N/m² Solução: Substituindo os valores na equação de Clapeyron: Lei Geral dos Gases Perfeitos Por meio da equação de Clapeyron, é possível obtermos uma lei que relaciona dois estados diferentes de uma transformação gasosa, desde que não haja variação na massa do gás. Considerando dois estados (1) e (2), em que as grandezas envolvidas sejam: Podemos escrever a equação de Clapeyron para ambas as situações. Assim, obtemos: Essa equação é chamada lei geral dos gases perfeitos. Nessas transformações gasosas, a massa do gás se mantém constante, sendo modificadas apenas as variáveis de estado (pressão, volume e temperatura). Assim, a lei geral dos gases perfeitos garante a validade da equação: as partículas. Nesse tipo de mistura de gases perfeitos, o número de mols da associação é igual à soma do número de mols dos gases que compõem a mistura. Assim: Considerando a equação de Clapeyron, temos que: Escrevendo a equação de Clapeyron em função do número de mols em cada caso, obtemos: E, para a mistura, podemos escrever: Assim, portanto, fica evidente que, em uma mistura de gases ideais, basta somarmos as contribuições do número de mols de cada um dos participantes da mistura. Estando um gás 1 sob uma pressão p1, a uma temperatura T1 e ocupando um volume V1 e um gás 2 sob uma pressão p2, à temperatura T2 e volume V2, podemos expressar a mistura entre os dois da seguinte forma: Teoria Cinética dos Gases No início do estudo sobre gases perfeitos, foi feita uma análise macroscópica, na qual foi definido um modelo teórico dos gases baseado nas variáveis de estado (pressão, volume e temperatura). Agora, daremos destaque ao caráter microscópico desse estudo, introduzindo a chamada teoria cinética dos gases. Nesse modelo, por conta do exacerbado número de partículas por unidade de volume, as considerações feitas a respeito representam o que deve acontecer, em média, com as partículas do gás. Assim: • uma porção de gás perfeito é composta por um grande número de moléculas em movimento caótico; • as dimensões das moléculas são desprezíveis frente às distâncias por elas percorridas entre as sucessivas colisões; • os choques entre as moléculas são considerados colisões elásticas (não há perda de energia cinética nem tampouco da quantidade de movimento); • as colisões têm tempo de duração desprezível se comparadas com o tempo entre colisões sucessivas; • entre colisões sucessivas, o movimento das moléculas é retilíneo e uniforme (desprezam-se as forças gravitacionais e intermoleculares); • as forças intermoleculares só são "observadas" durante as colisões; • os choques entre as moléculas do gás podem ser explicados pela Mecânica Newtoniana. Obs.: algumas das considerações acima já haviam sido apresentadas na definição de gás perfeito, no início de nosso estudo sobre gases. Velocidade Média Quadrática No interior de um recipiente em repouso, sabemos que há partículas de gás se deslocando em todas as direções e em todos os sentidos. Isso faz com que a velocidade média das partículas seja nula; no entanto, as partículas ainda possuem energia cinética. É possível, portanto, calcular a energia cinética média das partículas. Sendo N o número de partículas do gás, temos que: Onde o termo entre parênteses é chamado de velocidade média quadrática (ou velocidade quadrática média). A Temperatura na Teoria Cinética Utilzando as leis da Mecânica Newtoniana, podemos escrever a pressão da seguinte forma: (I) Onde é a velocidade média quadrática. Reorganizando os termos: (II) Partindo da equação de Clapeyron, a qual diz que: (III) Substituindo (III) em (II), obtemos: Como: De forma que: Isolando a temperatura, chegamos a: A partir da relação acima, é possível notar que, de acordo com a teoria cinética dos gases, a temperatura depende da massa molar do gás e da velocidade média quadrática de suas partículas. Energia Interna de um Gás Perfeito Levando-se em conta as hipóteses feitas para a formulação de um modelo teórico para os gases perfeitos, sabe-se, portanto, que as moléculas do gás não possuem energia cinética rotacional nem tampouco energia potencial, já que essas moléculas são consideradas pontos materiais, os quais não interagem entre si. Assim, podemos dizer que a energia interna (U) de uma amostra de gás perfeito é, simplesmente, a energia cinética de translação das moléculas, de forma que: Onde: m = massa do gás; = velocidade média quadrática. Usando a equação deduzida recentemente para a temperatura e isolando a velocidade média quadrática, obtemos: Substituindo o resultado acima na equação da energia cinética, obtém-se: Analisando a equação acima, notamos que a energia interna dos gases ideais depende do número de mols e da temperatura do gás. Entretanto, essa equação não é válida para as amostras de gases reais, uma vez que no zero absoluto (0 K) a energia interna não é nula, conforme já estudado. O valor dessa energia é denominado energia de ponto zero. Porém, para gases reais monoatômicos, em baixas pressões e altas temperaturas, essa relação matemática oferece resultados com boa aproximação. * Adendo: Relembrando: O número de mols do gás é calculado utilizando-se sua massa molar, encontrada em tabelas

Deve ficar claro que o efeito estufa é um evento natural e um fenômeno de extrema importância para a manutenção da vida, uma vez que mantém o planeta aquecido. No entanto, o que tem ocorrido nos últimos anos é uma intensidade do efeito estufa, devido ao acúmulo de CO2 produzido pelo uso abusivo de materiais poluentes. Qual é o fenômeno em questão?

a) Efeito estufa
b) Termodinâmica
c) Energia Interna
d) Trabalho
e) Calor

A Entropia e a 2ª Lei da Termodinâmica Sendo a variação de entropia inversamente proporcional à temperatura, se ΔQ é o mesmo, a fração ΔQ/ΔT é menor quando a temperatura está mais elevada, e maior quando a temperatura está mais baixa. Entretanto, a 2ª Lei da Termodinâmica afirma que a transferência de energia do corpo que está à temperatura mais alta para o que está à temperatura mais baixa. É por conta disso que ΔQ é sempre positivo para o sistema que possui a temperatura mais baixa, e negativo para o de temperatura mais alta. Assim, podemos concluir que a variação de entropia é sempre positiva. No entanto, nos sistemas reversíveis ideais, como a máquina de Carnot, a razão ΔQ/ΔT é constante, o que torna a entropia nula. Esses resultados levam a mais um enunciado da 2ª Lei da Termodinâmica, o qual foi formulado por Clausius: Em qualquer transformação ocorrida em um sistema isolado, a variação da entropia é nula ou positiva. Observando a natureza como um sistema, podemos dizer que o Universo está constantemente recebendo energia, mas não tem capacidade de cedê-la. Assim, conclui-se que a entropia do Universo está aumentando com o passar do tempo.

Qual é a característica que permite diferenciar dois sons de mesma altura e mesma intensidade, mas que são emitidos por instrumentos diferentes?

a) Timbre.
b) Intensidade sonora.
c) Intervalo acústico.

É fundamental que, em uma configuração de onda estacionária, a distância entre dois nós consecutivos deve ser igual a meio comprimento de onda das ondas que se superpõem. O chamado modo fundamental ou primeiro harmônico (que pode ser visto na primeira situação da figura da página anterior) é a forma mais simples de uma corda vibrar. Assim: Se lembrarmos da equação para a velocidade de propagação de uma onda, teremos que: Como, para o primeiro harmônico, λ = 2L, passamos a ter: A equação acima costuma ser chamada de frequência fundamental de vibração da corda ou primeiro harmônico. Seguindo esse raciocínio, para o segundo modo de vibração, chamado segundo harmônico, temos: Dessa forma, podemos determinar a frequência de vibração para quaisquer harmônicos. Portanto, a ordem do harmônico indica quantas vezes esse harmônico é superior à frequência do modo fundamental de vibração. Assim, sendo N o número de meios comprimentos de onda, ou, melhor dizendo, a ordem do harmônico, é possível obter uma expressão geral para as frequências dos modos de vibração, de forma que: Onde N = 1, 2, 3...

Som Emitido por uma Corda Vibrante Quando se trata de instrumentos de corda, devemos lembrar que as ondas na corda são transversais, enquanto as ondas sonoras emitidas são longitudinais. O que acontece, na realidade, é que a corda vibrante é a fonte das ondas sonoras e, por conta disso, elas têm a mesma frequência das vibrações da corda. Entretanto, a velocidade de propagação do som que é emitido e seu comprimento de onda não possui nenhuma relação com a velocidade e o comprimento de onda das ondas produzidas na corda. Assim, quando uma pessoa dedilha a corda de um instrumento musical, ela fornece energia para a corda, a qual faz vibrar o ar ao seu redor, dando-lhe energia. É dessa forma que ocorre a emissão do som. Caso a corda vibre no modo fundamental, o som emitido também será chamado de som fundamental. Nota: esse raciocínio para a nomenclatura também é válido para os demais harmônicos.

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Questões resolvidas

Para medir a temperatura de um corpo utilizando um termômetro, é preciso esperar o equilíbrio térmico. Isso significa que, uma vez colocado em contato com o corpo (contato térmico), é preciso esperar um determinado intervalo de tempo até que o termômetro e o corpo atinjam a mesma temperatura. O valor que o termômetro indicar no equilíbrio térmico é o valor da temperatura do corpo. Obviamente, como toda medida, é necessário o estabelecimento de um padrão. Ao longo dos anos, foram desenvolvidos muitos padrões ou escalas para a medida da temperatura. O padrão adotado pelo SI, desde 1954, trata-se do ponto tríplice da água (temperatura em que a água coexiste nos três estados físicos — sólido, líquido e vapor. Isso ocorre à temperatura de 0,01° C ou 273,16 K, e à pressão de 610 Pa, ou 4,58 mmHg).

Construindo um gráfico pV, obtemos: Analisando o gráfico, vemos, claramente, que o volume é constante em uma transformação isométrica, visto que apresenta uma reta paralela ao eixo y (eixo das pressões). Exemplo: Um gás que se encontra à temperatura de 200 K, é aquecido até 300 K, sem mudar de volume. Se a pressão exercida no final do processo de aquecimento é 1000 Pa, qual era a pressão inicial? Solução: Equação de Clapeyron Relacionando as leis dos gases já estudadas (Lei de Boyle, Lei de Charles e Lei de Charles e Gay-Lussac), é possível estabelecer uma equação que relacione as variáveis de estado (pressão, volume e temperatura absoluta) de um gás perfeito. Assim, conforme já dito, de acordo com a Lei de Boyle, a pressão e o volume são inversamente proporcionais. A Lei de Charles e Gay-Lussac diz que o volume é diretamente proporcional à temperatura absoluta. Já a Lei de Charles afirma que a pressão é diretamente proporcional à temperatura absoluta. Tendo em mente que a pressão de um gás é provocada pela colisão entre suas partículas, isto sugere que a pressão também é dependente do número de partículas, ou, mais especificamente, da massa do gás considerado. Desse modo, podemos escrever a seguinte relação matemática: Onde K é uma constante que depende apenas da natureza do gás. Além disso, pode-se comprovar experimentalmente que, para diferentes gases, o valor dessa constante é inversamente proporcional à massa molar (M) de cada gás: Onde R é uma constante de proporcionalidade igual para todos os gases. Por conta disso, a constante R é chamada de constante universal dos gases perfeitos. Substituindo o resultado acima na primeira equação, obtemos: Sendo a razão m/M o número de mols (n) de um gás, a equação acima passa a ser: Onde: p = pressão; V = volume; n = nº de mols do gás; R = constante universal dos gases perfeitos; T = temperatura absoluta. A expressão acima chama-se equação de Clapeyron em homenagem ao físico francês Paul Émile Clapeyron, que foi quem a estabeleceu. Constante Universal dos Gases Perfeitos T = 0° C = 273 K (é ncessário utilizar a escala absoluta); n = 1 mol; V = 22,4 L. Se substituirmos esses valores na equação de Clapeyron, teremos: Agora, se utilizarmos outro conjunto de dados, no qual a pressão é dada em Pa e o volume é dado em m3, obteremos: Exemplo: Qual é o volume ocupado por um mol de gás perfeito submetido à pressão de 5000 N/m², a uma temperatura igual a 50° C? Dados: 1 atm = 10000 N/m² Solução: Substituindo os valores na equação de Clapeyron: Lei Geral dos Gases Perfeitos Por meio da equação de Clapeyron, é possível obtermos uma lei que relaciona dois estados diferentes de uma transformação gasosa, desde que não haja variação na massa do gás. Considerando dois estados (1) e (2), em que as grandezas envolvidas sejam: Podemos escrever a equação de Clapeyron para ambas as situações. Assim, obtemos: Essa equação é chamada lei geral dos gases perfeitos. Nessas transformações gasosas, a massa do gás se mantém constante, sendo modificadas apenas as variáveis de estado (pressão, volume e temperatura). Assim, a lei geral dos gases perfeitos garante a validade da equação: as partículas. Nesse tipo de mistura de gases perfeitos, o número de mols da associação é igual à soma do número de mols dos gases que compõem a mistura. Assim: Considerando a equação de Clapeyron, temos que: Escrevendo a equação de Clapeyron em função do número de mols em cada caso, obtemos: E, para a mistura, podemos escrever: Assim, portanto, fica evidente que, em uma mistura de gases ideais, basta somarmos as contribuições do número de mols de cada um dos participantes da mistura. Estando um gás 1 sob uma pressão p1, a uma temperatura T1 e ocupando um volume V1 e um gás 2 sob uma pressão p2, à temperatura T2 e volume V2, podemos expressar a mistura entre os dois da seguinte forma: Teoria Cinética dos Gases No início do estudo sobre gases perfeitos, foi feita uma análise macroscópica, na qual foi definido um modelo teórico dos gases baseado nas variáveis de estado (pressão, volume e temperatura). Agora, daremos destaque ao caráter microscópico desse estudo, introduzindo a chamada teoria cinética dos gases. Nesse modelo, por conta do exacerbado número de partículas por unidade de volume, as considerações feitas a respeito representam o que deve acontecer, em média, com as partículas do gás. Assim: • uma porção de gás perfeito é composta por um grande número de moléculas em movimento caótico; • as dimensões das moléculas são desprezíveis frente às distâncias por elas percorridas entre as sucessivas colisões; • os choques entre as moléculas são considerados colisões elásticas (não há perda de energia cinética nem tampouco da quantidade de movimento); • as colisões têm tempo de duração desprezível se comparadas com o tempo entre colisões sucessivas; • entre colisões sucessivas, o movimento das moléculas é retilíneo e uniforme (desprezam-se as forças gravitacionais e intermoleculares); • as forças intermoleculares só são "observadas" durante as colisões; • os choques entre as moléculas do gás podem ser explicados pela Mecânica Newtoniana. Obs.: algumas das considerações acima já haviam sido apresentadas na definição de gás perfeito, no início de nosso estudo sobre gases. Velocidade Média Quadrática No interior de um recipiente em repouso, sabemos que há partículas de gás se deslocando em todas as direções e em todos os sentidos. Isso faz com que a velocidade média das partículas seja nula; no entanto, as partículas ainda possuem energia cinética. É possível, portanto, calcular a energia cinética média das partículas. Sendo N o número de partículas do gás, temos que: Onde o termo entre parênteses é chamado de velocidade média quadrática (ou velocidade quadrática média). A Temperatura na Teoria Cinética Utilzando as leis da Mecânica Newtoniana, podemos escrever a pressão da seguinte forma: (I) Onde é a velocidade média quadrática. Reorganizando os termos: (II) Partindo da equação de Clapeyron, a qual diz que: (III) Substituindo (III) em (II), obtemos: Como: De forma que: Isolando a temperatura, chegamos a: A partir da relação acima, é possível notar que, de acordo com a teoria cinética dos gases, a temperatura depende da massa molar do gás e da velocidade média quadrática de suas partículas. Energia Interna de um Gás Perfeito Levando-se em conta as hipóteses feitas para a formulação de um modelo teórico para os gases perfeitos, sabe-se, portanto, que as moléculas do gás não possuem energia cinética rotacional nem tampouco energia potencial, já que essas moléculas são consideradas pontos materiais, os quais não interagem entre si. Assim, podemos dizer que a energia interna (U) de uma amostra de gás perfeito é, simplesmente, a energia cinética de translação das moléculas, de forma que: Onde: m = massa do gás; = velocidade média quadrática. Usando a equação deduzida recentemente para a temperatura e isolando a velocidade média quadrática, obtemos: Substituindo o resultado acima na equação da energia cinética, obtém-se: Analisando a equação acima, notamos que a energia interna dos gases ideais depende do número de mols e da temperatura do gás. Entretanto, essa equação não é válida para as amostras de gases reais, uma vez que no zero absoluto (0 K) a energia interna não é nula, conforme já estudado. O valor dessa energia é denominado energia de ponto zero. Porém, para gases reais monoatômicos, em baixas pressões e altas temperaturas, essa relação matemática oferece resultados com boa aproximação. * Adendo: Relembrando: O número de mols do gás é calculado utilizando-se sua massa molar, encontrada em tabelas

Deve ficar claro que o efeito estufa é um evento natural e um fenômeno de extrema importância para a manutenção da vida, uma vez que mantém o planeta aquecido. No entanto, o que tem ocorrido nos últimos anos é uma intensidade do efeito estufa, devido ao acúmulo de CO2 produzido pelo uso abusivo de materiais poluentes. Qual é o fenômeno em questão?

a) Efeito estufa
b) Termodinâmica
c) Energia Interna
d) Trabalho
e) Calor

A Entropia e a 2ª Lei da Termodinâmica Sendo a variação de entropia inversamente proporcional à temperatura, se ΔQ é o mesmo, a fração ΔQ/ΔT é menor quando a temperatura está mais elevada, e maior quando a temperatura está mais baixa. Entretanto, a 2ª Lei da Termodinâmica afirma que a transferência de energia do corpo que está à temperatura mais alta para o que está à temperatura mais baixa. É por conta disso que ΔQ é sempre positivo para o sistema que possui a temperatura mais baixa, e negativo para o de temperatura mais alta. Assim, podemos concluir que a variação de entropia é sempre positiva. No entanto, nos sistemas reversíveis ideais, como a máquina de Carnot, a razão ΔQ/ΔT é constante, o que torna a entropia nula. Esses resultados levam a mais um enunciado da 2ª Lei da Termodinâmica, o qual foi formulado por Clausius: Em qualquer transformação ocorrida em um sistema isolado, a variação da entropia é nula ou positiva. Observando a natureza como um sistema, podemos dizer que o Universo está constantemente recebendo energia, mas não tem capacidade de cedê-la. Assim, conclui-se que a entropia do Universo está aumentando com o passar do tempo.

Qual é a característica que permite diferenciar dois sons de mesma altura e mesma intensidade, mas que são emitidos por instrumentos diferentes?

a) Timbre.
b) Intensidade sonora.
c) Intervalo acústico.

É fundamental que, em uma configuração de onda estacionária, a distância entre dois nós consecutivos deve ser igual a meio comprimento de onda das ondas que se superpõem. O chamado modo fundamental ou primeiro harmônico (que pode ser visto na primeira situação da figura da página anterior) é a forma mais simples de uma corda vibrar. Assim: Se lembrarmos da equação para a velocidade de propagação de uma onda, teremos que: Como, para o primeiro harmônico, λ = 2L, passamos a ter: A equação acima costuma ser chamada de frequência fundamental de vibração da corda ou primeiro harmônico. Seguindo esse raciocínio, para o segundo modo de vibração, chamado segundo harmônico, temos: Dessa forma, podemos determinar a frequência de vibração para quaisquer harmônicos. Portanto, a ordem do harmônico indica quantas vezes esse harmônico é superior à frequência do modo fundamental de vibração. Assim, sendo N o número de meios comprimentos de onda, ou, melhor dizendo, a ordem do harmônico, é possível obter uma expressão geral para as frequências dos modos de vibração, de forma que: Onde N = 1, 2, 3...

Som Emitido por uma Corda Vibrante Quando se trata de instrumentos de corda, devemos lembrar que as ondas na corda são transversais, enquanto as ondas sonoras emitidas são longitudinais. O que acontece, na realidade, é que a corda vibrante é a fonte das ondas sonoras e, por conta disso, elas têm a mesma frequência das vibrações da corda. Entretanto, a velocidade de propagação do som que é emitido e seu comprimento de onda não possui nenhuma relação com a velocidade e o comprimento de onda das ondas produzidas na corda. Assim, quando uma pessoa dedilha a corda de um instrumento musical, ela fornece energia para a corda, a qual faz vibrar o ar ao seu redor, dando-lhe energia. É dessa forma que ocorre a emissão do som. Caso a corda vibre no modo fundamental, o som emitido também será chamado de som fundamental. Nota: esse raciocínio para a nomenclatura também é válido para os demais harmônicos.

Prévia do material em texto

Conceitos Básicos 
 
Unidades de Medida 
Notação Científica 
Vetores 
 
 
Mecânica 
 
Cinemática Escalar 
Introdução 
Velocidade 
Movimento Uniforme 
Aceleração 
Movimento Uniformemente Variado 
Movimento Vertical 
 Cinemática Vetorial 
Introdução 
Composição de Movimentos 
Movimento Oblíquo 
Movimento Circular 
 
Estática 
Princípios Básicos 
Estática do Ponto 
Centro de Massa 
Momento de uma Força 
Estática de um Corpo Extenso 
 Hidrostática 
Pressão 
Teorema de Stevin 
Experimento de Torricelli 
Teorema de Pascal 
Princípio do Empuxo 
 
 
 
Dinâmica 
Introdução 
Princípios da Mecânica Clássica - Leis 
de Newton 
Força Peso 
Força Normal e Força de Tração 
Força de Atrito 
Força Elástica 
Força Centrípeta 
Sistemas de Forças 
Plano Inclinado 
Trabalho de uma Força 
Potência 
Energia - Introdução 
Energia Cinética 
Energia Potencial Gravitacional e 
Energia Potencial Elástica 
Conservação da Energia Mecânica 
Impulso 
Quantidade de Movimento 
 
Gravitação Universal 
Histórico 
Leis de Kepler 
Lei de Newton da Gravitação 
Universal 
Aceleração da Gravidade 
Órbitas 
Velocidade de Escape 
Unidades Astronômicas 
Marés 
 
 
Termologia 
 
Termometria 
Temperatura e Equilíbrio Térmico 
Medida de Temperatura 
Escalas Termométricas 
Conversões entre Escalas 
Escala Absoluta 
 
Estudo dos Gases 
Gases 
Transformação Isotérmica 
Transformação Isobárica 
Transformação Isométrica 
Equação de Clapeyron 
Lei Geral dos Gases 
Misturas Físicas de Gases Perfeitos 
Teoria Cinética dos Gases 
Temperatura na TC 
Energia Interna de um Gás Perfeito 
Equipartição da Energia 
Energia Cinética Média Molecular 
 
Calorimetria 
Calor - Sensível e Específico 
Estados Físicos e Mudança de fase 
Calor Latente e Curva de 
Aquecimento 
Trocas de Calor 
Capacidade Térmica 
Propagação de Calor e Fluxo de Calor 
*Condução 
*Convecção 
*Radiação 
 
Termodinâmica 
Introdução 
Energia Interna 
Trabalho 
Calor 
1ª Lei da Termodinâmica 
Balanço Energético 
Transformações Termodinâmicas 
Particulares 
*Transformação Isotérmica 
*Transformação Isométrica 
file:///D:/conteudo/conceitosbasicos/unidades.html
file:///D:/conteudo/conceitosbasicos/notacaocientifica.html
file:///D:/conteudo/conceitosbasicos/vetores.html
file:///D:/conteudo/mecanica/cinematicaescalar/intro.html%23cinematica
file:///D:/conteudo/mecanica/cinematicaescalar/velocidade.html
file:///D:/conteudo/mecanica/cinematicaescalar/mu.html
file:///D:/conteudo/mecanica/cinematicaescalar/aceleracao.html
file:///D:/conteudo/mecanica/cinematicaescalar/muv.html
file:///D:/conteudo/mecanica/cinematicaescalar/mvert.html
file:///D:/conteudo/mecanica/cinematicavetorial/cinematicavetorial.html
file:///D:/conteudo/mecanica/cinematicavetorial/composicao.html
file:///D:/conteudo/Mecanica/cinematicavetorial/movobl.html
file:///D:/conteudo/mecanica/cinematicavetorial/mc.html
file:///D:/conteudo/mecanica/estatica/principiosbasicos.html
file:///D:/conteudo/mecanica/estatica/estdoponto.html
file:///D:/conteudo/mecanica/estatica/centrodemassa.html
file:///D:/conteudo/mecanica/estatica/momentodeforca.html
file:///D:/conteudo/mecanica/estatica/estdecorpo.html
file:///D:/conteudo/Mecanica/hidrostatica/pressao.html
file:///D:/conteudo/mecanica/hidrostatica/teoremadestevin.html
file:///D:/conteudo/mecanica/hidrostatica/exptorricelli.html
file:///D:/conteudo/mecanica/hidrostatica/teoremadepascal.html
file:///D:/conteudo/mecanica/hidrostatica/empuxo.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/dinamica.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/prinleisnew.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/prinleisnew.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/fp.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/fn.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/fa.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/fe.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/fc.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/sistemas.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/pi.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/trabalho.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/potencia.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/energia.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/energia2.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/energia3.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/energia3.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/energia4.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/impulso.html
file:///D:/conteudo/mecanica/dinamica/quantmov.html
file:///D:/conteudo/mecanica/gravitacaouniversal/gravuniv.html
file:///D:/conteudo/mecanica/gravitacaouniversal/lk.html
file:///D:/conteudo/mecanica/gravitacaouniversal/lk_new.html
file:///D:/conteudo/mecanica/gravitacaouniversal/lk_new.html
file:///D:/conteudo/mecanica/gravitacaouniversal/m_acgrav.html
file:///D:/conteudo/mecanica/gravitacaouniversal/orb.html
file:///D:/conteudo/mecanica/gravitacaouniversal/v_escape.html
file:///D:/conteudo/Mecanica/GravitacaoUniversal/unidades.html
file:///D:/conteudo/mecanica/gravitacaouniversal/x_mares.html
file:///D:/conteudo/termologia/termometria/temperatura.html%23termo
file:///D:/conteudo/termologia/termometria/med_temp.html
file:///D:/conteudo/termologia/termometria/escalas.html
file:///D:/conteudo/termologia/termometria/conversoes.html
file:///D:/conteudo/termologia/termometria/zero.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/gases.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/tranfisot.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/tranfisob.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/tranfisom.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/clapeyron.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/lgeral.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/misturas.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/tc.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/temp_tc.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/cinetica_med.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/equiparticao.html
file:///D:/conteudo/termologia/EstudodosGases/cinetica_med.html
file:///D:/conteudo/termologia/Calorimetria/calor.html
file:///D:/conteudo/termologia/Calorimetria/estados_fisicos.html
file:///D:/conteudo/termologia/Calorimetria/calor2.html
file:///D:/conteudo/termologia/Calorimetria/calor2.html
file:///D:/conteudo/termologia/Calorimetria/trocas.html
file:///D:/conteudo/termologia/Calorimetria/capacidade.html
file:///D:/conteudo/termologia/Calorimetria/transm.html
file:///D:/conteudo/termologia/Calorimetria/transm2.html
file:///D:/conteudo/termologia/Calorimetria/transm3.html
file:///D:/conteudo/termologia/Calorimetria/transm4.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/introducao.html
file:///D:/conteudo/Termologia/Termodinamica/energiainterna.html
file:///D:/conteudo/Termologia/Termodinamica/trabalho.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/calor.html
file:///D:/conteudo/Termologia/Termodinamica/1leidatermodinamica.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/balanco.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/transformacoes.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/transformacoes.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/transformacoes2.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/transformacoes2.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/transformacoes3.html
 
Dilatação Térmica 
Linear (sólidos) 
Superficial (sólidos) 
Volumétrica (sólidos) 
Volumétrica (líquidos) 
Dilatação anômala da água 
Volumétrica (gases) 
 
*Transformação Isobárica 
*Transformação Adiabática 
Diagramas Termodinâmicos 
Calor Específico dos Gases Perfeitos 
Transformações Adiabáticas 
A Energia Mecânica e o Calor 
2ª Lei da Termodinâmica 
Ciclo de Carnot 
Transformações Reversíveis e 
Irreversíveis 
 
Entropia 
Entropia e 2ª Lei da Termodinâmica 
 
 
 
 
Óptica 
 
Fundamentos 
Luz - Comportamento e Princípios 
Sombra e Penumbra 
Câmara Escura 
Tipos de Reflexão e Refração 
Ponto Objeto e Ponto Imagem 
Sistemas Ópticos 
 
Refração da Luz 
Introdução à Refração da Luz 
Cor e Frequência 
Luz Mono e Policromática 
Velocidade de Propagação da Luz 
Leis de RefraçãoDesvio dos Raios Incidentes 
Condições de Reflexão Total 
Dispersão da Luz 
Refração na Atmosfera 
Dioptro 
Lâminas de Faces Paralelas 
Prisma 
 
Lentes Esféricas 
Lentes Esféricas 
Convergentes 
Divergentes 
Distância Focal e Pontos 
Antiprincipais 
Raios Luminosos Particulares 
Imagens em Lentes Esféricas 
Referencial Gaussiano 
Equação dos Pontos Conjugados 
Vergência 
Equação dos Fabricantes de Lentes 
Associação de Lentes 
 
 
Reflexão da Luz 
Reflexão da Luz - Princípios Básicos 
Espelho Plano 
Espelhos Esféricos 
Raios Luminosos Particulares 
Equação Fundamental dos Espelhos 
Esféricos 
Referencial Gaussiano 
Aumento Linear Transversal 
 
Instrumentos Ópticos 
Introdução aos Instrumentos Ópticos 
Câmera Fotográfica 
Projetor 
Lupa 
Microscópio Composto 
Lunetas 
Olho Humano 
Adaptação Visual 
Acomodação Visual 
Ilusão de Óptica 
 
 
Ondulatória 
file:///D:/conteudo/termologia/Dilatacao/linear.html
file:///D:/conteudo/termologia/Dilatacao/superficial.html
file:///D:/conteudo/termologia/Dilatacao/volumetrica.html
file:///D:/conteudo/termologia/Dilatacao/voldosliquidos.html
file:///D:/conteudo/termologia/Dilatacao/voldosliquidos2.html
file:///D:/conteudo/termologia/Dilatacao/voldosgases.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/transformacoes4.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/transformacoes5.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/diagramas.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/calorespecifico.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/adiabatica.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/energiamecanicaecalor.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/2leidatermodinamica.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/ciclodecarnot.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/reversibilidade.html
file:///D:/conteudo/termologia/Termodinamica/reversibilidade.html
file:///D:/conteudo/Termologia/Entropia/entropia.html
file:///D:/conteudo/termologia/Entropia/entropia2.html
file:///D:/conteudo/optica/Fundamentos/luz.html%23luz
file:///D:/conteudo/optica/Fundamentos/sombraepenumbra.html
file:///D:/conteudo/optica/Fundamentos/camaraescura.html
file:///D:/conteudo/optica/Fundamentos/tiposdereflexaoerefracao.html
file:///D:/conteudo/optica/Fundamentos/ponto.html
file:///D:/conteudo/optica/Fundamentos/sistemasopticos.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/introducao.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/introducao.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/cor_e_frequencia.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/luz_mono_e_policromatica.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/luz_velocidade.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/leis_de_refracao.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/desvios.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/reflexao_total.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/dispersao.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/refracao_na_atmosfera.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/refringenciaedioptro.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/laminas.html
file:///D:/conteudo/optica/Refracaodaluz/prisma.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/lentesesfericas.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/convergentes.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/divergentes.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/focos.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/focos.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/raios_particulares.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/construcaoimagens.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/referencial.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/eq_pontosconjugados.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/vergencia.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/vergencia2.html
file:///D:/conteudo/optica/Lentesesfericas/associacaodelentes.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/reflexao.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/espelhoplano.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/espelhoesferico.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/espelhoesferico.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/espelhoesferico2.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/espelhoesferico2.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/espelhoesferico3.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/espelhoesferico3.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/espelhoesferico4.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/espelhoesferico4.html
file:///D:/conteudo/optica/Reflexaodaluz/espelhoesferico5.html
file:///D:/conteudo/optica/Instrumentosoticos/introducao.html
file:///D:/conteudo/optica/Instrumentosoticos/camera.html
file:///D:/conteudo/optica/Instrumentosoticos/projetor.html
file:///D:/conteudo/optica/Instrumentosoticos/lupa.html
file:///D:/conteudo/optica/Instrumentosoticos/microscopiocomposto.html
file:///D:/conteudo/optica/Instrumentosoticos/lunetas.html
file:///D:/conteudo/optica/Instrumentosoticos/olhohumano.html
file:///D:/conteudo/optica/Instrumentosoticos/adaptacaovisual.html
file:///D:/conteudo/optica/Instrumentosoticos/acomodacaovisual.html
file:///D:/conteudo/optica/Instrumentosoticos/ilusaodeoptica.html
file:///D:/conteudo/indice2.html
 
MHS 
MHS Visto como um Movimento 
Periódico 
MHS Visto como um Movimento 
Oscilatório 
Equações Horárias do MHS 
Força no MHS 
Oscilador Massa-mola 
Pêndulo 
Pêndulo de Foucault 
 
Acústica 
Introdução à Acústica 
Som e sua Propagação 
Considerações Gerais sobre o Som 
Intervalo Acústico 
Intensidade Sonora 
Reflexão do Som 
Sonar e Radar 
Cordas Sonoras 
Timbre de um Som 
Batimento, Ressonância e Difração do 
Som 
Tubos Sonoros 
Efeito Doppler 
Sonoridade 
Nível Relativo de Intensidade 
 
 
Ondas 
Classificação das Ondas 
Velocidade de Propagação das Ondas 
O Som e a Luz 
Velocidade de Propagação de Ondas 
Transversais em Cordas Tensas 
Reflexão de Ondas 
Refração de Ondas 
Refração e Reflexão de Ondas 
Transversais em Cordas 
Superposição 
Ressonância 
Interferência de Ondas 
Princípio de Huygens 
Difração 
Experiência de Young 
Interferência em Películas Delgadas 
 
 
 
Eletromagnetismo 
 
Eletrostática 
Introdução à Eletrostática 
Cargas Elétricas 
Princípios da Eletrostática 
Condutores e Isolantes 
Processos de Eletrização 
Lei de Coulomb 
Campo Elétrico - Vetor e Orientação 
Campo Elétrico de uma Partícula 
Eletrizada 
Densidade Superficial de Cargas 
Campo Elétrico Uniforme 
Potencial Elétrico 
Equipotenciais 
Trabalho da Força Elétrica 
Ddp entre Dois Pontos em um Campo 
Uniforme 
Potencial Elétrico em Situações 
Particulares 
Capacitância 
Energia Potencial de um Condutor 
Potencial Terra 
 
Campo Magnético 
Introdução ao Eletromagnetismo 
Ímãs e Magnetos 
Campo Magnético 
Efeito do Campo Magnético sobre 
Cargas Elétricas 
Regra da Mão Direita 
Efeito Hall 
Cargas em Campos Magnéticos 
Uniformes 
 
Eletrodinâmica 
Introdução 
Corrente Elétrica 
Resistência Elétrica 
Resistividade Elétrica 
Resistores 
Associação de Resistores 
Geradores 
Associação de Geradores 
Circuitos Elétricos Simples 
Corrente Contínua e Alternada 
Efeito Joule 
Potencia Elétrica 
Consumo de Energia Elétrica 
Capacitores 
Associação de Capacitores 
Circuito RC 
 
Força Magnética 
Origem do Campo Magnético 
Força Magnética sobre um Fio 
Condutor 
Força Magnética sobre uma Espira 
Campo Magnético em um Solenoide 
Propriedades Magnéticas dos 
Materiais 
Materiais Ferromagnéticos 
Ponto Curie 
Eletroímã 
 
file:///D:/conteudo/ondulatoria/MHS/movpereosc.html%23mhs
file:///D:/conteudo/ondulatoria/MHS/movpereosc.html%23mhs
file:///D:/conteudo/ondulatoria/MHS/movpereosc2.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/MHS/movpereosc2.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/MHS/funhor.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/MHS/forcanomhs.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/MHS/massamola.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/MHS/pendulo.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/MHS/outros.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/introducao.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/som.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/consideracoes.htmlfile:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/intervalo.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/intensidade.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/reflexao.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/sonar_radar.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/cordas.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/timbre.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/batimento.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/batimento.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/tubos.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/doppler.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/sonoridade.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Acustica/nivel_relativo.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/classificacao.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/velocidade.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/som.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/ondanacorda.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/ondanacorda.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/reflexao.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/refracao.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/refracao_reflexao.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/refracao_reflexao.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/superposicao.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/ressonancia.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/interferencia.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/principiodehuygens.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/difracao.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/experienciadeyoung.html
file:///D:/conteudo/ondulatoria/Ondas/peliculas.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/introducao.html%23eletro
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/cargas.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/eletrizacao.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/eletrizacao2.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/eletrizacao3.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/leidecoulomb.html
file:///D:/conteudo/Eletromagnetismo/Eletrostatica/campo.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/campo2.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/campo2.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/campo4.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/campo5.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/potencial.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/potencial2.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/potencial3.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/potencial4.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/potencial4.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/potencial5.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/potencial5.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/capacitancia.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/capacitancia2.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrostatica/capacitancia3.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/CampoMagnetico/introducao.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/CampoMagnetico/imasemagnetos.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/CampoMagnetico/campo.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/CampoMagnetico/efeitossobrecargas.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/CampoMagnetico/efeitossobrecargas.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/CampoMagnetico/efeitosobrecargas2.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/CampoMagnetico/efeitohall.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/CampoMagnetico/mov_campo_unif.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/CampoMagnetico/mov_campo_unif.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/introducao.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/corrente.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/resistencia.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/resistencia2.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/resistores.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/associacaoderesistores.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/geradores.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/geradores3.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/circuitos.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/caecc.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/efeitojoule.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/potencia.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/consumo.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/capacitores.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/assoc_capacitores.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/Eletrodinamica/circuito_rc.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/ForcaMagnetica/introducao.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/ForcaMagnetica/fio.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/ForcaMagnetica/fio.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/ForcaMagnetica/espira.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/ForcaMagnetica/solenoide.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/ForcaMagnetica/propriedades.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/ForcaMagnetica/propriedades.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/ForcaMagnetica/ferromagneticos.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/ForcaMagnetica/curie.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/ForcaMagnetica/eletroima.html
 
Indução Magnética 
Introdução 
Fluxo de Indução 
Variação do Fluxo 
Indução Eletromagnética 
Lei de Lenz 
Corrente de Foucault 
Força Eletromotriz Induzida 
Lei de Faraday-Neumann 
Transformadores 
 
 
Física Moderna 
 
Física Quântica 
Introdução 
Modelo Ondulatório 
Radiação Térmica/Corpo Negro 
Modelo Quântico para Radiações 
Eletromagnéticas 
Efeito Fotoelétrico 
Contradições da Física Clássica ao 
Efeito Fotoelétrico 
Interpretação de Einstein para o 
Efeito Fotoelétrico 
Dualidade Onda-Partícula 
Átomo de Bohr 
 
 
 
Relatividade 
Introdução 
Teoria da Relatividade 
Dilatação do Tempo 
Contração do Comprimento 
Massa Relativística 
Equivalência entre Massa e Energia 
Energia e Quantidade de Movimento 
 
 
 
 
Chamamos de Termologia a parte da Física que estuda os fenômenos relativos ao calor, ao 
aquecimento, ao resfriamento, às mudanças de estado físico em corpos (que recebem ou cedem 
algum tipo de energia), às mudanças de temperatura, etc. 
A termometria é a parte da Termologia que tem como objetivo descrever o comportamento 
termométrico das substâncias, dos corpos ou dos sistemas. No estudo da Termometria, é 
importante definirmos alguns conceitos que nos serão úteis na descrição dos fenômenos. São eles: 
 
Temperatura 
Temperatura é a grandeza que caracteriza o estado térmico de um corpo ou de um sistema. 
Fisicamente, os conceitos quente e frio são diferentes dos que costumamos usar no nosso 
cotidiano. Comumente, associamos esses conceitos à sensação que eles proporcionam quando 
tocamos algum objeto. No entanto, pessoas diferentes, em um mesmo ambiente, podem 
experimentar sensações térmicas diferentes, visto que os conceitos de quente e de frio são 
subjetivos e dependem das condições às quais estamos submetidos. 
Podemos definir como quente um corpo cujas moléculas agitam-se muito, ou seja, com alta 
energia cinética. Analogamente, um corpo frio é aquele cujas moléculas têm baixa agitação. 
Ao aumentar a temperatura de um corpo ou de um sistema, pode-se dizer que o estado de 
agitação de suas moléculas também aumenta. 
 
