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GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE Prof. ME. FÁBIO OLIVEIRA VAZ 004 Aula 01: 012 Aula 02: 021 Aula 03: 028 Aula 04: 035 Aula 05: 043 Aula 06: 046 Aula 07: 051 Aula 08: 057 Aula 09: 062 Aula 10: 066 Aula 11: 071 Aula 12: 077 Aula 13: 082 Aula 14: 087 Aula 15: 092 Aula 16: Conceitos Iniciais da Qualidade Origens e Fases da Qualidade Conhecendo o “ISO” As Definições e Abordagens da Qualidade Os processos de Gerenciamento O Modelo de Excelência Brasileiro - O Prêmio Nacional da Qualidade Os Sistemas Normalizados de Gestão Padronização, Controle e Melhoria O Ciclo PDCA A Abordagem da Gestão da Qualidade Total – GQT Os Mandamentos da GQT O Modelo 5S O Estabelecimento de Metas O Conceito Seis Sigma Equipe e etapas Seis Sigma Conhecendo Conceitos Emergentes Introdução As empresas e organizações têm cada dia mais se preocupado com questões relacionadas à Qualidade, Produtividade e Gestão Estratégica, principalmente em um mundo envolto em tecnologia e em constante transformação. O acesso mais facilitado à informação tornou as pessoas mais exigentes e com isso as empresas também passaram a ter informações mais rápidas e conhecer sua concorrência de maneira mais e�ciente. Nesse sentido, é necessário a busca por maior qualidade, e�ciência, produtividade e custos menores para que a empresa se torne mais competitiva nesse novo mercado. Assim, através dos conhecimentos da Gestão Estratégica da Qualidade buscaremos oportunizar aos alunos o conhecimento necessário para lidar com todas as dinâmicas do mercado competitivo atual. Para que essa compreensão do tema seja possível é necessário que você leia este material didático e esteja integrado com todas as mídias que a disciplina oportuniza, sendo vídeos, atividades, fóruns, entre outros materiais. Com tudo isso tenho a certeza de que seu crescimento intelectual e pro�ssional acontecerá com qualidade e o levará a outro patamar da gestão estratégica em um mundo competitivo. Bons estudos! 01 Conceitos Iniciais da Qualidade Falar em QUALIDADE é remeter há muito tempo, pois é um tema que sempre esteve sob foco, porém temos visto esse assunto sendo mais discutido nos tempos atuais e sendo colocado como algo obrigatório para o sucesso de qualquer organização que pretende se manter competitiva. Nesse sentido, percebe-se que a Gestão Estratégica da Qualidade nos leva a ter competências e capacidades que nos permitam: Integrar-se com facilidade em organizações que adotaram a Gestão pela Qualidade Total ou mesmo aquelas que estão em fase de adaptação ou pretensão; Desenvolver, implementar, analisar e melhorar continuamente Sistemas de Gestão da Qualidade, com base em conhecimentos adquiridos; Resolver problemas de uma forma estruturada com a ajuda das Ferramentas Básicas de Gestão da Qualidade; Implementar algumas das técnicas que se têm revelado extremamente úteis no desenvolvimento de novos produtos/serviços e na melhoria contínua dos produtos/serviços existentes; Lidar com outros Sistemas de Gestão (Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho, Responsabilidade Social das Organizações), relacionando-os, numa perspectiva integradora, com os Sistemas de Gestão da Qualidade. O mercado atual não dá espaço para “brincar de ser empresa”, por isso é essencial compreender quais ações podem nos levar a um melhor resultado como organização competitiva. O Homem: Fator de Sucesso na Implantação de Programas de Qualidade O mais comum nas empresas é culpar alguém quando se tem maus resultados, porém pouco se foca em avaliar que muitas vezes a culpa está no processo, na gestão e nem sempre em quem está desempenhando uma tarefa dentro da empresa. Falconi (2014) a�rma que cerca de 20 a 40% do faturamento de uma empresa pode acontecer por problemas internos no processo ou na gestão. Temos como exemplo de problemas internos, consumo elevado de energia, retrabalhos, má qualidade do produto, descontos em vendas mal elaborados, entre outros fatores. A boa gestão da qualidade se dá quando é compreendido que as pessoas são essenciais para aumentar a competitividade no mercado, é fato que problemas existirão, porém é preciso lidar com cada situação e resolvê-la o mais breve possível. Falconi (2014, p. 25) resume essa meta imediata (sobreviver) das empresas da seguinte forma: “A luta pela sobrevivência é de cada pessoa da empresa. Cada um deve comparar os seus itens de controle com os melhores do mundo (“benchmark”). Enquanto houver diferença, haverá problema”. Portanto, gerenciar pela qualidade total é gerenciar pela sobrevivência. Para melhor conhecer sobre Gestão Estratégica da Qualidade é essencial compreender sua evolução e sua relação com o mercado e o cliente, dentro de um processo de gestão voltado a entregar o melhor ao consumidor. Pensando na relação Empresa e Cliente, Falconi (2014) apresenta três fases que marcam a transformação através do tempo e a mudança comportamental dos clientes durante o tempo, sendo assim divididas: a. O Cliente Feudal ou O cliente na Idade Média; b. O Cliente Ignorado ou A Era do Produto; e c. O Reencontro ou A Era do Cliente. a) O cliente na Idade Média No �nal do século XIV, se vivia um período de mudança entre o Feudalismo e o Capitalismo, que teve início na Inglaterra, em que os produtos vendidos e produzidos eram feitos por artesãos, gerando uma relação muito próxima entre quem produzia e quem consumia. O mercado era pequeno, por se tratar de produção artesanal, em que o cliente fazia a encomenda e só depois disso o artesão passava a produzir o que fora encomendado, levando esse produtor a conhecer muito proximamente seu cliente, seus desejos, necessidades, e diversos outros detalhes. Nessa transição a produção começa a deixar ser doméstica e artesanal e passa a ser feita em escala industrial, levando a um distanciamento da empresa produtora com o cliente e isso gerou diversos problemas no processo, porque o foco passa a ser voltado ao produto. b) A Era do Produto A partir daqui se perdeu completamente o foco que deveria estar no cliente. Logo após a Segunda Guerra Mundial, a economia começa a passar por um crescimento, levando a um aumento do consumo, e tudo que era fabricado era vendido. O grande foco neste período era produzir o máximo possível, a qualidade e o custo nem eram levados em consideração, pois aqui a concorrência entre as empresas acontecia pela capacidade de produção e não pela qualidade. O cliente não tinha importância nessa fase, quer dizer, a única importância era saber se ele tinha capacidade de consumo, com isso o consumidor não tinha voz, apenas consumia aquilo que era entregue, sendo bom ou ruim. c) A Era do Cliente Nesse período surge uma luz no �nal do túnel, estamos na década de 1970, onde a crise do petróleo fez o mundo passar por uma grande crise econômica. Ocorreram diversas mudanças políticas, econômicas e sociais que levaram o consumidor a mudar seu comportamento. As vendas não eram mais tão automáticas e isso modi�cou a relação entre empresas e seus clientes. Naquele período, a revolução do cliente ganhava força de maneira simultânea ao desenvolvimento e difusão da qualidade no mundo todo. Ao falar em qualidade, a referência é o Japão, que se reergueu do Pós-Segunda Guerra Mundial, quando fora humilhado sob a tutela dos americanos. O Japão passou por séria política de reconstrução que tinha suas bases �ncadas em dois pilares fundamentais: a educação e a qualidade. O resultado de tamanha determinação e disciplina, foi a extraordinária volta por cima em apenas vinte anos (FALCONI, 2014, p. 38). O Japão entra no mercado com produtos competitivos e de ótima qualidade e preço, fazendo com que as empresas passassem a repensar seus modelos produtivos e seu foco de gestão. Nesse período a QUALIDADE passou a ser o foco central das indústrias nos países desenvolvidos. Os japoneses iniciaram uma revolução que levou as empresas a melhorarem a qualidade de atendimento ao cliente, pois a década de 1990 chegava exigindo uma maior diferenciação entreprodutos e serviços, que estavam na verdade, no serviço prestado ao cliente. Os serviços passaram a ser vistos como diferencial estratégico das marcas, pois os produtos passaram a ser muito parecidos, a o diferencial estava exatamente em regar um serviço melhor ao consumidor gerando satisfação e �delização dos consumidores. Fonte: o autor. Qualidade é implementada com sistema total associado a clientes e fornecedores, capacidade técnica não é o principal problema na qualidade, e sim a falta de liderança. Foi nesse período que surgem os serviços de proteção ao consumidor, surgindo o grande marco da relação entre empresas e clientes, o chamado Código de Defesa do Consumidor, criado pela Lei n.º 8.078 de 11 de setembro de 1990, que criou uma exigência maior pela qualidade dos serviços prestados no Brasil. Falconi (2014) reforça que, além do Código de Defesa do Consumidor, surgiram programas, prêmios, entidades governamentais e da sociedade civil com foco em garantir e estabelecer padrões de qualidade e defender o consumidor, podendo citar os seguintes: PBQP – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade: lançado pelo governo em 1990 e com o apoio da iniciativa privada, o PBQP foi criado com o objetivo de despertar, conscientizar e incentivar as empresas brasileiras a implementar e promover a qualidade no país. IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor: trata das causas de interesse coletivo, envolvendo um número grande ou indeterminado de vítimas. IPEM – Instituto de Pesos e Medidas: controla a qualidade e a quantidade de produtos alimentícios e industriais; �scaliza taxímetros, bombas de gasolina, etc. Juizado de Pequenas Causas: julgam questões que envolvam até dez salários mínimos. PROCON: atende e encaminha todo tipo de queixa relacionado ao consumo. CONAR - Centro Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária: apura queixas relacionadas à propaganda enganosa. PNQ – Prêmio Nacional da Qualidade: prêmio criado para o reconhecimento, na forma de um troféu, à excelência na gestão das organizações sediadas no Brasil. É administrado pela Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, uma instituição mantida pela iniciativa privada. O PNQ é inspirado nos principais prêmios mundiais e tem contribuído para a difusão da qualidade no país. A partir de agora, o cliente passa a ter voz ativa e com isso as empresas passam a tentar compreender cada cliente entregando e suprindo as necessidades e desejos apresentados por esses consumidores. 