Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com esclerose lateral amiotrófica Conteudistas Lúcia Leite Lais Ana Beatriz Morais Patriota Isabela Luzia Brito Rocha Milena Magalhães Augusto Thaís Souza Passos Thais Alves Cunha Karla Mônica Dantas Coutinho Sancha Helena de Lima Vale Elaborada por Edineide da Silva Marques CRB-15/488. Vale, Sancha Helena de Lima [et al.]. Preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com esclerose lateral amiotrófica [recurso eletrônico] / Sancha Helena de Lima Vale, Karla Mônica Dantas Coutinho, Thais Alves Cunha, Thaís Souza Passos, Milena Magalhães Augusto, Isabela Luzia Brito Rocha, Ana Beatriz Morais Patriota e Lúcia Leite Lais. – 1. ed. – Natal: SEDIS-UFRN, 2023. 1217KB., PDF. ISBN 978-65-5569-353-9 1. Disfagia. 2. Esclerose Lateral Amiotrófica. 3. Terapia Nutricional. I. Coutinho, Karla Mônica Dantas. II. Cunha, Thais Alves. III. Passos, Thaís Souza. IV. Augusto, Milena Magalhães. V. Rocha, Isabela Luzia Brito. VI. Patriota, Ana Beatriz Morais. VII. Lais, Lúcia Leite. VIII. Título. CDU 616.32-008.1 V149p 3 DEDICATÓRIA Dedicamos este livro aos pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA) assistidos no Ambulatório de Doenças do Neurônio Motor/ELA (Ambulatório DNM/ELA) do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Com a presença da disfagia e a necessidade de mudanças na consistência da dieta, muitos pacientes se depararam com monotonia alimentar e redução do apetite. A ideia de elaboração deste e-book nasceu de um pedido de um paciente assistido pelo telemonitoramento multidisciplinar durante a pandemia da Covid-19. Espera-se que esse compilado de receitas seja útil não só para ele mas também para outros pacientes e nutricionistas que, de alguma forma, lidam com a disfagia. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO UNIDADE 1 CONTEXTUALIZANDO A DISFAGIA E O ESTADO NUTRICIONAL NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) UNIDADE 2 MUDANÇAS NA CONSISTÊNCIA DE DIETAS E PADRONIZAÇÃO INTERNACIONAL DE DIETAS PARA DISFAGIA UNIDADE 3 DESENVOLVIMENTO DE PREPARAÇÕES ALIMENTARES ESPESSADAS PARA PACIENTES DISFÁGICOS COM ELA UNIDADE 4 PREPARAÇÕES ALIMENTARES ESPESSADAS PARA PACIENTES DISFÁGICOS COM ELA UNIDADE 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICES 5 7 11 15 18 42 43 49 5 APRESENTAÇÃO A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa rara caracterizada pela disfagia, disartria, perda da função dos membros e insuficiência respiratória. Essas características afetam de forma negativa a qualidade de vida dos pacientes acometidos (1). A disfagia na ELA prejudica a eficácia da deglutição e afeta o prazer em comer. Pacientes disfágicos podem apresentar sintomas como perda do apetite, perda de peso e desnutrição. A modificação da consistência dos alimentos e preparações é uma estratégia fundamental para garantir uma maior segurança durante a ingestão alimentar, tendo em vista que os líquidos de baixa viscosidade, alimentos duros e secos, assim como preparações com diferentes consistências podem aumentar o risco de aspiração em pacientes com disfagia neurogênica (2). Para garantir mais segurança na alimentação, o fonoaudiólogo pode orientar os pacientes com dificuldade de deglutição a ingerirem os alimentos nas consistências mais adequadas para cada caso (3). Com isso, a atuação da fonoaudiologia e da nutrição deve ser conjunta, em caráter multidisciplinar. Nesse sentido, a Iniciativa Internacional de Padronização de Dietas para Disfagia (IDDSI) desenvolveu a categorização dos níveis dos alimentos com textura modificada e dos líquidos espessados voltada para pacientes com disfagia. Essa iniciativa permitiu a identificação padronizada de oito níveis de textura com métodos aplicáveis e adequados para uso em todos os países, por meio da harmonização global das terminologias que descrevem as consistências dos alimentos (4,5). A terapia nutricional na ELA deve ser baseada em uma dieta hiperenergética e hiperproteica, com valorização de carboidratos complexos e gorduras de boa qualidade. Além disso, devem-se priorizar os alimentos in natura, incentivando a redução da ingestão de alimentos processados e ultraprocessados. A ingestão adequada de micronutrientes é fundamental para o funcionamento geral do organismo, incluindo o sistema nervoso. Micronutrientes e compostos bioativos antioxidantes são de fundamental importância, uma vez que o estresse oxidativo faz parte da fisiopatologia da ELA. Em uma revisão recente, foram destacados os seguintes compostos antioxidantes no tratamento da ELA: vitamina E, carotenos, flavonoides, resveratrol, epigalocatequina, curcumina e coenzima Q-10 (6). Em suma, as dietas homogêneas e espessas são recomendadas para reduzir o risco de aspiração nos pacientes com disfagia neurogênica e possibilitar uma deglutição mais segura e eficaz (7). Portanto, o objetivo deste e-book é propor preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com ELA, apresentando um compilado de receitas adequadas a essa condição de saúde. A divulgação e o compartilhamento deste material viabilizarão resultados positivos na terapia nutricional desses pacientes e possibilitarão a diversificação da alimentação oral de forma mais segura e eficaz. Lúcia Leite Lais UNIDADE 1 Preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com esclerose lateral amiotrófica Contextualizando a disfagia e o estado nutricional na esclerose lateral amiotrófica (ELA) 7 UNIDADE 1 – CONTEXTUALIZANDO A DISFAGIA E O ESTADO NUTRICIONAL NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) A ELA é uma doença neurodegenerativa multissistêmica que afeta primeiramente os neurônios motores e possui grande heterogeneidade genética, clínica e neuropatológica (8). A incidência anual de ELA varia entre 0,6 e 3,8 por 100.000 habitantes, sendo ligeiramente mais frequente em homens (9). A faixa etária com maior risco de desenvolver essa doença é de 45 a 75 anos (8). Sua forma mais comum é do tipo esporádica (90% dos casos), na qual a patogênese está relacionada a complexas interações entre fatores genéticos e ambientais. O restante dos casos (10%) é do tipo familiar, no qual há presença de um padrão de herança autossômica dominante comprovado pela ocorrência de histórico familiar da doença (10). Apesar das diferenças, ambos os tipos resultam essencialmente no mesmo prognóstico (11). A etiologia da ELA ainda não está totalmente esclarecida, mas se sabe que há interações entre fatores genéticos e ambientais, além das próprias disfunções relacionadas ao envelhecimento. Mais de 20 genes estão envolvidos na etiologia da ELA, entre eles, os genes SOD1 e C9ORF72. Mutações no gene SOD1 estão presentes em 20% dos casos de ELA familiar, enquanto mutações no gene C9ORF72 estão presentes em 30-50% dos casos de ELA. Além dos fatores de risco não modificáveis (genética, idade mais avançada e sexo masculino), alguns fatores de risco modificáveis podem estar associados ao desenvolvimento da ELA, como tabagismo, exercício físico extenuante, exposição a metais pesados, pesticidas, trauma na cabeça e infecções virais (8). Apesar da fisiopatologia da ELA não ser totalmente compreendida, sabe-se que há uma disfunção neuronal com eventual morte celular (apoptose neuronal). Esta é causada por vários fatores como: agregação proteica, distúrbios no metabolismo de RNA, prejuízo no reparo de DNA, alteração metabolismo de proteínas, disfunção mitocondrial, excitotoxicidade, prejuízo do transporte axonal, neuroinflamação e estresse oxidativo (8,12,13). Dessa forma, não apenas os neurônios motores são atingidos mas também outras células do sistema nervoso (astrócitos, micróglia e oligodendrócitos) (13). Na ELA, a primeira observação dos sintomas geralmente ocorre entre os 51 e 66 anos (9). Como a doença afeta os neurônios motores, os sintomas mais característicos são atrofia e fraqueza muscular. Os músculos atingidossão os esqueléticos e os envolvidos na respiração, fala e deglutição. Dessa forma, pode-se observar uma gama de sinais e sintomas, como atrofia e fraqueza muscular, disartria, disfonia e disfagia (8,12). Outros sinais e sintomas incluem sialorreia, fasciculações, hiperreflexia, prejuízo sensorial, cãibras e labilidade emocional. Cerca de 50% dos pacientes irão apresentar outros sintomas não motores, relacionados a alterações cognitivas e de comportamento. Um exemplo é a demência frontotemporal (10-15% dos casos), caracterizada clinicamente por mudanças comportamentais, comprometimento das funções executivas e/ou comprometimento da linguagem (8). O diagnóstico da ELA é clínico, baseado na história e no exame físico que mostra sinais de disfunção progressiva dos neurônios motores superior e inferior. Pode ainda ser apoiado por estudos eletrofisiológicos e de neuroimagem, além de testes laboratoriais em casos de ELA familiar. Os diagnósticos de exclusão devem ser considerados (10,14). Os critérios do El Escorial foram desenvolvidos para padronizar o diagnóstico da ELA para a pesquisa clínica (15). Um diagnóstico precoce pode contribuir para um melhor manejo clínico da doença. No entanto, diagnósticos incorretos no início da doença podem atrasar a identificação da ELA. Estudos mostram que esse atraso no diagnóstico pode variar de 9 a 24 meses (9). 