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Indaial – 2020
Introdução 
às CIênCIas 
FarmaCêutICas
Profª. Simona Renz Baldin
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª. Simona Renz Baldin
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
B177i
Baldin, Simona Renz
 Introdução às ciências farmacêuticas. / Simona Renz Baldin. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 190 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-263-6
 ISBN Digital 978-65-5663-258-2
 1. Farmácia. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 615.4
apresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Introdução às 
Ciências Farmacêuticas, no qual você encontrará muito conhecimento sobre 
a área das Ciências Farmacêuticas com os objetivos de contribuir para os 
seus estudos e aprofundar os conhecimentos sobre a história da farmácia, as 
definições importantes na área farmacêutica e todos os aspectos importantes 
relacionados aos medicamentos. Por isso, este caderno de estudos está 
dividido em três unidades.
Na Unidade 1, será apresentada toda a história da farmácia e 
do boticário até o farmacêutico, a fim de entendermos a evolução e 
compreendermos o cenário atual da nossa profissão. Também veremos 
como foram criados os Conselhos de Farmácia, as legislações específicas, 
as fiscalizações sanitárias e as fontes de informação em farmácia, pois, 
como profissionais da área de saúde, somos responsáveis por disseminar 
informações seguras. Por fim, vamos conferir a linha do tempo da profissão 
farmacêutica com os principais acontecimentos.
Na Unidade 2, serão abordadas definições importantes na farmácia, 
demonstrando como ocorre o processo de desenvolvimento, pesquisa e 
produção dos medicamentos. Em seguida, veremos a classificação dos 
medicamentos existentes atualmente no Brasil e os tipos de receitas para 
dispensação de medicamentos controlados. 
Na Unidade 3, os principais temas discutidos serão a educação e a 
atuação do farmacêutico. A educação farmacêutica é de suma importância 
para todos os profissionais de saúde, por isso veremos o processo de educação 
em saúde e medicamentos. Também serão apresentadas todas as áreas em 
que o farmacêutico pode atuar e o código de ética que rege a profissão, assim 
como o perfil do profissional.
Ao final deste livro, esperamos que o aluno tenha uma noção 
importante sobre todos os conceitos apresentados a respeito da profissão. 
Então, acadêmico, aproveite ao máximo todo o conteúdo e conhecimento 
adquirido!
Bons estudos!
Profª. Simona Renz Baldin
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumárIo
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA ................................................................................... 1
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO ............................ 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 A HISTÓRIA DA FARMÁCIA .......................................................................................................... 4
3 A FARMÁCIA PRÉ-HISTÓRICA ..................................................................................................... 6
4 MESOPOTÂMIA ................................................................................................................................. 7
5 ANTIGO EGITO .................................................................................................................................. 8
6 CONTINENTE AMERICANO .......................................................................................................... 9
7 GRÉCIA ............................................................................................................................................... 10
8 A IDADE MÉDIA .............................................................................................................................. 13
9 O RENASCIMENTO E O INÍCIO DA EUROPA MODERNA ................................................. 14
10 ILUMINISMO .................................................................................................................................. 16
11 ROMANTISMO ............................................................................................................................... 17
12 POSITIVISMO ................................................................................................................................. 19
13 A FARMÁCIA CONTEMPORÂNEA ........................................................................................... 20
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 22
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 23
TÓPICO 2 — DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO ............................................................... 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25
2 AS BOTICAS ...................................................................................................................................... 25
3 OS ESTUDOS DE FARMÁCIA ....................................................................................................... 28
4 FARMACÊUTICOS E FARMÁCIAS .............................................................................................. 31
5 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA SOCIEDADE ATUAL .................................................... 32
5.1 PROBLEMAS QUE DEMONSTRAM A IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO ............. 32
6 O LUGAR DO FARMACÊUTICO É NA FARMÁCIA?.............................................................. 33
RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................35
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36
TÓPICO 3 — CRIAÇÃO DE CONSELHOS, LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS E 
 FISCALIZAÇÕES SANITÁRIAS ............................................................................. 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39
2 CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA ...................................................................................... 39
3 CONSELHOS REGIONAIS DE FARMÁCIA .............................................................................. 40
4 DECRETOS QUE REGULAMENTAM O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO 
FARMACÊUTICA .............................................................................................................................. 41
4.1 DECRETO Nº 20.377 .................................................................................................................... 41
4.2 DECRETO Nº 85.878 .................................................................................................................... 41
5 A VIGILÂNCIA SANITÁRIA ......................................................................................................... 42
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 44
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 45
TÓPICO 4 — LINHA DO TEMPO .................................................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47
2 LINHA DO TEMPO – HISTÓRIA DA FARMÁCIA .................................................................. 47
2.1 SÉCULO XVI A.C. ......................................................................................................................... 47
2.2 SÉCULO IV A.C. ........................................................................................................................... 48
2.3 SÉCULO I ....................................................................................................................................... 49
2.4 SÉCULOS XII A XIII ..................................................................................................................... 50
2.5 SÉCULO XVI ................................................................................................................................. 50
2.6 SÉCULO XIX .................................................................................................................................. 51
2.7 SÉCULO XX ................................................................................................................................... 51
2.7.1 Década de 1930 ..................................................................................................................... 51
2.7.2 Década de 1950 ..................................................................................................................... 52
2.7.3 Década de 1960 ..................................................................................................................... 52
2.7.4 Década de 1970 ..................................................................................................................... 52
2.7.5 Década de 1980 ..................................................................................................................... 52
2.7.6 Década de 1990 ..................................................................................................................... 53
2.7.7 SÉCULO XXI ........................................................................................................................ 53
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 55
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 56
TÓPICO 5 — FONTES DE INFORMAÇÃO EM FARMÁCIA .................................................... 57
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 57
2 LITERATURA PRIMÁRIA ............................................................................................................... 57
3 LITERATURA SECUNDÁRIA ........................................................................................................ 58
4 LITERATURA TERCIÁRIA ............................................................................................................. 58
5 A RESPONSABILIDADE DE FONTES SEGURAS DE INFORMAÇÕES NA ÁREA DA 
FARMÁCIA ............................................................................................................................................ 59
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 60
RESUMO DO TÓPICO 5..................................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 66
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 67
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA ............................................. 71
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES .............................................................................. 73
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 73
2 PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA ................................................................................. 75
2.1 DIFERENÇA ENTRE FITOTERÁPICO E PLANTAS MEDICINAIS .................................... 77
3 MEDICAMENTOS ............................................................................................................................ 78
3.1 FINALIDADE DOS MEDICAMENTOS .................................................................................... 78
4 DIFERENÇA ENTRE MEDICAMENTO E REMÉDIO .............................................................. 79
5 DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS NOS DIAS ATUAIS ................................... 79
5.1 FASES DE ESTUDO PARA NOVOS MEDICAMENTOS ....................................................... 80
5.2 ESTUDO PRÉ-CLÍNICO .............................................................................................................. 81
5.3 ESTUDO CLÍNICO ....................................................................................................................... 81
5.3.1 Requisitos para que um medicamento possa ser usado ................................................ 83
5.4 QUALIDADE DOS MEDICAMENTOS .................................................................................... 84
5.5 FORMAS FARMACÊUTICAS..................................................................................................... 85
5.6 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ..................................................................................................... 87
5.6.1 Via oral .................................................................................................................................. 88
5.6.2 Via retal .................................................................................................................................90
