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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Introdução 
às CIênCIas 
FarmaCêutICas
Profª. Simona Renz Baldin
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª. Simona Renz Baldin
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
B177i
Baldin, Simona Renz
 Introdução às ciências farmacêuticas. / Simona Renz Baldin. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 190 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-263-6
 ISBN Digital 978-65-5663-258-2
 1. Farmácia. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 615.4
apresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Introdução às 
Ciências Farmacêuticas, no qual você encontrará muito conhecimento sobre 
a área das Ciências Farmacêuticas com os objetivos de contribuir para os 
seus estudos e aprofundar os conhecimentos sobre a história da farmácia, as 
definições importantes na área farmacêutica e todos os aspectos importantes 
relacionados aos medicamentos. Por isso, este caderno de estudos está 
dividido em três unidades.
Na Unidade 1, será apresentada toda a história da farmácia e 
do boticário até o farmacêutico, a fim de entendermos a evolução e 
compreendermos o cenário atual da nossa profissão. Também veremos 
como foram criados os Conselhos de Farmácia, as legislações específicas, 
as fiscalizações sanitárias e as fontes de informação em farmácia, pois, 
como profissionais da área de saúde, somos responsáveis por disseminar 
informações seguras. Por fim, vamos conferir a linha do tempo da profissão 
farmacêutica com os principais acontecimentos.
Na Unidade 2, serão abordadas definições importantes na farmácia, 
demonstrando como ocorre o processo de desenvolvimento, pesquisa e 
produção dos medicamentos. Em seguida, veremos a classificação dos 
medicamentos existentes atualmente no Brasil e os tipos de receitas para 
dispensação de medicamentos controlados. 
Na Unidade 3, os principais temas discutidos serão a educação e a 
atuação do farmacêutico. A educação farmacêutica é de suma importância 
para todos os profissionais de saúde, por isso veremos o processo de educação 
em saúde e medicamentos. Também serão apresentadas todas as áreas em 
que o farmacêutico pode atuar e o código de ética que rege a profissão, assim 
como o perfil do profissional.
Ao final deste livro, esperamos que o aluno tenha uma noção 
importante sobre todos os conceitos apresentados a respeito da profissão. 
Então, acadêmico, aproveite ao máximo todo o conteúdo e conhecimento 
adquirido!
Bons estudos!
Profª. Simona Renz Baldin
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumárIo
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA ................................................................................... 1
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO ............................ 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 A HISTÓRIA DA FARMÁCIA .......................................................................................................... 4
3 A FARMÁCIA PRÉ-HISTÓRICA ..................................................................................................... 6
4 MESOPOTÂMIA ................................................................................................................................. 7
5 ANTIGO EGITO .................................................................................................................................. 8
6 CONTINENTE AMERICANO .......................................................................................................... 9
7 GRÉCIA ............................................................................................................................................... 10
8 A IDADE MÉDIA .............................................................................................................................. 13
9 O RENASCIMENTO E O INÍCIO DA EUROPA MODERNA ................................................. 14
10 ILUMINISMO .................................................................................................................................. 16
11 ROMANTISMO ............................................................................................................................... 17
12 POSITIVISMO ................................................................................................................................. 19
13 A FARMÁCIA CONTEMPORÂNEA ........................................................................................... 20
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 22
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 23
TÓPICO 2 — DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO ............................................................... 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25
2 AS BOTICAS ...................................................................................................................................... 25
3 OS ESTUDOS DE FARMÁCIA ....................................................................................................... 28
4 FARMACÊUTICOS E FARMÁCIAS .............................................................................................. 31
5 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA SOCIEDADE ATUAL .................................................... 32
5.1 PROBLEMAS QUE DEMONSTRAM A IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO ............. 32
6 O LUGAR DO FARMACÊUTICO É NA FARMÁCIA?.............................................................. 33
RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................35
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36
TÓPICO 3 — CRIAÇÃO DE CONSELHOS, LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS E 
 FISCALIZAÇÕES SANITÁRIAS ............................................................................. 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39
2 CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA ...................................................................................... 39
3 CONSELHOS REGIONAIS DE FARMÁCIA .............................................................................. 40
4 DECRETOS QUE REGULAMENTAM O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO 
FARMACÊUTICA .............................................................................................................................. 41
4.1 DECRETO Nº 20.377 .................................................................................................................... 41
4.2 DECRETO Nº 85.878 .................................................................................................................... 41
5 A VIGILÂNCIA SANITÁRIA ......................................................................................................... 42
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 44
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 45
TÓPICO 4 — LINHA DO TEMPO .................................................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47
2 LINHA DO TEMPO – HISTÓRIA DA FARMÁCIA .................................................................. 47
2.1 SÉCULO XVI A.C. ......................................................................................................................... 47
2.2 SÉCULO IV A.C. ........................................................................................................................... 48
2.3 SÉCULO I ....................................................................................................................................... 49
2.4 SÉCULOS XII A XIII ..................................................................................................................... 50
2.5 SÉCULO XVI ................................................................................................................................. 50
2.6 SÉCULO XIX .................................................................................................................................. 51
2.7 SÉCULO XX ................................................................................................................................... 51
2.7.1 Década de 1930 ..................................................................................................................... 51
2.7.2 Década de 1950 ..................................................................................................................... 52
2.7.3 Década de 1960 ..................................................................................................................... 52
2.7.4 Década de 1970 ..................................................................................................................... 52
2.7.5 Década de 1980 ..................................................................................................................... 52
2.7.6 Década de 1990 ..................................................................................................................... 53
2.7.7 SÉCULO XXI ........................................................................................................................ 53
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 55
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 56
TÓPICO 5 — FONTES DE INFORMAÇÃO EM FARMÁCIA .................................................... 57
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 57
2 LITERATURA PRIMÁRIA ............................................................................................................... 57
3 LITERATURA SECUNDÁRIA ........................................................................................................ 58
4 LITERATURA TERCIÁRIA ............................................................................................................. 58
5 A RESPONSABILIDADE DE FONTES SEGURAS DE INFORMAÇÕES NA ÁREA DA 
FARMÁCIA ............................................................................................................................................ 59
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 60
RESUMO DO TÓPICO 5..................................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 66
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 67
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA ............................................. 71
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES .............................................................................. 73
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 73
2 PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA ................................................................................. 75
2.1 DIFERENÇA ENTRE FITOTERÁPICO E PLANTAS MEDICINAIS .................................... 77
3 MEDICAMENTOS ............................................................................................................................ 78
3.1 FINALIDADE DOS MEDICAMENTOS .................................................................................... 78
4 DIFERENÇA ENTRE MEDICAMENTO E REMÉDIO .............................................................. 79
5 DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS NOS DIAS ATUAIS ................................... 79
5.1 FASES DE ESTUDO PARA NOVOS MEDICAMENTOS ....................................................... 80
5.2 ESTUDO PRÉ-CLÍNICO .............................................................................................................. 81
5.3 ESTUDO CLÍNICO ....................................................................................................................... 81
5.3.1 Requisitos para que um medicamento possa ser usado ................................................ 83
5.4 QUALIDADE DOS MEDICAMENTOS .................................................................................... 84
5.5 FORMAS FARMACÊUTICAS..................................................................................................... 85
5.6 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ..................................................................................................... 87
5.6.1 Via oral .................................................................................................................................. 88
5.6.2 Via retal .................................................................................................................................90
5.6.3 Via parenteral ....................................................................................................................... 91
5.6.4 Via tópica/transdérmica ...................................................................................................... 92
5.6.5 Via respiratória ..................................................................................................................... 93
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 94
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 95
TÓPICO 2 — TIPOS DE MEDICAMENTOS .................................................................................. 97
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 97
2 ALOPATIA .......................................................................................................................................... 97