8 Alguns guidelines já foram desenvolvidos para direcionar o tratamento da ELA. Todos eles recomendam uma abordagem multidisciplinar, incluindo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da ELA, publicado em Portaria pelo Ministério da Saúde do Brasil (16). Quanto ao tratamento medicamentoso, apesar de vários ensaios clínicos estarem em andamento, observa-se a existência de duas drogas aprovadas pela agência Food and Drug Administration (FDA): Riluzol e Edaravone. No entanto, apenas o Riluzol tem registro no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (16). O Riluzol atua como um antagonista do glutamato e reduz sua excitotoxicidade, aumentando a sobrevida em cerca de 3-6 meses (17). O Edaravone atua na redução do estresse oxidativo e tem demonstrado melhorar o estado funcional e aumentar a sobrevida de pacientes com ELA (18). Com as limitações da terapia medicamentosa, o tratamento da doença é focado no manejo de sintomas e condições clínicas que vão ocorrendo ao longo da doença. Autores demonstram que o cuidado multidisciplinar na ELA é capaz de aumentar a sobrevida de forma significativa (19). Ademais, o uso da telemedicina e telessaúde tem se destacado como estratégias de monitoramento ou de complementação do atendimento a pacientes com ELA (20,21). O prognóstico do paciente com ELA é desfavorável, mas o tempo de sobrevida após o diagnóstico é bastante variado. Os fatores que levam a menor sobrevida dos pacientes com ELA são idade avançada, início bulbar, atraso no diagnóstico, rápido declínio funcional, perda de peso, redução do índice de massa corporal (IMC), presença de demência frontotemporal e baixa capacidade vital forçada. Além disso, fatores genéticos estão associados a uma sobrevida mais curta, por exemplo, a mutação Ala5Val no gene SOD1, a expansão de repetição do hexanucleotídeo GGGGCC no gene C9ORF72 e a mutação P525L no gene FUS (8). Em geral, a sobrevida média de pacientes com ELA é de 3 a 5 anos, mas cerca de 5% a 10% dos pacientes vivem mais de 10 anos (9,12). A ELA tem grande impacto no estado nutricional e na qualidade de vida de pacientes acometidos, uma vez que prejudica ou inviabiliza várias funções orgânicas e a interação do paciente com seu meio ambiente (22). A desnutrição e a perda de peso são frequentes e estão associadas à progressão acelerada da doença, bem como a uma menor sobrevida. Segundo a literatura, a incidência de desnutrição em pacientes com ELA varia de 15 a 55% (23). Ademais, a presença de desnutrição aumenta o risco relativo de morte em 7,7 vezes (24) ou a cada 5% de perda de peso, o risco de morte aumenta em 30% (25). Considerando o estado nutricional como fator influenciador do prognóstico do paciente com ELA (24), ressalta-se a importância do nutricionista e do fonoaudiólogo no contexto assistencial multiprofissional. O nutricionista deve instituir uma terapia nutricional adequada, por via oral ou enteral, objetivando prevenir ou minimizar a perda de peso e a desnutrição, além de favorecer um suporte nutricional adequado. Já o fonoaudiólogo avalia a função da deglutição e indica a consistência alimentar mais segura para o paciente. Vários fatores contribuem para a alta ocorrência de desnutrição em pacientes com ELA. A desregulação da homeostase energética desses indivíduos possibilita a ocorrência de hipermetabolismo, mesmo com a perda da massa muscular (26). Adicionalmente, a desnutrição em pacientes com ELA pode estar relacionada à disfunção de processos endógenos que regulam fome, saciedade e apetite. Autores observaram que a diminuição do apetite foi significativamente maior em pacientes com ELA comparada a controles saudáveis (27). Além da regulação neuroendócrina da ingestão alimentar, fatores como ansiedade e depressão podem levar à diminuição do apetite em pacientes com ELA (28). Em outras situações, pacientes com ELA que têm apetite preservado, mas, por limitações relacionadas à disfagia, têm baixa ingestão de energia e nutrientes, apresentam estado nutricional comprometido. A disfagia é um dos principais sintomas presentes na ELA que está associado à desnutrição e à desidratação. Essa dificuldade de deglutição é ocasionada pela degeneração progressiva da passagem corticonuclear e dos núcleos motores, gerando a atrofia e discinesia da língua, e a contração faringolaríngea (30). É necessário que a disfagia seja diagnosticada e tratada precocemente para que complicações como engasgos, asfixia, desnutrição e pneumonia aspirativa sejam prevenidas. O tratamento da disfagia envolve uma série de estratégias que contribui para uma deglutição mais segura, entre elas, a mudança da consistência da dieta (31,32). Em pacientes com ELA, a disfagia ocorre conforme o 9 avanço da doença, afetando mais cedo ou mais tarde a ingestão alimentar por via oral (33%). Nesse sentido, a preservação de uma alimentação oral mais segura para o paciente pelo maior tempo possível é primordial. No caso de disfagia leve, com prejuízo parcial da ingestão alimentar, a oferta nutricional deve ser apoiada no aumento da densidade energética e nutricional das preparações, sem necessariamente aumentar o volume final da refeição. Grandes volumes alimentares promovem fadiga durante as refeições e diminuem a tolerância digestiva (29). Outra estratégia para o caso de disfagia leve é o uso de suplementos nutricionais orais (29). No caso de disfagia moderada à grave, será necessário o uso da nutrição enteral por tempo indeterminado. Nesse contexto, a via de acesso mais indicada será a gastrostomia. Recomenda-se a gastrostomia para pacientes com ELA quando: (a) há risco aumentado de aspiração, mesmo após modificações dietéticas; (b) houve perda de peso ≥ 5-10% em relação ao peso inicial ao diagnóstico; (c) houve redução do IMC ≥ 1 ponto em relação ao IMC inicial ao diagnóstico; (d) o gasto energético diário estimado estiver excedendo a ingestão energética (21). A oferta adequada de nutrientes deve ser garantida ao paciente com ELA, seja com mudanças na consistência da dieta, seja por meio do uso de complementos e suplementos nutricionais, seja, até mesmo, pela nutrição enteral via gastrostomia (29). O tratamento para disfagia é configurado para facilitar a deglutição, otimizar a ingestão alimentar e diminuir o risco de aspiração. A viscosidade e a textura dos alimentos ofertados devem estar correlacionadas com o grau de disfagia apresentado pelo paciente (34). Considerando a importância da adequação de consistência dos alimentos, é fundamental a ação conjunta entre fonoaudiólogo e nutricionista (3). Saiba Mais: E-book sobre disfagiadisponível no QR code abaixo: UNIDADE 2 Preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com esclerose lateral amiotrófica Mudanças na consistência de dietas e padronização internacional de dietas para disfagia 11 UNIDADE 2 – MUDANÇAS NA CONSISTÊNCIA DE DIETAS E PADRONIZAÇÃO INTERNACIONAL DE DIETAS PARA DISFAGIA A dieta normal (também denominada geral ou livre) é aquela que contém quantidade suficiente de energia, apresenta distribuição equilibrada de macro e micronutrientes, e não requer alterações na consistência dos alimentos e preparações. Já a dieta modificada é aquela que possui algum aspecto alterado para atender uma ou mais necessidades específicas do paciente. São muitas as possibilidades de modificações dietéticas, mas as mais comuns são em relação à composição (quantidade de energia, nutrientes, fibras, glúten, lactose e sal) e à consistência da dieta. As dietas e preparações modificadas podem ter consistência branda, pastosa ou líquida. As modificações podem ser em relação tanto ao tamanho quanto à textura dos alimentos, abrangendo também os líquidos espessados. A mudança na consistência da dieta é a modificação dietética mais eficiente para pacientes com disfagia leve. Entretanto, as descrições e classificações dessas mudanças de consistência sofrem variações entre e intrapaíses, dificultando a comunicação entre os profissionais da saúde, cuidadores e pacientes. Ademais, a diversidade de terminologias, rótulos e níveis de textura dos alimentos e líquidos espessados ocasiona grande dificuldade de compreensão, gera múltiplas interpretações e pode levar ao consumo inadequado da consistência prescrita. Diante dessa problemática, a Iniciativa Internacional de Padronização de Dietas para Disfagia (IDDSI – International Dysphagia Diet Standardisation) desenvolveu em 2016 uma nova terminologia e definições padronizadas globalmente para categorizar os líquidos espessados e alimentos com textura modificada para pacientes com disfagia, sem restrição de idade e acessível para todos os ambientes de cuidado e todas as culturas. Essa padronização internacional abrange oito níveis de consistência. Eles são identificados por cores, termos e números, propondo também métodos de teste de consistência utilizando seringa, garfo e colher (2,7,35) (Figura 1). 12 Figura 1 - Classificação das consistências segundo a Iniciativa Internacional de Padronização de Dietas para Disfagia (IDDSI). Abrange oito níveis de consistência: 0 – Líquido fino; 1 – Muito levemente espe`ssado; 2 – Levemente espessado; 3 – Moderadamente espessado ou Liquidificado; 4 – Extremamente espessado ou Pastoso; 5 – Moído e úmido; 6 – Macio e picado; 7 – Fácil de mastigar ou Normal. Fonte: Cichero et al. (2017) (35). Essa padronização de consistências traz benefícios e segurança aos pacientes disfágicos, considerando que eles são avaliados e recebem prescrições com texturas de alimentos e líquidos espessados proporcionais à sua capacidade cognitiva e física (35). O nível 0 (líquido fino) é caracterizado com um fluxo rápido e semelhante ao da água, enquanto o nível 1 (líquido muito levemente espessado) é mais espesso que a água e exige um pouco mais de esforço para beber do que os líquidos finos. O nível 2 (líquido levemente espessado) pode fluir rapidamente de uma colher, porém, com o fluxo mais lento que o líquido fino. O nível 3 (moderadamente espessado ou liquidificado) compreende tanto a estrutura dos alimentos de transição quanto a de líquidos espessados. Pode ser bebido com o auxílio de um copo ou utilizando uma colher, não exige mastigação e possui textura lisa e sem pedaços (36). O nível 4 (extremamente espessado ou pastoso) também transita em duas classes. A consistência permite que seja consumido com uma colher, mas não pode ser bebido em um copo nem sugado por canudo, além de não exigir mastigação. O nível 5 (moído e úmido) é a textura na