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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
AUTOMAÇÃO E 
INFORMATIZAÇÃO DE 
UNIDADES DE INFORMAÇÃO
Meu nome é Denilson de Oliveira Sarvo. Possuo Graduação em Bi-
blioteconomia e Ciência da Informação pela Universidade Federal de 
São Carlos – UFSCar (2009), MBA em Gestão de Unidades de Infor-
mação pelo Centro Universitário Central Paulista – UNICEP (2014) e 
Mestrado em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela UFSCar (2018). 
Atuo como bibliotecário no Sistema Integrado de Bibliotecas da 
UFSCar (SIBi-UFSCar), tendo experiência em Serviços de Referência, 
Bibliotecas Digitais, Repositórios Institucionais, Capacitação e Recu-
peração da Informação em Bases de Dados de Informação Científica 
e Tecnológica, Gestão de Periódicos Científicos, Estudos Bibliomé-
tricos e Elaboração de Indicadores Científicos. Atuo também como 
coordenador pedagógico no curso de Bibliometria e Indicadores Científicos do Núcleo de Infor-
mação Tecnológica em Materiais (NIT/Materiais) da UFSCar.
E-mail: <denilson@ufscar.br>.es ac turpis egestas. Morbi posuere odio eu odio tristique, eget 
rhoncus magna vestibulum.
Email: email@claretiano.edu.br
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
claretiano.edu.br/batatais
Denilson de Oliveira Sarvo
Batatais
Claretiano
2019
AUTOMAÇÃO E 
INFORMATIZAÇÃO DE 
UNIDADES DE INFORMAÇÃO
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma 
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o 
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação 
Educacional Claretiana.
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia 
Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini 
• Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel 
Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo 
Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa 
Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 025.04 S261a 
 
 Sarvo, Denilson de Oliveira 
 Automação e informatização de unidades de informação / Denilson de Oliveira 
 Sarvo – Batatais, SP : Claretiano, 2019. 
 111 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-582-9 
 
 1. Unidades de informação - Gestão. 2. Sistemas de informação. 3. Repositórios Institucionais. 
 4. Bibliotecas digitais. 5. Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs. I. Automação 
 e informatização de unidades de informação. 
 
 
 
 
 CDD 025.04 
 
 
 
 
 
 
 
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Automação e Informatização de Unidades de Informação 
Versão: dez./2019
Formato: 15x21 cm
Páginas: 111 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 12
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 16
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 17
5. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 17
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE 
ACESSO ABERTO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 21
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 22
2.1. A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA ............................................................... 22
2.2. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ........................... 25
2.3. A CRISE DOS PERIÓDICOS ....................................................................... 29
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 32
3.1. A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA ............................................................... 32
3.2. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ........................... 33
3.3. A CRISE DOS PERIÓDICOS ....................................................................... 34
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 35
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 37
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 38
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 38
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES 
INFORMACIONAIS DIGITAIS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 41
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 41
2.1. O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO ..................................................... 42
2.2. AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS .............................................. 46
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 52
3.1. O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO ..................................................... 52
3.2. AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS .............................................. 53
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 56
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 58
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 58
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 60
UNIDADE 3 – IMPLEMENTAÇÃO DE REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 63
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 63
2.1. PLANEJAMENTO ...................................................................................... 64
2.2. DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS ....................................................................... 75
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 80
3.1. PLANEJAMENTO ...................................................................................... 80
3.2. DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS .......................................................................81
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 84
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 86
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 87
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 89
UNIDADE 4 – GESTÃO DE UNIDADE DE INFORMAÇÃO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 93
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 93
2.1. MANUTENÇÃO DE AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS .............. 94
2.2. SISTEMAS DE GESTÃO DE UNIDADE DE INFORMAÇÃO ....................... 99
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 103
3.1. MANUTENÇÃO DE AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS .............. 103
3.2. SISTEMAS DE GESTÃO DE UNIDADE DE INFORMAÇÃO ....................... 104
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 105
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 107
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 108
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 110
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo 
A obra Automação e Informatização de Unidades de Informação visa contex-
tualizar questões sociais, organizacionais e humanas identificadas nos proces-
sos de desenvolvimento de repositórios institucionais e bibliotecas digitais, 
bem como as principais tecnologias envolvidas. Visa, também, possibilitar um 
melhor entendimento das ferramentas de software que podem ser utilizadas 
e capacitar o aluno a resolver problemas e propor soluções no âmbito da in-
formatização de sistemas de gestão de bibliotecas, considerando as necessi-
dades informacionais emergentes e especificidades do ambiente web e dos 
usuários.
Bibliografia Básica
COSTA, M. P.; LEITE, F. C. L. Repositórios institucionais da América Latina e o acesso 
aberto à informação científica. Brasília: Ibict, 2017.
SARVO, D. O. Automação e informatização de unidades de informação. Batatais: 
Claretiano, 2019.
VECHIATO, F. L. et al. (Orgs.). Repositórios digitais: teoria e prática. Curitiba: EDUTFPR, 
2017.
Bibliografia Complementar 
BUDAPEST OPEN ACCESS INITIATIVE. Read the Budapest Open Access Initiative. 2002. 
Disponível em: <https://www.budapestopenaccessinitiative.org/read>. Acesso em: 16 
abr. 2019.
FERREIRA, M. Introdução à preservação digital: conceitos, estratégias e actuais 
consensos. Guimarães: Escola de Engenharia da Universidade do Minho, 2006.
LEITE, F. C. L. et al. Boas práticas para a construção de repositórios institucionais da 
produção científica. Brasília: Ibict, 2012.
8 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
ROWLEY, J. A biblioteca eletrônica. Brasília: Briquet de Lemos, 2002.
SAYÃO, L. et al. Implantação e gestão de repositórios institucionais: políticas, memória, 
livre acesso e preservação. Salvador: EDUFBA, 2009.
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá 
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias 
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, 
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento 
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de 
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados 
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é 
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, 
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade 
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.
9© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Iniciaremos o estudo de Automação e Informatização de 
Unidades de Informação, que fornecerá o aporte teórico para a 
sua atuação como bibliotecário em atividades dessa área aplica-
das às unidades de informação.
O conteúdo está dividido em quatro unidades, as quais 
apresentam um panorama geral sobre os sistemas de informa-
ção ligados às unidades de informação.
Procuramos elaborar um conteúdo sobre a automação e 
informatização de unidades de informação com enfoque nos co-
nhecimentos que o bibliotecário deve possuir para atuar nesse 
contexto. Para isso, contextualizamos o assunto a partir da evo-
lução das tecnologias de informação e seus impactos em proces-
sos como a comunicação científica.
Ressaltamos que essa contextualização se torna necessá-
ria, uma vez que, para realizar a gestão de unidades de informa-
ção, o bibliotecário deve estar atento a todas as mudanças que 
impactam o seu ambiente, não se restringindo somente à com-
preensão de assuntos únicos e exclusivos dos processos internos 
das bibliotecas.
Atuar nos processos ligados à automação e informatização 
de unidades de informação requer visão sistêmica sobre as de-
mandas informacionais existentes; atuação segundo a missão e 
os objetivos da unidade de informação e da instituição à qual 
está vinculada; conhecimento sobre a equipe da instituição e 
suas competências; além da capacidade de realizar diagnósticos 
e planejamentos quanto às condições e capacidades da unidade 
de informação, assim como referente às inovações necessárias 
10 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
visando à absorção e ao uso de novas tecnologias em unidades 
de informação.
Levando isso em consideração, na Unidade 1 abordaremos 
a comunicação científica e o Movimento de Acesso Aberto, com 
o objetivo demonstrar a trajetória histórica da criação e do de-
senvolvimento do processo de comunicação científica. Destaca-
-se para isso a evolução e o impacto que os sistemas de infor-
mação trouxeram a esse processo. Ao término dessa unidade, 
é esperada a compreensão dos conceitos, aspectos positivos e 
problemáticas referente ao processo de comunicação científica 
tradicional.
Na Unidade 2, discutiremos o Movimento de Acesso Aber-
to e os ambientes informacionais digitais, dando continuidade 
às perspectivas do processo de comunicação científica, trazen-
do a discussão de como os elementos adotados no decorrer da 
formalização da comunicação da ciência trouxeram barreiras de 
acesso à informação, como o viés comercial aplicado aos canais 
de comunicação científica. Diante dessas barreiras, são aborda-
das as estratégias adotadas pelo Movimento de Acesso Aberto 
para promover canais de comunicação científica de acesso livre, 
como a difusão de repositórios institucionais.