5.6.3 Via parenteral ....................................................................................................................... 91
5.6.4 Via tópica/transdérmica ...................................................................................................... 92
5.6.5 Via respiratória ..................................................................................................................... 93
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 94
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 95
TÓPICO 2 — TIPOS DE MEDICAMENTOS .................................................................................. 97
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 97
2 ALOPATIA .......................................................................................................................................... 97
3 HOMEOPATIA ................................................................................................................................... 97
3.1 MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO X MEDICAMENTO ALOPÁTICO ............................ 99
4 ORIGEM DO PRINCÍPIO ATIVO ................................................................................................. 99
4.1 MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA E/OU INOVADORES ................................................ 99
4.1.1 Medicamentos genéricos .................................................................................................. 100
4.1.2 Vantagens dos medicamentos genéricos ........................................................................ 102
4.1.3 Medicamentos similares ................................................................................................... 102
4.1.4 Medicamentos manipulados ............................................................................................ 103
4.1.5 Intercambialidade de medicamentos .............................................................................. 103
5 ELEMENTOS DO MEDICAMENTO .......................................................................................... 107
5.1 EMBALAGEM ............................................................................................................................. 107
5.2 TARJA ........................................................................................................................................... 109
5.3 RÓTULO ...................................................................................................................................... 110
5.4 BULA ............................................................................................................................................ 111
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 112
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 113
TÓPICO 3 — MEDICAMENTOS COM EXIGÊNCIA E ISENTOS DE PRESCRIÇÃO .......... 115
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115
2 MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO .................................................................... 116
3 MEDICAMENTOS COM PRESCRIÇÃO ................................................................................... 117
3.1 TIPOS DE PRESCRIÇÃO ........................................................................................................... 117
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 122
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 125
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 126
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO ....................................... 131
TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA ............................................................................ 133
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 133
2 EDUCAÇÃO EM SAÚDE............................................................................................................... 133
3 EDUCAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS – PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE ...... 134
3.1 ESPAÇOS DE ENCONTROS ..................................................................................................... 137
3.2 RECIPROCIDADE DIALÓGICA ............................................................................................. 138
3.3 EDUCADOR EM SAÚDE COMO MEDIADOR CULTURAL ............................................. 138
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 140
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 141
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA ............................................................ 143
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 143
2 ÁREAS DA FARMÁCIA................................................................................................................. 143
3 MANIPULAÇÃO ............................................................................................................................. 147
3.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................................................ 148
4 HOMEOPATIA ................................................................................................................................. 148
5 HOSPITAL ........................................................................................................................................ 149
6 INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ................................................................................................... 150
6.1 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO FARMACÊUTICO NA INDÚSTRIA ........ 150
7 PLANTAS E FITOTERAPIA .......................................................................................................... 151
8 TOXICOLOGIA ............................................................................................................................... 152
9 LABORATÓRIO E ANÁLISES CLÍNICAS ................................................................................ 153
10 ANÁLISES QUÍMICAS ................................................................................................................ 154
11 COSMÉTICOS E DERMOCOSMÉTICOS ............................................................................... 156
12 SAÚDE ESTÉTICA ........................................................................................................................ 156
13 ALIMENTOS .................................................................................................................................. 157
14 GENÉTICA ...................................................................................................................................... 159
15 BIOTECNOLOGIA ........................................................................................................................ 160
16 SAÚDE PÚBLICA ..........................................................................................................................161
17 SAÚDE AMBIENTAL ................................................................................................................... 162
18 FORÇAS ARMADAS .................................................................................................................... 163
19 POLÍCIA CIENTÍFICA ................................................................................................................. 164
20 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES ......................................................... 166
21 PESQUISAS .................................................................................................................................... 167
22 DISPENSAÇÃO ............................................................................................................................. 168
23 FARMÁCIA CLÍNICA E CUIDADO FARMACÊUTICO ...................................................... 169
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 172
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 173
TÓPICO 3 — ÉTICA FARMACÊUTICA ........................................................................................ 175
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 175
2 NOÇÃO BÁSICA SOBRE ÉTICA ................................................................................................ 175
3 CÓDIGO DE ÉTICA FARMACÊUTICO .................................................................................... 176
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 181
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 186
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 187
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 188
1
UNIDADE 1 — 
HISTÓRIA DA FARMÁCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar os fatos históricos que marcaram a evolução da profissão 
farmacêutica;
• compreender a trajetória do profissional farmacêutico;
• entender as funções dos conselhos de farmácia;
• investigar as fontes confiáveis de informações;
• traçar o perfil do profissional e do paciente.
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
TÓPICO 2 – DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO
TÓPICO 3 – CRIAÇÃO DE CONSELHOS, LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS E 
 FISCALIZAÇÕES SANITÁRIAS
TÓPICO 4 – LINHA DO TEMPO
TÓPICO 5 – FONTES DE INFORMAÇÃO EM FARMÁCIA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
1 INTRODUÇÃO
Você já imaginou como foi o início da profissão farmacêutica? Como as 
doenças eram curadas nos séculos passados? Vamos conhecer essa história para 
entender o momento atual e o futuro da nossa profissão. Você verá que alguns 
ensinamentos do passado são usados até os dias de hoje.
Entre as várias características peculiares ao ser humano, está a sua 
propensão em tratar doenças físicas ou mentais com medicamentos. Evidências 
arqueológicas indicam que essa necessidade da humanidade em aliviar o peso 
causado pelas doenças é tão antiga quanto a procura por novas ferramentas. A 
farmácia é a arte (posteriormente a ciência) de criar uma das mais importantes 
ferramentas – o medicamento (ALLEN JR., 2016).
Para o farmacêutico dos dias de hoje, é importante entender o papel dos 
medicamentos enraizado na história da humanidade. Como outras ferramentas, 
os medicamentos têm sido usados para obter o controle de nossas vidas, tornando-
as melhores e mais longas. O entendimento de como os medicamentos agem tem 
evoluído grandemente, afetando, em parte, a forma como eles são usados (ou 
abusados). Como é comum em outras áreas, o conhecimento popular sobre o 
uso de remédios e medicamentos é uma mistura de mito e ciências, folclore e 
demonstração de fatos. Velhas ideias se fundem com novos conceitos, produzindo 
uma concepção errônea que pode colocar os pacientes em risco (ALLEN JR., 2016).
Uma introdução geral sobre o desenvolvimento dos conceitos referentes 
aos medicamentos, bem como sobre a evolução da profissão aumenta a habilidade 
dos farmacêuticos em se adequar aos desafios impostos, à medida que o papel 
desse profissional se expande. Os farmacêuticos têm muito a ganhar com o 
entendimento do complexo papel que os remédios tiveram no passado, assim 
como da farmácia (ALLEN JR., 2016).
Ao longo da história, os medicamentos têm gerado uma especial 
fascinação. Além das histórias sensacionais de como têm desempenhado um 
importante papel em exploração, comércio, política, descoberta científica e artes, 
eles afetam diretamente a vida de milhões de pessoas. Medicamentos como a 
insulina têm mantido milhões de pessoas vivas, assim como antibióticos e 
quimioterápicos ajudam outras milhões. O fato de terem se tornados úteis, por 
meio da farmácia, merece ser repetido, e a eficácia e a segurança de seu uso têm 
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
4
se tornado a principal preocupação dessa profissão relativamente jovem. Embora 
a farmácia, como uma habilidade, seja tão antiga quanto as ferramentas de pedra, 
a prática por um especialista reconhecido ocorre há aproximadamente mil anos. 
Para o surgimento da especialidade, foi preciso que houvesse uma necessidade 
de uso de medicamentos, embora a profissão esteja tomando a frente da história 
(ALLEN JR., 2016).
2 A HISTÓRIA DA FARMÁCIA
No Brasil, a história da farmácia encontra-se pouco desenvolvida, já que, 
em outros países, o estudo e o aprofundamento da farmácia é comum e muito 
valorizado (PITA, 2000). Assim, a história da farmácia se confunde com a da própria 
humanidade, já que a busca por remédios para combater as doenças é constante. 
