Buscar

Perícias em Medicina do Trabalho - PÓS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PERÍCIAS EM 
MEDICINA DO TRABALHO
PROF.A MA. OLÍVIA ALAIDE DA SILVA LUZ CAPARROZ
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional: 
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
33WWW.UNINGA.BR
U N I D A D E
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5
1 - SÍNTESE HISTÓRICA ............................................................................................................................................ 6
1.1. CONCEITOS .......................................................................................................................................................... 7
1.1.1. ASPECTOS TÉCNICOS E SOCIAIS ................................................................................................................... 7
1.1.2. OQUE SÃO PRINCÍPIOS ................................................................................................................................... 9
1.1.3. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO .............................................................................................................................. 9
1.1.4. PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO OPERÁRIO (OU IN DUBIO PRO MISERO) ................................................ 10
1.1.5. PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL .................................................................................................. 10
1.1.6. PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA (CLÁUSULA MAIS VANTAJOSA) ......................................... 10
1.1.7. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE .................................................................................................... 11
1.1.8. PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA ........................................................................ 11
INTRODUÇÃO À MEDICINA DO TRABALHO E OS 
PRINCÍPIOS BASILARES DA CONVENÇÃO DAS 
LEIS DO TRABALHO
PROF.A MA. OLÍVIA ALAIDE DA SILVA LUZ CAPARROZ
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
PERÍCIAS EM MEDICINA DO TRABALHO
4WWW.UNINGA.BR
1.1.9. PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL OU IRREDUTIBILIDADE SALARIAL ................................... 11
1.1.10. PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS (OU INDISPONIBILIDADE) .. 12
1.1.11. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO ................................................................... 12
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 14
5WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
A medicina do trabalho surge a partir da necessidade de proporcionar melhores condições 
de saúde aos trabalhadores, especificamente aos que atuavam nas indústrias durante os anos da 
II Guerra Mundial em condições extremamente adversas cominado com jornadas extensas de 
trabalho.
Pretende-se, neste tópico, apresentar um breve histórico da evolução da medicina do 
trabalho. Compreender a origem da medicina do trabalho e qual é a sua importância social tanto 
para a ciência do direito como para a medicina.
Ademais, o acidente de trabalho e a doença ocupacional representam um sério problema 
de saúde pública e para a economia de uma nação, que pode levar não só ao fechamento de 
uma empresa como também a retração econômica de um país. No Brasil, além da função de 
estabelecer melhores condições de saúde e qualidade de vida aos trabalhadores, a perícia em 
medicina do trabalho está intrinsicamente ligada à análise previdenciária contemplada na Lei de 
Benefícios da Previdência Social nº 8.213, de 24 de julho de 19912, e Lei Complementar nº 150, 
de 1º de junho de 2015.
Neste sentido, é fundamental analisar os princípios gerais do direito do trabalho, espécies 
normativas que contemplam e positivam os direitos fundamentais, e são as bases da Consolidação 
das Leis do Trabalho – CLT no Brasil. 
A Lei nº 13.467/2017, também denominada como Reforma Trabalhista, trouxe algumas 
alterações nos princípios acima expostos, que serão abordados, tendo em vista que o perito deve 
ter como instrução em sua análise no caso prático a CLT os princípios por ela abarcados e as 
normas regulamentadoras. 
6WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
1 - SÍNTESE HISTÓRICA
A raiz histórica da medicina do trabalho remonta ao ano de 1700 na cidade de Módena, 
na Itália, quando o médico Bernardino Ramazzini lançou a obra De Morbis Artificum Diatriba 
(As doenças dos trabalhadores). Neste livro, foram objeto de estudo 54 grupos de trabalhadores, 
abrangendo mais de 60 profissões, relacionando as atividades, as doenças consequentes e as 
medidas de prevenção e tratamento. (ROSEN, 1994, p. 45-46)
A obra de Bernardino Ramazzini foi texto base da medicina preventiva do trabalho até 
meados do século XIX, com a Revolução Industrial. Nesta ocasião, não havia norma jurídica de 
proteção à saúde do trabalhador, mas as sementes lançadas por Bernardino Ramazzini foram 
fundamentais para estabelecer os pilares doutrinários e jurídicos sobre o tema. 
A partir da primeira metade do século XX, ocorreu uma expansão significativa nos 
direitos dos trabalhadores, que contou com a contribuição da OIT e o avanço do capitalismo. Os 
métodos de Taylorismo e, posteriormente, do Fordismo necessitavam de operários de boa saúde, 
pois assim teriam baixo índice de absenteísmo e alta produção desejada. (OLIVEIRA, 2011, p. 
60)
Desde então, o papel dos médicos tornou-se decisivo no processo de seleção dos mais 
aptos para contratação e no atendimento dos pacientes nas dependências da própria empresa, 
de modo que assim que houvesse um retorno mais célere dos trabalhadores para a linha de 
montagem. 
No Brasil, o desenvolvimento de uma legislação de proteção aos trabalhadores surgiu com 
o processo de industrialização, durante a República Velha (1889-1930). Inicialmente esparsa, a 
legislação trabalhista foi ampliada no Governo Vargas (1930-1945) com a Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT), instituída pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943. (BRASIL, 1943)
No ano de 1931, durante o governo Getúlio Vargas, foi criado o Departamento Nacionaldo Trabalho com a função de fiscalizar o cumprimento de leis sobre acidentes laborais, jornada, 
férias, organização sindical e trabalho de mulheres e menores. No ano seguinte, foram criadas as 
inspetorias regionais nos estados da federação, as quais posteriormente foram transformadas nas 
Delegacias Regionais do Trabalho. (ANAMT. 2018)
O crescimento das indústrias resultou no aumento do número de trabalhadores urbanos, 
o que, consequentemente, trouxe novas preocupações para o governo brasileiro. É nesse cenário 
que surge no país, em 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, com ela, as primeiras 
referências à higiene e segurança no trabalho.
Em 10 de novembro de 1944, também durante o governo de Getúlio Vargas, foi criada a 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, surgindo então os primeiros passos para 
a implantação da Segurança do Trabalho no Brasil, mas somente em 1953, com a aprovação da 
Portaria nº 155 é que houve a regulamentação das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes 
de fato. O objetivo das ações da CIPA é observar e relatar as condições de risco no ambiente de 
trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutralizar os 
mesmos.
Em 1947, a OIT adota a Convenção nº 81, que estabelece que cada membro da organização 
deve ter um sistema de inspeção do trabalho nos estabelecimentos industriais e comerciais. 
A experiência dos países industrializados transformou-se na Recomendação nº 112 de 1959, 
estabelecida pela OIT, que tratava dos “Serviços de Medicina do Trabalho”, tendo sido substituída 
pela Convenção nº 161 da OIT, de 1985, e sua respectiva Recomendação, de nº 171. (OIT, 2016).
7WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
No Brasil, o serviço médico só passou a ser obrigatório a partir da Portaria nº 3.237/1972 
do Ministério do Trabalho de acordo com o grau de risco e quantidade de empregados. 
(BRASIL,1972)
O setor estava se ampliando, e os médicos brasileiros relacionados à área que compareciam 
aos congressos internacionais perceberam a necessidade de uma associação onde pudessem se 
reunir para atualizar e trocar conhecimentos. É neste cenário que surge, em 26 de março de 1968, 
por iniciativa do médico Oswaldo Paulino, a Associação Nacional de Medicina do Trabalho.
A Constituição Federal de 1988 no artigo 7º e seguintes trouxe a constitucionalização 
dos princípios e garantias fundamentais dos direitos do trabalho que serão abarcados a seguir. 
(BRASIL, 1988)
 Formalmente, a medicina do trabalho foi reconhecida como especialidade médica pelo 
Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2003 por meio da resolução CFM 1643.
1.1. Conceitos
O direito do trabalho é o ramo do direito composto por regras, princípios e institutos 
sistematicamente ordenados, aplicáveis à relação de trabalho e situações equiparáveis que 
objetivam a melhoria da condição social do trabalhador, com a previsão de aplicação de sanções 
quando descumprido seus mandamentos.
A maior característica do direito do trabalho é a proteção do trabalhador por meio de 
regulamentações mínimas de trabalho. Somado a esta característica, acrescenta-se a limitação na 
vontade individual no contrato de trabalho.
As relações de trabalho se dividem em duas modalidades principais: as relações individuais 
e coletivas. O âmbito do direito individual do trabalho tem-se as relações de emprego comum 
e especial, enquanto que no direito coletivo são inseridas as relações coletivas de trabalho que 
compreendem a negociação e contratação coletiva, e os institutos da greve e liberdade sindical.
1.1.1. Aspectos técnicos e sociais
O profissional indicado para atuar como perito ou assistente técnico tem a obrigação 
legal e ética de ser um profundo conhecedor do assunto relacionado a perícia que irá elaborar, 
sob pena de produzir prova emanada de inconsistências técnicas. Essa obrigação tem previsão 
legal nos artigos 156 e seguintes do CPC, e 195 da CLT.
Para uma produção justa de uma prova pericial e ao final conseguir a elaboração 
de um laudo técnico de excelência, é primordial ter conhecimento prévio da le-
gislação base, aplicável à perícia médica do trabalho que consiste em: Normas 
Regulamentadoras – NR, do Ministério do Trabalho; Consolidação das Leis do Tra-
balho – CLT, e a Lei 13.105/2015 – código de processo civil na seção X – da Prova 
Pericial – Art. 464 a 480
8WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Lei nº 13.105/2015 - Código de processo Civil
Seção II - Do Perito
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de 
conhecimento técnico ou científico.
§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e 
os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido 
pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, 
por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de 
grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, 
ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, 
para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para 
manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização 
do conhecimento e a experiência dos peritos interessados.
§ 4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos 
termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização 
da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais 
que participarão da atividade.
§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo 
tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre 
profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do 
conhecimento necessário à realização da perícia.
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o 
juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando 
motivo legítimo.
§ 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da 
intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de 
renúncia ao direito a alegá-la.
§ 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização 
dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a 
nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica 
e a área de conhecimento.
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas 
responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em 
outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das 
demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo 
órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis (BRASIL, 2016).
Ademais, caso o perito não obedeça às imposições técnicas para a prática de determinado 
ato, ou não responda os quesitos de acordo com as mesmas imposições, pode comprometer o seu 
trabalho com a impugnação do laudo pericial pela parte que se sentir prejudicada. Tanto o perito 
como o assistente técnico ao elaborar seu parecer deve observar todos os aspectos técnicos de 
higiene ocupacional quando se tratar de pedido adicional de insalubridade nos termos da NR15 
e demais normas trabalhistas.
Deve ainda se atentar para todas as suas avaliações qualitativas, mensurações e coletas 
de amostras de agentes químicos ambientais no intuito de averiguar em que grau se encontram 
(médio, moderado ou fiel), sendo que estes estão atrelados as técnicas impostas pelas regras de 
higiene ocupacional.
9WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA1.1.2. O que são princípios 
Os princípios são as espécies normativas que contemplam e positivam os direitos 
fundamentais (ALELUIA, 2018, p.39). Constituem a base de todo ordenamento jurídico, não 
sendo diferente no direito do trabalho. Américo Plá Rodrigues define os princípios como sendo:
As linhas diretrizes que informam normas e inspiram direta ou indiretamente 
uma série de soluções, pelo que podem servir para promover e embasar a 
aprovação de novas normas, orientar a interpretação das já existentes e resolver 
casos não previstos na lei. (apud RENZETTI, 2018, p. 3)
 
Os princípios podem exercer tripla função, são elas: 
A) Função informativa – norteiam/informam o legislador na elaboração da norma. São, 
portanto, classificados como fonte material do direito. 
B) Função normativa ou integrativa – integram o ordenamento jurídico, suprimindo, 
por exemplo, as lacunas do direito.
C) Função interpretativa – auxiliam na interpretação das normas jurídicas. 
A aplicação dos princípios consta de forma expressa no artigo 8º da CLT, onde prevê:
Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta 
de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela 
jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas 
gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo 
com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que 
nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
§ 1º - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho. § 
2º - Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal 
Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão 
restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam 
previstas em lei. 
§ 3º - No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça 
do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais 
do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 
de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da 
intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva (BRASIL, 1943).
Neste diapasão, os princípios contemplam a função de interpretar a norma e sua atividade 
de integração sobre determinado tema de direito do trabalho, razão pela qual se mostra necessário 
o estudo dos norteadores do direito do trabalho.
1.1.3. Princípio da proteção
O princípio da proteção é considerado a base dos direitos trabalhistas. O seu objetivo é 
estabelecer equilíbrio entre à relação laboral e o capital, em outras palavras, equilibrar a relação 
empregado e empregador, conferindo ao empregado a hipossuficiência nesta relação, haja vista a 
dependência econômica do empregado em face do empregador.
10WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Para alguns doutrinadores, como Rogério Renzetti, um princípio que sofreu impactos 
negativos com a Lei nº 13.467/2017, conhecida com Reforma Trabalhista, uma vez que este 
prestigia os interesses dos empresários. O princípio da proteção se subdivide em três vertentes: o 
princípio do in dubio pro operário, princípio da norma mais favorável e o princípio da condição 
mais benéfica (cláusula mais vantajosa).