qual o alimento pode ser ingerido utilizando garfo e colher, pode também ser moldado no prato e apresenta pequenos grumos visíveis, sendo necessários mastigação mínima e movimentação do bolo alimentar pela língua. O nível 6 (macio e picado) ocorre quando os alimentos podem ser consumidos e amassados com um garfo, os pedaços são cortados em tamanhos adequados e exige mastigação. Por último, o nível 7 (normal) contempla os alimentos do dia a dia, com várias texturas e sem restrições de consistências (36). Os métodos de teste de consistência utilizando seringa, garfo e colher propostos pelo IDDSI são de fácil aplicação e contribuem para a segurança do paciente, evitando que uma consistência diferente daquela prescrita seja consumida. A seringa é usada para graduar a fluidez dos líquidos e classificar a consistência dos líquidos finos até os extremamente espessados. A medição desses graus de fluidez considera o tempo de escoamento do líquido e se faz com o uso de um cronômetro. O conteúdo alimentar adequadamente homogeneizado é introduzido na seringa de 13 10 mL com 61,5 mm de comprimento (BDTM), limpa e seca, apontada para baixo e sem a parte do êmbolo. O avaliador veda o bico da seringa pressionando-o com o dedo indicador. Depois, insere o conteúdo líquido dentro da seringa até a marcação de 10 mL e libera a saída no momento que o cronômetro é ativado. Marca-se um tempo de 10 segundos e novamente veda o bico da seringa com o dedo indicador para interromper o fluxo do líquido. Dependendo do volume que restou, classifica-se o nível da consistência em 0, 1, 2, 3 ou 4 (Figura 2). Tomando como base o líquido remanescente após os 10 segundos, o nível 1 se classifica quando há entre 1 e 4 mL restantes; e o nível 2, quando há entre 4 e 8 mL (36). O garfo de sobremesa ou a colher são usados para alimentos pastosos e mais sólidos. O teste de gotejamento do garfo deve ser utilizado para bebidas espessas e alimentos fluídos (níveis 3 e 4) a fim de avaliar se eles fluem através dos dentes do garfo. O nível 3 deve gotejar lentamente em porções através dos dentes do garfo. No nível 4 deve ocorrer acúmulo do alimento sobre o garfo, desse modo, uma pequena quantidade pode fluir através dos dentes do garfo e formar uma ponta abaixo, porém, não deve gotejar em porções, nem fluir continuamente através do garfo (36). O teste de inclinação da colher é utilizado para determinar a consistência do alimento e a sua capacidade de se manter unido, assim avaliando os níveis 4 e 5. O alimento deve manter sua forma na colher e soltar caso ela seja inclinada ou virada. Pode ser necessário agitar levemente a colher para desalojar o alimento, mas este deve deslizar facilmente, podendo haver uma película fina remanescente que permita ver a colher através dela. O alimento não deve ser firme e pegajoso. Uma colherada pode se espalhar ou cair muito ligeiramente em um prato (36). A. B. Figura 2 - Teste de consistência segundo a Iniciativa Internacional de Padronização de Dietas para Disfagia (IDDSI). A. Teste com seringa para classificar a consistência dos líquidos finos até os extremamente espessados (níveis 0 a 4). B. Teste com garfo de sobremesa ou colher para classificar a consistência de líquidos moderadamente ou extremamente espessados (níveis 3 e 4). Fonte: IDDSI Framework (35). A modificação da consistência dos alimentos é uma intervenção amplamente utilizada no tratamento dos distúrbios da deglutição e garante uma alimentação mais segura para os pacientes. Portanto, é primordial avaliar a consistência mais adequada para cada grau de disfagia (3). Por essa razão, recomenda-se o uso dessa classificação. UNIDADE 3 Preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com esclerose lateral amiotrófica Desenvolvimento de preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com ELA 15 UNIDADE 3 – DESENVOLVIMENTO DE PREPARAÇÕES ALIMENTARES ESPESSADAS PARA PACIENTES DISFÁGICOS COM ELA As preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com ELA são essenciais em determinadomomento da evolução da doença em que a via oral ainda está sendo utilizada, seja de forma exclusiva, seja em conjunto com a nutrição enteral. O ideal é que as orientações das preparações ocorram de forma rigorosa e obedeçam a alguns critérios. Não é suficiente apenas dizer ao paciente ou cuidador que a dieta será pastosa. Como vimos na PARTE II deste e-book, existem níveis de consistência diferentes para alimentos e preparações. Orientar o paciente sobre a consistência adequada para ele traz mais segurança no sentido de reduzir risco de engasgos, acúmulo de resíduos alimentares na região da orofaringe e até broncoaspiração. Dessa forma, sugerimos que as 5 etapas sejam seguidas antes de orientar uma preparação espessada ao paciente (Figura 3). Figura 3 - Etapas para orientação de uma preparação espessada ao paciente disfágico. Fonte: autoria própria. Na etapa 1, é importante que a consistência da dieta do paciente seja respaldada em avaliações feitas pelo fonoaudiólogo. Esse profissional tem a competência para avaliar o tipo e o grau da disfagia e indicar a consistência mais segura ao paciente. Avaliações feitas pelo nutricionista também complementam essa indicação. Na etapa 2, as preparações devem ser planejadas considerando aspectos nutricionais e socioeconômicos do paciente. O nutricionista tem uma participação essencial nessa etapa, pois, para uma boa aceitação, as preparações precisam ser não só saborosas, mas também nutritivas, com bom aporte de energia, proteína, micronutrientes e compostos bioativos antioxidantes essenciais no tratamento dietoterápico dos pacientes com ELA. Ademais, deve-se valorizar o uso de ingredientes comuns e de fácil acesso, priorizando alimentos in natura e minimamente processados que são mais saudáveis. As preferências, aversões, intolerâncias e alergias alimentares do paciente também devem ser consideradas no planejamento. Os alimentos devem ser escolhidos com base nas características sensoriais de cor, aparência, odor, textura e estágio de maturação dos vegetais. Isso conferirá não só a boa qualidade dos ingredientes mas também influenciará na consistência da preparação final. Espessantes naturais, como amido de milho e farinha de aveia, podem ser usados para se ajustar à consistência requerida. As boas práticas de manipulação dos alimentos devem ser empregadas, conferindo adequada higienização, sanitização e conservação dos alimentos. Na nossa prática clínica, alimentos e preparações nas consistências dos níveis 1 (muito levemente espessado), 2 (levemente espessado), 3 (moderadamente espessado) e 4 (extremamente espessado) são mais aceitos/tolerados pelos pacientes com ELA. Dessa forma, preparações como sucos, vitaminas, mingaus, caldos, sopas, consomês e purês são sugeridos nesse planejamento. 16 Na etapa 3, recomendamos que as preparações sejam testadas antes. Nem sempre o que planejamos no papel sairá exatamente igual na prática. Essa prática pode ser realizada em um laboratório de técnica dietética, na cozinha hospitalar, em cozinhas experimentais ou mesmo em uma cozinha doméstica. Quando a preparação final estiver pronta, devem-se realizar os testes de consistência abordados na PARTE II deste e-book. A realização desses testes pode levar a ajustes importantes para que a receita final fique na consistência desejada e seja facilmente seguida. Na etapa 4, fichas técnicas de preparação devem ser elaboradas para que sejam descritos os ingredientes com medidas caseiras, modo de preparo, rendimento total e porção média, valor nutricional e custo estimado da preparação. É importante que todos os ingredientes da preparação, já higienizados, sejam pesados e porcionados em medidas caseiras para facilitar a reprodutibidade posterior. Por fim, um registro fotográfico pode ser implementado para melhor visualização. Com esse instrumento em mãos, as preparações poderão ser reproduzidas com fidedignidade. Na etapa 5, após os passos anteriores terem sido percorridos, as receitas das preparações estão prontas para ser entregues aos pacientes/cuidadores. É importante que as dúvidas sejam esclarecidas e haja um fácil acesso para futuros esclarecimentos. É importante frisar que os pacientes com ELA devem receber acompanhamento nutricional regular (pelo menos trimestralmente) para que a alimentação diária total seja qualitativa e quantitativamente suficiente para suprir as necessidades dos pacientes e evitar a perda de peso (34). UNIDADE 4 Preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com esclerose lateral amiotrófica Preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com ELA 18 UNIDADE 4 – PREPARAÇÕES ALIMENTARES ESPESSADAS PARA PACIENTES DISFÁGICOS COM ELA Foram planejadas e criadas 20 preparações alimentares espessadas para os pacientes disfágicos com ELA do Ambulatório DNM/ELA do HUOL (Quadro 1). A seguir, as receitas de cada preparação são compartilhadas. Mais informações podem ser acessadas nas respectivas fichas técnicas (Apêndice). PREPARAÇÕES DO NÍVEL 1 – MUITO LEVEMENTE ESPESSADO 1. Suco de manga com laranja 2. Suco de abacaxi com hortelã 3. Vitamina de maracujá 4. Vitamina de mamão 5. Sopa de tomate PREPARAÇÕES DO NÍVEL 2 – LEVEMENTE ESPESSADO 6. Suco de melancia com goiaba 7. Iogurte natural caseiro 8. Caldo verde 9. Caldo de milho verde 10. Sopa de ervilha PREPARAÇÕES DO NÍVEL 3 – MODERADAMENTE ESPESSADO OU LIQUIDIFICADO 11. Vitamina de abacate com cacau 12. Vitamina de mamão, maçã e banana 13. Sopa de jerimum com cenoura 14. Sopa de carne com legumes 15. Bebida de maçã com beterraba PREPARAÇÕES DO NÍVEL 4 – EXTREMAMENTE ESPESSADO OU PASTOSO 16. Mingau de banana com aveia 17. Creme de batata 18. Sorbet de manga com banana 19. Purê de batata doce 20. Purê de feijão preto Quadro 1 - Preparações alimentares espessadas elaboradas nas consistências 1, 2, 3 e 4 da Iniciativa Internacional de Padronização de Dietas para Disfagia (IDDSI), Natal/RN, 2022. Fonte: autoria própria. 