3 HOMEOPATIA ................................................................................................................................... 97
3.1 MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO X MEDICAMENTO ALOPÁTICO ............................ 99
4 ORIGEM DO PRINCÍPIO ATIVO ................................................................................................. 99
4.1 MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA E/OU INOVADORES ................................................ 99
4.1.1 Medicamentos genéricos .................................................................................................. 100
4.1.2 Vantagens dos medicamentos genéricos ........................................................................ 102
4.1.3 Medicamentos similares ................................................................................................... 102
4.1.4 Medicamentos manipulados ............................................................................................ 103
4.1.5 Intercambialidade de medicamentos .............................................................................. 103
5 ELEMENTOS DO MEDICAMENTO .......................................................................................... 107
5.1 EMBALAGEM ............................................................................................................................. 107
5.2 TARJA ........................................................................................................................................... 109
5.3 RÓTULO ...................................................................................................................................... 110
5.4 BULA ............................................................................................................................................ 111
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 112
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 113
TÓPICO 3 — MEDICAMENTOS COM EXIGÊNCIA E ISENTOS DE PRESCRIÇÃO .......... 115
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115
2 MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO .................................................................... 116
3 MEDICAMENTOS COM PRESCRIÇÃO ................................................................................... 117
3.1 TIPOS DE PRESCRIÇÃO ........................................................................................................... 117
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 122
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 125
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 126
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO ....................................... 131
TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA ............................................................................ 133
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 133
2 EDUCAÇÃO EM SAÚDE............................................................................................................... 133
3 EDUCAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS – PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE ...... 134
3.1 ESPAÇOS DE ENCONTROS ..................................................................................................... 137
3.2 RECIPROCIDADE DIALÓGICA ............................................................................................. 138
3.3 EDUCADOR EM SAÚDE COMO MEDIADOR CULTURAL ............................................. 138
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 140
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 141
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA ............................................................ 143
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 143
2 ÁREAS DA FARMÁCIA................................................................................................................. 143
3 MANIPULAÇÃO ............................................................................................................................. 147
3.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................................................ 148
4 HOMEOPATIA ................................................................................................................................. 148
5 HOSPITAL ........................................................................................................................................ 149
6 INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ................................................................................................... 150
6.1 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO FARMACÊUTICO NA INDÚSTRIA ........ 150
7 PLANTAS E FITOTERAPIA .......................................................................................................... 151
8 TOXICOLOGIA ............................................................................................................................... 152
9 LABORATÓRIO E ANÁLISES CLÍNICAS ................................................................................ 153
10 ANÁLISES QUÍMICAS ................................................................................................................ 154
11 COSMÉTICOS E DERMOCOSMÉTICOS ............................................................................... 156
12 SAÚDE ESTÉTICA ........................................................................................................................ 156
13 ALIMENTOS .................................................................................................................................. 157
14 GENÉTICA ...................................................................................................................................... 159
15 BIOTECNOLOGIA ........................................................................................................................ 160
16 SAÚDE PÚBLICA ..........................................................................................................................161
17 SAÚDE AMBIENTAL ................................................................................................................... 162
18 FORÇAS ARMADAS .................................................................................................................... 163
19 POLÍCIA CIENTÍFICA ................................................................................................................. 164
20 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES ......................................................... 166
21 PESQUISAS .................................................................................................................................... 167
22 DISPENSAÇÃO ............................................................................................................................. 168
23 FARMÁCIA CLÍNICA E CUIDADO FARMACÊUTICO ...................................................... 169
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 172
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 173
TÓPICO 3 — ÉTICA FARMACÊUTICA ........................................................................................ 175
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 175
2 NOÇÃO BÁSICA SOBRE ÉTICA ................................................................................................ 175
3 CÓDIGO DE ÉTICA FARMACÊUTICO .................................................................................... 176
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 181
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 186
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 187
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 188
1
UNIDADE 1 — 
HISTÓRIA DA FARMÁCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar os fatos históricos que marcaram a evolução da profissão 
farmacêutica;
• compreender a trajetória do profissional farmacêutico;
• entender as funções dos conselhos de farmácia;
• investigar as fontes confiáveis de informações;
• traçar o perfil do profissional e do paciente.
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
TÓPICO 2 – DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO
TÓPICO 3 – CRIAÇÃO DE CONSELHOS, LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS E 
 FISCALIZAÇÕES SANITÁRIAS
TÓPICO 4 – LINHA DO TEMPO
TÓPICO 5 – FONTES DE INFORMAÇÃO EM FARMÁCIA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
1 INTRODUÇÃO
Você já imaginou como foi o início da profissão farmacêutica? Como as 
doenças eram curadas nos séculos passados? Vamos conhecer essa história para 
entender o momento atual e o futuro da nossa profissão. Você verá que alguns 
ensinamentos do passado são usados até os dias de hoje.
Entre as várias características peculiares ao ser humano, está a sua 
propensão em tratar doenças físicas ou mentais com medicamentos. Evidências 
arqueológicas indicam que essa necessidade da humanidade em aliviar o peso 
causado pelas doenças é tão antiga quanto a procura por novas ferramentas. A 
farmácia é a arte (posteriormente a ciência) de criar uma das mais importantes 
ferramentas – o medicamento (ALLEN JR., 2016).
Para o farmacêutico dos dias de hoje, é importante entender o papel dos 
medicamentos enraizado na história da humanidade. Como outras ferramentas, 
os medicamentos têm sido usados para obter o controle de nossas vidas, tornando-
as melhores e mais longas. O entendimento de como os medicamentos agem tem 
evoluído grandemente, afetando, em parte, a forma como eles são usados (ou 
abusados). Como é comum em outras áreas, o conhecimento popular sobre o 
uso de remédios e medicamentos é uma mistura de mito e ciências, folclore e 
demonstração de fatos. Velhas ideias se fundem com novos conceitos, produzindo 
uma concepção errônea que pode colocar os pacientes em risco (ALLEN JR., 2016).
Uma introdução geral sobre o desenvolvimento dos conceitos referentes 
aos medicamentos, bem como sobre a evolução da profissão aumenta a habilidade 
dos farmacêuticos em se adequar aos desafios impostos, à medida que o papel 
desse profissional se expande. Os farmacêuticos têm muito a ganhar com o 
entendimento do complexo papel que os remédios tiveram no passado, assim 
como da farmácia (ALLEN JR., 2016).
Ao longo da história, os medicamentos têm gerado uma especial 
fascinação. Além das histórias sensacionais de como têm desempenhado um 
importante papel em exploração, comércio, política, descoberta científica e artes, 
eles afetam diretamente a vida de milhões de pessoas. Medicamentos como a 
insulina têm mantido milhões de pessoas vivas, assim como antibióticos e 
quimioterápicos ajudam outras milhões. O fato de terem se tornados úteis, por 
meio da farmácia, merece ser repetido, e a eficácia e a segurança de seu uso têm 
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
4
se tornado a principal preocupação dessa profissão relativamente jovem. Embora 
a farmácia, como uma habilidade, seja tão antiga quanto as ferramentas de pedra, 
a prática por um especialista reconhecido ocorre há aproximadamente mil anos. 
Para o surgimento da especialidade, foi preciso que houvesse uma necessidade 
de uso de medicamentos, embora a profissão esteja tomando a frente da história 
(ALLEN JR., 2016).
2 A HISTÓRIA DA FARMÁCIA
No Brasil, a história da farmácia encontra-se pouco desenvolvida, já que, 
em outros países, o estudo e o aprofundamento da farmácia é comum e muito 
valorizado (PITA, 2000). Assim, a história da farmácia se confunde com a da própria 
humanidade, já que a busca por remédios para combater as doenças é constante. 
Na antiguidade, não havia distinção entre médicos e farmacêuticos, cabendo 
a um mesmo profissional diagnosticar doenças e preparar os medicamentos 
necessários (CRF-SP, 2019).
A história da farmácia e medicina por muito tempo caminharam juntas, 
sendo conhecidas como as ciências da saúde. Então, qual é o objetivo do estudo 
da história da farmácia? Segundo o historiador J. L. Valverde (1976, apud PITA, 
2000), em um artigo intitulado La historia de la farmacia que se ha escrito, abordou 
insistentemente esse problema e indicou que a história da farmácia deve debruçar-
se sobre:
• a arte farmacêutica compreendendo, fundamentalmente, o estudo das formas 
farmacêuticas e dos medicamentos; 
• a história das ciências farmacêuticas; 
• a história das farmácias e dos farmacêuticos; 
• as relações entre a medicina e a farmácia; 
• a terapêutica medicamentosa e a articulação entre farmácia e as realidades 
sociais e culturais. 
Segundo Laín Entralgo (1978, apud PITA, 2000), as razões para se estudar 
a história é integrar o saber, a dignidade moral, a liberdade intelectual e a 
originalidade do pensar, salientando que existem pontos que podem consolidar a 
consciência da profissão farmacêutica como: 
• abertura de caminho até a integridade do saber;
• sua história confere dignidade moral ao farmacêutico, pois legitima a ciência 
e a profissão através da história, sendo dotada de um passado rico e do qual 
o profissional pode se orgulhar e se servir para fundamentardeterminadas 
apostas no futuro;
• contribui para um despertar intelectual com a resolução de determinados 
problemas científicos e profissionais, sendo que determinados saberes do 
passado, às vezes ditos como ultrapassados, podem ser abordados novamente 
em função da evolução de novas vertentes de pesquisas.