1.1.4. Princípio do in dubio pro operário (ou in dubio pro misero)
Esse princípio é voltado para o intérprete da norma trabalhista, que em caso de duas ou 
mais interpretações distintas, deve-se escolher sempre a mais benéfica ao trabalhador. Todavia, a 
dúvida que ensejar a escolha de uma interpretação mais benéfica ao trabalhador deve observar o 
princípio da razoabilidade, no sentido de considerar o pretendido pelo legislador, bem como ser 
compatível com o ordenamento jurídico (RENZETTI, 2017, p. 4).
1.1.5. Princípio da norma mais favorável
Este princípio determina que havendo duas ou mais normas aplicáveis ao caso 
concreto, deverá ser aplicada aquela mais favorável ao trabalhador independentemente de ser 
hierarquicamente superior a outra. É aplicado nos casos em que houver omissão ou obscuridade 
normativa, ocasião em que se deve manter a interpretação mais favorável ao trabalhador. É 
importante ressaltar que esse princípio não é absoluto, ou seja, não poderá ser aplicado quando 
existirem normas de ordem pública ou de caráter punitivo, como ocorre com o prazo da 
prescricional (RENZETTI, 2017, p. 7).
1.1.6. Princípio da condição mais benéfica (cláusula mais vantajosa)
Esse princípio está consagrado na Súmula nº 51 do TST, a qual preconiza o seguinte: 
Súmula nº 51 do TST - NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E 
OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT (incorporada 
a Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 
25.04.2005. 
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas 
anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou 
alteração do regulamento. 
II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do 
empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do 
outro (BRASIL, 2005).
 
Em outras palavras, as condições mais benéficas estabelecidas no contrato de trabalho 
ou no regulamento da empresa serão incorporadas definitivamente ao contrato de trabalho, não 
podendo ser reduzidas ou suprimidas no seu curso. Todavia, esse princípio sofreu modificações 
com o advento da Lei nº 13.468/2017, uma vez que esta modificou o § 3º do artigo 614 da CLT, 
pela qual constou que “Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo 
coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade”. Neste sentido, restou 
revogada a cláusula por convenção coletiva, não podendo a norma mais ser aplicada. 
11WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Seja qual for a teoria aplicável, alguns pressupostos devem ser observados. Pri-
meiramente, a norma a ser aplicada não poderá ser incompatível com o ordena-
mento jurídico, ou seja, deve ser considerada legal e constitucional.
1.1.7. Princípio da primazia da realidade
Este princípio está insculpido no artigo 9º da CLT, ipsis litteris: “Serão nulos de pleno 
direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos 
preceitos contidos na presente Consolidação” e na Súmula nº 12 do TST na qual tem-se que “As 
anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção 
juris et de jure, mas apenas juris tantum”.
Os fatos reais são o que mais importa para o direito do trabalho e não a aparente verdade 
traduzida por meras anotações na carteira de trabalho ou nos contratos. Sendo assim, ocorrendo 
confronto entre a verdade real/fatos e a formal/provas prevalecerá a verdade real. Importante 
ressaltar que a realidade não pode violar preceito legal. Por exemplo: um enfermeiro técnico 
realizar procedimento específicos de médicos.
1.1.8. Princípio da inalterabilidade contratual lesiva
Assim como em âmbito do direito civil, no contrato de trabalho vigora o princípio do 
pacta sunt servanda, contudo, sobre os contratos de trabalho também incide o princípio da 
inalterabilidade contratual lesiva que preconiza a vedação de alteração contratual desfavorável 
ao trabalhador. Neste caso, a autonomia da vontade das partes é limitada, uma vez que não pode 
implicar em prejuízos ao trabalhador e depender da aceitação (ALELUIA, 2018, p. 73).
A Lei nº 13.467/2017 trouxe alterações a este princípio ao inserir o parágrafo único no 
artigo 444 da CLT prevendo que a livre estipulação/autonomia das partes se aplica às hipóteses 
previstas no artigo 611-A desta Consolidação com a mesma eficácia legal e preponderância sobre 
os instrumentos coletivos, como no caso de empregado portador de diploma de nível superior 
e que perceba salário mensal igual ousuperior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do 
Regime Geral de Previdência Social (BRASIL, 1947). 
O artigo 611-A prevê, dentre outras, a possibilidade de alteração contratual de acordo 
com a autonomia da vontade das partes e, além disso, de versar sobre banco de horas anual, 
intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de 30 minutos para jornadas superiores a 6 
horas, troca do dia de feriado, etc.
1.1.9. Princípio da intangibilidade salarial ou irredutibilidade salarial
Este princípio está insculpido na Constituição Federal artigo 7º, inciso VI, no qual consta, 
de forma taxativa, a vedação a redução dos salários dos empregados, salvo disposição diversa em 
acordo ou convenção coletiva (BRASIL, 1988). Na CLT, este princípio tem previsão no artigo 462, 
no qual ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo 
quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. O objetivo 
deste princípio é atingir a estabilidade financeira do empregado (BRASIL, 1947). 
12WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
1.1.10. Princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas (ou 
indisponibilidade)
Este princípio determina que, em regra, os direitos trabalhistas não podem ser objeto 
de renúncia ou transação. Em outras palavras, os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo 
trabalhador, tendo em vista o caráter imperativo e obrigatório das normas trabalhistas. A renúncia 
é a declaração unilateral de vontade mediante a qual a parte abre mão de um direito. A transação, 
por outro lado, é ato bilateral baseado em concessões recíprocas. 
Neste sentido, os direitos trabalhistas são imperativos e de observância obrigatória. Sendo 
assim, não são passiveis de renúncia e nem de transação, salvo nas situações em que a própria lei 
admitir.
O artigo 841 do Código Civil determina que “Só quanto a direitos patrimoniais de caráter 
privado se permite a transação”. Nesta lógica, sendo o direito do trabalho de ordem pública e 
indisponível, de observância obrigatória, não pode ser transacionado (BRASIL, 2002). 
Os direitos trabalhistas podem ser abarcados de indisponibilidade absoluta e 
indisponibilidade relativa. A indisponibilidade será absoluta quando o direito merecer tutela 
de interesse público, em razão de compor um patamar civilizatório mínimo como ocorre com 
os direitos constitucionais em geral, normas de tratados ou convenção internacionais, normas 
relativas a cidadania do empregado (assinatura da CTPS, inscrição previdenciária e recolhimento 
do FGTS) (DELGADO, 2011, p. 211). Os demais direitos, sobretudo aqueles previstos em norma 
coletiva, são passíveis de indisponibilidade meramente relativa, podendo estas ser objeto de 
transação.
1.1.11. Princípio da continuidade da relação de emprego
Este princípio tem por objetivo evitar a brevidade e incerteza do mercado de trabalho. 