19 1. SUCO DE MANGA COM LARANJA Ingredientes: Manga - 1 unidade pequena (177 g) Laranja - 1 unidade grande (206 g) Água - ½ xícara de chá (100 mL) Modo de preparo: Retirar a casca da manga e cortar a fruta em pedaços para desprezar o caroço. Espremer a laranja para retirar o suco da fruta. Adicionar a manga, o suco de laranja e a água em um liquidificador e bater até formar uma mistura homogênea. Com uma peneira, coar o suco e servir. Tempo de preparo: 7 minutos Rendimento total e porção: 200 mL e 200 mL Energia e proteína por porção: 79 kcal e 1,61 g Nível IDDSI: 1 (muito levemente espessado) Outras observações: Fonte de vitamina E e vitamina A. Excelente fonte de vitamina C. 20 2. SUCO DE ABACAXI, COUVE E HORTELÃ Ingredientes: Couve-folha – 1 folha pequena (16 g) Água de coco – ½ xícara de chá (100 mL) Abacaxi – 2 fatias médias (224 g) Hortelã – 8 folhas (2,7 g) Albumina em pó – ½ colher de sopa (2,6 g) Aveia em flocos – 2 colheres de sopa (9,6 g) Modo de preparo: Cortar o abacaxi em pedaços sem a casca. Cortar a folha de couve retirando o talo. Separar as folhas de hortelã e colocar todos os ingredientes no liquidificador. Bater até obter uma mistura homogênea. Com uma peneira, coar o suco e servir. Tempo de preparo: 7 minutos Rendimento total e porção: 190 mL e 190 mL Energia e proteína por porção: 133 kcal e 4,4 g Nível IDDSI: 1 (muito levemente espessado) Outras observações: Excelente fonte de vitamina C. 21 3. VITAMINA DE MARACUJÁ Ingredientes: Maracujá – 1 unidade grande (322 g) Hortelã – 10 folhas (3,3 g) Leite integral em pó – 3 colheres de sopa rasas (20 g) Aveia em flocos – 1 colher de sopa (5,4 g) Água – ½ xícara de chá (100 mL) Modo de preparo: Retirar a polpa do maracujá e misturar com todos os ingredientes em um liquidificador. Bater até obter uma mistura homogênea. Com uma peneira, coar a vitamina e servir. Tempo de preparo: 7 minutos Rendimento total e porção: 175 mL e 175 mL Energia e proteínapor porção: 223 kcal e 8,49 g Nível IDDSI: 1 (muito levemente espessado) Outras observações: Boa fonte de cálcio, ferro e vitamina A. Excelente fonte de vitamina C. 22 4. VITAMINA DE MAMÃO Ingredientes: Mamão – 2 fatias pequenas (147 g) Laranja – 1 unidade pequena (148 g) Cenoura – 1/4 unidade pequena (32 g) Água – ½ xícara de chá (100 mL) Leite integral em pó – 2 colheres de sopa (14 g) Modo de preparo: Ralar a cenoura. Extrair o suco da laranja. Cortar o mamão em pedaços retirando as sementes. Após esse processo, colocar todos os ingredientes no liquidificador e bater até obter uma mistura homogênea. Com uma peneira, coar a vitamina e servir. Tempo de preparo: 7 minutos Rendimento total e porção: 200 mL e 200 mL Energia e proteína por porção: 152 kcal e 4,99g Nível IDDSI: 1 (muito levemente espessado) Outras observações: Boa fonte de cálcio e vitamina E. Excelente fonte de vitamina A e C. 23 5. SOPA DE TOMATE Ingredientes: Tomate – 2 unidades médias (265 g) Água – ½ xícara de chá (100 mL) Azeite de oliva – 1 colher de sopa (9 mL) Cebola branca – 1/2 unidade média (64 g) Pimenta-do-reino – 1 pitada (0,10 g) Sal – 1/2 colher de café (0,50 g) Albumina em pó – 1 colher de sopa (6 g) Amido de milho – ½ colher de chá (1 g) Manjericão – 10 folhas (2,8 g) Modo de preparo: Em uma panela, adicionar o azeite, a cebola picada, o tomate picado sem semente e pele, o manjericão, o sal e a pimenta e refogar por alguns minutos. Em seguida, adicionar a água no refogado e deixar aquecer por 2 minutos. Em um liquidificador, adicionar a mistura da panela e a albumina. Bater até atingir uma mistura homogênea. Após esse processo, coar a sopa com uma peneira. Em uma panela limpa, adicionar a sopa e o amido de milho e mexer por aproximadamente 1 minuto para atingir a consistência adequada. Tempo de preparo: 20 minutos Rendimento total e porção: 200 mL e 200 mL Energia e proteína por porção: 162 kcal e 7,66 g Nível IDDSI: 1 (muito levemente espessado) Outras observações: Boa fonte de vitamina A e E. Excelente fonte de vitamina C. 24 6. SUCO DE MELANCIA COM GOIABA Ingredientes: Melancia – 1 fatia média (247 g) Goiaba – 1 unidade grande (124 g) Água de coco – ¾ xícara de chá (160 mL) Modo de preparo: Retirar as sementes da melancia. Cortar a melancia e a goiaba em pedaços. Adicionar as frutas no liquidificador com a água de coco, e bater até obter uma mistura homogênea. Com uma peneira, coar o suco e servir. Tempo de preparo: 7 minutos Rendimento total e porção: 225 mL e 225 mL Energia e proteína por porção: 46 kcal e 2,31 g Nível IDDSI: 2 (levemente espessado) Outras observações: Fonte de vitamina A. Excelente fonte de vitamina C. 25 7. IOGURTE NATURAL CASEIRO Ingredientes: Leite integral UHT – 5 xícaras de chá (1 L) Iogurte integral natural – 1 pote (170 g) Leite integral em pó – 2 colheres de sopa rasas (14 g) Modo de preparo: Em uma panela, aquecer o leite por aproximadamente 3 minutos (sem deixar ferver). Em seguida, com o fogo desligado, adicionar o leite em pó e o iogurte integral no leite. Misturar bem todos os ingredientes e colocar a mistura em um recipiente fechado por, no mínimo, 8h. Guardar o recipiente dentro do forno durante as 8h para um melhor resultado. Após esse tempo, levar o recipiente para a geladeira. Após 1h, servir o iogurte gelado. Tempo de preparo: 9 horas Rendimento total e porção: 923 mL e 200 mL Energia e proteína por porção: 152 kcal e 8,53 g Nível IDDSI: 2 (levemente espessado) Outras observações: Fonte de vitamina A. Excelente fonte de cálcio. 26 8. CALDO VERDE Ingredientes: Batata inglesa – 2 unidades pequenas (250 g) Cebola branca – ½ unidade grande (88 g) Azeite de oliva – 1 colher de sopa (9 mL) Sal – 1/2 colher de café (0,50 g) Pimenta-do-reino – 1 pitada (0,10 g) Água – 2 e ½ xícaras de chá (500 mL) Couve-folha – 1 folha grande (38 g) Albumina em pó – 1 colher de sopa (6 g) Modo de preparo: Picar a cebola, a batata e a couve-folha. Levar as batatas para cozinhar. Após esse processo, refogar a cebola com o sal, a pimenta e a couve. Adicionar água na panela e deixar ferver com os temperos e a couve. Em um liquidificador, bater os ingredientes cozidos com a água e adicionar a albumina em pó. Com uma peneira, coar o caldo e servir. Tempo de preparo: 20 minutos Rendimento total e porção: 300 mL e 300 mL Energia e proteína por porção: 278 kcal e 9,86 g Nível IDDSI: 2 (levemente espessado) Outras observações: Boa fonte de vitamina E. Excelente fonte de vitamina C. 27 9. CALDO DE MILHO VERDE Ingredientes: Milho em conserva – 1 xícara de chá (220 g) Cebola branca – ½ unidade grande (78 g) Creme de leite – 2 colheres de sopa (20 g) Azeite de oliva – 1 colher de sopa (9 mL) Pimenta-do-reino – 1 pitada (0,10 g) Sal – ½ colher de café (0,50 g) Amido de milho – ½ colher de chá (1 g) Água – 1 xícara de chá (200 mL) Cebolinha – 1 folha (3 g) Modo de preparo: Em uma panela, refogar a cebola, o sal, a pimenta e a cebolinha junto com o azeite. Adicionar água no refogado e deixar ferver. Em um liquidificador, bater o caldo junto com o milho e o creme de leite até obter uma mistura homogênea. Com uma peneira, coar o caldo e levar para o fogo junto com o amido de milho. Mexer por aproximadamente 1 minuto para atingir a consistência adequada. Tempo de preparo: 15 minutos Rendimento total e porção: 245 mL e 245 mL Energia e proteína por porção: 484 kcal e 16,15 g Nível IDDSI: 2 (levemente espessado) Outras observações: Fonte de vitamina A e C. Boa fonte de ferro e vitamina E. 28 10. SOPA DE ERVILHA Ingredientes: Ervilha – 1 xícara de chá (140 g) Água – 1 xícara de chá (200 mL) Azeite de oliva – 1 colher de sopa (9 mL) Cebola branca – ½ unidade grande (83 g) Pimenta-do-reino – 1 pitada (0,10 g) Sal – ½ colher de café (0,50 g) Amido de milho – ½ colher de chá (1 g) Chuchu – 1 unidade pequena (174 g) Modo de preparo: Cortar o chuchu e a cebola. Cozinhar a ervilha e o chuchu. Em seguida, refogar a cebola, o sal e a pimenta no azeite e adicionar a água. Em um liquidificador, adicionar a ervilha, o chuchu e a água com os temperos. Bater até obter uma mistura homogênea. Com uma peneira, coar a sopa e levar ao fogo novamente com o amido de milho para atingir a consistência adequada. Mexer por aproximadamente 1 minuto no fogo. Tempo de preparo: 15 minutos Rendimento total e porção: 300 mL e 300 mL Energia e proteína por porção: 272 kcal e 12,70 g Nível IDDSI: 2 (levemente espessado) Outras observações: Fonte de cálcio. Boa fonte de vitamina E. Excelente fonte de ferro e vitamina C. 29 11. VITAMINA DE ABACATE COM CACAU Ingredientes: Abacate – ½ unidade média (200 g) Cacau em pó – 1 colher de sopa (8 g) Leite integral – 1 e ½ xícara de chá (300 mL) Açúcar – 1 colher de chá (7 g) Modo de preparo: Bater todos os ingredientes até ficar homogêneo. Servir em seguida. Tempo de preparo: 5 minutos Rendimento total e porção: 400 mL e 200 mL Energia e proteína por porção: 167 kcal e 6,55 g Nível IDDSI: 3 (moderadamente espessado) Outras observações: Fonte de vitamina C. Boa fonte de cálcio e vitamina E. 30 12. VITAMINA DE MAMÃO, MAÇÃ E BANANA Ingredientes: Maçã – 1 unidade pequena (106 g) Banana – 1 unidade grande (168 g) Mamão – ¼ de unidade pequena (150 g) Leite integral – 2 xícaras de chá (400 mL) Modo de preparo: Bater todos os ingredientes até ficar homogêneo. Servir em seguida. Tempo de preparo: 5 minutos Rendimento total e porção: 600 mL e 200 mL Energia e proteína por porção: 153 kcal e 4,99 g Nível IDDSI: 3 (moderadamente espessado) Outras observações: Boa fonte de cálcio. Excelente fonte de ferro e vitamina C. 31 13. SOPA DE ABÓBORA COM CENOURA Ingredientes: Cenoura – ½ unidade grande (102 g) Alho – 2 dentes grandes (9 g) Cebola branca – 1/2 unidade grande (82 g) Azeite de oliva – 1 colher de sopa (7 g) Abóbora –2 pedaços grandes (82 g) Sal – 1 colher de café (1 g) Pimenta-do-reino – 1 pitada (0,15 g) Albumina em