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
5
As práticas farmacêuticas existem na história desde 2500 a.C. a partir de 
produtos naturais (minerais, vegetais e animais), tendo sido iniciadas na China. 
Os gregos e os egípcios foram os primeiros a desenvolver métodos para a cura de 
doenças utilizando a botânica associada a elementos místicos e religiosos (PITA, 
2000).
A origem da profissão remonta à Grécia antiga e seus deuses: o símbolo 
da farmácia ilustra o poder (cobra) da cura (taça) e era utilizado pela deusa Hígia, 
responsável pela saúde (PITA, 2000).
FIGURA 1 – SÍMBOLO DA FARMÁCIA
FONTE: <https://symbolismofthings.com/significado-simbolo-farmacia-simbolismo/>. Acesso 
em: 28 maio 2020.
Curiosidade do símbolo: sua origem remonta à antiguidade, sendo parte das 
histórias da mitologia grega. Tudo começou com um centauro, Chiron, que se dedicou ao 
conhecimento da cura e teve como um dos discípulos o deus Asclépio (também denomi-
nado Esculápio), ao qual ensinou os segredos das ervas medicinais. Asclépio tornou-se o 
deus da saúde e tinha como símbolo um cetro com duas serpentes enroladas. Contudo, 
ele não utilizava seu conhecimento somente para salvar vidas, mas também para ressus-
citar pessoas. Descontente com a quebra do ciclo natural da vida, Zeus interveio e matou 
Asclépio com um raio. Com sua morte, a saúde passou a ser responsabilidade de Hígia, 
filha de Asclépio, que se tornou a deusa da saúde. Hígia tinha como símbolo uma taça e a 
cobra como uma representação do legado do seu pai. Assim, o símbolo de Hígia passou 
a ser da farmácia (SILVA, 2003).
NOTA
https://symbolismofthings.com/significado-simbolo-farmacia-simbolismo/
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
6
O site, a seguir, é um museu virtual da história da farmácia. Vale a pena aces-
sar: https://museudouniversodafarmacia.com.br/.
DICAS
3 A FARMÁCIA PRÉ-HISTÓRICA
Um traço fundamental, nessa época, diz respeito à origem das doenças, 
que podiam ser naturais ou sobrenaturais. Nesse tempo, não existia diferença 
entre doença orgânica, funcional ou psicossomática, pois o conceito de doença 
era sobrenatural, mágico e misterioso, e o tratamento dessas doenças não tinha 
apenas como terapêutica exclusiva os rituais mágico-religiosos, mas também o 
uso de produtos de origem vegetal, mineral e animal (PITA, 2000).
O uso de plantas revelou, mais tarde, grande valor terapêutico e, ainda 
hoje, é reconhecido como um elemento em tratamento de doenças (PITA, 2000).
Desde o início da humanidade, a farmácia tem feito parte da vida diária. 
Escavações de alguns dos mais antigos assentamentos humanos suportam 
o argumento de que indivíduos pré-históricos coletavam plantas para fins 
medicinais. Por tentativa e erro, o conhecimento popular das propriedades 
curativas de certas substâncias naturais acabou crescendo. Embora curandeiros 
tribais ou xamãs guardassem o conhecimento para si, o uso de plantas medicinais, 
que algumas vezes era empregado como alimento, condimento ou amuleto, foi 
tão disseminado que impediu a necessidade de existir uma classe especial de 
pessoas que fossem responsáveis pela sua coleta e utilização (ALLEN JR., 2016).
Quando curandeiros de Shanidar ou de outros assentamentos pré-
históricos abordavam a doença, eles a colocavam dentro de um contexto que 
envolvia o reconhecimento do mundo ao redor deles, o qual era habitado por 
bons e maus espíritos. Os antigos explicavam a doença em termos sobrenaturais, 
como faziam para explicar outras mudanças ou desastres que ocorriam ao seu 
redor. Essa lógica também envolvia os tratamentos (ALLEN JR., 2016).
As poções mágicas usadas na cura de doenças eram de responsabilidade 
dos xamãs. Geralmente, encarregados de todas ou da maioria das questões 
sobrenaturais na tribo, os xamãs diagnosticavam e tratavam a maioria das 
doenças crônicas ou severas, manipulando os remédios necessários para 
influenciar os espíritos maus. Assim, um duplo legado foi deixado: drogas 
como simples ferramentas e substâncias como poderes quase que sobrenaturais 
(ALLEN JR., 2016).
https://museudouniversodafarmacia.com.br/
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
7
A descoberta de certas substâncias naturais, como ópio ou mirra, permitiu 
aliviar o sofrimento humano; entretanto, isso não deveria ser banalizado. Mesmo 
que os antigos tenham descoberto somente um pequeno número de substâncias 
ativas, o conceito de efeito sobre as funções biológicas deve ser considerado um 
dos maiores avanços da humanidade. O desenvolvimento desse conceito ocorreu 
com o avanço da civilização. Para prosperar, a terapia médica racional precisou 
das ferramentas fornecidas pelas culturas antigas – a escrita, o sistema de permuta 
e o sistema de pesos e medidas (ALLEN JR., 2016).
4 MESOPOTÂMIA
Na Mesopotâmia, acreditava-se que o comportamento dos deuses era 
fundamental para o bem-estar dos homens. Eles poderiam originar o bem e o 
mal, consequentemente, a saúde e a doença. As doenças eram interpretadas 
como um castigo divino. Tornava-se necessário saber que tipo de pecado o 
doente havia cometido, para saber o prognóstico da doença, tendo como base 
os rituais mágicos para realizar o tratamento. Para as doenças de causas terrenas 
bem visíveis, havia o recurso do uso de medicamentos e da cirurgia. No entanto, 
a utilização de medicamentos, por si só, não causaria qualquer efeito se não 
houvesse o acompanhamento mágico-religioso (PITA, 2000).
Hoje, a tábua de Nippur é tida como o mais antigo texto da medicina. 
Nela, havia receitas médicas do terceiro milênio a.C., relatando drogas de 
origem vegetal, mineral e animal e relatos de formas farmacêuticas de uso oral 
e uso tópico, como unguentos. Como veículo das preparações, usavam-se vinho, 
cerveja e óleos. Outras tábuas que contribuíram para a história da farmácia foram 
descobertas na Filadélfia e na Constantinopla (PITA, 2000).
Na Mesopotâmia já era conhecida uma significativa variedade de drogas 
de origem vegetal, mineral e animal. Além disso, os habitantes daquela região 
recorriam ao banho, ao calor e às massagens como práticas terapêuticas e 
realizavam de intervenções cirúrgicas a abcessos, cataratas, extração de dentes, 
entre outros. Contudo, a terapêutica mais valorizada era a mágico-religiosa, 
sendo a terapêutica medicamentosa e o recurso à cirurgia, em alguns casos, 
usados como complementos (PITA, 2000).
Ao que se sabe, os povos da Mesopotâmia deram especial atenção aos 
vegetais com propriedades medicamentosas e cultivo para uso em preparações 
de medicamentos de drogas vegetais. Entre esses vegetais, temos: cebolas, alhos, 
açafrão, chicória, cera, mel, uvas, figos, cevada, trigo, milho, vinho, cerveja, água, 
ópio, entre outros. Em relação a drogas de origem animal, eram usados vísceras 
e gorduras de animais. Já as de origem mineral eram arsênio, enxofre, cobre, sais 
de ferro, entre outros (PITA, 2000).
Nessa época, algumas operações farmacêuticas descritas são a secagem, a 
pulverização, a extração de sucos, a filtração, a decantação, a maceração, a digestão, 
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
8
a ebulição, entre outras. Essas operações eram realizadas para a obtenção de 
formas farmacêuticas, para preparar soluções, fumigações, pomadas, unguentos, 
emplastros e pílulas. Também já havia técnicas próprias para a introdução de 
medicamentos pelas vias retais e vaginais (PITA, 2000).
O cultivo de plantas medicinais e o desenvolvimento de prática cosméticas 
foram atividades significativas nos povos da Mesopotâmia, que se dedicaram ao 
comércio de plantas medicinais e desenvolveram apuradas técnicas químicas 
para produção de corantes, sabão, pinturas e cosméticos (PITA, 2000).