Na Unidade 3, você aprenderá sobre a implementação de 
repositórios institucionais, e apresentaremos as etapas necessá-
rias para a implementação e gestão de repositórios institucio-
nais, divididas em planejamento e implementação. Nessa unida-
de, serão abordados os elementos necessários para a prática de 
representação, armazenamento, preservação, acesso, dissemi-
nação e recuperação da informação em repositórios institucio-
nais, assim como as principais tecnologias envolvidas na criação 
desse tipo de ambiente.
11© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Na Unidade 4 falaremos da Gestãode Unidade de Informa-
ção: de modo geral, com a criação do repositório, cabe às unida-
des de informação realizar parte das atividades relacionadas à 
manutenção dos RI. Essa etapa compreende as práticas neces-
sárias para recebimento, tratamento e disponibilização de itens 
da produção científica institucional. Cabe ressaltar que a dispo-
nibilização de ambientes informacionais digitais (um dos frutos 
relacionados à evolução das TIC) altera também as bibliotecas fí-
sicas, uma vez que novos espaços, equipes e serviços tornam-se 
necessários para absorver esses tipos de ambientes. Em nossa 
última unidade, serão abordadas as implicações que a automa-
ção e informatização trouxeram para as unidades de informação, 
assim como as competências relacionadas aos bibliotecários 
nesse contexto e as ferramentas que dão suporte para as mu-
danças ou ofertas de novos produtos e serviços informacionais.
Por meio do referencial teórico apresentando em nosso 
Conteúdo Básico de Referência (CBR) e o conteúdo complemen-
tar, apresentado por meio do Conteúdo Digital Integrador (CDI), 
espera-se que o aluno obtenha as informações e os conhecimen-
tos necessários para a sua futura atuação profissional.
Procuramos elaborar um conteúdo que fornece uma visão 
sistêmica relacionada à automação e informatização de unida-
des de informação, dando destaque aos ambientes informacio-
nais digitais, que alteram, ampliam e orientam a atuação dos 
bibliotecários e a concepção dos novos espaços e serviços nas 
bibliotecas.
Lembre-se de que, diante das características do bibliote-
cário e da diversidade de atuação que as unidades de informa-
ção apresentam, existe um amplo espectro de atuação que exige 
diferentes perfis e competências desses profissionais. Desta-
12 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
camos a necessidade do bibliotecário-gestor de possuir ampla 
compreensão e visão crítica dos fatores externos à unidade de 
informação, buscando sempre compreender como esses fatores 
poderão influenciar a atuação da unidade ou como a unidade 
poderá exercer influência e/ou dar suporte a esses elementos 
externos.
Convidamos você a percorrer as unidades de estudo e ab-
sorver as informações e conhecimento ao longo desta obra.
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e 
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Acesso aberto: compreende a disponibilidade da lite-
ratura científica na internet, para acesso gratuito, per-
mitindo que qualquer usuário leia, baixe, copie, dis-
tribua, imprima, pesquise ou crie links para os textos 
completos disponíveis, reconhecendo e citando de-
vidamente os autores dos itens disponibilizados, res-
peitando, desse modo, as licenças de direitos autorais 
(BUDAPEST OPEN ACCESS INITIATIVE, 2002).
2) Arquitetura da informação: a Arquitetura da Informa-
ção é uma área que está se consolidando na Ciência da 
Informação, objetivando facilitar os processos de or-
ganização, recuperação, representação e navegação da 
informação, seja na interface, na estrutura do ambien-
te ou no conteúdo do objeto digital. Esses processos 
devem considerar o usuário a fim de satisfazer suas ne-
13© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
cessidades informacionais. Para isso, são necessários 
estudos de usuários para elaboração de serviços que 
facilitem a navegação, filtrando e direcionando infor-
mações para grupos de usuários específicos (CAMAR-
GO; VIDOTTI, 2009, p. 227).
3) Automação de bibliotecas: “o processo de automação 
de bibliotecas consiste nas diferentes utilizações dadas 
através de equipamentos de processamento eletrôni-
co de dados em atividades ligadas à gestão em biblio-
tecas, centros de administração, serviço de informação 
e órgãos similares [...] automatizar significa a utilização 
de máquinas na execução de tarefas que antes eram 
executadas pelo homem. Nas bibliotecas e centros 
de informação, a automação surge para oferecer um 
atendimento eficaz e eficiente ao usuário, poupar tem-
po, otimizar os processos, atender a demanda, auxiliar 
a aquisição, tornar a organização mais precisa e princi-
palmente atender às necessidades do usuário em cur-
to espaço e tempo” (MARQUES, PRUDÊNCIO, 2009).
4) Bibliotecas digitais: as bibliotecas digitais são organi-
zações que selecionam, estruturam, oferecem aces-
so intelectual, preservam a integridade e garantem a 
persistência, ao longo do tempo, de coleções no for-
mato digital, para disponibilização para uma comuni-
dade definida ou conjunto de comunidades (DIGITAL 
LIBRARY FEDERATION, 1998).
5) Dublin Core: é um formato descritivo de metadados 
baseado em descrições simples e genéricas de re-
cursos e ajustado à estrutura flexível e hipertextual 
da web, facilitando assim o acesso e a disseminação 
dos registros no ambiente virtual; é um pré-requisito 
14 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
para a interoperabilidade entre sistemas (MURAKAMI; 
FAUSTO, 2013, p. 198).
6) Gestão: pode ser considerada como um conjunto de 
processos que englobam atividades de planejamento, 
organização, direção, distribuição e controle de recur-
sos de qualquer natureza, visando à racionalização e à 
efetividade de determinado sistema, produto ou servi-
ço (VECHIATO et al., 2017, p. 68).
7) Harvesting: metadados de diversos provedores de in-
formação tornam-se “visíveis” através de protocolos 
padronizados e são coletados automaticamente de 
forma periódica e armazenados em um data warehou-
sing, ou base centralizada de metadados, em que são 
efetuadas as buscas de forma integrada (MARCONDES; 
SAYÃO, 2001, p. 27).
8) Interoperabilidade: possibilidade de um usuário rea-
lizar buscas a recursos informacionais heterogêneos, 
armazenados em diferentes servidores na rede, utili-
zando-se de uma interface única sem tomar conheci-
mento de onde nem como estes recursos estão arma-
zenados (MARCONDES; SAYÃO, 2001, p. 27).
9) Metadados: os metadados são o tipo de anotação des-
critiva crucial para recuperação da informação, pois, 
além de fornecerem a informação necessária para o 
entendimento dos dados, também fornecem os pon-
tos de acesso para que eles sejam encontrados em 
uma determinada base de dados (VECHIATO et al., 
2017, p. 210).
10) Movimento de Acesso Aberto (Open Archives Ini-
tiative – OAI): movimento a favor do Acesso Aberto, 
15© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
baseia-se no pressuposto de que todas as publicações 
financiadas com recursos públicos já estão pagas e de-
vem estar disponíveis para todos, sem custo adicional. 
A meta principal dessa iniciativa é tornar a comunica-
ção científica uma estrutura de publicação aberta, à 
qual toda a sociedade tenha acesso (RODRIGUES; OLI-
VEIRA, 2012, p. 80).
11) OAI-PMH (Open Archives Initiative — Protocol for 
Metadata Harvesting): protocolo de comunicação 
que possibilita a coleta de metadados a partir de de-
terminado provedor de dados. O provedor de serviços, 
para realizar a coleta de metadados, deve utilizar um 
programa chamado Harvester (mecanismo de colhei-
ta), o qual implementa esse protocolo, o OAI-PMH. 
O Harvester, ao visitar um provedor de dados, dialo-
ga com o programa desse provedor, o qual deve estar 
preparado para atender a uma demanda do Harvester 
e expor os metadados solicitados por esse mecanismo 
de colheita (KURAMOTO, 2006, p. 95).
12) Periódicos científicos: periódicos científicos se desta-
cam como principal meio de visibilidade científica, a 
disseminação dos artigos com os resultados das pes-
quisas é essencial para manter os pesquisadores a par 
dos novos trabalhos considerados válidos pelos espe-
cialistas da área (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2012, p. 80).
13) Preservação digital: “conjunto de actividades ou pro-
cessos responsáveis por garantir o acessocontinuado 
a longo-prazo à informação e restante património cul-
tural existente em formatos digitais. A preservação di-
gital consiste na capacidade de garantir que a informa-
ção digital permanece acessível e com qualidades de 
16 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
autenticidade suficientes para que possa ser interpre-
tada no futuro recorrendo a uma plataforma tecnoló-
gica diferente da utilizada no momento da sua criação” 
(FERREIRA, 2006, p. 20).