Na antiguidade, não havia distinção entre médicos e farmacêuticos, cabendo 
a um mesmo profissional diagnosticar doenças e preparar os medicamentos 
necessários (CRF-SP, 2019).
A história da farmácia e medicina por muito tempo caminharam juntas, 
sendo conhecidas como as ciências da saúde. Então, qual é o objetivo do estudo 
da história da farmácia? Segundo o historiador J. L. Valverde (1976, apud PITA, 
2000), em um artigo intitulado La historia de la farmacia que se ha escrito, abordou 
insistentemente esse problema e indicou que a história da farmácia deve debruçar-
se sobre:
• a arte farmacêutica compreendendo, fundamentalmente, o estudo das formas 
farmacêuticas e dos medicamentos; 
• a história das ciências farmacêuticas; 
• a história das farmácias e dos farmacêuticos; 
• as relações entre a medicina e a farmácia; 
• a terapêutica medicamentosa e a articulação entre farmácia e as realidades 
sociais e culturais. 
Segundo Laín Entralgo (1978, apud PITA, 2000), as razões para se estudar 
a história é integrar o saber, a dignidade moral, a liberdade intelectual e a 
originalidade do pensar, salientando que existem pontos que podem consolidar a 
consciência da profissão farmacêutica como: 
• abertura de caminho até a integridade do saber;
• sua história confere dignidade moral ao farmacêutico, pois legitima a ciência 
e a profissão através da história, sendo dotada de um passado rico e do qual 
o profissional pode se orgulhar e se servir para fundamentardeterminadas 
apostas no futuro;
• contribui para um despertar intelectual com a resolução de determinados 
problemas científicos e profissionais, sendo que determinados saberes do 
passado, às vezes ditos como ultrapassados, podem ser abordados novamente 
em função da evolução de novas vertentes de pesquisas.
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
5
As práticas farmacêuticas existem na história desde 2500 a.C. a partir de 
produtos naturais (minerais, vegetais e animais), tendo sido iniciadas na China. 
Os gregos e os egípcios foram os primeiros a desenvolver métodos para a cura de 
doenças utilizando a botânica associada a elementos místicos e religiosos (PITA, 
2000).
A origem da profissão remonta à Grécia antiga e seus deuses: o símbolo 
da farmácia ilustra o poder (cobra) da cura (taça) e era utilizado pela deusa Hígia, 
responsável pela saúde (PITA, 2000).
FIGURA 1 – SÍMBOLO DA FARMÁCIA
FONTE: <https://symbolismofthings.com/significado-simbolo-farmacia-simbolismo/>. Acesso 
em: 28 maio 2020.
Curiosidade do símbolo: sua origem remonta à antiguidade, sendo parte das 
histórias da mitologia grega. Tudo começou com um centauro, Chiron, que se dedicou ao 
conhecimento da cura e teve como um dos discípulos o deus Asclépio (também denomi-
nado Esculápio), ao qual ensinou os segredos das ervas medicinais. Asclépio tornou-se o 
deus da saúde e tinha como símbolo um cetro com duas serpentes enroladas. Contudo, 
ele não utilizava seu conhecimento somente para salvar vidas, mas também para ressus-
citar pessoas. Descontente com a quebra do ciclo natural da vida, Zeus interveio e matou 
Asclépio com um raio. Com sua morte, a saúde passou a ser responsabilidade de Hígia, 
filha de Asclépio, que se tornou a deusa da saúde. Hígia tinha como símbolo uma taça e a 
cobra como uma representação do legado do seu pai. Assim, o símbolo de Hígia passou 
a ser da farmácia (SILVA, 2003).
NOTA
https://symbolismofthings.com/significado-simbolo-farmacia-simbolismo/
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
6
O site, a seguir, é um museu virtual da história da farmácia. Vale a pena aces-
sar: https://museudouniversodafarmacia.com.br/.
DICAS
3 A FARMÁCIA PRÉ-HISTÓRICA
Um traço fundamental, nessa época, diz respeito à origem das doenças, 
que podiam ser naturais ou sobrenaturais. Nesse tempo, não existia diferença 
entre doença orgânica, funcional ou psicossomática, pois o conceito de doença 
era sobrenatural, mágico e misterioso, e o tratamento dessas doenças não tinha 
apenas como terapêutica exclusiva os rituais mágico-religiosos, mas também o 
uso de produtos de origem vegetal, mineral e animal (PITA, 2000).
O uso de plantas revelou, mais tarde, grande valor terapêutico e, ainda 
hoje, é reconhecido como um elemento em tratamento de doenças (PITA, 2000).
Desde o início da humanidade, a farmácia tem feito parte da vida diária. 
Escavações de alguns dos mais antigos assentamentos humanos suportam 
o argumento de que indivíduos pré-históricos coletavam plantas para fins 
medicinais. Por tentativa e erro, o conhecimento popular das propriedades 
curativas de certas substâncias naturais acabou crescendo. Embora curandeiros 
tribais ou xamãs guardassem o conhecimento para si, o uso de plantas medicinais, 
que algumas vezes era empregado como alimento, condimento ou amuleto, foi 
tão disseminado que impediu a necessidade de existir uma classe especial de 
pessoas que fossem responsáveis pela sua coleta e utilização (ALLEN JR., 2016).
Quando curandeiros de Shanidar ou de outros assentamentos pré-
históricos abordavam a doença, eles a colocavam dentro de um contexto que 
envolvia o reconhecimento do mundo ao redor deles, o qual era habitado por 
bons e maus espíritos. Os antigos explicavam a doença em termos sobrenaturais, 
como faziam para explicar outras mudanças ou desastres que ocorriam ao seu 
redor. Essa lógica também envolvia os tratamentos (ALLEN JR., 2016).
As poções mágicas usadas na cura de doenças eram de responsabilidade 
dos xamãs. Geralmente, encarregados de todas ou da maioria das questões 
sobrenaturais na tribo, os xamãs diagnosticavam e tratavam a maioria das 
doenças crônicas ou severas, manipulando os remédios necessários para 
influenciar os espíritos maus. Assim, um duplo legado foi deixado: drogas 
como simples ferramentas e substâncias como poderes quase que sobrenaturais 
(ALLEN JR., 2016).
https://museudouniversodafarmacia.com.br/
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
7
A descoberta de certas substâncias naturais, como ópio ou mirra, permitiu 
aliviar o sofrimento humano; entretanto, isso não deveria ser banalizado. Mesmo 
que os antigos tenham descoberto somente um pequeno número de substâncias 
ativas, o conceito de efeito sobre as funções biológicas deve ser considerado um 
dos maiores avanços da humanidade. O desenvolvimento desse conceito ocorreu 
com o avanço da civilização. Para prosperar, a terapia médica racional precisou 
das ferramentas fornecidas pelas culturas antigas – a escrita, o sistema de permuta 
e o sistema de pesos e medidas (ALLEN JR., 2016).
4 MESOPOTÂMIA
Na Mesopotâmia, acreditava-se que o comportamento dos deuses era 
fundamental para o bem-estar dos homens. Eles poderiam originar o bem e o 
mal, consequentemente, a saúde e a doença. As doenças eram interpretadas 
como um castigo divino. Tornava-se necessário saber que tipo de pecado o 
doente havia cometido, para saber o prognóstico da doença, tendo como base 
os rituais mágicos para realizar o tratamento. Para as doenças de causas terrenas 
bem visíveis, havia o recurso do uso de medicamentos e da cirurgia. No entanto, 
a utilização de medicamentos, por si só, não causaria qualquer efeito se não 
houvesse o acompanhamento mágico-religioso (PITA, 2000).
