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Formalidades do Casamento

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Formalidades do Casamento 
CONCEITO DE CASAMENTO: 
 
 
 
Vejamos outros três conceitos anteriores da doutrina contemporânea: 
Maria Helena Diniz – “O casamento é o vínculo jurídico entre o homem e a mulher, livres, que se unem, segundo as 
formalidades legais, para obter o auxílio mútuo e espiritual, de modo que haja uma integração fisiopsíquica, e a 
constituição de uma família”. 
Paulo Lôbo – “O casamento é um ato jurídico negocial, solene, público e complexo, mediante o qual um homem e 
uma mulher constituem família por livre manifestação de vontade e pelo reconhecimento do Estado”. 
Guilherme Calmon Nogueira da Gama – “união formal entre um homem e uma mulher desimpedidos, como vínculo 
formador e mantenedor de família, constituída mediante negócio jurídico solene e complexo, em conformidade com 
a ordem jurídica, estabelecendo comunhão plena de vida, além de efeitos pessoais e patrimoniais entre os cônjuges, 
com reflexos em outras pessoas”. 
Natureza do casamento: Contratual 
 Sobre a natureza contratual do casamento, CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA pontifica: 
“O que se deve entender, ao assegurar a natureza do matrimônio, é que se trata de um contrato especial dotado de 
consequências peculiares, mais profundas e extensas do que as convenções de efeitos puramente econômicos, ou 
contrato de Direito de Família, em razão das relações específicas por ele criadas” Para Pablo Stolze: afigura-se como 
uma especial modalidade de contrato, qualificada pelo Direito de Família 
Propósito do casamento: a realização dos anseios e planos pessoais de cada cônjuge, sempre em atenção ao bem-
estar dos filhos. 
Dispõe o CC: 
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. 
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuito a sua celebração. 
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos 
e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei. 
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela 
família. 
CAPACIDADE PARA O CASAMENTO: 
Via de regra, para se casarem livremente, os nubentes devem ser maiores de idade (ter mais de 18 anos) e civilmente 
capazes. 
Contudo, a legislação brasileira autoriza o casamento de menores de 18 anos sob algumas condições 
No âmbito matrimonial, a capacidade núbil (ou para casar) é atingida, seja homem ou mulher, aos 16 anos completos, 
consoante dispõe o art. 1.517 do Código Civil: 
Segundo Flávio Tartuce: casamento pode ser conceituado como a união de duas 
pessoas, reconhecida e regulamentada pelo Estado, formada com o objetivo de 
constituição de uma família e baseado em um vínculo de afeto. 
 
 
 
 
A idade núbil para o casamento no Brasil é de 16 anos, de acordo com o CC 
ATENÇÃO: O Estatuto da Pessoa com Deficiência dispõe que “a deficiência não afeta a plena capacidade civil da 
pessoa, inclusive para: I — casar-se e constituir união estável”. 
Autorização para o casamento do menor de 18 anos: como ainda estão na faixa da incapacidade relativa (entre 16 
anos completos e 18 anos incompletos), os nubentes necessitam da autorização dos seus representantes legais ou, 
se for o caso, do próprio Juiz de Direito para casar. 
Atenção : 
I- Poderá casar aquele que tiver entre 16 e 18 anos com a autorização de ambos os responsáveis. 
II- Na falta do consentimento de um deles, o outro exercerá, de forma exclusiva, o poder parental. 
III- Na divergência entre os pais, ao juiz caberá definir se haverá ou não o casamento. 
Dispõe o CC: 
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de 
seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil 
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização. (Redação dada pela Lei 
nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz. 
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o 
disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de 2019) 
HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO: 
Leciona Pablo Stolze em sua obra: 
“A habilitação para o casamento consiste em um procedimento administrativo, disciplinado pelo Código Civil e pela Lei 
de Registros Públicos, por meio do qual o Oficial do Registro Civil afere a concorrência dos pressupostos de existência 
e validade do ato matrimonial, expedindo, ao fim, a habilitação necessária à concretização do enlace.” 
 