02 Origens e Fases da Qualidade As mudanças globais levaram as pessoas a um acesso maior das informações, principalmente com o surgimento da internet, com isso surgem modernizações no processo produtivo, novos mercados, uma maior busca pela compreensão do comportamento do consumidor e o grande processo de globalização, exigindo muito mais das empresas e aumentando a competitividade. Segundo Garvin (2002), esse cenário modi�cou o processo de desenvolvimento organizacional levando a uma evolução do processo da qualidade, sendo responsável até mesmo pela mudança do foco da qualidade para uma dimensão estratégica. Garvin (2002) apresenta as chamadas “Eras da Qualidade”, que é aceita por especialistas da área até hoje, pois demonstra um processo de evolução do pensamento da qualidade. O autor estrutura essas eras em quatro fases, a saber: Inspeção; Controle Estatístico da Qualidade; Garantia da Qualidade e Gestão Estratégica da Qualidade. Inspeção Os séculos XVIII e XIX apresentavam a qualidade de maneira informal, pois a fabricação era feita de forma artesanal com base em critérios próprios, porém com o surgimento da produção industrial se inicia um processo de inspeção da qualidade que passa a ser formal e em cima de critérios. O início do século XIX foi marcado pelo surgimento do controle da qualidade, por meio de medidas, gabaritos e acessórios. Como marco dessa época, pode ser citada a criação de um sistema de inspeção, no Spring�eld Armory, em 1819, onde as atividades que antes eram realizadas individualmente a olho nu foram substituídas por um processo de veri�cação objetivo, com a presença de dois inspetores munidos de instrumento de medição. O início do século XX também sugere um marco na evolução da inspeção, quando Frederick W. Taylor, criador da “Administração Cientí�ca”, separa a inspeção do processo de fabricação atribuindo a pro�ssionais especializados e contribuindo para a maior legitimidade da atividade de inspeção. Esse fato fez com que as atividades de inspeção rapidamente se transformassem num processo independente e associado ao controle da qualidade (FALCONI, 2014, p. 55). Em 1922, a publicação da obra de G.S. Radford denominada “The Control of Quality in Manufactoring”, trata pela primeira vez a qualidade como responsabilidade gerencial distinta e como função distinta. O controle da qualidade pela inspeção 100%, ou seja, em todo lote de produção, se manteve durante muito tempo, apesar da necessidade e aplicação, em diversos momentos, de inspeções parciais ou por amostragem, mas sem metodologia estruturada nem procedimentos con�áveis. O controle da qualidade, portanto, limitava-se à inspeção e às atividades restritas, como a contagem, a classi�cação pela qualidade e os reparos. A solução de problemas não era vista como responsabilidade do departamento de inspeção. Controle Estatístico da Qualidade Esse enfoque teve início com as pesquisas da Bell Telephone Laboratories, que em 1924 criou um Departamento de Garantia da Qualidade, através de um controle estatístico do processo produtivo. O grupo que desenvolveu esse processo teve nomes de peso na área da qualidade, como Walter Shewhart, Harold Dodge, Harry Romig, Willian E. Deming e Joseph M. Juran. Somente em 1931, foi atribuído caráter cientí�co à disciplina controle estatístico da qualidade com a publicação da obra de W.A. Shewhart denominada “Economic Control of Quality of Manufectured Product”. Esses nomes estabelecem regras e procedimentos para que a qualidade na produção seja efetiva em todas as suas fases, com isso o controle de qualidade passa a ser inserido no processo produtivo como ferramenta estratégica e estatística da produção. Fonte: Disponível aqui O Controle Estatístico de Qualidade (CEQ) possui técnicas que permitem acompanhar, avaliar e corrigir o processo de produção. Desde a aplicação, na década de vinte, pela Bell Telephone Laboratories, o Controle Estatístico de Qualidade vem sendo usado por muitas empresas para aperfeiçoamento contínuo da qualidade. Os métodos de melhoria da qualidade aplicam-se a qualquer área de uma companhia ou organização, incluindo manufatura, desenvolvimento de processo, planejamento de engenharia e assistência técnica a produtos (DAL’CORTIVO, 2005). Controle de Processo Com o advento da estatística para proferir controle da qualidade, reconhecia-se a variabilidade do processo como fator importante. O controle de processo passa, então, a ser realizado por meio dos princípios da probabilidade e da estatística. Do ponto de vista gerencial, pensou-se ser improvável que duas peças fossem feitas da mesma forma, que existia um certo grau de variação das matérias-primas, dos equipamentos e das habilidades dos operadores, e que, diante disto, deveria se pensar no grau aceitável de variação. Portanto, ao estruturar organizadamente as etapas que compõem a realização de um trabalho ou tarefa, incluindo o seu �uxo, insumos, atividades realizadas e produtos gerados, é possível obter muitas informações sistematizadas e perceber pontos https://coneprod.com.br/single-post/A-Importancia-e-Aplicacao-do-Controle-Estatistico-da-Qualidade-Dentro-dos-Processos críticos, oportunidades de melhorias e, principalmente, as variações ou �utuações devidas a causas normais (intrínsecas à natureza do processo) e às devidas causas anormais ou especí�cas. Toda essa análise derivou do conceito de Controle Estatístico proposto por Shewhart: “Dir-se-á que um fenômeno está sob controle quando, recorrendo-se à experiência passada, se puderprever, pelo menos dentro de certos limites, como o fenômeno deve variar no futuro. Entende-se aqui, que previsão signi�ca que se possa determinar, pelo menos aproximadamente, a probabilidade de que o fenômeno observado �que dentro de certos limites”. (apud GARVIN, 2002, p.209) Amostragem Por motivos diversos, como, por exemplo, econômicos e de prazo, realizar inspeções completas em todos os produtos fabricados era impraticável. Assim, a amostragem é utilizada. A prática da amostragem, segundo elemento crítico no crescimento do controle estatístico da qualidade, foi estudada por Harold Dodge e Harry Romig. A inclusão das técnicas de amostragem promoveu a rápida disseminação de cursos e a evolução dos procedimentos, com o objetivo de aplicações cada vez mais con�áveis. No �nal de 1940, o Controle de Qualidade é estabelecido como disciplina reconhecida e já a partir de 1941 surgiram os primeiros treinamentos sobre o assunto. A quantidade de pro�ssionais treinados nessas técnicas estimulou a formação de sociedades de engenheiros da qualidade. Dessa forma, nasce nos Estados Unidos a American Society for Quality Control ou ASQC, hoje ASQ e no Japão, a Japanese Union of Scientists and Engineers ou JUSE, ambas com o objetivo de desenvolver e disseminar práticas e métodos na área da qualidade. Garantia da Qualidade Já no �nal da II Guerra Mundial, a Qualidade já havia se consolidado como disciplina bem aceita no ambiente organizacional, com técnicas especí�cas, resultados efetivos, com pro�ssionais especializados e bem caracterizados na especialidade. Em 1950, William E. Deming, estatístico especialista em qualidade, foi ao Japão, a convite da JUSE, palestrar para líderes industriais, tendo em vista que naquele momento a preocupação era reconstruir o país arrasado pela guerra, conquistar novos mercados e melhorar a reputação dos produtos japoneses, vistos como de baixa qualidade. A contribuição de Deming foi tão marcante que no ano seguinte foi criado o prêmio Deming no Japão que profere destaque às empresas com excelência em qualidade. Em 1954, foi Joseph Moses Juran que visitou o Japão, lá introduzindo um novo paradigma no controle da qualidade. Ele é o responsável em transformar as atividades relativas à qualidade, fazendo com que as mesmas deixassem de ser baseadas em aspectos tecnológicos das fábricas e assumissem uma preocupação global e holística, tratando de todos os aspectos do gerenciamento e toda a organização. A segunda metade da década de 1950 é marcada pelo surgimento do Total Quality Control ou TQC (Controle da Qualidade Total). O TQC tomou fama e ampliou o conceito da qualidade. O TQC consiste, basicamente, em: Abordar a Qualidade desde a fase do projeto de desenvolvimento do produto/serviço, incluindo os aspectos funcionais e atributos de desempenho, até a satisfação do consumidor; Envolver todos os colaboradores, de todos os níveis hierárquicos e demais envolvidos indiretos, como fornecedores e clientes, nos processos de melhoria da qualidade, objetivando o comprometimento e a con�ança recíproca; Manter e aperfeiçoar as técnicas clássicas da qualidade existentes. Para os japoneses também há o Total Quality Management ou TQM (Gestão da Qualidade Total), que é uma abordagem gerencial baseada na participação de todos, dirigida para a satisfação do consumidor e dos membros da organização e da sociedade. Deste modo, após décadas, a garantia da qualidade passa a ser vista com implicações maiores para o gerenciamento expandindo para mais quatro elementos distintos a saber: quanti�cação dos custos da qualidade; controle total da qualidade; engenharia da con�abilidade e zero defeito. Gestão Estratégica da Qualidade Por volta do �m dos anos 1970 e início dos anos 1980, iniciou-se a transformação e a qualidade passou a ser percebida como uma disciplina estratégica e não mais como uma visão preventiva de falhas e defeitos. Os princípios da gestão pela qualidade total disseminados a partir da década de 1950, foram en�m assimilados pela maioria das organizações, a qualidade passou a ser discutida no cerne do negócio, e o mercado passou a valorizar quem a possuía e a punir aquelas que permaneceram com a visão do passado, focada nos processos clássicos de controle da qualidade. As legislações de defesa do consumidor, juntamente com as normas internacionais (séries ISO 9000), transformaram de�nitivamente o escopo da qualidade, consolidando-a em todos os pontos do negócio. No relatório da Sociedade Americana de Controle da Qualidade está resumida a essência da abordagem estratégica da qualidade: Não são os fornecedores do produto, mas àqueles para quem eles servem – os clientes, usuários e aqueles que os in�uenciam ou representam – que têm a última palavra quanto a até que ponto um produto atende às suas necessidades e satisfaz às suas expectativas; A satisfação relaciona-se com o que a concorrência oferece; A satisfação, relacionada com o que a concorrência oferece, é conseguida durante a vida útil do produto, e não apenas na ocasião da compra; É preciso um conjunto de atributos para proporcionar o máximo de satisfação àqueles a quem o produto atende. 