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Legislação Comercial – Resumo 3 Aluna: Giovanna Pedroza Pereira Silva Matrícula: 180113437 Turma: 4 Direito Empresarial 1. Títulos de Crédito: Após o início e avanço do comércio, foi necessária a criação de instrumentos para que houvesse maior segurança e produtividade nas transações. O título de crédito é um exemplo desses instrumentos, que substituiu a troca indireta, a moeda, pois já não atendia a complexidade do mercado. O regime jurídico que é aplicado aos títulos de crédito é o direito cambial, que garante a eficiência e a circulação de riquezas. É possível dividir o direito cambial em quatro momentos históricos: o período italiano; o período francês; período alemão; e o período uniforme. Atualmente, os títulos de crédito passam por um período de transição, devido à troca da utilização dos cheques e das notas promissórias pelos cartões de crédito/debito que já admitem a assinatura eletrônica. 2. Classificações dos Títulos de Crédito: Os títulos de créditos são documentos importantes para o exercício do direito liberal e autônomo, e possuem três princípios: cartularidade; literalidade; e autonomia. Quanto à cartularidade, os títulos devem obrigatoriamente serem firmados em papel, garantindo a posse somente a quem possua a cártula, ou seja, apenas quem possui essa posse é considerado credor. Quanto à literalidade, só vale o que está realmente escrito no título, isto é, para fins jurídicos-cambiários o efeito é pela escrituração, que deve conter casos de quitação e aval. Já quanto à autonomia, mesmo que o título apresente diferentes obrigações, elas serão consideradas independentes, que garante a não interferência em casos de anulação. O princípio da autonomia é constituído por dois subprincípios, a abstração, que é quando o título é transmitido do credor para outra pessoa, e a inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé, que o executado não pode alegar em sua defesa matéria estranha à sua relação direta com o credor. Outras duas características dos títulos de crédito são a negociabilidade, que permite a circulação simplificada, garantindo agilidade nas transações, e a executividade, que garante rapidez da cobrança da obrigação do título. As principais características de um título de crédito são em relação ao modelo; à estrutura; à emissão; e à circulação. O modelo poderá ser livre ou vinculado. Quando livre, o título não possui um padrão pré-estabelecido por norma sobre seu formato, mas deve agrupar todos os requisitos mínimos, como, por exemplo, assinatura e valor. Já quando vinculado, os títulos possuem padrões quanto ao seu formato, e caso descumpra esse padrão não haverá efeito do documento, como, por exemplo, a fabricação de cheques. A estrutura pode ocorrer por ordem de pagamento ou por promessa de pagamento. No caso de ordem de pagamento, o título tem três personagens: o sacador, que dá a ordem de pagamento; o sacado/destinatário, que deverá pagar o título; e o credor, que é o beneficiário da promessa. Nos casos de promessa de pagamento há apenas dois personagens: o sacador e o credor. A emissão pode ser causal ou não causal. Quando causal, deverá constar na legislação as hipóteses para criação dos títulos, isto é, somente ocorre a emissão se estiver presente na lei. Quando não causal, o título é criado sem nenhuma causa, sem previsão legal. Quanto à circulação, o título pode ser ao portador ou ao nominativo. Ao portador não possui identificação do credor, podendo ser transmitidos pela simples entrega, já que o credor é o portador do documento. Ao nominativo tem a identificação/nome do credor, e não pode ser transferido pela simples tradição, ou seja, precisa de outro ato jurídico. Esse nominativo pode ter cláusula à ordem, que circula com mediante tradição e endosso, e com a cláusula não à ordem não precisa de tradição ou endosso para circular. Vale ressaltar que endosso é uma forma de transmissão própria dos títulos de créditos. Em casos de insolvência do devedor e de existência do crédito, quem transmitiu o título é o responsável. E, as cessões de créditos servem para transmissão, o cedente é responsável apenas pela existência, mas não pela insolvência do devedor. 