14) Repositórios institucionais: sistemas de informação 
compostos por coleções digitais, desenvolvidas a par-
tir de serviços de gestão relacionados com a coleta, 
organização, disseminação e preservação da produção 
acadêmica dos membros de uma instituição (COSTA; 
LEITE, 2017, p. 99).
15) Sistemas de informação: combinação organizada de 
pessoas, hardware, software, redes de comunicação, 
recursos de informação, políticas e procedimentos que 
visam reunir, organizar, armazenar, preservar, recupe-
rar e disseminar informação que alimenta e que resul-
ta de atividades de pesquisa (VECHIATO et al., 2017, p. 
49).
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei-
tos mais importantes deste estudo.
17© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Sistemas de 
Gestão de 
Bibliotecas
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Automação e Informatização de Unidades de 
Informação.
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
VECHIATO, F. L. et al. (Orgs.). Repositórios digitais: teoria e prática. Curitiba: EDUTFPR, 
2017.
5. E -REFERÊNCIAS
BUDAPEST OPEN ACCESS INITIATIVE. Read the Budapest Open Access Initiative. 2002. 
Disponível em: <https://www.budapestopenaccessinitiative.org/read>. Acesso em: 16 
abr. 2019.
CAMARGO, L. S. A.; VIDOTTI, S. A. B. G. Arquitetura da informação para ambientes 
informacionais digitais: integração de serviços de personalização e customização. 
Ibersid: Revista de Sistemas de información y documentación, Zaragoza, v. 3, p. 227-
18 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
231, 2009. Disponível em: <https://www.ibersid.eu/ojs/index.php/ibersid/article/
view/3743/3504>. Acesso em: 16 abr. 2019.
COSTA, M. P.; LEITE, F. C. L. Repositórios institucionais da América Latina e o acesso 
aberto à informação científica. Brasília: Ibict, 2017. Disponível em: <http://repositorio.
unb.br/handle/10482/23202>. Acesso em: 16 abr. 2019.
DIGITAL LIBRARY FEDERATION. A working definition of digital library. 1998. Disponível 
em: <https://old.diglib.org/about/dldefinition.htm>. Acesso em: 16 abr. 2019.
FERREIRA, M. Introdução à preservação digital: conceitos, estratégias e actuais 
consensos. Guimarães: Escola de Engenharia da Universidade do Minho, 2006. 
Disponível em: <https://doi.org/10.1017/CBO9781107415324.004>. Acesso em 24 
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KURAMOTO, H. Informação científica: proposta de um novo modelo para o Brasil. 
Ciência da Informação, Brasília, v. 35, n. 2, p. 91-102, maio/ago. 2006. Disponível em: 
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MARCONDES, C. H.; SAYÃO, L. F. Integração e interoperabilidade no acesso a recursos 
informacionais eletrônicos em C&T: a proposta da Biblioteca Digital Brasileira. Ciência 
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MARQUES, A. M. R.; PRUDÊNCIO, R. B. C. Automação: a inserção da biblioteca na 
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MURAKAMI, T. R. M.; FAUSTO, S. Panorama atual dos repositórios institucionais das 
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em: <http://www.producao.usp.br/bitstream/handle/BDPI/43754/Murakami-
Fausto-2013.pdf?sequence=4&isAllowed=y>. Acesso em: 16 abr. 2019.
RODRIGUES, R. S.; OLIVEIRA, A. B. Periódicos Científicos na América Latina: títulos em 
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Belo Horizonte, v. 17, n. 4, p. 76-99, 2012. Disponível em: <http://portaldeperiodicos.
eci.ufmg.br/index.php/%20pci/article/view/1593/1100>. Acesso em: 16 abr. 2019.
19
UNIDADE 1
A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O 
MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
Objetivos
• Analisar a trajetória histórica do processo de comunicação científica.
• Identificar a evolução dos sistemas de informação a partir do desenvolvi-
mento das Tecnologias de Informação.
• Conhecer os aspectos positivos e as problemáticas acerca do processo de 
comunicação científica tradicional, ligados ao acesso à informação.
Conteúdos
• O processo de comunicação científica.
• A evolução das tecnologias de informação.
• A crise dos periódicos.
Orientações para o Estudo da Unidade
Prezado aluno, antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) A Unidade 1 apresenta informações voltadas à compreensão da evolução 
dos sistemas de informação e a seus impactos, principalmente àqueles 
ligados ao processo de comunicação científica. Além do conteúdo apre-
sentado nesta obra, é recomendada a realização de leituras complemen-
tares a partir da pesquisa em outras fontes de informação confiáveis e das 
referências indicadas.
20 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
2) Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator 
determinante para o seu crescimento intelectual!
3) Busque compreender os principais conceitos apresentados: utilize o Es-
quema de conceitos-chave e consulte o Glossário apresentado nesta obra 
para auxiliá-lo na compreensão do assunto.
4) Consulte também os materiais indicados no Conteúdo Digital Integrador. 
Eles são destinados a aumentar a sua compreensão sobre o assunto que 
abordaremos.
21© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
1. INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo. Nela 
apresentaremos a evolução e os impactos dos sistemas de in-
formação sob a ótica do processo de comunicação científica. O 
tema foi escolhido para o início de nosso estudo devido à sua 
amplitude e ligação direta com a atuação do bibliotecário, além 
da influência que esse processo recebeu a partir da disponibili-
dade e evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação 
(TIC).
Iniciaremos a Unidade 1 apresentando uma perspecti-
va histórica do processo de comunicação científica, a evolução 
das TIC e os aspectos positivos e as problemáticas em relação 
ao acesso à informação, sendo esses assuntos segmentados da 
seguinte forma:
• Comunicação científica: aborda os primórdios da co-
municação científica formal, a criação dos periódicos 
científicos e o sistema de avaliação pelos pares.
• Tecnologias da Informação e Comunicação: apresenta 
a trajetória e o impacto que a evolução das TIC trou-
xe para a sistematização da comunicação científica. O 
desenvolvimento da web, por exemplo, possibilitou a 
criação de novos ambientes informacionais digitais que 
impactam disponibilização, organização, recuperação e 
compartilhamento da informações.
• A crise dos periódicos: discute as restrições que o mo-
delo tradicional de comunicação científica institui quan-
to ao acesso à informação, principalmente no que tange 
às questões de disponibilização de recursos financeiros 
de países, instituições e pesquisadores.
22 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
Ressaltamos que a compreensão dos conceitos apresen-
tados nesta unidade é fundamental para o desenvolvimento de 
nossa obra.
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O ConteúdoBásico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, a seguir são apresentados o referencial teórico e prático 
para a compreensão dos aspectos gerais e implicações relacio-
nadas ao processo de automação e informatização de Sistemas 
de Informação.
A evolução do processo de comunicação científica, o impac-
to das TIC e das limitações ao acesso à informação são assuntos 
fundamentais para compreender, nas unidades posteriores, cer-
tas características da atuação do bibliotecário na gestão de uni-
dades de informação.
Lembre-se da importância, para o seu processo de apren-
dizagem, de consultar o Conteúdo Digital Integrador, apresen-
tado nesta unidade, que possui como finalidade fornecer uma 
visão complementar aos assuntos abordados.
2.1. A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
Você pode estar se perguntando, por que fazer comuni-
cação científica? Podemos afirmar que comunicar os resultados 
de pesquisa trata-se do sistema propulsor da ciência. Nesse sis-
tema, novos conhecimentos são construídos a partir do uso ou 
contestação dos conhecimentos já divulgados, servindo como 
23© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
subsídio para novas pesquisas, alimentando o ciclo de comuni-
cação científica.
Além da retroalimentação que sustenta o fazer ciência, a 
comunicação dos resultados de pesquisa pode ser traduzida em 
benefícios sociais, novas tecnologias, conhecimentos, soluções 
técnicas, tratamentos etc.
O processo de comunicação científica adotado atualmente 
teve início em meados do século 17 e era feito por meio de troca 
de correspondências realizada por cientistas. A partir dessa prá-
tica, era possível conhecer novas ideias, testá-las e enviar suas 
percepções ao autor, criando uma rede de correspondência cien-
tífica. O interesse e a necessidade de aumentar o alcance des-
sa comunicação fizeram com que as cartas manuscritas fossem 
substituídas por cartas impressas, possíveis devido à tecnologia 
de tipografia disponível na época (MEADOWS, 1999).