03 Conhecendo o “ISO” ISO Segundo Martinelli (2009), a sigla ISO vem do grego “Isos”, que signi�ca igualdade e uniformidade. É uma sigla que representa a Organização Internacional de Normalização ou Padronização (INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION), organização internacional e não governamental com sede em Genebra, na Suíça, que elabora normas internacionais. Entidades de normalização de vários países do mundo fazem parte da ISO. As normas criadas por essa organização são revisadas a cada 5 anos, isso para assegurar que as normas se mantenham atuais e consistentes com as exigências atuais do mercado. Fonte: MARTINELLI, 2009, p. 89 O que é certi�cação? Declaração de um organismo credenciado (Organismos de Certi�cações), relatando que a empresa atende aos requisitos da norma ISO 9001. Ele atesta, por processo normatizado, as características declaradas de um serviço/produto/processo, além de comprovar que os meios e os procedimentos usados nas suas execuções permitem que sejam alcançados os objetivos de qualidade e segurança. Objetivos da Certi�cação? Demonstrar o comprometimento da alta administração com a qualidade; Comprovar que a empresa é capaz de prover produtos/serviços que atendam às necessidades dos seus clientes. Fonte: Oliveira, 2004 Conceitos básicos a saber, segundo Martinelli (2009): ISO 9001 - É um sistema baseado em uma norma internacional, que estabelece requisitos a serem cumpridos, o que possibilita a certi�cação por um organismo independente. Normas - Segundo o dicionário Aurélio, norma é uma regra, modelo, preceito, lei. No Brasil é publicado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, servindo de base para contratos entre fornecedores e clientes. Sistema - É organização humana para realizar uma atividade. Desta forma é composto por: Entrada (Input); Processamento e Saída (Output). Padrão - É um meio para comparação e/ou determinação de característica de qualidade de produto e/ou serviços. Padronização - É uma forma de Gestão da Qualidade dos produtos e/ou serviços, para que sejam manufaturados (produzidos) ou prestados através de requisitos previamente de�nidos. E�cácia - Extensão na qual as atividades planejadas são realizadas e os resultados planejados, alcançados (FINS). E�ciência – Relação entre o resultado alcançado e os recursos usados (MEIOS). Sistema de Gestão da Qualidade Na visão de Oliveira (2004), um sistema é um “conjunto de partes que se interagem e se interdependem, formando um todo único com objetivos e propósitos em comum, efetuando sinergicamente determinada função”. Os sistemas de gestão da qualidade (SGQ) têm o objetivo de veri�car todos os processos da empresa e como esses processos podem melhorar a qualidade dos produtos e serviços frente aos clientes. Nesse sistema, existem princípios e diretrizes da qualidade, que são aplicados em cada processo que envolveo dia a dia da instituição. Através desses, é possível fazer a tomada de decisões de forma segura, pois, através das ferramentas utilizadas, o gestor poderá veri�car os indicadores de desempenho da empresa. Várias empresas no mundo todo, utilizam o SGQ, para implantar novos processos, gerenciar e checar sua qualidade. Uma das razões da utilização desse sistema, é que, consequentemente, um maior número de clientes torna-se satisfeito com a empresa. Além disso, há uma melhora na imagem, no desempenho e na cultura organizacional. A produção sobe e os custos reduzem, é um diferencial, sendo um critério que garante maiores oportunidades e competitividades frente aos mercados, nacional e internacional. Surge um clima satisfatório e uma comunicação melhor entre os funcionários, a implantação da gestão da qualidade traz benefícios, pois é dotada de treinamentos, mapeamento dos processos empresariais e registros das atividades da organização. A empresa poderá apenas implementar o sistema e melhorar os processos, mas para que o resultado seja reconhecido, será necessário que outra empresa especializada em auditoria de gestão da qualidade faça esse serviço. Assim, obtém-se um certi�cado da qualidade, isso irá depender da área onde a empresa atua, e também, das normas que regem esta área. Sendo assim, existem dois tipos de certi�cados válidos: Certi�cado de acreditação: baseado na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025, relacionada aos Requisitos Gerais para a Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração, e a ABNT NBR ISO 15189, que diz respeito aos Laboratórios de Análises Clínicas. Como é feita a acreditação? O certi�cado de acreditação é obtido através das normas ISO/IEC 17025 e ISO 15189, é realizado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O objetivo é veri�car se a organização está atendendo aos requisitos estabelecidos pela norma, e se tem competência para realizar determinada atividade. Uma empresa que possui essa acreditação, terá maior credibilidade diante de seus concorrentes. Como é feita a certi�cação? A certi�cação pode ser implantada em qualquer empresa pública ou privada. Obter essa certi�cação signi�ca que a empresa atende aos requisitos da qualidade, de acordo com a norma ABNT NBR ISO 9001, ou outro sistema de gestão, por exemplo, gestão ambiental ou de tecnologia da informação. Os benefícios de implantar este sistema, são que, a empresa passa uma imagem segura para o cliente e para os colaboradores, além de aumentar a produção e reduzir os custos. Organização Internacional de Padronização O organismo internacional, que dita as normas dos Sistemas de Gestão, é a International Organization for Standardization (ISO), foi criada em Genebra, na Suíça, em 1947. É uma instituição sem vínculos governamentais, que atua na área de quali�cação dos produtos, processos, materiais e serviços. Antes disso, cada local, estado ou país ditava a sua própria regra. Era preciso uni�car os procedimentos para facilitar o comércio internacional, apoiar o crescimento da economia de forma sustentável e equilibrada, a saúde, o meio ambiente e proporcionar a inovação. A ISO aprova Normas Técnicas, que são tipos de padronização, como as normas da ABNT. Realiza classi�cações referentes aos códigos de países, cria normas de procedimento e processos, que fazem parte da gestão da qualidade (ISO 9000), etc. Cada país ligado ao ISO possui um representante de normas e certi�cação. A representante da ISO no Brasil, é a Associação Brasileiras de Normas Técnicas (ABNT). As normas mais populares são: ISO 9000 e ISO 9001, conjunto de normas publicadas, que especi�ca os itens necessários, para a Fonte: Disponível aqui implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade em empresas. Foi publicada inicialmente em 1987. Além disso, existem as normas ISO 14000, que tratam das principais diretrizes do sistema de gestão ambiental e a ISO 14064, que especi�ca sobre a gestão de emissões e remoções de gases do efeito estufa (GEE). As organizações que adotam esses sistemas, de acordo com as normas ISO, passam por uma série de procedimentos e ajustes tecnológicos, físicos e humanos, são auditados e, por �m, recebem uma certi�cação. As Eras da Qualidade Garvin (2002) classi�cou as eras da qualidade, como vimos, em quatro fases: Inspeção; Controle Estatístico da Qualidade; Garantia da Qualidade; Gestão da Qualidade. Para uma melhor compreensão vamos avaliar as principais características de cada uma das eras: http://gestao-de-qualidade.info/sistemas-de-qualidade.html Fonte: Garvin, 2002 Características básicas Interesse principal Visão da Qualidade Ênfase Métodos Papel dos pro�ssionais da qualidade Quem é o responsável pela qualidade Inspeção Veri�cação. Um problema a ser resolvido. Uniformidade do produto. Instrumentos de medição. Inspeção, classi�cação, contagem, avaliação e reparo. O departamento de inspeção. Controle Estatístico do Processo Controle. Um problema a ser resolvido. Uniformidade do produto, com menos inspeção. Ferramentas técnicas e estatísticas. Solução de problemas e a aplicação de métodos estatísticos. Os departamentos de fabricação e engenharia (o controle de qualidade). Garantia da Qualidade Coordenação. Um problema a ser resolvido, mas que é enfrentado proativamente. Toda cadeia de fabricação, desde o projeto até o mercado, e a contribuição de todos os grupos funcionais, para impedir falhas de qualidade. Programas e sistemas. Planejamento, medição da qualidade e desenvolvimento de programas. Todos os departamentos, com a alta administração se envolvendo super�cialmente no planejamento e na execução das diretrizes da qualidade. Gestão Total da Qualidade Impacto estratégico. Uma oportunidade de diferenciação da concorrência. As necessidades de mercado e do cliente. Planejamento estratégico, estabelecimento de objetivos e a mobilização da organização. Estabelecimento de metas, educação e treinamentos, consultoria a outros departamentos e desenvolvimento de programas. Todos na empresa, com a alta administração exercendo forte liderança. 