5 ANTIGOEGITO
O Egito persistia na crença da origem divina das doenças, realizando, 
com frequência, sacrifícios, preces e rituais mágicos para restabelecer a saúde do 
doente (PITA, 2000). As receitas sugeridas geralmente iniciavam com uma prece 
ou encantamento (ALLEN JR., 2016).
Algumas definições, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(Anvisa; BRASIL, 2018), sobre métodos de extração em drogas vegetais:
• Secagem: é o processo que consiste em reduzir o conteúdo de umidade das partes das 
plantas, inicialmente entre 60 e 80%, até atingir valores entre 8 e 12%, evitando assim 
a fermentação ou degradação dos princípios ativos. A secagem deve ser realizada 
corretamente para preservar as características de cor, aroma e sabor do material 
colhido. O tempo de secagem depende do fluxo de ar, da temperatura e da umidade 
relativa do ar, sendo estes os principais parâmetros a serem controlados.
• Pulverização: reduz a pó pequena quantidade de material, realizado normalmente por 
trituração.
• Extração: é a retirada, de forma seletiva ou mais completa possível, das substâncias ou 
da fração ativa contida na droga vegetal, utilizando, para isso, um solvente apropriado 
e sem efeitos tóxicos.
• Filtração: separação de partículas sólidas suspensa em líquido por efeito de pressão 
sobre superfície porosa (filtro).
• Decantação: deixar uma mistura (sólido-líquido ou líquido-líquido) em repouso e o 
componente mais denso, sob ação da força de gravidade, formará a fase inferior e o 
menos denso ocupará a fase superior.
• Maceração: é o processo que consiste em manter a planta fresca ou a droga vegetal, 
convenientemente rasurada, triturada ou pulverizada, nas proporções indicadas na 
fórmula em contato com o líquido extrator apropriado, por tempo determinado para 
cada vegetal. Deverá ser utilizado recipiente âmbar ou qualquer outro que elimina 
contato de luz.
• Digestão: ferver a droga vegetal em um líquido extrator na temperatura de 40 a 50 °C.
• Ebulição (decocção): é a preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em 
água potável por tempo determinado. Método indicado para drogas vegetais com 
consistência rígida, como cascas, raízes e sementes.
NOTA
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
9
De todos os papiros que contam a história, o de Ebers e o de Edwin 
Smith são tradicionalmente considerados os de maior interesse para o estudo da 
história da farmácia e da medicina, pois demonstram a relação entre a patologia e 
a terapêutica, relatando avanços consideráveis na farmacoterapia e 700 nomes de 
drogas de origem vegetal, mineral e animal (PITA, 2000).
Os registros sobre as práticas médicas egípcias demonstram um alto nível 
de sofisticação farmacêutica, com preparações manipuladas a partir de receitas 
detalhadas (ALLEN JR., 2016). Os egípcios trabalharam com um rol de matérias-
primas de origem vegetal (drogas frescas e secas), como anis, sene, tamarindos, 
pepino, melão, artemísia, açafrão, cebola, alho, trigo, lírio, dormideira, cólquico, 
mandrágora, figos, cevada, entre outros; de origem animal, como gorduras 
diversas, leite, fígado de boi, carnes variadas, bile, sangue, cérebro e urina de 
animais; e de origem mineral, como amoníaco, enxofre, ouro, prata, chumbo, 
ferro, cobre e mercúrio, dos quais era possível obter diversos sais, como sulfuretos 
de chumbo, carbonato e acetato de cálcio, nitratos de sódio e de potássio (PITA, 
2000).
As formas farmacêuticas usadas pelos egípcios eram pastilhas, pílulas, 
supositórios, clisteres, inalações, pomadas, unguentos e colírios (PITA, 2000).
Destaca-se, nessa época, a atenção aos cosméticos, com o desenvolvimento 
de técnicas para a fabricação de esmaltes e a obtenção de pigmentos destinados a 
colorações, bem como a atenção à prática de higiene pessoal, como a lavagem das 
mãos, as depilações, tanto no homem como na mulher, a utilização de perucas 
e perfumes, tanto corporais como de ambiente, e o banho. Assim, os primeiros 
testemunhos encontrados sobre a produção e a utilização de cosméticos ocorreram 
no Egito (PITA, 2000).
6 CONTINENTE AMERICANO
Quando os europeus chegaram à América, encontraram povos em 
diferentes estados de evolução cultural; enquanto a civilização maia, asteca e inca 
conseguiu alcançar um expressivo grau de desenvolvimento, outras civilizações 
encontravam-se em uma condição oposta, conforme relatado por Francisco 
Guerra (1988, apud PITA, 2000).
A cultura inca acreditava que a doença era o resultado de um pecado 
cometido pelo doente e uma forma de castigo dos deuses, tendo como tratamento 
a reconstituição da falta cometida de acordo com um ritual religioso adequado. 
Esse tratamento era associado a uma terapêutica farmacológica, uma vez que os 
incas conheciam um número expressivo de drogas com ações terapêuticas (PITA, 
2000).
As drogas mais utilizadas eram de origem vegetal, sendo a folha de coca 
muito utilizada contra a fadiga, a fome e a sede. Os maias também acreditavam 
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
10
que a doença era o resultado de um pecado ou uma falta cometida e, para 
restabelecer a saúde, era fundamental o arrependimento do ato cometido, com 
adequados rituais mágico-religiosos (PITA, 2000).
Em relação à terapêutica medicamentosa, os maias usavam mistura e 
extração como técnicas para o preparo, resultando em unguentos e unções. Eles 
também deram atenção aos cuidados de embelezamento do corpo (PITA, 2000).
Na cultura asteca, a doença também era o resultado de uma falta cometida 
ou de um pecado. Para o médico asteca era fundamental o conhecimento dos 
astros pois mostrava-se da maior importância a influência deles sobre o corpo 
humano, e a interpretação dos sonhos (PITA, 2000).
No que diz respeito às técnicas terapêuticas, os astecas utilizavam da 
cirurgia e da terapêutica com drogas vegetais, animais e minerais, sempre em 
associação com rituais mágico-religiosos considerados fundamentais nas doenças 
mais graves (PITA, 2000).
7 GRÉCIA
As raízes da profissão médica moderna surgiram com o florescimento 
da civilização grega, na bacia do mar Egeu. Nos registros da Grécia antiga, é 
encontrado um conceito de fármaco – ou pharmakon, uma palavra que significa ao 
mesmo tempo feitiço, remédio ou veneno (ALLEN JR., 2016). A deusa da magia 
chamada Hecate, também conhecida como Pharmakis, era detentora do saber 
terapêutico das plantas medicinais e, nos templos que lhe estavam consagrados, 
as sacerdotisas eram apelidadas de pharmakides (PITA, 2000). Houve uma divisão 
rudimentar de trabalho entre os que lidavam com medicamentos, com várias 
denominações utilizadas para esses profissionais, para além dos médicos (iatroi), 
sendo os mais comuns os pharmakopoloi (singular pharmakopolos), ou vendedores 
de medicamentos, que teriam igualmente outras funções no campo sanitário e 
cujo estatuto social e cultural não seriam elevados (DIAS, 2005).
Os gregos utilizavam preparação de medicamentos proveniente dos três 
reinos da natureza, sendo as formas farmacêuticas produzidas: pílulas, bolos, 
electuários, pastilhas, unguentos, pomadas, ceratos, pomadas oftálmicas, colírios, 
supositórios e clisteres. Também existia uma forma farmacêutica denominada 
rypos, composta por uma mistura de azeite com suor dos praticantes de ginástica 
dos ginásios gregos. Os gregos dedicaram atenção especial aos ginásios, à 
perfumaria e à cosmética (PITA, 2000).
Em Roma, à semelhança do que havia acontecido na Grécia, não existia 
separação entre a atividade médica e a arte farmacêutica. Os médicos romanos 
prestavam cuidados médicos à população e faziam a preparação dos medicamentos 
ao público. Essas fórmulas eram exclusivas e mantidas em segredo (PITA, 2000).
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
11
Onde eram realizadas as técnicas, encontravam-se diversos utensílios 
utilizados na transformação das matérias-primas em medicamentos, assim como 
recipientes destinados a sua conservação e armazenamento. Entre os diversos 
utensílios, encontramos alfomarizes,piluladores, tamises, cápsulas, bancas de 
mármore para a preparação de pomadas, copos, vasilhas, balanças de braços 
iguais, balanças romanas. O sistema de pesos romano foi utilizado na farmácia 
até o século XIX, justamente quando foi implantado o sistema métrico decimal 
(PITA, 2000).