Um marco da sistematização da comunicação científica foi 
a criação da Royal Society, em 1662, com a finalidade de reunir 
grupos de interesse para debater questões relacionadas a Ciên-
cia e Filosofia. Como princípios da Royal Society estavam o enfo-
que na comunicação da ciência e os esforços para a coleta e aná-
lise de novas informações. Como exemplo desses esforços, cabe 
ressaltar a prática de estabelecer a colaboração de estrangeiros 
para coletar e relatar os avanços do conhecimento ocorridos em 
seu país (MEADOWS, 1999).
Outra contribuição da Royal Society foi a criação da Philo-
sophical Transactions, considerado o primeiro periódico científi-
cos, juntamente com o Journal des Savants, de 1665. Enquanto a 
Philosophical Transactions focava estudos experimentais, o Jour-
nal des Savants apresentava a cobertura dos avanços científicos 
na Europa (MEADOWS, 1999).
24 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
A adoção dos periódicos científicos representa a formali-
zação e sistematização da comunicação da ciência. Esse meio de 
publicação pode ser considerado o principal pilar da comunica-
ção científica contemporânea.
O fluxo de comunicação da ciência realizado por meio dos 
periódicos científicos tem como forma de validação a revisão pe-
los pares (peer review). Essa validação consiste no envio de um 
manuscrito com resultados de pesquisa para um periódico cien-
tífico, o qual irá encaminhá-lo para avaliação por outros cientis-
tas (pares). A revisão pelos pares assegura que o conteúdo que 
será publicado foi aprovado a partir de uma análise crítica sob a 
ótica de especialistas, que possui respaldo teórico e/ou empírico 
(VOLPATO, 2008).
Nesse sistema, o papel do avaliador é de:
• aprovar a publicação, garantindo a relevância e veraci-
dade daquele conteúdo;
• propor melhorias ao autor como condição de publicar o 
seu manuscrito; ou
• refutar o manuscrito, rejeitando aquele conteúdo por 
não atender critérios de qualidade estabelecidos pelo 
periódico científico, como o alinhamento da área pes-
quisada ao escopo do periódico.
Entre as possibilidades de aplicação do sistema de revi-
são pelos pares, temos a revisão anônima. Nessa modalidade, 
ao enviar um manuscrito a um periódico científico, os autores 
não sabem por quem serão avaliados, do mesmo modo que os 
revisores (pares) não têm conhecimento de quem é o autor do 
manuscrito que estão analisando. A intermediação entre autor e 
revisor é feita pelo editor científico ou pela equipe editorial, que 
oculta a identidade dos envolvidos (VOLPATO, 2008).
25© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
A revisão pelos pares na modalidade anônima visa garantir 
a imparcialidade no ato de revisão do conteúdo, uma vez que o 
anonimato evita conflitos de interesse entre as partes, ou seja, 
evita que outros critérios que não a adequação do conteúdo se-
jam utilizados como parâmetros para a aceitação ou rejeição do 
manuscrito.
A promoção e a expansão desse canal de comunicação po-
dem ser atribuídas às editoras científicas, inclusive por um viés 
comercial, e à evolução das TIC, que possibilitaram a migração 
do formato impresso para o eletrônico, impactando de maneira 
significativa esse modelo de comunicação científica (VOLPATO, 
2008).
O próximo tópico será destinado a aprofundar a discussão 
sobre o impacto das TIC na comunicação científica.
2.2. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Neste tópico, abordaremos a trajetória das Tecnologias da 
Informação e Comunicação (TIC) e o impacto que tiveram sobre 
o processo de comunicação científica, principalmente no que 
tange à criação e adequação dos canais de comunicação adota-
dos pela ciência.
As TIC podem ser compreendidas como produtos da con-
vergência das tecnologias da computação e comunicação, ba-
seadas na Eletrônica e Informática, e voltadas para aquisição, 
processamento, armazenamento e disseminação da informação 
(CUNHA; CAVALCANTI, 2008; PINHEIRO; FERREZ, 2014).
São considerados marcos no uso expressivo das TIC 
(TAMMARO; SALARELLI, 2008): 
26 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
a) O lançamento do Eniac, primeiro computador eletrô-
nico programável que ocupava cerca de
2220m , em 
1946.
b) A criação do primeiro microprocessador da história, 
inventado por Federico Faggin e comercializado pela 
IntelⓇ como o modelo 4004, em 1971.
c) A comercialização do primeiro computador pessoal da 
IBM (Personal Computer – PC), utilizando o processa-
dor IntelⓇ 8088 e o sistema operacional MS-DOS da 
empresa MicrosoftⓇ, em 1981;
d) A idealização da World Wide Web por Tim Berners-Lee, 
em 1991.
e) O aumento da qualidade de equipamentos e o bara-
teamento de custos para a aquisição dos computado-
res pessoais, que passaram a ser potencializadas como 
um material de consumo em massa, em 1995.
f) A disponibilização do serviço da World Wide Web, tam-
bém em 1995, que transformou as relações entre as 
pessoas e os computadores, apresentando novas pos-
sibilidades de comunicação em rede.
A evolução das TIC impulsionou uma rápida expansão da 
comunicação científica, que, somada aos interesses e esforços 
das editoras científicas, determinou o crescimento do número 
de periódicos científicos e a criação de bibliotecas digitais (VOL-
PATO, 2008; COSTA; LEITE, 2017). 
Essa expansão alterou aspectos do processo de comunica-
ção científica, transpondo barreiras físicas e geográficas na dis-
ponibilização de conteúdo; apoiando os processos de submissão 
e avaliação de manuscritos por meio de sistemas de gestão au-
27© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTOtomatizados; e possibilitando o acesso instantâneo, por meio de 
hiperlinks, ao conteúdo a que a publicação científica faz referên-
cia (MEADOWS, 1999).
Alguns pontos críticos merecem atenção nesse processo, 
como as dificuldades relacionadas à recuperação da informação 
e às limitações de acesso à informação.
Tais pontos críticos estão associados ao crescente volume 
de informação disponível na web e à grande parte dos periódicos 
científicos e do fato de as bases de dados de informação cien-
tífica e tecnológica ser propriedades de editoras científicas. De 
modo geral, essas editoras cobram elevados custos para permitir 
o acesso ao conteúdo que publicam e, nesse sentido, a disponi-
bilidade ou restrição de recursos financeiros determina a possi-
bilidade de acesso à informação (MEADOWS, 1999).
Nota-se, diante da evolução das TIC, a intensificação de es-
tudos sobre as formas de registrar, organizar, representar, distri-
buir, disponibilizar e acessar a informação científica. Entre esses 
estudos, destaca-se a criação de sistemas informatizados volta-
dos à reunião e organização de conhecimentos desenvolvidos na 
tentativa de organizar o crescente volume de informação dispo-
nibilizada na internet e superar as dificuldades de recuperação 
(COSTA; LEITE, 2017).
Entre os sistemas informatizados, estão as bases de dados 
de informação científica e tecnológica. Podemos citar as inicia-
tivas de Eugene Garfield, químico e linguista, que idealizou em 
1955 um projeto de banco de dados voltado à facilitação da pes-
quisa bibliográfica, reunindo, para isso, as citações contidas em 
artigos publicados em periódicos científicos. Em 1959, Garfield 
fundou o Institute for Scientific Information, na Filadélfia, e em 
1963 lançou o Science Citation Index, com o apoio e financiamento 
28 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
de órgãos americanos, como o National Science Foundation e 
National Institutes of Health. O Science Citation Index trata-se 
de um índice voltado para facilitar a pesquisa bibliográfica e a 
recuperação de citações de artigos científicos (GINGRAS, 2016).
Posteriormente, além do Science Citation Index, o Institute 
for Scientific Information passou a publicar outros dois índices: 
o Social Science Citation Index, a partir de 1973, e o Arts and 
Humanities Citation Index, a partir de 1978. Posteriormente, os 
três índices foram utilizados como base para constituir a princi-
pal coleção da base de dados Web of Science (GINGRAS, 2016).
A Web of Science pode ser considerada como uma das 
principais fontes de informação de artigos científicos, indexando 
em seu conteúdo cerca de 12.000 periódicos. Além de fornecer 
pesquisa bibliográfica, a base de dados de informação científica 
e tecnológica disponibiliza ferramentas voltadas a subsidiar estu-
dos métricos da ciência, como facilitar a exportação de conjun-
tos de registros bibliográficos, oferecer ferramentas de análise 
em sua interface, e publicar, por meio do Journal Citation Report, 
o fator de impacto, importante métrica utilizada pela comunida-
de científica (COSTAS, 2017).
Além da Web of Science, diversas outras bases de dados 
de informação científica e tecnológica surgiram com o mesmo 
objetivo: selecionar informações científicas relevantes em siste-
mas de informação automatizados, que forneçam uma lógica de 
representação e organização desse conteúdo e facilitem a recu-
peração da informação.