04 As Definições e Abordagens da Qualidade O Que é Qualidade Ao pensar em uma de�nição sobre o termo qualidade temos diversas opiniões e conceitos de diversos autores da área, por se tratar de um tema amplo e complexo e que está em constante mudança. De acordo com Garvin (2002, p. 48), é possível classi�car cinco abordagens distintas para a qualidade: Transcendental - a qualidade é sinônimo de excelência inata, e é absoluta e universalmente reconhecível. Di�culdade: pouca orientação prática. Baseada no produto - a qualidade é uma variável precisa e mensurável, oriunda dos atributos do produto. Corolários: melhor qualidade só com maior custo. Di�culdade: nem sempre existe uma correspondência nítida entre os atributos do produto e a qualidade. Baseada no usuário - a qualidade é uma variável subjetiva. Produtos de melhor qualidade atendem melhor aos desejos dos consumidores. Di�culdade: agregar preferências e distinguir atributos que maximizem a satisfação. Baseada na produção - a qualidade é uma variável precisa e mensurável, oriunda do grau de conformidade do planejado com o executado. Essa abordagem dá ênfase a ferramentas estatísticas (controle do processo). Ponto fraco: foco na e�ciência e não na e�cácia. Baseada no valor - abordagem de difícil aplicação, pois mistura dois conceitos distintos: excelência e valor, destacando os trade-o� qualidade X preço. Essa abordagem dá ênfase à Engenharia/ Análise de Valor - EAV. Ainda, de acordo com Garvin (2002, p. 59-60), o conceito de qualidade pode ser desdobrado em alguns elementos básicos que fazem parte da rotina do dia a dia das organizações, tais como: Desempenho: refere-se às características operacionais básicas do produto. Características: são as funções secundárias do produto, que suplementam seu funcionamento básico. Con�abilidade: re�ete a probabilidade de mau funcionamento de um produto. Conformidade: refere-se ao grau em queo projeto e as características operacionais de um produto estão de acordo com padrões preestabelecidos. Durabilidade: refere-se à vida útil de um produto, considerando suas dimensões econômicas e técnicas. Atendimento: refere-se à rapidez, cortesia, facilidade de reparo ou substituição. Estética: refere-se ao julgamento pessoal e ao re�exo das preferências individuais. Qualidade percebida: refere-se à opinião subjetiva do usuário acerca do produto. Compreendendo a Qualidade As empresas e organizações buscam se manter competitivas, por isso buscam formas e ferramentas que possam auxiliar nesse processo de desenvolvimento organizacional. A empresa precisa ser bem vista pelo mercado consumidor, isso leva o nome de construção de reputação e para que isso ocorra é necessário: qualidade, preço, valor agregado, prazo de entrega, atendimento, entre outros fatores. De acordo com (OAKLAND, 1994, p. 14), Qualidade é muitas vezes empregada com o signi�cado de 'excelência' de um produto ou serviço, suas necessidades e expectativas. O termo QUALIDADE é derivado do latim qualitate, que tem por tradução atributo ou condição das coisas ou das pessoas, que causa diferença uma das outras. De acordo com a American Society for Quality (2000), a qualidade pode ser de�nida como o grau até qual um conjunto de características inerentes satisfaz às necessidades. A qualidade precisa ter o aspecto de atender às necessidades do mercado consumidor, em que o cliente é o principal foco e tem exigências, desejos e necessidades especí�cas e precisa ser tratado com diferenciação. Nesse sentido as empresas precisam se adaptar ao mercado, equilibrando seus custos de produção e mantendo a qualidade exigida. Segundo Oakland (1994), a qualidade precisa ser encarada como uma relação constante entre a empresa e o mercado, onde existem clientes, concorrentes, fornecedores, que precisam ser analisados e compreendidos gerando um equilíbrio entre o mercado (ambiente externo) e a empresa (ambiente interno). A Qualidade como fator estratégico A questão da qualidade está diretamente ligada aos setores de uma empresa, nesse aspecto ela é vista como ferramenta estratégica para maximizar os resultados organizacionais. Dessa maneira, é necessário muito planejamento para que se de�na aonde a organização quer chegar, portanto, é essencial um bom planejamento estratégico das ações a serem realizadas para que seja possível atingir o objetivo. Acesse o link: Disponível aqui A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - dispõe de legislação especí�ca em várias áreas. Leia mais sobre a legislação especí�ca para alimentos na área de aditivos alimentares, contaminantes, embalagens, palmitos em conserva, promoção comercial de alimentos infantis, rotulagem entre outros. O planejamento estratégico, hoje utilizado pela maioria das empresas, é baseado na análise das ações de ambientes internos e externos, e as estratégias são ferramentas que permitem à organização atingir os objetivos. Ao se considerar a qualidade como uma relação entre as organizações com o mercado, torna-se possível a compreensão da qualidade como um fator estratégico para se atingir um determinado objetivo. O grande desa�o da qualidade é estabelecer um diferencial competitivo, para garantir que uma organização sobreviva em meio a ambientes cada vez mais competitivos. A qualidade é ainda uma das maiores contribuições operacionais para uma organização, uma vez que é a grande responsável pela redução de defeitos, redução de custos, aumento de produtividade, controle operacional, redução de retrabalho, ou seja, está presente e in�uencia diretamente em todas as atividades da organização. http://portal.anvisa.gov.br/alimentos Os Requisitos da Qualidade Segundo Oakland (1994), atender às exigências e requisitos é a principal característica da qualidade, e para isso é necessária a compreensão do ambiente que envolve a organização. Signi�ca dizer que compreender as relações entre organização, clientes, fornecedores e sociedade é de fundamental importância para o estabelecimento dos requisitos da qualidade. Assim sendo, muitos autores apontam a qualidade como uma atividade inserida dentro do marketing da organização, uma vez que a qualidade depende essencialmente de informações e pesquisas sobre as necessidades e exigências de clientes, e para com fornecedores. Os funcionários de marketing devem naturalmente compreender não apenas as necessidades do cliente, mas também conhecer a capacidade de sua própria organização em atendê-las (OAKLAND, 1994, p. 19). A comunicação clara e direta entre cliente e fornecedor é fundamental para que as organizações possam identi�car as não conformidades dos produtos vendidos ou serviços prestados. Uma falha na comunicação dos requisitos pelo setor de marketing da organização, com o cliente e/ou fornecedor, pode comprometer a qualidade do produto e, consequentemente, prejudicar a companhia. 05 Os processos de Gerenciamento A qualidade precisa estar em conformidade com os resultados traçados e isso precisa ser cuidado o tempo todo. A falta de controle e planejamento pode acarretar em diversos problemas, por isso é essencial utilizar métodos, ferramentas e processos adequados para ter o melhor resultado. O que é um Processo? Processo é a transformação de um conjunto de inputs - que podem incluir ações, métodos e operações - em outputs que satisfazem às necessidades e expectativas de um cliente na forma de produtos, informação, serviços ou - de modo geral - resultados (OAKLAND, 1994, p. 23). A diferença entre um projeto e um processo é que no projeto a atividade tem começo meio e �m, já o processo é contínuo. Um projeto gera resultados especí�cos, que podem se tornar um processo. Imagine um projeto de construção de uma empresa, ou o desenvolvimento de um novo produto, ao se darem por encerrados, esses projetos darão origem a processos, às atividades da nova empresa ou à comercialização contínua de um novo produto. Existem diversas de nições de processo, que vão desde sequência de atividades organizadas que transformam as entradas dos fornecedores em saídas para os clientes, com um valor agregado gerado pela unidade, ou um conjunto de causas que geram um ou mais efeitos, até atividades repetitivas que transformam um conjunto de entradas em saídas mensuráveis (CARVALHO; PALADINI, 2005, p. 98). Figura 1 | Fonte: o autor Todo processo ocorre através de entradas (INPUTS) passam por um processamento até gerar as saídas (OUTPUTS), e isso o tempo todo, desta forma, compreende-se que os processos são �uxos constantes de melhorias. Percebe-se a necessidade de as organizações estarem abertas às mudanças, pois somente desta forma será possível atingir melhores resultados e gerar a satisfação e permanência do cliente, que deve ser sempre o principal foco. A melhoria contínua dos processos A melhoria contínua é a principal atividade presente de um processo, e para se assegurar de que o processo esteja em constante atualização, seguem alguns conceitos relacionados à gestão por processos (CARVALHO; PALADINI, 2005, p. 112): o foco deve ser no cliente; a empresa deve estar orientada para processos e não para as tarefas; o trabalho deve agregar valor; uso intensivo de tecnologia da informação; valorizar o trabalho em equipe; gerenciar de forma mais holística; vantagens podem ser obtidas realizando-se processos simultâneos. Fundamentos de Excelência Se voltarmos alguns anos no tempo veremos que as empresas tinham um foco nos resultados �nanceiros, ou seja, as entradas �nanceiras é que mantinham a empresa viva no mercado competitivo. Porém, ao passar do tempo, as organizações começaram a entender que diversos fatores in�uenciavam nos resultados, pois é necessário lidar com questões de funcionários e clientes, processos e fornecedores, serviços e atendimento. Foi a partir de 1980, através da busca por melhorias na qualidade e maximização da produtividade e resultados, que nos EUA reuniram-se um grupo de