pó – 2 colheres de sopa (14 g) Água – 1 e 2/3 xícaras de chá (340 mL) Modo de preparo: Cortar a cenoura e a abóbora em pedaços pequenos para acelerar o cozimento. Colocar o azeite na panela, quando esquentar, acrescentar cebola, alho, cenoura e abóbora. Acrescentar a água filtrada e tampar a panela deixando cozinhar por aproximadamente 30 minutos, ou até que os legumes estejam bem macios. Depois de cozidos colocar no liquidificador com a albumina e bater até ficar homogêneo. Servir em seguida. Tempo de preparo: 50 minutos Rendimento total e porção: 560 mL e 280 mL Energia e proteína por porção: 123 kcal e 7,64 g Nível IDDSI: 3 (moderadamente espessado) Outras observações: Fonte de vitamina C. Boa fonte de vitamina A e E. 32 14. SOPA DE CARNE COM LEGUMES Ingredientes: Cenoura – ½ cenoura média (81 g) Alho – 3 dentes grandes (12 g) Cebola branca – 1 unidade grande (170 g) Azeite de oliva – 1 colher de sopa (7 g) Batata inglesa – 1 unidade grande (175 g) Tomate – 3 unidades médias (345 g) Sal – 1 colher de café (1 g) Pimenta-do-reino – 1 pitada (0,22 g) Carne (patinho moído) – 150 g Água – 1 e 2/3 e xícara de chá (350 mL) Modo de preparo: Cortar a cenoura em pedaços pequenos para acelerar o cozimento. Colocar o azeite na panela e, quando esquentar, acrescentar cebola, alho, cenoura e a carne. Deixar refogar e acrescentar a água filtrada. Tampar a panela deixando cozinhar por aproximadamente 30 minutos, ou até que os legumes estejam bem macios. Depois de cozidos, colocar no liquidificador e bater até ficar homogêneo. Servir em seguida. Tempo de preparo: 50 minutos Rendimento total e porção: 560 mL e 280 mL Energia e proteína por porção: 167 kcal e 4,34 g Nível IDDSI: 3 (moderadamente espessado) Outras observações: Fonte de vitamina E. Boa fonte de ferro e vitamina A. Excelente fonte de vitamina C. 33 15. BEBIDA DE MAÇÃ COM BETERRABA Ingredientes: Maçã – 2 unidades pequenas (255 g) Beterraba – 1 pedaço pequeno (30 g) Açúcar – 1 colher de sopa (12 g) Água – 2/3 de xícara de chá (150 mL) Modo de preparo: Descascar os ingredientes e cortar em tamanho pequeno. Acrescentar o açúcar e colocar para cozinhar em fogo brando com a água até que fiquem macios. Quando estiver no ponto, bater no liquidificador por, no mínimo, 3 minutos, ou até que fiquem bem homogêneos. Esperar esfriar e estará pronto para servir. Tempo de preparo: 30 minutos Rendimento total e porção: 200 mL e 200 mL Energia e proteína por porção: 187 kcal e 1,12 g Nível IDDSI: 3 (moderadamente espessado) Outras observações: Fonte de vitamina C. 34 16. MINGAU DE BANANA COM AVEIA Ingredientes: Farinha de aveia – 2 colheres de sopa (18 g) Leite integral – 1 xícara de chá rasa (180 mL) Banana – 1 unidade pequena (92 g) Modo de preparo: Amassar a banana com um garfo. Em seguida, colocar os ingredientes na panela em fogo médio até levantar fervura. Servir em seguida. Tempo de preparo: 15 minutos Rendimento total e porção: 200 g e 200 g Energia e proteína por porção: 220 kcal e 9,54 g Nível IDDSI: 4 (extremamente espessado) Outras observações: Boa fonte de cálcio e ferro. Excelente fonte de vitamina C. 35 17. CREME DE BATATA Ingredientes: Batata inglesa – 4 unidades pequenas (494 g) Farinha de aveia – 2 colheres de sopa (18 g) Azeite de oliva – 1 colher de sopa (7 g) Cebola – ½ unidade grande (84 g) Leite integral – 1 xícara de chá rasa (180 mL) Ovo – 2 unidades extras (115 g) Sal – 1 colher de café (1 g) Pimenta-do-reino – 1 pitada (0,22 g) Modo de preparo: Cozinhar a batata inglesa até ficar bem macia. Ao mesmo tempo, colocar o ovo para cozer, separadamente, e esperar 12 minutos após a fervura. Refogar a cebola no azeite e depois adicionar todos os ingredientes no liquidificador e misturar até ficar homogêneo. Tempo de preparo: 40 minutos Rendimento total e porção: 491 g e 163 g Energia e proteína por porção: 187 kcal e 7,29 g Nível IDDSI: 4 (extremamente espessado) Outras observações: Fonte de vitamina E. Boa fonte de ferro. Excelente fonte de vitamina C. 36 18. SORBET DE MANGA COM BANANA Ingredientes: Banana – 1 unidade média (136 g) Manga – ½ unidade pequena (75 g) Modo de preparo: Descascar os ingredientes e cortar em tamanho pequeno. Levar para o freezer por pelo menos 2h. Em seguida, bater no liquidificador até obter uma consistência cremosa e homogênea. Consumir em seguida. Tempo de preparo: 30 minutos Rendimento total e porção: 195 g e 195 g Energia e proteína por porção: 127 kcal e 5,54 g Nível IDDSI: 4 (extremamente espessado) Outras observações: Fonte de ferro. Excelente fonte de vitamina C. 37 19. PURÊ DE BATATA DOCE Ingredientes: Batata doce – 1 unidade média (385 g) Leite integral – 1/3 xícara de chá (60 mL) Sal – ½ colher de chá (2 g) Modo de preparo: Descascar as batatas e cozinhar em água até que fiquem bem macias. Espremer com o auxílio do espremedor de batatas, depois acrescentar e misturar o leite e o sal até que fique uma mistura homogênea. Servir em seguida. Tempo de preparo: 30 minutos Rendimento total e porção: 330 g e 90 g Energia e proteína por porção: 139 kcal e 7,95 g Nível IDDSI: 4 (extremamente espessado) Outras observações: Fonte de ferro. Excelente fonte de vitamina C. 38 20. PURÊ DE FEIJÃO PRETO Ingredientes: Feijão preto – 1 xícara de chá (192 g) Alho – 3 dentes grandes (12 g) Cebola branca – 1 unidade média (132 g) Azeite de oliva – 1/2 colher de sopa (8 g) Abóbora – 1 pedaço médio (82 g) Sal – ½ colher de chá (1,84 g) Modo de preparo: Colocar o feijão em uma peneira e lavar sob água corrente. Transferir os grãos para uma tigela e cobrir com a água – se algum boiar, descartar. Fazer o remolho rápido: colocar o feijão lavado em uma panela comum e levar ao fogo alto. Quando ferver, desligar e tampar. Esperar 15 minutos para hidratar os grãos. Depois é só escorrer e cozinhar. Esse processo diminui o tempo de cozimento e elimina as substâncias que deixam o feijão indigesto. Após esse processo, refogar na panela de pressão, a cebola, alho, sal e a abóbora com o azeite. Colocar o feijão e cobrir com água. Cozinhar por 20 minutos após pegar a pressão. Em seguida, pegar uma concha da água do cozimento do feijão e colocar no liquidificador. Descartar o restante da água do feijão e bater no liquidificador até ficar homogêneo. Servir em seguida. Tempo de preparo: 120 minutos Rendimento total e porção: 495 g e 165 g Energia e proteína por porção: 260 kcal e 14,66 g Nível IDDSI: 4 (extremamente espessado) Outras observações: Fonte de cálcio. Excelente fonte de ferro. 39 Seguem alguns comentários em relação às preparações elaboradas. Quanto à aplicação da modificação da consistência dos alimentos, avaliou a estrutura elaborada pela IDDSI e demonstrou que fornece uma classificação refinada, com forte correlação entre a capacidade de deglutição e o nível de espessamento dos líquidos. Os autores sugerem o uso dessa classificação como ferramenta eficaz para o tratamento de pacientes disfágicos em todos os tipos de condições clínicas (2). Muitos pacientes com ELA apresentam um aumento no gasto energético (hipermetabolismo), o que poderia explicar, em parte, o declínio do seu estado nutricional e a rápida progressão da doença (37). Com isso, algumas preparações propostas foram desenvolvidas pensando no aumento do aporte energético. Desse modo, foram adicionados às sopas e aos caldos ingredientes como azeite de oliva e creme de leite. Dentre as preparações com maior teor energético, destacam-se o caldo de milho verde (484 kcal) e o purê de feijão preto (260 kcal). Considerando a necessidade de uma dieta hiperproteica para os pacientes com ELA, algumas preparações propostas foram acrescidas de alimentos fontes de proteína que não interferissem tanto na consistência e naviscosidade final da preparação. Além disso, foram utilizadas tanto proteínas animais como vegetais. Com o intuito de aumentar o aporte proteico, planejou-se a inclusão de alimentos ricos em proteínas, tais como carne bovina, ovo de galinha, leite, feijão, milho e ervilha. Entre todas as preparações, a que teve maior aporte proteico foi o purê de feijão, com 14,66 g. Em algumas preparações, o aporte de proteína foi aumentado com o uso da albumina em pó (suco de abacaxi com hortelã, sopa de tomate, caldo verde e sopa de jerimum com cenoura). Dessas preparações, o caldo verde atingiu maior teor proteico, com cerca de 9,86 g de proteína por porção. A albumina é obtida a partir da clara do ovo desidratada e pasteurizada, possui alta digestibilidade e elevado valor biológico. Além disso, possui custo acessível (38). No que se refere aos lipídeos, dietas contendo alto teor de gorduras têm efeito positivo na redução da perda de peso, pois apresentam elevada densidade energética, quando comparadas com outros macronutrientes (39). Entretanto, é de suma importância considerar a qualidade dos lipídios ofertados. Assim, procuram-se valorizar as gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas, pois elas fornecem uma quantidade considerável de ácidos graxos essenciais, que possui atividade neuroprotetora (40). Exemplos desses tipos de gordura utilizadas foram azeite de oliva ou abacate, adicionadas a várias preparações (sopa de tomate, caldo verde, caldo de milho verde, sopa de ervilha, sopa de jerimum com cenoura e creme de batata com aveia). Os pacientes com ELA podem apresentar constipação intestinal, sendo agravada pelo baixo consumo de fibras e pela baixa ingestão de líquidos devido à disfagia. Assim, uma dieta adequada em fibras pode ajudar a prevenir esse quadro (29). Assim, foram incorporados nas preparações alimentos ricos em fibras (ex.: feijão, farinha de aveia e jerimum) e laxantes (ex.: mamão). Entre as preparações propostas, aquelas com maior teor de fibra foram sopa de ervilha (17 g), purê de feijão preto (15 g), vitamina de abacate (11 g) e caldo de milho verde (10 g). Sabe-se que o estresse oxidativo influencia significativamente o processo