Hoje, a tábua de Nippur é tida como o mais antigo texto da medicina. 
Nela, havia receitas médicas do terceiro milênio a.C., relatando drogas de 
origem vegetal, mineral e animal e relatos de formas farmacêuticas de uso oral 
e uso tópico, como unguentos. Como veículo das preparações, usavam-se vinho, 
cerveja e óleos. Outras tábuas que contribuíram para a história da farmácia foram 
descobertas na Filadélfia e na Constantinopla (PITA, 2000).
Na Mesopotâmia já era conhecida uma significativa variedade de drogas 
de origem vegetal, mineral e animal. Além disso, os habitantes daquela região 
recorriam ao banho, ao calor e às massagens como práticas terapêuticas e 
realizavam de intervenções cirúrgicas a abcessos, cataratas, extração de dentes, 
entre outros. Contudo, a terapêutica mais valorizada era a mágico-religiosa, 
sendo a terapêutica medicamentosa e o recurso à cirurgia, em alguns casos, 
usados como complementos (PITA, 2000).
Ao que se sabe, os povos da Mesopotâmia deram especial atenção aos 
vegetais com propriedades medicamentosas e cultivo para uso em preparações 
de medicamentos de drogas vegetais. Entre esses vegetais, temos: cebolas, alhos, 
açafrão, chicória, cera, mel, uvas, figos, cevada, trigo, milho, vinho, cerveja, água, 
ópio, entre outros. Em relação a drogas de origem animal, eram usados vísceras 
e gorduras de animais. Já as de origem mineral eram arsênio, enxofre, cobre, sais 
de ferro, entre outros (PITA, 2000).
Nessa época, algumas operações farmacêuticas descritas são a secagem, a 
pulverização, a extração de sucos, a filtração, a decantação, a maceração, a digestão, 
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
8
a ebulição, entre outras. Essas operações eram realizadas para a obtenção de 
formas farmacêuticas, para preparar soluções, fumigações, pomadas, unguentos, 
emplastros e pílulas. Também já havia técnicas próprias para a introdução de 
medicamentos pelas vias retais e vaginais (PITA, 2000).
O cultivo de plantas medicinais e o desenvolvimento de prática cosméticas 
foram atividades significativas nos povos da Mesopotâmia, que se dedicaram ao 
comércio de plantas medicinais e desenvolveram apuradas técnicas químicas 
para produção de corantes, sabão, pinturas e cosméticos (PITA, 2000).
5 ANTIGOEGITO
O Egito persistia na crença da origem divina das doenças, realizando, 
com frequência, sacrifícios, preces e rituais mágicos para restabelecer a saúde do 
doente (PITA, 2000). As receitas sugeridas geralmente iniciavam com uma prece 
ou encantamento (ALLEN JR., 2016).
Algumas definições, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(Anvisa; BRASIL, 2018), sobre métodos de extração em drogas vegetais:
• Secagem: é o processo que consiste em reduzir o conteúdo de umidade das partes das 
plantas, inicialmente entre 60 e 80%, até atingir valores entre 8 e 12%, evitando assim 
a fermentação ou degradação dos princípios ativos. A secagem deve ser realizada 
corretamente para preservar as características de cor, aroma e sabor do material 
colhido. O tempo de secagem depende do fluxo de ar, da temperatura e da umidade 
relativa do ar, sendo estes os principais parâmetros a serem controlados.
• Pulverização: reduz a pó pequena quantidade de material, realizado normalmente por 
trituração.
• Extração: é a retirada, de forma seletiva ou mais completa possível, das substâncias ou 
da fração ativa contida na droga vegetal, utilizando, para isso, um solvente apropriado 
e sem efeitos tóxicos.
• Filtração: separação de partículas sólidas suspensa em líquido por efeito de pressão 
sobre superfície porosa (filtro).
• Decantação: deixar uma mistura (sólido-líquido ou líquido-líquido) em repouso e o 
componente mais denso, sob ação da força de gravidade, formará a fase inferior e o 
menos denso ocupará a fase superior.
• Maceração: é o processo que consiste em manter a planta fresca ou a droga vegetal, 
convenientemente rasurada, triturada ou pulverizada, nas proporções indicadas na 
fórmula em contato com o líquido extrator apropriado, por tempo determinado para 
cada vegetal. Deverá ser utilizado recipiente âmbar ou qualquer outro que elimina 
contato de luz.
• Digestão: ferver a droga vegetal em um líquido extrator na temperatura de 40 a 50 °C.
• Ebulição (decocção): é a preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em 
água potável por tempo determinado. Método indicado para drogas vegetais com 
consistência rígida, como cascas, raízes e sementes.
NOTA
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
9
De todos os papiros que contam a história, o de Ebers e o de Edwin 
Smith são tradicionalmente considerados os de maior interesse para o estudo da 
história da farmácia e da medicina, pois demonstram a relação entre a patologia e 
a terapêutica, relatando avanços consideráveis na farmacoterapia e 700 nomes de 
drogas de origem vegetal, mineral e animal (PITA, 2000).
Os registros sobre as práticas médicas egípcias demonstram um alto nível 
de sofisticação farmacêutica, com preparações manipuladas a partir de receitas 
detalhadas (ALLEN JR., 2016). Os egípcios trabalharam com um rol de matérias-
primas de origem vegetal (drogas frescas e secas), como anis, sene, tamarindos, 
pepino, melão, artemísia, açafrão, cebola, alho, trigo, lírio, dormideira, cólquico, 
mandrágora, figos, cevada, entre outros; de origem animal, como gorduras 
diversas, leite, fígado de boi, carnes variadas, bile, sangue, cérebro e urina de 
animais; e de origem mineral, como amoníaco, enxofre, ouro, prata, chumbo, 
ferro, cobre e mercúrio, dos quais era possível obter diversos sais, como sulfuretos 
de chumbo, carbonato e acetato de cálcio, nitratos de sódio e de potássio (PITA, 
2000).
As formas farmacêuticas usadas pelos egípcios eram pastilhas, pílulas, 
supositórios, clisteres, inalações, pomadas, unguentos e colírios (PITA, 2000).
Destaca-se, nessa época, a atenção aos cosméticos, com o desenvolvimento 
de técnicas para a fabricação de esmaltes e a obtenção de pigmentos destinados a 
colorações, bem como a atenção à prática de higiene pessoal, como a lavagem das 
mãos, as depilações, tanto no homem como na mulher, a utilização de perucas 
e perfumes, tanto corporais como de ambiente, e o banho. Assim, os primeiros 
testemunhos encontrados sobre a produção e a utilização de cosméticos ocorreram 
no Egito (PITA, 2000).
6 CONTINENTE AMERICANO
Quando os europeus chegaram à América, encontraram povos em 
diferentes estados de evolução cultural; enquanto a civilização maia, asteca e inca 
conseguiu alcançar um expressivo grau de desenvolvimento, outras civilizações 
encontravam-se em uma condição oposta, conforme relatado por Francisco 
Guerra (1988, apud PITA, 2000).
A cultura inca acreditava que a doença era o resultado de um pecado 
cometido pelo doente e uma forma de castigo dos deuses, tendo como tratamento 
a reconstituição da falta cometida de acordo com um ritual religioso adequado. 
Esse tratamento era associado a uma terapêutica farmacológica, uma vez que os 
incas conheciam um número expressivo de drogas com ações terapêuticas (PITA, 
2000).