3. Institutos do Direito Cambiário: As letras de câmbio são exemplos de títulos de crédito, um dos mais antigos e que têm a presença de todos os institutos jurídicos do Direito Cambiário. • Saque O saque é a emissão do título. Nesse instituto, em casos de ordem de pagamento, há três tipos de figuras: o sacador; o sacado; e o tomador. Já em caso de ordem por promessa, há apenas duas figuras, a do sacador e a do tomador. O saque vincula o sacador ao pagamento do documento. Após ocorrer o saque, o tomador poderá cobrar o sacado para o recebimento da quantia proposta mencionada. Se o sacado não pagar o título, o sacador terá que arcar com as dívidas ou pagamentos, pois o sacador é codevedor. • Aceite O aceite é quando é efetuado o pagamento do título pelo sacado, significa concordar. Esse aceite é dado por meio de assinaturas na frente ou no verso das letras de câmbio. O pagamento só será obrigatório após o aceito, sendo assim, o fato de emitir o título não garante o cumprimento, uma vez que ainda não há obrigação. É um ato livre; espontâneo e lícito por parte do sacado, que pode se recusar concordar. Na letra de câmbio é possível que haja uma cláusula de não aceitação, que permite o título será apresentado para o sacado para pagamento diretamente, não precisando do aceite prévio. O aceite pode ser parcial. Quando parcial, pode ser limitativo ou modificativo. No limitativo o aceitante concorda em pagar apenas uma parcela do título. No modificativo o aceitante pode alterar qualquer dado do título. Nesses dois casos, o título terá um vencimento antecipado. • Endosso O endosso é o ato, próprio do Direito Cambiário, que consiste na transferência dos títulos de crédito, quem efetua a transferência é o endossante, e quem recebe essa transferência é o endossatário. Alguns dos efeitos do endosso são: a transferência, que permite o endossante ser credor; e a vinculação do endossante ao título, agora sendo codevedor. Em geral não há regras para quantidade de endossos realizados, exceto nos casos de cheque, que permite apenas um endosso. O endosso possui algumas exigências obrigatórias, deve ser escrito no próprio título ou em uma folha anexa, mas não separada, com a assinatura e identificação, e, quando não tive especificado o endossatário, deve ser feito no verso apenas com a assinatura. É importante ressaltar que o endosso só poderá ser realizado nos casos de título “à ordem”, que pode ser negociado e transferido livremente. Existe diferenças entre o endosso e a cessão de crédito. No endosso, o endossante responde pelo não cumprimento da obrigação pelo devedor e pela existência do título; o devedor não precisa ser notificado pela transmissão; e após ser executado pelo endossatário, o devedor não poderá se defender alegando matéria recorrente do envolvimento com o endossante, pois segue os princípios da autonomia e da inoponibilidade. Na cessão de crédito, o cedente responde apenas pela existência do documento; é necessária a comprovação de que o devedor está ciente do ato; e o devedor, após ser executado pelo cedente, poderá se defender alegando matéria recorrente do envolvimento. Há alguns tipos de endosso: o em preto, que identifica o endossatário; o em branco, que não identifica o endossatário; o caução, que é quando o título é dado como garantia; o mandato, que não transfere a titularidade do crédito, apenas dá legitimidade ao possuidor; o sem garantia, que é proibido outros endossos após ele; e o posterior ao vencimento, que é realizado após a data de validade. • Aval O aval é uma obrigação firmada pelo avalista que garante o pagamento do documento caso o avaliador não o pague. E ocorre pela assinatura do avalista junto com a identificação “bom para aval”. Há alguns tipos de aval: o completo, que garante o valor integral do título; o parcial, que permite e garante apenas uma parcela do valor;o em branco, que não identifica o avalizado; e o em preto, que identifica o avalizado. O vencimento é a base para que o título de crédito se torne exigível. Antes do vencimento não obrigação do devedor efetuar o pagamento, ou seja, o título só poderá ser