 
 
 
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/InducaoMagnetica/introducao.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/InducaoMagnetica/fluxo.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/InducaoMagnetica/variacaodofluxo.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/InducaoMagnetica/inducao.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/InducaoMagnetica/leidelenz.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/InducaoMagnetica/correntedefoucault.html
file:///D:/conteudo/eletromagnetismo/InducaoMagnetica/fem.html
file:///D:/conteudo/Eletromagnetismo/InducaoMagnetica/leidefaradayneumann.htmlfile:///D:/conteudo/eletromagnetismo/InducaoMagnetica/transformadores.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/introducao.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/modelo_ond.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/corpo_negro.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/mod_quantico.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/mod_quantico.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/efeito_fotoeletrico.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/efeito_fotoeletrico2.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/efeito_fotoeletrico2.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/efeito_fotoeletrico3.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/efeito_fotoeletrico3.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/dualidade.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/FisicaQuantica/atomo_bohr.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/Relatividade/introducao.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/Relatividade/teoria_relatividade.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/Relatividade/dil_tempo.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/Relatividade/cont_comprimento.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/Relatividade/m_relat.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/Relatividade/massa_energia.html
file:///D:/conteudo/fisicamoderna/Relatividade/energia_momentum.html
file:///D:/conteudo/indice.html
Equilíbrio Térmico 
Ao tirarmos uma garrafa de água mineral da geladeira ou ao retirarmos um bolo de um forno, 
percebemos que, após algum tempo, ambos tendem a chegar à temperatura do ambiente. Ou 
seja, a água "esquenta" e o bolo "esfria". 
Na natureza, corpos colocados próximos tendem a atingir, espontaneamente, um mesmo estado 
térmico. Isso significa dizer que os corpos "mais quentes" tendem a esfriar, enquanto os corpos 
"mais frios" tendem a esquentar. Quando dois corpos ou sistemas atingem o mesma temperatura, 
dizemos que esses corpos ou sistemas estão em equilíbrio térmico — a troca de energia cessa 
apenas quando os corpos atingem a mesma temperatura. Essa conclusão pode ser enunciada da 
seguinte forma: 
"Se um corpo A está em equilíbrio térmico com um corpo B, e este está em equilíbrio térmico com 
um corpo C, então A está em equilíbrio térmico com C." 
 
O resultado acima é conhecido como Lei Zero da Termodinâmica, sendo comumente utilizado 
em Física para definir o conceito de temperatura. 
 
Termologia 
Medição de Temperatura 
A medida da temperatura é um processo indireto. Assim, é necessário fazer uso de uma 
substância cujo comportamento seja conhecido e que possua alguma propriedade sensível à 
variação de temperatura, que possibilite as medidas. 
Inúmeras são as substâncias que variam com a temperatura, dentre elas: 
• as dimensões de um corpo, como, por exemplo, o comprimento de uma barra ou o 
volume de um líquido; 
• o volume de um gás mantido a uma pressão constante; 
• a pressão de um gás mantido a um volume constante; 
• a resistência elétrica de condutores metálicos; 
• o brilho e a cor de um filamento aquecido. 
Como há muitas substâncias termométricas, as quais variam com a temperatura, é possível 
construir dispositivos sensíveis a essas variações — os termômetros. 
Para medir a temperatura de um corpo utilizando um termômetro, é preciso esperar o equilíbrio 
térmico. Isso significa que, uma vez colocado em contato com o corpo (contato térmico), é preciso 
esperar um determinado intervalo de tempo até que o termômetro e o corpo atinjam a mesma 
temperatura. O valor que o termômetro indicar no equilíbrio térmico é o valor da temperatura do 
corpo. 
Obviamente, como toda medida, é necessário o estabelecimento de um padrão. Ao longo dos 
anos, foram desenvolvidos muitos padrões ou escalas para a medida da temperatura. O padrão 
adotado pelo SI, desde 1954, trata-se do ponto tríplice da água (temperatura em que a água 
coexiste nos três estados físicos — sólido, líquido e vapor. Isso ocorre à temperatura de 0,01° C 
ou 273,16 K, e à pressão de 610 Pa, ou 4,58 mmHg). 
 
 
 
 
 
 
 
Escalas Termométricas 
Para que fosse possível medir a temperatura de um corpo, foi desenvolvido um aparelho 
denominado termômetro. Atualmente, o termômetro mais comum é o de mercúrio: trata-se de 
um vidro graduado que possui um bulbo de paredes finas, que por sua vez é ligado a um tubo 
muito fino, chamado tubo capilar. Quando a temperatura do termômetro aumenta, as moléculas 
de mercúrio também aumentam sua agitação, fazendo com que o líquido dilate, preenchendo o 
tubo capilar. Para cada altura atingida pelo mercúrio, existe uma temperatura associada. A escala 
de cada termômetro corresponde a esse valor de altura atingida. 
Embora tenha comercialização proibida, devido às grandes chances de contaminação, os 
termômetros de mercúrio ainda são largamente utilizados, uma vez que esse metal possui um 
ponto de ebulição bastante elevado (≈357° C), o que facilita muito o estudo de temperaturas. 
Anteriormente a ele, havia o termômetro de álcool, o qual não alcançou muito êxito. O ponto de 
ebulição do álcool é bastante baixo (≈78° C) e, portanto, dificultava a medida de temperaturas 
mais elevadas, pois o álcool entrava facilmente em ebulição. 
Na construção de uma escala termométrica, é necessário adotar padrões de medida, de modo que 
as temperaturas possam ser reproduzidas, com valores equivalentes, em outras escalas 
termométricas. 
O padrão mais utilizado é o de pontos fixos, no qual se definem temperaturas de referência para a 
fusão do gelo e para a ebulição da água, ambas à pressão atmosférica normal — sugestão dada 
por René de Réamur (1683-1757), físico e naturalista francês, em virtude da fácil reprodução dos 
processos envolvidos. 
A seguir, são citadas as escalas termométricas mais conhecidas: 
 
Escala Celsius 
É a escala usada no Brasil e na maioria dos países, a qual foi oficializada em 1742 pelo astrônomo 
e físico sueco Anders Celsius (1701-1744). Essa escala tem como pontos fixos a temperatura de 
congelamento da água (0 °C) e a temperatura de ebulição da água (100 °C), ambas sob pressão 
normal. 
 
Escala Fahrenheit 
Essa escala é utilizada principalmente nos países de língua inglesa. Criada em 1708 pelo físico 
alemão Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736), tem como referência a temperatura de uma 
mistura de gelo e cloreto de amônia (0° F) e a temperatura do corpo humano (100° F). Foi 
Fahrenheit quem construiu o primeiro termômetro de mercúrio que apresentou bom 
funcionamento. 
Em comparação com a escala Celsius: 
0° C = 32° F 
100° C = 212° F 
 
Escala Kelvin 
Também denominada escala absoluta, foi verificada pelo físico inglês William Thompson (1824-
1907), conhecido como Lorde Kelvin. Essa escala tem como referência a temperatura do menor 
estado de agitação de qualquer molécula (0 K), sendo calculada a partir da escala Celsius. 
Por convenção, não se usa "grau" nessa escala. Assim, 0 K lê-se zero kelvin (e não zero grau 
kelvin). Em comparação com a escala Celsius: 
-273° C = 0 K 
0° C = 273 K 
100° C = 373 K 
 
Escalas Termométricas 
Conversões entre Escalas 
Para expressar uma temperatura dada em determinada escala em outra escala, deve-se 
estabelecer uma convenção geométrica de semelhança (relação de proporcionalidade). 
Como exemplo, iremos converter uma temperatura qualquer, dada na escala Fahrenheit, para a 
escala Celsius. Chamando de θC a temperatura de referência na escala Celsius (temperatura do 
corpo) e de θF a temperatura de referência na escala Fahrenheit, temos: 
 
Pelo princípio de semelhança geométrica: 
 
 
Exemplo: 
Qual a temperatura correspondente em escala Celsius para a temperatura 100° F? 
 
 
Da mesma forma, pode-se estabelecer uma conversão Celsius-Fahrenheit: 
 
 
De forma análoga, podemos obter expressões para irmos da escala Kelvin para a escala Celsius e 
vice-versa. Chamando θK a temperatura na escala Kelvin e θC a temperatura de referência na 
escala Celsius, obtemos:e 
 
 
Observação: a rigor, o valor do zero absoluto corresponde a -273,15 K, e o ponto de vapor 
corresponde a 373,15 K. Entretanto, para fins práticos costuma-se adotar os valores -273 K e 373 
K, respectivamente. 
 
Algumas temperaturas: 
 
Situação 
Escala 
Celsius 
(°C) 
Escala 
Fahrenheit 
(°F) 
Escala 
Kelvin (K) 
Ar liquefeito -39 -38,2 243 
Maior temperatura na superfície da Terra 58 136 331 
Menor tempertura na superfície da Terra -89 -128 184 
Ponto de combustão da madeira 250 482 523 
Ponto de combustão do papel 184 363 257 
Ponto de fusão do chumbo 327 620 600 
Ponto de fusão do ferro 1535 2795 1808 
Ponto do gelo 0 32 273,15 
Ponto de solidificação do mercúrio -39 -38,2 234 
Ponto do vapor 100 212 373,15 
Temperatura na chama do gás natural 660 1220 933 
Temperatura na superfície do Sol 5530 10000 5800 
Zero absoluto -273,15 -459,67 0 
 
 
 
Escala Absoluta 
Zero Absoluto (0 K) 
É o limite inferior de temperatura de um corpo ou de um sistema. Essa temperatura corresponde 
ao menor estado de agitação das partículas de um corpo, no qual a agitação é praticamente nula. 
Nesse estado há, ainda, uma pequena quantidade de energia cinética denominada energia do 
ponto zero. No entanto, nunca, nem mesmo em laboratórios de altas tecnologias, foi possível 
obter uma temperatura tão baixa, de modo que esse valor é apenas uma aproximação teórica. 
 
Termômetro de Gás a Volume Constante 
Os termômetros baseados em substâncias termométricas distintas tendem a apresentar valores de 
temperaturas ligeiramente diferentes, ainda que, aparentemente, marquem temperaturas iguais. 
É por isso que, em 1975, foi desenvolvido um termômetro padrão, a partir do qual os demais 
devem ser calibrados. Trata-se do termômetro de gás a volume constante. 
 
O termômetro de gás a volume constante é, na realidade, um manômetro de mercúrio 
(instrumento utilizado para medir pressão em fluidos), em um tubo em formato de U, com um 
ramo a mais, móvel, onde está o reservatório. 
Para determinar uma temperatura utilizando um termômetro de gás a volume constante, procede-
se da seguinte forma: o bulbo com gás é colocado em contato com o sistema para o qual se 
deseja saber a temperatura. O tubo flexível pode ser abaixado ou levantado, de modo que o 
mercúrio no reservatório possa se deslocar (para cima ou para baixo), até que coincida com o zero 
da escala graduada. 
Medindo h (diferença de altura do mercúrio no manômetro), mantendo o volume do gás constante 
e sabendo o valor da pressão atmosférica (p0), a aceleração da gravidade (g) e a densidade do 
gás (d) contido no bulbo, podemos obter a pressão p do gás no bulbo (pressão absoluta). 
Partindo, portanto, da equação da pressão absoluta: 
 
 
Nesses termômetros, há uma relação direta de proporcionalidade entre a pressão e a 
temperatura, de forma que é sempre possível plotar um gráfico com os valores de pressão e 
temperatura para diferentes substâncias. 
Experiências mostram que podemos estabelecer uma escala de temperatura independente da 
substância se usarmos gases a baixas pressões, pois, nessas circunstâncias, eles se comportam 
como gases ideais. 
Observando o gráfico acima, é possível notar que, independentemente do gás utilizado, ambas as 
retas convergem para o mesmo valor, -273,15° C. Isso sugere que existe uma temperatura-limite 
para os processos termodinâmicos, o zero absoluto. Entretanto, vale salientar que esse valor de 
temperatura é apenas uma extrapolação do gráfico, uma vez que nunca foi possível obtê-lo 
experimentalmente. 
 
 
Questões - Termometria 
Escalas Termométricas 
1) Um turista brasileiro sentiu-se mal durante uma viagem à Nova York. Ao ser examinado em um 
hospital local, a enfermeira lhe disse que sua temperatura no momento era 105°, mas que ele 
deveria ficar tranquilo, pois já havia baixado 4°. Após o susto, o turista percebeu que sua 
temperatura havia sido medida em escala Fahrenheit. Qual era a sua temperatura anteriormente e 
qual sua temperatura atual? 
 
* Anterior: 105° + 4° = 109° F 
 
 
 
* Atual: 105° F 
 
 
 
2) Um astrônomo analisa um buraco negro no espaço. Após muitos estudos, chega à conclusão de 
que esse corpo celeste tem temperatura de 10 K. Qual a temperatura do buraco negro em escala 
Celsius? 
 
 
 
3) Um estudante de Física criou uma escala (°X). Comparada com a escala Celsius, ele obteve o 
seguinte gráfico: 
 
a. Qual a equação de conversão entre as duas escalas? 
b. Qual a temperatura do corpo humano (37° C) nessa escala? 
 
a. 
 
b. 
 
 
 
Gases 
Gases são fluidos em estado gasoso e a característica que os diferem dos fluidos líquidos é que, 
basicamente, quando colocados em um recipiente, os gases têm a capacidade de ocupá-lo 
totalmente. A maior parte dos elementos químicos não metálicos conhecidos são encontrados no 
seu estado gasoso, em temperatura ambiente. 
Os gases possuem duas propriedades importantes: capacidade de expansão (aumento de volume) 
e de contração (redução de volume). 
A principal diferença entre o gás e o vapor é que, quando nos referimos ao gás, a substância se 
encontra em uma temperatura maior do que sua temperatura crítica. 
O ar atmosférico é composto, basicamente, pelos gases nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). 
As moléculas do gás, ao se movimentarem, colidem com as outras moléculas e com as paredes do 
recipiente em que se encontram, exercendo uma pressão denominada pressão do gás. Essa 
pressão tem relação com o volume do gás e a temperatura absoluta (em kelvins). 
Ao terem a temperatura aumentada, as moléculas do gás aumentam sua agitação, provocando 
mais colisões. Ao aumentar o volume do recipiente, as moléculas têm mais espaço para se 
deslocarem, de modo que as colisões diminuem, o que reduz a pressão. 
Utilizando as leis da Mecânica Newtoniana, é possível estabelecer a seguinte relação: 
 
 
 
Onde: 
p = pressão do gás; 
m = massa do gás; 
v = velocidade média das moléculas; 
V = volume do gás. 
 
Gás Perfeito ou Ideal 
Os gases reais, como oxigênio, hidrogênio, etc., devido às suas características moleculares, 
apresentam um comportamento diferente. Entretanto, se submetidos a baixas pressões e a altas 
temperaturas, passam a se comportar, macroscopicamente, de forma semelhante. 
Para facilitar o estudo dos gases, costuma-se adotar um modelo teórico de gás denominado gás 
perfeito ou gás ideal. Esse modelo serve para descrever o comportamento de gases reais que, 
dentro das condições citadas acima, apresentam comportamento análogo. 
Um gás perfeito (ou ideal) apresenta as seguintes características: 
• o movimento das moléculas é regido pelas leis da Mecânica Newtoniana; 
• os choques entre as moléculas são perfeitamente elásticos, ou seja, a quantidade de 
movimento (momentum linear) e a energia cinética são conservadas; 
• não há atração e nem repulsão entre as moléculas, o que implica não haver potencial de 
atração entre elas; 
• o volume de cada molécula é desprezível quando comparado com o volume total do gás. 
 
 
Variáveis de Estado dos Gases Ideais 
No estudo da Mecânica Newtoniana, costumávamos descrever os corpos e seus respectivos 
movimentos utilizando um conjunto de grandezas físicas, sendo a massa uma delas. Em 
Termologia, mais especificamente no estudo dos gases ideais, é necessário que se adote um novo 
conjunto de variáveis. 
As grandezas físicas que melhor descrevem os gases perfeitos macroscopicamente são a 
temperatura absoluta, o volume e a pressão. Essas grandezas recebem o nome de variáveis de 
estado. As unidades no SI para as variáveis de estado são: 
• kelvin para as temperaturas absolutas; 
• metro cúbico ou litro para o volume; 
• pascal, atmosfera e milímetro de mercúrio para a pressão. 
 
Mudança de Estado de um Gás 
Para certa massa de um gás, a variação de pelo menos duas das variáveis de estado 
(temperatura, volume e pressão) definem algum tipo de transformação sofrida pelo gás. 
Quando ocorrealguma transformação gasosa, são considerados, sempre, dois estados: o estado 
inicial (temperatura, volume e pressão iniciais) e o estado final (temperatura, volume e pressão 
finais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei de Boyle - Transformação Isotérmica 
A lei física que expressa essa relação é conhecida com Lei de Boyle e consiste na transformação 
gasosa em que a temperatura é mantida constante enquanto a pressão e o volume do gás variam. 
Essa transformação, chamada de transformação isotérmica, é matematicamente expressa por: 
 
Onde: 
p = pressão do gás; 
V = volume do gás; 
 = constante que depende da massa, da temperatura e da natureza do gás. 
 
Considerando que o gás seja sempre o mesmo durante a transformação termodinâmica, o valor da 
constante não sofrerá alteração, sendo válida, portanto, a relação: 
 
 
 
 
A equação acima indica que a pressão e o volume de um gás ideal são inversamente 
proporcionais, uma vez que, ao aumentarmos a pressão, o volume diminuirá e vice-versa. 
Num diagrama pV (pressão x volume), a Lei de Boyle fica representada da seguinte forma: 
 
 
 
Analisando o gráfico acima, verificamos que a curva, chamada de isoterma, é uma hipérbole. 
Para cada valor diferente de temperatura absoluta em que a transformação ocorre, teremos uma 
hipérbole diferente. Além disso, quanto maior for a temperatura absoluta, mais afastadas da 
origem e dos eixos serão as curvas. 
 
Exemplo: 
Certo gás contido em um recipiente de 1 m³ com êmbolo exerce uma pressão de 250 Pa. Ao ser 
comprimido isotermicamente a um volume de 0,6 m³, qual será a pressão exercida pelo gás? 
 
Solução: 
 
 
 
 
 
 
 
Lei de Charles e Gay-Lussac - Transformação Isobárica 
Analogamente à transformação isotérmica, quando há uma transformação isobárica, a pressão 
é mantida constante. Esse processo, regido pela Lei de Charles e Gay-Lussac, pode ser expresso 
por: 
 
 
Onde: 
V = volume do gás; 
T = temperatura absoluta do gás; 
 = constante que depende da pressão, da massa e da natureza do gás. 
 
A equação acima indica que enquanto a pressão é conservada, a temperatura e o volume do gás 
se modificam. Assim, quando um mesmo gás muda de temperatura ou volume, é válida a relação: 
 
 
Dessa forma, percebemos que, mantendo-se a pressão constante, o volume e a temperatura 
abosluta são diretamente proporcionais. Representando a situação física em questão em um 
diagrama pV, obtemos: 
 
 
 
A reta paralela ao eixo horizontal na figura acima evidencia o fato de que a pressão é constante e 
que, portanto, apenas o volume e a temperatura se modificam. 
 
Exemplo: 
Um gás de volume 0,5 m³ à temperatura de 20º C é aquecido até a temperatura de 70º C. Qual 
será o volume ocupado por ele, se esta transformação acontecer sob pressão constante? 
 
Solução: 
 
É importante lembrarmos que a temperatura considerada deve ser a temperatura absoluta do gás 
(escala Kelvin). Assim, o primeiro passo para a resolução do exercício é a conversão de escalas 
termométricas, de modo que: 
 
 
 
Então: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transformação Isométrica 
A transformação isométrica, também chamada de isocórica ou de isovolumétrica, assim como 
as demais transformações estudadas, baseia-se na relação de que, para este caso, o volume se 
mantém constante. 
Regida pela Lei de Charles, a transformação isométrica é matematicamente expressa por: 
 
 
Onde: 
p = pressão do gás; 
T = temperatura absoluta do gás; 
= constante que depende do volume, da massa e da natureza do gás. 
 
Para um mesmo gás, a constante é sempre a mesma, o que garante a validade da relação: 
 
 
Assim, é possível observar que a pressão é diretamente proporcional à sua temperatura absoluta. 
Construindo um gráfico pV, obtemos: 
 
Analisando o gráfico, vemos, claramente, que o volume é constante em uma transformação 
isométrica, visto que apresenta uma reta paralela ao eixo y (eixo das pressões). 
 
Exemplo: 
Um gás que se encontra à temperatura de 200 K, é aquecido até 300 K, sem mudar de volume. 
Se a pressão exercida no final do processo de aquecimento é 1000 Pa, qual era a pressão inicial? 
 
Solução: 
 
 
 
Equação de Clapeyron 
Relacionando as leis dos gases já estudadas (Lei de Boyle, Lei de Charles e Lei de Charles e Gay-
Lussac), é possível estabelecer uma equação que relacione as variáveis de estado (pressão, 
volume e temperatura absoluta) de um gás perfeito. 
Assim, conforme já dito, de acordo com a Lei de Boyle, a pressão e o volume são inversamente 
proporcionais. A Lei de Charles e Gay-Lussac diz que o volume é diretamente proporcional à 
temperatura absoluta. Já a Lei de Charles afirma que a pressão é diretamente proporcional à 
temperatura absoluta. 
Tendo em mente que a pressão de um gás é provocada pela colisão entre suas partículas, isto 
sugere que a pressão também é dependente do número de partículas, ou, mais especificamente, 
da massa do gás considerado. Desse modo, podemos escrever a seguinte relação matemática: 
 
 
 
Onde K é uma constante que depende apenas da natureza do gás. 
Além disso, pode-se comprovar experimentalmente que, para diferentes gases, o valor dessa 
constante é inversamente proporcional à massa molar (M) de cada gás: 
 
 
Onde R é uma constante de proporcionalidade igual para todos os gases. Por conta disso, a 
constante R é chamada de constante universal dos gases perfeitos. 
Substituindo o resultado acima na primeira equação, obtemos: 
 
Sendo a razão m/M o número de mols (n) de um gás, a equação acima passa a ser: 
 
 
Onde: 
p = pressão; 
V = volume; 
n = nº de mols do gás; 
R = constante universal dos gases perfeitos; 
T = temperatura absoluta. 
 
A expressão acima chama-se equação de Clapeyron em homenagem ao físico francês Paul Émile 
Clapeyron, que foi quem a estabeleceu. 
 
Constante Universal dos Gases Perfeitos 
Existe um conjunto de condições, denominadas condições normais de temperatura e pressão 
(CNTP), no qual, sob a temperatura de 0° C e à pressão de 1 atm, 1 mol de um gás qualquer 
ocupa um volume de 22,4 L. 
Em suma, nas CNTP, temos: 
p = 1 atm; 
T = 0° C = 273 K (é ncessário utilizar a escala absoluta); 
n = 1 mol; 
V = 22,4 L. 
 
Se substituirmos esses valores na equação de Clapeyron, teremos: 
 
 
Agora, se utilizarmos outro conjunto de dados, no qual a pressão é dada em Pa e o volume é dado 
em m3, obteremos: 
 
 
Exemplo: 
Qual é o volume ocupado por um mol de gás perfeito submetido à pressão de 5000 N/m², a uma 
temperatura igual a 50° C? 
Dados: 
1 atm = 10000 N/m² 
 
 
Solução: 
 
 
 
 
 
Substituindo os valores na equação de Clapeyron: 
 
 
 
 
 
 
Lei Geral dos Gases Perfeitos 
Por meio da equação de Clapeyron, é possível obtermos uma lei que relaciona dois estados 
diferentes de uma transformação gasosa, desde que não haja variação na massa do gás. 
Considerando dois estados (1) e (2), em que as grandezas envolvidas sejam: 
 
 
 
Podemos escrever a equação de Clapeyron para ambas as situações. Assim, obtemos: 
 
 
 
Essa equação é chamada lei geral dos gases perfeitos. 
Nessas transformações gasosas, a massa do gás se mantém constante, sendo modificadas apenas 
as variáveis de estado (pressão, volume e temperatura). Assim, a lei geral dos gases perfeitos 
garante a validade da equação: 
 
 
 
 
Exemplo: 
O volume de um gás é 280 cm³, à temperatura de 30° C e sob pressão de 740 mmHg. Qual seria 
o volume a 0° C e sob pressão de 760 mmHg? 
 
Solução: 
 
Sendo os dados do estado inicial: 
 
 
E os dados do estado final: 
 
 
De forma que o volume do gás será: 
 
 
 
 
Misturas Físicas de Gases Perfeitos 
A mistura física de gases perfeitos é a junção de dois ou mais gases ideais na qual as únicas 
interações existentes são físicas, ou seja, não ocorrem reações químicas entre as partículas. 
Nesse tipo de mistura de gases perfeitos, o número de molsda associação é igual à soma do 
número de mols dos gases que compõem a mistura. Assim: 
 
 
 
Considerando a equação de Clapeyron, temos que: 
 
 
 
Escrevendo a equação de Clapeyron em função do número de mols em cada caso, obtemos: 
 
 
 
E, para a mistura, podemos escrever: 
 
 
 
Assim, portanto, fica evidente que, em uma mistura de gases ideais, basta somarmos as 
contribuições do número de mols de cada um dos participantes da mistura. 
Estando um gás 1 sob uma pressão p1, a uma temperatura T1 e ocupando um volume V1 e um gás 
2 sob uma pressão p2, à temperatura T2 e volume V2, podemos expressar a mistura entre os dois 
da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria Cinética dos Gases 
No início do estudo sobre gases perfeitos, foi feita uma análise macroscópica, na qual foi definido 
um modelo teórico dos gases baseado nas variáveis de estado (pressão, volume e temperatura). 
Agora, daremos destaque ao caráter microscópico desse estudo, introduzindo a chamada teoria 
cinética dos gases. Nesse modelo, por conta do exacerbado número de partículas por unidade 
de volume, as considerações feitas a respeito representam o que deve acontecer, em média, com 
as partículas do gás. Assim: 
• uma porção de gás perfeito é composta por um grande número de moléculas em 
movimento caótico; 
• as dimensões das moléculas são desprezíveis frente às distâncias por elas percorridas 
entre as sucessivas colisões; 
• os choques entre as moléculas são considerados colisões elásticas (não há perda de 
energia cinética nem tampouco da quantidade de movimento); 
• as colisões têm tempo de duração desprezível se comparadas com o tempo entre colisões 
sucessivas; 
• entre colisões sucessivas, o movimento das moléculas é retilíneo e uniforme (desprezam-
se as forças gravitacionais e intermoleculares); 
• as forças intermoleculares só são "observadas" durante as colisões; 
• os choques entre as moléculas do gás podem ser explicados pela Mecânica Newtoniana. 
Obs.: algumas das considerações acima já haviam sido apresentadas na definição de gás perfeito, 
no início de nosso estudo sobre gases. 
 
Velocidade Média Quadrática 
No interior de um recipiente em repouso, sabemos que há partículas de gás se deslocando em 
todas as direções e em todos os sentidos. Isso faz com que a velocidade média das partículas seja 
nula; no entanto, as partículas ainda possuem energia cinética. 
É possível, portanto, calcular a energia cinética média das partículas. Sendo N o número de 
partículas do gás, temos que: 
 
 
 
Onde o termo entre parênteses é chamado de velocidade média quadrática (ou velocidade 
quadrática média). 
 
 
 
A Temperatura na Teoria Cinética 
Utilzando as leis da Mecânica Newtoniana, podemos escrever a pressão da seguinte forma: 
 
 (I) 
 
Onde é a velocidade média quadrática. 
 
Reorganizando os termos: 
 
 (II) 
 
Partindo da equação de Clapeyron, a qual diz que: 
 
 (III) 
 
Substituindo (III) em (II), obtemos: 
 
 
 
Como: 
 
 
De forma que: 
 
 
 
Isolando a temperatura, chegamos a: 
 
 
 
A partir da relação acima, é possível notar que, de acordo com a teoria cinética dos gases, a 
temperatura depende da massa molar do gás e da velocidade média quadrática de suas partículas. 
 
Energia Interna de um Gás Perfeito 
Levando-se em conta as hipóteses feitas para a formulação de um modelo teórico para os gases 
perfeitos, sabe-se, portanto, que as moléculas do gás não possuem energia cinética rotacional 
nem tampouco energia potencial, já que essas moléculas são consideradas pontos materiais, os 
quais não interagem entre si. 
Assim, podemos dizer que a energia interna (U) de uma amostra de gás perfeito é, simplesmente, 
a energia cinética de translação das moléculas, de forma que: 
 
 
Onde: 
m = massa do gás; 
= velocidade média quadrática. 
 
Usando a equação deduzida recentemente para a temperatura e isolando a velocidade média 
quadrática, obtemos: 
 
 
Substituindo o resultado acima na equação da energia cinética, obtém-se: 
 
 
Analisando a equação acima, notamos que a energia interna dos gases ideais depende do número 
de mols e da temperatura do gás. Entretanto, essa equação não é válida para as amostras de 
gases reais, uma vez que no zero absoluto (0 K) a energia interna não é nula, conforme já 
estudado. O valor dessa energia é denominado energia de ponto zero. Porém, para gases reais 
monoatômicos, em baixas pressões e altas temperaturas, essa relação matemática oferece 
resultados com boa aproximação. 
 
* Adendo: 
Relembrando: 
O número de mols do gás é calculado utilizando-se sua massa molar, encontrada em tabelas 
periódicas, e por meio da constante de Avogadro. 
 
 
 
Utilizando-se a relação de que em 1 mol de moléculas de uma substância há moléculas 
dessa substância. 
 
 
 
Equipartição da Energia 
A teoria cinética dos gases nos garante que cada partícula das amostras possui três graus de 
liberdade, os quais indicam o movimento de translação na direção de cada um dos três eixos 
cartesianos (x, y e z). 
Já sabemos que os gases reais monoatômicos possuem comportamento muito semelhante ao dos 
gases ideais, de forma que a energia cinética destes pode ser expressa por: 
 
 
No estudo da energia interna dos gases perfeitos, obtivemos uma expressão para a velocidade 
média quadrática em função da temperatura absoluta e da massa molar da amostra de gás, sendo 
esta: 
 
 
Substituindo esse resultado na equação da energia interna, obtemos: 
 
 
Reorganizando os termos: 
 
 
 
O teorema de equipartição da energia diz que essa energia é igualmente dividida para cada 
grau de liberdade, de modo que: 
 
 
Os gases diatômicos podem ser imaginados como uma espécie de haltere, no qual, dentro dessa 
analogia, cada átomo está localizado em uma ponta, sendo possível girar em torno de qualquer 
um dos eixos ortogonais. 
No entanto, a inércia de rotação em torno do eixo, cuja orientação coincide com a "barra" (já que 
estamos adotando o modelo do haltere), é considerada desprezível frente às outras duas direções. 
Dessa forma, as partículas diatômicas possuem três graus de liberdade na translação e dois graus 
de liberdade na rotação. A energia interna é expressa, portanto, como: 
 
 
 
Substituindo o modelo do haltere por outro, como, por exemplo, trocar a "barra" por uma mola, a 
molécula será capaz de vibrar. As partículas, portanto, além de possuírem rotação e translação, 
irão adquirir vibração. Assim, passarão a ter mais graus de liberdade, o que aumentará a energia 
interna dessa amostra de gás. 
Vale salientar, então, que esse novo modelo, comumente adotado para gases poliatômicos (ou 
seja, com atomicidade maior do que dois), terão energia maior do que (5/2)nRT. 
 
 
 
 
Energia Cinética Média Molecular 
Imaginemos um recipiente no qual há N moléculas de uma amostra de gás perfeito, com energia 
interna U. Podemos calcular a energia cinética média por molécula com a seguinte relação 
matemática: 
 
 
 
 
Como a energia interna de um gás perfeito é dada por: 
 
 
 
a energia cinética média será: 
 
 
 
Considerando que cada mol do gás possui 6,02.1023 moléculas (constante de Avogadro) e, 
portanto, o número de moléculas é dado por , podemos reescrever a energia cinética 
como: 
 
 
 
Chamando a razão R/CA de uma nova constante, k, a qual denominamos constante de 
Boltzmann, e substituindo os valores das constantes dos gases perfeitos (R) e de Avogadro (CA), 
obtemos: 
 
 
 
Assim, a energia cinética média molecular pode ser expressa como: 
 
 
 
Uma vez que a constante de Boltzmann não depende da natureza do gás, podemos afirmar que a 
energia cinética média molecular depende apenas da temperatura absoluta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DILATAÇÃO TÉRMICA 
Assim como ocorre com os gases, um dos efeitos da variação da temperatura é a variaçãode 
dimensões em corpos sólidos e líquidos. Essa variação é o que chamamos de dilatação térmica. 
Quando alteramos a temperatura de um corpo, suas propriedades físicas, como a dureza e a 
condutividade térmica também se alteram. Sabemos ainda que ao aumentarmos a temperatura de 
um corpo, ocorre o aumento de suas dimensões: a agitação térmica maior acarreta um 
distanciamento maior entre as moléculas. 
Se, em vez de aumentarmos a temperatura, nós a diminuirmos, este fenômeno de variação das 
dimensões dos corpos recebe o nome de contração térmica. 
Na maioria dos sólidos, as variações nas dimensões dos corpos não são facilmemente detectadas; 
no entanto, se observarmos atentamente, é possível percebê-las. Um exemplo clássico: as tampas 
metálicas de potes de alimentos em conserva podem ser facilmente removidas se forem colocadas 
embaixo de uma torneira de água quente. 
Comparada aos sólidos, a dilatação dos líquidos é mais perceptível. A gasolina que transborda dos 
tanques dos carros evidencia esse fato: se ambos dilatassem igualmente, a gasolina não vazaria. 
Na dilatação térmica de sólidos, três tipos são fundamentais: 
• dilatação linear, quando há variação de uma única dimensão do corpo; 
• dilatação superficial, quando há variação de duas dimensões do corpo; 
• dilatação volumétrica, quando há variação de três dimensões do corpo. 
Quanto aos líquidos, costumamos estudar apenas a dilatação volumétrica, visto que, por não 
possuírem forma definida (já que adquirem a forma do recipiente em que estão contidos), não faz 
sentido estudarmos as dilatações linear e superficial. 
 