As drogas mais utilizadas eram de origem vegetal, sendo a folha de coca 
muito utilizada contra a fadiga, a fome e a sede. Os maias também acreditavam 
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
10
que a doença era o resultado de um pecado ou uma falta cometida e, para 
restabelecer a saúde, era fundamental o arrependimento do ato cometido, com 
adequados rituais mágico-religiosos (PITA, 2000).
Em relação à terapêutica medicamentosa, os maias usavam mistura e 
extração como técnicas para o preparo, resultando em unguentos e unções. Eles 
também deram atenção aos cuidados de embelezamento do corpo (PITA, 2000).
Na cultura asteca, a doença também era o resultado de uma falta cometida 
ou de um pecado. Para o médico asteca era fundamental o conhecimento dos 
astros pois mostrava-se da maior importância a influência deles sobre o corpo 
humano, e a interpretação dos sonhos (PITA, 2000).
No que diz respeito às técnicas terapêuticas, os astecas utilizavam da 
cirurgia e da terapêutica com drogas vegetais, animais e minerais, sempre em 
associação com rituais mágico-religiosos considerados fundamentais nas doenças 
mais graves (PITA, 2000).
7 GRÉCIA
As raízes da profissão médica moderna surgiram com o florescimento 
da civilização grega, na bacia do mar Egeu. Nos registros da Grécia antiga, é 
encontrado um conceito de fármaco – ou pharmakon, uma palavra que significa ao 
mesmo tempo feitiço, remédio ou veneno (ALLEN JR., 2016). A deusa da magia 
chamada Hecate, também conhecida como Pharmakis, era detentora do saber 
terapêutico das plantas medicinais e, nos templos que lhe estavam consagrados, 
as sacerdotisas eram apelidadas de pharmakides (PITA, 2000). Houve uma divisão 
rudimentar de trabalho entre os que lidavam com medicamentos, com várias 
denominações utilizadas para esses profissionais, para além dos médicos (iatroi), 
sendo os mais comuns os pharmakopoloi (singular pharmakopolos), ou vendedores 
de medicamentos, que teriam igualmente outras funções no campo sanitário e 
cujo estatuto social e cultural não seriam elevados (DIAS, 2005).
Os gregos utilizavam preparação de medicamentos proveniente dos três 
reinos da natureza, sendo as formas farmacêuticas produzidas: pílulas, bolos, 
electuários, pastilhas, unguentos, pomadas, ceratos, pomadas oftálmicas, colírios, 
supositórios e clisteres. Também existia uma forma farmacêutica denominada 
rypos, composta por uma mistura de azeite com suor dos praticantes de ginástica 
dos ginásios gregos. Os gregos dedicaram atenção especial aos ginásios, à 
perfumaria e à cosmética (PITA, 2000).
Em Roma, à semelhança do que havia acontecido na Grécia, não existia 
separação entre a atividade médica e a arte farmacêutica. Os médicos romanos 
prestavam cuidados médicos à população e faziam a preparação dos medicamentos 
ao público. Essas fórmulas eram exclusivas e mantidas em segredo (PITA, 2000).
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
11
Onde eram realizadas as técnicas, encontravam-se diversos utensílios 
utilizados na transformação das matérias-primas em medicamentos, assim como 
recipientes destinados a sua conservação e armazenamento. Entre os diversos 
utensílios, encontramos alfomarizes,piluladores, tamises, cápsulas, bancas de 
mármore para a preparação de pomadas, copos, vasilhas, balanças de braços 
iguais, balanças romanas. O sistema de pesos romano foi utilizado na farmácia 
até o século XIX, justamente quando foi implantado o sistema métrico decimal 
(PITA, 2000).
FIGURA 2 – BALANÇA ANTIGA
FONTE: <https://shutr.bz/3mI6geN>. Acesso em: 29 jun. 2020.
FIGURA 3 – FAMACÊUTICA PREPARANDO UM MEDICAMENTO
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Farmac%C3%AAutico>. Acesso em: 29 jun. 2020.
Para a conservação e o armazenamento dos medicamentos, os romanos 
utilizaram materiais diversos e formas variadas. Eram vulgares as caixas de 
madeira e de metal para o acondicionamento de matérias-primas vegetais. Para 
os medicamentos líquidos, pastosos e perfumes, eram utilizados recipientes de 
vidro, de barro cozido, de osso, de prata, de bronze e de estanho (PITA, 2000).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Farmac%C3%AAutico
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
12
À semelhança do que acontecia na Grécia, Roma também mostra 
a diversidade de profissionais que trabalhavam com o vasto campo da 
comercialização das drogas e dos perfumes:
• os farmacopolas eram comerciantes de drogas e venenos;
• os cellulari vendiam as drogas nas suas próprias tendas;
• os seplasiari eram profissionais que vendiam drogas nos seus estabelecimentos 
(seplasias);
• os herbari dedicavam-se à colheita e à conservação das drogas;
• os unghentarii eram especializados na obtenção de perfumes;
• os circunforaneos eram vendedores de substâncias medicinais que promoviam 
os seus produtos de cidade em cidade (PITA, 2000).
Os romanos, assim como os gregos, também davam especial atenção à 
perfumaria e à cosmética, utilizando várias matérias-primas provenientes dos 
três reinos da natureza com diversas aplicações, sendo que muitas formulações 
apresentavam finalidade cosmética e terapêutica (PITA, 2000).
A maioria dos medicamentos gregos era preparada a partir de plantas, 
e o primeiro grande estudo das plantas no Ocidente foi realizado por Teofrasto 
(370-285 a.C.), um estudante de Aristóteles. Seu feito de combinar informações de 
acadêmicos, parteiras, coletores de raízes e médicos itinerantes foi copiado 300 anos 
mais tarde por Dioscórides (65 d.C.). A última compilação de um médico grego 
sobre uso de plantas do seu tempo, a Materia medica, tornou-se, nas suas várias 
formas, a obra de referência sobre plantas medicinais centenas de anos depois 
(ALLEN JR., 2016).
Por meio dos ensinamentos e das escrituras de Galeno, um médico grego 
que atuava em Roma no século II d.C., o sistema humoral da medicina ganhou 
ascendência para os próximos 1.500 anos, criando um sistema elaborado que 
tentava equilibrar os humores de um indivíduo doente pelo emprego de drogas de 
uma natureza supostamente contrária (ALLEN JR., 2016).
Galeno (200-131 a.C.), o pai da farmácia, combatia as doenças por meio de 
substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das 
enfermidades, tendo sido o precursor da alopatia (CRF-SP, 2019).
Ele descreveu farmácia e medicamentos, e, em suas obras, havia centenas 
de referências a fármacos, além de ter elaborado uma lista de remédios vegetais, 
conhecidos como “galênicos”, a maioria dos quais era composta por vinho. 
Estudioso, observador e metódico, Galeno classificou e usou magistralmente as 
ervas, fazendo preparações denominadas “teriagas” com vinho e ervas.
Ele foi a figura mais marcante na história da medicina romana e da farmácia. 
No campo da farmacoterapia, definiu o alimento como o que atua originando um 
incremento do corpo e o medicamento como aquele que produz no organismo uma 
alteração que, em casos extremos, pode se transformar em veneno (PITA, 2000).
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
13
Desse modo, Galeno é considerado o pai da farmácia, pois conseguiu 
instituir uma construção de medicamento, até então, nunca vista e organizou uma 
terapêutica medicamentosa nunca antes obtida. Ele preconizou uma farmacologia 
própria, à luz da qual pretendia explicar a ação dos medicamentos, organizou e 
classificou racionalmente os fármacos (PITA, 2000).
O conceito de medicamento de Galeno é o que temos até hoje. No 
medicamento, coexistem três constituintes fundamentais: as substâncias, que 
conferem as propriedades terapêuticas ao medicamento; os produtos, que 
exercem uma ação corretiva de determinada característica organoléptica; e os 
excipientes, que são incorporados para facilitar a administração das substâncias 
ativas (PITA, 2000).