Determina que a regra é a de que os contratos de trabalho sejam pactuados por prazo 
indeterminado. Sendo assim, contratos por tempo determinado constituem exceções permitidas 
em lei, desde que observados os requisitos por ela impostos, como por exemplo, a exigência de 
os contratos serem sempre escritos. Em outras palavras, tais contratos devem seguir os requisitos 
legais para sua configuração e precisam ser provados, pois impera a presunção de que os contratos 
são por prazo indeterminado como decorrência deste princípio. Mencionado princípio encontra-
se disposto nos arts. 10 e 448 da CLT e Súmula nº 212 do TST.
O perito judicial do trabalho deve exercer as suas atividades de acordo com todos 
os princípios éticos na condução de todas as diligências periciais, sob pena de ter 
seu laudo pericial impugnado pela parte que se sentir prejudicada ou pelo próprio 
magistrado que o nomeou. Portanto, os peritos devem estar atentos tanto aos fun-
damentos e princípios técnicos como para os fundamentos e princípios jurídicos. 
13WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
AS DOENÇAS DOS TRABALHADORES
Autor: BERNARDINO RAMAZZINI
Esta obra foi publicada pela primeira vez em 1700. 
Observando as queixas de seus pacientes e seus 
ofícios, Ramazzini identificou que o trabalho pode 
ser um determinante o processo de adoecimento. 
Ao discorrer sobre as doenças de diversas profis-
sões, revela os primeiros indícios de uma prática 
médica direcionada ao estabelecimento de diag-
nósticos de doenças ocupacionais. 
Esta Obra está disponível para Download no sitio 
eletrônico da Fundacentro gratuitamente no link: 
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblio-
teca-digital/publicacao/detalhe/2016/6/as-doen-
cas-dos-trabalhadores. 
DEONTOLOGIA NA MEDICINA DO TRABALHO E 
ETICA NAS: COMUNIDADES DE TRABALHO
Autor: DAPHINIS FERREIRA SOUTO
Iniciando-se por um panorama de alguns dos gran-
des pensadores que se dedicaram ao assunto, o 
autor descreve sobre a responsabilidade do médi-
co quando, em pleno exercício profissional, cuida 
da saúde das pessoas em seu trabalho visando ao 
bem comum. 
DIREITO DO TRABALHO - TEORIA E QUESTÕES 
PRÁTICAS - SÉRIE PROVAS E CONCURSOS
Autor: ROGÉRIO RENZETTI
Esta é uma obra didática de fácil compreensão, in-
cisiva no auxílio da fixação dos conceitos mais im-
portantes em matéria trabalhista, em que o autor 
descreve as alterações inseridas no ordenamento 
pela Lei nº 13.467/2017 e demais normas do direi-
to do trabalho, aliando a teoria com a prática. 
Figura 2 - Capa da Obra Direito 
do Trabalho, Rogério Renzetti 
(2017).
Figura 1 - As doenças dos Traba-
lhadores. Bernardino Romanzzi-
ni. (1700).
Figura 3 - Capa Obra. Deonto-
logia na medicina do trabalho e 
ética na comunidade de trabalho. 
Daphnis Ferreira Souto (2011).
14WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Tempos Modernos - O clássico de Charlie Chaplin mos-
tra a rotina exaustiva e enlouquecedora de um operá-
rio numa linha de montagem. Em uma cena célebre, o 
protagonista persegue uma mulher por achar que os 
botões de sua roupa são os parafusos que ele precisa 
apertar. Este foi uma crítica nos anos 1930 à organiza-
ção do trabalho nas indústrias da época. Mas sua visão 
ácida sobre os efeitos da tecnologia sobre o indivíduo 
continua atual, afirma Limongi-França. “Hoje, as máqui-
nas são usadas exaustivamente no trabalho”, explica. 
“Isso leva a uma obsessão coletiva pela tecnologia e 
até a lesões por esforço repetitivo pelo uso intenso do 
teclado e do mouse, por exemplo”, diz a professora da 
FEA-USP. 
Figura 4 - Filme Tempos 
Modernos. Charlie Chaplin 
(1936).
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Para que se construa uma análise sobre o exercício da medicina nas relações de trabalho se 
faz necessário estabelecer o mesmo nível de raciocínio e compreensão por todos os envolvidos de 
modo que princípios éticos e morais devem permanecer interligados pelo profissional ao elaborar 
um laudo pericial. O profissional da medicina tem como finalidade a promoção, preservação e 
recuperação da saúde e seu exercício é uma atividade eminentemente humanitária e de suma 
valoração social. 
Quanto aos operadores do direito, compete a análise e julgar ações referentes a acidente 
de trabalho com o fim de coibir a perpetuação de trabalho degradante ou que coloque em risco a 
qualidade de vida e saúde do trabalhador. Para tanto, é necessário que o profissional da medicina 
demonstre ao operador do direito se a atividade exercida pelo empregado tem algum vínculo/
nexo causal entre a enfermidade ou acidente de trabalho sofrido pelo trabalhador.
Em outras palavras, para que ocorra a responsabilização do empregador é necessário que 
esteja caracterizado pelo profissional da saúde o nexo causal entre a culpa ou dolo do empregador. 
Como exemplo, tem-se como culpa do empregador quando este não observar as normas legais, 
convencionais contratuais ou técnicas de segurança,higiene e a saúde do trabalhador. 
15WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Neste sentido, a empresa tem a obrigação legal de cumprir e fazer cumprir por seus 
funcionários as normas de segurança do trabalho com a finalidade de se evitar acidentes ou 
doenças ocupacionais, prestando-lhes informações sobre os riscos das operações que serão 
desempenhadas e dos produtos que serão manipulados. 
Diante do exposto, a pretensão deste tópico foi apresentar os liames históricos da 
medicina do trabalho, assim como os princípios gerais da legislação trabalhista, no intuito de 
que o profissional médico, tenha o devido preparo para a realização de laudo médico pericial em 
conformidade com as determinações legais. 
1616WWW.UNINGA.BR
U N I D A D E
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 17
1 - O CONTRATO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO ................................................................................ 18
2 - DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA ........................................................................................................................ 20
2.1. VÍNCULO CELETISTA, ESTATUÁRIO E MILITAR ............................................................................................ 25
2.2. CONCEITOS, DIFERENÇA ENTRE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE .................................................. 31
2.3. APOSENTADORIA ............................................................................................................................................ 32
2.4. INSPEÇÕES DO TRABALHO ............................................................................................................................ 36
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 39
O CONTRATO DE TRABALHO 
E RELAÇÃO DE EMPREGO
PROF.A MA. OLÍVIA ALAIDE DA SILVA LUZ CAPARROZ
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
PERÍCIAS EM MEDICINA DO TRABALHO
17WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Este módulo tem como objeto de estudo o contrato de trabalho e os vínculos trabalhista, 
suas características e legislação aplicável, contrato de trabalho compreende um negócio jurídico 
em que a parte ativa é representada pelo prestador de serviços e passiva pelo tomador de serviço. 
18WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
1 - O CONTRATO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE 
EMPREGO
Quanto ao plano de validade, o contrato de trabalho deve ter os requisitos do artigo 104 
do Código Civil, ou seja, as partes devem possuir capacidade para o exercício do que se destina 
cumprir, o objeto de trabalho deve ser lícito, possível e determinado ou determinável (BRASIL, 
2002). Todavia, salienta-se que a formalidade não é um requisito primordial, a fim de se 
estabelecer um contrato de trabalho, mas o princípio da primazia da realidade, já estudado em 
tópico anterior, determinando que no direito do trabalho prevaleçam os acontecimentos fáticos 
provados nos autos, não obstante do eventual conteúdo de documento confeccionado durante a 
relação de emprego, como exemplo o cartão ponto, recibo de pagamento, etc. 
No tocante à capacidade, é preciso mencionar o inciso XXXIII do artigo 7º da Constituição 
Federal de 1988, que proíbe a realização de “trabalho noturno, perigoso, ou insalubre para 
menores de 18 anos, e de qualquer trabalho para menores de 16 anos, salvo na condição de 
aprendiz” (BRASIL, 1988). 
Neste diapasão, a capacidade das partes no contrato de trabalho, portanto, se limita a 
verificar a aptidão da parte para prestar o serviço, ou seja, de figurar no polo ativo da relação 
jurídica.
Sobre o objeto do contrato, é fundamental diferenciar o trabalho proibido do ilícito. O 
trabalho proibido possui uma prestação de serviço considerada originalmente lícita, mas em 
relação a ele a lei opta por fazer determinadas ressalvas para proteger o próprio trabalhador 
ou o interesse público. Esses contratos são anuláveis e geram efeitos ex nunc. Como exemplo 
de trabalho proibido é o objeto do artigo 390 da CLT, que dispõe: “Ao empregador é vedado 
empregar a mulher em serviço que demande emprego de força muscular superior a 20 quilos 
para trabalho continuo, ou 25 quilos para trabalho ocasional” (BRASIL, 1947). 
No que concerne ao trabalho ilícito, por seu turno, tem como objeto uma prestação de 
serviço considerada um ilícito, um tipo penal, de modo que não está apto a produzir efeito algum. 
O contrato de trabalho será considerado nulo e gera efeitos ex nunc. Um exemplo de trabalho 
ilícito é aquele que aborda a OJ nº 199 da SDI-I do TST que determina que “é nulo o contrato 
de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante 
a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico”. 
19WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
De direito privado
Informal
Bilateral ou sinalagmático
Personalíssimo ou intuitu 
personae
Comutativo
Consensual
De trato sucessivo (débito 
permanente)
Oneroso
De atividade
Há presença de autonomia da vontade, ou seja, as partes são livres 
para estipular cláusulas desde que não proibidas em lei.
Esta característica consiste na possibilidade de o contrato de 
trabalho poder ser celebrado tácita ou expressamente, verbalmente 
ou por escrito. 
Os direitos e obrigações gerados pelo contrato de trabalho são 
recíprocos e antagônicos para o empregado e para empregador. 
Ex: O pagamento do salário é um direito do empregado e dever 
do empregador; o uso do equipamento de proteção individual 
(EPI) é uma obrigação do empregado e correspondo ao dever do 
empregador de fiscalizar.
Esta característica corresponde à figura do empregado, pois em 
relação a ele o contrato de trabalho é considerado infungível, isto 
é, o empregado não pode transferir a outrem a tarefa de prestar o 
serviço a que se obrigou.
A uma equivalência entre o serviço prestado e o valor pago por ele. 
O contrato de trabalho deriva do livre consentimento das partes.
Os direitos e as obrigações se renovam a cada período, ou seja, 
o contrato se protrai no tempo, não se exaurindo em uma única 
prestação.
O salário é o requisito essencial do contrato de trabalho. O 
empregado deve ser pago pelos serviços prestados. 
O contrato de trabalho não é um contrato de resultado, mas sim um 
contrato que tem como objetivo a própria prestação de um serviço.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO
Tabela 1 - características do contrato de trabalho. Fonte: o autor (2018).
Face exposto, o contrato de trabalho individual é um negócio jurídico que pode ser tácito 
ou expresso, verbal ou escrito, por meio do qual uma pessoa física assume a obrigação de prestar 
serviços a outrem, com pessoalidade, não eventualidade, com onerosidade e subordinação – 
RELAÇÃO DE EMPREGO. 
Existem outras possibilidades de contrato de trabalho previstas na lei que não é a 
regra, como, por exemplo, o contrato de trabalho por tempo determinado previsto 
no artigo 443, §1º da CLT.
20WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
2 - DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
No Brasil, compete ao Ministério do Trabalho normatizar e aplicar a legislação de 
segurança, higiene e medicina do trabalho, incluindo a fiscalização. São muitas as ferramentas 
a serem aplicadas pelo operador do direito e do profissional da perícia, tais como leis, decretos, 
instruções normativas, normas regulamentadoras, resoluções, resoluções do CFM, etc. (CFM, 
2018). Todavia, no contexto das normastrabalhistas, há de se destacar as normas de Segurança e 
Saúde no Trabalho - SST, cujo objetivo é atenuar os principais agravos relacionados ao trabalho. 
As normas de Segurança e Saúde no Trabalho que já haviam sido objeto de previsões 
constitucionais e legais anteriores, tendo sido regulamentado da década de 1970 com o advento 
da Lei nº 6.570/74 que Alterou o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, 
relativo à segurança e medicina do trabalho e abriu o caminho para a publicação das Normas 
Regulamentadoras – NR, normas essas que disciplinam o tema da SST amplamente. Tais normas 
atendem de maneira satisfatória a matéria da SST no âmbito das relações de trabalho regidas pela 
CLT (BRASIL, 1974).
Tabela 2 - CLT Segurança e Medicina do Trabalho na CLT. Fonte: o autor (2018).
