Buscar

Direito propriedade industrial

Prévia do material em texto

O Direito da propriedade industrial ou Direito Industrial é regulado pela Lei n° 9.279, de 14 de Maio de 1996. Não é um direito sobre uma propriedade, e, tampouco, destinado à industria como atividade transformadora visto que engloba o exercício da atividade empresarial, tanto em caráter comercial quanto industrial. O Direito Industrial é um ramo do Direito voltado para o desenvolvimento e a investigação de novas tecnologias, dispondo de um conjunto de regras jurídicas que regem o desenvolvimento da atividade das empresas em função à seus produtos e serviços e também como estão relacionadas aos seus concorrentes no mercado.
Ante o que foi exposto, torna-se visível que a criação de novos produtos está propícia à acontecer e, para que o inventor tenha algum benefício em seus inventos, este deve fazer o registro de patente. O registro de patente torna pública a invenção em questão, possibilitando o uso indevido desta. Com intuito de evitar esta situação, existe o segredo de empresa, que por sua vez, tipifica como crime de concorrência desleal, evitando o uso de informações e dados confidenciais que são utilizados na indústria, comércio ou prestação de serviços, salvo nos casos em que as referidas informações sejam de domínio público ou evidentes para um técnico no assunto. Tipifica também como crime de concorrência desleal, o acesso ao segredo de empresa decorrente de meios fraudulentos ou derivados de relação contratual empregatícia, vide art. 195, XI e XII, LPI.
Entende-se por marca, aquela que é usada como meio de distinção de produtos ou serviços de outros idênticos ou semelhantes que possuam origem diversa. A marca coletiva é utilizada para identificar a origem destes produtos e serviços quanto à membros de uma determinada sociedade. Verifica-se se o referido produto ou serviço está em conformidade com as normas e especificações técnicas, no que se refere à qualidade, natureza, material utilizado e a metodologia empregada através da marca de certificação.
Outro aspecto importantíssimo quanto às invenções, é saber se esta foi realizada pelo empregado ou empregador, sendo de fácil identificação utilizando-se dos dispositivos constantes na Lei de Propriedade Industrial. Analisando o Capítulo XIV do Título I, da lei ora mencionada, verifica-se que: a priori, a invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao empregador, quando decorrem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou que resulte da natureza dos serviços para os quais o empregado foi contratado. O empregado que for responsável por inventar ou aperfeiçoar, poderá receber participação nos ganhos econômicos resultantes da exploração da patente, quando concedida pelo empregador, este, titular da patente. Não obstante, irá pertencer exclusivamente ao empregado a invenção que seja por ele desenvolvido, desde que desvinculado do contrato de trabalho e que não seja decorrente de utilização de recurso, meios, dados, materiais, equipamentos ou instalações do empregador. 
Desenho industrial ou Design é uma característica fundamental na escolha de um produto pelo Consumidor, portanto, o seu registro torna-se de certa forma, indispensável. O Design nada mais é do que a forma plástica ornamental de um objeto ou conjunto ornamental de linahs e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando novo resultado visual em sua configuração externa, ou seja, é a alteração da forma do objeto ou de sua estética, que não altere a finalidade a qual se destina o referido produto.
Ao tratarmos da patenteabilidade, devemos observar os seguintes dispositivos da LPI:
“Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.”
“Art. É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.”
Observados os requisitos supracitados, verifica-se que a novidade, incide sobre a matéria do objeto da pesquisa ou invenção que não tenha sido revelada previamente, seja por via oral, escrita ou do uso, logo, não podendo ser de domínio de pesquisadores ou de cientistas especializados. Com relação à atividade inventiva, os resultados de suas pesquisas não podem ser de fácil constatação para o técnico especializado na área, portanto, não pode ser o resultado de uma combinação de elementos que já pertençam ao estado da técnica o qual não produz algum resultado distinto do conhecido. A invenção também deve atender ao requisito da industriabilidade, que por sua vez, garante que a produção ou utilização da invenção é viável em qualquer tipo de indústria, ou mesmo para qualquer outra atividade de qualquer finalidade. O último requisito de patenteabilidade é o do desimpedimento, ou seja, a invenção não deverá conter quaisquer impedimentos de ordem pública discriminado no art. 18/LPI, que revela os inventos não patenteáveis, que seguem:
Contrário à moral e bons costumes
Contrario à segurança, à ordem e saúde pública
as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e  todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade.
Da registrabilidade do desenho industrial:
Não pode o desenho industrial ser obra de caráter puramente artístico, não pode estar compreendido no estado da técnica, e deve ser original, ou seja, deve resultar em uma configuração visual distinta em relação à outros objetos, porém, poderá resultar da combinação de elementos já conhecidos.
Da registrabilidade da marca:
 Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais.
novidade relativa, que é requisito de exigir que a marca identifique produtos ou serviços em 
relação aos dos concorrentes. Não é exigida a novidade absoluta, assim não é necessário que aquele 
que irá requerer o registro tenha criado o sinal, em sua expressão lingüística, mas 
que lhe dê, ou mesmo ao signo não lingüístico, uma nova utilização. A proteção da 
marca registrada é restrita à classe dos produtos ou serviços a que pertence o objeto 
marcado. A única exceção à regra da especificidade, é o da marca de “alto renome”, 
a qual terá proteção em todos os ramos de atividade (art. 125/LPI), assim o seu 
detentor poderá impedir a sua utilização por qualquer outro empresário, ainda que 
se dedique a atividade econômica diversa; 
 não-colidência com marca notória: o art. 126/LPI, permite ao INPI negar o 
registro da marca que reproduza ou imite, ainda que parcialmente, uma outra marca 
que notoriamente não pertence ao requerente e sim a outrem. 
 Desimpedimento: que não atenda aos impedimentos contidos no art. 124/LPI
Pedido de patentes:
Art. 19. O pedido de patente, nas condições estabelecidas pelo INPI, conterá:
        I - requerimento;
        II - relatório descritivo;
        III - reivindicações;
        IV - desenhos, se for o caso;
        V - resumo; e
        VI - comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito.
O pedido de patentes está sujeito ao procedimento administrativo do INPI, que primeiramente deve ser realizado o Depósito do pedido, objetivando a proteção legal junto ao instituto. Após o depósito, o pedido de patente será submetido à um exame formal preliminar e, se devidamente instruído será admitido e numerado. Estando o pedido admitido e numerado, ele será publicado após 18 meses da data do depósito. Estando publicada a patente deve passar por um exame técnico que resultará na elaboração do relatório de busca de anterioridades e parecer técnico, e posteriormente deferido estando atendidostodos os requisitos legais. Após ser deferido, deverá ser recolhida uma taxa de Expedição referente à carta de patente ou certificado de adição.
Extinção do direito industrial: 
 - De uma forma geral, a patente de invenção dura 20 anos, contados da data do depósito, 
ou de 10 anos da concessão, o que ocorrer por último, e a patente de modelo de utilidade o 
prazo é de 15 anos, contados do depósito, ou 7 anos, após a concessão, o que ocorrer por 
último, não se admitindo a prorrogação. O registro do desenho industrial dura 10 anos, 
contados do depósito, admitindo-se até três prorrogações sucessivas, de 5 anos cada. O 
registro de marca dura 10 anos, contados da concessão, e é sempre prorrogável.
Sendo vencido o prazo de vigência de 10 (dez) anos previsto em lei, e não havendo o requerimento de renovação, considerar-se-á extinto o registro e os direitos do seu titular.
Quando um registro não é utilizado dentro do prazo de cinco anos que precede a apresentação do pedido de caducidade, é passível de ser extinto.
A renúncia é o meio de que dispõe o titular do registro para provocar sua extinção antes do transcurso do prazo decenal, pois é claro que a perda da marca ocorrerá de qualquer modo diante da falta de prorrogação do registro.
substituição do produto pela marca que o assinalar, generalizando-se de tal forma que a marca acaba por perder o seu caráter distintivo, condição essencial de validade da mesma. Perdendo o seu caráter distintivo, perde a marca a sua própria função essencial, que é a de identificar e diferenciar o produto que assinala dos demais produtos de origem diversa, não mais distinguido-os
secondary meaning. Neste fenômeno, um termo genérico termina alcançado distintividade, capacitando-o para ser registrado como uma marca.

Continue navegando