A medicina da antiguidade alcançou o seu auge com Galeno, cuja influ-
ência foi tão persuasiva entre os práticos que exerciam a medicina que a base de 
sua abordagem de cura – o equilíbrio dos quatro humores do corpo com o uso de 
drogas – se misturava com folclore e sua superstição para guiar pessoas comuns 
no tratamento de suas doenças. Na metade ocidental do Império Romano, tal 
conhecimento tornou-se especialmente valioso nos 400 anos seguintes, à medida 
que civilizações entravam em decadência (ALLEN JR., 2016).
FIGURA 4 – CLAUDIO GALENO
FONTE: <https://bit.ly/3lBZYMA>. Acesso em: 23 set. 2020.
8 A IDADE MÉDIA
Tradicionalmente, a Idade Média é definida como o período que se ini-
cia com a queda do Império Romano no Ocidente (400 d.C.) e vai até a queda 
de Constantinopla (1543), sendo considerada, por historiadores, a “Idade das 
Trevas”, embora tenha sido um período com acontecimentos relevantes, como o 
surgimento da civilização islâmica e uma nova e independente área – a farmácia 
(ALLEN JR., 2016).
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
14
O uso de drogas, para tratar doenças, sofreu mudanças devido ao 
fechamento de alguns templos pagãos. A terapia medicamentosa racional 
declinou no Ocidente, sendo substituída pelos ensinamentos da Igreja de que o 
pecado e a doença estavam intimamente relacionados (ALLEN JR., 2016).
Os árabes aceitaram a notoriedade das escrituras médicas gregas, 
especialmente de Galeno e Dioscórides. Contudo, à medida que seu nível de 
sofisticação crescia, médicos islâmicos, como Rhazes (860-932) e Avicena (980-
1063), adicionavam informações aos escritos gregos. Os postos de comércio 
distantes das conquistas árabes também trouxeram novas drogas e condimentos 
aos centros de ensino. Além disso, os médicos árabes rejeitavam a ideia de que 
remédios com sabor desagradável funcionavam melhor; em vez disso, eles se 
dedicavam a tornar suas formas de dosagem elegantes e palatáveis, cobrindo 
pílulas com folhas de ouro ou prata e usando veículos adoçados (ALLEN JR., 
2016).
Os medicamentos novos e mais sofisticados exigiam técnicas de preparação 
elaboradas. Na cidade cosmopolita de Bagdá no século IX, essa atividade era 
realizada por especialistas, os antecessores dos farmacêuticos atuais. Em lugares 
como Espanha e sul da Itália, onde o mundo islâmico interagia com a Europa 
Ocidental, várias instituições e progressos da cultura árabe, como a separação da 
farmácia e da medicina, alcançavam o Ocidente (ALLEN JR., 2016).
Na metade do século XIII, quando Frederico II, o governante do Reino 
das Duas Sicílias, sistematizou a prática da farmácia separada da medicina pela 
primeira vez na Europa, farmácias públicas tornaram-se relativamente comuns 
no sul da Europa. Profissionais da farmácia reuniam-se em associações, as quais, 
algumas vezes, incluíam comerciantes de especiarias e médicos. Esses pró-
farmacêuticos geralmente se autodenominavam “apotecários” (ou boticários), 
um termo oriundo do termo grego latinizado apotheca, que significa depósito ou 
armazém. Semelhantemente aos padeiros (padarias) ou merceeiros (mercearias), 
os apotecários eram identificados pelo seu tipo de comércio (ALLEN JR., 2016).
A cultura árabe trouxe, novamente, o conhecimento médico e científico 
clássico à Europa. No entanto, para que ocorressem mudanças significativas 
no uso de drogas, a abordagem escolástica deveria ser colocada de lado e uma 
metodologia observacional mais cética precisavaser adotada. Essa nova era 
experimental é conhecida como renascimento (ALLEN JR., 2016).
9 O RENASCIMENTO E O INÍCIO DA EUROPA MODERNA
O renascimento, de modo simples, foi o início da Idade Moderna. Em 
1453, Constantinopla (atual Istambul) caiu pela conquista dos turcos, e os indiví-
duos remanescentes da comunidade acadêmica grega fugiram para o Ocidente, 
carregando seus livros e conhecimentos. Em meio século, Colombo descobriu o 
Novo Mundo e Vasco da Gama encontrou o caminho marítimo para a Índia, que 
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
15
tinha sido antecipado por Colombo; o comércio, com base em moedas e transa-
ções bancárias, foi estabelecido e a sífilis disseminou-se pela Europa. Foi a época 
da prática de novas ideias por meio da reinterpretação dos temas clássicos anti-
gos, da exploração dos mares e da investigação em laboratório (ALLEN JR. 2016).
Foi o momento ideal para se libertar dos velhos conceitos sobre doenças 
e drogas de Galeno. As novas drogas chegaram a terras distantes desconhecidas 
pelos anciões. Impressores, após terem cumprido a demanda de impressões de 
livros religiosos, voltaram-se a obras farmacêuticas e médicas, especialmente 
àquelas que poderiam ser beneficiadas com a impressão de ilustrações detalhadas. 
Essa tendência pode ser exemplificada com a obra-prima da anatomia de Andreas 
Vesalius (1514-1534), conforme mostra a Figura 5 (PITA, 2000). 
FIGURA 5 – OBRA-PRIMA DA ANATOMIA, DE ANDREAS VESALIUS
Para a farmácia, a impressão teve um profundo efeito no estudo das plantas 
medicinais, visto que a ilustração de plantas podia ser facilmente reproduzida. 
Médicos botânicos, como Otto Brunfels (1500-1534), Leonhart Fuchs (1501-1566) e 
John Gerard (1545-1612), ilustravam suas obras com figuras de plantas, permitindo 
que os leitores fizessem um sério trabalho de campo ou encontrassem as drogas 
FONTE: <https://bit.ly/341iOXJ>. Acesso em: 25 jun. 2020.
Andreas Vesalius publicou, em 1543, o maior livro médico, De humani cor-
poris fabrica, mais conhecido como Fabrica, impressionando a comunidade por sua im-
ponência e conteúdo. Foi perseguido pela inquisição e sua obra chegou a ser proibida na 
época.
INTERESSA
NTE
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
16
necessárias para seus pacientes. Entre os mais talentosos investigadores, estava 
Valerius Cordus (1515-1544), que escreveu uma obra de outro gênero popular – o 
livro de fórmulas (PITA, 2000).
FIGURA 6 – OBRA HERBARIUM VIVAE EICONES, DE OTTO BRUNFELS
FONTE: <https://bit.ly/3qvlshF>. Acesso em: 30 jun. 2020.
10 ILUMINISMO
As alterações políticas, sociais e econômicas, verifi cadas no fi nal do século 
XVIII, incorporaram disciplinas médicas sociais, como a higiene. Com isso, surgiu 
a preocupação com as condições sanitárias da população e, sobretudo, as classes 
da população como crianças, idosos, operários, entre outros (PITA, 2000).
Um dos aspectos clínicos mais evidentes e visíveis dessa dinâmica 
preventiva foi a vacinação contra a varíola; a vacinação, por si só, foi uma 
descoberta científi ca de grande impacto não só na comunidade científi ca, mas 
também na população em geral. Foi ainda na segunda metade do século XVIII 
que surgiu a homeopatia, um sistema terapêutico que ainda existe nos dias atuais, 
sendo o seu fundador Samuel Hahnemann (1755-1843; PITA, 2000).