As bases de dados de informação científica e tecnológica 
podem ser classificadas pelos seguintes critérios (COLEPICOLO, 
2015):
29© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
1) Tipo: apresentam em seu conteúdo somente registros 
bibliográficos ou o texto completo de publicações.
2) Conteúdo: restringem ou não o tipo de publicação que 
indexam, como artigos científicos, livros, teses, disser-
tações, patentes etc.
3) Cobertura: cobrem uma área do conhecimento espe-
cífica, assuntos correlatos ou apresentam um perfil de 
cobertura multidisciplinar.
4) Acesso: restringem o acesso a seu conteúdo mediante 
o pagamento de assinatura; ou restringem o acesso a 
seu conteúdo a um grupo de pessoas; ou permitem o 
livre acesso ao seu conteúdo.
5) Período de cobertura: refere-se ao intervalo de tempo 
em que a base possui informações sobre determinada 
publicação – por exemplo, um mesmo periódico pode 
estar indexado em mais de uma base de dados, porém 
uma delas pode ter toda a coleção indexada e a outra 
somente apresentar as publicações dos últimos anos.
2.3. A CRISE DOS PERIÓDICOS
Como apontado no Tópico 2. 2, os avanços das TIC – prin-
cipalmente a popularização do acesso à internet – facilitaram a 
disponibilização de informações científicas em rede, ampliando 
o seu alcance e eliminando restrições físicas e geográficas para a 
sua distribuição. Porém, no modelo tradicional de comunicação 
científica, o viés comercial dado aos periódicos científicos e aos 
canais de comunicação, como as bases de dados de informação 
científica e tecnológica, podem representar barreiras de acesso 
à informação.
30 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
No modelo de comunicação científica de Garvey e Griffith 
(1979 apud COSTA; LEITE, 2017), o processo de comunicar a ciên-
cia ocorre em três etapas:
• Produção científica: fica a cargo dos pesquisadores, por 
meio da confecção de manuscritos que contêm as infor-
mações e os conhecimentos obtidos a partir dos resul-
tados de suas pesquisas.
• Disseminação da informação: ocorre a partir da publi-
cação dos resultados de pesquisas em canais de comu-
nicação, como livros, publicações em eventos e artigos 
de periódicos científicos.
• Uso da informação: acontece quando a informação é 
consumida, servindo de insumo para retroalimentação 
do sistema.
No modelo tradicional de comunicação científica, apesar 
da evolução das TIC, a etapa de uso da informação ainda é falha, 
visto que grande parte dos canais de comunicação utilizados pela 
ciência (como os periódicos científicos e bases de dados de infor-
mação científica e tecnológica) é propriedade de editoras cien-
tíficas. Essas editoras cobram elevados custos para que países, 
instituições e cientistas acessem o conteúdo que publicaram.
Questiona-se nesse modelo a cobrança pelo acesso às 
publicações, uma vez que grande parte do financiamento de 
pesquisas ocorre a partir de verbas públicas e, portanto, geram 
novas informações e conhecimentos que deveriam também ser 
tratadas como bens públicos. Esse questionamento é comple-
mentado pela observação de Kuramoto (2006, p. 92):
O pesquisador ou qualquer outro cidadão, para ter acesso àqui-
lo que foi produzido com o apoio do Estado, precisará pagar 
pela assinatura de uma publicação científica. Trata-se de uma 
31© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
situação paradoxal, pois o Estado, para promover o acesso àqui-
lo que produz, é obrigado a arcar com os custos de manutenção 
das coleções das revistas em que são publicados os resultados 
de sua produção científica.
Historicamente podemos identificar o impacto para o aces-
so à informação proveniente do modelo de comunicação cien-
tífica tradicional a partir da denominada crise dos periódicos. 
Identificada entre o final da década de 1980 e o início da década 
de 1990, a crise dos periódicos retrata um cenário em que as 
editoras científicas elevam substancialmente os valores de suas 
assinaturas. Esse aumento de valores ocorre devido a diversos 
motivos – como maior interesse por periódicos científicos dis-
ponibilizados em fontes como o Science Citation Index e maior 
procura por pesquisadores, e a fusão de empresas que levou as 
editoras científicas a atuar em um mercado menos competitivo 
(KURAMOTO, 2006;AUTRAN; BORGES, 2014).
A crise dos periódicos representa dificuldades para que as 
instituições garantam o desenvolvimento de suas coleções. Ku-
ramoto (2006) aponta que os bibliotecários foram os primeiros a 
sentir o impacto desse fenômeno, por gerenciarem os recursos 
financeiros destinados à aquisição de fontes de informação vol-
tadas a atender a demandas e interesses de instituições acadê-
micas e de pesquisa.
Com a necessidade de equilíbrio entre os recursos finan-
ceiros disponíveis e os custos envolvidos para a formação de co-
leções, passam a ser adotados critérios mais rigorosos para a se-
leção de assinaturas, o que é traduzido para as instituições e seus 
pesquisadores como barreiras de acesso à informação científica.
32 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
Costa e Leite (2017) ressaltam que, no caso da América La-
tina, o impacto da crise dos periódicos é maior devido à alta de-
pendência de conteúdo informacional oriundo de outros países.
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 1.
•	 Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula, 
localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina 
para abrir a lista de vídeos.
•	 Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um 
CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante 
do material. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmen-
te os conteúdos apresentados nesta unidade.
3.1. A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
Com as leituras propostas a seguir, você vai entender me-
lhor a consolidação do processo de comunicação científica que 
conhecemos nos dias atuais. Antes de prosseguir para o próxi-
mo assunto, realize as leituras indicadas, procurando assimilar o 
conteúdo estudado.
• PESSANHA, C. Critérios editoriais de avaliação científica: 
notas para discussão. Ciência da Informação, Brasília, 
v. 27, n. 2, p. 226-229, maio/ago. 1998. Disponível em: 
33© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
<http://www.scielo.br/pdf/ci/v27n2/pessanha.pdf>. 
Acesso em: 12 abr. 2019.
• SPINAK, E.; PACKER, A. L. 350 anos de publicação cien-
tífica: desde o “Journal des Sçavans” e “Philosophical 
Transactions” até o SciELO. SciELO em Perspectiva, 5 
mar. 2015. Disponível em: <https://blog.scielo.org/
blog/2015/03/05/350-anos-de-publicacao-cientifica-
-desde-o-journal-des-scavans-e-philosophical-transac-
tions-ate-o-scielo>. Acesso em: 12 abr. 2019.
• VOLPATO, G. L.; FREITAS, E. G. Desafios na publicação 
científica. Pesquisa Odontológica Brasileira, São Paulo, 
v. 17, n. suppl. 1, p. 49-56, 2003. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/%0D/pob/v17s1/a08v17s1.pdf>. 
Acesso em: 12 abr. 2019.
3.2. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Com as leituras indicadas a seguir, você vai acompanhar 
os aspectos críticos relacionados à recuperação da informação 
diante do volume de publicações disponíveis na internet. É apre-
sentado também o fator de impacto, métrica utilizada em diver-
sos procedimentos realizados pela comunidade acadêmica, sen-
do sua compreensão importante para a prática do bibliotecário.
• COLEPICOLO, E. Buscando informação científica de 
qualidade para pesquisa em Psicologia. Estudos Inter-
disciplinares em Psicologia, v. 5, n. 2, p. 133-142, 2014. 
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5433/2236-6407.
2014v5n2p133>. Acesso em: 12 abr. 2019.
• LOPES, I. L. Estratégia de busca na recuperação da in-
formação: revisão da literatura. Ciência da Informação, 
34 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
Brasília, v. 31, n. 2, p. 60-71, maio/ago. 2002. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v31n2/12909.pdf>. 
Acesso em: 12 abr. 2019.
• MIGLIOLI, S. Influência e limites do fator de impacto 
como métrica de avaliação na ciência. Ponto de Acesso, 
Salvador, v. 11, n. 3, p. 17-33, dez. 2017. Disponível em: 
<https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/arti-
cle/view/17263/15544>. Acesso em: 12 abr. 2019.
3.3. A CRISE DOS PERIÓDICOS
Com as leituras indicadas a seguir, você vai acompanhar as 
discussões sobre os modelos de gestão e financiamento de pe-
riódicos científicos e o impacto nas unidades de informação. Co-
nhecer esses modelos subsidiará as próximas discussões sobre o 
formato da comunicação científica tradicional e as propostas de 
canais de acesso aberto à informação científica.