especialistas para avaliarformas e práticas das empresas mais bem-sucedidas para entender seus modelos de processos como diferenciais competitivos. Surgem então os chamados Modelos de Excelência, que são um conjunto de critérios e ações que uma organização precisa aplicar em suas práticas para suprir as necessidades dos envolvidos com a organização, sendo funcionários, sócios, gestores, sociedade, clientes, entre outros. Dessa forma, as organizações, públicas e privadas, passaram a documentar seus processos, com relatórios que servem de base para análises e planejamentos constantes de melhorias. Com esses relatórios se torna possível avaliar os pontos fortes e fracos da organização, buscando mudanças e adaptações necessárias para atingir melhores resultados. Esses relatórios geram pontuações de excelência, que podem premiar as organizações que conseguem aplicar com qualidade esses processos. Os modelos de excelência tiveram seu início devido à grande necessidade de um processo de melhoria constante para atingir melhor qualidade, isso teve início na década de 1950, no Japão, onde posteriormente foi implantado na Europa, América do Norte e América Latina. Segundo Martinelli (2009, p. 58), dentre os diversos modelos de excelência existentes, abordaremos neste capítulo somente três deles, que são: Prêmio Deming; Prêmio Malcolm Baldrige; Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), bastante in�uenciado tanto pelo modelo japonês (Deming) quanto pelo modelo americano (Malcolm Baldrige). Os conceitos da Gestão da Qualidade É importante mencionarmos também outros prêmios de destaque, como o Prêmio Australiano (Australian Business Excellence Award) e o Prêmio Canadense (Canadian Quality Award), lançados na mesma época do prêmio Malcolm Baldrige. Atualmente estima-se existirem cerca de 80 Prêmios de Qualidade em diversas nações do mundo (MARTINELLI, 2009, p. 95). De acordo com Oliveira (2004), gestão de perdas é uma metodologia voltada para a otimização do uso dos recursos empresariais pela eliminação total das perdas. Todas as empresas (inclusive de serviços) estão sendo obrigadas a se adaptarem à nova realidade do mercado e a se aperfeiçoarem de forma contínua e e�ciente. Uma das principais tarefas da gerência da empresa moderna é, então, a detecção e eliminação das perdas ocorridas durante suas atividades, já que a presente concorrência exige especialização e competência nas atividades da empresa, se esta quiser manter-se no mercado. A evolução dos modelos de excelência O Prêmio Deming e o Prêmio Malcolm Baldrige Conforme cita Martinelli (2009, p. 65), foi criado no Japão, o Prêmio Deming, que é considerado o primeiro prêmio de qualidade lançado no mundo, instituído após palestras proferidas por W. Edwards Deming, o que fez com que o prêmio acabasse denominado Deming Prize. Atualmente, o prêmio é patrocinado pela Japanese Union of Scientists and Engineers (JUSE) e é dividido em quatro categorias: Indivíduos - concedido a uma pessoa que tenha feito uma contribuição notável para a teoria, aplicações e métodos de controle da qualidade, normalmente por meio de trabalhos publicados. Prêmio de Aplicação Deming (Deming Aplication Prize) – prêmio destinado a empresas que aplicaram com sucesso o Controle da Qualidade por toda a empresa. Prêmio Japonês de Controle da Qualidade - aberto somente a empresas já detentoras do Prêmio Deming, contempla as empresas que apresentam práticas e padrões elevados de qualidade, durante pelo menos cinco anos. Prêmio Deming Estrangeiro - concedido a empresas interessadas no processo de exame, na implantação do Controle da Qualidade Total. O prêmio só foi aberto para em presas não japonesas em 1984. O julgamento dos critérios de avaliação do prêmio é realizado e baseia-se em dez critérios principais (CARVALHO; PALADINI, 2005, p. 99-100): 1. Política. 2. Organização e sua operação. 3. Informação. 4. Padronização. 5. Recursos Humanos. 6. Garantia da Qualidade. 7. Manutenção. 8. Melhoria. 9. Efeitos (Resultados). 10. Planos Futuros. Segundo Martinelli (2009), o prêmio japonês, diferentemente do brasileiro e do americano, indica nos itens de veri�cação e as práticas que devem ser utilizadas, tais como métodos estatísticos, revisão de projetos, modelo PDCA, círculos de controle da qualidade, entre outros. Em 1988, como resposta à invasão de produtos japoneses em solo norte-americano e intencionando estimular a competitividade das empresas, os Estados Unidos lançou o prêmio Malcolm Baldrige National Quality Award. O prêmio norte-americano teve grande importância a partir de então, até que 12 anos mais tarde o Japão lançou o Japan Quality Award, um novo modelo de excelência, porém não descritivo. O prêmio americano possui três categorias: Negócios - subdividido em manufatura, serviços e pequenas empresas; Saúde; Educação - Ensino Médio, Fundamental, Básico e Superior. O Prêmio Americano de Qualidade Malcolm Baldrige avalia o sistema de gestão da qualidade das organizações, através das análises de resultados obtidos e das melhorias alcançadas em sete critérios: Liderança - liderança organizacional e responsabilidade social. Planejamento estratégico - desenvolvimento e distribuição da estratégia. Foco nos clientes e no mercado - conhecimento do cliente e do mercado, e relacionamento dos clientes com a satisfação. Os conceitos da Gestão da Qualidade Informação e análise - medida e análise do desempenho organizacional, informação e gerência do conhecimento. Recursos humanos - sistema de trabalho, aprendizagem e motivação do empregado, e bem-estar e satisfação do mesmo. Gestão de processos - processo da criação do valor e processo da sustentação. Resultado dos negócios - resultados dos clientes focalizados, produtos e resultados dos serviços, resultados �nanceiros e do mercado, resultado dos Recursos Humanos, resultado organizacional da e�cácia, governança e resultados sociais de responsabilidade. 06 O Modelo de Excelência Brasileiro - O Prêmio Nacional da Qualidade Martinelli (2009) a�rma que em 1989, pro�ssionais de diversas indústrias formou um grupo de estudos, juntamente com consultores e pesquisadores do meio acadêmico para desenvolver um prêmio de qualidade brasileiro, com base nos modelos americano, europeu e japonês, porém com conceitos de gestão nacional. Em 1990, o Comitê Nacional de Qualidade e Produtividade considerou o estabelecimento de um prêmio nacional de qualidade. Um ano mais tarde, em 11 de outubro de 1991, foi criada a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (FPNQ), que em 2005 passou a ser denominada Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), entidade privada e sem �ns lucrativos, instituída por 39 empresas dos setores público e privado, e que foi criada para administrar e representar institucionalmente o Prêmio Nacional da Qualidade, criado em 1992, nos fóruns internacionais que defendem a promoção da conscientização para a busca da excelência na gestão das organizações, além da disseminação das informações e conceitos relativos às práticas e técnicas de gestão bem-sucedidas (MARTINELLI, 2009, p. 95). A partir do ano de 2005, os diversos setores e ramos de atividades das organizações foram subdivididos em cinco categorias de premiação (candidatura), de acordo com o setor e porte. (MARSHAL et al., 2006, p. 46-47). Grandes empresas - organizações com mais de 500 pessoas na força de trabalho. Médias empresas - organizações com 51 a 500 pessoas na força de trabalho. Pequenas e microempresas - organizações com 50 ou menos pessoas na força de trabalho. Órgão da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal - poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Organizações de Direito Privado e Sem Fins Lucrativos. Para a Fundação Nacional da Qualidade, as organizações elegíveis que desejam participar do Prêmio Nacional da Qualidade devem promover ações que busquem o atendimento pleno do modelo de gestão, referenciado nos Critérios de Excelência (CE). Acesse o link: Disponível aqui O processo de melhoria contínua está relacionado tanto à implantação de pequenos projetos,como também a projetos estratégicos complexos que precisam ser avaliados e gerenciados por processos organizacionais, pois seus aspectos poderão re�etir nos produtos, processos e até mesmo no próprio sistema de gestão da qualidade. Ferramentas de Melhoria Contínua Ação corretiva: tem como objetivo eliminar ou diminuir as causas de uma não conformidade ocorrida ou de uma situação indesejável, devendo ser direcionada aos efeitos da não conformidade encontrada, ou seja, a ação corretiva somente deverá ser aberta se o impacto da não conformidade for relevante. Ação preventiva: visa prevenir o acontecimento da não conformidade, eliminando a recorrência de problemas. Determina e elimina a causa das não conformidades em potencial para prevenir a sua ocorrência. Esses critérios de excelência levam as organizações a buscarem um melhor diagnóstico do sistema de gestão, nesse sentido, para buscar obter o prêmio a organização precisa se atentar a alguns pontos, tendo como informações requeridas subdivididas em três partes, a saber: elegibilidade; inscrição para a candidatura; relatório de gestão. Esses aspectos serão analisados por uma banca de especialistas de diversos setores, que consigam avaliar de maneira crítica o sistema de gestão da organização que se candidatou ao prêmio. Todo o processo de análise e as críticas serão apontadas em um relatório que a organização receberá para compreender seus pontos fortes e fracos e quais as oportunidades de melhoria. http://www.blogdaqualidade.com.br/melhoria-continua/ 07 Os Sistemas Normalizados de Gestão Os modelos de gestão da qualidade, com o passar do tempo, começaram a exigir documentação devido aos processos que surgiram, isso levou o nome de documentos normativos, como regulamentos, especi�cações, relatórios, normas, entre outros. As normas são documentos estabelecidos pelo senso comum e aprovados por um organismo reconhecido, que fornece diretrizes, estabelece