SEÇÃO I
SEÇÃO II
SEÇÃO III
SEÇÃO IV
SEÇÃO V
SEÇÃO VI
SEÇÃO VII
SEÇÃO VIII
SEÇÃO IX
SEÇÃO X
SEÇÃO XI
SEÇÃO XII
SEÇÃO XIII
SEÇÃO XIV
SEÇÃO XV
SEÇÃO XVI
Disposições Gerais
Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição
Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas
Do Equipamento de Proteção Individual
Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho
Das Edificações
Da Iluminação
Do Conforto Térmico
Das Instalações Elétricas
Da movimentação, Armazenagem e Manuseios de Materiais 
Das Máquinas e Equipamentos
Das Caldeiras, Fornos e Recipientes Sob Pressão
Das Atividades Insalubres ou Perigosas
Da Prevenção da Fadiga
Das Outras Medidas Especiais de Proteção
Das Penalidades
Segurança e Medicina do Trabalho na CLT 
(CAPÍTULO V do Decreto Lei 5.452/43 – art. 154 a 201 )
21WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
NR- 1
NR- 2
NR- 3
NR- 4
NR- 5
NR- 6
NR- 7
NR- 8
NR- 9
NR- 10
NR- 11
NR- 12
NR- 13
NR- 14
NR- 15
NR- 16
NR- 17
NR- 18
NR- 19
NR- 20
NR- 21
NR- 22
NR- 23
NR- 24
NR- 25
NR- 26
NR- 27
NR- 28
NR- 29
NR- 30
NR- 31
NR- 32
NR- 33
NR- 34
NR- 35
NR- 36
Disposições Gerais
Da Inspeção Prévia 
Embargo ou Interdição
Serviços Especialidades em Engenharia de Segurança em Medicina do Trabalho
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Equipamento de Proteção Individual (EPI)
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, Despacho SSST (Nota Técnica)
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
Caldeiras e Vasos de Pressão
Fornos
Atividades e Operações Insalubres
Atividades e Operações Perigosas 
Ergonomia
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
Explosivos
Segurança e Saúde no Trabalho com inflamáveis e combustíveis
Trabalho a Céu Aberto
Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
Proteção contra incêndios
Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
Resíduos Industriais
Sinalização de Segurança
Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho (Revogada pela Portaria nº 
262, de 29 de maio de 2008
Fiscalização e Penalidades
Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
Segurança e Saúde no Trabalho Portuário 
Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração 
Florestal e Aquicultura
Norma Regulamentadora Nº 32 – Seus Itens e Grau de Multas – 12 de maio de 2006
Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
Condições E meio ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil e Reparação 
Naval
Trabalho em Altura 
Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e 
Derivados
NRS
Tabela 3 - Normas Regulamentadoras - NRS. Fonte: o autor (2018).
22WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
Deve, ainda, ser considerado pelo médico perito as diretrizes normativas do Código de 
Ética Médica, na qual consta o capítulo XI disposições específicas a “Auditoria e Perícia Médica”, 
que determina que:
É vedado ao médico: Art. 92. Assinar laudos periciais, auditoriais ou de 
verificação médicolegal, quando não tenha realizado pessoalmente o exame.
Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de 
qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou 
de empresa em que atue ou tenha atuado.
Art. 94. Intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos 
atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do 
examinado, reservando suas observações para o relatório.
Art. 95. Realizar exames médico-periciais de corpo de delito em seres humanos 
no interior de prédios ou de dependências de delegacias de polícia, unidades 
militares, casas de detenção e presídios.
Art. 96. Receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou 
ao sucesso da causa, quando na função de perito ou de auditor.
Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de auditor ou 
de perito, procedimentos propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no 
último caso, em situações de urgência, emergência ou iminente perigo de morte 
do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente.
Art. 98. Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como 
perito ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuições e 
de sua competência. 
Parágrafo único. O médico tem direito a justa remuneração pela realização do 
exame pericial (CFM, 2018).
 
De igual modo, é de suma importância as disposições constantes no Código de Processo 
Civil – Lei nº 13.105/2015, tendo em vista que o Código de Processo Civil no seu artigo 15 dispõe 
que serão aplicadas as normas do novo código, de forma supletiva e subsidiária na hipótese de 
inexistir norma que regule o processo trabalhista. Seguindo essa disposição, as diretrizes da 
prova pericial encontram-se disciplinadas e inseridas na “Seção X - Da Prova Pericial” a partir do 
artigo 464, in verbis: 
Seção X - Da Prova Pericial
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.
§ 2o De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à 
perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto 
controvertido for de menor complexidade.
§ 3o A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de 
especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial 
conhecimento científico ou técnico.
§ 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica 
específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso 
tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos 
controvertidos da causa.
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de 
imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do 
despacho de nomeação do perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.
23WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
§ 2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:
I - proposta de honorários;
II - currículo, com comprovação de especialização;
III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão 
dirigidas as intimações pessoais.
§ 3o As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, 
manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o 
valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95.
§ 4o O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos 
honorários arbitradosa favor do perito no início dos trabalhos, devendo o 
remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados 
todos os esclarecimentos necessários.
§ 5o Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a 
remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho.
§ 6o Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomeação de 
perito e à indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia.
Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, 
independentemente de termo de compromisso.
§ 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a 
impedimento ou suspeição.
§ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o 
acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia 
comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) 
dias.
Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou 
suspeição.
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, 
nomeará novo perito.
Art. 468. O perito pode ser substituído quando:
I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi 
assinado.
§ 1o No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação 
profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em 
vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.
§ 2o O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores 
recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar como 
perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos.
§ 3o Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2o, a parte que tiver 
realizado o adiantamento dos honorários poderá promover execução contra o 
perito, na forma dos arts. 513 e seguintes deste Código, com fundamento na 
decisão que determinar a devolução do numerário.
Art. 469. As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a 
diligência, que poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência 
de instrução e julgamento.
Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos 
quesitos aos autos.
Art. 470. Incumbe ao juiz:
I - indeferir quesitos impertinentes;
II - formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento da causa.
Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o 
mediante requerimento, desde que:
I - sejam plenamente capazes;
II - a causa possa ser resolvida por autocomposição.
§ 1o As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes 
técnicos para acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e 
local previamente anunciados.
§ 2o O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e 
pareceres em prazo fixado pelo juiz.
24WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
§ 3o A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada 
por perito nomeado pelo juiz.
Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e 
na contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou 
documentos elucidativos que considerar suficientes.
Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
I - a exposição do objeto da perícia;
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser 
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual 
se originou;
IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes 
e pelo órgão do Ministério Público.
§ 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem 
simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.
§ 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como 
emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto 
da perícia.
§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos 
podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo 
informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de 
terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, 
mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao 
esclarecimento do objeto da perícia.
Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou 
indicados pelo perito para ter início a produção da prova.
Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de 
conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e a parte, 
indicar mais de um assistente técnico.
Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro 
do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do 
prazo originalmente fixado.
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo 
menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
§ 1o As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do 
perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico 
de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.
§ 2o O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer 
ponto:
I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou 
do órgão do Ministério Público;
II - divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.
§ 3o Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz 
que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência 
de instrução e julgamento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de 
quesitos.
§ 4o O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico, com 
pelo menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência.
Art. 478. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade 
de documento ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de 
preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados, a 
cujos diretores o juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do material 
sujeito a exame.