Dilatação Linear 
Aplica-se apenas para os corpos em estado sólido, e consiste na variação considerável de apenas 
uma dimensão (barras, cabos, fios, etc.). 
Consideremos uma barra homogênea, por exemplo, de comprimento a uma temperatura 
inicial . Quando essa temperatura é aumentada até uma (> ), observa-se que a barra 
passa a ter um comprimento (> ). 
 
 
 
Com isso, é possível concluir que a dilatação linear ocorre de maneira proporcional à variação de 
temperatura e ao comprimento inicial . Porém, ao analisarmos barras de dimensões iguais 
(mesmo tamanho), mas de materiais diferentes, percebemos que a variação de comprimento é 
diferente, pois a dilatação também leva em consideração as propriedades do material com que o 
objeto é feito. Assim, tem-se uma "constante" de proporcionalidade, ou seja, o coeficiente de 
dilatação linear (α), que é uma característica específica de cada substância. 
Então, podemos expressar: 
 
A unidade usada no SI para α é o inverso da unidade de temperatura, como: . 
O valor do coeficiente de dilatação linear não é necessariamente uma constante, visto que 
depende da pressão e, principalmente, da faixa de temperatura em que se opera com esses 
materiais. 
Abaixo, tem-se alguns valores usuais de coeficientes de dilatação linear: 
Substância 
 
Chumbo 
 
Zinco 
 
Alumínio 
 
Prata 
 
Cobre 
 
Ouro 
 
Ferro 
 
Platina 
 
Vidro (comum) 
 
Tungstênio 
 
Vidro ("pyrex") 
 
 
Lâmina Bimetálica 
Uma das aplicações da dilatação linear no cotidiano ocorre na construção de lâminas bimetálicas, 
que consistem em duas placas de materiais diferentes e, portanto, de coeficientes de dilatação 
linear diferentes, soldadas. Ao serem aquecidas, as placas aumentam seu comprimento de forma 
desigual, fazendo com que essa lâmina soldada entorte. 
As lâminas bimetálicas são encontradas principalmente em dispositivos elétricos e eletrônicos, já 
que a corrente elétrica causa aquecimento dos condutores, os quais não podem sofrer um 
aquecimento maior do que podem suportar. 
Quando é curvada, a lâmina tem o objetivo de interromper a corrente elétrica. Após um tempo em 
repouso, a temperatura do condutor diminui, fazendo com que a lâmina volte ao seu formato 
inicial, devido à contração térmica, reabilitando a passagem de eletricidade. 
 
Representação Gráfica 
Podemos expressar a dilatação linear de um corpo por meio de um gráfico de seu 
comprimento (L) em função da temperatura (θ): 
 
 
O gráfico deve ser um segmento de reta que não passa pela origem, já que o comprimento inicial 
não é igual a zero. 
Considerando um ângulo φ como a inclinação da reta em relação ao eixo horizontal, podemos 
relacioná-lo com: 
 
Pois: 
 
 
 
 
Dilatação Superficial 
Consiste em um caso em que há dilatação em duas dimensões. Em outras palavras, na dilatação 
superficial, ocorre variação na área do objeto. 
Consideremos, inicialmente, uma peça quadrada de lados , que é aquecida a uma 
temperatura , de forma que sofra um aumento em suas dimensões. Mas, como há dilatação 
igual para os dois sentidos da peça, esta continua quadrada, passando a ter lados . 
Como o corpo em questão possui formato quadrado, podemos estabelecer que: 
 
 
Assim como: 
 
 
Partindo da equação da dilatação linear, temos: 
 
 
Para que possamos analisar as superfícies, podemos elevar toda a expressão ao quadrado, 
obtendo uma relação com suas áreas, já que: 
 
e 
 
 
De forma que: 
 
 
Mas a ordem de grandeza do coeficiente de dilatação linear (α) é , que, ao ser elevado ao 
quadrado, passa a ter grandeza , sendo imensamente menor que α. Como a variação da 
temperatura (Δθ) dificilmente ultrapassa um valor de 10³º C para corpos no estado sólido, 
podemos considerar o termo α²Δθ² desprezível em comparação com 2αΔθ, o que nos permite 
ignorá-lo durante o cálculo. Assim: 
 
 
Chamando: 
 
Onde β é o coeficiente de dilatação superficial de cada material. Então, tem-se que: 
 
 
Observe que essa equação é aplicável para qualquer superfície geométrica, desde que as áreas 
sejam obtidas pelas relações geométricas para cada uma em particular (circular, retangular, 
trapezoidal, etc.). 
 Exemplo: 
Uma lâmina retangular de ferro tem dimensões 10 m x 15 m em temperatura normal. Ao ser 
aquecida 
500º C, qual será a área dessa superfície? Dado: . 
 
 
Solução: 
 
 
Dilatação Volumétrica 
Esse é um caso da dilatação linear que acontece em três dimensões, sendo sua dedução análoga à 
anterior. 
Consideremos um sólido cúbico, de lados , que é aquecido a uma temperatura , de forma 
que sofra um aumento em suas dimensões. No entanto, como há dilatação em três dimensões, o 
sólido continua com o mesmo formato, passando a ter lados . 
Baseado no raciocínio acima, inicialmente, o volume do cubo é dado por: 
 
 
Após haver aquecimento, passa a ser: 
 
 
Ao relacionarmos com a equação de dilatação linear: 
 
 
Pelos mesmos motivos do caso da dilatação superficial, podemos 
desprezar 3α²Δθ² e α³Δθ³ quando comparados a 3αΔθ. Assim, a relação pode ser dada por: 
 
 
Podemos estabelecer que o coeficiente de dilatação volumétrica ou cúbica é dado por: 
 
 
Então: 
 
 
Assim como para a dilatação superficial, essa equação pode ser utilizada para qualquer sólido, 
determinando seu volume conforme sua geometria. 
Sendo β = 2α e γ = 3α, podemos estabelecer as seguintes relações: 
 
 
Um exemplo em que é possível observar a dilatação volumétrica de um corpo é utilizando o Anel 
de Gravezande. O experimento consiste em aquecer uma esfera metálica presa, como se fosse um 
pêndulo. Quando aproximamos uma chama da esfera, vemos que ela não é mais capaz de 
atravessar o aro metálico que anteriormente atravessava, visto que o diâmetro da esfera dilatou, 
tornando-se maior que o anel. 
 
 
Exemplo: 
O cilindro circular de aço do desenho abaixo encontra-se em um laboratório a uma temperatura de 
-100º C. Quando atingir a temperatura ambiente (20º C), quanto ele terá dilatado? 
Dado: . 
 
 
Solução: 
 
Sabendo que a área e o volume do cilindro são dados por: 
 
De forma que a variação no volume será: 
 
Dilatação Volumétrica dos Líquidos 
A dilatação dos líquidos possui algumas diferenças em relação à dilatação dos sólidos, a começar 
pelos seus coeficientes de dilatação consideravelmente maiores. Além disso, para queo volume de 
um líquido seja medido, é necessário que este esteja no interior de um recipiente. 
A lei que rege a dilatação de líquidos é fundamentalmente igual à dilatação volumétrica de sólidos, 
já que estes não podem dilatar-se linearmente nem superficialmente. Então: 
 
 
Mas, como o líquido precisa estar depositado em um recipiente sólido, é necessário que a dilatação 
do sólido também seja considerada, já que ocorre simultaneamente, de modo que a dilatação real 
do líquido é a soma das dilatações aparente e do recipiente. 
Para medir a dilatação aparente costuma-se utilizar um recipiente cheio até a borda. Ao aquecer 
esse sistema (recipiente + líquido), ambos dilatarão e, como os líquidos costumam dilatar mais 
que os sólidos, uma quantidade do líquido será derramada — essa quantidade mede a dilatação 
aparente do líquido. Isso significa que a dilatação real do líquido corresponde à variação da 
capacidade do frasco em que o líquido está contido, mais o volume de líquido extravasado. 
Assim: 
 
 
Utilizando-se a expressão da dilatação volumétrica, , e admitindo-se que os 
volumes iniciais do recipiente e do líquido são iguais, podemos expressar: 
 
 
A expressão acima mostra que o coeficiente de dilatação real de um líquido é igual à soma do 
coeficiente de dilatação aparente com o coeficiente de dilatação do frasco em que este se 
encontra. 
 
Exemplo: 
Um copo graduado de capacidade 10 dm³ é preenchido com álcool etílico, ambos inicialmente à 
mesma temperatura, sendo aquecidos em 100º C. Qual foi a dilatação real do álcool? 
Dados: 
 
Solução: 
 
 
 
 
 
 
Dilatação Anômala da Água 
Certamente você já deve ter visto, em desenhos animados ou documentários, pessoas pescando 
em buracos feitos no gelo. No entanto, sabemos que os líquidos sofrem dilatação da mesma forma 
que os sólidos, ou seja, de maneira uniforme. Então, como é possível que haja água em estado 
líquido sob as camadas de gelo com temperatura igual ou inferior a 0° C? Esse fenômeno ocorre 
devido ao que chamamos de dilatação anômala da água. O termo "anômala" sugere que a água 
tem uma comportamento irregular em relação aos demais líquidos. 
Em geral, o que ocorre com os líquidos é um aumento de volume quando são aquecidos, e uma 
redução no volume quando são resfriados. Já a água, constitui uma exceção a essa regra, uma 
vez que, em uma temperatura entre 0° C e 4° C, há um fenômeno inverso ao esperado para os 
líquidos. Nesse intervalo de temperatura, a água, ao ser resfriada, sofre uma expansão no seu 
volume, e ao ser aquecida, uma redução. É isso que permite a existência de vida dentro da água 
em lugares extremamente gelados, como o Polo Norte. 
Durante o resfriamento da água da superfície, a densidade aumenta até a temperatura de 4º C. 
Essa quantidade de água desce, fazendo emergir a água mais quente que estava no fundo do 
lago. Ocorre, portanto, um processo de convecção até que toda a água atinja uma temperatura 
igual a 4° C. Encerrado o processo de convecção, o congelamento ocorre no sentido da superfície 
para o fundo. 
Podemos representar o comportamento do volume da água em função da temperatura: 
 
 
 
Como é possível perceber, o menor volume para a água acontece em 4° C, uma vez que, sendo o 
mínimo volume, a densidade é máxima. 
É esse tipo de dilatação anômala que explica por que um lago congela apenas na superfície: o gelo 
formado isola o restante da água. O gelo, sendo péssimo condutor de calor, mantém a 
temperatura no fundo do lago superior a 0° C, preservando a vida animal e vegetal que lá 
existem. 
 
 
 
 
 
 
Dilatação Volumétrica dos Gases 
Os gases possuem dilatação térmica muito superior aos sólidos e aos líquidos, já que a distância 
média entre suas moléculas é muito maior do que o tamanho das moléculas. 
Enquanto os sólidos e os líquidos possuem coeficientes de dilatação linear característicos para 
cada substância, todos os gases possuem o mesmo coeficiente de dilatação térmica. Assim, cobre 
e alumínio, por exemplo, dilatam quantidades diferentes, por mais que sejam submetidos à 
mesma diferença de temperatura, enquanto hidrogênio e oxigênio dilatam da mesma forma, tanto 
contidos em recipientes de alumínio quanto de cobre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CALORIMETRIA 
Chama-se calorimetria o ramo da Física que estuda os fenômenos relacionados às transferências 
de energia devido a uma diferença de temperatura entre corpos ou um sistema de corpos. 
 
Calor 
Quando colocamos dois corpos com temperaturas diferentes em contato, podemos observar que a 
temperatura do corpo "mais quente" diminui, e a do corpo "mais frio" aumenta, até o momento 
em que ambos os corpos apresentem a mesma temperatura. Essa reação é causada pela 
passagem de energia térmica do corpo "mais quente" para o corpo "mais frio". Essa transferência 
de energia devido à diferença de temperaturas denomina-se calor. Portanto, calor é a 
transferência de energia térmica entre corpos com temperaturas diferentes. 
A unidade mais utilizada para calor é a caloria (cal), embora sua unidade no SI seja o joule (J). 
Uma caloria equivale à quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de um grama 
de água pura, sob pressão normal, de 14,5 °C para 15,5 °C. 
A relação entre a caloria e o joule é dada por: 
1 cal = 4,186 J 
Partindo daí, é possível fazer conversões entre as unidades, usando-se regra de três simples. 
Como 1 caloria é uma unidade pequena, costuma-se utilizar o seu múltiplo, a quilocaloria. 
1 kcal = 10³ cal 
 
Calor Sensível e Calor Específico 
É denominado calor sensível a quantidade de calor que tem como efeito apenas a alteração da 
temperatura de um corpo. Esse fenômeno é regido pela lei física conhecida como Equação 
Fundamental da Calorimetria, a qual diz que a quantidade de calor sensível (Q) é igual ao produto 
de sua massa, da variação da temperatura e de uma constante de proporcionalidade dependente 
da natureza de cada corpo, denominada calor específico. 
Calor específico é a quantidade de calor necessária para variar em 1 °C a temperatura de um 
corpo. Essa grandeza é, portanto, uma característica específica de cada material. 
Assim, o calor sensível pode ser expresso por: 
 
Onde: 
Q = quantidade de calor sensível (expressa em cal ou J). 
c = calor específico da substância que constitui o corpo (expresso em cal/g°C ou J/kg°C). 
m = massa do corpo (expressa em g ou kg). 
Δθ = variação de temperatura (expressa em °C). 
 
É interessante conhecer alguns valores de calores específicos: 
Substância c (cal/g°C) 
Alumínio 0,219 
Água 1,000 
Álcool 0,590 
Cobre 0,093 
Chumbo 0,031 
Estanho 0,055 
Ferro 0,119 
Gelo 0,550 
Mercúrio 0,033 
Ouro 0,031 
Prata 0,056 
Vapor d'água 0,480 
Zinco 0,093 
 
No estudo de calorimetria, é importante estabelecer algumas convenções de sinais. Assim, 
quando: 
 
* Q > 0: o corpo ganha calor. 
* Q < 0: o corpo perde calor. 
 
Exemplo: 
Qual a quantidade de calor sensível necessária para aquecer uma barra de ferro de 2 kg, de 20 °C 
para 
200 °C? Dado: calor específico do ferro = 0,119 cal/g°C. 
2 kg = 2000 g 
 
 
 
Estados Físicos da Matéria 
Dependendo do estado de agregação (ou fase) das partículas, uma substância pode ser 
encontrada em três estados físicos fundamentais: sólido, líquido e gasoso. 
A seguir, tem-se um quadro-resumo com as características principais de cada fase. 
Fase 
Força de atração 
entre os átomos 
Energia devido às 
vibrações 
Temperatura Forma Volume 
Sólida fortes pequena baixa definida definido 
Líquida moderadas moderada média variável definido 
Gasosa fracas grande alta indefinida indefinido 
 
Mudanças de Fase 
Quando uma substância, em qualquer estado físico da matéria, recebe ou cede energia térmica, 
ela pode alterar o formato de agregação de suas partículas (conforme visto no quadro acima). 
Quando isso acontece, dizemos que essa substância está indo de um estado físico para outro,ou 
que ela está sofrendo uma mudança de fase. 
Abaixo, há um esquema com as possíveis mudanças de estado a que a matéria está sujeita. 
 
Dentre as transformações acima, as que ocorrem devido ao recebimento de calor são chamadas 
de transformações endotérmicas. São elas: a fusão, a vaporização e a sublimação (sólido para 
o gasoso). Já as transformações que ocorrem por perda de calor são 
denominadas transformações exotérmicas, como a solidificação, a liquefação e a sublimação 
(gasoso para o sólido). 
 
Calor Latente 
Nem toda troca de calor existente na natureza detém-se apenas a modificar a temperatura dos 
corpos. Em alguns casos, há também mudança de estado físico desses corpos. Nesse caso, 
chamamos a quantidade de calor calculada de calor latente. Assim, calor latente é a quantidade 
de calor necessária para modificar o estado físico da substância, sem variação na temperatura. 
A quantidade de calor latente (Q) é igual ao produto da massa do corpo (m) e de uma constante 
de proporcionalidade (L). Assim: 
 
 
A constante de proporcionalidade, denominada calor latente de mudança de fase, refere-se à 
quantidade de calor que 1 g da substância em questão necessita para mudar de uma fase para 
outra. Além de depender da natureza da substância, esse valor numérico depende de cada 
mudança de estado físico. 
Por exemplo, para a água: 
Calor latente de fusão 
 
80 cal/g 
Calor latente de vaporização 
 
540 cal/g 
Calor latente de solidificação 
 
-80 cal/g 
Calor latente de condensação 
 
-540 cal/g 
 
No mesmo raciocínio anterior, faz-se necessário estabelecer uma convenção de sinais. Quando: 
* Q > 0: o corpo funde ou vaporiza. 
* Q < 0: o corpo solidifica ou condensa. 
Exemplo: 
Qual a quantidade de calor necessária para que um litro de água vaporize? 
Dado: densidade da água = 1 g/cm³ e calor latente de vaporização da água = 540 cal/g. 
 
 
 
Assim: 
 
 
Curva de Aquecimento 
Ao estudarmos os valores de calor latente, observamos que eles não dependem da variação de 
temperatura. Assim, podemos elaborar um gráfico de temperatura em função da quantidade de 
calor absorvida, o qual chamamos de curva de aquecimento. 
 
 
Analisando o gráfico acima, constatamos que: 
* Aquecimento na fase sólida: desde a temperatura inicial até a temperatura de fusão. 
* Fusão da substância: temperatura constante de fusão. 
* Aquecimento na fase líquida: desde a temperatura de fusão até a temperatura de vaporização. 
* Vaporização da substância: temperatura constante de seu ponto de ebulição (vaporização). 
* Aquecimento na fase gasosa: desde a temperatura de vaporização até um valor de temperatura 
final. 
Trocas de Calor 
Para que o estudo de trocas de calor seja realizado com maior precisão, utiliza-se um aparelho 
denominado calorímetro, que consiste em um recipiente fechado incapaz de trocar calor com o 
ambiente e com seu interior. 
Dentro de um calorímetro, os corpos trocam calor até atingirem o equilíbrio térmico. Como os 
corpos não trocam calor com o calorímetro e nem com o meio em que se encontram, toda a 
energia térmica passa de um corpo ao outro. 
Uma vez que ao absorver calor Q>0, e ao transmitir calor Q<0, a soma de todas as energias 
térmicas é nula, ou seja: 
ΣQ=0 
 
(Lê-se que o somatório de todas as quantidades de calor é igual a zero.) 
 
 
Observação: 
As quantidades de calor podem ser de dois tipos: calor sensível e calor latente. 
 
Exemplo: 
Qual a temperatura de equilíbrio entre uma bloco de alumínio de 200 g a 20 °C mergulhado em 
um litro de água a 80 °C? Dados dos calores específicos: água = 1 cal/g°C e alumínio = 0,219 
cal/g°C. 
 
Solução: 
Supondo que todo o calor cedido pela água é recebido pelo bloco de alumínio, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capacidade Térmica 
É a quantidade de calor que um corpo necessita receber ou ceder para que sua temperatura varie 
em uma unidade. 
Pode-se expressar essa relação por: 
 
 
Sua unidade usual é a cal/°C, embora, no SI, também seja válido o J/K. 
Em algumas referências, esse conceito é apresentado como capacidade calorífica. No entanto, o 
termo capacidade não é o mais adequado, uma vez que leva a ideias equivocadas acerca do 
conceito. Na verdade, não podemos "encher" um corpo de calor. Por outro lado, o 
termo capacidade apresenta certa relação com o conceito, visto que um corpo com grande 
capacidade térmica é capaz de absorver (ou ceder) uma grande quantidade de calor com uma 
pequena variação de temperatura. 
Se uma pequena quantidade de calor for absorvida (ou cedida) e isso resultar numa grande 
variação de temperatura, dizemos que este corpo possui uma capacidade térmica pequena. 
A capacidade térmica de 1 g de água é de 1 cal/°C já que seu calor específico é 1 cal/g°C. 
 
 
 
Transmissão de Calor 
Em certas situações, mesmo não havendo contato físico entre os corpos, é possível sentirmos que 
algo está "mais quente". Isso acontece quando, por exemplo, nos aproximamos do fogo de uma 
lareira. Assim, concluímos que, de alguma forma, o calor emana de corpos "mais quentes", 
podendo se propagar de diversas maneiras. 
Como já vimos anteriormente, o fluxo de calor acontece (naturalmente) no sentido da maior para 
a menor temperatura. Esse trânsito de energia térmica pode acontecer pelos seguintes processos: 
• condução; 
• convecção; 
• radiação (ou irradiação). 
A condução e a convecção são processos de transferência de energia que dependem do meio em 
que são realizados. Já a radiação é a propagação de ondas eletromagnéticas (OEM) sem a 
necessidade de um meio para que esse fenômeno ocorra. 
 
Fluxo de Calor 
Para que um corpo seja aquecido, normalmente se usa uma fonte térmica de potência constante, 
ou seja, uma fonte capaz de fornecer uma quantidade de calor por unidade de tempo. 
Definimos fluxo de calor (Φ) que a fonte fornece de maneira constante como o quociente entre a 
quantidade de calor (Q) e o intervalo de tempo de exposição (Δt): 
 
 
 
Em outras palavras, o fluxo de calor é a potência térmica do meio na qual o calor se propaga. A 
unidade adotada no SI é o Watt (W), que corresponde a Joule por segundo (J/s), embora 
também seja muito utilizada a unidade caloria/segundo (cal/s) e seus 
múltiplos: caloria/minuto (cal/min) e quilocaloria/segundo (kcal/s). 
 
Exemplo: 
Uma fonte de potência constante igual a 100 W é utilizada para aumentar a temperatura 100 g de 
mercúrio 30° C. Sendo o calor específico do mercúrio 0,033 cal/g°C e 1 cal = 4,186 J, quanto 
tempo a fonte demora para realizar esse aquecimento? 
 
Solução: 
 
Aplicando a equação do fluxo de calor: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condução Térmica 
É a situação em que o calor se propaga por meio de um "condutor". Ou seja, apesar de não estar 
em contato direto com a fonte de calor, um corpo pode modificar sua energia térmica se houver 
condução de calor por outro corpo, ou por outra parte do mesmo corpo. 
Por exemplo: enquanto cozinhamos algo, se deixarmos uma colher encostada na panela, que está 
sobre o fogo, notaremos que depois de um tempo, a colher esquentará também. 
Esse fenômeno acontece porque, ao aquecermos a panela, suas moléculas agitam-se com maior 
intensidade. Como a panela está em contato com a colher, as moléculas em agitação maior 
provocam uma agitação nas moléculas da colher, causando um aumento de sua energia térmica, 
e, assim, o seu aquecimento. Da mesma forma, notamos que, apesar de apenas a parte inferior 
da panela estar diretamente em contato com o fogo, sua parte superior também esquenta. 
Considerando um bloco de um determinado material, de espessura d e área A, que separa dois 
ambientes cuja diferença de temperatura é ΔT, o fluxo de calor será dado por: 
 
 (Lei de Fourier) 
 
sendo k uma constante chamada condutividade (ou condutibilidade) térmica, dependente do 
material e expressa no SI em W/m.K 
 
A seguir, observe a tabela com a condutividade térmica de algumas substâncias.Substância Condutividade térmica(W/m.K) 
Prata* 430 
Cobre* 400 
Ouro* 310 
Alumínio* 240 
Ferro* 80 
Chumbo* 35 
Gelo* 2 
Concreto** 0,8 
Vidro** 0,8 
Borracha** 0,2 
Amianto** 0,08 
Madeira** 0,08 
Água*** 0,60 
Ar*** 0,023 
 
* A 25° C. 
** Valores médios aproximados. 
*** A 20° C. 
 
Os maiores valores da constante k são pertencentes aos metais, visto que são os melhores 
condutores de energia térmica. Já os menores valores caracterizam os materiais isolantes, como, 
por exemplo, o vidro e a madeira. 
 
 
Convecção Térmica 
Formalmente, convecção é o fenômeno no qual o calor se propaga por meio do movimento de 
massas fluidas de densidades diferentes: o calor é transmitido de uma região para outra por conta 
do próprio fluido. 
É muito comum, após permanecermos certo tempo em ambientes fechados, sentirmos que está 
muito "abafado". É como se o ar estivesse "parado" dentro desse ambiente. Isso ocorre porque as 
camadas de ar que estão mais próximas das pessoas são aquecidas por elas, expandindo-se, o 
que acaba por aumentar o volume dessas massas de ar e por diminuir suas densidades. Assim, o 
ar menos denso sobe, produzindo a descida do ar de maior densidade (ar frio) que se encontra 
mais acima. 
Como esse fenômeno é cíclico, ao se repetir, produz no ar as correntes de convecção. Passado 
algum tempo, todo o ar do ambiente está aquecido uniformemente, de modo que, praticamente, 
não ocorre mais a convecção. É por isso que sentimos a sensação de "abafamento". 
O que ocorre com o vento é bastante semelhante: o ar que está nas planícies é aquecido pelo Sol 
e pelo solo, ficando mais leve e subindo. Então, as massas de ar que estão nas montanhas, e que 
estão mais frias que a das planícies, tomam o lugar vago pelo ar aquecido, enquanto a massa 
aquecida se desloca até os lugares mais altos, onde resfriam. Esses movimentos causam, entre 
outros fenômenos naturais, o vento. 
O fluxo de calor trocado por convecção é dado pela Lei de Resfriamento de Newton, expressa por: 
 
 
 
Em que: 
* h: coeficiente de troca de calor por convecção ou coeficiente de convecção (expresso em 
W/m2°C); 
* A: área superficial pela qual o calor está sendo transferido (expressa em m2); 
* Tobj: temperatura da superfície e do interior do objeto, supondo que ambos estejam na mesma 
temperatura (expressa em °C); 
* Tamb: temperatura do ambiente (expressa em °C). 
 
A geladeira é um exemplo bastante prático para ilustrar o processo de convecção: colocando as 
mãos no chão, estando a geladeira aberta, sentiremos que o ar frio desce ao sair dela. Não é à toa 
que o congelador fica em cima, já que o ar frio tende a se concentrar na parte superior. O 
congelador, então, resfria o ar em volta dele, fazendo com que este ar (frio) desça e o ar quente 
suba. Isso faz surgir correntes de convecção, as quais mantêm o interior da geladeira sempre em 
processo de resfriamento. 
As inversões térmicas, por sua vez, ocorrem em dias frios, nos quais a camada de ar inferior, 
próxima ao solo, é bem mais fria do que as camadas superiores, de forma que não ocorre 
convecção. Assim, o ar poluído não consegue se espalhar, podendo causar mal-estar na 
população. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Radiação Térmica 
É a propagação de energia térmica que não necessita de um meio material para acontecer, pois o 
calor se propaga por ondas eletromagnéticas (OEM). Diferentemente da condução e da convecção, 
a radiação propaga-se pelo espaço (mesmo no vácuo) até atingir os demais corpos. 
Imagine um forno micro-ondas. Esse aparelho aquece os alimentos sem que haja contato direto 
entre eles e, ao contrário do forno a gás, não requer o aquecimento do ar. Enquanto o alimento é 
aquecido, há a emissão de micro-ondas que fazem sua energia térmica aumentar, aumentando 
também a temperatura. 
O corpo que emite a energia radiante é chamado de emissor ou radiador, e o corpo que recebe é 
denominado receptor. Sabe-se que todos os corpos irradiam calor continuamente, ou seja, 
perdem energia o tempo todo. Os corpos que não possuem energia térmica própria precisam 
absorver energia de outros corpos para, posteriormente, emiti-la, de modo que os corpos que 
mais absorvem energia são também os com maior capacidade de emiti-la. 
Chamamos de corpo negro o objeto hipotético considerado um absorvedor e emissor ideais. Isso 
significa que esse corpo absorve toda a radiação incidente, não deixando, portanto, que nenhuma 
luz que o atravesse seja refletida. 
Assim, define-se poder emissivo (E) como sendo a potência irradiada por unidade de área, cuja 
unidade de medida, no SI, é o W/m². A Lei de Stefan-Boltzmann diz que "o poder emissivo de 
um corpo negro é diretamente proporcional à quarta potência de sua temperatura absoluta." 
Matematicamente, essa lei pode ser expressa como: 
 
Sendo: 
 (constante de Stefan-Boltzmann) 
 
A Lei de Kirchhoff diz que, no equilíbrio térmico, a potência emitida (e) deve ser igual à potência 
absorvida (a), de forma que: 
 
 
Um exemplo clássico de aplicação dos efeitos da radiação térmica é a estufa de plantas. Ela 
funciona da seguinte forma: a luz do Sol penetra através das paredes transparentes, feitas de 
vidro, e é absorvida por diferentes corpos. Em seguida, essa energia é transmitida em forma de 
raios infravermelhos (radiação eletromagnética) que não são capazes de atravessar as paredes. 
Assim, o ambiente sempre se mantém aquecido. 
 
 
 
Além disso, o gás carbônico (dióxido de carbono - CO2) e o vapor de água também dificultam a 
passagem dos raios infravermelhos. Desse modo, parte da energia transmitida pela Terra fica 
"presa". Esse fenômeno é chamado de efeito estufa. 
Deve ficar claro que o efeito estufa é um evento natural e um fenômeno de extrema importância 
para a manutenção da vida, uma vez que mantém o planeta aquecido. No entanto, o que tem 
ocorrido nos últimos anos é uma intensidade do efeito estufa, devido ao acúmulo de 
CO2 produzido pelo uso abusivo de materiais poluentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERMODINÂMICA 
Essencialmente, a termodinâmica estuda as transformações e as relações entre as duas 
(possíveis) formas nas quais a energia se manifesta: energia mecânica e energia térmica. Além 
disso, o estudo da termodinâmica permite estabelecer relações entre o calor e o trabalho 
envolvidos em determinados fenômenos. 
Para facilitar a compreensão dos fenômenos termodinâmicos, é importante conhecer alguns 
conceitos fundamentais, tais como: 
 
• Sistema: é um conjunto de elementos que "separamos" do restante do ambiente 
(denominado meio externo ou vizinhança) para ser nosso objeto de estudo. 
• Sistema aberto: diz respeito a todo sistema que pode trocar energia ou matéria com a 
vizinhança. 
• Sistema isolado: é aquele que não pode trocar energia nem matéria com o meio 
externo. Vale ressaltar que se trata de um modelo teórico, uma vez que não existem 
sistemas totalmente isolados. 
• Sistema fechado: é um sistema que pode trocar energia, mas não é capaz de trocar 
matéria. 
• Ciclo: é o conjunto de transformações no qual, após seu término, a amostra de gás 
encontra-se exatamente no mesmo estado termodinâmico que se encontrava 
inicialmente. Isso implica que as variáveis de estado (pressão, temperatura e volume) não 
se alteram. 
 
Na sequência, estudaremos a termodinâmica dos gases perfeitos e veremos que o sistema 
físico intermediário na conversão entre energia térmica e energia mecânica será sempre um gás 
perfeito. Desse modo, os parâmetros energia interna, trabalho e calor estarão sempre associados 
às transformações sofridas pela amostra de gás. 
 
Energia Interna 
Como já sabemos, as partículas de um sistema físico podem ter vários tipos de energia. O 
somatório de todas essas energias é o que chamamos de energia interna de um sistema. Para 
que esse somatório seja calculado, são consideradas as energias cinéticas de agitação (ou de 
translação), potencial de agregação, de ligação e nuclearentre as partículas. 
É importante deixar claro que nem todas essas energias são térmicas. Ao ser fornecida (ou 
retirada) energia térmica a um corpo, provoca-se uma variação na energia interna dele. É nessa 
variação que estão baseadas as leis da termodinâmica. 
Se o sistema em que a energia interna está sofrendo variação for um gás perfeito, a energia 
interna será resumida à energia de translação de suas partículas, sendo calculada pela lei de 
Joule: 
 
 
 
Onde: 
U = energia interna do gás; 
n = número de mols do gás; 
R = constante universal dos gases perfeitos; 
T = temperatura absoluta. 
 
Visto que, para determinada massa de gás, n e R são constantes, a variação da energia interna 
depende, portanto, apenas da variação da temperatura absoluta do gás. Assim, costuma-se 
adotar algumas convenções de sinais, de modo que: 
 
• Quando houver aumento da temperatura absoluta, ocorrerá uma variação positiva da 
energia interna, ou seja, . 
• Quando houver diminuição da temperatura absoluta, haverá uma variação negativa de 
energia interna, isto é, . 
• Quando não houver variação na temperatura do gás (significa que a temperatura é uma 
constante), a variação da energia interna será nula, ou seja, . 
 
Conhecendo a equação de Clapeyron, é possível relacioná-la com a lei de Joule. Assim, obtemos: 
 
 
 
Conforme o Princípio de Conservação de Energia, nenhuma forma de energia pode ser criada nem 
destruída, mas apenas transformada (em outra forma de energia) ou transferida de um corpo para 
outro. 
Em qualquer sistema que sofra alguma transformação termodinâmica, devem ser considerados 
dois tipos de energia, fazendo-se a seguinte distinção: 
 
• energia interna: forma de energia inerente ao sistema, a qual depende unicamente do 
estado do sistema físico em questão; 
• energia externa: energia intercambiada com o meio externo nas formas de calor e de 
trabalho, que depende do processo de transformação, isto é, não é intrínseca ao sistema. 
 
 
Trabalho 
É de nosso conhecimento que, em Física, todo trabalho é realizado por uma força e que não há 
trabalho sem deslocamento. 
Para iniciarmos a análise sobre o trabalho realizado em uma transformação gasosa, faremos 
algumas considerações acerca da situação física que será nosso objeto de estudo. 
Consideremos um gás de massa m contido em um cilindro com área de base A, provido de um 
êmbolo. Ao ser fornecida uma quantidade de calor Q ao sistema, este sofrerá uma expansão, sob 
pressão constante, como garante a Lei de Gay-Lussac, e o êmbolo será deslocado. 
 
 
 
Assim como para os sistemas mecânicos, o trabalho do sistema será dado pelo produto da força 
aplicada no êmbolo com o deslocamento do êmbolo no cilindro, já que a força aplicada e o 
deslocamento sofrido pelo êmbolo têm o mesmo sentido. Desse modo: 
 
 
 
Portanto, o trabalho realizado por um sistema em uma tranformação com pressão constante, é 
dado pelo produto entre a pressão e a variação do volume do gás. Assim, conclui-se que: 
• Quando o gás sofre uma expansão, seu volume aumenta no sistema e, portanto, o 
trabalho é positivo. Isso quer dizer que o trabalho é realizado sobre o meio em que se 
encontra (como, por exemplo, empurrando o êmbolo contra seu próprio peso). 
• Quando o gás sofre uma compressão, seu volume diminui no sistema, de modo que o 
trabalho é negativo. Ou seja, é necessário que o sistema receba um trabalho do meio 
externo. 
• Quando o volume não é alterado, não há realização de trabalho pelo sistema. 
 
Exemplo: 
Um gás ideal de volume 12 m³ sofre uma transformação, permanecendo sob pressão constante 
igual a 250 Pa. Qual é o volume do gás quando o trabalho realizado por ele for de 2 kJ? 
 
Solução: 
 
Sendo: 
 
 
Como: 
 
 
Resolvendo algebricamente: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagrama p x V 
Conforme já vimos, é possível representar a transformação isobárica de um gás por meio de um 
diagrama pV: 
 
 
 
Comparando o diagrama à expressão do cálculo do trabalho realizado por um gás , é 
possível verificar que o trabalho realizado é numericamente igual à area sob a curva do gráfico 
(em azul na figura). Vale lembrar que essa expressão é válida apenas para pressões constantes. 
Por meio dessa verificação, é possível encontrar o trabalho realizado por um gás com pressão 
variável durante sua tranformação, o qual é calculado por um raciocínio análogo, mas utilizando-
se ferramentas matemáticas de nível acadêmico (cálculo integral). Esse raciocínio consiste em 
fazer a seguinte aproximação: dividir toda a área sob a curva em pequenos retângulos e trapézios 
infinitamente pequenos (chamados de infinitesimais). 
 