de neurodegeneração e diversos estudos apontam os efeitos neuroprotetores dos antioxidantes da dieta na ELA. Em adição, alguns compostos bioativos presentes em alimentos também apresentam efeitos antioxidantes e se configuram como uma possível estratégia terapêutica nos pacientes com ELA (6). Entre os principais antioxidantes estão as vitaminas C, E e A, além dos polifenóis (41,42). Esses compostos podem ser encontrados em vegetais, cereais e frutas. Devido à inexistência de recomendações específicas de micronutrientes (vitaminas e minerais) para pacientes com ELA, recomenda-se que o consumo obedeça à Ingestão Diária Recomendada (Recommended Dietary Allowances – RDA) estabelecida para a população sadia (43). Entre os micronutrientes, vale ressaltar a importância das vitaminas E, C e A no tratamento da ELA. 40 A vitamina E é o principal antioxidante não enzimático existente no organismo humano. Trata- se de um antioxidante lipofílico que se acumula principalmente nas membranas celulares, protegendo-as do dano provocado pelos radicais livres (44). A vitamina E tem capacidade antioxidante importante no combate aos radicais livres. Algumas formas dessa vitamina têm um potente efeito anti-inflamatório e protegem os neurônios do córtex e do hipocampo contra a apoptose (45). Nos seres humanos, a deficiência de vitamina E pode manifestar-se primariamente sob a forma de uma neuropatia sensorial periférica. Isso demonstra seu papel essencial na manutenção da função do sistema nervoso, justificando sua importância na prevenção e no tratamento de doenças neurodegenerativas (46). A ingestão diária recomendada de vitamina E para indivíduos saudáveis é de 15 mg. As preparações propostas com os maiores valores dessa vitamina foram sopa de ervilha (2,36 mg), sopa de tomate (2,32 mg), vitamina de abacate (2,09 mg) e caldo verde (2,08 mg). Todas são caracterizadas como boa fonte de vitamina E por possuírem mais de 10% da recomendação diária em uma porção usual (47). A vitamina C (ácido ascórbico) é um componente essencial envolvido em várias funções biológicas no organismo humano. Estudos mostram que a diminuição de sua concentração pode produzir inúmeras enfermidades (48). Ela é uma molécula antioxidante vital para o cérebro e que, também, pode afetar diretamente diversos processos metabólicos associados ao sistema imunológico (49). Dados recentes demonstraram que a vitamina C participa como um importante neuromodulador da transmissão glutamatérgica no sistema nervoso central, contribuindo para a redução da excitotoxicidade mediada pelo glutamato nas terminações nervosas. Em outras palavras, há evidências de que a vitamina C tem a capacidade de reparar a lesão neuronal, com outras enzimas antioxidantes (glutationa peroxidase e glutationa redutase), demonstrando seu papel neuroprotetor (50). Nesse sentido, vários alimentos fonte de vitamina C foram incorporadas as preparações alimentares propostas, como laranja, goiaba, mamão e manga. As preparações propostas com os maiores valores dessa vitamina foram vitamina de mamão (138 mg), suco de melancia com goiaba (92 g), suco de manga com laranja (58 g) e suco de abacaxi com hortelã (44 mg). Essas preparações são consideradas excelentes fontes em vitamina C por ultrapassarem 30% da ingestão diária recomendada em uma porção usual (47). A vitamina A, precursora de ácido retinoico e outros metabólitos, é lipossolúvel e fornecida ao organismo a partir da dieta. Com seus metabólitos, a vitamina A está envolvida na transcrição de genes e na diferenciação celular. Além disso, tem alto poder antioxidante e atua em processos inflamatórios e na plasticidade neuronal (51,52). A ingestão de alimentos ricos em carotenoides (metabólitos da vitamina A) pode auxiliar na prevenção ou no retardo do aparecimento da ELA (42). Nesse sentido, vários alimentos fonte de vitamina A foram incorporados às preparações alimentares propostas como cenoura, jerimum, leite integral, manga, tomate, maracujá e melancia. As preparações propostas com os maiores valores dessa vitamina foram a vitamina de mamão (272 RAE) e a sopa de jerimum com cenoura (133 RAE). Elas são consideradas excelentes fontes em vitamina A por ultrapassarem 30% da ingestão diária recomendada em uma porção usual (47). Antioxidantes, carotenos, frutas e vegetais foram associados a um resultado positivo na Escala de Avaliação Funcional da Esclerose Lateral Amiotrófica Revisada (ALSFRS-R), e concluíram que os responsáveis pelo cuidado nutricional do paciente com ELA devem considerar a promoção da ingestão de frutas e hortaliças, pois são ricas em antioxidantes e carotenos (11). As preparações alimentares propostas também apresentam qualidade nutricional e a inclusão de alimentos ricos em antioxidantes. A terapia nutricional aplicada à ELA visa suprir as necessidades nutricionais para todas as fases da doença, bem como minimizar o catabolismo proteico e garantir uma alimentação adequada. Esta, quando adotada precocemente, pode evitar a perda de peso não intencional e os quadros de deficiências nutricionais. Geralmente, o tratamento dietético envolve uma dieta hiperenergética, hiperproteica, normolipídica, rica em fibras e com consistência adequada, conforme presença e o grau de disfagia (34). UNIDADE 5 Preparações alimentares espessadas para pacientes disfágicos com esclerose lateral amiotrófica Considerações Finais 42 UNIDADE 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS A ELA é uma doença progressiva rápida que compromete a alimentação via oral em algum estágio de sua evolução. A perda de peso e a desnutrição influenciam a qualidade de vida e o tempo de sobrevida dos pacientes acometidos. A presença de disfagia requer adaptação da consistência da dieta conforme a capacidade de deglutição do paciente, semprevisando a uma alimentação mais segura. Neste e-book, foram disponibilizadas 20 preparações espessadas em níveis de consistências 1, 2, 3 e 4, todas previamente planejadas e testadas. Com isso, conclui-se que as preparações alimentares espessadas elaboradas neste trabalho podem viabilizar resultados positivos no tratamento dos pacientes disfágicos com ELA. As preparações foram propostas com o intuito de ser acessíveis aos pacientes e cuidadores, sendo de baixo custo, atrativas e práticas. Elas foram elaboradas com ingredientes de fácil acesso, nutritivos e coloridos. Além disso, os alimentos escolhidos fornecem propriedades antioxidantes às receitas. Ademais, as fichas técnicas desenvolvidas permitem a padronização dos pratos e orientam o passo a passo de cada receita para que possam ser reproduzidas com facilidade. Portanto, recomenda-se o uso das preparações elaboradas a fim de possibilitar a diversificação da alimentação oral de forma mais segura e eficaz, seguindo a padronização da IDDSI. Além disso, este produto gerado auxiliará nutricionistas, fonoaudiólogos, cuidadores e pacientes ao longo da assistência à ELA. Ademais, este trabalho contribuirá para o desenvolvimento de estudos futuros relacionados às etapas de modificação das consistências da dieta ou de preparações conforme a evolução da doença e o grau de disfagia. 43 REFERÊNCIAS 1. GREENWOOD, D. I. Nutrition Management of Amyotrophic Lateral Sclerosis. Nutrition in Clinical Practice, v. 28, n. 3, p. 392-399, jun. 2013. Disponível em: http://doi. wiley.com/10.1177/0884533613476554. Acesso em: 7 fev. 2023. 2. SU, M.; ZHENG, G.; CHEN, Y.; XIE, H.; HAN, W.; YANG, Q. Clinical applications of IDDSI framework for texture recommendation for dysphagia patients. J Texture Stud, v. 49, n. 1, p. 2-10, fev. 2018. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jtxs.12306. Acesso em: 7 fev. 2023. 3. AMARAL, A. C. F.; RODRIGUES, L. A.; FURLAN, R. M. M. M.; VICENTE, L. C. C.; MOTTA, A. R. Fonoaudiologia e nutrição em ambiente hospitalar: análise de terminologia de classificação das consistências alimentares. Codas, v. 27, n. 6, p. 541-546, dez. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317- 17822015000600541&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 7 fev. 2023. 4. CÔTÉ, C.; GIROUX, A.; VILLENEUVE-RHÉAUME, A.; GAGNON, C.; GERMAIN, I. Is IDDSI an Evidence-Based Framework? A Relevant Question for the Frail Older Population. Geriatrics, v. 5, n. 4, p. 82, out. 2020. Disponível em: https://www.mdpi.com/2308- 3417/5/4/82. Acesso em: 7 fev. 2023. 5. MALOUH, M. A.; CICHERO, J. A. Y.; MANRIQUE, Y. J.; CRINO, L.; LAU, E. T. L.; NISSEN, L. M. Are Medication Swallowing Lubricants Suitable for Use in Dysphagia? Consistency, Viscosity, Texture, and Application of the International Dysphagia Diet Standardization Initiative (IDDSI).Framework. Pharmaceutics, v. 12, n. 10, p. 924, set. 2020. Disponível em: https://www.mdpi.com/1999-4923/12/10/924. Acesso em: 7 fev. 2023. 6. CARRERA-JULIÁ, S.; MORENO, M. L.; BARRIOS, C.; DE LA RUBIA ORTÍ, J. E.; DREHMER, E. Antioxidant Alternatives in the Treatment of Amyotrophic Lateral Sclerosis: A Comprehensive Review. Front Physiol, v. 6, p. 11, fev. 2020. Disponível em: https://www. frontiersin.org/article/10.3389/fphys.2020.00063/full. Acesso em: 7 fev. 2023. 7. MACHADO, A. S.; MOREIRA, C. H.; VIMERCATI, D. C.; PEREIRA, T. C.; ENDRINGER, D. C. Consistencies and terminologies – the use of IDDSI. Nutr Hosp, v. 36, n. 6, p. 1273-1277, 2019. Disponível em: https://www.nutricionhospitalaria.org/articles/02690/show. Acesso em: 7 fev. 2023. 8. MASRORI, P.; VAN DAMME, P. Amyotrophic lateral sclerosis: a clinical review. Eur J Neurol, v. 27, n. 10, p. 1918-1929, out. 2020. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley. com/doi/10.1111/ene.14393. Acesso em: 7 fev. 2023. 9. LONGINETTI, E.; FANG, F. Epidemiology of amyotrophic lateral sclerosis: an update of recent literature. Curr Opin Neurol, v. 32, n. 5, p. 771-776, out. 2019. Disponível em: https://journals.lww.com/10.1097/WCO.0000000000000730. Acesso em: 7 fev. 2023. 