FIGURA 2 – BALANÇA ANTIGA
FONTE: <https://shutr.bz/3mI6geN>. Acesso em: 29 jun. 2020.
FIGURA 3 – FAMACÊUTICA PREPARANDO UM MEDICAMENTO
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Farmac%C3%AAutico>. Acesso em: 29 jun. 2020.
Para a conservação e o armazenamento dos medicamentos, os romanos 
utilizaram materiais diversos e formas variadas. Eram vulgares as caixas de 
madeira e de metal para o acondicionamento de matérias-primas vegetais. Para 
os medicamentos líquidos, pastosos e perfumes, eram utilizados recipientes de 
vidro, de barro cozido, de osso, de prata, de bronze e de estanho (PITA, 2000).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Farmac%C3%AAutico
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
12
À semelhança do que acontecia na Grécia, Roma também mostra 
a diversidade de profissionais que trabalhavam com o vasto campo da 
comercialização das drogas e dos perfumes:
• os farmacopolas eram comerciantes de drogas e venenos;
• os cellulari vendiam as drogas nas suas próprias tendas;
• os seplasiari eram profissionais que vendiam drogas nos seus estabelecimentos 
(seplasias);
• os herbari dedicavam-se à colheita e à conservação das drogas;
• os unghentarii eram especializados na obtenção de perfumes;
• os circunforaneos eram vendedores de substâncias medicinais que promoviam 
os seus produtos de cidade em cidade (PITA, 2000).
Os romanos, assim como os gregos, também davam especial atenção à 
perfumaria e à cosmética, utilizando várias matérias-primas provenientes dos 
três reinos da natureza com diversas aplicações, sendo que muitas formulações 
apresentavam finalidade cosmética e terapêutica (PITA, 2000).
A maioria dos medicamentos gregos era preparada a partir de plantas, 
e o primeiro grande estudo das plantas no Ocidente foi realizado por Teofrasto 
(370-285 a.C.), um estudante de Aristóteles. Seu feito de combinar informações de 
acadêmicos, parteiras, coletores de raízes e médicos itinerantes foi copiado 300 anos 
mais tarde por Dioscórides (65 d.C.). A última compilação de um médico grego 
sobre uso de plantas do seu tempo, a Materia medica, tornou-se, nas suas várias 
formas, a obra de referência sobre plantas medicinais centenas de anos depois 
(ALLEN JR., 2016).
Por meio dos ensinamentos e das escrituras de Galeno, um médico grego 
que atuava em Roma no século II d.C., o sistema humoral da medicina ganhou 
ascendência para os próximos 1.500 anos, criando um sistema elaborado que 
tentava equilibrar os humores de um indivíduo doente pelo emprego de drogas de 
uma natureza supostamente contrária (ALLEN JR., 2016).
Galeno (200-131 a.C.), o pai da farmácia, combatia as doenças por meio de 
substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das 
enfermidades, tendo sido o precursor da alopatia (CRF-SP, 2019).
Ele descreveu farmácia e medicamentos, e, em suas obras, havia centenas 
de referências a fármacos, além de ter elaborado uma lista de remédios vegetais, 
conhecidos como “galênicos”, a maioria dos quais era composta por vinho. 
Estudioso, observador e metódico, Galeno classificou e usou magistralmente as 
ervas, fazendo preparações denominadas “teriagas” com vinho e ervas.
Ele foi a figura mais marcante na história da medicina romana e da farmácia. 
No campo da farmacoterapia, definiu o alimento como o que atua originando um 
incremento do corpo e o medicamento como aquele que produz no organismo uma 
alteração que, em casos extremos, pode se transformar em veneno (PITA, 2000).
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
13
Desse modo, Galeno é considerado o pai da farmácia, pois conseguiu 
instituir uma construção de medicamento, até então, nunca vista e organizou uma 
terapêutica medicamentosa nunca antes obtida. Ele preconizou uma farmacologia 
própria, à luz da qual pretendia explicar a ação dos medicamentos, organizou e 
classificou racionalmente os fármacos (PITA, 2000).
O conceito de medicamento de Galeno é o que temos até hoje. No 
medicamento, coexistem três constituintes fundamentais: as substâncias, que 
conferem as propriedades terapêuticas ao medicamento; os produtos, que 
exercem uma ação corretiva de determinada característica organoléptica; e os 
excipientes, que são incorporados para facilitar a administração das substâncias 
ativas (PITA, 2000).
A medicina da antiguidade alcançou o seu auge com Galeno, cuja influ-
ência foi tão persuasiva entre os práticos que exerciam a medicina que a base de 
sua abordagem de cura – o equilíbrio dos quatro humores do corpo com o uso de 
drogas – se misturava com folclore e sua superstição para guiar pessoas comuns 
no tratamento de suas doenças. Na metade ocidental do Império Romano, tal 
conhecimento tornou-se especialmente valioso nos 400 anos seguintes, à medida 
que civilizações entravam em decadência (ALLEN JR., 2016).
FIGURA 4 – CLAUDIO GALENO
FONTE: <https://bit.ly/3lBZYMA>. Acesso em: 23 set. 2020.
8 A IDADE MÉDIA
Tradicionalmente, a Idade Média é definida como o período que se ini-
cia com a queda do Império Romano no Ocidente (400 d.C.) e vai até a queda 
de Constantinopla (1543), sendo considerada, por historiadores, a “Idade das 
Trevas”, embora tenha sido um período com acontecimentos relevantes, como o 
surgimento da civilização islâmica e uma nova e independente área – a farmácia 
(ALLEN JR., 2016).
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
14
O uso de drogas, para tratar doenças, sofreu mudanças devido ao 
fechamento de alguns templos pagãos. A terapia medicamentosa racional 
declinou no Ocidente, sendo substituída pelos ensinamentos da Igreja de que o 
pecado e a doença estavam intimamente relacionados (ALLEN JR., 2016).
Os árabes aceitaram a notoriedade das escrituras médicas gregas, 
especialmente de Galeno e Dioscórides. Contudo, à medida que seu nível de 
sofisticação crescia, médicos islâmicos, como Rhazes (860-932) e Avicena (980-
1063), adicionavam informações aos escritos gregos. Os postos de comércio 
distantes das conquistas árabes também trouxeram novas drogas e condimentos 
aos centros de ensino. Além disso, os médicos árabes rejeitavam a ideia de que 
remédios com sabor desagradável funcionavam melhor; em vez disso, eles se 
dedicavam a tornar suas formas de dosagem elegantes e palatáveis, cobrindo 
pílulas com folhas de ouro ou prata e usando veículos adoçados (ALLEN JR., 
2016).
Os medicamentos novos e mais sofisticados exigiam técnicas de preparação 
elaboradas. Na cidade cosmopolita de Bagdá no século IX, essa atividade era 
realizada por especialistas, os antecessores dos farmacêuticos atuais. Em lugares 
como Espanha e sul da Itália, onde o mundo islâmico interagia com a Europa 
Ocidental, várias instituições e progressos da cultura árabe, como a separação da 
farmácia e da medicina, alcançavam o Ocidente (ALLEN JR., 2016).
Na metade do século XIII, quando Frederico II, o governante do Reino 
das Duas Sicílias, sistematizou a prática da farmácia separada da medicina pela 
primeira vez na Europa, farmácias públicas tornaram-se relativamente comuns 
no sul da Europa. Profissionais da farmácia reuniam-se em associações, as quais, 
algumas vezes, incluíam comerciantes de especiarias e médicos. Esses pró-
farmacêuticos geralmente se autodenominavam “apotecários” (ou boticários), 
um termo oriundo do termo grego latinizado apotheca, que significa depósito ou 
armazém. Semelhantemente aos padeiros (padarias) ou merceeiros (mercearias), 
os apotecários eram identificados pelo seu tipo de comércio (ALLEN JR., 2016).
A cultura árabe trouxe, novamente, o conhecimento médico e científico 
clássico à Europa. No entanto, para que ocorressem mudanças significativas 
no uso de drogas, a abordagem escolástica deveria ser colocada de lado e uma 
metodologia observacional mais cética precisavaser adotada. Essa nova era 
experimental é conhecida como renascimento (ALLEN JR., 2016).