PROCEDIMENTO DA HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO: 
Habilitação para o casamento. Se os noivos morarem em municípios diferentes, o requerimento de habilitação poderá ser 
feito em qualquer um dos dois locais, sendo o edital publicado em ambos. 
O MP será ouvido. 
Proclamas (o anúncio da existente intenção de se casar feito por ambos os nubentes, o qual será publicado pela imprensa 
local e fixado no cartório, com prazo de 15 dias). 
“Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de 
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil” 
 
Não havendo oposição nem impedimento para realização do casamento, o oficial entregará aos nubentes a autorização 
(certidão) para casar, válida por 90 dias. Se não houver o casamento dentro deste prazo, os noivos deverão fazer todo 
o processo de novo. 
 
DOCUMENTOS PARA HABILITAÇÃO DO CASAMENTO: 
 
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, 
ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos: 
I - Certidão de nascimento ou documento equivalente; 
II - Autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra; 
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir 
impedimento que os iniba de casar; 
IV - Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos; 
V - Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, 
transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio. 
→ O pedido deverá ser dirigido ao oficial da comarca de residência de um dos nubentes, nos termos do art. 67, 
caput, da Lei de Registros Públicos: 
 
LOCAL DE REQUERIMENTO DA HABILITAÇÃO: 
 
“Art. 67. Na habilitação para o casamento, os interessados, apresentando os documentos exigidos pela lei civil, 
requererão ao oficial do registro do distrito de residência de um dos nubentes, que lhes expeça certidão de que se 
acham habilitados para se casarem”. 
PROCLAMAS: 
Segundo Pablo Stolze: “O edital de proclamas é o ato administrativo expedido pelo Oficial do Cartório de Registro Civil 
em que tramita a habilitação, por meio do qual os nubentes são qualificados, e é anunciado o casamento para a 
sociedade.” 
Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias 
nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa 
local, se houver. 
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação. 
Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a 
invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens. 
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS (ART. 1.521) – CASAMENTO LUNO. 
 
O art. 1.521 do CC traz um rol taxativo de pessoas que não podem casar, em situações que envolvem a ordem pública. 
Art. 1.521. Não podem casar: 
I - Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; 
II - Os afins em linha reta; 
III - O adotantecom quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; 
IV - Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; 
V - O adotado com o filho do adotante; 
VI - As pessoas casadas; 
VII - O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. 
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer 
pessoa capaz. 
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, 
será obrigado a declará-lo. 
ATENÇÃO: Não se pode confundir a incapacidade para o casamento com os impedimentos matrimoniais. A primeira 
impede que alguém se case com qualquer pessoa, enquanto os impedimentos somente atingem determinadas 
pessoas em situações específicas, previstas no art. 1.521 do CC/2002. Em outras palavras, os impedimentos envolvem 
a legitimação, conceituada como uma capacidade ou condição especial para celebrar determinado ato ou negócio 
jurídico. 
Efeitos dos impedimentos matrimoniais: impossibilitam a celebração do casamento mediante procedimento 
administrativo que corre perante o Cartório de Registro das Pessoas Naturais (arts. 1.529 e 1.530 do CC). 
Momento da oposição: A sua oposição poderá ocorrer até o momento da celebração, por qualquer pessoa capaz 
(art. 1.522 do CC). Caso o oficial do registro ou qualquer juiz tenha conhecimento do impedimento, deverá reconhecê-
lo de ofício (ex officio). 
EFEITOS: Caso o casamento seja celebrado, será ele nulo de pleno direito, havendo nulidade absoluta (art. 1.548, inc. 
II, do CC). 
CAUSAS DE ANULABILIDADE (ART. 1.550) – CASAMENTO ANULÁVEL 
 
 Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - De quem não completou a idade mínima para casar; 
II - Do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; 
III - Por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; 
IV - Do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; 
V - Realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não 
sobrevindo coabitação entre os cônjuges; 
VI - Por incompetência da autoridade celebrante. 
 
 
CAUSAS SUSPENSIVAS (ART. 1.523) – APENAS IMPÕEM SANÇÕES AOS CÔNJUGES. 
 
Art. 1.523. Não devem casar: 
I - O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha 
aos herdeiros; 
II - A viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo 
da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; 
III - O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; 
IV - O tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa 
tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas 
nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-
cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou 
inexistência de gravidez, na fluência do prazo. 
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de 
um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos 
ou afins.

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