10. AJROUD-DRISS, S.; SIDDIQUE, T. Sporadic and hereditary amyotrophic lateral sclerosis (ALS). Biochimica et Biophysica Acta (BBA) - Molecular Basis of Disease, v. 1852, n. 4, p. 679-684, abr. 2015. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/ pii/S0925443914002634. Acesso em: 7 fev. 2023. http://doi.wiley.com/10.1177/0884533613476554 http://doi.wiley.com/10.1177/0884533613476554 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jtxs.12306 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822015000600541&lng=pt&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822015000600541&lng=pt&tlng=pt https://www.mdpi.com/2308-3417/5/4/82 https://www.mdpi.com/2308-3417/5/4/82 https://www.mdpi.com/1999-4923/12/10/924 https://www.frontiersin.org/article/10.3389/fphys.2020.00063/full https://www.frontiersin.org/article/10.3389/fphys.2020.00063/full https://www.nutricionhospitalaria.org/articles/02690/show https://journals.lww.com/10.1097/WCO.0000000000000730 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0925443914002634 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0925443914002634 44 11. NIEVES, J. W.; GENNINGS, C.; FACTOR-LITVAK, P.; HUPF, J.; SINGLETON, J.; SHARF, V. Association Between Dietary Intake and Function in Amyotrophic Lateral Sclerosis. JAMA Neurol, v. 73, n. 12, p. 1425, dez. 2016. Disponível em: http://archneur.jamanetwork.com/ article.aspx?doi=10.1001/jamaneurol.2016.3401. Acesso em: 7 fev. 2023. 12. BURGOS, R.; BRETÓN, I.; CEREDA, E.; DESPORT, J. C.; DZIEWAS, R. GENTON, L. ESPEN guideline clinical nutrition in neurology. Clinical Nutrition, v. 37, n. 1, p. 354-396, fev. 2018. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0261561417303187. Acesso em: 7 fev. 2023. 13. OSKARSSON, B.; GENDRON, T. F.; STAFF, N. P. Amyotrophic Lateral Sclerosis: An Update for 2018. Mayo Clin Proc, v. 93, n. 11, p. 1617-1628, nov. 2018. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0025619618302660. Acesso em: 7 fev. 2023. 14. TIRYAKI, E.; HORAK, H. A. ALS and Other Motor Neuron Diseases. CONTINUUM: Lifelong Learning in Neurology, v. 20, n. 5, p. 1185-1207, out. 2014. Disponível em: http:// journals.lww.com/00132979-201410000-00010. Acesso em: 7 fev. 2023. 15. BROOKS, B. R.; MILLER, R. G.; SWASH, M.; MUNSAT, T. L. El Escorial revisited: Revised criteria for the diagnosis of amyotrophic lateral sclerosis. Amyotrophic Lateral Sclerosis and Other Motor Neuron Disorders, v. 1, n. 5, p. 293-299, jan. 2000. Disponível em: http:// www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/146608200300079536. Acesso em: 7 fev. 2023. 16. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria conjunta no 13, de 13 de agosto de 2020. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Esclerose Lateral Amiotrófica. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes- terapeuticas-pcdt/arquivos/2020/portaria_conjunta_pcdt_ela.pdf. Acesso em: 7 fev. 2023. 17. MILLER, R. G.; MITCHELL, J. D.; MOORE, D. H. Riluzole for amyotrophic lateral sclerosis (ALS)/motor neuron disease (MND). Cochrane Database of Systematic Reviews, v. 3, maio 2012. Disponível em: https://doi.wiley.com/10.1002/14651858.CD001447.pub3. Acesso em: 7 fev. 2023. 18. OKADA, M.; YAMASHITA, S.; UEYAMA, H.; ISHIZAKI, M.; MAEDA, Y.; ANDO, Y. Long- term effects of edaravone on survival of patients with amyotrophic lateral sclerosis. eNeurologicalSci, v. 11, p. 11-14, jun. 2018. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/ retrieve/pii/S2405650218300145. Acesso em: 7 fev. 2023. 19. PAIPA, A. J.; POVEDANO, M.; BARCELO, M. A.; DOMÍNGUEZ, R.; SAEZ, M.; TURON-SANS, J. Survival benefit of multidisciplinary care in amyotrophic lateral sclerosis in Spain: association with noninvasive mechanical ventilation</p>. J Multidiscip Healthc, v. 12, p. 465-470, jun. 2019. Disponível em: https://www.dovepress.com/survival-benefit-of-multidisciplinary-care-in-amyotrophic-lateral-scle-peer-reviewed-article-JMDH. Acesso em: 7 fev. 2023. 20. BOMBACI, A.; ABBADESSA, G.; TROJSI, F.; LEOCANI, L.; BONAVITA, S.; LAVORGNA, L. Telemedicine for management of patients with amyotrophic lateral sclerosis through COVID-19 tail. Neurological Sciences, n. 42, p. 9-13, out. 2021. Disponível em: https://doi. org/10.1007/s10072-020-04783-x. Acesso em: 7 fev. 2023. 21. SHOESMITH, C.; ABRAHAO, A.; BENSTEAD, T.; CHUM, M.; DUPRE, N.; IZENBERG, A. Canadian best practice recommendations for the management of amyotrophic lateral sclerosis. Can Med Assoc J., v. 192, n. 46, p. E1453-E1468, nov. 2020. Disponível em: http:// www.cmaj.ca/lookup/doi/10.1503/cmaj.191721. Acesso em: 7 fev. 2023. http://archneur.jamanetwork.com/article.aspx?doi=10.1001/jamaneurol.2016.3401 http://archneur.jamanetwork.com/article.aspx?doi=10.1001/jamaneurol.2016.3401 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0261561417303187 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0025619618302660 http://journals.lww.com/00132979-201410000-00010 http://journals.lww.com/00132979-201410000-00010 http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/146608200300079536 http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/146608200300079536 https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt/arquivos/ https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt/arquivos/ https://doi.wiley.com/10.1002/14651858.CD001447.pub3 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S2405650218300145 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S2405650218300145 https://www.dovepress.com/survival-benefit-of-multidisciplinary-care-in-amyotrophic-lateral-scle-pee https://www.dovepress.com/survival-benefit-of-multidisciplinary-care-in-amyotrophic-lateral-scle-pee https://doi.org/10.1007/s10072-020-04783-x https://doi.org/10.1007/s10072-020-04783-x http://www.cmaj.ca/lookup/doi/10.1503/cmaj.191721 http://www.cmaj.ca/lookup/doi/10.1503/cmaj.191721 45 22. OH, J.; KIM, S. H.; KIM, J. A. Unmet supportive care needs mediate the relationship between functional status and quality of life in patients with amyotrophic lateral sclerosis. Palliat Support Care, v. 17, n. 6, p. 1-5, dez. 2019. Disponível em: https://www.cambridge. org/core/product/identifier/S1478951519000221/type/journal_article. Acesso em: 7 fev. 2023. 23. SILANI, V.; KASARSKIS, E. J.; YANAGISAWA, N. Nutritional management in amyotrophic lateral sclerosis: a worldwide perspective. J Neurol., v. 245, n. S2, p. S13-19, jul. 1998. Disponível em: http://link.springer.com/10.1007/PL00014805. Acesso em: 7 fev. 2023. 24. DESPORT, J. C.; PREUX, P. M.; TRUONG, T. C.; VALLAT, J. M.; SAUTEREAU, D.; COURATIER, P. Nutritional status is a prognostic factor for survival in ALS patients. Neurology, v 53, n. 5, p. 1059, set. 1999. Disponível em: https://www.neurology.org/ lookup/doi/10.1212/WNL.53.5.1059. Acesso em: 7 fev. 2023. 25. MARIN, B.; DESPORT, J. C.; KAJEU, P.; JÉSUS, P.; NICOLAUD, B.; NICOL, M. Alteration of nutritional status at diagnosis is a prognostic factor for survival of ALS patients. J Neurol Neurosurg Psychiatry, v. 82, n. 6, p. 668, 2011. Disponível em: https://hal.archives- ouvertes.fr/hal-00594142. Acesso em: 7 fev. 2023. 26. VERCRUYSSE, P.; VIEAU, D.; BLUM, D.; PETERSÉN, Å.; DUPUIS, L. Hypothalamic Alterations in Neurodegenerative Diseases and Their Relation to Abnormal Energy Metabolism. Front Mol Neurosci, v. 11, jan. 2018. Disponível em: http://journal.frontiersin. org/article/10.3389/fnmol.2018.00002/full. Acesso em: 7 fev. 2023. 27. NGO, S. T.; VAN EIJK, R. P. A.; CHACHAY, V.; VAN DEN BERG, L. H.; MCCOMBE, P. A.; HENDERSON, R. D. Loss of appetite is associated with a loss of weight and fat mass in patients with amyotrophic lateral sclerosis. Amyotroph Lateral Scler Frontotemporal Degener, v. 20, p. 7-8, p. 497-505, out. 2019. Disponível em: https://www.tandfonline.com/ doi/full/10.1080/21678421.2019.1621346. Acesso em: 7 fev. 2023. 28. WANG, Y.; YE, S.; CHEN, L.; TANG, L.; FAN, D. Loss of appetite in patients with amyotrophic lateral sclerosis is associated with weight loss and anxiety/depression. Sci Rep., v. 11, n. 1, p. 9119, dez. 2021. Disponível em: http://www.nature.com/articles/s41598- 021-88755-x. Acesso em: 7 fev. 2023. 29. BRITO, A. N. A.; VALE, S. H. L.; ALVES, C. X.; CASTRO, J. L.; DOURADO-JÚNIOR, M. E. T.; LEITE, L. D. Protocolo diferenciado para Terapia Nutricional na Esclerose Lateral Amiotrófica. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 18, n. 1, p. 79-86, mar. 2014. Disponível em: http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs/article/view/16941/11721. Acesso em: 7 fev. 2023. 30. D’OTTAVIANO, F. G.; LINHARES FILHO, T. A.; DE ANDRADE, H. M. T.; ALVES, P. C. L.; ROCHA, M. S. G. Fiberoptic endoscopy evaluation of swallowing in patients with amyotrophic lateral sclerosis. Braz J Otorhinolaryngol, v. 79, n. 3, p. 349-353, maio 2013. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1808869415301762. Acesso em: 7 fev. 2023. 31. ONESTI, E.; SCHETTINO, I.; GORI, M. C.; FRASCA, V.; CECCANTI, M.; CAMBIERI, C. Dysphagia in Amyotrophic Lateral Sclerosis: Impact on Patient Behavior, Diet Adaptation, and Riluzole Management. Front Neurol., v. 8, mar. 2017. Disponível em: http://journal. frontiersin.org/article/10.3389/fneur.2017.00094/full. Acesso em: 7 fev. 2023. https://www.cambridge.org/core/product/identifier/S1478951519000221/type/journal_article https://www.cambridge.org/core/product/identifier/S1478951519000221/type/journal_article http://link.springer.com/10.1007/PL00014805 https://www.neurology.org/lookup/doi/10.1212/WNL.53.5.1059 https://www.neurology.org/lookup/doi/10.1212/WNL.53.5.1059 https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-00594142 https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-00594142 http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fnmol.2018.00002/full http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fnmol.2018.00002/full https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21678421.2019.1621346 https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21678421.2019.1621346 http://www.nature.com/articles/s41598-021-88755-x http://www.nature.com/articles/s41598-021-88755-x http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs/article/view/16941/11721 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1808869415301762 http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fneur.2017.00094/full http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fneur.2017.00094/full 46 32. LEITE-LAIS, L. et al. Atuação Interdisciplinar na Disfagia. Natal: Edufrn, 2021. 