regras, de�ne características para as atividades ou resultados. As normas podem ser internacionais, exemplo o ISO, regionais, como exemplo o Mercosul, e nacionais como, por exemplo, a ABNT e DIN. (MARTINELLI, 2009, p. 92). As Normas Internacionais da ISO Em meados de 1946, devido à necessidade de se facilitar, em nível mundial, a coordenação e uni�cação de normas industriais, foi criada uma organização que começou a funcionar o�cialmente em 1947, denominada lnternational Organization for Standardization (ISO) - o pre�xo ISO é derivado do grego “isas” que signi�ca mesmo, igual - ou Organização Internacional de Normalização. O ISO é uma organização não governamental internacional, que reúne mais de uma centena de organismos nacionais de normalização, e que tem o objetivo de promover o desenvolvimento da padronização e de atividades correlacionadas, de forma a possibilitar o intercâmbio econômico cientí co e tecnológico em níveis mais acessíveis aos aludidos organismos (MARSHAL, 2001. p. 112). Martinelli (2009) a�rma que a normalização tem vários objetivos, com foco em gerar economia na produção, gerar processos mais e�cientes e também proporcionar a troca de informações entre os envolvidos, com foco central de proteção ao cliente e minimizando problemas comerciais ou técnicos. No ano de 1987, o ISO lançou a família de normas ISO 9000, baseada nas normas britânicas de qualidade e nas expectativas e contribuições de especialistas e representantes de diversos países, que conseguiram superar divergências e chegar a um resultado de grande contribuição na evolução da garantia e da gestão da qualidade nas organizações. Nos anos de 1994 e 2000 ocorreram revisões gerais nas normas ISO 9000, no intuito de melhorar aspectos preventivos da gestão e garantia da qualidade (MARTINELLI, 200, p. 115). A normalização é o processo de desenvolvimento, difusão e aplicação de normas técnicas, para a solução ou prevenção de problemas, com a participação de todos os interessados, para a promoção da economia global. Ela é um mecanismo que promove o desenvolvimento tecnológico e viabiliza a consolidação da tecnologia nacional e a disseminação da inovação. As normas técnicas estabelecem as expectativas em relação a um produto, processo, serviço ou sistema de gestão, quanto a requisitos de qualidade, de desempenho, de segurança, ambientais, de procedimentos, de formas, de dimensões, de classi�cações e de terminologias, cuja observância não é obrigatória. As normas técnicas são estabelecidas por consenso e aprovadas por um organismo reconhecido que visa à otimização de benefícios para as empresas e para a comunidade. Ela é um instrumento que torna possível a globalização dos mercados e o estabelecimento de novas bases para a competitividade das empresas. A participação dos pequenos negócios na normalização de forma estruturada é fundamental para in�uir nas normas brasileiras e internacionais que estão sendo elaboradas, considerando as condições de operação dessas empresas. Formas de atuação No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o foro nacional de normalização por reconhecimento da sociedade brasileira e con�rmado pelo Governo Federal por meio de instrumentos legais. Níveis de normalização Internacional (vários países): Organismo Internacional de Normalização (ISO, na sigla em inglês), Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC, na sigla em inglês). Fonte: Disponível aqui Regional (países de uma determinada região geográ�ca, econômica ou política): Associação Mercosul de Normalização (AMN), Comissão Pan- americana de Normas Técnicas (COPANT). Nacional (um país especí�co): no Brasil, ABNT; na França, AFNOR; na Argentina, IRAM; na Alemanha, DIN. Empresarial (cada empresa cria suas próprias normas técnicas). Benefícios A utilização da normalização para os produtos, serviços e processos tem uma série de benefícios para as empresas e para os consumidores. São eles: Economia: proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos, resultando em economia de recursos empregados. Comunicação: promover meios mais e�cientes para a troca de informações entre os fabricantes e os clientes, aumentando, assim, a con�abilidade das relações comerciais e de serviços. Segurança: proteger a vida humana e a saúde. Simpli�cação: reduzir a crescente variedade de procedimentos e tipos de produtos. Proteção ao consumidor: ampliar a qualidade de produtos e serviços e defender os interesses dos consumidores e cidadãos. Desenvolvimento sustentável: desenvolver métodos para avaliação de impactos ambientais, sociais e econômicos e ferramentas para mitigação dos efeitos que causam esses impactos. Eliminação de barreiras técnicas e comerciais: evitar a existência de regulamentos con�itantes sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando o intercâmbio comercial. A respeito dos benefícios proporcionados pela normalização, a ABNT destaca que ela “é utilizada cada vez mais como um meio para alcançar a redução de custo da produção e do produto �nal, mantendo ou melhorando sua qualidade”, aumentando dessa forma, a competitividade das empresas que têm seus processos e sistemas normalizados. http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-normalizacao,82bc438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD O Sistema de Certificação "Certi�cação é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente, sem relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que determinado produto ou processo está em conformidade com os requisitos especi�cados. Esses requisitos podem ser nacionais, estrangeiros ou internacionais" (MARSHAL et al., 2006, p. 65). A grande questão do processo de certi�cação está na conscientização da necessidade pela qualidade, com foco em se manter competitivo em um mercado altamente exigente e que está em constante mudança. A certi�cação é efetuada por um organismo de certi�cação credenciado no Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (lnmetro) para exercer tal atividade. Em busca dereconhecimento internacional, o lnmetro estruturou seu sistema de certi�cação com composição equilibrada de representantes da sociedade, o que mantém imparcialidade necessária na avaliação das concessões dos certi�cados. Dentre os vários organismos credenciados pelo lnmetro para realização de auditorias e certi�cações de empresas, destaca-se a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), uma entidade privada e sem �ns lucrativos, fundada em 1940, e considerada o único fórum de normalização em âmbito nacional, de acordo com a Resolução n.º 07 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro). A ABNT é a responsável pela produção de normas técnicas nacionais e pela representação brasileira na ISO (MARTINELLI, 2009, p. 115). O atestado de conformidade dos sistemas de gestão de qualidade (ISO 9000) e de gestão ambiental (ISO 14001) de uma empresa é concedido através de um documento denominado Certi�cado de Registro de Empresa ABNT. 08 Padronização, Controle e Melhoria Padronizar é um dos modelos de grande sucesso nas indústrias, que foi iniciada por Henry Ford em suas linhas de produção. Levou esse modelo para dentro do contexto da Administração Cientí�ca da Produção, sendo o grande precursor da mudança do modelo artesanal para a produção em massa. “Não basta padronizar, é preciso melhorar continuamente.” Henry Ford A adoção de um sistema de gestão para um modelo de excelência implica, na maioria dos casos, padronização de métodos, técnicas e práticas de uma determinada organização. Assim, considerando que os prêmios de qualidade e as normas técnicas como a ISO, por exemplo, são direcionadores para um processo de padronização de uma empresa, representam o consenso comum a respeito das práticas mais adequadas, e que por sua vez proporcionam melhor desempenho para a organização (MARTINELLI, 2009, p. 113). Padronizar facilita a veri�cação de requisitos na produção de um produto, observando se o mesmo contempla a conformidade necessária e com isso simpli�cando o processo de melhoria contínua da empresa. O gerenciamento estratégico da qualidade é uma abordagem sistemática para o estabelecimento e obtenção de metas de qualidade por toda a empresa. Isto é, qualidade é responsabilidade de todos em uma empresa, não só de um departamento especí�co de qualidade. A Trilogia Juran A Trilogia Juran, nome dado ao conceito de Gerenciamento da Qualidade, criado por Joseph M. Juran, engenheiro e advogado romeno nascido no início do século XX, tem papel fundamental na evolução dos conceitos referentes à qualidade, devido à utilização do modelo, baseado em três processos gerenciais conhecidos: Planejamento - é um conjunto de atividades que visam desenvolver produtos e processos necessários, para atender às necessidades dos clientes, ou seja, é o processo de preparação para obtenção dos objetivos. Controle - é o processo para assegurar o cumprimento dos objetivos de�nidos no planejamento e durante as operações. Melhoria - é o processo para produzir com níveis superiores e inéditos de execução. Visa elevar os resultados a novos níveis de desempenho, seja este incremental ou inovador. Cada um dos lados da trilogia procura envolver algumas etapas essenciais para assegurar a garantia, conforme tabela: Tabela 1 - | Fonte: Martinelli, 2009 Planejamento Identi�car clientes; Determinar as necessidades do cliente; De�nir as características dos produtos que respondem às necessidades dos clientes; Elaborar processos capazes de reproduzir essas características. Capacitar os colaboradores à implantação do plano. Controle Avaliar o desempenho; Comparar o desempenho obtido com as metas; Atuar a partir das diferenças. Melhoria Estabelecer a infraestrutura necessária para as segurar uma constante melhoria; Identi�car as necessidades especí�cas para a criação de projetos de melhoria; Criar para cada projeto uma equipe com a responsabilidade de torna-los bem-sucedidos; Fornecer os recursos e treinamentos necessários às equipes para identi�car