§ 1o Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os órgãos e as repartições oficiais 
deverão cumprir a determinação judicial com preferência, no prazo estabelecido.
§ 2o A prorrogação do prazo referido no § 1o pode ser requerida motivadamente.
25WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
§ 3o Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e da firma, o 
perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em 
repartições públicas e, na falta destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa a 
quem se atribuir a autoria do documento lance em folha de papel, por cópia ou 
sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.
Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, 
indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de 
considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo 
perito.
Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização 
de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida.
§ 1o A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a 
primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a 
que esta conduziu.
§ 2o A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.
§ 3o A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor 
de uma e de outra (BRASIL, 2016). 
Por fim, insta mencionar que a Perícia Judicial é obrigatória no Processo do Trabalho 
por força do artigo 195da CLT quando se trata de pedido de Adicional de Insalubridade e 
Periculosidade.
2.1. Vínculo Celetista, Estatuário e Militar
Dentro do ordenamento jurídico trabalhista existem cinco elementos fático-jurídicos que 
são necessários à caracterização do vínculo empregatício, quais sejam: onerosidade (pagamento 
de salário), habitualidade (ser prestado com certa frequência), pessoalidade (o trabalhador não 
pode ser substituído) subordinação (devendo se reportar a superior), e ser prestado por pessoa 
física à pessoa jurídica (prestado de indivíduo para empresa). Estes elementos estão dentro do 
mundo dos fatos, não sendo exigida vinculação a contratos formais, devido ao princípio da 
realidade dos fatos, desta forma, sempre que existir discrepância entre a forma e a real prestação, 
prevalecerá, nos termos descritos anteriormente (DELGADO, 2014, p. 299). 
A Justiça do Trabalho processa as ações trabalhistas através do processo ele-
trônico pelo qual todos os atos são praticados pelas partes, pelo juiz e pelos ser-
ventuários da justiça no sítio eletrônico do PJe. O PJe da 9ª Região é homologado 
para ser usado somente com o navegador Mozilla Firefox. A Central de Serviços 
de TI do TRTPR atende das 08h às 18h, em dias úteis (41) 3310-7120 - https://
www.trt9.jus.br/portal/pagina.xhtml?secao=39&pagina=Pje. 
Para assinar os documentos anexados aos autos, o usuário necessitará de uma 
assinatura digital. Esta, por sua vez, deve ser adquirida junto a uma entidade auto-
rizada pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (TI) chamadas de Au-
toridades Certificadoras (AC) onde é possivel requisitar uma chave privada. INTI 
– http://www.iti.gov.br/.
26WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
Todo contrato de trabalho deve ser regido por um regime jurídico, ou seja, deve estar 
vinculado a um conjunto normas de direitos, deveres, garantias, vantagens, proibições e 
penalidades aplicáveis as relações de trabalho reconhecidas pelo direito, assim como ter objeto 
lícito. Neste sentido, os trabalhadores são vinculados às normas da CLT, também chamados de 
celetistas, os vinculados aos regimes estatutários que são os servidores públicos e aqueles que 
transitam entre os celetistas e os estatutários que são os empregados públicos. 
Os empregados celetistas são aqueles contratados com base na Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT). O celetista, ao ser contratado, assina um contrato de trabalho que pode ser 
interrompido a qualquer momento por qualquer uma das partes, isto é, a empresa pode demitir 
o funcionário com ou sem justa causa. 
O celetista tem direito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), aviso 
prévio, multas rescisórias, férias, décimo terceiro, vale-transporte e aposentadoria pelo INSS. 
Há empresas, como o Banco do Brasil, que oferecem fundos de previdência complementar que 
superam o teto do INSS.
Os servidores estatutários são funcionários diretos do governo. Seus direitos e deveres 
estão previstos em lei municipal, estadual ou federal. Têm estabilidade no emprego, contam com 
aposentadoria com valor integral do salário, férias, gratificações, licenças e adicionais variáveis de 
acordo com a legislação específica. Estes servidores não estão imunes de serem demitidos, mas 
contam com maior estabilidade que os celetistas. 
Para se tornar um servidor estatutário o trabalhador deve obrigatoriamente ingressar no 
cargo via concurso público, e quando empossado passa pelo estágio probatório, que compreende 
um período de três anos em que o servidor será avaliado podendo ou não ser exonerado.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
e, também, ao seguinte: 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que 
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na 
forma da lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia 
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a 
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, 
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável 
uma vez, por igual período;
 IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele 
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado 
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na 
carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes 
de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de 
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-
se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei 
específica;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas 
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
 
27WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do 
art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada 
a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na 
mesma data e sem distinção de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos 
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, 
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, 
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão 
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e 
nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito 
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito 
do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, 
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio 
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do 
Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos 
Procuradores e aos Defensores Públicos;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não 
poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias 
para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão 
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos 
são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos 
arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando 
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no 
inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com 
profissões regulamentadas;XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas 
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder 
público;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de 
suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores 
administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a 
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, 
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
 XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias 
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de 
qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública 
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas 
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas 
da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de 
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações.
28WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por 
servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de 
suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento 
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos 
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela 
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção 
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do 
ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração 
pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas 
a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, 
externa e interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos 
de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de 
cargo, emprego ou função na administração pública.
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da 
ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por 
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as 
respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou 
emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações 
privilegiadas.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades 
da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser 
firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a 
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor 
sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e 
responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de 
economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de 
pessoal ou de custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes 
do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função 
pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os 
cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e 
exoneração.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata 
o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas 
em lei.
29WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado 
aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às 
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal 
dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa 
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros 
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos 
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores (BRASIL, 1988). 
Os militares são trabalhadores cujas normas diretoras transitam entre normas próprias 
da classe e normas direcionadas aos demais servidores públicos. São, portanto, exemplo de 
servidores públicos, que possuem, em suas atividades, particularidades que os tornam únicos.
Assim como os demais servidores públicos estatutários, os militares também ingressam 
na função via concurso público de igual modo e passam pelo estágio probatório, todavia, a 
Constituição Federal de 1988 diferencia os servidores civis dos militares diferenciando as regras 
intrínsecas para cada um. Com isso, existem direitos estabelecidos aos servidores (civis) que 
não são aplicados aos militares, a exemplo tem-se o disposto no artigo 142, IV da Constituição 
Federal no qual consta expressamente que “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve”. 
Os membros das Forças Armadas formam uma categoria especial de servidores da Pátria 
e são denominados militares. Estas categorias de profissionais têm regulamentação própria 
inseridas na Lei nº 6.880/1980 que dispõe sobre o Estatuto dos Militares, cujo objetivo é “regula a 
situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos membros das Forças Armadas”. 