9 O RENASCIMENTO E O INÍCIO DA EUROPA MODERNA
O renascimento, de modo simples, foi o início da Idade Moderna. Em 
1453, Constantinopla (atual Istambul) caiu pela conquista dos turcos, e os indiví-
duos remanescentes da comunidade acadêmica grega fugiram para o Ocidente, 
carregando seus livros e conhecimentos. Em meio século, Colombo descobriu o 
Novo Mundo e Vasco da Gama encontrou o caminho marítimo para a Índia, que 
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
15
tinha sido antecipado por Colombo; o comércio, com base em moedas e transa-
ções bancárias, foi estabelecido e a sífilis disseminou-se pela Europa. Foi a época 
da prática de novas ideias por meio da reinterpretação dos temas clássicos anti-
gos, da exploração dos mares e da investigação em laboratório (ALLEN JR. 2016).
Foi o momento ideal para se libertar dos velhos conceitos sobre doenças 
e drogas de Galeno. As novas drogas chegaram a terras distantes desconhecidas 
pelos anciões. Impressores, após terem cumprido a demanda de impressões de 
livros religiosos, voltaram-se a obras farmacêuticas e médicas, especialmente 
àquelas que poderiam ser beneficiadas com a impressão de ilustrações detalhadas. 
Essa tendência pode ser exemplificada com a obra-prima da anatomia de Andreas 
Vesalius (1514-1534), conforme mostra a Figura 5 (PITA, 2000). 
FIGURA 5 – OBRA-PRIMA DA ANATOMIA, DE ANDREAS VESALIUS
Para a farmácia, a impressão teve um profundo efeito no estudo das plantas 
medicinais, visto que a ilustração de plantas podia ser facilmente reproduzida. 
Médicos botânicos, como Otto Brunfels (1500-1534), Leonhart Fuchs (1501-1566) e 
John Gerard (1545-1612), ilustravam suas obras com figuras de plantas, permitindo 
que os leitores fizessem um sério trabalho de campo ou encontrassem as drogas 
FONTE: <https://bit.ly/341iOXJ>. Acesso em: 25 jun. 2020.
Andreas Vesalius publicou, em 1543, o maior livro médico, De humani cor-
poris fabrica, mais conhecido como Fabrica, impressionando a comunidade por sua im-
ponência e conteúdo. Foi perseguido pela inquisição e sua obra chegou a ser proibida na 
época.
INTERESSA
NTE
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
16
necessárias para seus pacientes. Entre os mais talentosos investigadores, estava 
Valerius Cordus (1515-1544), que escreveu uma obra de outro gênero popular – o 
livro de fórmulas (PITA, 2000).
FIGURA 6 – OBRA HERBARIUM VIVAE EICONES, DE OTTO BRUNFELS
FONTE: <https://bit.ly/3qvlshF>. Acesso em: 30 jun. 2020.
10 ILUMINISMO
As alterações políticas, sociais e econômicas, verifi cadas no fi nal do século 
XVIII, incorporaram disciplinas médicas sociais, como a higiene. Com isso, surgiu 
a preocupação com as condições sanitárias da população e, sobretudo, as classes 
da população como crianças, idosos, operários, entre outros (PITA, 2000).
Um dos aspectos clínicos mais evidentes e visíveis dessa dinâmica 
preventiva foi a vacinação contra a varíola; a vacinação, por si só, foi uma 
descoberta científi ca de grande impacto não só na comunidade científi ca, mas 
também na população em geral. Foi ainda na segunda metade do século XVIII 
que surgiu a homeopatia, um sistema terapêutico que ainda existe nos dias atuais, 
sendo o seu fundador Samuel Hahnemann (1755-1843; PITA, 2000).
O avanço verifi cado na farmácia no fi nal do século XVIII seguiu uma 
linha orientadora já traçada no século precedente, podendo-se classifi cá-lo como 
gradual e lento. Foi um período em que coexistiram partidários do galenismo 
e das modernas correntes químico-farmacêuticas, além da própria literatura 
farmacêutica – a farmacopeia –, que agrega conhecimento antigo com novas 
orientações científi cas (PITA, 2000).
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
17
FIGURA 7 – FARMACOPEIA BRASILEIRA
FONTE: <https://bit.ly/2JSlKyj>. Acesso em: 30 jun. 2020.
11 ROMANTISMO
Os avanços da química, na primeira metade do século XIX, foram decisivos 
para as modificações na área da farmácia. O aparecimento de uma farmacologia 
científica, o surgimento de medicamentos novos e da terapêutica experimental, 
bem como a emergência de novas formas farmacêuticas foram alguns dos aspectos 
que influenciaram a revolução na farmácia e na farmacoterapia (PITA, 2000).
Uma descoberta científica marcou definitivamente a história da farmácia: 
a síntese em laboratório da ureia, por Friedrich Wöhler, em 1828, que abriu as 
portas da síntese laboratorial de substâncias orgânicas (PITA, 2000).
Farmacopeia Brasileira é o nome dado ao livro farmacêutico oficial do país, 
no qual se estabelece identificação e padrões de qualidade das substâncias empregadas 
em farmacologia, descrevendo os requisitos mínimos de qualidade de fármacos, insumos, 
drogas vegetais, produtos para saúde e medicamentos.
A última edição da obra foi publicada em 2019. Acesse o link para esse material em: ht-
tps://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/arquivos/
7985json-file-1.
NOTA
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/arquivos/7985json-file-1
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/arquivos/7985json-file-1
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/arquivos/7985json-file-1
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
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FIGURA 8 – A SÍNTESE DA UREIA POR FRIEDRICH WÖHLE
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/sintese-ureia.htm>. Acesso em: 30 jun. 2020.
O desenvolvimento químico e a inovação laboratorial proporcionaram 
o surgimento da autêntica revolução farmacológica nos princípios do século 
XIX. Até esse momento, a preparação dos medicamentos era feita com o uso de 
matéria-prima de origem animal, vegetal ou mineral e, a partir de então, começou 
a descoberta e a síntese de produtos semelhantes a alguns existentes na natureza, 
isolando-se suas substâncias ativas. O início do isolamento foi com alcaloides e o 
pontapé inicial foi dado pelo farmacêutico francês Derosne, em 1803, que isolou 
a nicotina (PITA, 2000).
Depois foram isoladas: 
• a morfina, por Serturner, em 1805;
• a cinchonina, por Bernardino António Gomes, em 1810;
• a veratrina, por Meisner, em 1818;
• a estricnina, por Pelletier e Caventou, em 1818;
• a cafeína, por Runge, em 1820, 
• a quinina, por Pelletier e Caventou, em 1820;
• a atropina, por Mein, em 1831;
• a digitalina, por Quevenne e Homolle, em 1854;
• a cocaína, por Niemann, em 1858, e Koller, em 1884;
• a estrofantina, por Fraser, em 1870, Arnaud, em 1888, e Fränkel, em 1905;
• o bicarbonato de sódio, por Rose;
• a medicação iodada, por Coindet, Lugol e Lawrence;
• o brometo de potássio e o brometo de sódio, por Thielmann, Lemier e Pagano; 
• os derivados de bismuto (antidiarreicos), por Monneret, em 1849.
NOTA
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/sintese-ureia.htm
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
19
Em relação à técnica farmacêutica, a primeira metade do século XIX trouxe 
algumas inovações, com destaque para os primeiros sinais de industrialização 
dos medicamentos e, em decorrência, as especialidades farmacêuticas surgiram 
para participar desse processo (PITA, 2000).
 
12 POSITIVISMO
Marcado pelo ano de 1848 (ano das explosões revolucionárias por toda 
a Europa) e o início da Primeira Grande Guerra Mundial, em 1914. Houve um 
acentuado crescimento da população por diminuição da taxa de mortalidade 
(PITA, 2000).
No campo da biologia, também ocorreram avanços, com destaque a 
Charles Darwin (1809-1882), que publicou, em 1859, uma obra sobre a origem das 
espécies, levando a reflexões em torno da vida e do homem (PITA, 2000).
Já na área da microbiologia, Louis Pasteur (1822-1895) e Robert Koch 
(1843-1910) desenvolveram metodologias laboratoriais fundamentais para o 
progresso da microbiologia, possibilitando a identificação de agentes causais de 
determinadas doenças contagiosas. A partir dessas descobertas e das infecções 
cirúrgicas,abriu-se um novo campo nas ciências da saúde. A antissepsia, 
pesquisada por Lister (1827-1912), investigou um modo de evitar as infecções 
decorrentes de procedimentos cirúrgicos, com a desinfecção das mãos (PITA, 
2000).
FIGURA 9 – LOUIS PASTEUR
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/biologia/louis-pasteur.htm>. Acesso em: 30 jun. 2020.