causas, estimular o estabelecimento de uma solução e implementar controles para auferir resultados. O diagrama da Trilogia de Juran é representado em forma grá�ca com as variáveis em função do tempo e do custo da não qualidade (de�ciências da qualidade). Com os padrões estabelecidos, as organizações fazem de forma alternativa a execução do controle da qualidade, com o intuito de prevenir que as coisas piorem. Outra forma de entender o conceito é através da aplicação do ciclo PDCA (MARTINELLI, 2009, p. 115). A importância da padronização em uma organização O fator padronização de serviços, produtos, processos, técnicas, dentre outros, é o grande responsável pela sobrevivência de muitas empresas em mercados cada vez mais competitivos. A padronização como técnica destina-se a de�nir produtos com base nas necessidades dos clientes, além de especi�car os métodos de produção, as maneiras de atestar a conformidade de tais produtos e garantir que os mesmos atendam às necessidades para o qual foram desenvolvidos. Assim, a padronização tem papel fundamental em uma organização, pois é um processo que bene�cia de forma considerável a redução de custos, a maximização da capacidade produtiva e a garantia de produtos com características idênticas. Com a padronização diminuem-se as dispersões e os resultados tornam-se previsíveis, e por sua vez, controláveis. A padronização facilita o processo de controle, que é fundamental para garantir que a qualidade desejada em um determinado produto seja atendida. Ainda, a padronização é responsável por estabilizar processos e assim delegá-los diretamente aos ‘donos do processo’; liberando a gerência para se preocupar com os projetos de melhoria, o que assegura a capacidade de inovação da organização e confere maior competitividade à organização (MARTINELLI, 2009, p. 115). A padronização é um dos principais mecanismos para se garantir uma boa percepção dos clientes em relação aos produtos oferecidos e contornar o problema da assimetria de informação. A extinção da variação nos processos e procedimentos vigentes na empresa somente pode ser promovida com o estabelecimento de rotinas de trabalho. Essas rotinas não devem ser estáticas, mas sim dinâmicas, permitindo o acúmulo de informações que aumentem a e�ciência na produção e no fornecimento de produtos e serviços. Esse acúmulo de informações pode ser denominado de aprendizagem, também explicado como “um processo no qual a repetição e a experimentação fazem com que, ao longo do tempo, as tarefas sejam efetuadas de forma mais rápida e melhor e que as novas oportunidades operacionais sejam efetivamente experimentadas” (TIGRE, 2006, p. 60). Quando uma empresa estabelece uma rotina de trabalho, passa a operar de forma mais autônoma, ou seja, não necessita de uma coordenação hierárquica rígida, já que os trabalhadores têm suas funções bem determinadas e conseguem responder e tomar decisões com mais facilidade e iniciativa. Esse tipo de organização passa a ser pré-requisito na administração de corporações, assim como de empresas de pequeno porte. As empresas que atingem um alto grau de padronização buscam sinalizar seus clientes por meio de certi�cações e propagandas, para que associem a marca a um padrão elevado de qualidade. 09 O Ciclo PDCA Fonte: Martinelli, 2009 O ciclo PDCA vem do inglês Plan (Planejar), Do (Fazer), Check (Controlar) e Act (Agir), normalmente utilizado para o processo de gerenciamento da qualidade nas organizações. Nesse processo, o entendimento das necessidades e expectativas do cliente é re�etido pela satisfação do mesmo, enquanto o sucesso da organização depende e exige da participação de todos, o que pode ser traduzido na responsabilidade gerencial. Além disso, a prevenção é menos onerosa do que a correção e a dinâmica do mercado exige um acompanhamento efetivo nos processos de melhoria contínua, não permitindo assim, a ausência de qualidade de um produto ou serviço (MARTINELLI, 2009, p. 122). Quando pensamos em problemas,entendemos como um efeito não desejado dentro de um processo, já uma meta é o resultado que se espera atingir, nesse sentido, podemos dizer que um problema é a meta não cumprida. Vamos entender um pouco mais sobre essas etapas, conforme Martinelli (2009, p.115): 1. Planejamento – do inglês “Plan” O primeiro passo do ciclo PDCA consiste no estabelecimento de planos para eliminar os gargalos que estão sendo combatidos, conforme o que se espera atingir em termos de metas para a organização e para o processo em questão. Quando se estipulam expectativas já num momento inicial do processo de gestão, a coerência, a continuidade e a precisão da execução do conjunto de elementos são, por si só, objetivos. É interessante começar de maneira pequena e controlada, a �m de fazer testes para veri�cação dos efeitos. Você pode de�nir nessa etapa mudanças na forma como as coisas são feitas, envolvimento de mais ou menos pessoas e o uso de ferramentas acessórias. O importante é pensar nos pequenos testes que podem ser feitos a partir dessas resoluções antes de mirar grandes mudanças na empresa como um todo. 2. Execução – do inglês “Do” Esta é, de fato, a fase que engloba mais “mão na massa” da metodologia PDCA, na qual deve executar todos – e cada um dos – planos de�nidos na primeira etapa. A coleta de dados deve ser feita também nessa etapa – embora essas informações sejam apenas utilizadas nas etapas posteriores. 3. Veri�cação – do inglês “Check” É chegado o momento de estudar e analisar profundamente os dados coletados na fase Do. A partir disso, se pode fazer uma comparação bastante apurada sobre o que foi obtido e o que era esperado, na fase Plan. As diferenças precisarão ser levadas em conta – se positivas ou negativas, a �m de analisar todo o processo, de modo crítico. 4. Ação – do inglês “Act” Na última etapa do método PDCA serão tomadas todas as medidas cabíveis para corrigir a rota e possíveis distorções que tenham desviado os resultados obtidos dos esperados, determinando causas. Caso não haja nada a ser aperfeiçoado, a metodologia pode ser um pouco mais detalhada, a �m de pôr em prática possíveis melhorias, no momento de repetição de uma das fases. Normalmente na etapa Act existem dois resultados possíveis. O primeiro é aceitar que o ciclo funcionou em termos de amenizar os gargalos. Dessa forma, as mudanças propostas devem ser implementadas e enraizadas na cultura da empresa. O ciclo deve ser feito novamente contemplando outros processos ou gargalos. O segundo resultado possível é perceber que os planos propostos não resolveram os gargalos contemplados, provavelmente, por erros de diagnóstico. Nesse caso, o ciclo deve ser repetido tendo como foco o mesmo processo ou gargalo. A não ser que a equipe responsável acredite que o processo já está maduro o su�ciente. O SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, ressalta que ao implementar o Ciclo PDCA é importante que o gestor evite: Fazer sem planejar; De�nir as metas e não de�nir os métodos para atingi-las; De�nir metas e não preparar o pessoal para executá-las; Fazer e não checar; Planejar, fazer, checar e não agir corretivamente, quando necessário; Parar após uma “volta” do ciclo. A não execução de uma das etapas do ciclo pode comprometer seriamente o processo de melhoria contínua. Por este motivo, a ferramenta apresentada aqui deve ser encarada como um processo contínuo em busca da qualidade máxima requerida por um procedimento ou produto. A�nal, como dito no início deste post, o foco principal do Ciclo PDCA é a melhoria contínua. Acesse o link: Disponível aqui O Ciclo PDCA também é chamado de ciclo de Shewhart ou de Deming, nomes que atribuem crédito aos seus idealizadores. O engenheiro Walter Shewhart foi o criador do método, nos anos 1920, mas o modelo foi se tornar famoso apenas nos anos 1950, principalmente no Japão, graças ao professor americano William Deming, que é considerado o pai do controle de qualidade nos processos produtivos. Seus criadores foram inspirados principalmente pelos americanos Clarence Irving Lewis e John Dewey, que foram dois dos fundadores da escola �losó�ca do pragmatismo, além de outros diversos �lósofos que escreveram sobre a geração de conhecimento. Dewey re�etiu sobre a solução de problemas em cinco passos, os quais foram essenciais para a criação do Ciclo PDCA que hoje conhecemos, sendo eles: 1. Perceber a di�culdade; 2. Localizar o problema; 3. De�nir o problema; 4. Sugerir possíveis soluções e desenvolver através do raciocínio as in�uências sugeridas; 5. Observar posteriormente as soluções aplicadas, que levam a sua aceitação ou rejeição. Inicialmente, o ciclo foi desenvolvido para ser aplicado na administração da qualidade da gestão, sendo um método recomendado para o aprimoramento contínuo da qualidade, mas seu uso foi aprimorado e hoje o PDCA é uma das principais ferramentas para a compreensão do processo administrativo e para a solução de problemas. O método passou por diversas alterações durante seus mais de 90 anos de existência e pode ser adaptado para ser utilizado em qualquer tipo de empresa, independentemente do seu tamanho ou enfoque. https://www.siteware.com.br/metodologias/ciclo-pdca/ 10 A Abordagem da Gestão da Qualidade Total – GQT Os mercados atuais são altamente competitivos e cada vez mais globalizados, com isso as organizações precisam ter uma preocupação ainda maior com a Qualidade Total. Os concorrentes não são mais locais, mas estão em todo o lugar e os clientes estão cada vez mais com o poder, por isso sobreviver nesse mercado não é tarefa fácil. As organizações de classe mundial podem ser de�nidas como empresas líderes de seus segmentos e referências para outras organizações do mesmo setor, ou até mesmo de outros setores da Economia. Essas empresas buscam não somente serem melhores em seus mercados, mas também buscam condições de igualdade para competir em mercados globais, onde a qualidade total e excelência em desempenho são apenas requisitos, e não mais diferenciais, como muitos ainda acreditam (MARTINELLI, 2009, p. 123). Ser uma organização de excelência é envolver todos da organização com o mesmo foco: ser a melhor no mercado que se pretende atuar. Por isso a Gestão da Qualidade Total é uma abordagem que envolve todos os setores que atuam na organização, com foco de entregar o melhor, sempre. "A qualidade é importante demais para ser deixada somente aos ‘pro�ssionais da qualidade'; não pode ser alcançada na empresa toda, se é deixada para os especialistas" (OAKLAND, 1994, p. 31). O modelo de Gestão da Qualidade Total proporciona melhorias em diversos aspectos da organização, como: produtividade, competitividade, �exibilidade, entre outras melhorias. Além disso, em uma organização que tem seus processos funcionando de maneira e�ciente facilita o desenvolvimento de um ambiente voltado à motivação dos indivíduos que nela atuam. Todo e qualquer trabalho realizado em prol da qualidade contribui para maior e�ciência e aumento de lucros da empresa, e por isso é importante que a organização esteja segura de que utiliza práticas e procedimentos adequados para gerenciamento da qualidade. Muitas empresas acreditam que suas linhas de produção são insigni�cantes e que não há necessidade nem justi�cativas para implementação de um modelo GQT, ou ainda que para o seu negócio a metodologia de GQT não funciona (MARTINELLI, 2009, p. 123). De acordo com Oakland (1994, p. 58), antes de se chegar a tal conclusão, faz-se necessário veri�car algumas questões: Está sendo feita alguma tentativa de avaliação dos custos originados de erros, defeitos, desperdícios, reclamações de clientes, vendas perdidas, etc.? Se assim for, eles são mínimos ou insigni�cantes? O padrão de gerenciamento da qualidade é adequado? São feitos esforços para assegurar que a correta consideração seja dada à qualidade, na fase de projeto? Estão em boa ordem os sistemas de qualidade da organização - a documentação, os procedimentos, as operações, etc.? O pessoal tem sidotreinado na prevenção de erros e de problemas da qualidade? Eles descobrem antecipadamente e corrigem causas potenciais de problemas ou inspecionam e rejeitam? As instruções de trabalho contêm as necessárias informações sobre qualidade? Elas são mantidas atualizadas? Os empregados trabalham de acordo com as instruções? O que está sendo feito para motivar e treinar os funcionários para que façam o trabalho correto na primeira vez? No ano passado, quantos erros e defeitos foram cometidos? E a quantidade de desperdício? Esses números são maiores ou menores do que os do ano anterior? Segundo Vieira (2007, p. 156), a GQT é composta por cinco itens básicos, em torno dos quais são montadas as estratégias das organizações. Qualidade intrínseca - signi�ca planejar e executar o trabalho, de forma a garantir que a qualidade do bem ou do produto que se produz esteja de acordo com o proposto. Preço baixo - signi�ca ter planejamentos detalhados dos bens e insumos, custos de mão de obra, investimentos e utilizar bons fornecedores-parceiros, além de ter uma execução dos processos, minimizando as perdas e o tempo. Pontualidade - signi�ca manter baixos estoques e garantir, através da boa relação fornecedor-cliente, que haverá sempre um estoque mínimo controlado pelo fornecedor para reposição automaticamente. Segurança na utilização - signi�ca ter garantia naquilo que se está produzindo, através de instrumentos adequados para aferir no processo a qualidade dos produtos ou serviços. Moral da equipe - signi�ca ter grande preocupação e dedicação aos aspectos de capacitação e motivação dos funcionários, por ser esta a base do GQT. O modelo faz com que ocorra uma grande mudança cultural na organização e é necessário que todos estejam envolvidos, a ponto de transformar a rotina em desa�os. O ponto de partida para a melhoria é reconhecer a necessidade, e isso vem do reconhecimento do problema. Como primeiro ponto de importância para assegurar o sucesso de um projeto de processo de melhoria contínua, é absolutamente necessário o comprometimento de todos, desde a alta direção da empresa. O ciclo PDCA é uma ferramenta gerencial para a melhoria contínua, pois a sua aplicação permite que os processos sejam ao mesmo tempo avaliados durante sua operacionalização e também forneçam subsídios (retroalimentação) para melhorias, preparando o processo para mais um giro do ciclo. Isso acaba por criar uma cultura de melhoria contínua, exatamente o que prega a �loso�a Kaizen. 11 Os Mandamentos da GQT A Gestão da Qualidade Total é vista como uma ferramenta estratégica para que uma organização atinja a liderança em um mercado competitivo. Porém, para que isso aconteça é necessária uma maior simpli�cação dos processos com objetivo de maximizar a relação fornecedor-cliente. Segundo Martinelli (2009), têm os chamados “Mandamentos da Qualidade”, que com base nos pesquisadores da área servem para a organização atingir melhores resultados. Vamos conhecer esses mandamentos, conforme Martinelli (2009, p.158): 1º. Mandamento - Comprometimento O comprometimento de todos os envolvidos com a organização, sejam estes clientes internos ou externos, fornecedores ou parceiros, com a melhoria contínua dos processos e a busca constante pela excelência, é fundamental para a implantação do GQT. O planejamento da qualidade deve começar pela alta diretoria, que deve liderar o processo para que progressivamente atinja toda a organização. 2º. Mandamento - Mudança Cultural A mudança cultural é um dos primeiros passos para a implementação do modelo GQT. É fundamental que a organização adote a �loso�a do "fazer certo da primeira vez" e principalmente do “zero defeito”; ou seja, não tolerar erros. Para que isso ocorra, é necessário conhecer perfeitamente as necessidades e expectativas dos clientes internos e externos, além de utilizar de forma rigorosa o modelo EPDCA (Evaluate - Avaliar; Plan - Planejar; Do - Fazer; Check- Controlar; Amend - Aperfeiçoar). 3º. Mandamento - Satisfação Cliente-Fornecedor A total satisfação de clientes e fornecedores, através do compromisso com as necessidades e expectativas de ambos, deve ser uma premissa primordial para o sucesso da implantação do modelo GQT. A organização deve compreender que o cliente é a razão de existir da organização, e para que isso seja explicitado é necessário constante processo de interação e troca de aprendizados entre organização, clientes e fornecedores. 4º. Mandamento - Comunicação e Disseminação de Informações Um dos requisitos da Gestão da Qualidade Total é a transparência e o acompanhamento do �uxo das informações, garantindo que as mesmas cheguem ao destino de forma satisfatória e complementar ao processo. 5º. Mandamento - Desenvolvimento de Recursos O desenvolvimento de recursos humanos remete à ideia do “formador de especialistas”, ou seja, aquela organização que desenvolve, nos seus próprios, Um modelo de Gestão da Qualidade Total - GQT recursos, habilidades que contribuam tanto para sua vida pessoal quanto pro�ssional. É fundamental estar presente o espírito de colaboração e iniciativa nos trabalhadores, é de suma importância o conhecimento da missão, valores e metas da organização, para que os mesmos tenham uma efetiva mudança de postura pro�ssional e se sintam partes integrantes do processo de mudança. 6º. Mandamento - Gestão Participativa e Trabalho em Grupos Através da disseminação das informações e da cultura de desenvolvimento de recursos humanos, torna-se mais fácil a criação de uma gestão participativa na organização. A participação fortalece as decisões, gera compromisso e mobiliza os envolvidos com os resultados. 7º. Mandamento - Sistemas e Ferramentas Os sistemas, as ferramentas de controle de desempenho e a garantia da qualidade são os elementos que fazem com que recursos desenvolvidos, comprometidos com a mudança cultural da organização e utilizando-se de uma comunicação adequada, contribuam para que os clientes tenham suas necessidades 100% atendidas (MARTINELLI, 2009, p. 158). Mudança de Cultura da Organização Segundo Joia (2008), as organizações são vistas como uma formação de pessoas com um objetivo em comum. Sendo que ela surge através de um líder ou idealizador que enxerga uma oportunidade e desenvolve estratégias com objetivos de obter resultados lucrativos através desse projeto. Nesse sentido, é essencial que a organização tenha uma �loso�a de evolução, na qual a cada processo, cada atendimento, cada problema, a empresa possa aprender e se desenvolver, melhorando e crescendo no mercado competitivo. Por isso, implantar um modelo estratégico de Gestão da Qualidade é um passo importante na mudança da cultura organizacional, melhorando motivações. Objetivos, crenças e valores, sendo assim, uma organização mais �exível e competitiva. O termo cultura organizacional foi cunhado em 1982 por um cientista PhD em Harvard e professor do MIT, Edgard Schein. Muitas pessoas acham que cultura é algo escrito em pedra. Que vem de algum lugar do além e acaba se instalando nas organizações de alguma forma que o ser humano não pode controlar. Mas Schein de�ne cultura de uma forma que me agrada muito, pois não trata como um aspecto de�nitivo. Veja a sua de�nição para o tema: Cultura organizacional é um padrão de premissas básicas compartilhadas que foram aprendidas por um grupo, na medida em que resolveram seus problemas de adaptação externa e integração interna… um produto de aprendizado compartilhado (SCHEIN, 1982). A Gestão da Qualidade Total é visto então como um programa de melhorias dos processos que, por consequência, reduzem custos e problemas, mas quando bem implantado pode mudar a cultura de uma organização. 12 O Modelo 5S O Japão foi o grande iniciador do movimento 5S, quando as empresas japonesas estavam em uma situação caótica, sujas e desorganizadas, além de diversos problemas operacionais, entre outros fatores. No �nal da década de 1960, o movimento 5S começou a tomar parte das organizações japonesas, no intuito de contribuir para o
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