 
 
 
 
 
Calor 
Já sabemos que calor é energia em trânsito ou, como se costuma dizer, calor é a energia térmica, 
transferida de um sistema para outro em função de uma diferença de temperatura. 
Assim, sempre vai haver um sistema que cederá energia e outro que irá recebê-la. Nesse sentido, 
é importante estabelecer algumas convenções acerca do significado físico dos sinais utilizados, de 
modo que seja considerado positivo o calor recebido e negativo o calor cedido. 
Essa convenção é importantíssima para que os sinais atribuídos ao calor recebido e ao calor cedido 
tornem correta a equação da 1ª Lei da Termodinâmica, que será estudada em seguida. Além 
disso, também é muito importante ter em mente que as trocas de energia entre um sistema 
gasoso e o meio externo podem ocorrer tanto pela realização de trabalho como por trocas de 
calor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Lei da Termodinâmica 
Trata-se do Princípio da Conservação de Energia aplicado à termodinâmica, o que torna possível 
prever o comportamento de um sistema gasoso ao sofrer uma transformação termodinâmica. 
Um sistema não pode criar ou consumir energia, mas apenas armazená-la ou transferi-la ao meio 
em que se encontra como, por exemplo, na forma de trabalho. Assim, ao receber uma 
quantidade Q de calor, esta poderá realizar um trabalho e aumentar a energia interna do 
sistema ΔU, ou seja, matematicamente: 
 
 
 
Sendo todas as unidades medidas em joules (J). 
Ainda é possível enunciar essa lei do seguinte modo: 
Sabemos que para todo sistema há uma função característica, a qual chamamos de energia 
interna. A variação dessa energia interna (ΔU) entre dois estados quaisquer pode ser obtida, 
simplesmente, pela diferença entre a quantidade de calor (Q) e o trabalho trocados com o meio 
externo. 
Matematicamente, este enunciado pode ser expresso como: 
 
 
 
Essa é a forma mais usual da 1ª Lei da Termodinâmica, sendo equivalente à expressão 
apresentada anteriormente. Conhecendo essa lei, podemos observar seu comportamento para 
cada uma das grandezas apresentadas a seguir: 
 
Calor Trabalho Energia Interna Q/ /ΔU 
Recebe Realiza Aumenta >0 
Cede Recebe Diminui <0 
Não troca Não realiza nem recebe Não varia =0 
 
Exemplo: 
Ao receber uma quantidade de calor Q = 50 J, um gás realiza um trabalho igual a 12 J. Sabendo 
que a energia interna do sistema antes de receber calor era U = 100 J, qual será essa energia 
após o recebimento? 
 
Solução: 
 
 
 
 
 
 
Balanco Energético 
Para aplicarmos corretamente a 1ª Lei da Termodinâmica, é importante relembrarmos as 
convenções de sinais que regem as grandezas envolvidas. Em resumo, temos as seguintes 
possibilidades: 
* Em relação ao calor: 
• recebe calor: Q>0 
• cede calor: Q<0 
• não troca calor: Q=0 (transformação adiabática). 
* Em relação ao trabalho: 
• realiza trabalho: >0 (volume aumenta) 
• recebe trabalho: <0 (volume diminui) 
• não realiza nem recebe trabalho: =0 (volume constante = transformação isométrica) 
* Em relação à energia interna: 
• aumenta a energia interna: ΔU>0 (temperatura aumenta) 
• diminui a energia interna: ΔU>0 (temperatura diminui) 
• não varia a energia interna: ΔU=0 (temperatura constante = transformaçãoisotérmica) 
 
 
Transformações Termodinâmicas Particulares 
Embora já tenhamos feito um estudo sobre as transformações gasosas, cabe, ainda, fazer uma 
análise um pouco diferenciada em relação à anterior. 
As transformações isotérmica, isométrica, isobárica e adiabática (ainda não estudada) merecem 
ser analisadas com mais detalhes. 
Assim, fazendo uso do que já sabemos sobre a 1ª lei da termodinâmica, analisaremos as 
transformações gasosas à luz destes novos conhecimentos, levando em conta os conceitos de 
energia interna, trabalho e calor recém estudados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transformação Isotérmica 
Lembrando que em uma transformação isotérmica a temperatura do sistema gasoso se mantém 
constante e sabendo que a energia interna é função da temperatura, podemos concluir que a 
variação da energia interna deste sistema é nula, ou seja, ΔU=0. 
Aplicando a 1ª Lei da Termodinâmica a uma amostra gasosa que sofre uma transformação 
isotérmica, obtemos: 
 
 
 
A relação matemática acima indica que o calor e o trabalho trocados com o meio externo durante 
uma transformação isotérmica são iguais, de modo que há duas maneiras de explicarmos esse 
resultado: 
 
• uma vez que o sistema recebe calor, ou seja, Q>0, essa energia é usada, integralmente, 
na realização de trabalho, isto é, >0. 
• se o sistema receber trabalho ( <0), ele cede para o meio exterior exatamente a mesma 
quantidade de energia sob a forma de calor (isto é, Q<0). 
 
Vale lembrar que embora a temperatura do gás não varie nessas transformações, ele troca calor 
com o meio externo. 
 
 
Transformação Isométrica 
Nas transformações isométricas, conforme já estudado, o volume do gás é mantido constante. 
Desse modo, o sistema não troca trabalho com o meio externo, ou seja, o gás não realiza e nem 
sofre trabalho ( =0). 
Aplicando a 1ª Lei da Termodinâmica a essa situação, temos: 
 
 
 
A expressão acima mostra que a variação da energia interna sofrida pelo gás é exatamente igual à 
quantidade de calor trocado com o meio externo. De forma análoga à transformação isotérmica, 
podemos fazer as seguintes considerações: 
• se o sistema recebe calor (Q>0), a sua energia interna aumenta em igual quantidade 
(ΔU>0). 
• se o sistema cede calor (Q<0), a energia interna diminui em igual quantidade (ΔU<0). 
 
 
 
 
 
Transformação Isobárica 
Como já sabemos, nas transformações isobáricas a pressão mantém-se constante. E, para 
analisarmos o que ocorre nessa transformação, nos basearemos na equação de Clapeyron. Assim: 
 
 
 
É importante observar que, na relação acima, o volume varia de forma diretamente proporcional à 
temperatura absoluta, enquanto as demais grandezas são mantidas constantes. 
Há duas possibilidades a se considerar: 
• se a temperatura aumenta, o volume da massa gasosa também aumenta. Isso implica no 
aumento da energia interna (ΔU>0) do sistema e, além disso, quer dizer que o sistema 
realiza trabalho ( >0), de modo que toda essa energia entra no sistema sob a forma de 
calor. 
• se a temperatura diminui, o volume também diminui. Isso leva a uma diminuição na 
energia interna (ΔU<0) e significa que o sistema recebe trabalho ( <0). Obviamente, 
como no caso anterior, toda essa energia sai do sistema na forma de calor. 
 
* TRABALHO DE UM GÁS EM UMA TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA 
É possível obter uma expressão para determinar o trabalho realizado em uma transformação 
isobárica de forma bastante simples. 
Consideremos um gás confinado em um recipiente que possui um êmbolo móvel, sujeito à 
transformação em questão. Para tanto, podemos calcular o trabalho utilizando a equação da 
Mecânica para o caso em que é aplicada uma força constante (F) em certo deslocamento (d). 
Assim: 
 
 
 
Utilizando a relação matemática que define pressão, temos: 
 
 
 
Se substuirmos a expressão da força na equação que define trabalho, obteremos: 
 
 
 
Como o produto A.d corresponde à variação de volume ΔV sofrida pela amostra de gás durante a 
transformação, podemos reescrever a expressão acima como: 
 
 
 
Esse resultado já havia sido obtido anteriormente. Podemos utilizar o resultado da equação de 
Clapeyron e "completar" a equação acima: 
 
 
 
A equação acima é válida tanto para expansões isobáricas quanto para compressões de gases 
ideais. 
 
 
Transformação Adiabática 
Em uma transformação adiabática não há troca de calor entre o sistema e o ambiente. Assim, 
toda a energia cedida ou recebida pelo gás ocorre por meio de trabalho. 
Aplicando a 1ª Lei da Termodinâmica para esse caso, temos: 
 
 
 
A expressão acima nos mostra que o módulo da variação da energia interna do sistema é 
exatamente igual ao módulo do trabalho que o sistema troca com o meio externo. Podemos 
analisar esse resultado considerando duas situações: 
 
• se o sistema recebe trabalho ( <0), a energia interna aumenta (ΔU>0) exatamente a 
mesma quantidade. 
• se o sistema realiza trabalho ( >0), ele o faz à custa de sua energia interna, que, por 
conta disso, diminui (ΔU<0). 
 
Diagramas Termodinâmicos 
Na termodinâmica dos gases perfeitos, os diagramas pV ou diagramas de Clapeyron são de 
fundamental importância. Por conta disso, faremos um estudo mais detalhado desses gráficos, a 
fim de explicitar algumas relações existentes entre as variáveis de estado de uma amostra de gás. 
 
Transformações Abertas 
Imaginemos um sistema constituído por determinada massa de um gás perfeito que sofre 
uma transformação aberta, passando de um estado A para um estado B, ambos bem definidos, 
como podemos ver na figura abaixo: 
 
A "área" sob a curva que representa essa transformação no diagrama pV é exatamente igual ao 
módulo do trabalho que o sistema troca com o meio externo durante a transformação. 
 
Podem ocorrer três situações distintas em uma transformação aberta: 
 
a) Quando um sistema realiza trabalho, ou seja, o trabalho é positivo, o volume do gás aumenta. 
 
 
 
 
b) Quando um sistema recebe trabalho, ou seja, o trabalho é negativo, o volume do gás diminui. 
 
 
 
 
c) Quando um sistema não troca trabalho com o meio externo, o volume do gás permanece 
constante. 
 
 
 
 
Nota: no ensino médio, quando for solicitado o cálculo do trabalho trocado com o meio externo 
em uma transformação termodinâmica, a área em questão será sempre uma figura geométrica 
conhecida, como quadrados, retângulos, triângulos, etc. Isso porque não dispomos, nesse nível de 
ensino, de ferramentas matemáticas que permitam determinar o trabalho envolvido em 
transformação como o descrito pelas curvas dos diagramas pV apresentados acima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transformações Cíclicas 
Uma massa gasosa sofre transformação cíclica ou fechada quando o estado final coincide com 
o estado inicial. Nesse tipo de transformação, o diagrama pV é representado por uma curva 
fechada, e o módulo do trabalho total trocado com o meio externo é obtido pela "área interna" à 
curva fechada representativa do ciclo. 
Assim, ao efetuar uma transformação cíclica, o sistema, geralmente, realiza e recebe trabalho, de 
modo que o trabalho total será a soma dos trabalhos parciais. 
 
Conforme o diagrama acima, o módulo do trabalho total é dado pela "área interna" à curva 
fechada. É importante observar que: 
 
* Quando o ciclo está orientado no sentido horário, o trabalho realizado é maior que o recebido. 
Isso significa que o ciclo no sentido horário representa um sistema que realizou trabalho. 
* Quando o ciclo está orientado no sentido anti-horário, o trabalho recebido é maior que o 
realizado. Isso significa que o sistema recebeu trabalho. 
 
Calores Específicos dos Gases Perfeitos 
Basicamente, as formas de variarmos a temperatura de uma amostra de gás são a volume e à 
pressão constantes ou a volume e pressão variáveis. Em cada um desses processos, cada unidade 
de massa do gás precisa receber ou ceder quantidadesdiferentes de calor, de modo a causar a 
variação de uma unidade em sua temperatura. Em virtude disso, estudaremos as transformações 
a volume constante (isométrica) e à pressão constante (isobárica). 
 
Transformação Isométrica 
Suponhamos que um gás perfeito seja submetido a uma transformação isométrica. Como o 
trabalho é uma função da variação do volume e, como se trata de uma transformação isométrica 
(não há alteração no volume ocupado pelo gás), o trabalho trocado pelo sistema é nulo. Isso 
significa que todo o calor recebido pelo sistema é integralmente utilizado no aumento de sua 
energia interna. 
Assim: 
 
 
 
Transformação Isobárica 
Consideremos um aquecimento isobárico de um gás perfeito. Nesse processo, há realização de 
trabalho, uma vez que o volume do sistema aumenta para que a pressão se mantenha constante. 
Dessa forma, o sistema gasoso recebe calor, que é dividido em duas partes: uma delas é utilizada 
para realizar trabalho; a outra, para aumentar a energia interna. 
Assim: 
 
 
 
 
 
COMPARAÇÃO ENTRE Qp E QV 
Suponhamos que o aquecimento sofrido pela massa gasosa tenha sido o mesmo tanto a volume 
quanto à pressão constantes (ΔUp=ΔU). Verifica-se que o sistema recebe mais calor na 
transformação isobárica, uma vez que parte dessa energia foi empregada na realização de 
trabalho, o que não ocorre na isométrica. Assim: 
Qp > QV 
 
Portanto, é válida a equação: 
 
 
 
É importante salientar que, para o aquecimento (ΔUp=ΔUV), é ncessário fornecer mais calor ao gás 
quando a transformação é isobárica do que quando é isométrica. Além disso, um gás possui 
calores específicos distintos para transformações à pressão constante (cp) e a volume constante 
(cV). Isso ocorre porque cada unidade da massa gasosa precisa receber mais calor à pressão 
constante do que a volume constante para que seja possível elevar a temperatura em uma 
unidade. Sendo assim: 
cp > cV 
 
As quantidades de calor sensível para as transformações à pressão e a volume constantes são, 
respectivamente: 
 
 
 
Substituindo essas expressões na equação encontrada para o trabalho realizado pelo sistema 
gasoso, temos: 
 
 
 
Obtivemos uma expressão para o cálculo do trabalho realizado por um sistema utilizando os 
conceitos de Mecânica, de forma que: 
 
 
 
Juntando as duas últimas equações, obtemos: 
 
 
 
Simplificando os termos comuns, chegamos à seguinte expressão: 
 
 
 
A equação acima é conhecida como Relação de Mayer. O produto M.c é denominado calor 
específico molar, e indica a capacidade térmica de cada mol desse gás. 
Partindo da Relação de Mayer, temos: 
 
 
 
Assim, para um gás perfeito, a diferença entre os calores específicos molares à pressão e a 
volume constantes é igual à constante universal dos gases perfeitos. 
 
 
 
Transformações Adiabáticas 
Até agora, deu-se mais destaque às transformações isotérmicas, isométricas e isobáricas, em 
detrimento das adiabáticas. Enquanto, por exemplo, as transformações isotérmicas são regidas 
pela equação pV = K (sendo K uma constante), e as transformações isobáricas pela equação de 
Clapeyron, as transformações adiabáticas (que não trocam calor com o meio externo) possuem 
como expressão analítica a equação de Poisson: 
 
 
Onde: 
p = pressão do gás; 
V = volume do gás; 
 = razão entre os calores específicos à pressão constante e a volume constante, também 
chamado de expoente de Poisson. 
 
Sendo assim: 
 
 
O expoente de Poisson é função apenas da atomicidade do gás, assumindo valores como os da 
tabela abaixo: 
 
Atomicidade Valor (aproximado) do expoente de Poisson 
Monoatômico 1,7 
Diatômico 1,4 
Poliatômico 1,3 
 
É importante notar que é sempre maior do que 1, de modo que a curva que representa essa 
função, em um diagrama pV, lembra uma hipérbole, embora seja mais inclinada em relação às 
isotermas, interceptando-as. 
 
A expansão BA, ao longo da adiabática, indica que o trabalho recebido pelo sistema produziu 
aumento em sua energia interna (aumento da temperatura). Já a compressão AB indica que o 
trabalho foi realizado pelo gás, à custa de sua energia interna, acarretando uma redução de sua 
temperatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Energia Mecânica e Calor 
Já sabemos que a energia mecânica de um sistema pode ser cinética ou potencial (gravitacional 
ou elástica). Em alguns casos, a energia mecânica é transformada em energia térmica, que acaba 
por aquecer o sistema. 
Quando, por exemplo, um corpo está em queda livre, a energia potencial gravitacional é 
transformada em energia cinética. Ao atingir o chão, pelo menos parte da energia cinética é 
transformada em energia térmica. É por isso que a temperatura do corpo eleva-se logo após a 
queda. 
Na maioria dos casos, a energia mecânica costuma ser medida em joules (J) e a energia térmica é 
medida em calorias (cal). Assim, relacionando ambas as medidas, temos: 
 
1 caloria = 4,186 joules 
 
Essa relação é denominada equivalente mecânico do calor. 
 
Nota: para facilitar os cálculos, costuma-se arredondar o valor de 4,186J para 4,19 J ou 4,2 J. 
 
2ª Lei da Termodinâmica 
Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na construção de 
máquinas e utilização na indústria, pois trata diretamente do rendimento de máquinas térmicas. 
Existe uma conhecida assimetria na natureza que mostra que o trabalho pode ser convertido 
integralmente em calor, embora o calor não possa ser totalmente convertido em trabalho. 
Há dois enunciados, aparentemente diferentes, que ilustram a 2ª Lei da Termodinâmica. São eles: 
 
• Enunciado de Clausius: 
O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de temperatura menor para um outro 
corpo de temperatura maior. 
Esse enunciado afirma que o sentido natural do fluxo de calor é da temperatura mais alta para a 
mais baixa e que, para que o fluxo seja invertido, é necessário que um agente externo realize 
trabalho sobre esse sistema. 
 
• Enunciado de Kelvin-Planck: 
É impossível a construção de uma máquina que, operando em um ciclo termodinâmico, converta 
toda a quantidade de calor recebida em trabalho. 
Esse enunciado implica que não é possível que um dispositivo térmico tenha um rendimento de 
100%, isto é, por menor que seja, sempre há uma quantidade de calor que não se transforma em 
trabalho efetivo. 
 
 
 
 
 
 
Máquinas Térmicas 
As máquinas térmicas foram os primeiros dispositivos mecânicos a serem utilizados em larga 
escala na indústria, por volta do século XVIII. Na forma mais primitiva, o aquecimento 
transformava a água em vapor, capaz de movimentar um pistão que, por sua vez, movia um eixo, 
o qual tornava a energia mecânica utilizável para as indústrias da época. 
Assim, chamamos de máquina térmica o dispositivo que, utilizando duas fontes térmicas, 
converte a energia térmica em energia mecânica (trabalho). 
 
 
 A fonte térmica fornece uma quantidade de calor que no dispositivo transforma-se em 
trabalho , mais uma quantidade de calor que não é capaz de ser utilizada como trabalho . 
Então, é válido que: 
 
 
 São utilizados os valores absolutos das quantidades de calor pois, em uma máquina cujo objetivo 
é o resfriamento, por exemplo, esses valores serão negativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesse caso, o fluxo de calor ocorre da temperatura menor para a maior. Mas, conforme a 2ª Lei 
da Termodinâmica, o fluxo não acontece espontaneamente; logo, é necessário que haja um 
trabalho externo. 
Assim: 
 
 
 
 
Rendimento das Máquinas Térmicas 
Podemos chamar de rendimento de uma máquina a relação entre a energia utilizada como forma 
de trabalho e a energia fornecida: 
 
 
Considerando: 
 = rendimento; 
= trabalho convertido por meio da energia térmica fornecida; 
 = quantidade de calor fornecida pela fonte de aquecimento; 
 = quantidade de calor não transformada em trabalho. 
 
Lembrando que o trabalho pode serexpresso pela relação abaixo: 
 
 
 
Portanto, é posível expressar o rendimento como: 
 
 
 
 
O valor mínimo para o rendimento é 0 (zero), se a máquina não realizar nenhum trabalho e 1 
(um) é o valor máximo — se fosse possível que a máquina transformasse todo o calor recebido em 
trabalho. No entanto, a energia térmica sai da fonte quente justamente devido à existência da 
fonte fria. 
Assim, é impossível que, na prática, haja uma máquina térmica com rendimento de 100%. Para 
sabermos esse rendimento em percentual, multiplicamos o resultado obtido por 100%. 
 
Exemplo: 
Um motor a vapor realiza um trabalho de 12 kJ quando lhe é fornecido uma quantidade de calor 
igual a 23 kJ. Qual a capacidade percentual que o motor tem de transformar energia térmica em 
trabalho? 
 
Solução: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciclo de Carnot 
Até meados do século XIX, acreditava-se ser possível a construção de uma máquina térmica ideal, 
que seria capaz de transformar toda a energia fornecida em trabalho, obtendo rendimento 
máximo de 100%. Para demonstrar que isso não seria possível, o engenheiro francês Carnot, que 
acreditava que o rendimento de uma máquina térmica era função exclusiva das temperaturas dos 
corpos que formavam as fontes quente e fria, propôs uma máquina térmica teórica que se 
comportava como uma máquina de rendimento total, estabelecendo um ciclo de rendimento 
máximo, que mais tarde passou a ser chamado Ciclo de Carnot. 
Esse ciclo obedece a dois postulados propostos pelo próprio Carnot. São eles: 
1° postulado de Carnot 
Nenhuma máquina operando entre duas temperaturas fixas pode ter rendimento maior do que a 
máquina ideal de Carnot, operando entre essas mesmas temperaturas. 
 
2° postulado de Carnot 
Ao operar entre duas temperaturas, a máquina ideal de Carnot tem o mesmo rendimento, 
qualquer que seja o fluido operante. 
 
O ciclo de Carnot, representado na figura abaixo, seria composto de quatro processos, 
independente da substância. 
 
 
 
Analisando o ciclo acima, notamos que ele é composto pelos seguintes processos: 
• Uma expansão isotérmica reversível em que o sistema recebe uma quantidade de 
calor da fonte de aquecimento (L-M). 
• Uma expansão adiabática reversível na qual o sistema não troca calor com as fontes 
térmicas 
(M-N). 
• Uma compressão isotérmica reversível na qual o sistema cede calor para a fonte de 
resfriamento (N-O). 
• Uma compressão adiabática reversível em que sistema não troca calor com as fontes 
térmicas (O-L). 
 
Numa máquina de Carnot, a quantidade de calor que é fornecida pela fonte de aquecimento e a 
quantidade cedida à fonte de resfriamento são proporcionais às suas temperaturas absolutas. 
Assim: 
 
 
 
O rendimento de uma máquina de Carnot pode ser expresso pelas seguintes equações: 
 
 e 
 
Logo: 
 
 
Sendo: 
= temperatura absoluta da fonte de resfriamento; 
= temperatura absoluta da fonte de aquecimento. 
 
Conclui-se, portanto, que para que haja 100% de rendimento, todo o calor vindo da fonte de 
aquecimento deverá ser transformado em trabalho, pois a temperatura absoluta da fonte de 
resfriamento deverá ser 0 K. Daí conclui-se que o zero absoluto não é possível em um sistema 
físico. 
 
Nota: embora não seja possível obter rendimento máximo de 100%, as máquinas térmicas que 
operam segundo o ciclo de Carnot são máquinas que atingem o limite máximo da conversão de 
calor em trabalho. 
 
Exemplo: 
Qual o rendimento máximo teórico de uma máquina a vapor, cujo fluido entra a 560º C e 
abandona o ciclo a 200º C? 
 Solução: 
 
 
Transformações Reversíveis e Irreversíveis 
Basicamente, podemos dividir as transformações gasosas em dois tipos: reversíveis e 
irreversíveis. Assim: 
• transformações reversíveis: após o término da transformação, o sistema pode retornar 
às condições iniciais pelo mesmo caminho, ou seja, passando pelos mesmos estados 
intermediários, sem interferência externa. 
• transformações irreversíveis: não satisfazem as condições acima, isto é, ocorrem em 
um único sentido, sendo possível reconhecer a ordem temporal com que acontecem. 
 
Na vida real, todos os fenômenos espontâneos ou naturais são irreversíveis: a natureza só admite 
uma sequência para o transcurso dos acontecimentos. Assim, em todos os fenômenos há uma 
"orientação natural" que indica o sentido dos estados intermediários a que o sistema está sujeito. 
Embora não existam fenômenos irreversíveis, muitas transformações, quando analisadas no 
sentido oposto ao natural, não violam a 1ª Lei da Termodinâmica, ganhando espaço em alguns 
estudos da Física, mesmo quando se trata de idealizações. 
 
 
A Entropia e a 2ª Lei da Termodinâmica 
Sendo a variação de entropia inversamente proporcional à temperatura, se ΔQ é o mesmo, a 
fração ΔQ/ΔT é menor quando a temperatura está mais elevada, e maior quando a temperatura 
está mais baixa. Entretanto, a 2ª Lei da Termodinâmica afirma que a transferência de energia do 
corpo que está à temperatura mais alta para o que está à temperatura mais baixa. 
É por conta disso que ΔQ é sempre positivo para o sistema que possui a temperatura mais baixa, 
e negativo para o de temperatura mais alta. Assim, podemos concluir que a variação de entropia é 
sempre positiva. No entanto, nos sistemas reversíveis ideais, como a máquina de Carnot, a razão 
ΔQ/ΔT é constante, o que torna a entropia nula. Esses resultados levam a mais um enunciado 
da 2ª Lei da Termodinâmica, o qual foi formulado por Clausius: 
 
Em qualquer transformação ocorrida em um sistema isolado, a variação da entropia é nula ou 
positiva. 
 
Observando a natureza como um sistema, podemos dizer que o Universo está constantemente 
recebendo energia, mas não tem capacidade de cedê-la. Assim, conclui-se que a entropia do 
Universo está aumentando com o passar do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luz - Comportamento e Princípios 
A luz ou luz visível (como é fisicamente caracterizada) é uma forma de energia radiante. É o 
agente físico que, atuando nos órgãos visuais, produz a sensação da visão. 
Saiba mais 
Energia radiante é aquela que se propaga sob a forma de ondas eletromagnéticas 
(OEM), dentre as quais podemos destacar as ondas de rádio, de TV e de radar, as 
micro-ondas, a luz visível, os raios X e os raios gama e as radiações infravermelha e 
ultravioleta. 
Uma das características das OEM é a sua velocidade de propagação que, no vácuo, 
tem, aproximadamente, o valor de 300 mil quilômetros por segundo, ou seja: 
c ≈ 3x105 km/s = 3x108 m/s 
Nota: esse valor pode ser reduzido em meios diferentes do vácuo, sendo a menor 
velocidade até hoje medida para tais ondas quando atravessam um composto 
chamado condensado de Bose-Einstein, comprovada em uma experiência recente. 
 
A luz que percebemos está na faixa de frequência que vai de 4x1014 Hz (vermelho) até 8x1014 Hz 
(violeta). Essa faixa é a de maior emissão do Sol e, por isso, os órgãos visuais de todos os seres 
vivos estão adaptados a ela, e não podem ver além dessa frequência. Um exemplo disso é que 
não somos capazes de perceber as radiações ultravioleta e infravermelha. 
 
Divisões da Óptica 
Óptica Física: estuda os fenômenos ópticos que exigem uma teoria sobre a natureza das ondas 
eletromagnéticas. 
Óptica Geométrica: estuda os fenômenos ópticos relacionados às trajetórias seguidas pela luz. 
Fundamenta-se nas noções de raio de luz e nas leis que regulamentam seu comportamento. O 
estudo em nível de Ensino Médio restringe-se apenas a essa parte da Óptica. 
 
Conceitos Básicos 
• Raios de Luz 
São a representação geométrica da trajetória da luz, indicando a direção e o sentido da 
propagação. Por exemplo: em uma fonte puntiforme são emitidos infinitos raios de luz, 
embora apenas alguns deles cheguem a um observador. 
Representa-se um raio de luz por um segmento de reta orientado no sentido da 
propagação. 
 
 
 
• Feixe de Luz 
É um conjunto de infinitos raiosde luz. Um feixe luminoso pode ser: 
 
• cônico convergente: os raios de luz convergem para um ponto. 
 
 
 
 
• cônico divergente: os raios de luz divergem a partir de um ponto. 
 
 
 
• cilíndrico paralelo: os raios de luz são paralelos entre si. 
 
 
 
Fontes de Luz 
Tudo o que pode ser detectado por nossos olhos, e por outros instrumentos de fixação de 
imagens, como câmeras fotográficas, é a luz de corpos luminosos que é refletida de forma difusa 
pelos corpos que nos cercam. 
Fonte de luz são todos os corpos dos quais é possível receber-se luz, podendo ser fontes 
primárias ou secundárias, de forma que: 
• fontes primárias: também denominadas corpos luminosos, são os corpos que emitem 
luz própria. Por exemplo: o Sol, as estrelas, a chama de uma vela, uma lâmpada acesa, 
etc. 
• fontes secundárias: também denominadas de corpos iluminados, são os corpos que 
enviam a luz que recebem de outras fontes. 
Por exemplo: a Lua, os planetas, as nuvens, os objetos visíveis que não têm luz própria, 
etc. 
 
Quanto às dimensões, uma fonte pode ser classificada como: 
• pontual ou puntiforme: fonte sem dimensões consideráveis que emite infinitos raios de 
luz. 
Exemplo: a maioria das estrelas observadas da Terra. 
 
 
 
• extensa: fonte com dimensões consideráveis em relação ao ambiente. 
Exemplo: o Sol observado da Terra. 
 
 
 
 
Meios de Propagação da Luz 
Os diferentes meios materiais comportam-se de forma diferente ao serem atravessados pelos 
raios de luz; por isso, recebem diferentes classificações. 
 
Meio Transparente 
É um meio óptico que permite a propagação regular da luz, ou seja, o observador vê um objeto 
com nitidez através do meio. Exemplos: vácuo (único meio absolutamente transparente), ar, vidro 
comum, papel celofane, etc. 
 
Meio Translúcido 
É um meio óptico que proporciona uma propagação irregular da luz, ou seja, o observador vê o 
objeto através do meio, mas sem nitidez. Exemplos: neblina, papel vegetal, vidro leitoso, etc. 
 
Meio Opaco 
É um meio óptico que não permite que a luz se propague, ou seja, não é possível ver um objeto 
através do meio. Exemplos: madeira, papelão, metais, etc. 
 
Fenômenos Ópticos 
Ao incidir sobre uma superfície que separa dois meios de propagação, a luz sofre algumas 
alterações. Dentre elas, estão os fenômenos a seguir: 
 
Reflexão Regular 
A luz incide em uma superfície e retorna ao mesmo meio, regularmente, ou seja, os raios 
incidentes e refletidos são paralelos. Ocorre em superfícies metálicas bem polidas, como os 
espelhos. 
 
Reflexão Difusa 
A luz que incide sobre a superfície volta ao mesmo meio, de forma irregular, ou seja, os raios 
incidentes são paralelos, mas os refletidos são irregulares. Ocorre em superfícies rugosas e é 
responsável pela visibilidade dos objetos. 
 
Refração 
A luz incide e atravessa a superfície, continuando a se propagar no outro meio. Ambos os raios 
(incidentes e refratados) são paralelos. No entanto, os raios refratados seguem uma trajetória 
inclinada em relação aos incidentes. Ocorre quando a superfície separa dois meios transparentes. 
 
Absorção 
A luz incide na superfície, mas não é refletida e nem refratada, sendo absorvida pelo corpo, 
aquecendo-o. Ocorre em corpos de superfície escura. 
 
Princípio da Independência dos Raios de Luz 
Quando os raios de luz se cruzam, estes seguem independentemente a sua trajetória. 
 
 
 
Na prática, o princípio da independência dos raios de luz serve para que, ao resolvermos 
problemas de Óptica, possamos focar nossa atenção em determinado raio de luz, sem nos 
importarmos com a presença dos demais, uma vez que, seguramente, não perturbam o raio em 
estudo. 
 
Princípio da Propagação Retilínea da Luz 
Todo raio de luz percorre trajetórias retilíneas em meios transparentes e homogêneos. 
 
Saiba mais 
Um meio homogêneo é aquele que apresenta as mesmas características em todos os 
elementos de volume. 
Um meio isótropo (ou isotrópico) é aquele em que a velocidade de propagação da 
luz e as demais propriedades ópticas independem da direção em que é realizada a 
medida. 
Um meio ordinário é aquele que é, ao mesmo tempo, transparente, homogêneo e 
isotrópico. 
Ex.: o vácuo. 
Sombra e Penumbra 
Quando um corpo opaco é colocado entre uma fonte de luz e um anteparo, é possível delimitar 
regiões de sombra e de penumbra. Chamamos de cone de sombra a região do ambiente entre o 
disco e o anteparo que não é iluminada pela fonte (puntiforme ou extensa) em virtude da 
propagação retilínea da luz. 
Cabe, aqui, definirmos os conceitos de sombra e de penumbra, de modo que: 
 
* Sombra: é a região do espaço que não recebe luz direto da fonte. 
* Penumbra: é a região do espaço que recebe apenas parte da luz direto da fonte, sendo 
encontrada quando o corpo opaco é posto sob influência de uma fonte extensa. Assim: 
 
• Fonte de luz puntiforme: 
 
 
 
• Fonte de luz extensa: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Câmara Escura de Orifício 
Uma câmara escura de orifício consiste em um equipamento formado por uma caixa de paredes 
totalmente opacas, em que há um pequeno orifício no meio de uma das faces. 
Ao colocarmos um objeto de tamanho o de frente para o orifício, a uma distância p, nota-se que 
uma imagem refletida, de tamanho i, aparece na face oposta da caixa, a uma distância p', mas de 
foma invertida, como está ilustrado na figura: 
 
 
 
Assim, a partir de uma semelhança geométrica, chegamos à seguinte equação: 
 
 
 
A relação matemática acima é conhecida como a equação da câmara escura. 
Mais adiante, discutiremos a formação de imagens em superfícies bem polidas, como os espelhos. 
 
Proposta experimental: faça sua própria câmara escura de orifício. 
 
* Material: 
- uma lata de conserva vazia; 
- um pedaço de papel vegetal; 
- um elástico; 
- um prego fino; 
- um martelo. 
 
*Procedimentos Experimentais: 
Na base da latinha, faça um pequeno orifício com o prego, bem no centro. Com o elástico, prenda 
a folha de papel vegetal na extremidade aberta da lata. 
Ponha à frente do orifício um objeto luminoso (como uma lâmpada ou uma vela) e olhe pelo lado 
em que está o papel vegetal. 
 
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO: 
- A imagem observada é direita ou invertida? 
- Ocorre a troca da direita pela esquerda e vice-versa? 
 
Tipos de Reflexão e Refração 
Agora, iremos detalhar alguns conceitos já introduzidos no início de nosso estudo sobre Óptica 
que, posteriormente, serão úteis na assimilação de conceitos mais avançados. Trataremos, ainda, 
da aplicação desses conceitos em fenômenos físicos. Assim: 
 
* Reflexão é o fenômeno que consiste no fato de a luz voltar a se propagar no meio de origem, 
após incidir sobre uma superfície de separação entre dois meios. 
* Refração é o fenômeno que consiste no fato de a luz passar de um meio para outro diferente. 
 
Durante a reflexão, são conservadas a frequência e a velocidade de propagação, enquanto que 
durante a refração, apenas a frequência é mantida constante. 
 
Reflexão e Refração Regular 
Acontece quando, por exemplo, um feixe cilíndrico de luz atinge uma superfície totalmente lisa (ou 
tranquila). Desta forma, os feixes refletidos e refratados também serão cilíndricos, logo, os raios 
de luz serão paralelos entre si. 
 
Reflexão e Refração Difusa 
Acontece quando, por exemplo, um feixe cilíndrico de luz atinge uma superfície rugosa (ou 
agitada), fazendo os raios de luz refletidos e refratados terem direção aleatória por todo o espaço. 
 
Reflexão e Refração Seletiva 
A luz branca que recebemos do Sol, ou de lâmpadas fluorescentes, é policromática, ou seja, é 
formada por mais de uma luz monocromática. No caso do Sol, tem-se as sete do arco-íris: 
vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. 
Dessa forma, um objeto, ao ser iluminado por luz branca, "seleciona" no espectro solar as cores 
que vemos, refletindo-as de forma difusa. Se um corpoé visto branco, é porque ele reflete todas 
as cores do espectro solar. Agora, se um corpo é visto vermelho, por exemplo, é porque ele 
absorve todas as outras cores do espectro, refletindo apenas o vermelho. E se um corpo é "visto" 
negro, é porque ele absorve todas as cores do espectro solar. 
Chama-se filtro de luz a peça, normalmente acrílica, que deixa passar apenas uma das cores do 
espectro solar. Assim, um filtro vermelho faz a única cor refratada de forma seletiva ser a 
vermelha. 
 
Saiba mais 
É muito comum o uso de filtros de luz na Astronomia para a observação de estrelas, já 
que elas apresentam diferentes cores, conforme a sua temperatura e a distância da 
Terra, principalmente. 
 
 
 
 
 
 
Ponto Imagem e Ponto Objeto 
Chamamos de ponto objeto o vértice do feixe de luz que incide sobre um objeto ou uma 
superfície, sendo dividido em três tipos principais: 
• Ponto objeto real (POR): é o vértice de um feixe de luz divergente, sendo formado pelo 
cruzamento efetivo dos raios de luz. 
• Ponto objeto virtual (POV): é o vértice de um feixe de luz convergente, sendo formado 
pelo cruzamento imaginário do prolongamento dos raios de luz. 
• Ponto objeto impróprio (POI): é o vértice de um feixe de luz cilíndrico, ou seja, situa-
se no infinito. 
 