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/louis-pasteur.htm
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
20
Tão importante quanto a antissepsia foi a descoberta de anestésicos. 
O desenvolvimento da química proporcionou novos produtos, até então 
desconhecidos. Em 1842, Crawford Long (1815-1878) utilizou o éter; em 1844, foi 
empregado óxido nitroso como anestésico; em 1846, o éter sulfúrico; e, em 1847, 
o clorofórmio (PITA, 2000).
A principal inovação, no que diz respeito à produção medicamentosa, 
foi o desenvolvimento da indústria farmacêutica, que retirou o lugar dos 
medicamentos manipulados. Surgiram, então, novas formas farmacêuticas, frutos 
do avanço tecnológico e científico, como os medicamentos injetáveis, devido às 
condições de assepsia para a fabricação (PITA, 2000).
As patologias que caracterizavam, na sua globalidade, o século XIX 
são divididas em três grandes grupos: as doenças provenientes das novas 
situações históricas e sociais; as doenças tradicionais, já conhecidas dos clínicos; 
e as doenças epidêmicas. Em geral, essas doenças podem ser resumidas em tifo, 
difteria, pneumonia, malária, sífilis e diversas doenças circulatórias, digestivas e 
metabólicas, com ênfase à tuberculose, que atacava todas as classes econômicas 
na época (PITA, 2000).
13 A FARMÁCIA CONTEMPORÂNEA
Após a Primeira Guerra Mundial, houve a continuação do processo de 
industrialização do medicamento. As farmácias produziam medicamentos 
magistrais, mas a indústria tinha intenção de abandoná-las. Do século XIX para o 
XX, a promoção de medicamentos se deu por publicidade, não só em revistas de 
especialidades, mas também em periódicos, usando meios de comunicação social 
para a difusão do produto (PITA, 2000).
Os antibióticos deram o primeiro passo com a descoberta da penicilina, 
em 1928, pelo médico britânico Alexander Fleming (1881-1955). Essa descoberta 
deve ser considerada a mais importante da história da farmacologia e terapêutica. 
Fleming, ao observar a contaminação por um fungo de uma das suas culturas, 
verificou que o fungo havia destruído as culturas microbianas (PITA, 2000). O 
desenvolvimento da penicilina só ocorreu uma década mais tarde, quando o 
tratado de Guerra na Europa levou uma equipe britânica a se interessar pela 
produção da droga em grande escala (ALLEN JR., 2016).
 
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
21
FIGURA 10 – ALEXANDER FLEMING E A DESCOBERTA DA PENICILINA
FONTE: <http://blogvermais2.blogspot.com/2014/02/a-descoberta-da-penicilina.html>. Acesso 
em: 30 jun. 2020.
Outros antibióticos e várias classes novas de medicamentos apareceram 
rapidamente e a farmácia, que antes era um local para tratamento de distúrbios 
menores, passou a exercer um papel de prevenção e cura de doenças graves 
(ALLEN JR., 2016).
Após a Segunda Guerra Mundial, as empresas começaram a aplicar 
alta tecnologia para a produção de medicamentos, o que rapidamente tornou a 
indústria farmacêutica em uma das mais avançadas do mundo. Em consequência, 
isso diminuiu a tendência de prescrições médicas individualizadas com 
medicamentos manipulados, passando para a prescrição dos medicamentos 
industrializados (ALLEN JR., 2016).
Com todo esse movimento, os farmacêuticos não perderam o mercado 
de trabalho. O número de prescrições cresceu rapidamente com o lançamento 
de vários medicamentos novos e mais efetivos nos anos de 1950, 1960 e 1970 
(ALLEN JR., 2016). 
Com o processo da industrialização, o farmacêutico não dominava mais o 
processo de produção dos medicamentos em sua totalidade e a farmácia passou 
a abrigar, além da prática da manipulação de produtos magistrais, a venda 
das especialidades farmacêuticas. Isso gerou um afastamento do farmacêutico 
de seu lugar original de trabalho (a farmácia), já que a indústria passou a ser 
a principal área de interesse, e seu afastamento criou espaço para que leigos e 
comerciantes, sem qualquer conhecimento técnico, assumissem o seu “lugar”. 
Por isso, a profissão farmacêutica luta na busca de que o reconhecimento do 
passado retorne, sendo necessário que os farmacêuticos atuem com a população 
de diversas maneiras, como orientar preventivamente o paciente e estabelecer 
vínculos de confiança, além de estar sempre atualizado técnica e cientificamente.
http://blogvermais2.blogspot.com/2014/02/a-descoberta-da-penicilina.html
22
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A farmácia e a medicina, por muito tempo, caminharam juntas, comparti-
lhando os conhecimentos sobre doenças e medicamentos.
• No início, a origem das doenças era tida como sobrenatural, com tratamentos 
incluindo rituais mágico-religiosos e drogas de origem animal, vegetal e 
mineral, sendo que tais crenças perduraram por longo tempo.
• Com o passar dos anos, aumentou o arsenal de produtos conhecidos para as 
terapias, principalmente de plantas. 
• A criação e o desenvolvimento de métodos para a produção de medicamentos, 
com formas farmacêuticas, eram desenvolvidos para o período.
• Com a descoberta de novas terras, esses conhecimentos foram incorporados 
às novas culturas, surgindo, então, a necessidade de um profissional para o 
medicamento.
• Várias pessoas foram importantes para a história e que, ainda hoje, são 
referências em algumas descobertas da época.
• Houve relatos documentados mostrando o conhecimento adquirido ao longo 
dos anos, e o desenvolvimento de materiais específicos e livros para o estudo 
da farmácia, como a Farmacopeia.
• Os primeiros medicamentos descobertos e sintetizados foram feitos a partir de 
plantas, ocorrendo a produção em grande escala com a expansão da indústria 
farmacêutica.
• A história e a evolução da farmácia e da profissão, como o desenvolvimento 
de métodos antigos para a produção de medicamentos, conhecimento das 
plantas e seus usos, geraram muitos dos conhecimentos que temos hoje.
RESUMO DO TÓPICO 1
23
1 Leia a afirmação a seguir: “Conseguiu instituir a construção do medicamento 
e organizou uma terapêutica medicamentosa nunca antes obtida. Ele 
preconizou uma farmacologia própria e explicou a ação dos medicamentos, 
sendo considerado o ‘Pai da Farmácia’”. Quem foi esse personagem 
marcante na história da farmácia?
 
a)
b)
c)
d)
( ) Hipócrates.
( ) Galeno.
( ) Fleming.
( ) Otto Brunfles.
 
2 A descoberta científica que marcou definitivamente a história da farmácia 
foi o primeiro composto sintetizado artificialmente. Após a síntese 
desse composto, o desenvolvimento químico e a inovação laboratorial 
proporcionaram o surgimento da autêntica revolução farmacológica. Qual 
foi o primeiro composto sintetizado artificialmente?
a)
b)
c)
d)
( ) Mirra.
( ) Ópio.
( ) Ureia.
( ) Cevada.
3 A descoberta do primeiro antibiótico foi considerada a mais importante da 
história da farmacologia. O pesquisador, ao observar a contaminação por 
fungo de uma das suas culturas, verificou que esse fungo havia destruído 
as culturas microbianas. Qual foi o primeiro antibiótico descoberto e qual 
foi esse pesquisador?
a)
b)
c)
d)
( ) Penicilina, por Alexandre Fleming.
( ) Bicarbonato de sódio, por Louis Pasteur.
( ) Ureia, por Wöhler.
( ) Éter, por Crawford Long.
AUTOATIVIDADE
24
25
TÓPICO 2 — UNIDADE 1
DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO
1 INTRODUÇÃO
No início da sociedade, já existia a cultura da utilização de produtos da 
natureza para o próprio cuidado. Com o boticário, a pessoa que exercia domínio 
sobre o conhecimento da origem do produto e da extração de sua matéria-prima, 
do modo de preparo e de sua comercialização. 
A utilização da expressão “botica” para farmácia e “boticário” para 
farmacêutico vem desde o descobrimento do Brasil, perdurando até a terceiradécada do século XIX; nessa época, o profissional manipulava e produzia os 
medicamentos, de acordo com as prescrições médicas.
Com a evolução e os cursos de Farmácia no país, a profissão de boticário 
foi extinguida e os farmacêuticos assumiram o seu papel.