O avanço verifi cado na farmácia no fi nal do século XVIII seguiu uma 
linha orientadora já traçada no século precedente, podendo-se classifi cá-lo como 
gradual e lento. Foi um período em que coexistiram partidários do galenismo 
e das modernas correntes químico-farmacêuticas, além da própria literatura 
farmacêutica – a farmacopeia –, que agrega conhecimento antigo com novas 
orientações científi cas (PITA, 2000).
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
17
FIGURA 7 – FARMACOPEIA BRASILEIRA
FONTE: <https://bit.ly/2JSlKyj>. Acesso em: 30 jun. 2020.
11 ROMANTISMO
Os avanços da química, na primeira metade do século XIX, foram decisivos 
para as modificações na área da farmácia. O aparecimento de uma farmacologia 
científica, o surgimento de medicamentos novos e da terapêutica experimental, 
bem como a emergência de novas formas farmacêuticas foram alguns dos aspectos 
que influenciaram a revolução na farmácia e na farmacoterapia (PITA, 2000).
Uma descoberta científica marcou definitivamente a história da farmácia: 
a síntese em laboratório da ureia, por Friedrich Wöhler, em 1828, que abriu as 
portas da síntese laboratorial de substâncias orgânicas (PITA, 2000).
Farmacopeia Brasileira é o nome dado ao livro farmacêutico oficial do país, 
no qual se estabelece identificação e padrões de qualidade das substâncias empregadas 
em farmacologia, descrevendo os requisitos mínimos de qualidade de fármacos, insumos, 
drogas vegetais, produtos para saúde e medicamentos.
A última edição da obra foi publicada em 2019. Acesse o link para esse material em: ht-
tps://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/arquivos/
7985json-file-1.
NOTA
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/arquivos/7985json-file-1
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/arquivos/7985json-file-1
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/arquivos/7985json-file-1
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
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FIGURA 8 – A SÍNTESE DA UREIA POR FRIEDRICH WÖHLE
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/sintese-ureia.htm>. Acesso em: 30 jun. 2020.
O desenvolvimento químico e a inovação laboratorial proporcionaram 
o surgimento da autêntica revolução farmacológica nos princípios do século 
XIX. Até esse momento, a preparação dos medicamentos era feita com o uso de 
matéria-prima de origem animal, vegetal ou mineral e, a partir de então, começou 
a descoberta e a síntese de produtos semelhantes a alguns existentes na natureza, 
isolando-se suas substâncias ativas. O início do isolamento foi com alcaloides e o 
pontapé inicial foi dado pelo farmacêutico francês Derosne, em 1803, que isolou 
a nicotina (PITA, 2000).
Depois foram isoladas: 
• a morfina, por Serturner, em 1805;
• a cinchonina, por Bernardino António Gomes, em 1810;
• a veratrina, por Meisner, em 1818;
• a estricnina, por Pelletier e Caventou, em 1818;
• a cafeína, por Runge, em 1820, 
• a quinina, por Pelletier e Caventou, em 1820;
• a atropina, por Mein, em 1831;
• a digitalina, por Quevenne e Homolle, em 1854;
• a cocaína, por Niemann, em 1858, e Koller, em 1884;
• a estrofantina, por Fraser, em 1870, Arnaud, em 1888, e Fränkel, em 1905;
• o bicarbonato de sódio, por Rose;
• a medicação iodada, por Coindet, Lugol e Lawrence;
• o brometo de potássio e o brometo de sódio, por Thielmann, Lemier e Pagano; 
• os derivados de bismuto (antidiarreicos), por Monneret, em 1849.
NOTA
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/sintese-ureia.htm
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
19
Em relação à técnica farmacêutica, a primeira metade do século XIX trouxe 
algumas inovações, com destaque para os primeiros sinais de industrialização 
dos medicamentos e, em decorrência, as especialidades farmacêuticas surgiram 
para participar desse processo (PITA, 2000).
 
12 POSITIVISMO
Marcado pelo ano de 1848 (ano das explosões revolucionárias por toda 
a Europa) e o início da Primeira Grande Guerra Mundial, em 1914. Houve um 
acentuado crescimento da população por diminuição da taxa de mortalidade 
(PITA, 2000).
No campo da biologia, também ocorreram avanços, com destaque a 
Charles Darwin (1809-1882), que publicou, em 1859, uma obra sobre a origem das 
espécies, levando a reflexões em torno da vida e do homem (PITA, 2000).
Já na área da microbiologia, Louis Pasteur (1822-1895) e Robert Koch 
(1843-1910) desenvolveram metodologias laboratoriais fundamentais para o 
progresso da microbiologia, possibilitando a identificação de agentes causais de 
determinadas doenças contagiosas. A partir dessas descobertas e das infecções 
cirúrgicas,abriu-se um novo campo nas ciências da saúde. A antissepsia, 
pesquisada por Lister (1827-1912), investigou um modo de evitar as infecções 
decorrentes de procedimentos cirúrgicos, com a desinfecção das mãos (PITA, 
2000).
FIGURA 9 – LOUIS PASTEUR
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/biologia/louis-pasteur.htm>. Acesso em: 30 jun. 2020.
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/louis-pasteur.htm
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
20
Tão importante quanto a antissepsia foi a descoberta de anestésicos. 
O desenvolvimento da química proporcionou novos produtos, até então 
desconhecidos. Em 1842, Crawford Long (1815-1878) utilizou o éter; em 1844, foi 
empregado óxido nitroso como anestésico; em 1846, o éter sulfúrico; e, em 1847, 
o clorofórmio (PITA, 2000).
A principal inovação, no que diz respeito à produção medicamentosa, 
foi o desenvolvimento da indústria farmacêutica, que retirou o lugar dos 
medicamentos manipulados. Surgiram, então, novas formas farmacêuticas, frutos 
do avanço tecnológico e científico, como os medicamentos injetáveis, devido às 
condições de assepsia para a fabricação (PITA, 2000).
As patologias que caracterizavam, na sua globalidade, o século XIX 
são divididas em três grandes grupos: as doenças provenientes das novas 
situações históricas e sociais; as doenças tradicionais, já conhecidas dos clínicos; 
e as doenças epidêmicas. Em geral, essas doenças podem ser resumidas em tifo, 
difteria, pneumonia, malária, sífilis e diversas doenças circulatórias, digestivas e 
metabólicas, com ênfase à tuberculose, que atacava todas as classes econômicas 
na época (PITA, 2000).
13 A FARMÁCIA CONTEMPORÂNEA
Após a Primeira Guerra Mundial, houve a continuação do processo de 
industrialização do medicamento. As farmácias produziam medicamentos 
magistrais, mas a indústria tinha intenção de abandoná-las. Do século XIX para o 
XX, a promoção de medicamentos se deu por publicidade, não só em revistas de 
especialidades, mas também em periódicos, usando meios de comunicação social 
para a difusão do produto (PITA, 2000).
Os antibióticos deram o primeiro passo com a descoberta da penicilina, 
em 1928, pelo médico britânico Alexander Fleming (1881-1955). Essa descoberta 
deve ser considerada a mais importante da história da farmacologia e terapêutica. 
Fleming, ao observar a contaminação por um fungo de uma das suas culturas, 
verificou que o fungo havia destruído as culturas microbianas (PITA, 2000). O 
desenvolvimento da penicilina só ocorreu uma década mais tarde, quando o 
tratado de Guerra na Europa levou uma equipe britânica a se interessar pela 
produção da droga em grande escala (ALLEN JR., 2016).
 
TÓPICO 1 — A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL E NO MUNDO
21
FIGURA 10 – ALEXANDER FLEMING E A DESCOBERTA DA PENICILINA
FONTE: <http://blogvermais2.blogspot.com/2014/02/a-descoberta-da-penicilina.html>. Acesso 
em: 30 jun. 2020.