33. GOZZER, M. M.; COLA, P. C.; ONOFRI, S. M. M.; MEROLA, B. N.; SILVA, R. G. Achados videoendoscópicos da deglutição em diferentes consistências de alimento na Esclerose Lateral Amiotrófica. Codas, v. 32, n. 1, 2020. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822020000100303&tlng=pt. Acesso em: 7 fev. 2023. 34. SALVIONI, C. C. S.; STANICH, P.; ALMEIDA, C. S.; OLIVEIRA, A. S. B. Nutritional care in motor neurone disease/ amyotrophic lateral sclerosis. Arq Neuropsiquiatr., v. 72, n. 2, p. 157-163, fev. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0004-282X2014000200157&lng=en&tlng=en. Acesso em: 7 fev. 2023. 35. CICHERO, J. A. Y.; LAM, P.; STEELE, C. M.; HANSON, B.; CHEN, J.; DANTAS, R. O. Development of International Terminology and Definitions for Texture-Modified Foods and Thickened Fluids Used in Dysphagia Management: The IDDSI Framework. Dysphagia, v. 32, n. 2, p. 293-314, abr. 2017. Disponível em: http://link.springer.com/10.1007/s00455-016- 9758-y. Acesso em: 7 fev. 2023. 36. INTERNATIONAL DYSPHAGIA DIET STANDARDISATION INITIATIVE. Complete IDDSI Framework. 2019. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s00455-. Acesso em: 7 fev. 2023. 37. GONZÁLEZ DE AGUILAR, J. L. Lipid Biomarkers for Amyotrophic Lateral Sclerosis. Front Neurol., n. 10, abr. 2019. Disponível em: https://www.frontiersin.org/article/10.3389/ fneur.2019.00284/full.Acesso em: 7 fev. 2023. 38. ALVES, C.; LIMA, R. V. B. Dietary supplement use by adolescents. J Pediatr., Rio de Janeiro, v. 85, n. 4, p. 287-294, jul. 2009. Disponível em: http://www.jped.com.br/conteudo/ Ing_resumo.asp?varArtigo=1977&cod=&idSecao=1. Acesso em: 7 fev. 2023. 39. MUSCARITOLI, M.; KUSHTA, I.; MOLFINO, A.; INGHILLERI, M.; SABATELLI, M.; ROSSI FANELLI, F. Nutritional and metabolic support in patients with amyotrophic lateral sclerosis. Nutrition, v. 28, n. 10, p. 959-966, out. 2012. Disponível em: https://linkinghub.elsevier. com/retrieve/pii/S0899900712000469. Acesso em: 7 fev. 2023. 40. DUPUIS, L.; CORCIA, P.; FERGANI, A.; GONZALEZ DE AGUILAR, J. L.; BONNEFONT- ROUSSELOT, D.; BITTAR, R. Dyslipidemia is a protective factor in amyotrophic lateral sclerosis. Neurology, v. 70, n. 13, p. 1004-1009, mar. 2008. Disponível em: https://www. neurology.org/lookup/doi/10.1212/01.wnl.0000285080.70324.27. Acesso em: 7 fev. 2023. 41. D’AMICO, E.; GROSSO, G.; NIEVES, J. W.; ZANGHÌ, A.; FACTOR-LITVAK, P.; MITSUMOTO, H. Metabolic Abnormalities, Dietary Risk Factors and Nutritional Management in Amyotrophic Lateral Sclerosis. Nutrients, v. 13, n. 7, p. 2273, jun. 2021. Disponível em: https://www.mdpi.com/2072-6643/13/7/2273. Acesso em: 7 fev. 2023. 42. PETROVIC, S.; ARSIC, A.; RISTIC-MEDIC, D.; CVETKOVIC, Z.; VUCIC, V. Lipid Peroxidation and Antioxidant Supplementation in Neurodegenerative Diseases: A Review of Human Studies. Antioxidants, v. 9, n. 11, p. 11285, nov. 2020. Disponível em: https:// www.mdpi.com/2076-3921/9/11/1128. Acesso em: 7 fev. 2023. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822020000100303&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822020000100303&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2014000200157&lng=en&tlng=en http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2014000200157&lng=en&tlng=en http://link.springer.com/10.1007/s00455-016-9758-y http://link.springer.com/10.1007/s00455-016-9758-y https://link.springer.com/article/10.1007/s00455- https://www.frontiersin.org/article/10.3389/fneur.2019.00284/full https://www.frontiersin.org/article/10.3389/fneur.2019.00284/full http://www.jped.com.br/conteudo/Ing_resumo.asp?varArtigo=1977&cod=&idSecao=1 http://www.jped.com.br/conteudo/Ing_resumo.asp?varArtigo=1977&cod=&idSecao=1 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0899900712000469 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0899900712000469 https://www.neurology.org/lookup/doi/10.1212/01.wnl.0000285080.70324.27 https://www.neurology.org/lookup/doi/10.1212/01.wnl.0000285080.70324.27 https://www.mdpi.com/2072-6643/13/7/2273 https://www.mdpi.com/2076-3921/9/11/1128 https://www.mdpi.com/2076-3921/9/11/1128 47 43. PADOVANI, R. M.; AMAYA-FARFÁN, J.; COLUGNATI, F. A. B.; DOMENE, S. M. Á. Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Revista de Nutrição, v. 19, n. 1, p. 741-760, dez. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1415-52732006000600010&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 7 fev. 2023. 44. WALLERT, M.; SCHMÖLZ, L.; GALLI, F.; BIRRINGER, M.; LORKOWSKI, S. Regulatory metabolites of vitamin E and their putative relevance for atherogenesis. Redox Biol, v. 2, n. 1, p. 495-503, 2014. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/ S221323171400041X. Acesso em: 7 fev. 2023. 45. RIZVI, S.; RAZA, S. T.; AHMED, F.; AHMAD, A.; ABBAS, S.; MAHDI, F. The role of vitamin e in human health and some diseases. Sultan Qaboos Univ Med J., v. 14, n. 2, p. e157-e165, maio, 2014. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24790736. Acesso em: 7 fev. 2023. 46. TRABER, M. G.; STEVENS, J. F. Vitamins C and E: Beneficial effects from a mechanistic perspective. Free Radic Biol Med., v. 51, n. 5, p. 1000-1013, set. 2011. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0891584911003194. Acesso em: 7 fev. 2023. 47. PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. São Paulo: Manole, 2014. 48. XAVIER, S. M.; BARBOSA, C. O.; BARROS, D. O.; SILVA, R. F.; OLIVEIRA, A. A.; FREITAS, R. M. Vitamin C antioxidant effects in hippocampus of adult Wistar rats after seizures and status epilepticus induced by pilocarpine. Neurosci Lett, v. 420, n. 1, p. 76-79, jun. 2007. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0304394007005058. Acesso em: 7 fev. 2023. 49. KOCOT, J.; LUCHOWSKA-KOCOT, D.; KIEŁCZYKOWSKA, M.; MUSIK, I.; KURZEPA, J. Does Vitamin C Influence Neurodegenerative Diseases and Psychiatric Disorders? Nutrients, v. 9, n. 7, p. 659, jun. 2017. Disponível em: https://www.mdpi.com/2072- 6643/9/7/659. Acesso em: 7 fev. 2023. 50. FREITAS, R. M.; TOMÉ, A. R. Ações neuroprotetoras da vitamina C no corpo estriado de ratos após convulsões induzidas pela pilocarpina. Archives of Clinical Psychiatry, São Paulo, v. 37, n. 3, p. 105-108, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0101-60832010000300002&lng=pt&nrm=iso&tlng=en. Acesso em: 7 fev. 2023. 51. MADEN, M. Retinoic acid in the development, regeneration and maintenance of the nervous system. Nat Rev Neurosci, v. 8, n. 10, p. 755-765, out. 2007. Disponível em: http:// www.nature.com/articles/nrn2212. Acesso em: 7 fev. 2023. 52. MARIE, A.; DARRICAU, M.; TOUYAROT, K.; PARR-BROWNLIE, L. C.; BOSCH-BOUJU, C. Role and Mechanism of Vitamin A Metabolism in the Pathophysiology of Parkinson’s Disease. J Parkinsons Dis, v. 11, n. 3, p. 949-970, ago. 2021. Disponível em: https://www.medra.org/ servlet/aliasResolver?alias=iospress&doi=10.3233/JPD-212671. Acesso em: 7 fev. 2023. 53. UNICAMP. Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos. 4. ed. Campinas: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2011. 161 p. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732006000600010&lng=pt&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732006000600010&lng=pt&tlng=pt https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S221323171400041X https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S221323171400041X http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24790736 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0891584911003194 https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0304394007005058 https://www.mdpi.com/2072-6643/9/7/659 https://www.mdpi.com/2072-6643/9/7/659 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832010000300002&lng=pt&nrm=iso&tlng=e http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832010000300002&lng=pt&nrm=iso&tlng=e http://www.nature.com/articles/nrn2212 http://www.nature.com/articles/nrn2212 https://www.medra.org/servlet/aliasResolver?alias=iospress&doi=10.3233/JPD-212671 https://www.medra.org/servlet/aliasResolver?alias=iospress&doi=10.3233/JPD-212671 48 54. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério do planejamento orçamento e gestão. Pesquisa de Orçamentos Familiares. Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. 55. PHILIPPI, S. T. Tabela de composição de alimentos: suporte para decisão nutricional. Barueri: Manole, 2016. 140 p. Foto de capa: Bluebird Provisions na Unsplash. https://unsplash.com/pt-br/@purebonebroth https://unsplash.com APÊNDICES 49 49 APÊNDICE 1: Ficha técnica - Suco de manga com laranja PREPARAÇÃO: Suco de manga com laranja Nº DE PORÇÕES: 1 Ingredientes Per capita Quantidade Total Medida Caseira Custo (R$) PL FC PB Total Manga 68,00 g 2,60 177 g 177 g 1 unidade pequena R$ 0,66 Laranja 99,00 g 2,08 206 g 206 g 1 unidade grande R$ 0,55 Água 100 mL - 100 mL 100 mL ½ xícara de chá R$ 0,03 Somatório 267 - R$ 1,24 MODO DE PREPARO: retirar a casca da manga e cortar a fruta em pedaços para desprezar o caroço. Espremer a laranja para retirar o suco da fruta. Adicionar a manga, o suco de laranja e a água em um liquidificador e bater até formar uma mistura homogênea.
Compartilhar