 
2 AS BOTICAS
Segundo Pourchet-Campos (1966 apud CORRAL; SOUZA; NEGRÃO, 
2009), a palavra boticário foi reportada pela primeira vez pelo Papa Pelágio II, em 
referência a monges do século VI e, só por volta do século XIII, ela foi utilizada 
por leigos (CORRAL; SOUZA; NEGRÃO, 2009).
Com o passar do tempo, os boticários tornaram-se artesãos do medica-
mento, deixando de ser exclusivamente comerciantes de matérias-primas para se 
envolverem também com o preparo deles (CORRAL; SOUZA; NEGRÃO, 2009).
A corporação de boticários era representada por indivíduos que comer-
cializavam drogas, na maioria de origem vegetal. Muitos tinham pequenos jar-
dins onde cultivavam as plantas medicinais, e as transformavam em pó, extra-
tos e infusos, destinados à preparação, conforme as receitas médicas (CORRAL; 
SOUZA; NEGRÃO, 2009).
Os boticários eram responsáveis pelas boticas. A palavra botica tem ori-
gem do grego apotheke, cujo significado etimológico é depósito, armazém; as-
sim, um estabelecimento fixo para a venda de medicamentos. Fontes históricas 
afirmam que os primeiros boticários portugueses surgiram no século XIII e um 
dado singular é a referência a uma mulher boticária, em 1326 (CORRAL; SOUZA; 
NEGRÃO, 2009).
26
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
FIGURA 11 – EXEMPLO DE UMA BOTICA
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Farmac%C3%AAutico>. Acesso em: 29 jun. 2020.
O primeiro boticário, no Brasil, foi Diogo de Castro, trazido de Portugal 
por Thomé de Souza. Sua vinda se deu pela observação da coroa portuguesa de 
que as pessoas do país tinham acesso ao medicamento apenas quando expedições 
portuguesas, francesas ou espanholas apareciam, trazendo uma botica portátil 
cheia de drogas e medicamentos (CORRAL; SOUZA; NEGRÃO, 2009).
FIGURA 12 – BOTICA PORTÁTIL
FONTE: <https://bit.ly/2IbEpET>. Acesso em: 30 jun. 2020.
Os portugueses encontraram, no Brasil, uma comunidade representada 
por pajés e curandeiros, que já usavam raízes, folhas e sementes para resolver os 
problemas de saúde (CORRAL; SOUZA; NEGRÃO, 2009).
Os jesuítas criaram colégios e conventos para realizar missões com os 
índios e, com isso, aprenderam a manipular matérias-primas nativas para a 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Farmac%C3%AAutico
TÓPICO 2 — DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO
27
obtenção de remédios. Os medicamentos, inicialmente, vinham da metrópole, 
porém chegavam irregulares e, muitas vezes, estragados devido à demora, 
por isso os jesuítas aprenderam a transformar os medicamentos mesclando o 
conhecimento com os médicos europeus e o conhecimento indígena (CORRAL; 
SOUZA; NEGRÃO, 2009).
No Brasil, as boticas só foram autorizadas como comércio em 1640 e, a partir 
desse ano, elas se multiplicaram de norte a sul. Consistiam em casas comerciais 
ou lojas, onde o público se abastecia de remédios. Eram dirigidas por boticários, 
que eram profissionais empíricos, e com a facilidade de aprovação, muitas vezes 
de nível intelectual baixo, tinham conhecimento de alguns medicamentos e uma 
carta de aprovação do físico-mor de Coimbra, ou seu delegado, na então capital 
Salvador. Também recebia o nome de botica os compartimentos existentes em 
hospitais, onde eram realizados o preparo e a administração de medicamentos 
em doentes internados (GOMES-JÚNIOR, 1988).
FIGURA 13 – BOTICA REAL MILITAR EM 1808
FONTE: <https://bit.ly/37Avwxh>. Acesso em: 29 jun. 2020.
Em 1744, o exercício da profissão passou a ser fiscalizado severamente, 
em função da reforma feita por Dom Manuel. Eram proibidas ilegalidades no 
comércio de drogas e medicamentos (PITA, 2000).
A passagem de nome de comércio de botica para farmácia surgiu com o 
Decreto nº 2.055, de 1857, quando foram estabelecidas as condições para que os 
farmacêuticos e os não habilitados tivessem licença para continuarem a ter suas 
boticas no país (PITA, 2000). 
28
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
Os farmacêuticos e os boticários tinham pouca diferença para a maioria da 
população e para os legisladores, e o farmacêutico só tomou seu espaço exclusivo 
na produção de medicamentos por volta de 1886 (PEREIRA; NASCIMENTO, 
2011).
3 OS ESTUDOS DE FARMÁCIA
A permissão para instalações de Escolas Superiores no país somente foi 
possível após a vinda da Família Real para o país, em 1806. A partir de então, 
houve inúmeras mudanças de caráter político, econômico, social, cultural e, 
consequentemente, educacional no Brasil colônia (CRF-SP, 2008-2009).
No âmbito da saúde, Oliveira (1978) afirma que o estudo da farmácia 
científica, ainda que de maneira rudimentar, decorreu quando o Príncipe Regente 
Dom João XI determinou a criação da cadeira da matéria Médica e Farmacêutica 
no Hospital Militar (CRF-SP, 2008-2009).
O ensino farmacêutico foi institucionalizado oficialmente no período do 
Império pela Lei de 3 de outubro de 1832, que reformulava os currículos, dando 
nova organização às academias médicas cirúrgicas do Rio de Janeiro e da Bahia 
(CRF-SP, 2008-2009).
Somente em 1837, foram diplomados os seis primeiros farmacêuticos do 
país pelo curso de Farmácia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, sendo 
que dois deles, Manuel José Cabral e Calixto José Arieira, fundaram a Escola de 
Farmácia de Ouro Preto em 1839 (CRF-SP, 2008-2009).
O vídeo, a seguir, conta a história da farmácia e o surgimento das boticas:
https://www.youtube.com/watch?v=5dxsF0sRxqs.
DICAS
https://www.youtube.com/watch?v=5dxsF0sRxqs
TÓPICO 2 — DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO
29
FIGURA 14 – ESCOLA DE FARMÁCIA DE OURO PRETO
FONTE: <https://bit.ly/36FyEZy>. Acesso em: 30 jun. 2020.
Após a Proclamação da República, em 1889, houve o início e o incentivo 
para a criação da indústria farmacêutica nacional e, em consequência, de novos 
cursos de farmácia no país, para atender ao novo mercado (CRF-SP, 2008-2009).
Em 1901, com o Decreto nº 3.092, denominado Decreto Epitácio Pessoa, o 
currículo de Farmácia passou pela sua primeira reforma no século XX, reduzindo o 
currículo em duas séries e sendo realizado em dois anos. Esse currículo delimitou 
as atribuições e o âmbito do profissional, e direcionou o farmacêutico para a área 
de manipulação e produção de medicamentos (CRF-SP, 2008-2009).
Devido à ampliação do campo profissional do farmacêutico, com a 
incorporação das análises clínicas, toxicológicas e bromatológicas em suas 
atribuições profissionais, em 5 de abril de 1911, foram introduzidos os ensinos de 
física, química, análises toxicológicas, química industrial, bromatologia e higiene 
no currículo de Farmácia, estendendo o curso para 3 anos (CRF-SP, 2008-2009).
Outra mudança no currículo ocorreu em 1925, pela necessidade de o 
mercado oferecer especialização aos farmacêuticos que atuavam em laboratórios 
de produção de medicamentos e análises clínicas, pois era fato que, após a 
Primeira Guerra Mundial, havia ocorrido uma grande evolução tecnológica na 
produção de medicamentos (CRF-SP, 2008-2009).
Desde a criação dos cursos de Farmácia no Brasil, a educação farmacêutica 
cuidou da formação sem qualquer adjetivo, habilitando o profissional da área 
para o exercício das Ciências Farmacêuticas em sua plenitude (CRF-SP, 2008-
2009).
A partir da Reforma Universitária de 1968, que reformulou a estrutura do 
ensino universitário no país, foram fixados o eixo mínimo do conteúdo e a duração 
30
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
dos cursos de Farmácia no Brasil, criando as modalidades de farmacêutico e 
farmacêutico bioquímico, obrigando a realização de estágios supervisionados 
(CRF-SP, 2008-2009).
As Diretrizes Curriculares Nacionais definem princípios, fundamentos, 
condições e procedimentos para a formação de farmacêuticos. Essas diretrizes 
mostram como perfil do formando, egresso/profissional farmacêutico, uma 
formação generalista, humanista,

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