• COSTA, A. J. B. Financiamento de periódicos nacio-
nais: o estado da arte. Ponto de Acesso, Salvador, v. 9, 
n. 1, p. 2-20, abr. 2015. Disponível em: <http://dx.doi.
org/10.9771/1981-6766rpa.v9i1.8993>. Acesso em: 12 
abr. 2019.
• CRUZ, A. A. A. C. et al. Impacto dos periódicos ele-
trônicos em bibliotecas universitárias. Ciência da Infor-
mação, Brasília, v. 32, n. 2, p. 47-53, maio/ago. 2003. 
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-
19652003000200005>. Acesso em: 12 abr. 2019.
• GUANAES, P. C. V.; GUIMARÃES, M. C. S. Modelos 
de gestão de revistas científicas: uma discussão ne-
cessária. Perspectivas em Ciência da Informação, 
35© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
Belo Horizonte, v. 17, n. 1, p. 56-73, jan./mar. 2012. 
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1413-
99362012000100004>. Acesso em: 12 abr. 2019.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o 
seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder às questões 
a seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas 
dúvidas
1) Podemos afirmar que a adoção de canais formais para a comunicação 
científica foi importante para:
a) Consolidar um mercado cada vez maior de publicações científicas, alvo 
das grandes editoras.
b) Promover meios de disseminação de novos conhecimentos, contri-
buindo para a discussão de resultados de pesquisa e a retroalimenta-
ção do fazer ciência.
c) Demonstrar a importância que novas tecnologias como a tipografia ti-
veram para a formação de novos canais de comunicação.
d) Permitir que os cientistas pudessem avaliar outros pesquisadores que 
atuavam em áreas semelhantes às suas.
2) Assinale a alternativa que não corresponde a contribuição geradas a partir 
do peer review:
a) Possibilitar que especialistas analisem o conteúdo a ser publicado em 
um periódico.
b) Garantir níveis de qualidade e integridade de resultados de pesquisa 
apresentados em artigos científicos.
c) Permitir que autores e avaliadores construam uma rede de colabora-
ção científica.
d) Buscar a imparcialidade na avaliação de conteúdo submetido a perió-
dicos científicos.
36 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
3) Entre as alternativas apresentadas, podemos afirmar que não é um fator 
considerado como motivo da crise dos periódicos:
a) O aumento de interesse pela comunidade científica por periódicos in-
dexados em bases de dados.
b) A atuação das editoras científicas em um mercado pouco competitivo.
c) O aumento de valores para aquisição ou assinaturas de periódicos.
d) A aplicação de métodos de seleção para desenvolvimento de coleções.
4) As bases de dados de informação científica e tecnológica possuem o ob-
jetivo de selecionar informações científicas relevantes, fornecendo uma 
lógica de representação e organização que facilite a recuperação da infor-
mação. Podemos classificar as bases de dados de informação científica e 
tecnológica por:
a) Tipo, conteúdo, cobertura, acesso e período de cobertura.
b) Tipo, conteúdo, valores, acesso e períodode cobertura.
c) Tipo, conteúdo, cobertura, localização e período de cobertura.
d) Tipo, conteúdo, cobertura, marca e período de cobertura.
5) As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) impulsionaram uma 
rápida expansão da comunicação científica, que contribuiu para o cresci-
mento do número de periódicos científicos e a criação de bibliotecas di-
gitais. Assinale a alternativa que não apresenta um marco no uso das TIC:
a) O lançamento do Eniac, primeiro computador eletrônico programável, 
que ocupava cerca de 220m2, em 1946.
b) A idealização da World Wide Web por Tim Berners-Lee, em 1991.
c) O uso das TIC por grandes editoras para promover o aumento dos va-
lores de periódicos científicos.
d) O aumento da qualidade de equipamentos e o barateamento de cus-
tos para a aquisição dos computadores pessoais.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas 
propostas:
1) b.
37© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
2) c.
3) d.
4) a.
5) c.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual aborda-
mos os aspectos gerais da comunicação científica, a trajetória 
na evolução das tecnologias de informação e os seus impactos. 
Vimos como as práticas de comunicação científica se transfor-
maram ao longo do tempo, sendo consolidadas na forma dos 
periódicos científicos, que constituem a base da comunicação 
da ciência contemporânea. A criação e a alteração de canais de 
comunicação da ciência foram possíveis a partir da evolução das 
tecnologias, principalmente com o advento da internet, que pro-
porciona benefícios sociais, como disponibilizar grandes volumes 
de informação e ampliar sua disseminação.
No decorrer da unidade, foi apresentados o desafio de 
propor solução para a organização, representação e recuperação 
de um volume cada vez maior de informação disponível na web. 
Como respaldo para as discussões da próxima unidade, foram 
apresentadas as barreiras de acesso à informação provenien-
tes de práticas comerciais ligadas à publicação de informação 
científica.
Na Unidade 2, você aprenderá sobre os fundamentos do 
Movimento de Acesso Aberto e os ambientes informacionais 
digitais.
38 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1 – A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO
6. E-REFERÊNCIAS
AUTRAN, M. M. M.; BORGES, M. M. Comunicação da ciência: (r)evolução ou crise? 
RECIIS – Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, 
Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 122-138, jun. 2014. Disponível em: <http://hdl.handle.
net/10316/26596>. Acesso em: 12 abr. 2019.
COLEPICOLO, E. Uma análise cientométrica do campo das habilidades sociais. 2015. 
169 f. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) – Universidade Federal de São Carlos, 
São Carlos, 2015. Disponível em: <https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/6003>. 
Acesso em: 12 abr. 2019.
COSTA, M. P.; LEITE, F. C. L. Repositórios institucionais da América Latina e o acesso 
aberto à informação científica. Brasília: Ibict, 2017. Disponível em: <http://repositorio.
unb.br/handle/10482/23202>. Acesso em: 12 abr. 2019.
COSTAS, R. Discussões gerais sobre as características mais relevantes de infraestruturas 
de pesquisa para a cientometria. In: MUGNANI, R.; FUJINO, A.; KOBASHI, N. Y. (Orgs.). 
Bibliometria e cientometria no Brasil: infraestrutura para avaliação da pesquisa 
científica na era do Big Data. São Paulo: ECA/USP, 2017. p. 19-42. Disponível em: 
<http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/view/129/108/547-
1>. Acesso em: 12 abr. 2019.
KURAMOTO, H. Informação científica: proposta de um novo modelo para o Brasil. 
Ciência da Informação, Brasília, v. 35, n. 2, p. 91-102, maio/ago. 2006. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/%0D/ci/v35n2/a10v35n2.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2019.
PINHEIRO, L. V. R.; FERREZ, H. D. Tesauro Brasileiro de Ciência da Informação. Rio de 
Janeiro; Brasília: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – Ibict, 2014. 
Disponível em: <http://www.ibict.br/publicacoes-e-institucionais/tesauro-brasileiro-
de-ciencia-da-informacao-1/copy_of_TESAUROCOMPLETOFINALCOMCAPA24102014.
pdf>. Acesso em: 13 out. 2018.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA, M. B.; CAVALCANTI, C. R. O. Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia. 
Brasília: Briquet de Lemos, 2008.
GINGRAS, Y. Os desafios da avaliação da pesquisa: o bom uso da bibliometria. Rio de 
Janeiro: EdUERJ, 2016.
MEADOWS, A. J. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.
TAMMARO, A. M.; SALARELLI, A. A biblioteca digital. Brasília: Briquet de Lemos, 2008.
VOLPATO, G. Publicação científica. 3. ed. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2008.
39
O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS 
AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
Objetivos
• Compreender os fundamentos do Movimento de Aces-
so Aberto.
• Conhecer as características dos ambientes informacio-
nais digitais.
Conteúdos
• Movimento de Acesso Aberto.
• Ambientes informacionais digitais.
Orientações para o estudo da unidade
Prezado aluno, antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações 
a seguir:
1) A Unidade 2 apresenta informações voltadas à compreensão do Movi-
mento de Acesso Aberto, às motivações para sua constituição, seus ato-
res, fundamentos e ações. Além do conteúdo apresentado no decorrer 
da unidade, é recomendado a pesquisa sobre o assunto nas referências 
indicadas na Unidade e em outras fontes de informação confiáveis.
2) Busque compreender o Movimento de Acesso Aberto de uma maneira 
sistêmica, estabelecendo relações com os assuntos abordados na unidade 
anterior: a comunicação científica, a evolução e impacto das tecnologias 
UNIDADE 2
e as barreiras de acesso à informação. O entendimento de cada conceito 
apresentado é imprescindível para a atuação do bibliotecário, bem como 
a capacidade de ligação das partes por meio dos fluxos de informação que 
as correlacionam.