Chamamos de ponto imagem o vértice de um feixe de luz emergente, ou seja, após ser incidido. 
• Ponto imagem real (PIR): é o vértice de um feixe de luz emergente convergente, 
sendo formado pelo cruzamento efetivo dos raios de luz. 
• Ponto imagem virtual (PIV): é o vértice de um feixe de luz emergente divergente, 
sendo formado pelo cruzamento imaginário do prolongamento dos raios de luz. 
• Ponto imagem impróprio (PII): é o vértice de um feixe de luz emergente cilíndrico, ou 
seja, 
situa-se no infinito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistemas Ópticos 
Há dois principais tipos de sistemas ópticos: os refletores e os refratores. 
O grupo dos sistemas ópticos refletores consiste principalmente nos espelhos, que são superfícies 
de um corpo opaco, altamente polidas e com alto poder de reflexão. 
 
 
 
No grupo dos sistemas ópticos refratores encontram-se os dioptros, que são peças constituídas de 
dois meios transparentes separados por uma superfície regular. Quando associados de forma 
conveniente, os dioptros funcionam como utensílios ópticos de grande utilidade, como lentes e 
prismas. 
 
 
 
Sistemas Ópticos Estigmáticos, Aplanéticos e Ortoscópicos 
• Um sistema óptico é estigmático quando cada ponto objeto conjuga apenas um ponto 
imagem. 
• Um sistema óptico é aplanético quando um objeto plano e frontal também conjuga uma 
imagem plana e frontal. 
• Um sistema óptico é ortoscópico quando uma imagem é conjugada semelhante a um 
objeto. 
 
Obs.: o único sistema óptico estigmático, aplanético e ortoscópico para qualquer posição do 
objeto é o espelho plano, que será estudado em seguida. 
 
 
Reversibilidade na Propagação da Luz 
Para compreendermos melhor a reversibilidade na propagação da luz, iremos analisar uma 
situação do cotidiano: 
É comum vermos um motorista de táxi conversando com o passageiro que está sentado no banco 
de trás do carro, observando a imagem de seus olhos pelo espelho retrovisor interno. É graças à 
reversibilidade da luz que o passageiro também consegue observar a imagem dos olhos do 
motorista. 
O exemplo acima serve para evidenciar que a trajetória seguida pela luz independe do sentido de 
propagação. Assim: 
Em idênticas condições, a trajetória seguida pela luz independe do sentido de propagação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução à Refração da Luz 
A partir de agora, estudaremos mais alguns fenômenos presentes em nosso cotidiano, como, por 
exemplo, a ideia aparente de que uma piscina tem menor profundidade do que, de fato, ela tem, 
bem como a ocorrência das miragens. Esses fenômenos são a base para a fabricação de muitos 
instrumentos ópticos de extrema importância em várias áreas da ciência, como lunetas, 
microscópios, câmeras fotográficas, óculos, etc. 
 
 
 
Conceitos Fundamentais 
Aqui revisaremos alguns conceitos já vistos em Ondulatória, mas levando em conta o 
comportamento da luz. 
Sendo uma onda eletromagnética, a luz consiste na propagação de dois campos variáveis que 
oscilam periodicamente: um campo elétrico, que está representado pelos vetores verticais na 
figura abaixo, e outro magnético, representado pelos vetores horizontais na mesma figura. 
Obs.: no tópico Eletromagnetismo, veremos maiores detalhes sobre o conceito de campo 
magnético. 
 
 
 
O número de variações completas dos campos por unidade de tempo é a frequência da luz em 
questão. No SI, essa grandeza tem como unidade de medida o hertz (Hz), cuja quantidade de 1 
Hz significa uma variação completa por segundo. 
Já o intervalo de tempo transcorrido para que ocorra uma única variação completa dos campos é 
o período da luz. Aqui também vale a equação abaixo, que relaciona período e frequência: 
 
 
 
Outra grandeza muito importante para o nosso estudo é o conceito de comprimento de onda, 
que corresponde à distância percorrida pela luz durante o intervalo de tempo de um período. 
Como já sabemos, a velocidade de propagação da luz é dada pela seguinte expressão: 
 
 
 
Sendo a distância percorrida igual a um comprimento de onda e o intervalo de tempo igual a um 
período, podemos reescrever a equação acima como: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cor e Frequência 
No intervalo do espectro eletromagnético que corresponde à luz visível, cada frequência equivale à 
sensação de uma cor. 
 
 
Cor 
Comprimento de Onda 
(Å = 10-10m) 
Frequência 
(1014Hz) 
Violeta 3900 – 4500 7,69 – 6,65 
Anil 4500 – 4550 5,65 – 6,59 
Azul 4550 – 4920 6,59 – 6,10 
Verde 4920 – 5770 6,10 – 5,20 
Amarelo 5770 – 5970 5,20 – 5,03 
Alaranjado 5970 – 5220 5,03 – 4,82 
Vermelho 6220 – 7800 4,82 – 3,84 
 Conforme a frequência aumenta, diminui o comprimento de onda, como é possível observar no 
quadro apresentado acima e no trecho do espectro eletromagnético representado abaixo. 
 
 
 
Ao recebermos raios de luz de diferentes frequências, podemos perceber cores diferentes, por 
meio de combinações. A luz branca que percebemos vinda do Sol, por exemplo, é a combinação 
de todas as sete cores do espectro visível. 
 Luz Mono e Policromática 
De acordo com sua cor, a luz pode ser classificada como monocromática ou policromática. 
Chamamos de luz monocromática aquela composta por apenas uma cor, como, por exemplo, a 
luz amarela emitida por lâmpadas de sódio. 
Chamamos de luz policromática aquela composta por uma combinação de duas ou mais cores 
monocromáticas, como, por exemplo, a luz branca emitida pelo Sol ou por lâmpadas comuns. 
Usando um prisma, é possível decompormos a luz policromática nas luzes monocromáticas que a 
formam; entretanto, não é possível realizar o mesmo com as cores monocromáticas (vermelho, 
alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta). 
Um exemplo da composição das cores monocromáticas que formam a luz branca é o disco de 
Newton. Trata-se de uma experiência composta por um disco que contém as sete cores do 
espectro visível e que, ao girar em alta velocidade, "recompõe" as cores monocromáticas, 
formando a cor policromática branca. 
 
 
 
Cor de um Corpo 
Ao nosso redor, podemos distinguir várias cores, mesmo quando estamos sob a luz do Sol, que é 
branca. Esse fenômeno acontece pois, quando é incidida luz branca sobre um corpo de cor verde, 
por exemplo, este absorve todas as outras cores do espectro visível, refletindo de forma difusa 
apenas o verde, o que torna possível distinguir sua cor. 
Por isso, um corpo de cor branca é aquele que reflete todas as cores sem absorver nenhuma, 
enquanto um corpo de cor preta absorve todas as cores incidentes sobre ele sem refletirnenhuma, fator responsável pelo seu aquecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Velocidade da Luz 
A luz faz parte de um grupo de ondas denominado ondas eletromagnéticas, sendo uma das 
características comum a esse grupo a velocidade de propagação. 
A velocidade da luz no vácuo que, na verdade, aplica-se a diversos outros fenômenos 
eletromagnéticos, como raios X, raios gama, ondas de rádio e TV, e é representada pela letra c, 
tem um valor aproximado de 300 mil quilômetros por segundo, ou seja: 
 
 
 
No entanto, nos meios materiais, a luz se comporta de forma diferente, já que interage com a 
matéria existente no meio. Em qualquer um desses meios, a velocidade da luz v é menor que c. 
Em meios diferentes do vácuo, a velocidade diminui conforme aumenta a frequência. Assim, a 
velocidade da luz vermelha é maior do que a velocidade da luz violeta, por exemplo. 
 
Índice de Refração Absoluto 
Para o perfeito entendimento da refração, convém a introdução de uma nova grandeza que 
relacione a velocidade da radiação monocromática no vácuo e em meios materiais. Chamamos 
essa grandeza de índice de refração da luz monocromática no meio apresentado, cuja expressão 
matemática é dada por: 
 
 
 
Onde n é o índice de refração absoluto do meio e trata-se de uma grandeza adimensional, uma 
vez que ambas as grandezas constituintes da razão possuem a mesma unidade. 
É importante observar que o índice de refração absoluto nunca pode ser menor do que 1, já que a 
maior velocidade possível em um meio é c, se o meio considerado for o próprio vácuo. Dessa 
forma, todos os demais meios materiais possuem índices de refração maiores do que 1. 
No quadro abaixo, são apresentados alguns índices de refração usuais. 
 
Material n 
Ar seco (0° C, 1 atm) ≈ 1 (1,000292) 
Gás carbônico (0° C, 1 atm) ≈ 1 (1,00045) 
Gelo (-8° C) 1,310 
Água (20° C) 1,333 
Etanol (20° C) 1,362 
Tetracloreto de carbono 1,466 
Glicerina 1,470 
Monoclorobenzeno 1,527 
Vidros de 1,4 a 1,7 
Diamante 2,417 
Sulfeto de antimônio 2,7 
 
 
 
Índice de Refração Relativo entre Dois Meios 
Chamamos de índice de refração relativo entre dois meios a relação entre os índices de 
refração absolutos de cada um dos meios, de modo que: 
 
 
 
Mas, como visto: 
 
 
Então, podemos escrever: 
 
 
 
Ou seja: 
 
 
 
Obs.: o índice de refração relativo entre dois meios pode ter qualquer valor positivo, inclusive 
menores ou iguais a 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leis da Refração 
Chamamos de refração da luz o fenômeno em que a luz é transmitida de um meio para outro 
meio diferente. Nessa mudança de meios, a frequência da onda luminosa não é alterada, embora 
a velocidade e o comprimento de onda se modifiquem: a alteração da velocidade de propagação 
provoca um desvio da direção original do raio incidente. 
Para entendermos melhor esse fenômeno, imaginemos um raio de luz que passa de um meio para 
outro de superfície plana, conforme mostra a figura abaixo: 
 
 
 
Onde: 
• Raio 1 é o raio incidente, com velocidade e comprimento de onda característico. 
• Raio 2 é o raio refratado, com velocidade e comprimento de onda característico. 
• A reta tracejada é a reta normal à superfície. 
• O ângulo formado entre o raio 1 e a reta normal é o ângulo de incidência. 
• O ângulo formado entre o raio 2 e a reta normal é o ângulo de refração. 
• A fronteira entre os dois meios é um dioptro plano. 
 
Conhecendo os elementos de uma refração, podemos entender o fenômeno por meio das duas leis 
que o regem. 
 
1ª Lei da Refração 
A 1ª Lei da Refração diz que o raio incidente (raio 1 da figura acima), o raio refratado (raio 2 da 
figura acima) e a reta normal ao ponto de incidência (reta tracejada da figura acima) estão 
contidos no mesmo plano, que no caso dessa figura é o plano da tela. 
 
 
 
 
2ª Lei da Refração - Lei de Snell 
A 2ª Lei da Refração é utilizada para calcular o desvio dos raios de luz ao mudarem de meio. Pode 
ser enunciada da seguinte forma: 
 
"A razão entre o seno do ângulo de incidência e o seno do ângulo de refração é constante para 
cada dioptro e para cada luz monocromática." 
 
E pode ser expressa matematicamente por: 
 
 
 
No entanto, sabemos que: 
 
 
Além disso: 
 
 
Ao agruparmos essas informações, chegamos à forma completa da Lei de Snell: 
 
 
 
Entretanto, a Lei de Snell costuma ser apresentada da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise do Desvio dos Raios Incidentes 
Utilizaremos a Lei de Snell em nossa análise sobre o desvio que ocorre em alguns casos especiais 
de incidência de luz monocromática. 
 
 
 
Incidência Oblíqua: luz propagando-se do meio menos refringente para o mais 
refringente (n2 > n1) 
Considerando que o meio 1 tenha um índice de refração n1 e o meio 2 tenha índice de refração n2, 
e levando em conta que n2 > n1, a Lei de Snell nos permite afirmar que senθ2 < senθ1. Como 
ambos são ângulos agudos: 
 
 
 
Abaixo podemos ver como ocorre a refração: 
 
 
 
Observando a figura acima, podemos concluir que, quando um raio de luz incide obliquamente na 
fronteira de um dioptro, partindo do meio menos refringente para o mais refringente, ele 
aproxima-se da normal ao refratar-se, experimentando um desvio. 
 
Incidência Oblíqua: luz propagando-se do meio mais refringente para o menos 
refringente (n2 < n1) 
Se n2 < n1 percebemos, pela Lei de Snell, que senθ2 < senθ1. Analogamente ao caso anterior, 
ambos os ângulos são agudos, e, portanto: 
 
 
A figura apresentada abaixo ilustra essa situação: 
 
 
De acordo com a figura, concluímos que, quando um raio de luz incide obliquamente na fronteira 
de um dioptro e passa do meio mais refringente para o menos refringente, ele afasta-se da normal 
ao refratar-se, experimentando, também, um desvio. 
 
Incidência Normal 
Nessa situação, o raio incide perpendicularmente à fronteira do dioptro, o que significa que o raio 
incidente fica sobreposto à reta normal. Em outras palavras, o ângulo de incidência é nulo (θ1=0 
e, consequentemente, senθ1=0). 
Aplicando a Lei de Snell a esse caso, verificamos, facilmente, que o ângulo de refração também é 
nulo, ou seja: 
 
 
 
A ilustração abaixo ajuda a compreender exatamente o que ocorre em uma incidência normal. 
 
 
 
De acordo com a figura acima, é possível observar que quando um raio incide 
perpendicularmente, ele continua sobreposto à reta normal à superfície. Podemos afirmar que, 
nesse caso, a refração ocorre sem desvio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ângulo Limite e Reflexão Total 
Ao incidir sobre a fronteira de um dioptro, em geral, ocorrem tanto a reflexão quanto a refração 
da luz em questão. Para determinado dioptro, quanto maior o ângulo de incidência, maior será a 
quantidade de luz refletida. 
Quando o ângulo de incidência tende a um valor θL, chamado de ângulo limite, o ângulo de 
refração tende a 90°, embora a quantidade de luz refratada tenda a zero. Uma vez atingido este 
ângulo limite, não há mais a ocorrência de refração, de modo que a luz é totalmente refletida. 
Esse fenômeno é denominado reflexão total. 
Obs.: evidentemente, para ângulos de incidência maiores do que o ângulo limite, continuará 
ocorrendo a reflexão total. 
 
Cálculo do Ângulo Limite 
Nosso objetivo agora é obter o ângulo limite para que ocorra a reflexão total. Assim, iremos 
admitir que o ângulo de refração é igual a 90° e aplicaremos a Lei de Snell a essa situação. 
Na figura abaixo, podemos ver claramente o que acontece nesse caso especial de reflexão. Vale 
ressaltar que n2 > n1: 
 
Aplicando a Lei de Snell à situação da figura acima, obtemos: 
 
 
 
Obs.: a equação acima deixa claro que, para a obtenção do ângulo limite, devemos dividir o 
menor índice de refração pelo maior. Isso é feito porque, se procedêssemos ao contrário 
(dividindo o maior pelo menor), encontraríamospara o seno do ângulo limite um valor maior do 
que 1, o que é absurdo. 
 
Condições para que Ocorra a Reflexão Total 
Ocorrerá reflexão total apenas se forem satisfeitas as seguintes condições: 
* A luz deve digirir-se do meio mais refringente para o meio menos refringente. 
* O ângulo de incidência deve ser igual ou superior ao ângulo limite do dioptro. 
 
 
Dispersão da Luz 
Chamamos de dispersão de uma luz policromática o fenômeno que promove a decomposição nas 
diversas luzes monocromáticas que a constituem. 
O fenômeno da dispersão ocorre porque diferentes luzes monocromáticas, isto é, luzes de 
frequências distintas, propagam-se em meios materiais com diferentes velocidades, o que significa 
que esses meios possuem diferentes índices de refração. 
Todas as luzes monocromáticas perdem velocidade quando passam do ar para a água, por 
exemplo. Essa perda de velocidade é maior para a luz violeta do que para a luz vermelha, e é por 
isso que as diversas cores se separam. 
É importante salientar que, na dispersão da luz, a luz monocromática de maior frequência sempre 
sofre o maior desvio. 
 
Arco-íris 
O arco-íris é um fenômeno natural que ocorre devido à dispersão da luz do Sol em gotas de 
chuva. Simplificadamente, o que ocorre é que a luz branca penetra na gota, decompondo-a nas 
diferentes cores, as quais, em seguida, sofrem reflexão parcial nas paredes das gotas, como 
podemos ver na ilustração abaixo: 
 
 
 
É possível demonstrar que, se um raio de certa cor seguir o trajeto mostrado na figura acima, de 
forma que o desvio total atinja o valor máximo, todos os raios da mesma cor, próximos a ele, 
emergirão da gota muito juntos, reforçando o feixe emergente em determinada direção. 
 
 
 
Para a luz vermelha, esse reforço da luz refletida ocorre quando o ângulo (indicado na figura 
acima) vale 42°; já para a luz violeta, o ângulo é próximo de 40°. 
 
 
 
 
 
Refração na Atmosfera 
De acordo com o Princípio da Propagação Retilínea da Luz, em meios homogêneos e 
transparentes, a luz propaga-se em linha reta. No entanto, a atmosfera não é um meio 
homogêneo, uma vez que a densidade varia de acordo com a altitude. Assim, quanto maior a 
altitude, menor será o índice de refração do ar. 
Analisaremos, a partir de agora, algumas consequências interessantes da refração da luz na 
atmosfera de nosso planeta. 
 
Posição Aparente dos Astros 
Na figura abaixo, podemos observar a diferença na posição de um determinado astro que está 
sendo contemplado por um observador na Terra. 
A luz oriunda do astro, localizado em uma determinada posição do céu, é desviada ao atravessar a 
atmosfera terrestre e, em função disso, o observador tem a impressão de que o astro está 
localizado acima de sua posição original (ou posição real), a qual é chamada de posição 
aparente. 
 
 
 
Miragens 
O termo miragem provém da expressão francesa se mirer, que significa mirar-se, ver-se no 
espelho. As miragens ocorrem devido às elevações ou reduções exacerbadas de temperatura junto 
ao solo. 
 
 
 
Se a temperatura do solo tornar-se muito elevada, o ar aquecido próximo ao solo ficará com 
menor densidade e, consequentemente, menos refringente do que o ar que estiver mais acima. 
Em função disso, um raio que está incidindo obliquamente ao encontro do solo pode sofrer 
reflexão total antes mesmo de atingi-lo. 
O fenômeno das miragens pode ocorrer tanto em temperaturas muito altas quanto em 
temperaturas muitíssimo baixas, como nas regiões polares. 
Chamamos de miragem inferior aquela que ocorre sob altas temperaturas, pois a imagem é 
formada sob o objeto. Nesse caso, o observador enxerga tanto o objeto real quanto a sua imagem 
especular invertida. 
 
 
 
Pode acontecer também de a temperatura do solo ficar muito baixa, a ponto de o ar junto dele 
estar a uma temperatura inferior a do ar situado mais acima dele, ou seja, a camada de ar mais 
próxima ao solo estará menos densa e mais refringente do que o ar situado em cima. Nessa 
situação, os raios de luz provenientes do objeto sobem obliquamente, passando de camadas mais 
refringentes para camadas menos refringentes, até que ocorra a reflexão total. O observador tem 
a impressão de ver uma imagem "pairando" no ar, denominada miragem superior. 
 
 
 
 
Por que o céu é azul e o pôr do sol é vermelho? 
Ao atravessar um prisma, o espectro da luz branca é dividido em sete cores monocromáticas. A 
atmosfera terrestre faz, praticamente, o mesmo trabalho de um prisma, uma vez que atua onde 
os raios solares colidem com as moléculas de ar, água e poeira e são responsáveis pela dispersão 
do comprimento de onda azul da luz. 
Vale lembrar que percebemos a cor de um objeto porque ele refletiu ou dispersou, de forma 
difusa, o comprimento de onda associado à luz de uma determinada cor. Um objeto é vermelho 
porque ele absorve todas as cores, mas reflete apenas o vermelho. 
As minúsculas moléculas presentes na atmosfera difundem melhor as ondas com os menores 
comprimentos de onda, como o azul e o violeta. A frequência da luz azul é muito próxima da 
frequência de ressonância dos átomos, e é em virtude disso que ela movimenta os elétrons nas 
camadas atômicas da molécula com maior facilidade que a frequência da luz vermelha. Essa 
propriedade provoca um ligeiro atraso na luz azul, que é reemitida em todas as direções. 
Quando o céu está com cerração, névoa ou poluição, há partículas de tamanho grande que 
dispersam igualmente todos os comprimentos de ondas. Assim, o céu tende a ficar mais branco, 
devido à associação das cores monocromáticas. 
 
 
 
Quando o Sol está no horizonte, a luz percorre uma trajetória muito maior através da atmosfera 
para chegar aos nossos olhos (em comparação à trajetória percorrida quando o Sol encontra-se 
acima de nossas cabeças). A luz azul é dispersa quase integralmente nesse caminho, já que a 
atmosfera atua como um filtro, possibilitando que pouca luz azul chegue aos nossos olhos. A luz 
vermelha, que é apenas transmitida, alcança-nos mais facilmente. 
Além disso, a percepção do vermelho e do laranja é muito mais intensa no crepúsculo quando há 
poeira ou fumaça no ar. Isso ocorre porque as partículas de poeira são bem maiores do que as 
demais presentes na atmosfera, provocando dispersão das luzes de comprimentos de onda mais 
próximos, o vermelho e o laranja, nesse caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Refringência 
Dizemos que um meio é mais refringente que outro quando o índice de refração do primeiro é 
maior. Para entendermos melhor esse conceito, analisaremos agora os índices de refração da 
água, do ar e do diamante: 
 
nágua= 1,3 
nar= 1,0 
ndiamante= 2,4 
 
Assim, a água é mais refringente que o ar e menos refringente que o diamante. 
De outra maneira, podemos dizer que um meio é mais refringente do que outro quando a luz se 
propaga por ele com velocidade menor do que no outro. 
 
Dioptro 
É todo o sistema formado por dois meios homogêneos e transparentes. 
Quando a separação acontece em um meio plano, denomina-se dioptro plano. Analogamente, 
quando ocorre em um meio esférico, tem-se um dioptro esférico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ormação de Imagens por um Dioptro 
Como já havíamos estudado, dioptro plano é todo sistema formado por dois meios homogêneos 
e transparentes, cuja fronteira é plana. A ideia neste tópico é estudar a refração no dioptro plano, 
buscando obter uma equação que descreva o comportamento das imagens formadas nesse tipo de 
sistema. 
Considere um pescador que vê um peixe em um lago. O peixe encontra-se a uma 
profundidade H da superfície da água. O pescador o vê a uma profundidade h, conforme é 
mostrado na figura abaixo: 
 
Analisando a figura geometricamente, temos: 
 
 
e 
 
 
Dividindo ambas as frações acima, obtemos: 
 
 
 
Mas, de acordo com a figura: 
 
 
 
Lembrando que a Lei de Snell afirma que: 
 
 
 
Para valores pequenos de ângulos, podemosfazer as seguintes aproximações: 
 
 
 
Desse modo, podemos reescrever essas equações, relacionando os valores correspondentes: 
 
 
 
 
 
Lâminas de Faces Paralelas 
A seguir, estudaremos alguns fenômenos que ocorrem nas lâminas de vidro de faces paralelas. 
 
Trajeto da Luz ao Atravessar a Lâmina 
Consideremos uma lâmina transparente de vidro, limitada por duas faces planas e paralelas. Vale 
salientar que a lâmina é envolvida por um único meio transparente, o ar. 
Na figura abaixo, há uma representação esquemática de um raio de luz monocromática que incide 
sobre a lâmina de faces paralelas, onde θ1 é o ângulo de incidência na lâmina e x é o ângulo que 
iremos determinar. 
 
 
 
Observando a figura, é facilmente perceptível que ocorrem duas refrações. Aplicaremos a Lei de 
Snell a cada uma delas para, posteriormente, relacioná-las. 
Na primeira refração, temos: 
 
 (I) 
 
Na segunda refração, temos: 
 
 (II) 
 
Podemos reescrever a última equação da seguinte forma: 
 
 (III) 
 
Relacionando as equações (I) e (III), obtemos: 
 
 (IV) 
 
Logo: 
 
 
 
Pela equação acima, concluímos que o ângulo de incidência na lâmina é igual ao ângulo de 
emergência. Esse fato nos leva a uma consequência muito importante: 
 
"Numa lâmina de faces paralelas, envolvida por um único meio, o raio emergente é paralelo ao 
raio incidente, de forma que o raio emergente não apresentará desvio em relação ao raio 
incidente, embora apresente certo deslocamento lateral." 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cálculo do Deslocamento Lateral 
É possível calcularmos o deslocamento lateral do raio emergente de luz monocromática após ele 
ter sofrido duas refrações na lâmina de faces paralelas. 
 
 
 
Chamando de d o deslocamento lateral sofrido pelo raio incidente e de e a espessura da lâmina, 
temos, no triângulo retângulo ABC: 
 
 (I) 
 
Já no triângulo retângulo ADC: 
 
 (II) 
 
Mas: 
 
 (III) 
 
Substituindo (III) em (II), obtemos: 
 
 (IV) 
 
Reorganizando os termos: 
 
 (V) 
 
Por fim, substituindo a equação (I) na equação (V), chegamos à expressão do deslocamento 
lateral: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prisma 
Um prisma é um sólido geométrico formado por uma face superior e uma face inferior paralelas e 
congruentes (também chamadas de bases), ligadas por arestas. As laterais de um prisma são 
paralelogramos. 
No entanto, no contexto da Óptica, denomina-se prisma o elemento óptico transparente com 
superfícies retas e polidas que é capaz de refratar a luz nele incidida. O formato mais usual de um 
prisma óptico é o de pirâmide com base quadrangular e lados triangulares. 
 
 
 
Os prismas ópticos geralmente são utilizados para separar a luz branca policromática nas sete 
cores monocromáticas do espectro visível, além de, em algumas situações, refletirem tais luzes. 
 
Funcionamento de um Prisma 
Quando a luz branca incide sobre a superfície do prisma, sua velocidade é alterada. No entanto, 
cada cor da luz branca tem um índice de refração diferente, e, consequentemente, ângulos de 
refração diferentes, chegando a outra extremidade do prisma separadas. 
 
 
 
Tipos de Prismas 
Podemos dividir os prismas em categorias. São elas: 
o Prismas dispersivos: usados para separar a luz em suas cores de espectro. 
o Prismas refletivos: usados para refletir a luz. 
o Prismas polarizados: usados para dividir o feixe de luz em componentes de 
variadas polaridades. 
 
Lentes Esféricas 
Dentre todas as aplicações da Óptica Geométrica, a que mais se destaca pelo uso no cotidiano é o 
estudo das lentes esféricas, seja em sofisticados equipamentos de pesquisa astronômica (ou em 
câmeras digitais comuns), seja em lentes de óculos ou lupas. 
Chamamos de lente esférica o sistema óptico constituído de três meios homogêneos e 
transparentes, sendo as fronteiras entre cada par formadas por duas superfícies esféricas ou por 
uma superfície esférica e uma superfície plana, as quais são chamadas de faces da lente. 
Para simplificar nossos estudos, consideraremos que o segundo meio é a lente propriamente dita e 
que o primeiro e o terceiro meios são exatamente iguais, normalmente a lente de vidro imersa no 
ar. 
 
Tipos de Lentes 
Dentre as lentes esféricas mais utilizadas, seis delas são de maior importância no estudo de 
Óptica. São elas: 
 
* Lente biconvexa 
É convexa em ambas as faces e tem a periferia mais fina do que a região central. 
 
 
 
Seus elementos são: 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
 
* Lente plano-convexa 
É plana em uma das faces e convexa em outra, tendo a periferia mais fina do que a região central. 
 
 
 
Seus elementos são: 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
 
* Lente côncavo-convexa 
Tem uma de suas faces côncava e a outra convexa, além de ter a periferia mais fina que a região 
central. 
 
 
 
Seus elementos são: 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
* Lente bicôncava 
 
É côncava em ambas as faces e tem a periferia mais espessa que a região central. 
 
 
 
Seus elementos são: 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
 
* Lente plano-côncava 
É plana em uma das faces e côncava em outra. A periferia é mais espessa que a região central. 
 
 
 
Seus elementos são: 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
 
* Lente convexo-côncava 
Tem uma de suas faces convexa e a outra côncava, além de a periferia ser mais espessa que a 
região central. 
 
 
 
Seus elementos são: 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Nomenclatura das Lentes 
Para seguir um padrão na nomenclatura das lentes, convencionou-se usar como primeiro nome o 
da face de maior raio de curvatura, seguido, então, do nome da face de menor raio, já que a 
mesma lente pode ter um lado côncavo e outro convexo. 
 
Comportamento Óptico 
Quanto ao comportamento de um feixe de luz incidido sobre uma lente, podemos caracterizá-lo 
como divergente ou convergente, dependendo, principalmente, dos índices de refração da lente 
e do meio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro Óptico 
Para um estudo fundamental das lentes, consideraremos que as lentes apresentadas têm 
espessura desprezível em comparação ao raio de curvatura. Nesse caso, ao representarmos uma 
lente, podemos usar apenas uma linha perpendicular ao eixo principal, apresentando, nas pontas 
do segmento de reta, o comportamento da lente. 
O ponto onde a representação da lente cruza o eixo principal é chamado de centro óptico (O). 
Assim, a representação utilizada paras as lentes é: 
 
• Lentes convergentes: 
 
 
 
• Lentes divergentes: 
 
 
 
 
 
Lentes Esféricas Convergentes 
Em uma lente esférica com comportamento convergente, os raios de luz que incidem 
paralelamente entre si refratam, tomando direções que convergem para um único ponto. 
Tanto lentes de bordas finas como as de bordas espessas podem ser convergentes, dependendo 
do seu índice de refração em relação ao do meio externo. O caso mais comum ocorre quando a 
lente tem índice de refração maior que o índice de refração do meio externo. 
Um exemplo de lente com comportamento convergente é o de uma lente biconvexa (com bordas 
finas): 
 
 
 
Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o meio. Nessa 
condição, um exemplo de lente com comportamento convergente é o de uma lente bicôncava 
(com bordas espessas): 
 
 
 
Lentes Esféricas Divergentes 
Em uma lente esférica com comportamento divergente, os raios de luz que incidem paralelamente 
entre si refratam, tomando direções que divergem a partir de um mesmo ponto. 
Tanto as lentes de bordas espessas quanto as de bordas finas podem ser divergentes, dependendo 
do seu índice de refração em relação ao do meio externo. 
O caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de refração do meio 
externo. Um exemplo de lente com comportamento divergente é o de uma bicôncava (com bordasespessas): 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o meio. Um 
exemplo de lente com comportamento divergente é o de uma lente biconvexa (com bordas finas): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distância Focal e Pontos Antiprincipais 
É de extrema importância para o nosso estudo que sejam introduzidos mais alguns conceitos que, 
posteriormente, serão retomados, embora já estejam presentes em aplicações envolvendo o uso 
de lentes. Dentre eles, estão os termos distância focal e pontos antiprincipais. 
 
Distância Focal 
As lentes esquematizadas abaixo estão envolvidas pelo mesmo meio, e cada uma delas possui 
dois focos principais: o foco objeto (F) e o foco imagem (F'). 
Como o meio que envolve ambas as lentes é o mesmo, os segmentos FO e F'O possuem o mesmo 
tamanho. Desprezando-se os sinais algébricos, esses comprimentos, FO e F'O, são chamados 
de distância focal (f). 
A distância focal é uma característica fundamental das lentes, sendo importante na equação dos 
pontos conjugados (ou equação de Gauss, já estudada em espelhos esféricos). 
 
- Lentes Convergentes: 
 
- Lentes Divergentes: 
 
 
 
 
 
 
Pontos Antiprincipais 
Os pontos do eixo principal de uma lente cuja distância em relação ao centro óptico vale 2f (o 
dobro da distância focal recentemente estudada) são chamados de pontos antiprincipais. 
 
* ponto A = ponto antiprincipal do objeto. 
* ponto A' = ponto antiprincipal imagem. 
 
- Lentes Convergentes: 
 
 
- Lentes Divergentes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Raios Luminosos Particulares 
Assim como ocorre nos espelhos esféricos, no estudo das lentes esféricas há alguns raios 
luminosos que obedecem a determinadas condições e que, portanto, facilitam a construção gráfica 
de imagens. 
São eles: 
 
1º Caso 
Um raio luminoso que incide em uma lente convergente, paralelamente ao seu eixo, refrata-se 
passando pelo seu foco. 
 
Um raio luminoso que incide em uma lente divergente, paralelamente ao seu eixo, refrata-se de 
tal modo que o seu prolongamento passa pelo foco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2° Caso 
Um raio luminoso que passa pelo centro óptico de uma lente, convergente ou divergente, 
atravessa-a sem desviar. 
 
 
 
 
3° Caso 
Um raio luminoso que incide em uma lente convergente e cuja direção passa pelo foco anterior à 
lente, emerge da lente paralelamente ao seu eixo. 
 
Um raio luminoso que incide em uma lente divergente, de tal modo que o seu prolongamento 
passe pelo foco posterior à lente, emerge da lente paralelamente ao seu eixo. 
 
 
 
Construção de Imagens em Lentes Esféricas 
A partir de agora, estudaremos a construção de imagens em lentes esféricas. Antes disso, 
analisaremos alguns conceitos que, posteriormente, serão necessários para a melhor fixação dos 
conteúdos. 
Nota: nas situações descritas a seguir, iremos sempre nos referir a objetos reais. 
 
Lente Divergente 
Qualquer que seja a posição do objeto em relação a uma lente divergente, obtemos imagens com 
as mesmas características, as quais se formam sempre entre o centro óptico (O) e o foco principal 
(F'). 
 
Características da imagem: virtual, direita e menor que objeto. 
 
Lente Convergente 
Diferentemente das lentes divergentes, as imagens formadas por lentes convergentes irão 
depender da posição do objeto em relação à lente. 
 
1° caso: objeto além do ponto antiprincipal objeto (além de 2f) 
 
Características da imagem: real, invertida e menor que o objeto. 
 
 
 
2° caso: objeto no ponto antiprincipal objeto (exatamente em 2f) 
 
Características da imagem: real, invertida e do mesmo tamanho que o objeto. 
 
3° caso: objeto entre o ponto antiprincipal objeto e o foco principal objeto (entre f e 2f) 
 
Características da imagem: real, invertida e maior que o objeto. 
 
4° caso: objeto no foco principal objeto (exatamente em f) 
 
 
Características da imagem: como os raios emergentes são paralelos, a imagem "forma-se no 
infinito", sendo, portanto, imprópria. 
 
5° caso: objeto entre o foco principal objeto e o centro óptico (entre f e a lente) 
 
Características da imagem: virtual, direita e maior que o objeto. 
 
 
Referencial Gaussiano 
Assim como nos espelhos esféricos, no estudo de lentes esféricas também é importante 
estabelecer algumas convenções dos sinais utilizados, para que possamos interpretar 
corretamente as características das imagens formadas por esses sistemas ópticos. 
A figura a seguir apresenta, resumidamente, as convenções de sinais utilizadas para as lentes 
esféricas que compõem o referencial gaussiano. 
 
 
 
De acordo com a figura: 
 
* Objetos e imagens reais: abscissa positiva. 
* Objetos e imagens virtuais: abscissa negativa. 
* Imagem direita: objeto e imagem com ordenadas de mesmo sinal. 
* Imagem invertida: objeto e imagem com ordenadas de sinais diferentes. 
 
 
Equação dos Pontos Conjugados (Equação de Gauss) 
A equação dos pontos conjugados ou equação de Gauss, para as lentes esféricas, é 
exatamente a mesma já apresentada em nosso estudo sobre espelhos esféricos. 
 
Assim, recordando nossos estudos sobre espelhos, a equação de Gauss é dada por: 
 
 
 
Obs.: essa equação não será demonstrada, uma vez que só a utilizaremos para entender, 
analiticamente, os resultados obtidos por meio de sua aplicação. 
 
Aumento Linear transversal 
Conforme vimos ao estudarmos os espelhos esféricos, definimos, também, para as lentes 
esféricas, o aumento linear transversal como a grandeza adimensional dada pela razão entre a 
ordenada da imagem (i) e a ordenada do objeto (o). 
Analisando geometricamente uma imagem formada por uma lente esférica, obtemos uma segunda 
relação matemática entre a os parâmetros p e p' e o aumento linear transversal, apresentada na 
sequência: 
 
 
 
Em resumo, podemos ter as seguintes situações referentes ao aumento linear transversal: 
 
1) Aumento positivo: A > 0 
a) i e o possuem o mesmo sinal: a imagem é direita. 
b) p e p' possuem sinais opostos: objeto e imagem possuem naturezas opostas. 
 