cobrado depois do seu vencimento. O vencimento pode ser à vista; a prazo; a certo termo de data, que é um prazo fixado pelo sacador a partir da emissão; e a certo termo de vista, que é firmado pelo sacador a partir do aceite. O pagamento é uma forma de suprir e acabar com a obrigação, isto é, é a quitação do débito. Esse pagamento deverá ser feito mediante a apresentação e entrega do devedor. Deve cumprir o horário e a data estipulados pelo sacador ou aceitante. Poderá ocorrer pagamento parcial, uma vez que o credor não pode recusar receber em partes. No entanto, caso não for anotado no título que será parcial, o título pode circular e um terceiro de boa-fé receber considerando o valor completo. Dessa maneira, é necessário que tenha ajuste e acordo por ambas as partes. • Protesto Protesto é ato formal que se prova a inadimplência/ descumprimento da obrigação de títulos e de outros documentos de dívidas, ou seja, a sua função principal é provar que o título foi apresentado ao devedor, mas que esse não cumpriu a pontualidade de pagamento; do aceite; ou de devolução do título. O protesto pode ser facultativo, em casos que não é obrigatório a cobrança do crédito contra o devedor, e obrigatório, caso em que é tido como condição de exigibilidade contra os codevedores. A execução judicial de títulos extrajudiciais é a principal ação cambial, onde o credor cobra seu crédito contra o devedor, pelo não pagamento da dívida. É conhecida com execução judicial, pois não é necessário o processo de conhecimento. • Cheque O cheque é um tipo de pagamento à vista, sacado contra um banco, que deverá considerar futuras provisões. Nesse tipo de pagamento há três figuras: o emitente; o sacado; e o sacador. É considerado uma evolução dos títulos de câmbio. Pode ser cheque ao portador ou nominativo, que pode ser à ordem, que permite transferência do endosso, ou não à ordem, que permite transferência da cessão de crédito. É necessário conter a expressão “cheque”; a quantia; nome do banco; data; local; e assinatura. Isso é um padrão obrigatório. Pode haver revogação do cheque, que é uma contraordem, para não pagamento ou compensação do título. E a sustação, que é uma oposição que deve ser fundada em razões relevantes do direito, como furto. O cheque pré-datado é aquele que vem fixado uma data de vencimento, porém, como é um pagamento à vista, pode ser pago antes da data. O cheque cruzado deve ser pago/creditado em uma conta bancária, não sendo possível o pagamento direto ao portador/credor. O cheque administrativo é aquele emitido por um banco contra suas filiais ou próprios estabelecimentos. No cheque visado, o banco declara, a pedido do credor ou emitente, suficiência de fundos na conta do emissor. O cheque-viagem permite que, após a emissão pelos agentes autorizados, opere em moedas estrangeiras. Já o cheque sem fundo não é pago e compensado por conta da insuficiência de fundos. 4. Duplicatas e seus tipos: Um tipo de título de crédito, a duplicata obriga o devedor a efetuar o pagamento do valor representado na fatura. Duplicata rural é emitida em casos de venda a prazo de bens agrícolas; pastoril; ou extrativista para produtores ou suas cooperativas. Duplicata simulada é considerada um crime, pois não pode emitir duplicata que não corresponda à mercadoria vendida e ao serviço prestado. 5. Letras de Câmbio: Letra de câmbio é um tipo de ordem de pagamento em que o sacador emite e dirige o documento ao sacado, para que esse pague-o ao tomador. Deve constar a expressão “letra de câmbio”; o valor; a identificação do sacado e do sacador; a data; e o lugar. 6. Nota Promissória: É um tipo de título de crédito, emitido pelo devedor ao credor, firmada na promessa de pagamento do valor mensurado. Nesse caso, diferentemente das letras de câmbio, o devedor é quem se compromete a pagar a dívida, e não é cabível o aceite, pois é uma promessa. Os requisitos obrigatórios são a denominação “nota promissória”; identificação do beneficiário; assinatura do emitente; valor; e a data e lugar da emissão. O lugar de pagamento e a data de vencimento são tidos como requisitos facultativos.
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