3) As informações sobre os ambientes informacionais digitais destacam as 
bibliotecas digitais e os repositórios institucionais. Ao estudar o conteúdo, 
note que um repositório institucional trata-se de um tipo de biblioteca 
digital, porém nos repositórios é exigido, entre outras características bási-
cas, a oferta de conteúdo em texto completo em acesso aberto e adoção 
de protocolos de comunicação para a interoperabilidade entre diferentes 
ambientes informacionais digitais.
41© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, apresentaremos os conceitos e funda-
mentos acerca do Movimento de Acesso Aberto e dos ambien-
tes informacionais digitais. O tema dá continuidade aos tópicos 
abordados na Unidade 1, sendo esses assuntos divididos nos se-
guintes tópicos:
• Movimento de Acesso Aberto: iniciaremos a Unidade 2 
com a contextualização do Movimento de Acesso Aber-
to, sua criação e suas implicações para a comunicação 
científica.
• Ambientes Informacionais Digitais: apresentaremos 
os fundamentos dos ambientes informacionais digitais, 
com destaque para as bibliotecas digitais e os repositó-
rios institucionais.
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
A seguir serão apresentados o referencial teórico e prático 
para a compreensão do Movimento de Acesso Aberto. Lembra-
mos a importância da ligação dos temas apresentados na Unida-
de 1 com os conhecimentos apresentados nesta unidade.
Como desdobramentos para a compreensão do Movimen-
to de Acesso Aberto, serão abordados os ambientes informacio-
nais digitais, com enfoque nas bibliotecas digitais e repositórios 
institucionais.
Lembre-se de consultar o Conteúdo Digital Integrador 
apresentado no decorrer da Unidade, destinado ao aprofunda-
mento do assunto que abordaremos.
42 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
2.1. O MOVIMENTODE ACESSO ABERTO
O Movimento de Acesso Aberto (Open Access Initiative) 
pode ser compreendido como resultado da articulação e ações 
de grupos que possuem como interesse promover canais volta-
dos ao livre acesso à informação científica. De modo geral, po-
demos afirmar que o Movimento de Acesso Aberto busca criar 
alternativas diante das barreiras de acesso à informação, iden-
tificadas no modelo de comunicação científica tradicional, uti-
lizando para isso a combinação de tecnologias de informação, 
padrões de comunicação e diretrizes.
Pautados pelo argumento de que os resultados de pesqui-
sa, em grande parte financiada por órgão público de fomento, 
devem ser considerados bens públicos e acessíveis a todos, o 
Movimento de Acesso Aberto utiliza dois canais principais para 
alavancar as suas ações: a criação de periódicos científicos ele-
trônicos e os repositórios institucionais (KURAMOTO, 2006).
A popularização das TIC é um importante combustível para 
o acesso aberto. Um dos produtos desenvolvidos com a evolu-
ção dessas tecnologias é o arXiv.org. Trata-se de um ambiente 
digital, criado em 1991 pelo físico Paul Ginsparg, com a finalida-
de de depositar e compartilhar a versão prévia de manuscritos 
antes de serem submetidos à publicação – os chamados preprin-
ts. Esse ambiente tornou-se uma referência para o depósito de 
preprints em áreas como Física, Matemática, Ciência da Compu-
tação, Biologia, Finanças, Estatística, Engenharia Elétrica e Eco-
nomia (SUNYE et al., 2009; AUTRAN; BORGES, 2014). O arXiv.org 
pode ser considerado um marco na utilização de tecnologias de 
informação voltadas para a criação de canais alternativos de co-
municação científica, que dariam posteriormente respaldo para 
43© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
a estruturação de sistemas de informação utilizados pelo Movi-
mento de Acesso Aberto.
Entre as vantagens apresentadas na prática de disponibi-
lização dos preprints está a possibilidade de o pesquisador de-
bater com outros membros da comunidade científica os resulta-
dos de sua pesquisa, contribuindo para a escrita da versão final 
que será enviada aos canais de comunicação, como periódicos 
científicos.
Iniciativas como o arXiv.org motivaram grupos de interesse 
a se reunir com o objetivo de formular padrões de comunicação 
e diretrizes voltadas à formação e estruturação de uma rede de 
informação científica em acesso aberto.
Como passo inicial para a constituição do Movimento de 
Acesso Aberto, foi realizada em 1999 a Convenção de Santa Fé, 
que instituiu a Iniciativa de Arquivos Aberto (Open Archive Initia-
tive). Essa iniciativa determina o uso de ambientes informacio-
nais digitais de acesso aberto, como os Repositórios Institucio-
nais; do Dublin Core como padrão de descrição de metadados; 
e do OAI-PMH (Open Archives Initiative Protocol for Metadata 
Harvesting) como protocolo de comunicação destinado a possi-
bilitar a interoperabilidade de metadados entre os sistemas de 
informação (KURAMOTO, 2006; AUTRAN; BORGES, 2014).
Em 2002, foi lançada a Iniciativa de Budapeste pelo Aces-
so Aberto (Budapeste Open Access Initiative – Boai), que define 
duas principais estratégias utilizadas para promoção do Movi-
mento de Acesso Aberto: a via dourada e a via verde (BUDAPEST 
OPEN ACCESS INITIATIVE, 2002; COSTA; LEITE, 2017).
A via dourada promove a criação de periódicos científicos 
eletrônicos, pautados nos modelos utilizados pela comunicação 
44 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
científica tradicional, porém sem apresentar custos para acesso 
ao seu conteúdo.
A via verde promove a CRIAÇÃO DE REPOSITÓRIOS INSTI-
TUCIONAIS COMO AMBIENTES INFORMACIONAIS digitais volta-
dos ao armazenamento e à disponibilização da produção cientí-
fica em acesso aberto.
No Brasil, foram lançadas como diretrizes voltadas à pro-
moção do acesso aberto a Declaração de Salvador, a Carta de 
São Paulo e o Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre ao 
Conhecimento Científico, publicados em 2005, e a declaração de 
Florianópolis, publicada em 2006.
Devemos destacar a atuação do Instituto Brasileiro de In-
formação em Ciência e Tecnologia (Ibict) para a promoção do 
acesso aberto no país. O instituto acompanha e fomenta o Mo-
vimento de Acesso Aberto por meio da capacitação da comuni-
dade científica, da promoção de softwares voltados à construção 
de ambientes informacionais digitais e da oferta de serviços de 
informação como (IBICT, 2012):
• Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD): reú-
ne em um portal de pesquisa o texto completo de teses 
e dissertações defendidas e disponibilizadas por insti-
tuições de ensino do país. A constituição da BDTD ocor-
re graças à interoperabilidade da rede de bibliotecas di-
gitais de teses e dissertações de instituições nacionais, 
que utilizam o protocolo de comunicação OAI-PMH.
• Diretório de Políticas de Acesso Aberto das Revistas 
Científicas Brasileiras (Diadorim): reúne informações 
sobre periódicos científicos brasileiros no tocante às 
permissões para disponibilização do conteúdo neles 
45© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
publicados em ambientes informacionais digitais, como 
os repositórios institucionais.
• Diretório Luso-Brasileiro: reúne fontes de informação 
em acesso aberto do Brasil e Portugal, como os pe-
riódicos científicos de acesso aberto e os repositórios 
institucionais.
• Portal Brasileiro de Acesso Aberto à Informação Cien-
tífica (OASISBR): unifica a pesquisa de conteúdo em 
periódicos científicos, Repositórios Institucionais, repo-
sitórios temáticos, bibliotecas digitais de teses e disser-
tações e outras fontes de informação de acesso aberto 
do Brasil e Portugal.
• Portal do Livro Aberto em CT&I: disponibiliza em aces-
so aberto publicações oficiais brasileiras sobre ciência, 
tecnologia e inovação.
• Repositório Institucional Digital do Ibict (Ridi): dispo-
nibiliza as publicações lançadas pelo Ibict como arti-
gos, livros, teses, dissertações e publicações de eventos 
científicos.
Tais serviços de informação tornam palpáveis as iniciativas 
brasileiras em prol do Movimento de Acesso Aberto e apontam 
uma mudança na forma de fazer e comunicar a ciência.
Hurd (2000 apud COSTA; LEITE, 2017) apresenta as impli-
cações dos ambientes informacionais digitais no fluxo de comu-
nicação científica:
• As pesquisas passam a ser realizadas cada vez mais de 
modo colaborativo, a partir das possibilidades tecnoló-
gicas de comunicação.