2) Aumento negativo: A < 0 
a) i e o possuem sinais opostos: a imagem é invertida. 
b) p e p' possuem sinais iguais: objeto e imagem possuem a mesma natureza. 
 
 
 
Vergência 
Dada uma lente esférica em determinado meio, chamamos vergência da lente (V) a unidade 
caracterizada como o inverso da distância focal, ou seja: 
 
 
 
A unidade utilizada para caracterizar a vergência no SI é a dioptria, simbolizada por di. Uma 
dioptria equivale ao inverso de um metro, ou seja: 
 
 
 
Uma unidade equivalente à dioptria, muito conhecida por quem usa óculos, é o grau. 
 
1 di = 1 grau 
 
Para uma lente convergente, usamos a distância focal positiva (f>0); para uma lente divergente, 
usamos a distância focal negativa (f<0). 
 Exemplos: 
 
1) Consideremos uma lente convergente de distância focal 25 cm = 0,25 m. 
 
 
 
Nesse caso, podemos dizer que a lente tem vergência de +4 di ou que ela tem convergência de 4 
di. 
 
2) Agora, consideremos uma lente divergente de distância focal 50 cm = 0,5 m. 
 
 
 
Nesse caso, podemos dizer que a lente tem vergência de -2 di ou que ela tem divergência de 2 di. 
Equação dos Fabricantes de Lentes 
A equação dos fabricantes de lentes, cujo desenvolvimento atribui-se ao astrônomo inglês 
Edmond Halley, permite determinar a distância focal (ou a vergência) de uma lente quando 
conhecemos o índice de refração desta em relação ao meio externo e os raios de curvatura de 
suas faces. 
Chamando de nLm o índice de refração da lente em relação ao meio externo, e de R1 e R2 os raios 
de curvatura de suas faces, a equação dos fabricantes de lentes é matematicamente expressa por: 
 
 
 
Onde: 
 
 
 
Como: 
 
 
 
A equação dos fabricantes de lentes também pode ser escrita como:Associação de Lentes 
Duas lentes podem ser colocadas de forma que funcionem como uma só, desde que sejam 
postas coaxialmente, isto é, com eixos principais coincidentes. Nesse caso, elas serão 
denominadas justapostas, se estiverem encostadas, ou separadas, caso haja uma 
distância d separando-as. 
Quando duas lentes são associadas, é possível obtermos uma lente equivalente, a qual terá a 
mesma característica da associação das duas primeiras. Vale lembrar que se a lente equivalente 
tiver vergência positiva, será convergente; se tiver vergência negativa, será divergente. 
 
Obs.: essas associações serão importantes para entendermos o funcionamento dos instrumentos 
ópticos. 
 
Associação de Lentes Justapostas 
Quando duas lentes são associadas de forma justaposta, utiliza-se o teorema das 
vergências para definir uma lente equivalente. 
Como exemplo de associação justaposta, temos: 
 
 
 
Esse teorema diz que a vergência da lente equivalente à associação é igual à soma algébrica das 
vergências das lentes componentes. Matematicamente: 
 
 
 
Que pode ser reescrita como: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Associação de Lentes Separadas 
Quando duas lentes são associadas de forma separada, utiliza-se uma generalização do teorema 
das vergências para definir uma lente equivalente. 
Um exemplo de associação separada pode ser visto na figura abaixo: 
 
 
 
A generalização do teorema diz que a vergência da lente equivalente a tal associação é igual à 
soma algébrica das vergências dos componentes, menos o produto dessas vergências pela 
distância que separa as lentes. Dessa forma: 
 
 
 
Que também pode ser reescrita como: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reflexão da Luz - Princípios Básicos 
Em nosso estudo sobre Ondulatória já havíamos definido reflexão, além de termos tratado de 
alguns fenômenos e aplicações relacionados a esse conceito físico. A partir de agora, analisaremos 
alguns fenômenos da reflexão da luz, sobretudo algumas aplicações em situações práticas, como a 
reflexão em espelhos planos e esféricos. 
Reflexão é o fenômeno que consiste no fato de a luz voltar a se propagar no meio de origem, 
após incidir sobre um objeto ou superfície. É possível esquematizar a reflexão de um raio de luz, 
ao atingir uma superfície polida, da seguinte forma: 
 
 
AB = raio de luz incidente. 
BC = raio de luz refletido. 
N = reta normal à superfície no ponto B. 
T = reta tangente à superfície no ponto B. 
i = ângulo de incidência, formado entre o raio incidente e a reta normal à superfície. 
r = ângulo refletido, formado entre o raio refletido e a reta normal à superfície. 
 
Leis da Reflexão 
Os fenômenos em que acontecem reflexão, tanto regular quanto difusa e seletiva, obedecem a 
duas leis fundamentais que estão descritas a seguir. 
 
* 1ª Lei da Reflexão 
O raio de luz refletido e o raio de luz incidente, assim como a reta normal à superfície, pertencem 
ao mesmo plano, ou seja, são coplanares. 
 
* 2ª Lei da Reflexão 
O ângulo de reflexão (r) é sempre igual ao ângulo de incidência (i), ou seja: 
 
i = r 
 
 
 
Espelho Plano 
Um espelho plano é aquele em que a superfície de reflexão é totalmente plana, polida e com alto 
poder refletor. 
 
Saiba mais 
Os espelhos geralmente são feitos de uma superfície metálica bem polida. É comum 
terem uma placa de vidro na qual se deposita uma fina camada de prata ou alumínio 
em uma das faces, tornando a outra um espelho. 
 
Os espelhos planos têm utilidades bastante diversificadas, desde a utilização doméstica até a 
confecção de sofisticados instrumentos ópticos. 
Abaixo, segue a representação esquemática de um espelho plano. 
 
 
As principais propriedades de um espelho plano são a simetria entre os pontos objeto e imagem 
(já abordados no tópico sobre Fundamentos de Óptica Geométrica) e a predominância de reflexão 
regular. 
 
Construção de Imagens em Espelhos Planos 
Para determinarmos a imagem em um espelho plano, basta imaginarmos que o observador vê um 
objeto que parece estar atrás do espelho. Isso ocorre porque o prolongamento do raio refletido 
passa por um ponto imagem virtual (PIV) "atrás" do espelho. 
Nos espelhos planos, o objeto e a respectiva imagem formada têm sempre naturezas opostas, ou 
seja, se um é real, o outro deve ser virtual. Portanto, para obtermos, geometricamente, a imagem 
de um objeto pontual, basta traçarmos por ele, através do espelho, uma reta e marcarmos 
simetricamente o ponto imagem. 
 
 
 
Translação de um Espelho Plano 
Consideremos a figura abaixo: 
 
 
 
A parte superior do desenho mostra uma pessoa a uma distância do espelho; logo, a imagem 
aparece a uma distância em relação ao espelho. Já na parte inferior da figura, o espelho é 
transladado uma distância para a direita, fazendo o observador ficar a uma distância do 
espelho. Consequentemente, a imagem é deslocada uma distância x para a direita. Pelo desenho, 
é fácil observar que: 
 
 
Reescrevendo a equação acima passamos a ter: 
 
 
Mas, de acordo com a figura: 
 
 
Logo: 
 
 Assim, podemos concluir que sempre que um espelho é transladado paralelamente a si mesmo, a 
imagem de um objeto fixo sofre translação no mesmo sentido do espelho, mas com comprimento 
equivalente ao dobro do comprimento da translação do espelho. 
Se utilizarmos esta equação, e medirmos a sua taxa de variação em um intervalo de tempo, 
podemos escrever a velocidade de translação do espelho e da imagem da seguinte forma: 
 
 
 
Isso quer dizer que a velocidade de deslocamento da imagem é igual ao dobro da velocidade de 
deslocamento do espelho. Quando o observador também se desloca, a velocidade a ser 
considerada é a velocidade relativa entre o observador e o espelho, em vez da velocidade de 
translação do espelho, ou seja: 
 
 
 
 
Associação de Dois Espelhos Planos 
Dois espelhos planos podem ser associados, com as superfícies refletoras defrontando-se e 
formando um ângulo entre si, com valores entre 0° e 180°. 
Por razões de simetria, o ponto objeto e os pontos imagem ficam situados sobre uma 
circunferência. 
Para calcularmos o número de imagens que serão vistas na associação, basta usarmos a equação 
abaixo: 
 
 
Onde: 
* n: número de imagens formadas pela associação de espelhos; 
* : ângulo formado entre os espelhos. 
 Por exemplo, quando os espelhos encontram-se perpendicularmente, ou seja, quando =90°, o 
número de imagens formadas é tal que: 
 
 
 
Portanto, nessa configuração são vistos 3 pontos imagem. 
Espelhos Esféricos 
Chamamos de espelho esférico qualquer calota esférica que seja polida e possua alto poder de 
reflexão. 
 
 
 
É fácil de observar que a esfera da qual a calota acima faz parte tem duas faces, uma interna e 
outra externa. Quando a superfície refletiva considerada for a interna, o espelho é chamado 
de côncavo; já nos casos em que a face refletiva é a externa, o espelho é chamado de convexo. 
 
 
 
Reflexão da Luz em Espelhos Esféricos 
Assim como para espelhos planos, as duas leis da reflexão também são válidas para os espelhos 
esféricos, ou seja, os ângulos de incidência e reflexão são iguais, assim como os raios incididos, 
refletidos e a reta normal ao ponto incidido. 
 
 
 
Aspectos Geométricos dos Espelhos Esféricos 
No estudo dos espelhos esféricos, é útil conhecermos os elementos que os compõem, 
esquematizados na figura abaixo: 
 
Onde: 
• C é o centro da esfera; 
• V é o vértice da calota; 
• F é o foco principal do espelho; 
• O eixo que passa pelo centro e pelo vértice da calota é chamado de eixo principal. 
• As demais retas que cruzam o centro da esfera são chamadas de eixos secundários. 
• O ângulo , que mede a distância angular entre os dois eixos secundários que cruzam os 
dois pontos mais externos da calota, é a abertura do espelho. 
• O raio da esfera R que origina a calota é chamado de raio de curvatura do espelho. 
• A distância f é denominadadistância focal. 
 
Há uma equação que relaciona a distância focal com o raio de curvatura do espelho, a qual é 
expressa por: 
 
 
 
Um sistema óptico que consegue conjugar a um ponto objeto um único ponto como imagem é 
dito estigmático. Os espelhos esféricos normalmente não são estigmáticos, nem aplanéticos ou 
ortoscópicos, como os espelhos planos. 
No entanto, espelhos esféricos só são estigmáticos para os raios que incidem próximos do seu 
vértice V e com uma pequena inclinação em relação ao eixo principal. Um espelho com essas 
propriedades é conhecido como espelho de Gauss ou espelho gaussiano. 
Um espelho que não satisfaz as condições de Gauss (incidência próxima do vértice e pequena 
inclinação em relação ao eixo principal) é dito astigmático. Um espelho astigmático conjuga a um 
ponto uma imagem parecendo uma mancha. 
 
Focos dos Espelhos Esféricos 
Para os espelhos côncavos de Gauss, podemos verificar que todos os raios luminosos que 
incidirem ao longo de uma direção paralela ao eixo secundário passam por (ou convergem para) 
um mesmo ponto F — o foco principal do espelho. 
 
 
No caso dos espelhos convexos, é a continuação do raio refletido que passa pelo foco. Na verdade, 
é como se os raios refletidos se originassem do foco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Raios Luminosos Particulares 
Para facilitar o traçado de imagens em espelhos esféricos, é conveniente estudarmos alguns raios 
luminosos cujo comportamento tornam mais fácil a construção de imagens. 
 
1° caso: todo raio luminoso que incide no espelho alinhado com o centro de curvatura reflete 
sobre si mesmo. 
 
 
2° caso: todo raio luminoso que incide no vértice do espelho gera, relativamente ao eixo principal, 
um raio refletido simétrico. 
 
 
3° caso: todo raio luminoso que incide paralelamente ao eixo principal reflete-se alinhado com o 
foco principal. Tendo em vista a reversibilidade da luz, esse mesmo caso também pode ser 
enunciado da seguinte forma: todo raio luminoso que incide alinhado com o foco principal reflete-
se paralelamente ao eixo principal. 
 
a) Representação do 3° caso da forma como é enunciado inicialmente. 
 
b) Possível representação do 3° caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Determinação de Imagens 
Analisando objetos diante de um espelho esférico, em posição perpendicular ao eixo principal do 
espelho, podemos chegar a algumas conclusões importantes. 
Um objeto pode ser real ou virtual. No caso dos espelhos, dizemos que o objeto é real caso ele 
esteja na frente do espelho; e virtual, se estiver "atrás" do espelho. 
No caso de espelhos esféricos, a imagem de um objeto pode ser maior, menor ou igual ao 
tamanho do objeto. A imagem pode ainda aparecer invertida em relação ao objeto. Se não 
houver a inversão, dizemos que ela é direita. 
 
Equação Fundamental dos Espelhos Esféricos 
 
 
 
Dadas a distância focal e a posição do objeto, é possível determinar, analiticamente, a posição da 
imagem por meio da equação de Gauss, ou equação dos pontos conjugados, cuja expressão 
matemática é dada por: 
 
 
 
Onde: 
f: distância focal; 
p: distância do objeto ao espelho; 
p': distância da imagem ao espelho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referencial Gaussiano 
Dada a equação de Gauss, é conveniente estabelecermos algumas convenções de sinais para 
podermos interpretar corretamente as informações de determinados problemas de Óptica. 
Assim, adotaremos o chamado referencial gaussiano que, basicamente, trata-se de um sistema 
cartesiano constituído de dois eixos dispostos perpendicularmente entre si, 0x e 0y, cuja origem 
encontra-se no vértice V do espelho, seja ele côncavo ou convexo. 
Observemos as figuras abaixo: 
 
 
 
 
Nesse referencial, como podemos ver nas representações acima, iremos considerar que a luz 
incidente sempre parte da esquerda, não importando o tipo de espelho. Desse modo, a luz 
incidente atinge a parte interna do espelho côncavo e a parte externa do espelho convexo, 
conforme já havíamos discutido brevemente no início de nossos estudos sobre espelhos esféricos. 
Levando em conta o referencial adotado, é importante definirmos mais claramente os tipos de 
elementos envolvidos nessa análise. Assim: 
 
* Elementos reais: localizam-se na abscissa positiva. Isso quer dizer que os objetos ou as 
imagens estão situados em frente ao espelho. 
* Elementos virtuais: localizam-se na abscissa negativa. Isso significa que os objetos ou as 
imagens estão situados atrás do espelho. 
 
Obs.: convém ressaltar que, em nossos exemplos, iremos sempre nos referir a objetos reais. 
 
 
 
Assim, as convenções adotadas são: 
 
* p>0: objeto real; 
* p<0: objeto virtual; 
* p'>0: imagem real; 
* p'<0: imagem virtual. 
 
 
 
Aumento Linear Transversal 
Tendo em vista as convenções de sinais estabelecidas pelo referencial gaussiano, definimos 
o aumento linear transversal como a grandeza adimensional A, calculada pelo quociente da 
ordenada da imagem (i) pela ordenada do objeto (o), expressa matematicamente por: 
 
 
 
Lembrando que a razão mais à direita da igualdade é obtida por raciocínios geométricos que serão 
omitidos. 
É possível termos dois tipos de aumentos: aumento positivo e aumento negativo, de modo que: 
 
1ª situação: aumento positivo. 
Se A>0, certamente: 
a) i e o têm o mesmo sinal: a imagem é direita. 
b) p e p' têm sinais opostos: o objeto e a imagem têm naturezas opostas (um é real e o outro é 
virtual). 
 
2ª situação: aumento negativo. 
Se A<0, certamente: 
a) i e o têm sinais opostos: a imagem é invertida. 
b) p e p' têm o mesmo sinal: o objeto e a imagem têm a mesma natureza (ambos são reais ou 
ambos são virtuais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução aos Instrumentos Ópticos 
Todos os conceitos que estudamos até agora são a base para entendermos o funcionamento da 
maioria dos instrumentos ópticos que conhecemos. 
Os espelhos, os prismas e as lentes, por exemplo, quando combinados de forma conveniente, 
compõem os equipamentos ópticos construídos para diversas finalidades, como as câmeras 
fotográficas e filmadoras, as lupas, os microscópios, etc. 
Os instrumentos ópticos podem ser divididos em duas categorias: instrumentos de 
projeção e instrumentos de observação. 
 Instrumentos de Projeção 
Formam imagens finais reais, as quais são projetadas em telas difusoras, como as telas 
cinemetográficas, ou em anteparos fotossensíveis, como filmes fotográficos ou conversores 
eletrônicos. 
As câmeras fotográficas, as filmadoras e os projetores constituem exemplos dessa categoria. 
 Instrumentos de Observação 
Formam imagens finais virtuais, que servem de objeto real para um observador, o qual se associa 
ao instrumento por meio de seu globo ocular. 
As lupas, os microscópios compostos e as lunetas constituem exemplos dessa categoria. 
 
Obs.: adiante serão apresentados alguns instrumentos ópticos, sem grandes detalhamentos 
técnicos. 
 Câmera Fotográfica 
A câmera fotográfica é um equipamento capaz de projetar e armazenar as imagens em um 
anteparo. 
Nas antigas câmeras fotográficas, que hoje estão praticamente em desuso, um filme era posto no 
interior da câmera e utilizava-se como anteparo um filme fotossensível, o qual propiciava uma 
reação química entre os sais do filme e a luz nele incidente. 
Nas câmeras digitais atualmente utilizadas, uma das partes do anteparo consiste em um 
dispositivo eletrônico, conhecido como CCD (Charge-Coupled Device), responsável por converter a 
intensidade de luz que incide sobre ele em valores digitais armazenáveis na forma de bits (pontos) 
e bytes (dados). 
 
O funcionamento óptico da câmera fotográfica é basicamente equivalente ao de uma câmera 
escura, com a diferença de que, no lugar do orifício, utiliza-se uma lente convergente. No fundo da 
câmera, localiza-se o anteparo no qual as imagens serão gravadas. 
 
 
 
 
 
Projetor 
Um projetor é um equipamentoprovido de uma lente convergente (objetiva) que é capaz de 
fornecer imagens reais, invertidas e maiores do que o objeto, que podem ser slides ou filmes. 
Normalmente, os slides ou filmes são colocados invertidos. Assim, a imagem projetada é vista de 
forma direta. 
 
 
 
A figura abaixo representa, simplificadamente e em corte, um projetor de slides. Vale salientar 
que a "objetiva" do projetor é um sistema convergente de lentes. O espelho, cujo centro de 
curvatura posiciona-se em frente à fonte de luz, tem a função de minimizar as perdas de energia 
luminosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lupa 
A lupa é o mais simples instrumento óptico de observação. Também é chamada de lente de 
aumento. 
Uma lupa é constituída por uma lente convergente com distância focal da ordem de centímetros, 
capaz de conjugar uma imagem virtual, direita e maior do que o objeto. No entanto, esse 
instrumento mostra-se eficiente apenas quando o objeto observado estiver posicionado entre o 
foco principal objeto e o centro óptico. 
Quando uma lupa é presa a um suporte, recebe a denominação de microscópio simples. 
 
 
 As ampliações obtidas com a utilização de lupas, geralmente, não excedem a dez vezes. As lupas 
que proporcionam aumentos da ordem de dezenas de vezes possuem pequena distância focal, o 
que torna o diâmetro pequeno e, em consequência disso, compromete o brilho e a qualidade das 
imagens. 
 Microscópio Composto 
Um microscópio composto é um instrumento óptico constituído, fundamentalmente, por um tubo 
delimitado nas suas extremidades por lentes esféricas convergentes, formando uma associação de 
lentes separadas. 
A lente mais próxima do objeto observado é chamada de objetiva, e é uma lente com distância 
focal na ordem de milímetros. A lente próxima ao observador é chamada de ocular, e é uma lente 
com distância focal na ordem de centímetros. 
O funcionamento de um miscroscópio composto é bastante simples. A objetiva fornece uma 
imagem real, invertida e maior do que o objeto. Essa imagem serve de objeto para a ocular, que 
funciona como uma lupa, fornecendo uma imagem final virtual, direita e maior. Isso quer dizer 
que o objeto é aumentado duplamente, permitindo que os objetos muito pequenos sejam melhor 
observados. 
 
 
 
Esse microscópio composto também é chamado de microscópio óptico, sendo capaz de aumentar 
até 2000 vezes o objeto observado. Existem também microscópios eletrônicos capazes de 
proporcionar aumentos de até 100000 vezes e microscópios de varredura que produzem 
aumentos superiores a 1 milhão de vezes. 
 
Luneta 
Lunetas são instrumentos utilizados para observar objetos a grandes distâncias, sendo úteis, 
portanto, para a observação de astros (luneta astronômica) ou para a observação da superfície 
terrestre (luneta terrestre). 
Uma luneta é, basicamente, montada da mesma forma que um microscópio composto, com 
objetiva e ocular. No entanto, a objetiva da luneta tem distância focal na ordem de metros, sendo 
capaz de observar objetos muito afastados. 
 
 
Olho Humano 
O olho humano é um sistema óptico complexo, formado por vários meios transparentes, além de 
um sistema fisiológico com inúmeros componentes. 
O conjunto que compõe a visão humana é chamado de globo ocular. 
 
 
 
A luz incide na córnea e converge até a retina, formando as imagens. Nesse processo, ocorrem 
vários fenômenos fisiológicos. No entanto, para o estudo da Óptica, podemos considerar o olho 
como uma lente convergente, com distância focal variável. 
Abaixo, tem-se uma representação para o olho humano: 
 
 
 
Essa representação é denominada olho reduzido. Note que ela mostra as distâncias entre a 
córnea e a lente e entre a lente e a retina, sendo a última a distância da imagem produzida em 
relação à lente (p'). 
 
 
Adaptação visual 
Chama-se adaptação visual a capacidade que a pupila tem de se adequar à luminosidade de 
cada ambiente, comprimindo-se ou dilatando-se. 
Em ambientes com grande luminosidade, a pupila pode atingir um diâmetro de até 1,5 mm, de 
forma que menos luz entre no globo ocular, protegendo a retina de um possível ofuscamento. 
Já em ambientes mais escuros, a pupila se dilata, atingindo diâmetro de até 10 mm. Assim, a 
incidência de luminosidade aumenta no globo ocular, possibilitando a visão nesses ambientes. 
 
 
Acomodação Visual 
As pessoas que têm a visão considerada normal, emétropes, são capazes de acomodar objetos 
de distâncias de 25 cm, em média, até distâncias no infinito visual. 
 
Ponto Próximo 
A primeira distância (25 cm) corresponde ao ponto próximo. Trata-se da distância mínima 
necessária para que uma pessoa possa enxergar corretamente. Nessa situação, os músculos 
ciliares encontram-se totalmente contraídos. 
Pela equação de Gauss: 
 
 
 
Considerando que, no olho, a distância entre a lente e a retina é de 15 mm, ou seja, p' = 15 mm, 
temos: 
 
 
 
Nesse caso, o foco da imagem será encontrado 14,1 mm distante da lente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto Remoto 
O ponto mais distante de nossos olhos, no qual ainda é possível enxergar um objeto qualquer, 
recebe o nome de ponto remoto. Costumamos supor que esse ponto encontra-se no infinito. 
Nessa situação, os músculos ciliares encontram-se totalmente relaxados. 
Podemos utilizar a equação de Gauss para determinar o foco da imagem. 
 
 
 
A fração é um valor indeterminado, como já sabemos. Porém, se pensarmos que infinito 
corresponde a um valor muito alto, veremos que essa divisão resultará em um valor muito 
pequeno, podendo, portanto, ser desprezado. Assim, teremos que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilusão de Óptica 
A ilusão de óptica ocorre em imagens que enganam momentaneamente o cérebro, deixando o 
inconsciente confuso e fazendo-o captar ideias falsas, preenchendo espaços que não ficam claros à 
primeira vista. Pode ser fisiológica, quando surge naturalmente, ou cognitiva, quando é criada 
com artifícios visuais. 
Uma das mais famosas imagens que causa ilusão de óptica foi criada em 1915 pelo cartunista W. 
E. Hill. Na figura, duas imagens podem ser vistas: uma delas é uma garota, posicionada de perfil, 
olhando para longe; a outra, é o rosto de uma senhora idosa, que olha para o chão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MHS - Movimento Harmônico Simples 
No estudo dos movimentos oscilatórios, estão fundamentados alguns dos maiores avanços da 
Ciência, como a primeira medida com precisão da aceleração da gravidade, a comprovação 
científica da rotação da Terra, além de inúmeros benefícios tecnológicos, como a invenção dos 
primeiros relógios mecânicos. 
Os movimentos oscilatórios, geralmente chamados de oscilações, podem ser microscópicos ou 
macroscópicos. As oscilações dos átomos na estrutura cristalina dos sólidos, bem como oscilações 
nas estruturas de pontes e estádios de futebol, são exemplos práticos de movimentos oscilatórios. 
 
Nosso objeto de estudo será, a partir de agora, o MHS (Movimento Harmônico Simples), que é 
uma idealização de movimento oscilatório, por se tratar de um movimento periódico e, ao mesmo 
tempo, oscilatório. É chamado de harmônico porque é descrito por funções seno e cosseno 
(funções periódicas). 
 
Movimento Periódico 
Um movimento periódico é caracterizado quando a posição, a velocidade e a aceleração de um 
corpo móvel repetem-se em intervalos de tempo iguais. Podemos citar como exemplos de 
movimentos periódicos: o movimento do ponteiros dos relógios, o movimento de um ponto 
qualquer demarcado em um aro de uma bicicleta que anda com velocidade constante ou até o 
movimento realizado pelos planetas em torno do Sol. 
Chamamos de período do movimento (T) o intervalo de tempo que os ciclos levam até se 
repetirem. Assim, ao decorrer um número (n) de repetições em um determinado intervalo de 
tempo (Δt), seu período será dado pela expressão: 
 
 
 
Como n é uma grandeza adimensional,o período tem unidade igual à unidade de tempo. No SI, é 
medido em segundos (s). 
Além do período, nesse tipo de movimento considera-se uma grandeza denominada frequência (f), 
que corresponde ao numero de repetições do movimento (n) em um determinado intervalo de 
tempo (Δt), ou seja: 
 
 
 
Analisando as unidades da relação matemática acima, a frequência é medida pelo inverso de 
unidade de tempo, ou seja, 1/s, que recebe o nome de hertz (Hz) no SI. 
Comparando as equações do período e da frequência, podemos definir a relação entre elas como: 
 
 
 
 
 
 
 
Movimento Oscilatório 
Um movimento oscilatório acontece quando o sentido do movimento alterna-se periodicamente, 
porém, a trajetória é a mesma para ambos os sentidos. É o caso, por exemplo, dos pêndulos e das 
cordas de guitarras e de violões. 
A figura abaixo representa uma corda em vibração. Observe que mesmo se deslocando para baixo 
e para cima do ponto de origem, ela sempre mantém distâncias iguais de afastamento desse 
ponto. 
 
 
 
Se considerarmos que o corpo começa a vibrar partindo da linha mais escura, cada vez que a 
corda passar por essa linha, após percorrer todas as outras linhas consideradas, dizemos que ela 
completou um ciclo, uma oscilação ou uma vibração. 
Assim como no movimento periódico, o intervalo decorrido para que se complete um ciclo é 
chamado de período do movimento (T), e o número de ciclos completos em uma unidade de 
tempo é a frequência de oscilação. 
Se estivermos em um edifício alto, podemos ter a impressão de que em dias de muito vento, a 
estrutura do edifício balança. Não se trata apenas de impressão! Algumas construções de grandes 
estruturas, tais como edifícios e pontes, costumam balançar em decorrência do vento. Essas 
vibrações, porém, acontecem com período de oscilação superior a 1 segundo, o que não causa 
maiores problemas. Uma construção só poderia ser prejudicada caso tivesse uma vibração natural 
com período igual à vibração do vento no local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equações Horárias do Movimento Harmônico Simples 
Conforme já visto, um movimento é dito harmônico quando pode ser descrito por equações 
horárias harmônicas (seno ou cosseno), as quais recebem esse nome devido à sua representação 
gráfica. 
 
Função Seno 
 
 
Função Cosseno 
 
 
Um movimento desse tipo é denominado Movimento Harmônico Simples (MHS). 
 
Equação Horária da Elongação 
Para simplificar nossos estudos sobre as equações horárias do MHS, faremos uma analogia com o 
Movimento Circular Uniforme (MCU), analisando, então, o MHS como uma projeção do MCU. Cabe 
definir, portanto, dois conceitos fundamentais: 
• elongação: é uma medida ao longo do eixo x que representa o "tamanho" ou o 
"comprimento" da trajetória descrita durante o deslocamento horizontal da partícula em 
MHS. 
• amplitude: é a medida do raio da circunferência descrita durante o movimento. 
 
Obs.: a unidade de medida da elongação e da amplitude, no SI, é o metro (m). 
Imaginemos, então, uma partícula deslocando-se sobre uma circunferência de raio A. 
 
 
 
Colocando o eixo x no centro do círculo que descreve o Movimento Circular Uniforme (MCU) e 
comparando o deslocamento no MHS: 
 
 
 
Analisando o que já conhecemos sobre MCU e projetando o deslocamento angular no eixo x, 
podemos deduzir a equação horária do deslocamento no Movimento Harmônico Simples: 
 
 
 
Usando a relação trigonométrica do cosseno do ângulo para obter o valor de x: 
 
 
 
Essa é a posição exata em que se encontra a partícula na figura mostrada. Se considerarmos que, 
no MCU, esse ângulo varia com o tempo, podemos escrever φ em função do tempo, usando a 
equação horária do deslocamento angular: 
 
 
 
Podemos substituir essa expressão na equação do MCU projetado no eixo x. Assim, teremos a 
equação horária da elongação, que calcula a posição da partícula que descreve um MHS em um 
determinado instante t. 
 
 
 
Outra constatação interessante é que a elongação do MHS será mínima no ponto x = -A e máxima 
no ponto 
x = A, sendo ambos os pontos extremos da trajetória. Além disso, é possível notar que a 
elongação será nula no ponto x = 0. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equação Horária da Velocidade 
Partindo da equação horária da elongação, podemos seguir pelo menos dois caminhos diferentes 
para determinarmos a equação horária da velocidade. Um deles é utilizar cálculo diferencial e 
derivar essa equação em função do tempo, obtendo uma equação para a velocidade no MHS. A 
outra forma é continuar utilizando a comparação com o MCU, lembrando que, para o movimento 
circular, a velocidade linear é descrita como um vetor tangente à trajetória: 
 
 
 
Decompondo o vetor velocidade tangencial: 
 
 
 
 
 
Repare que o sinal de v é negativo, pois o vetor tem sentido contrário ao vetor elongação; logo, o 
movimento é retrógrado. 
Sabendo-se que em um MCU: 
 
 
 
 
Assim, podemos substituir essas igualdades e teremos a equação horária da velocidade no MHS: 
 
 
 
Equação Horária da Aceleração 
Analogamente à equação horária da velocidade, a equação horária da aceleração pode ser obtida 
por meio do cálculo diferencial, ao derivar a velocidade em função do tempo. Ela também pode ser 
calculada usando-se a comparação com o MCU, uma vez que quando o movimento é circular 
uniforme, a única aceleração a que um corpo está sujeito é aquela que o faz mudar de sentido, ou 
seja, a aceleração centrípeta. 
 
 
 
Decompondo o vetor aceleração centrípeta: 
 
 
 
 
 
Repare que o sinal de a é negativo, pois o vetor tem sentido contrário ao vetor elongação; logo, o 
movimento é retrógrado. 
Sabendo-se que em um MCU: 
 
 
 
 
Podemos substituir essas igualdades e teremos a equação horária da aceleração no MHS: 
 
 
ou 
 
 
 
Algumas observações importantes: 
• A fase é sempre medida em radianos; 
• A pulsação pode ser definida pela razão ; 
• A fase inicial é igual ao ângulo inicial do movimento em um ciclo trigonométrico, ou 
seja, é o ângulo de defasagem da onda senoidal. 
Por exemplo, no instante t = 0, uma partícula que descreve um MHS está na posição . Assim, 
podemos determinar a fase inicial representando o ponto dado projetado no ciclo trigonométrico: 
 
 
 
Exemplo: 
Uma partícula em MHS tem amplitude 0,5 m, pulsação igual a e fase inicial . Quais 
são a elongação, a velocidade e a aceleração após 2 segundos do início do movimento? 
 
Solução: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Força no MHS 
Assim como visto anteriormente, o valor da aceleração para uma partícula em MHS é dado por: 
 
 
 
Então, de acordo com a 2ª Lei de Newton, sabemos que a força resultante sobre o sistema é dada 
pelo produto da sua massa pela sua aceleração. Logo: 
 
 
 
Como a massa e a pulsação são valores constantes para um determinado MHS, podemos 
substituir o produto mω² pela constante k, denominada constante de força do MHS, obtendo: 
 
 
(Conhecida como Lei de Hooke) 
 
Com isso, concluímos que o valor algébrico da força resultante que atua sobre uma partícula que 
descreve um MHS é proporcional à elongação, embora tenham sinais opostos. Essa é a 
característica fundamental que determina se um corpo realiza um MHS. 
A força que atua sobre um corpo que descreve MHS denomina-se força restauradora, pois 
ocorre de modo a garantir o prosseguimento das oscilações, restaurando o movimento anterior. 
Sempre que a partícula passa pela posição central, a força tem o efeito de retardá-la, para depois 
trazê-la de volta. 
 
Ponto de Equilíbrio do MHS 
No ponto médio da trajetória, a elongação é numericamente igual a zero (x = 0). 
Consequentemente, a força resultante que atua nesse momento também é nula (F = 0). Esse 
ponto onde a força é anulada é denominado ponto de equilíbrio do movimento. 
 
Período do MHS 
Grande parte das utilidades práticasdo MHS está relacionada ao conhecimento de seu período (T), 
já que, experimentalmente, é fácil medi-lo e, partindo dele, é possível determinar outras 
grandezas. 
Como definimos anteriormente: 
 
k=mω² 
 
A partir daí, podemos obter uma equação para a pulsação do MHS: 
 
 
 
Sabemos que: 
 
 
 
Então, podemos chegar a uma expressão para o período do movimento: 
 
 
 
Como a frequência é igual ao inverso do período, temos: 
 
 
 
Exemplo: 
Um sistema é formado por uma mola pendurada verticalmente a um suporte em uma extremidade 
e a um bloco de massa 10 kg. Ao ser posto em movimento, o sistema repete seus movimentos a 
cada 6 s. Qual a constante da mola e a frequência de oscilação? 
 
Solução: 
 
Para um sistema formado por uma massa e uma mola, a constante k é equivalente à constante 
elástica da mola. Assim: 
 
 
Oscilador Massa-mola 
Um oscilador massa-mola ideal é um modelo físico composto por uma mola sem massa que possa 
ser deformada sem perder suas propriedades elásticas, denominada mola de Hooke, e um corpo 
de massa m que não se deforme sob ação de qualquer força. 
Esse sistema é fisicamente impossível, já que uma mola, por mais leve que seja, jamais será 
considerada um corpo sem massa e, após determinada deformação, perderá sua elasticidade. Um 
corpo de qualquer substância conhecida, ao sofrer a aplicação de uma força, será deformado, 
mesmo que seja em medidas desprezíveis. 
Ainda assim, para as condições que desejamos calcular, trata-se de um sistema muito eficiente. E 
sob determinadas condições, é possível obtermos, com muita proximidade, um oscilador massa-
mola. 
Podemos descrever dois sistemas massa-mola básicos: oscilador massa-mola horizontal e 
oscilador massa-mola vertical. 
 
Oscilador Massa-Mola horizontal 
É composto por uma mola com constante elástica K de massa desprezível e um bloco de massa m, 
postos sobre uma superfície sem atrito, conforme mostra a figura abaixo: 
 
 
 
Como a mola não está deformada, diz-se que o bloco encontra-se em posição de equilíbrio. 
Ao modificarmos a posição do bloco para um ponto em x, este sofrerá a ação de uma força 
restauradora, regida pela Lei de Hooke, ou seja: 
 
 
 
Como a superfície não tem atrito, essa é a única força que atua sobre o bloco. Trata-se da força 
resultante, que caracteriza o MHS. 
Sendo assim, o período de oscilação do sistema é dado por: 
 
 
 
Ao considerar a superfície sem atrito, o sistema passará a oscilar com amplitude igual à posição 
em que o bloco foi abandonado em x, de modo que: 
 
 
 
Podemos fazer algumas observações sobre esse sistema: 
• o bloco preso à mola executa um MHS; 
• a elongação do MHS é igual à deformação da mola; 
• no ponto de equilíbrio, a força resultante é nula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Energia do Oscilador 
Analisando a energia mecânica deste sistema, tem-se que: 
 
 
 
Quando o objeto é abandonado na posição x = A, a energia mecânica do sistema é igual à energia 
potencial elástica armazenada, pois não há movimento e, consequentemente, não há energia 
cinética. Assim: 
 
 
 
Ao chegar na posição x = -A, novamente o objeto ficará momentaneamente parado (v = 0), tendo 
sua energia mecânica igual à energia potencial elástica do sistema. 
No ponto x = 0, ocorrerá o fenômeno inverso ao da máxima elongação, sendo: 
 
 
 
Assim, podemos concluir que na posição x = 0 ocorre a velocidade máxima do sistema massa-
mola, já que toda a energia mecânica é resultado dessa velocidade. 
 