A Administração Pública possui espécies distintas de serviços, cujas categorias estão 
devidamente determinadas, são elas: servidores públicos e empregados públicos. De acordo com 
a Constituição Federal de 1988, a primeira espécie é denominada “servidores públicos titulares de 
cargos públicos” por se tratar daqueles que possuem um vínculo funcional com a Administração 
Direta, autárquica e fundacional por meio de estatuto.
Quanto a segunda, os “empregados ocupantes de empregos públicos” são aqueles que 
têm uma relação empregatícia também com a Administração Direta, autárquica e fundacional, 
ou, ainda, com as instituições do governo que detêm natureza jurídica de direito privado, e, nesse 
caso, diferente do primeiro, estão sob regime celetista. Todavia, muito embora estejam sob a 
égide do regime celetista, estão submetidos ao disposto no artigo 37 da Constituição Federal, 
em especial a obediência aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade 
e eficiência.
A Lei nº 8.270/91, em seu artigo 12, trouxe a regulamentação de adicionais ocupacionais 
do regime celetista aos servidorespúblicos, todavia, mesmo diante dessa autorização expressa, 
a lei estabeleceu uma diferença a ser aplicada entre os adicionais concedidos em cada um dos 
regimes, conforme se depreende da análise do texto legislativo aplicável ao serviço público e ao 
regime celetista respectivamente.
Art. 12. Os servidores civis da União, das autarquias e das fundações públicas 
federais perceberão adicionais de insalubridade e de periculosidade, nos termos 
das normas legais e regulamentares pertinentes aos trabalhadores em geral e 
calculados com base nos seguintes percentuais:
I - cinco, dez e vinte por cento, no caso de insalubridade nos graus mínimo, 
médio e máximo, respectivamente;
II - dez por cento, no de periculosidade.
§ 1° O adicional de irradiação ionizante será concedido nos percentuais de cinco, 
dez e vinte por cento, conforme se dispuser em regulamento.
§ 2° A gratificação por trabalhos com Raios X ou substâncias radioativas será 
calculada com base no percentual de dez por cento.
§ 3° Os percentuais fixados neste artigo incidem sobre o vencimento do cargo 
efetivo.
30WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
§ 4° O adicional de periculosidade percebido pelo exercício de atividades 
nucleares é mantido a título de vantagem pessoal, nominalmente identificada, 
e sujeita aos mesmos percentuais de revisão ou antecipação dos vencimentos.
§ 5° Os valores referentes a adicionais ou gratificações percebidas sob os mesmos 
fundamentos deste artigo, superiores aos aqui estabelecidos, serão mantidos a 
título de vantagem pessoal, nominalmente identificada, para os servidores que 
permaneçam expostos à situação de trabalho que tenha dado origem à referida 
vantagem, aplicando-se a esses valores os mesmos percentuais de revisão ou 
antecipação de vencimentos. Grifo nosso (BRASIL, 1991).
As disposições sobre os adicionais ocupacionais aplicáveis aos trabalhadores em geral 
estão previstas no artigo 191 e seguintes da CLT, in verbis: 
 
Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos 
limites de tolerância;
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que 
diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a 
insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou 
neutralização, na forma deste artigo.
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de 
tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de 
adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 
10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos 
graus máximo, médio e mínimo.
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da 
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas 
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado 
em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
I - Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de 
segurança pessoal ou patrimonial.
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um 
adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes 
de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura 
lhe seja devido.
§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza 
eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo.
§ 4º São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em 
motocicleta. 
Art.194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de 
periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade 
física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do 
Trabalho.
Art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, 
segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a 
cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no 
Ministério do Trabalho.
§ 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais 
interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em 
estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou 
delimitar as atividades insalubres ou perigosas. 
31WWW.UNINGA.BR
PE
RÍ
CI
AS
 E
M
 M
ED
IC
IN
A 
DO
 T
RA
BA
LH
O 
| U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
§ 2º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, 
seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito 
habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão 
competente do Ministério do Trabalho.
§ 3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do 
Ministério do Trabalho, nem a realização ex officio da perícia (BRASIL, 1947).
Diante da análise das disposições legais de ambos os regimes é possível fazer algumas 
observações:
A primeira delas refere-se à diferença quanto aos percentuais dos adicionais que devem 
ser aplicados em cada um dos regimes, já que o legislador reservou aos servidores públicos 
estatutários adicionais ocupacionais com valores de percentuais diferentes daqueles aplicáveis 
aos trabalhadores celetistas.
Outra diferença importante refere-se à base de cálculo desses adicionais, enquanto que no 
regime celetista, os adicionais de insalubridade são calculados sobre o salário mínimo da região, 
e o adicional de periculosidade incide sobre o salário do empregado. No serviço público, todos 
os adicionais serão calculados sobre o salário do servidor, e não sobre o salário mínimo regional. 
Assim, tratando-se do adicional de insalubridade, a lei aplicável ao servidor público 
estatutário é mais vantajosa, pois embora os percentuais sejam menores (5%, 10% e 20%). Estes 
percentuais incidem sobre o salário nominal do servidor, enquanto que no regime celetista, 
apesar de os percentuais serem mais elevados (10%, 20%, e 40%), estes são calculados sobre o 
salário mínimo da região, o que acarreta, na prática em um valor pecuniário menor a ser pagos 
aos trabalhadores celetistas em comparação com servidores públicos.
Essa lógica se inverte, porém, no que diz respeito adicional de periculosidade, diante 
do qual a lei atribui vantagem maior para os trabalhadores celetista que fazem jus ao valor de 
30% incidente sobre o salário do empregado a título de periculosidade, enquanto que para os 
servidores públicos estatutários expostos a agentes perigosos, têm direito a um adicional de 
apenas 10%.
É importante notar que os adicionais ocupacionais possuem caráter transitório e devem 
ser mantidos apenas enquanto durar a exposição. A neutralização ou eliminação do risco existente 
implica na elaboração de novo laudo de adicional ocupacional no qual a nova situação quanto ao 
risco é registrada implicando na supressão do adicional que anteriormente se concedia.
Dentre as trinta e cinco Normas Regulamentadoras – NRS – atualmente em vigor, a 
administração pública está expressamente autorizada por lei a utilizar apenas duas: a NR 15 (que 
trata das atividades e operações insalubres) e a NR 16 (atividades e operações perigosas). 
2.2. Conceitos, Diferença entre Insalubridade e Periculosi-
dade
Insalubridade significa particularidade ou estado de insalubre. Por sua vez, insalubre é 
aquilo que pode causar danos à saúde do trabalhador; diz-se das circunstâncias de trabalho. Sob 
o ponto de vista legal, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no artigo 189, expõe: “Serão 
consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições 
ou métodos de trabalho, exponham

Outros materiais