46 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
• Além da publicação de manuscritos com resultados das 
pesquisas, dados brutos passam a ser disponibilizados 
em repositórios especializados como fomento à chama-
da ciência aberta.
• A versão prévia do manuscrito é depositada em repo-
sitórios de preprints, fomentando as discussões da co-
munidade acadêmica e auxiliando o autor a realizar me-
lhorias no manuscrito para ser submetido a publicação.
• A versão final do manuscrito é submetida a periódicos 
científicos eletrônicos, que podem ou não ser de acesso 
aberto, passando pela avaliação e aprovação pelos pa-
res (peer review).
• Os artigos publicados são disponibilizados em ambien-
tes informacionais digitais de acesso aberto, como os 
repositórios institucionais, e coletados por outros siste-
mas de busca interoperáveis, aumentando desse modo 
a visibilidade da produção científica.
• Universidades, por meio de suas editoras e bibliotecas, 
passam a assumir também papel de publicadores, dispo-
nibilizando em acesso aberto publicações institucionais.
• Novos produtos e serviços são desenvolvidos a partir 
das disponibilidades tecnológicas e conteúdo disponívelem acesso aberto.
No próximo tópico, você entenderá um pouco melhor 
como funcionam bibliotecas digitais e repositórios institucionais.
2.2. AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
Registrar e preservar a memória são ações inerentes à hu-
manidade, a fim de tornar a história disponível por várias 
47© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
gerações. Nesse percurso, a informação foi registrada em diver-
sos suportes, desde o papiro até os arquivos digitais, e arma-
zenada e preservada em diferentes ambientes informacionais, 
como museus, bibliotecas e repositórios institucionais (ROSSE-
TO, 2008). 
Ambientes informacionais são espaços que consideram o 
potencial de armazenagem de informações, bem como “os sujei-
tos que representam, tratam, armazenam, recuperam, acessam, 
usam, modificam e voltam a armazenar informações” (OLIVEIRA; 
VIDOTTI, 2016, p. 95).
No contexto digital, os ambientes informacionais são estru-
turados em linguagem binária e conhecidos como sistemas, sis-
temas de informação, sites, websites, portais, ambiente digital, 
software, entre outros. Esses ambientes abrangem bibliotecas 
digitais, repositórios de informação digital e institucionais, siste-
mas para gerenciamento de periódicos eletrônicos e sistemas de 
gerenciamento de conferências, por exemplo (CAMARGO, 2010; 
OLIVEIRA; PINTO; VIDOTTI, 2011).
Neste tópico, em consonância com a discussão sobre o 
acesso aberto, aprofundaremos a descrição sobre as bibliotecas 
digitais e os repositórios institucionais.
De acordo com Digital Library Federation (DLF, 1998), as 
bibliotecas digitais são organizações que selecionam, estrutu-
ram, oferecem acesso, preservam a integridade e garantem a 
persistência, ao longo do tempo, de coleções no formato digital, 
para disponibilizá-las a uma comunidade definida ou conjunto 
de comunidades.
Tammaro e Salarelli (2008) relacionam a biblioteca digital 
aos produtos e serviços de informação oferecidos pelas bibliotecas 
48 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
convencionais ou físicas. Para esses autores, “o que caracteriza a 
biblioteca digital é uma mudança da tecnologia e de atividades 
conexas, mas não de funções” (TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 
131). Portanto, serviços como seleção de conteúdo, catalogação, 
arquivamento, preservação, e serviços para a recuperação da in-
formação para os seus usuários, entre outros, são oferecidos por 
ambas, porém, por não apresentar limitações físicas, as bibliote-
cas digitais poderão realizar essas ações de maneira mais flexível.
Entre os itens informacionais que compõem uma bibliote-
ca digital, Rosseto (2008) destaca:
• Bases de dados com links para os documentos em meio 
digital ou impresso.
• Ferramentas de indexação e localização.
• Coleções de informações com apontamentos para re-
cursos da internet.
• Diretórios.
• Fontes primárias nos vários formatos digitais.
• Fotografias.
• Conjunto de dados numéricos.
• Revistas eletrônicas.
• Livros eletrônicos.
• Vídeos.
• Músicas.
• Verbetes de assuntos temáticos.
Embora seus alicerces sejam anteriores à World Wide Web, 
foi a internet que tornou as bibliotecas digitais necessárias, devi-
do ao rápido desenvolvimento das TIC e ao desejo dos pesquisa-
49© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
dores de compartilhar dados científicos e os resultados de suas 
pesquisas de forma mais eficiente (SAYÃO, 2008).
A evolução das TIC impulsiona o avanço e o número de bi-
bliotecas digitais, proporcionando que estas se constituam como 
um instrumento para a democratização do acesso ao conheci-
mento; a promoção de informações à sociedade; o fortalecimen-
to da comunicação e colaboração de grupos de pesquisadores; o 
fomento de conhecimentos em áreas consideradas estratégicas; 
além da promoção da inclusão social, digital, científica e cultural 
(ROSSETO, 2008; TAMMARO; SALARELLI, 2008).
Um exemplo de biblioteca digital no âmbito nacional é a Bi-
blioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD). A BDTD foi criada 
em 2002 com os objetivos de difundir as informações de inte-
resse científico e tecnológico para a sociedade, aumentar o nú-
mero de teses e dissertações brasileiras na internet e dar maior 
visibilidade à produção científica nacional. Organizada pelo Ibict, 
a BDTD foi desenvolvida como um sistema de publicação eletrô-
nica de teses e dissertações para as instituições de ensino e pes-
quisa que não possuíam sistemas automatizados para implantar 
suas bibliotecas digitais (IBICT, 2018).
A BDTD passou por diversas atualizações, bem como as 
tecnologias e formatos empregados foram amplamente discuti-
dos, e hoje “se consolida como uma das maiores iniciativas, do 
mundo, para a disseminação e visibilidade de teses e disserta-
ções” (IBICT, 2018).
No caminho da visibilidade da produção científica, têm 
sido desenvolvidos os repositórios institucionais (RI). Esse tipo 
de biblioteca digital é usado principalmente por universidades e 
se caracteriza por ser orientado “para a informação produzida no 
50 © AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
ambiente das instituições, sendo desenvolvidos, implementados 
e mantidos por elas” (TOMAÉL; SILVA, 2007, p. 3).
O que diferencia os RI das bibliotecas digitais, de acordo 
com Leite (2009), são as propriedades obrigatórias para caracte-
rizar um repositório, a saber: o RI deve ser instituído oficialmen-
te, adotar padrões de comunicação que o tornem interoperável 
e disponibilizar, em acesso aberto, textos completos referentes a 
produção intelectual ligada à instituição a que pertence.
Como elemento-chave para a promoção da via verde, os RI 
comportam toda a produção científica da instituição que pode 
ser disponibilizada em acesso aberto. Eles são como bibliografias 
especializadas de uma instituição, cuja função básica é permitir 
o acesso organizado e livre às suas publicações de diferentes ca-
tegorias (WEITZEL, 2006).
Algumas características essenciais do RI, de acordo com 
Weitzel (2006), são:
• Auto-sustentabilidade.
• Alimentação por auto-arquivamento, que compreende 
a descrição padronizada dos metadados e o upload do 
arquivo em formato PDF ou em outro formato de texto 
pelo próprio autor.
• Interoperabilidade entre os diferentes sistemas.
• Acesso livre para todos os interessados em pesquisar e 
baixar arquivos depositados.
A concepção de repositório está intimamente relacionada 
ao acesso aberto, pois prevê o depósito de publicações oficiais, 
como livros e artigos, e torna recuperáveis elementos da litera-
tura cinzenta, como as publicações de eventos científicos (anais, 
proceedings) e documentos pertinentes às unidades de ensino 
51© AUTOMAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 2 – O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E OS AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS
e pesquisa das universidades (relatórios de pesquisa, comunica-
ções em eventos, conferências, projetos) (TOMAÉL; SILVA, 2007).
Além da eliminação de barreiras ao acesso à informação 
científica, os RI proporcionam (COSTA; LEITE, 2017): 
a) O aumento da visibilidade das publicações institucio-
nais, uma vez que passarão a ser visíveis em outros sis-
temas de recuperação da informação em virtude dos 
protocolos de comunicação e interoperabilidade com 
que adotam.
b) Contribuição para a preservação digital da produção 
científica e, consequentemente, para a preservação da 
memória institucional.
c) Facilidade para recuperar a informação, uma vez que 
reúnem sob um único sistema de informação as publi-
cações científicas da instituição, que são agrupadas em 
um único ambiente digital e organizadas sobre uma 
mesma lógica de representação;
d) Viabilização do diagnóstico da produção

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