 
Para todos os outros pontos do sistema: 
 
 
 
Como não há dissipação de energia nesse modelo, toda a energia mecânica é conservada durante 
o movimento de um oscilador massa-mola horizontal. 
 
 
Oscilador Massa-mola Vertical 
Imaginemos o sistema anterior, de uma mola de constante k e um bloco de massa m, que se 
aproximam das condições de um oscilador massa-mola ideal, com a mola presa verticalmente a 
um suporte e a um bloco, em um ambiente que não cause resistência ao movimento do sistema. 
 
 
 
Podemos observar que o ponto em que o corpo fica em equilíbrio é: 
 
 
 
 
 
Portanto, o ponto de equilíbrio ocorre onde a força elástica e a força peso anulam-se. Apesar da 
energia potencial elástica não ser nula nesse ponto, ele será considerado o ponto inicial do 
movimento. 
Partindo do ponto de equilíbrio, ao puxarmos o bloco, a força elástica aumenta. Como essa é uma 
força restauradora e não estamos considerando as dissipações de energia, o oscilador deve 
manter-se em MHS, oscilando entre os pontos A e -A, já que a força resultante no bloco será: 
 
 
 
Como o peso não varia conforme o movimento, pode ser considerado como uma constante. Assim, 
a força varia proporcionalmente à elongação do movimento, sendo um MHS. Seu período é 
expresso pela seguinte relação: 
 
 
 
Pêndulo Simples 
Um pêndulo é um sistema composto por uma massa acoplada a um pivô que permite sua 
movimentação livremente. A massa fica sujeita à força restauradora causada pela gravidade. 
O pêndulo é considerado um objeto de fácil previsão de movimentos e que possibilitou inúmeros 
avanços tecnológicos, de forma que existem inúmeros pêndulos estudados por físicos. Assim, há 
pêndulos físicos, de torção, cônicos, de Foucault, duplos, espirais, de Karter e invertidos. Mas o 
modelo mais simples, e que tem maior utilização, é o pêndulo simples. Esse pêndulo consiste 
em uma massa presa a um fio flexível e inextensível por uma de suas extremidades e livre por 
outra, representado da seguinte forma: 
 
 
 
 
Quando afastamos a massa da posição de repouso e a soltamos, o pêndulo realiza oscilações. Ao 
desconsiderarmos a resistência do ar, as únicas forças que atuam sobre o pêndulo são a tensão 
com o fio e o peso da massa m. Dessa forma: 
 
 
 
A componente da força Peso, que é dada por P.cosθ, será anulada com a força de Tensão do fio. 
Assim, a única causa do movimento oscilatório é a P.senθ. Então: 
 
 
 
No entanto, θ é dado pelo quociente do comprimento do arco descrito por esse ângulo, nesse caso 
x, e o comprimento do fio no qual o pêndulo está suspenso, nesse caso, ℓ. Assim: 
 
 
 
Ao substituirmos em F: 
 
 
 
Logo, é possível concluir que o movimento de um pêndulo simples não descreve um MHS, já que a 
força não é proporcional à elongação, e sim, ao seno dela. No entanto, para ângulos 
pequenos, , o valor do seno do ângulo é aproximadamente igual a esse ângulo. 
 
Assim, ao considerarmos o caso de pequenos ângulos de oscilação: 
 
 
 
Como P = mg, e m, g e ℓ são constantes nesse sistema, podemos considerar que: 
 
 
 
Então, reescrevemos a força restauradora do sistema como: 
 
 
 
Sendo assim, a análise de um pêndulo simples nos mostra que, para pequenas oscilações, um 
pêndulo simples descreve um MHS. 
Sabendo-se que para qualquer MHS, o período é dado por: 
 
 
 
E que: 
 
 
 
O período de um pêndulo simples pode ser expresso por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pêndulo de Foucault 
Como já sabemos, uma das aplicações mais importantes dos pêndulos é a construção de relógios. 
No entanto, existem registros de que um pêndulo foi usado no intuito de constatar a rotação 
terrestre, acontecimento que só foi possível devido à propriedade que o objeto possui de oscilar 
sempre em um mesmo plano. 
 
 
 
Baseando-se nessa propriedade, em 1851, Foucault construiu um enorme pêndulo, fazendo-o 
oscilar sobre uma base de referência, a fim de evidenciar a rotação da Terra. E, com o passar das 
horas, o plano de oscilação do pêndulo havia mudado em relação à base de referência. 
Tendo em vista que o plano de oscilação da Terra não muda (em relação a um referencial inercial, 
como as estrelas, por exemplo), Foucault chegou à conclusão de que não havia sido o plano de 
oscilação que havia sofrido uma rotação em relação às estrelas, e sim, a base de referência — a 
Terra.Acústica 
Chamamos de Acústica o ramo da Ondulatória que estuda as fontes de ondas sonoras e os 
fenômenos que ocorrem durante a propagação dessas ondas. 
Dentre as fontes sonoras, além de nosso aparelho fonador, vale lembrar das cordas, das colunas 
de ar e das membranas vibrantes, especialmente pelo uso destas na confecção da maior parte dos 
instrumentos musicais. 
A emissão do som acontece da seguinte forma: quando uma fonte sonora vibra, ela também faz o 
meio em que se encontra vibrar, o qual, em geral, é o ar. Ao fazermos a corda de um instrumento 
vibrar, o som emitido é formado de distintas frequências, sendo cada uma delas 
denominada harmônico do som emitido. 
 
 
 
Já nos instrumentos de sopro, o som produzido na embocadura é composto por muitas 
frequências distintas, mas apenas alguns sons, em determinadas frequências, entram em 
ressonância com uma coluna de ar. Desse modo, os sons com essas frequências são reforçados e 
cada uma delas passa a ser um dos vários harmônicos do som emitido. 
 
 
 
 
 
 
 
Som e sua Propagação 
O som é definido como a propagação de uma frente de compressão mecânica ou onda 
longitudinal, propagando-se tridimensionalmente pelo espaço e apenas em meios materiais, como 
o ar ou a água. Para que a propagação ocorra, é necessário que aconteçam compressões e 
rarefações em propagação do meio. Essas ondas propagam-se longitudinalmente. 
Quando passa, a onda sonora não arrasta as partículas de ar, por exemplo, apenas faz com que 
estas vibrem em torno de sua posição de equilíbrio. 
Como as ondas sonoras devem ser periódicas, é válida a relação da velocidade de propagação: 
 
 
 
A audição humana considerada normal capta frequências de ondas sonoras que variam entre 20 
Hz e 20000 Hz aproximadamente. As ondas de infrassom são aquelas que têm frequência menor 
que 20 Hz, enquanto as ondas de ultrassom possuem frequência acima de 20000 Hz. 
Assim: 
 
 
 
A velocidade do som na água é, aproximadamente, igual a 1450 m/s. No ar, a 20° C, tem-se 343 
m/s. 
A propagação do som em meios gasosos depende fortemente da temperatura absoluta do gás. 
Assim, é possível inclusive demonstrar, experimentalmente, que a velocidade do som em gases é 
dada por: 
 
(Fórmula de Laplace) 
 
Onde: 
k = constante que depende da natureza do gás; 
T = temperatura absoluta do gás (em kelvin). 
 
Como exemplo, podemos tomar a velocidade de propagação do som no ar à temperatura de 15° C 
(288K), cujo valor é 340 m/s. 
 
Exemplo: 
Sabendo que, quando a temperatura é 15° C, o som propaga-se a 340 m/s, qual será sua 
velocidade de propagação a 100° C? 
 
 
 
 
Solução: 
Lembrando que devemos converter as temperaturas da escala Celsius para a escala Kelvin, 
temos: 
15° C = 288 K 
100° C = 373 K 
 
Utilizando a fórmula de Laplace para ambos os casos, encontramos as seguintes expressões: 
 
 
Dividindo a equação (I) pela equação (II), obtemos: 
 
 
Simplicando os termos semelhantes e resolvendo a equação acima para v, chegamos a: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações Gerais sobre o Som 
Para darmos continuidade ao nosso estudo sobre a Acústica, faremos algumas considerações a 
respeito do som. 
Vibrações Mecânicas Audíveis 
Ao atingir nossa orelha, o som, que é uma onda mecânica, causa a sensação de audição. E, para 
que a sensação sonora seja perceptível, é imprescindível que a frequência das ondas mecânicas 
em questão esteja dentro de determinada faixa de valores de frequências, a qual depende do 
ouvinte, e, também, da idade dele. 
Em geral, as ondas mecânicas audíveis possuem frequências na faixa de 20 Hz a 20000 Hz. No 
entanto, também recebem o nome de vibrações acústicas as frequências acima (denominadas 
ultrassons) ou abaixo dessa faixa (denominadas infrassons). 
Quando as vibrações são periódicas, dizemos que os sons são agradáveis ou musicais; nos 
demais casos, o som é chamado de ruído. 
 
Altura de um Som 
A sensação de grave ou de agudo provocada por um som é chamada de altura do som. Para 
entendermos melhor esse conceito, consideremos dois sons de diferentes frequências: dizemos 
que um som de frequência f1 é mais agudo (ou mais alto) que outro som de frequência f2, quando 
f1 é maior do que f2. De modo análogo, o som será mais grave (ou mais baixo) se f1 for menor do 
que f2. 
No entanto, é importante ter em mente que alto e baixo não é a mesma coisa que forte e fraco, 
uma vez que estes últimos termos estão relacionados com a intensidade do som, que será 
estudada mais adiante. 
Para termos uma ideia melhor acerca disso, basta pensarmos nos sons produzidos por um boi 
mugindo e por um gato miando: o som emitido pelo boi é mais grave (mais baixo) do que o 
emitido pelo gato, embora, em geral, o som emitido pelo boi seja muito mais forte (intenso) que o 
som emitido pelo gato. 
 
Ondas Sonoras: longitudinais ou mistas 
A possibilidade de haver ou não propagação de ondas mecânicas transversais longitudinais é dada 
pelas propriedades elásticas dos meios materiais. Assim, as ondas mecânicas longitudinais serão 
possíveis sempre que surgirem forças elásticas do meio opondo-se às compressões nele 
provocadas, podendo ocorrer com meios nos três estados fundamentais da matéria: sólido, líquido 
e gasoso. 
As ondas sonoras são longitudinais. Se formos rigorosos, essa afirmação será correta apenas para 
os meios materiais gasosos e líquidos: nos meios sólidos, as ondas sonoras ainda podem ter uma 
componente transversal. 
Nota: quando temos ondas mecânicas propagando-se em um mesmo meio, as vibrações 
longitudinais são (sempre) mais velozes do que as transversais. 
Entretanto, no que diz respeito à audição, a componente transversal das ondas sonoras não 
representa nenhum interesse significativo, de modo que as vibrações que chegam ao tímpano são 
"obrigadas" a atravessar o ar, sendo, exclusivamente, longitudinais. 
 
 
 
 
 
 
Intervalo Acústico 
A audição humana é capaz de diferenciar algumas características do som, como a altura, 
o intervalo e o timbre. 
Conforme já estudamos, a altura do som depende apenas de sua frequência, sendo definida 
como a diferenciação entre grave e agudo, de modo que um tom de maior frequência é agudo, e 
um de menor frequência é grave. 
O intervalo acústico entre dois sons de frequências f1 e f2, é dado pelo quociente entre as duas 
frequências, matematicamente expresso pela razão: 
 
 
 
Sendo uma grandeza expressa pelo quociente entre duas medidas de mesma unidade, o intervalo 
acústico é, portanto, adimensional, ou seja, um número "puro", sem unidades. 
Na música, há uma nomenclatura para cada intervalo acústico, como podemos ver no quadro 
abaixo: 
 
Intervalo Acústico Razão de Frequência 
Uníssono 1:1 
Oitava 2:1 
Quinta 3:2 
Quarta 4:3 
Terça maior 5:4 
Terça menor 6:5 
Sexta maior 5:3 
Sexta menor 8:5 
Tom maior (M) 9:8 
Tom menor (m) 10:9 
Semitom (s) 16:15 
 
As notas musicais de mesmo nome são separadas por um intervalo de uma oitava (2:1): 
 
 
 
O timbre de um som é a característica que permite diferenciar dois sons de mesma altura e 
mesma intensidade, mas que são emitidos por instrumentos diferentes. Dessa forma, uma música 
executada por um violino e por um piano diferencia-se pelo timbre. 
 
 
 
 
Intensidade Sonora 
A intensidade do som é a grandeza que permite caracterizar se um som é forte ou fraco. Além 
disso, como se trata de uma propagação ondulatória, ou seja, envolve transporte de energia, a 
intensidade do som dependerá, também, da quantidade de energia transferida. 
A intensidade sonora (I) é definida fisicamente como a potência sonora (P) recebida por unidade 
de área de uma superfície (A). Matematicamente: 
 
 
 
No entanto, a potência também pode ser definida pela relação de energia (E) por unidade de 
tempo (Δt): 
 
 
 
Assim, podemos expressar a intensidade sonora pela seguinte equação: 
 
 
 
No SI, as unidadesmais utilizadas para a intensidade são J/m²s ou W/m². 
Denomina-se mínima intensidade física (I0) ou limiar de audibilidade o menor valor da 
intensidade sonora ainda audível: 
 
 
 
Denomina-se máxima intensidade física (Imáx) ou limiar de dor o maior valor da intensidade 
sonora suportável pelo ouvido: 
 
 
 
Conforme um observador se afasta de uma fonte sonora, a intensidade auditiva ou nível 
sonoro (β) diminui logaritmicamente, sendo descrito pela equação: 
 
 
 
 
 
A unidade utilizada no SI para o nível sonoro é o bel (B). Entretanto, como essa unidade é 
considerada grande, comparada com a maioria dos valores de nível sonoro utilizados no cotidiano, 
seu múltiplo usual é o decibel (dB), de maneira que 1 dB = 10-1B. 
Existem alguns padrões que indicam se o nível de sonoridade do ambiente está adequado: até 40 
dB o ambiente é considerado calmo, com 60 dB é considerado barulhento e com mais de 80 dB já 
é caso de poluição sonora. Vale salientar que as pessoas que ficam muito tempo expostas a 
níveis acima de 80 dB podem desenvolver danos irreversíveis à audição. 
 
Reflexão do Som 
Assim como ocorre com quaisquer outras ondas, ao atingirem um obstáculo fixo, como uma 
parede, por exemplo, as ondas sonoras são refletidas. 
A reflexão do som acontece com inversão de fase, mas mantém a mesma velocidade de 
propagação, a mesma frequência e o mesmo comprimento de onda do som incidente. 
Um efeito muito conhecido causado pela reflexão do som é o fenômeno do eco, o qual consiste na 
reflexão do som que bate em uma parede afastada. 
 
 
Quando uma pessoa emite um som em direção a um obstáculo, esse som é ouvido no momento 
da emissão (som direto), e no momento em que o som refletido pelo obstáculo retorna ao 
emissor original do som. Portanto, a pessoa ouve dois sons. 
Sabemos que a velocidade é dada pela distância percorrida pelo som em um determinado tempo. 
Nesse caso, é necessário multiplicar por dois a distância ao obstáculo refletor, já que o som vai e 
volta. Assim: 
 
 
 
A expressão acima fornece o módulo da velocidade de propagação do som no ar. 
 
Quando alguém recebe um som, ele "permanece" nessa pessoa por aproximadamente 0,1 s, 
sendo este intervalo conhecido como persistência acústica. 
Pela relação da velocidade: 
 
 
 Se o intervalo de tempo for inferior à persistência acústica (t < 0,1 s), o som ouvido após ser 
refletido parecerá apenas um prolongamento do som direto. A esse efeito dá-se o nome 
de reverberação. Para intervalos maiores que a persistência acústica (t > 0,1 s), é instintivo 
perceber que essa reflexão será ouvida como eco. 
Os outros fenômenos acontecem da mesma forma que para as outras ondas estudadas: um 
fenômeno bastante conhecido e de larga utilização é a interferência do som, em que é possível 
aplicar uma frequência antirruído, a fim de suavizar o som do ambiente. 
 Sonar e Radar 
O sonar (do inglês: sound navigation and ranging - navegação e determinação da distância pelo 
som) instalado nos barcos emite ultrassom dirigido para o fundo do mar. Uma vez refletido, o 
ultrassom é captado pelo sonar, o qual é responsável por determinar a distância existente entre o 
sonar e o corpo refletor, levando em conta o tempo de ida e volta do sinal. 
Em virtude disso, é possível determinar a profundidade do mar e localizar objetos, submarinos e 
até mesmo animais marinhos, como cardumes, por exemplo. 
O radar (do inglês: radio detection and ranging - detecção e telemetria pelo rádio) usa o mesmo 
princípio, mas, em vez do ultrassom, ele opera com ondas eletromagnéticas. 
Veja abaixo uma esquematização de um navio equipado com sonar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cordas Sonoras 
A partir de agora, daremos continuidade ao nosso estudo sobre Acústica analisando o processo de 
propagação das ondas sonoras em uma corda. 
 
Modos de Vibração da Corda 
Uma corda elástica possui várias frequências naturais de vibração, denominadas modos de 
vibração, que podem ser facilmente obtidas ao sacudirmos uma das extremidades da corda em 
uma de suas frequências naturais. Dizemos, então, que a corda entra em ressonância com o 
agente que a sacode. 
Nota: mais adiante, estudaremos melhor a ressonância de ondas sonoras. 
Após certo modo de vibração ser atingido, ainda que cesse o ato de sacudir a corda, esta 
continuará vibrando até que perca toda a energia de vibração. Assim, é possível tratar cada modo 
de vibração como se fosse a configuração de uma onda estacionária, resultado da superposição da 
onda que emitimos quando balançamos a corda com a onda refletida na outra extremidade. 
Abaixo há uma figura que apresenta os quatro primeiros harmônicos de vibração de uma corda de 
comprimento L, presa pelas extremidades. Obviamente, nem todos os valores de frequência 
podem gerar ondas estacionárias, visto que se faz necessária a existência de nós nas 
extremidades fixas. Assim: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É fundamental que, em uma configuração de onda estacionária, a distância entre dois nós 
consecutivos deve ser igual a meio comprimento de onda das ondas que se superpõem. 
O chamado modo fundamental ou primeiro harmônico (que pode ser visto na primeira 
situação da figura da página anterior) é a forma mais simples de uma corda vibrar. Assim: 
 
 
 
Se lembrarmos da equação para a velocidade de propagação de uma onda, teremos que: 
 
 
 
Como, para o primeiro harmônico, λ = 2L, passamos a ter: 
 
 
 
A equação acima costuma ser chamada de frequência fundamental de vibração da 
corda ou primeiro harmônico. Seguindo esse raciocínio, para o segundo modo de vibração, 
chamado segundo harmônico, temos: 
 
 
 
Dessa forma, podemos determinar a frequência de vibração para quaisquer harmônicos. Portanto, 
a ordem do harmônico indica quantas vezes esse harmônico é superior à frequência do modo 
fundamental de vibração. 
Assim, sendo N o número de meios comprimentos de onda, ou, melhor dizendo, a ordem do 
harmônico, é possível obter uma expressão geral para as frequências dos modos de vibração, de 
forma que: 
 
 
 
Onde N = 1, 2, 3... 
 
 
 
 
 
 
Som Emitido por uma Corda Vibrante 
Quando se trata de instrumentos de corda, devemos lembrar que as ondas na corda são 
transversais, enquanto as ondas sonoras emitidas são longitudinais. O que acontece, na realidade, 
é que a corda vibrante é a fonte das ondas sonoras e, por conta disso, elas têm a mesma 
frequência das vibrações da corda. 
Entretanto, a velocidade de propagação do som que é emitido e seu comprimento de onda não 
possui nenhuma relação com a velocidade e o comprimento de onda das ondas produzidas na 
corda. 
Assim, quando uma pessoa dedilha a corda de um instrumento musical, ela fornece energia para a 
corda, a qual faz vibrar o ar ao seu redor, dando-lhe energia. É dessa forma que ocorre a emissão 
do som. Caso a corda vibre no modo fundamental, o som emitido também será chamado de som 
fundamental. 
Nota: esse raciocínio para a nomenclatura também é válido para os demais harmônicos. 
 
Frequências Naturais de Vibração versus Características da Corda 
Como já estudamos, a velocidade de propagação de ondas transversais em uma corda cilíndrica é 
dada pela expressão: 
 
 
 
Onde: 
v = velocidade de propagação de ondas transversais na corda; 
r = raio da secção transversal da corda; 
F = intensidade da tensão na corda; 
μ = massa específica do material do qual é feita a corda. 
 
Acabamos de ver que as frequências naturais de vibração da corda são dadas pela seguinte 
expressão matemática: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se pegarmos a expressão da velocidade e a substituirmos na da frequência, teremos: 
 
 
 
 
Onde D = 2r é o diâmetro da secção transversal da corda. 
Podemos observar que, na equação recentemente obtida, a frequência fundamental de vibração 
da corda 
(N = 1), que é a mesma do som fundamental emitido, dependedo diâmetro (D), do comprimento 
(L) e da 
massa específica (μ) da corda, além da intensidade da força tensora (F). 
Analisaremos, a partir de agora, de que forma cada uma dessas variáveis interfere na frequência 
do som fundamental. 
• Mantendo fixas as demais variáveis, a frequência do som fundamental emitido é 
inversamente proporcional ao diâmetro da corda. 
• Mantendo fixas as demais variáveis, a frequência do som fundamental é inversamente 
proporcional ao comprimento da corda. 
• Mantendo fixas as demais variáveis, a frequência do som fundamental é diretamente 
proporcional à raiz quadrada da tensão. 
• Mantendo fixas as demais variáveis, a frequência do som fundamental emitido é 
inversamente proporcional à raiz quadrada da massa específica do material do qual a 
corda é feita. 
 Se substituíssemos a corda de náilon de um violão por uma corda metálica (que possui maior 
massa específica), sem alterar o diâmetro e a intensidade da força tensora, obteríamos um som 
mais grave, isto é, com uma frequência menor. 
Timbre de um Som 
Basicamente, o timbre de um som é a sensação causada pela presença de harmônicos 
acompanhando o som fundamental. A quantidade de harmônicos, bem como suas intensidades 
relativas, são o que influenciam no timbre. 
É o timbre que nos torna capazes de diferenciar a mesma nota (mesmo som fundamental) emitida 
por instrumentos musicais distintos, mesmo que essa nota tenha a mesma intensidade em ambas 
as emissões. 
A existência de harmônicos em diferentes quantidades e intensidades é quem determina a forma 
das ondas variadas, ou seja, diferentes representações da elongação em função do tempo. 
Assim, cabe aqui relembrarmos as diferenças entre três conceitos principais: 
• altura: sensação que um som nos causa em virtude de sua frequência; 
• timbre: sensação que o som nos causa em virtude dos harmônicos presentes nele; 
• sonoridade: sensação da intensidade de um som. 
 
Esses três conceitos costumam ser denominados como qualidades fisiológicas do som. 
Nota: a sonoridade será estudada mais adiante. 
Batimento, Ressonância e Difração do Som 
A partir de agora, analisaremos, separadamente, esses três fenômenos. 
 
Batimento 
Os batimentos sonoros entre dois sons de frequências (f1 e f2) bem próximas só poderão ser 
percebidos se a frequência desses batimentos não ultrapassar a frequência de 7 Hz. Vale salientar 
que a frequência dos batimentos é dada pela diferença positiva (ou seja, pelo módulo da 
diferença) das duas frequências. 
 
Ressonância 
A ressonância sonora pode ser facilmente obtida com a utilização de um diapasão, que é um 
objeto metálico em formato de U, acoplado a uma caixa oca feita de madeira (caixa de 
ressonância), a qual possui uma face lateral aberta. Este "kit" (caixa de ressonância + diapasão) 
acompanha um martelinho, com uma espécie de disco de borracha em uma das extremidades, 
cuja função é fazer o diapasão vibrar, uma vez que o disco será utilizado para bater na parte 
metálica do diapasão. 
 
Diapasão 
 
 
Consideremos a figura abaixo, na qual há dois diapasões idênticos. Se colocarmos um de frente 
para o outro e, com o auxílio do martelo, fizermos o primeiro vibrar, as ondas sonoras 
provenientes dele farão o segundo vibrar também, na mesma frequência que o primeiro, cujo 
valor é igual à frequência de vibração natural do primeiro diapasão. Esse fenômeno é conhecido 
como ressonância. 
 
 
 
 
 
Na imagem abaixo, podemos observar um copo que foi continuamente excitado por um som de 
grande intensidade e de frequência característica. O resultado foi que o copo entrou em 
ressonância com o som, vibrando de modo cada vez mais intenso, até se estilhaçar. 
 
 
 
 
 
Difração do Som 
A difração de ondas sonoras dá-se quando os obstáculos atingidos têm dimensões inferiores às 
do comprimento de onda, ou da mesma ordem de grandeza. E, como as ondas sonoras possuem 
comprimentos de onda na faixa de 17 mm a 17 m, podem difratar-se muito facilmente. 
É importante saber que os sons mais graves, por terem maior comprimento de onda, difratam-se 
mais que os agudos. Podemos observar esse fenômeno em uma caixa acústica, visto que os sons 
agudos são mais direcionais que os graves. 
Por conta disso, uma pessoa bem afastada lateralmente em relação à caixa ouve muito melhor os 
sons graves do que os agudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tubos Sonoros 
Assim como as cordas ou molas, o ar ou o gás contido dentro de um tubo pode vibrar com 
frequências sonoras. Esse é o princípio que constitui alguns instrumentos musicais, como a flauta, 
a corneta e o clarinete que, basicamente, são construídos por tubos sonoros. 
Nesses instrumentos, uma coluna de ar é posta a vibrar ao soprar-se uma das extremidades do 
tubo, a qual chamamos de embocadura, que possui os dispositivos vibrantes apropriados. 
Os tubos são classificados em abertos e fechados, sendo os abertos aqueles que têm as duas 
extremidades abertas (uma delas próxima à embocadura) e os fechados os que têm uma 
extremidade aberta (próxima à embocadura) e a outra fechada. 
 
 
 
As vibrações das colunas gasosas podem ser estudadas como ondas estacionárias resultantes da 
interferência do som enviado na embocadura com o som refletido na outra extremidade do tubo. 
Na extremidade aberta, o som reflete-se em fase, formando um ventre (constituindo a 
interferência construtiva), enquanto na extremidade fechada ocorre reflexão com inversão de fase, 
formando um nó de deslocamento (constituindo a interferência destrutiva). 
 
Tubos Abertos 
Consideremos um tubo sonoro de comprimento L, cujas ondas propagam-se a uma velocidade v. 
Dadas essas condições, as possíveis configurações de ondas estacionárias são: 
 
 
 
Partindo dos exemplos acima, os modos de vibração das ondas dentro dos tubos abertos podem 
ser generalizados como: 
 
 
 
E a frequência dos harmônicos será dada por: 
 
 
 
Como N não tem restrições, no tubo aberto são obtidas frequências naturais de todos os 
harmônicos. 
 
Tubos Fechados 
Considerando-se um tubo sonoro de comprimento L, cujas ondas se propagam a uma velocidade 
v, as possíveis configurações de ondas estacionárias são mostradas na figura abaixo: 
 
 
 
As maneiras de vibrar podem, partindo-se desses exemplos, ser generalizadas como: 
 
 
E a frequência dos harmônicos será dada por: 
 
 
Em um tubo fechado, são obtidas apenas frequências naturais dos harmônicos ímpares. 
 Efeito Doppler 
Esse efeito é descrito como uma característica observada em ondas emitidas ou refletidas por 
fontes em movimento relativo ao observador. O efeito foi descrito teoricamente pela primeira vez 
em 1842, por Johann Christian Andreas Doppler, recebendo o nome de Efeito Doppler. 
Para ondas sonoras, o Efeito Doppler constitui o fenômeno pelo qual um observador percebe 
frequências diferentes das emitidas por uma fonte. Isso acontece devido à velocidade relativa 
entre a onda sonora e o movimento relativo entre o observador e/ou a fonte. 
Considerando: 
• f0: frequência aparente percebida pelo observador; 
• ff: frequência real emitida; 
• vo: velocidade do observador; 
• vf: velocidade da fonte; 
• v: velocidade da onda sonora. 
Podemos determinar uma equação geral para calcular a frequência percebida pelo observador, ou 
seja, a frequência aparente. 
• Supondo que o observador esteja em repouso e a fonte se movimente: 
 
Para o caso em que a fonte se aproxima do observador, há uma diminuição do comprimento da 
onda, devido à velocidade relativa, e a frequência real será menor do que a observada, ou seja: 
 
 
 
Mas, como a fonte se movimenta, sua velocidade também deve ser considerada, de modo que, 
substituindo no cálculo da frequência observada, obtemos: 
 
 
 
Ou seja: 
 
 
Para o caso em que a fonte se afasta do observador, há um aumento aparente do comprimento de 
onda. Nessa situação, a dedução do cálculo da frequência observada éanáloga ao caso anterior. 
 
 
 
No entanto: 
 
 
Então: 
 
 
Podemos escrever uma fórmula geral para os casos em que a fonte se desloca e o observador fica 
parado, se utilizarmos: 
 
 
 
Obs.: o sinal negativo é utilizado no caso em que a fonte se aproxima, e o sinal positivo, no caso 
em que a fonte se afasta. 
 
 
 
 
• Supondo que a fonte esteja em repouso e o observador se movimente: 
No caso em que o observador se aproxima da fonte, em um mesmo intervalo de tempo, ele 
encontrará mais frentes de onda do que se estivesse parado. Assim, a frequência observada 
deverá ser maior que a frequência emitida pela fonte. Nesse caso, o comprimento de onda não é 
alterado, mas a velocidade de propagação aumenta ligeiramente. 
 
 
Mas: 
I) 
II) 
 
 
 
 
Quando esses dois valores são substituídos no cálculo da frequência observada, temos: 
 
Então: 
 
 
No caso em que o observador se afasta da fonte, em um mesmo intervalo de tempo ele 
encontrará menor número de frentes de onda do que se estivesse parado. Assim, a frequência 
observada deverá ser menor que a frequência emitida pela fonte. A dedução do cálculo da 
frequência observada será análoga ao caso anterior; no entanto, a velocidade de propagação é 
ligeiramente reduzida. 
 
Mas: 
III) 
IV) 
 
Quando esses dois valores são substituídos no cálculo da frequência observada, temos: 
 
Então: 
 
 
Podemos escrever uma fórmula geral para os casos em que o observador se desloque e a fonte 
fique parada, se utilizarmos: 
 
 
 
Obs.: o sinal negativo é utilizado no caso em que a fonte se aproxima, e o sinal positivo, no caso 
em que a fonte se afasta. 
 
Conhecendo essas quatro possibilidades de alteração na frequência de onda observada, podemos 
escrever uma fórmula geral para o Efeito Doppler se combinarmos todos os resultados, sendo, 
portanto: 
 
 
 
Nota: os sinais devem ser utilizados conforme estabelecido pelas convenções. 
 
 
 
Sonoridade 
No início de nossos estudos sobre fenômenos acústicos, inserimos o conceito de intensidade 
sonora, que foi definida como uma intensidade física baseada apenas em termos energéticos. 
No entanto, quando uma mesma onda sonora atinge duas pessoas, as sensações sonoras 
"percebidas" podem ser diferentes. É possível que uma das pessoas a ouça bem, enquanto a outra 
não chegue a "perceber" a sensação sonora. Essa característica é o que chamamos de sensação 
sonora ou sonoridade. 
Para um ouvinte normal, a sonoridade aumenta quando a intensidade do som também aumenta, 
Além disso, a sonoridade também depende da frequência desse som, uma vez que o aparelho 
auditivo é mais sensível a algumas frequências, em detrimento de outras. 
A sensibilidade máxima do nosso sistema auditivo ocorre no intervalo de frequências de 2 kHz a 4 
kHz. Isso quer dizer que, se um mesmo ouvinte receber dois sons de mesma intensidade, mas um 
deles com frequência de 2 kHz e outro com frequência de 12 kHz, o primeiro será sentido mais 
fortemente (com maior sonoridade) que o segundo. Além disso, se as ondas estiverem dentro de 
frequências infrassônicas ou ultrassônicas, a sonoridade será nula, não importando a intensidade 
dessas ondas. 
Assim, podemos dizer que a sonoridade ou a sensação sonora depende de três fatores: da 
intensidade sonora, do ouvinte e da frequência do som considerado. 
A Lei Psicofísica de Weber-Fechner estabelece que as sensações sonoras (e outras) são, para 
cada ouvinte, aproximadamente proporcionais ao logaritmo da excitação, isto é, da intensidade 
sonora. 
 
Nível Relativo de Intensidade 
Consideremos a seguinte situação: uma pessoa está recebendo um som de frequência constante, 
cuja intensidade aumenta gradativamente a partir do zero. Até que atinja uma intensidade 
mínima, esse som não será percebido, mesmo que o ouvinte escute normalmente. 
Chamamos de limiar de sensação auditiva ou limiar de audibilidade a intensidade mínima 
que um som deve ter para se tornar perceptível ao ouvido humano. E, obviamente, esse limiar 
dependerá da frequência de cada som. 
Caso siga-se aumentando a intensidade sonora a partir desse limiar, o som será percebido cada 
vez mais fortemente, até que atinja uma sensação de desconforto ou de de dor. Esse valor é 
chamado de limiar de sensação dolorosa ou limiar de dor, que depende ligeiramente da 
frequência. 
 
 
 
Assim, vimos que os limiares variam com a frequência do som. As medidas obtidas em laboratório 
em toda a faixa audível levaram à construção da curva de audibilidade ou audiograma, como 
podemos conferir na figura abaixo. É evidente que o audiograma dependerá do ouvinte; no 
entanto, em média, tem-se: 
 
 
 
Como é possível observar, o aparelho auditivo possui maior sensibilidade para a faixa de 
frequência compreendida entre 2 kHz e 4 kHz, o que significa que é nesse intervalo de frequências 
que somos capazes de ouvir os sons com menor intensidade. 
 
Em uma audição considerada normal, o aparelho auditivo é capaz de perceber sons de 
intensidades na faixa de 10-12W/m² a 1W/m². Para facilitar o uso dessa ampla faixa de 
frequências, incentiva-se a utilização da Lei de Weber-Fechner, a qual define o nível de 
intensidade sonora (N) pela seguinte expressão matemática: 
 
 
Onde: 
k: constante de proporcionalidade; 
I: intensidade sonora de um som; 
N: nível relativo de intensidade em relação a um som de referência de intensidade Iref. 
 
O som de referência adotado tem intensidade igual a 10-12W/m² e corresponde, 
aproximadamente, ao limiar de sensação auditiva na frequência de 1 kHz. No início, adotou-se k = 
1, de forma que o nível N passou a ser medido em bels (plural de bel, representado no SI pela 
letra B). Vale lembrar que esse nome é dado em homenagem ao físico Alexander Graham Bell, 
conhecido por ser o inventor do telefone. Desse modo: 
 
 
 
No entanto, como, na prática, a unidade bel é muito grande, costuma-se utilizar uma quantidade 
correspondente a um décimo do bel, o decibel (dB). Assim, fazendo k = 10, passamos a ter: 
 
 
 
Para um som com intensidade I=Iref, teremos: 
 
 
 
No limiar da dor, em que I≈1W/m² e Iref≈10-12W/m², obtemos: 
 
 
 
Assim, o limiar de sensação dolorosa é igual a 120 dB. Isso que quer dizer que, em níveis 
superiores a esse, os sons passam a ser desconfortantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ONDAS 
Uma onda é um movimento causado por uma perturbação, a qual se propaga através de um meio. 
Um exemplo de onda pode ser observado ao jogarmos uma pedra em um lago de águas calmas, 
cujo impacto causará uma perturbação na água, fazendo com que ondas circulares se propaguem 
pela superfície. 
Também existem ondas que não podem ser observadas a olho nu, como, por exemplo, ondas de 
rádio, ondas ultravioleta e micro-ondas. Além dessas, existem alguns tipos de ondas que apesar 
de conhecermos bem, não identificamos normalmente. São elas: a luz e o som. 
Todas as ondas são energias propagadas através de um meio e este meio não acompanha a 
propagação. 
 
 
 
Classificação das Ondas 
Quanto à sua natureza, as ondas são classificadas em: 
• Ondas Mecânicas: são ondas que necessitam de um meio material para se propagar, ou 
seja, sua propagação envolve o transporte de energia cinética e potencial, além de 
depender da elasticidade do meio. Por isso, essas ondas não são capazes de propagarem-
se no vácuo. Alguns exemplos acontecem em molas, cordas, sons e em superfícies de 
líquidos. 
• Ondas Eletromagnéticas (OEM): são ondas geradas por cargas elétricas oscilantes, 
cuja propagação não depende do meio em que se encontram, podendo ocorrer no vácuo e 
em determinados meios materiais. Alguns exemplos são: ondas de rádio, de radar, raios 
X e micro-ondas. 
 
Todas as OEM têm em comum a sua velocidade de propagação no vácuo — a velocidade da luz (c) 
— próxima a 300000 km/s, que é equivalente a 1080000000 km/h. 
 
 
 
 
 
 
Por que as ondas do marquebram? 
Sabendo que as ondas em geral têm como característica fundamental propagar energia 
sem que haja movimentação no meio, como se explica o fenômeno da quebra das 
ondas do mar, que causa movimentação de água próximo à costa? 
Em águas profundas, as ondas do mar não transportam matéria. Contudo, ao 
aproximarem-se da costa, há uma brusca diminuição da profundidade em que se 
encontram, o que provoca a quebra dessas ondas. Assim, acaba ocorrendo uma 
movimentação de toda a massa de água, bem como a formação de correntezas. 
Obs.: após serem quebradas, as ondas do mar deixam de comportar-se como ondas. 
 
Quanto à direção de propagação, as ondas são classificadas como: 
• Unidimensionais: quando se propagam em apenas uma direção, como as ondas em 
cordas e molas esticadas. 
• Bidimensionais: quando se propagam por uma superfície, como as águas de um lago ao 
jogarmos uma pedra. 
• Tridimensionais: quando se propagam nas três dimensões, isto é, no espaço, como a luz 
e o som. 
 
Quanto à direção da vibração, as ondas podem ser classificadas como: 
• Transversais: são causadas por vibrações perpendiculares à propagação da onda, como, 
por exemplo, em uma corda. 
 
 
• Longitudinais: são ondas causadas por vibrações com mesma direção da propagação, 
como as ondas sonoras. 
 
 
Grandezas Associadas a uma Onda 
 
 
Uma onda é formada por alguns componentes básicos, os quais podem ser visualizados na figura 
abaixo: 
 
 
A é a amplitude da onda e λ, denominado comprimento de onda, representa a distância entre 
duas cristas ou dois vales consecutivos. 
Chamamos de período da onda (T) o tempo decorrido para que duas cristas (ou dois vales 
consecutivos) passem por um ponto. Já a frequência da onda (f) corresponde ao número de 
cristas (ou vales consecutivos) que passam por um mesmo ponto, em uma unidade de 
tempo.Portanto, o período e a frequência são relacionados por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A unidade internacionalmente utilizada para a frequência é Hertz (Hz), sendo 1 Hz equivalente à 
passagem de uma crista ou de um vale em 1 s. 
No estudo de ondas bidimensionais e tridimensionais, é necessário conhecer os os seguintes 
conceitos: 
• frente de onda: é a fronteira da região ainda não atingida pela onda com a região já 
atingida. 
• raio de onda: é possível definir como raio de onda a linha que parte da fonte e é 
perpendicular às frentes de onda, indicando a direção e o sentido de propagação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Velocidade de Propagação das Ondas 
Como não transportam matéria em seu movimento, é previsível que as ondas se desloquem, em 
um meio homogêneo, com velocidade constante. Logo, devem ter um deslocamento que valide a 
expressão: 
 
 
 
Sabemos que a equação acima é comum aos movimentos uniformes. Assim, conhecendo a 
estrutura de uma onda: 
 
 
 
Sendo ΔS = λ e Δt = T, passamos a ter: 
 
 
 
Trata-se da equação fundamental da ondulatória, já que é válida para todos os tipos de onda. 
É comum o uso de frequências na ordem de kHz (1 quilohertz = 1000 Hz) e MHz (1 megahertz = 
1000000 Hz). 
 
Exemplo: 
Se a velocidade de uma onda é de 195 m/s e o seu comprimento de onda é de 1 cm, qual é a 
frequência? 
 
 
 
Solução: 
É importante ter em mente que as unidades devem estar todas no SI. Assim, 1 cm = 0,01 m. 
Aplicando a equação, temos: 
 
 
 
 
 
 
Som 
O som é formado por um conjunto de ondas mecânicas perceptíveis aos animais e aos seres 
humanos, graças ao sistema auditivo. A velocidade de propagação do som depende das condições 
do meio no qual as ondas sonoras se propagam. Por exemplo: no ar, a 15° C, a velocidade do som 
gira em torno dos 340 m/s; na água, tem-se 1500 m/s e, nos sólidos, varia de 3000 m/s a 6000 
m/s, dependendo da rigidez do meio. 
O ouvido humano é capaz de "perceber" ondas sonoras com frequências na faixa de 20 Hz a 
20000 Hz. No entanto, esse intervalo de frequências varia de pessoa para pessoa, dependendo, 
também, da idade de cada um. 
Caso a frequência seja inferior a 20 Hz, a onda é denominada infrassom; mas, se for superior a 
20000 Hz, denomina-se ultrassom. Assim, conforme o parágrafo acima, é de se esperar que o 
infrassom e o ultrassom não sejam perceptíveis aos ouvidos dos seres humanos, uma vez que 
estão fora da faixa de frequências em que a audição humana opera. Entretanto, isso não quer 
dizer que esses sons não possam ser escutados por outros seres: o ultrassom, por exemplo, pode 
ser ouvido por morcegos, cachorros e golfinhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luz 
Já a luz é uma onda eletromagnética (OEM) que só é perceptível aos nossos olhos se compreender 
frequências entre 4.1014 Hz e 8.1014 Hz. Dentro desse intervalo de frequências, é possível 
visualizarmos as seguintes cores: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta, as 
quais formam as sete principais cores observadas em um arco-íris. Uma frequência abaixo dos 
4.1014 Hz (comprimento de onda maior que 750 nm) é denominada infravermelha, e a acima 
dos 8.1014 Hz (comprimento de onda menor que 400 nm), é denominada ultravioleta. 
 
 
 
A diferença entre as ondas que somos capazes de "ver" e as ondas de rádio está, essencialmente, 
na frequência. A propagação das OEM ocorre no vácuo à velocidade da luz, aproximadamente a 
300000 km/s. Já em meios materiais, essa propagação é feita a velocidades menores, e os valores 
dependem da transparência do meio e da frequência da onda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Velocidade de Propagação de Ondas Transversais em Cordas 
Tensas 
As cordas tensas (esticadas) são bons meios para observarmos a propagação de ondas mecânicas 
transversais. 
Consideremos, então, uma corda de massa m e comprimento L. Chamamos de densidade 
linear (μ) dessa corda a razão entre m e L, de modo que, matematicamente: 
 
 
 
No SI, a densidade linear, que informa a quantidade de massa por unidade de comprimento, é 
expressa em kg/m. 
Durante a propagação de onda mecânica em uma corda, a velocidade desse pulso dependerá de 
dois fatores: da densidade linear da corda e da força tensora à qual ela está submetida. 
 
 
 
A relação que permite determinar a a velocidade de propagação da onda em uma corda é: 
 
 
 
Como, em geral, as cordas são cilíndricas, é possível reescrevermos a expressão acima de outra 
maneira. Lembrando que a corda tem as seguintes características: 
• volume: 
• densidade absoluta (volumétrica): 
 
De forma que: 
 
 
 
Já a densidade linear é dada por: 
 
 
 
Se utilizarmos esse resultado na equação que determina a intensidade da velocidade de 
propagação, teremos: 
 
 
 
Nota: a equação v = λf também é válida para obtermos a velocidade de propagação em cordas 
tensionadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Velocidade de Propagação de Ondas Transversais em Cordas 
Tensas 
As cordas tensas (esticadas) são bons meios para observarmos a propagação de ondas mecânicas 
transversais. 
Consideremos, então, uma corda de massa m e comprimento L. Chamamos de densidade 
linear (μ) dessa corda a razão entre m e L, de modo que, matematicamente: 
 
 
 
No SI, a densidade linear, que informa a quantidade de massa por unidade de comprimento, é 
expressa em kg/m. 
Durante a propagação de onda mecânica em uma corda, a velocidade desse pulso dependerá de 
dois fatores: da densidade linear da corda e da força tensora à qual ela está submetida. 
 
 
 
A relação que permite determinar a a velocidade de propagação da onda em uma corda é: 
 
 
 
Como, em geral, as cordas são cilíndricas, é possível reescrevermos a expressão acima de outra 
maneira. Lembrando que a corda tem as seguintes características: 
• volume: 
• densidade absoluta (volumétrica):De forma que: 
 
 
 
Já a densidade linear é dada por: 
 
 
 
Se utilizarmos esse resultado na equação que determina a intensidade da velocidade de 
propagação, teremos: 
 
 
 
Nota: a equação v = λf também é válida para obtermos a velocidade de propagação em cordas 
tensionadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equação de uma Onda Periódica Transversal que se Propaga em uma Corda 
Consideremos uma corda elástica, esticada. Para compreender melhor o raciocínio, acompanhe a 
figura abaixo: F é a fonte emissora de ondas periódicas transversais, O é a origem do sistema 
cartesiano e P é um ponto da corda escolhido aleatoriamente. 
 
 
A partir do instante inicial, em que a corda encontra-se em repouso, ela passará a executar um 
MHS com amplitude A e fase inicial φ0. Desse modo, a solução da equação da onda que governa o 
movimento da corda é: 
 
 
 
Passado um tempo (Δt), se não houver perda de energia na propagação, o ponto P passará, 
também, a executar um MHS de mesma amplitude A, mas defasado Δt em relação a F. 
Sendo Δt o intervalo de tempo que a onda levou para atingir P, podemos determinar esse 
intervalo de tempo pela razão x/v, na qual x é a abscissa de P, e v é a velocidade de propagação 
da onda. 
Nesse caso, então, a equação para a ordenada y deverá ser expressa como: 
 
 
 
Como ω = 2πf, podemos reescrever a expressão acima: 
 
 
 
Lembrando que: 
 
 
 
 
 
Podemos ainda reescrever a equação para a ordenada y: 
 
 
 
A razão 2π/λ é definida por uma variável k, a qual representa o número de onda desse 
movimento. Sendo ω = 2πf e considerando a fase inicial φ0= 0, a versão final da equação acima 
é: 
 
 
 
 
 
Reflexão de Ondas 
 
 
É o fenômeno que ocorre quando uma onda incide sobre um obstáculo (um segundo meio com 
características diferentes do primeiro), e retorna ao meio de propagação, mantendo as 
características da onda incidente. 
 
 
Independente do tipo de onda, o módulo da sua velocidade permanece inalterado após a reflexão, 
já que ela continua propagando-se no mesmo meio, ou seja, no meio original. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reflexão em Ondas Unidimensionais 
A análise será dividida em oscilações com extremidade fixa e oscilações com extremidade livre: 
 
* Extremidade Fixa: 
Quando um pulso é gerado, faz cada ponto da corda subir e depois voltar à posição original. No 
entanto, ao atingir uma extremidade fixa, como, por exemplo, uma parede, a força aplicada nela, 
pelo Princípio da Ação e Reação, reage sobre a corda, causando um movimento na direção da 
aplicação do pulso, com sentido inverso, gerando um pulso refletido. Veja a figura abaixo: 
 
 
 
Nesse caso, costuma-se dizer que há inversão de fase, já que o pulso refletido executa o 
movimento contrário ao do pulso incidente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Extremidade Livre: 
Consideremos uma corda presa por um anel a uma haste idealizada, portanto, sem atrito. Ao 
atingir o anel, o movimento é continuado, embora não haja deslocamento no sentido do pulso, 
apenas no sentido perpendicular a este. Então, o pulso é refletido na direção da aplicação, mas 
com sentido inverso, como é mostrado na figura: 
 
 
 
Nesses casos, não há inversão de fase, já que o pulso refletido executa o mesmo movimento do 
pulso incidente, apenas com sentido contrário. É possível obter-se a extremidade livre, 
amarrando-se a corda a um barbante muito leve, flexível e inextensível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reflexão de Ondas Bidimensionais 
Quando uma frente de onda, propagando-se em uma superfície líquida, incide sobre um obstáculo, 
cada ponto dessa frente de onda reflete-se, de forma que é possível representar as reflexões por 
raios de onda. 
A reflexão dos raios de onda é regida por duas leis, a saber: 
• 1ª Lei da Reflexão: 
O raio incidente, o raio refletido e a normal à superfície refletora no ponto de incidência 
estão contidos sempre no mesmo plano. 
• 2ª Lei da Reflexão: 
Os ângulos formados entre o raio incidente e a normal à superfície e entre o raio refletido 
e a normal à superfície têm sempre a mesma medida. 
 
Obs.: a normal à superfície é uma reta que forma um ângulo de 90° com outra reta (ou com um 
outro plano qualquer). 
 
Assim, graficamente, temos: 
 
 
Conforme a 2ª Lei, os ângulos devem ter valor igual, portanto: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Então, é possível imaginar que a reflexão das ondas aconteça como se fosse refletida em um 
espelho posto perpendicularmente ao ponto de incidência. 
Imaginemos agora que uma fonte F produza ondas circulares (esféricas) que, ao serem emitidas, 
incidem no obstáculo P, conforme a figura abaixo: 
 
 
 
Na figura seguinte, podemos ver que, ao atingirem o obstáculo, pela lei da reflexão, os raios 
incidentes FA e FB, ao serem refletidos, retornam (raios AC e BD), de modo que o ângulo de 
incidência é igual ao ângulo de reflexão. 
 
 
 
Assim, todos os raios refletidos encontram-se em um ponto comum F’, enquanto as ondas 
refletidas comportam-se como se fossem originadas por uma fonte F', simétrica a F, em relação ao 
obstáculo P. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Refração de Ondas 
É o fenômeno que ocorre quando uma onda passa de um meio para outro de características 
distintas, tendo sua direção desviada. Independente da onda, sua frequência não é alterada na 
refração, no entanto, a velocidade e o comprimento de onda podem se modificar. 
Por meio da refração é possível explicar inúmeros fenômenos, como o arco-íris, a cor do céu no 
pôr do sol e a construção de aparelhos astronômicos, por exemplo. 
A refração de ondas obedece a duas leis, a saber: 
• 1ª Lei da Refração: 
O raio incidente, a reta perpendicular à fronteira no ponto de incidência e o raio refratado 
estão contidos no mesmo plano. Dizemos, portanto, que eles são coplanares. 
• 2ª Lei da Refração - Lei de Snell: 
Essa lei relaciona os ângulos, as velocidades e os comprimentos de onda de incidência de 
refração, sendo matematicamente expressa por: 
 
 
 
Aplicando a lei: 
 
 
 
 
 
 
Conforme indicado na figura: 
 
 
 
O próximo passo será obter a relação matemática da Lei de Snell. 
 
 
Demonstração da Lei de Snell 
Com base na figura anterior, deduziremos a expressão para a Lei de Snell. 
Observando a figura, percebemos que a a distância PQ é percorrida com velocidade de 
módulo v1 exatamente no mesmo intervalo de tempo Δt em que a distância RS é percorrida com 
velocidade v2. 
Nota: v2<v1. 
Assim, considerando o triângulo retângulo PQR, temos: 
 
 
 
Já no triângulo retângulo RQS, temos: 
 
 
 
Se dividirmos a primeira expressão pela segunda, obteremos: 
 
 
 
Simplificando os termos, obtemos: 
 
 
 
Utilizando o que já sabemos sobre a velocidade de propagação de uma onda, temos: 
 
 
 
Lembrando que a frequência é a mesma em ambos os meios: 
 
 
 
Em resumo, a Lei de Snell pode ser expressa da seguinte forma: 
 
 
 
Por fim, como exemplos da refração, podem ser usadas ondas propagando-se na superfície de um 
líquido e passando por duas regiões distintas. É possível verificar, experimentalmente, que a 
velocidade de propagação nas superfícies de líquidos pode ser alterada, ao ser modificada a 
profundidade do local. Assim, as ondas diminuem o módulo de velocidade se a profundidade for 
reduzida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Refração e Reflexão de Ondas Transversais em Cordas 
Tanto a refração quanto a reflexão em cordas tensionadas podem ser observadas e também 
obedecem às leis da refração e da reflexão. 
Imaginemos duas cordas de densidades lineares distintas que foram emendadas, supondo que a 
densidade linear da segunda corda é maior que a da primeira corda. Assim, um pulso gerado na 
corda A (corda mais fina) propaga-se e incide na fronteira entre A e B. Nesse local, parte da 
energiado pulso incidente é transmitida, ou seja, sofre refração, passando a propagar-se na corda 
B (corda mais grossa). É importante salientar que o pulso refratado está sempre em fase com o 
pulso incidente; em outras palavras, mais simplificadamente, ambos os pulsos estão "virados para 
cima". 
 
Portanto, quando a reflexão ocorre com o pulso propagando-se da corda de menor densidade 
linear para a de maior densidade linear, o pulso refletido apresenta-se em oposição de fase em 
relação ao incidente. 
Enquanto os pulsos incidente e refletido possuem velocidade de mesmo módulo (vA), o pulso que 
sofreu refração tem velocidade com módulo vB. 
Agora, suponhamos que a corda B tenha menor densidade linear do que a corda A, ou seja, que a 
corda A seja mais grossa do que a corda B. Desse modo, temos: 
 
 
 
Notemos que, no desenho acima, o pulso refratado está em fase com o pulso incidente. Além 
disso, ao contrário do caso anterior, o pulso refletido também está em fase com o pulso incidente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Superposição de Ondas 
A superposição de ondas é o fenômeno que ocorre quando duas ou mais ondas encontram-se, 
produzindo uma onda resultante igual à soma algébrica das perturbações de cada onda. 
Imaginemos uma corda esticada na posição horizontal. Ao serem produzidos, nas extremidades da 
corda, pulsos de mesma largura, mas de diferentes amplitudes, poderá acontecer uma 
superposição de duas formas: 
 Situação 1: os pulsos estão em fase. 
 
 
 
No momento em que os pulsos encontram-se, suas elongações em cada ponto da corda somam-se 
algebricamente, sendo a amplitude (elongação máxima) a soma das duas amplitudes, como 
mostra a figura abaixo: 
 
 
 
Numericamente: 
 
 
 Após encontrarem-se, cada pulso segue na sua direção inicial, conservando suas características 
iniciais. 
 
 
 
Esse tipo de superposição é denominado interferência construtiva, já que a superposição faz 
com que a amplitude seja momentaneamente aumentada em módulo. 
Situação 2: os pulsos estão em oposição de fase. 
 
 
Analogamente ao caso anterior, ao se encontrarem, as amplitudes das ondas somam-se. No 
entanto, podemos observar que o sentido da onda de amplitude A1 é negativo em relação ao eixo 
vertical. Logo, A1<0, de modo que o pulso resultante terá amplitude igual à diferença entre as 
duas amplitudes: 
 
 
Numericamente: 
 
Obs.: o sinal negativo está associado à amplitude e à elongação da onda no sentido negativo. 
 Após o encontro, cada pulso segue na sua direção inicial, com suas características iniciais 
conservadas. 
 
 
 
Esse tipo de superposição é denominado interferência destrutiva, já que a superposição faz 
com que a amplitude seja, momentaneamente, reduzida em módulo. 
 Superposição de Ondas Periódicas 
A superposição de duas ondas periódicas ocorre de maneira análoga à superposição de pulsos, 
obtendo-se, portanto, uma onda resultante com pontos de elongação equivalentes à soma 
algébrica dos pontos das ondas sobrepostas. 
 
 
 
A figura acima mostra a sobreposição de duas ondas com períodos iguais e amplitudes diferentes 
(I e II) que, ao serem sobrepostas, resultam em uma onda com amplitude equivalente às suas 
ondas (III). Aqui, temos um exemplo de interferência construtiva. 
 
 
 
Já esse outro exemplo, mostra uma interferência destrutiva de duas ondas com mesma frequência 
e mesma amplitude, mas em oposição de fase (I e II) que, ao serem sobrepostas, resultam em 
uma onda com amplitude nula (III). 
Os principais exemplos de ondas sobrepostas são os fenômenos ondulatórios de batimento e 
ondas estacionárias. 
• Batimento: ocorre quando duas ondas periódicas de frequência diferente e mesma 
amplitude são sobrepostas, resultando em uma onda com variadas amplitudes 
dependentes da soma de amplitudes em cada crista resultante. 
• Ondas estacionárias: é o fenômeno que ocorre quando são sobrepostas duas ondas 
com mesma frequência, velocidade e comprimento de onda, na mesma direção, mas em 
sentidos opostos. 
 
 
 
 
 
 
 
Superposição de Ondas Bidimensionais 
Imagine duas ondas bidimensionais circulares geradas, respectivamente, por uma fonte F1 e F2, 
com amplitudes e frequências iguais, em concordância de fase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Considere a esquematização da interferência causada: 
 
 
 
Na figura, a onda da esquerda tem cristas representadas por linhas contínuas pretas e vales 
representados por linhas tracejadas vermelhas, enquanto a onda da direita tem cristas 
representadas por linhas contínuas verdes e vales representados por linhas tracejadas azuis. 
Os círculos preenchidos representam pontos de interferência construtiva, ou seja, onde a 
amplitude das ondas é somada. Já os círculos em branco representam pontos de interferência 
destrutiva, ou seja, onde a amplitude é subtraída. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ressonância 
É o fenômeno que acontece quando um sistema físico recebe energia por meio de excitações de 
frequência iguais a uma de suas frequências naturais de vibração. Assim, o sistema físico passa a 
vibrar com amplitudes cada vez maiores. 
Qualquer sistema físico capaz de vibrar possui uma ou mais frequências naturais, isto é, que são 
características do sistema, mais precisamente da maneira como este é construído. Por exemplo: 
um pêndulo ao ser afastado do seu ponto de equilíbrio, cordas de um violão ou uma ponte para a 
passagem de pedestres sobre uma rodovia movimentada. 
Todos esses sistemas possuem sua frequência natural. Quando ocorrem excitações periódicas 
sobre algum deles, como quando o vento sopra com frequência constante sobre uma ponte 
durante uma tempestade, acontece o fenômeno de superposição de ondas que alteram a energia 
do sistema, modificando sua amplitude. 
Conforme estudamos, se a frequência natural de oscilação do sistema e as excitações constantes 
sobre ele estiverem sob a mesma frequência, a energia do sistema será aumentada, fazendo com 
que vibre com amplitudes cada vez maiores. 
Um caso muito famoso desse fenômeno foi o rompimento da ponte Tacoma Narrows, nos Estados 
Unidos, em 7 de novembro de 1940. Em um determinado momento, o vento começou a soprar 
com frequência igual à de oscilação natural da ponte, fazendo com que esta começasse a 
aumentar a amplitude de suas vibrações até que sua estrutura não pudesse mais suportar, 
rompendo-se. 
O caso da ponte Tacoma Narrows pode ser considerado uma falha humana, já que o vento que 
soprava no dia 7 de Novembro de 1940 tinha uma frequência característica da região em que a 
ponte foi construída. Logo, os engenheiros responsáveis por sua construção falharam na análise 
das características naturais da região. Por isso, atualmente, realiza-se uma análise profunda de 
todas as possíveis características que possam requerer alterações em uma construção civil. 
Imagine que esta é uma ponte construída no estilo pênsil (ou seja, uma ponte suspensa por 
cabos) e que sua frequência de oscilação natural é a da figura abaixo: 
 
 
 
Ao ser excitada periodicamente por um vento de frequência igual à do gráfico abaixo, 
 
 
 
a amplitude de oscilação da ponte passará a ser dada pela superposição das duas ondas: 
 
 
 
Se a ponte não tiver uma resistência que suporte a amplitude do movimento, acabará sofrendo 
danos, podendo até ser destruída, como ocorreu nos Estados Unidos. 
Um exemplo bastante comum de ressonância ocorre quando empurramos uma criança em um 
balanço. Esse tipo de movimento tem o comportamento similar ao de um pêndulo simples, uma 
vez que a frequência natural depende do comprimento da corda (ou corrente) à qual o balanço 
está preso. 
Quando um pêndulo simples é excitado (isto é, afastado de sua posição de equilíbrio) e 
abandonado, ele oscila numa única frequência natural, dada pela seguinte equação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interferência de Ondas 
Para entendermos o fenômeno de interferência deondas bidimensionais, consideremos dois 
estiletes vibrando verticalmente, os quais produzem, na superfície da água, ondas idênticas e em 
fase. Isso significa que, quando um estilete produz uma crista, o outro terá o mesmo 
comportamento. 
 
 
Decorrido um tempo após o início das vibrações, a superfície da água torna-se semelhante à 
imagem abaixo: 
 
 
 
Consideremos a figura a seguir, já apresentada quando estudamos a superposição de ondas: 
 
 
 
Conforme vimos anteriormente, a onda da esquerda tem cristas representadas por linhas 
contínuas pretas e vales representados por linhas tracejadas vermelhas, enquanto a onda da 
direita tem cristas representadas por linhas contínuas verdes e vales representados por linhas 
tracejadas azuis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
nterferência Construtiva e Destrutiva 
Analisaremos, a partir de agora, duas situações interessantes levando-se em conta as regiões em 
que ocorrem as superposições de ondas. 
Obs.: o raciocínio será muito semelhante ao que fizemos para explicar a superposição de ondas 
em uma corda. 
* Situação 1: 
Nas regiões em que ocorre a superposição de duas cristas ou de dois vales, a amplitude da 
perturbação é igual à soma das amplitudes individuais dessas ondas. Nesses pontos, ocorre 
uma interferência construtiva. Em função disso, costuma-se dizer que a interferência 
construtiva tem caráter de reforço. 
Ao observarmos a última figura do item anterior (que mostra a interferência de ondas circulares), 
vemos que os locais em que ocorre interferência construtiva estão representados com círculos 
completamente preenchidos. 
* Situação 2: 
Nas regiões em que cristas ou vales se superpõem, ocorre interferência destrutiva. Assim, a 
amplitude da perturbação resultante será reduzida, uma vez que as amplitudes estão em oposição 
de fase. Por conta dessa redução no valor da amplitude da perturbação, é comum ouvirmos que a 
interferência destrutiva tem caráter de aniquilação. 
Nota: os pontos em que ocorre interferência destrutiva estão representados na figura da página 
anterior como pequenos círculos vazios. 
Considerando-se ainda a figura da página anterior e levando-se em conta o que já foi dito, é 
importante notarmos que as regiões de interferência construtiva (círculos preenchidos) e as de 
interferência destrutiva (círculos vazios) pertencem a hipérboles intercaladas, todas com focos nas 
fontes — estas representadas por um ponto preto no centro do círculo à esquerda e por um ponto 
verde no centro do círculo à direita. 
Obs.: hipérbole é uma cônica em que a diferença entre as distâncias de um ponto qualquer da 
curva aos focos é mantida constante. 
As hipérboles que contêm pontos de interferência construtiva são denominadas linhas 
ventrais (ou, simplesmente, ventres), já as que contêm pontos de interferência destrutiva são 
denominadas linhas nodais (ou, simplesmente, nós). 
A pergunta que fica é: por que essas linhas são curvas hiperbólicas? Exatamente pela definição de 
hipérbole que acabamos de ver: todos os pontos de uma hipérbole apresentam a mesma diferença 
de distância em relação às fontes, as quais, no nosso caso, são os focos das hipérboles. 
Ao compararmos as amplitudes de vibração dos pontos vizinhos, notamos que, nos ventres, os 
pontos vibram com o máximo valor de amplitude; já nos nós, os pontos não vibram (ou quase não 
notamos vibrações). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condição de Interferência Construtiva 
De acordo com a figura sobre interferência de ondas circulares apresentada no início de nosso 
estudo acerca do fenômeno, é possível notar que, para qualquer ponto ventral (em que ocorre 
interferência construtiva), a diferença das distâncias entre um ponto qualquer e a fonte é nula ou 
um múltiplo par de meios comprimentos de onda. 
Em outras palavras, quando se trata da interferência de ondas geradas por fontes coerentes (que 
possuem a mesma frequência e diferença de fase nula) e deseja-se que elas interfiram 
construtivamente, ou seja, que suas amplitudes sejam somadas, faz-se necessário que a diferença 
de um ponto às fontes seja igual a zero ou a um número par de meios comprimentos de onda. 
Assim, tendo em vista a figura de interferência de ondas circulares já vista, chamando de d1 a 
distância de um ponto que pertence a uma linha ventral à fonte da esquerda, e de d2 a distância 
desse ponto à fonte da direita, a diferença de caminho será dada por: 
 
 
 
Levando em conta a condição de interferência construtiva, obtemos a seguinte expressão 
matemática: 
 
 
Em que N = 0, 2, 4, 6... 
 
Caso as fontes estejam em oposição de fase, a condição de interferência construtiva muda de um 
número par de meios comprimentos de onda para um número ímpar de meios comprimentos de 
onda, de forma que: 
 
 
Em que N = 1, 3, 5, 7... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condição de Interferência Destrutiva 
Observando, novamente, a figura sobre interferência de ondas circulares, percebemos que, para 
qualquer ponto nodal (em que ocorre interferência destrutiva), a diferença das distâncias de um 
ponto a qualquer uma das duas fontes é um número ímpar de meios comprimentos de onda. 
Fazendo um raciocínio análago ao anterior (chamando de d1 a distância de qualquer ponto nodal à 
fonte da esquerda, e de d2a distância deste ponto à fonte da direita) e tratando, agora, de 
interferência destrutiva, ou seja, deseja-se que as amplitudes se "aniquilem", de fontes coerentes, 
faz-se necessário que a diferença entre as distâncias de um ponto às fontes seja dada por: 
 
 
Em que N = 1, 3, 5, 7... 
 
No caso de as fontes estarem em oposição de fase, a condição de interferência destrutiva muda 
para: 
 
 
Em que N = 0, 2, 4, 6... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Princípio de Huygens 
Christian Huygens (1629-1695), no final do século XVII, propôs um método de representação de 
frentes de onda, hoje conhecido como Princípio de Huygens, no qual cada ponto de uma 
frente de onda comporta-se como uma nova fonte de ondas elementares, que se 
propagam para além da região já atingida pela onda original e com a mesma frequência 
que ela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para determinado instante, cada ponto da frente de onda comporta-se como fonte das ondas 
elementares de Huygens. A partir desse princípio, é possível concluir que, em um meio 
homogêneo e com as mesmas características físicas em toda a sua extensão, a frente de onda 
desloca-se mantendo a sua forma, desde que não haja obstáculos. 
Assim: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Difração de Ondas 
Partindo do Princípio de Huygens, podemos explicar outro fenômeno ondulatório, a difração. 
O fenômeno chamado difração é o desvio sofrido pelos raios de onda quando esta encontra 
obstáculos (como barreiras ou anteparos) à propagação. Costuma-se dizer que difração é a 
tendência que as ondas possuem em contornar obstáculos. 
Imaginemos, então, a situação em que uma onda se propaga em um meio até que encontra uma 
fenda posta em uma barreira. 
 
 
 
O fenômeno da difração prova que os raios de onda não se propagam de forma retilínea como 
costumamos supor, uma vez que a parte que atinge o obstáculo é refletida, enquanto os raios que 
atingem a fenda passam por ela, mas nem todos continuam retos. 
Se essa propagação acontecesse em linha reta, os raios continuariam retos e a propagação depois 
da fenda seria uma faixa delimitada pela largura da fenda. No entanto, há um desvio nas bordas. 
E esse desvio é proporcional ao tamanho da fenda. No caso em que a largura é muito inferior ao 
comprimento de onda, as ondas difratadas serão aproximadamente circulares, independente da 
forma geométrica das ondas incidentes. 
Caso as ondas encontrassem um obstáculo (e não uma fenda), ainda assim teríamos difração: as 
ondas desviariam, de forma a contornar o obstáculo. Vale ressaltar que a difração é intensificadaquando as dimensões da fenda (ou do obstáculo) são inferiores às do comprimento de onda ou da 
mesma ordem de grandeza. 
Assim como o fenômeno de interferência, a difração também pode ser explicada a partir 
do Princípio de Huygens: basta considerarmos as fontes secundárias junto às paredes da abertura 
dos anteparos ou junto às paredes dos obstáculos. São essas fontes secundárias, as quais geram 
novas ondas, que explicam a capacidade das ondas de contornarem tais paredes. 
 
 
 
 
 
Experiência de Young 
Por volta do século XVII, apesar de vários físicos já defenderem a teoria ondulatória da luz, que 
afirmava que a luz era incidida por ondas, a teoria corpuscular de Newton, que descrevia a luz 
como uma partícula, era muito bem aceita na comunidade científica. 
Em 1801, o físico e médico inglês Thomas Young foi o primeiro a demonstrar, com sólidos 
resultados experimentais, o fenômeno da interferência luminosa, que teve como consequência a 
aceitação da teoria ondulatória. Hoje a teoria aceita é a da dualidade onda-partícula, enunciada 
pelo físico francês Louis-Victor de Broglie, o qual se baseou nas conclusões sobre as características 
dos fótons de Albert Einstein. 
Na experiência realizada por Young, foram utilizados três anteparos: o primeiro era composto por 
um orifício em que ocorria a difração da luz incidida. O segundo possuía dois orifícios, postos lado 
a lado, que causavam novas difrações. No terceiro anteparo, eram projetadas as manchas geradas 
pela interferência das ondas resultantes da segunda difração. Essa experiência também tornou-se 
conhecida como experimento de dupla fenda. 
Substituindo-se esses orifícios por fendas muito estreitas, as manchas tornam-se franjas, 
facilitando a visualização de regiões mais bem iluminadas (máximos) e regiões mal iluminadas 
(mínimos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Padrão de Interferência no Experimento de Dupla Fenda 
Consideremos agora a montagem experimental de Young na figura abaixo, na qual S0 é o primeiro 
anteparo, em que há apenas um orifício (no qual a luz é incidida inicialmente), S1 e S2 são os dois 
orifícios do segundo anteparo e C é o último anteparo (tela), no qual podemos observar as 
"manchas" que representam os máximos e mínimos de interferência. 
Nota: o orifício no primeiro anteparo garante que a luz incidente atinja os orifícios do segundo 
anteparo em fase, de forma que essas "fontes" podem ser consideradas coerentes, uma vez que 
pertencem à mesma frente de onda. 
 
Obs.: a figura mais à direita está ampliada para que possamos visualizar melhor o padrão de 
interferência do experimento de Young. Na prática, o que observamos são regiões de claro 
(máximos) e escuro (mínimos) no anteparo C da figura. 
Vamos analisar, a partir de agora, a variação da intensidade da luz projetada no anteparo C. Para 
tanto, consideremos o gráfico que aparece na sequência. 
 
 
 
A franja que aparece no centro é o máximo de maior intensidade. Analisando o gráfico, 
observamos, facilmente, que à direita e à esquerda há, intercaladamente, mínimos e máximos, 
estando os máximos representados pelas intensidades decrescentes. 
 
 
Localização de Máximos e Mínimos de Interferência 
Sendo as "fontes" coerentes, as interferências observadas no terceiro anteparo dependem 
unicamente da diferença entre os caminhos percorridos pelos raios de luz. 
 
Assim, para que exista um máximo de intensidade em P, faz-se necessário que Δx inclua um 
número inteiro de comprimentos de onda ou um número par de meios comprimentos de onda, de 
forma que: 
 
 
Onde k = 0, 2, 4... 
 
Para haver um mínimo de intensidade em P, faz-se necessário que Δx contenha um número ímpar 
de meios comprimentos de onda. Assim: 
 
 
Onde k = 1, 3, 5... 
 
Sendo D (distância das fendas ao anteparo) da ordem de metros e d (distância média entre as 
fendas) muito menor, da ordem de milímetros, as retas AP, BP e CP são praticamente paralelas, 
embora o desenho não represente isso, já que foi esquematizado de forma a se observar melhor o 
fenômeno. Esse argumento garante a igualdade dos ângulos θ. 
No esquema acima, observamos que, sendo D muito maior do que d, θ é muitíssimo pequeno, de 
forma que podemos afirmar que senθ ≈ tgθ. Assim, no triângulo retângulo menor: 
 
 
 
Já no triângulo retângulo maior (CPO): 
 
 
 
Como senθ ≈ tgθ, podemos juntar as duas últimas expressões: 
 
 
 
No entanto: 
 
 
Desse modo, podemos escrever uma relação matemática que nos informe a localização das 
franjas de interferência: 
 
 
Obs.: para k = 0, 2, 4... temos franjas claras (máximos de intensidade) e para k = 1, 3, 5... 
temos franjas escuras (mínimos de intensidade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interferência em Películas Delgadas 
As cores observadas em bolhas de sabão e em manchas finas de óleo no chão surgem devido à 
interferência dos raios de luz que refletem nas suas superfícies (interna e externa). Essas 
estruturas são denominadas películas delgadas ou filmes finos. 
 
 
 
A diferença no caminho percorrido por esses raios e a inversão de fase na reflexão da superfície 
externa podem ocasionar interferências construtivas e destrutivas entre eles.

Mais conteúdos dessa disciplina