Outros antibióticos e várias classes novas de medicamentos apareceram 
rapidamente e a farmácia, que antes era um local para tratamento de distúrbios 
menores, passou a exercer um papel de prevenção e cura de doenças graves 
(ALLEN JR., 2016).
Após a Segunda Guerra Mundial, as empresas começaram a aplicar 
alta tecnologia para a produção de medicamentos, o que rapidamente tornou a 
indústria farmacêutica em uma das mais avançadas do mundo. Em consequência, 
isso diminuiu a tendência de prescrições médicas individualizadas com 
medicamentos manipulados, passando para a prescrição dos medicamentos 
industrializados (ALLEN JR., 2016).
Com todo esse movimento, os farmacêuticos não perderam o mercado 
de trabalho. O número de prescrições cresceu rapidamente com o lançamento 
de vários medicamentos novos e mais efetivos nos anos de 1950, 1960 e 1970 
(ALLEN JR., 2016). 
Com o processo da industrialização, o farmacêutico não dominava mais o 
processo de produção dos medicamentos em sua totalidade e a farmácia passou 
a abrigar, além da prática da manipulação de produtos magistrais, a venda 
das especialidades farmacêuticas. Isso gerou um afastamento do farmacêutico 
de seu lugar original de trabalho (a farmácia), já que a indústria passou a ser 
a principal área de interesse, e seu afastamento criou espaço para que leigos e 
comerciantes, sem qualquer conhecimento técnico, assumissem o seu “lugar”. 
Por isso, a profissão farmacêutica luta na busca de que o reconhecimento do 
passado retorne, sendo necessário que os farmacêuticos atuem com a população 
de diversas maneiras, como orientar preventivamente o paciente e estabelecer 
vínculos de confiança, além de estar sempre atualizado técnica e cientificamente.
http://blogvermais2.blogspot.com/2014/02/a-descoberta-da-penicilina.html
22
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A farmácia e a medicina, por muito tempo, caminharam juntas, comparti-
lhando os conhecimentos sobre doenças e medicamentos.
• No início, a origem das doenças era tida como sobrenatural, com tratamentos 
incluindo rituais mágico-religiosos e drogas de origem animal, vegetal e 
mineral, sendo que tais crenças perduraram por longo tempo.
• Com o passar dos anos, aumentou o arsenal de produtos conhecidos para as 
terapias, principalmente de plantas. 
• A criação e o desenvolvimento de métodos para a produção de medicamentos, 
com formas farmacêuticas, eram desenvolvidos para o período.
• Com a descoberta de novas terras, esses conhecimentos foram incorporados 
às novas culturas, surgindo, então, a necessidade de um profissional para o 
medicamento.
• Várias pessoas foram importantes para a história e que, ainda hoje, são 
referências em algumas descobertas da época.
• Houve relatos documentados mostrando o conhecimento adquirido ao longo 
dos anos, e o desenvolvimento de materiais específicos e livros para o estudo 
da farmácia, como a Farmacopeia.
• Os primeiros medicamentos descobertos e sintetizados foram feitos a partir de 
plantas, ocorrendo a produção em grande escala com a expansão da indústria 
farmacêutica.
• A história e a evolução da farmácia e da profissão, como o desenvolvimento 
de métodos antigos para a produção de medicamentos, conhecimento das 
plantas e seus usos, geraram muitos dos conhecimentos que temos hoje.
RESUMO DO TÓPICO 1
23
1 Leia a afirmação a seguir: “Conseguiu instituir a construção do medicamento 
e organizou uma terapêutica medicamentosa nunca antes obtida. Ele 
preconizou uma farmacologia própria e explicou a ação dos medicamentos, 
sendo considerado o ‘Pai da Farmácia’”. Quem foi esse personagem 
marcante na história da farmácia?
 
a)
b)
c)
d)
( ) Hipócrates.
( ) Galeno.
( ) Fleming.
( ) Otto Brunfles.
 
2 A descoberta científica que marcou definitivamente a história da farmácia 
foi o primeiro composto sintetizado artificialmente. Após a síntese 
desse composto, o desenvolvimento químico e a inovação laboratorial 
proporcionaram o surgimento da autêntica revolução farmacológica. Qual 
foi o primeiro composto sintetizado artificialmente?
a)
b)
c)
d)
( ) Mirra.
( ) Ópio.
( ) Ureia.
( ) Cevada.
3 A descoberta do primeiro antibiótico foi considerada a mais importante da 
história da farmacologia. O pesquisador, ao observar a contaminação por 
fungo de uma das suas culturas, verificou que esse fungo havia destruído 
as culturas microbianas. Qual foi o primeiro antibiótico descoberto e qual 
foi esse pesquisador?
a)
b)
c)
d)
( ) Penicilina, por Alexandre Fleming.
( ) Bicarbonato de sódio, por Louis Pasteur.
( ) Ureia, por Wöhler.
( ) Éter, por Crawford Long.
AUTOATIVIDADE
24
25
TÓPICO 2 — UNIDADE 1
DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO
1 INTRODUÇÃO
No início da sociedade, já existia a cultura da utilização de produtos da 
natureza para o próprio cuidado. Com o boticário, a pessoa que exercia domínio 
sobre o conhecimento da origem do produto e da extração de sua matéria-prima, 
do modo de preparo e de sua comercialização. 
A utilização da expressão “botica” para farmácia e “boticário” para 
farmacêutico vem desde o descobrimento do Brasil, perdurando até a terceiradécada do século XIX; nessa época, o profissional manipulava e produzia os 
medicamentos, de acordo com as prescrições médicas.
Com a evolução e os cursos de Farmácia no país, a profissão de boticário 
foi extinguida e os farmacêuticos assumiram o seu papel.
 
2 AS BOTICAS
Segundo Pourchet-Campos (1966 apud CORRAL; SOUZA; NEGRÃO, 
2009), a palavra boticário foi reportada pela primeira vez pelo Papa Pelágio II, em 
referência a monges do século VI e, só por volta do século XIII, ela foi utilizada 
por leigos (CORRAL; SOUZA; NEGRÃO, 2009).
Com o passar do tempo, os boticários tornaram-se artesãos do medica-
mento, deixando de ser exclusivamente comerciantes de matérias-primas para se 
envolverem também com o preparo deles (CORRAL; SOUZA; NEGRÃO, 2009).
A corporação de boticários era representada por indivíduos que comer-
cializavam drogas, na maioria de origem vegetal. Muitos tinham pequenos jar-
dins onde cultivavam as plantas medicinais, e as transformavam em pó, extra-
tos e infusos, destinados à preparação, conforme as receitas médicas (CORRAL; 
SOUZA; NEGRÃO, 2009).
Os boticários eram responsáveis pelas boticas. A palavra botica tem ori-
gem do grego apotheke, cujo significado etimológico é depósito, armazém; as-
sim, um estabelecimento fixo para a venda de medicamentos. Fontes históricas 
afirmam que os primeiros boticários portugueses surgiram no século XIII e um 
dado singular é a referência a uma mulher boticária, em 1326 (CORRAL; SOUZA; 
NEGRÃO, 2009).
26
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
FIGURA 11 – EXEMPLO DE UMA BOTICA
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Farmac%C3%AAutico>. Acesso em: 29 jun. 2020.
O primeiro boticário, no Brasil, foi Diogo de Castro, trazido de Portugal 
por Thomé de Souza. Sua vinda se deu pela observação da coroa portuguesa de 
que as pessoas do país tinham acesso ao medicamento apenas quando expedições 
portuguesas, francesas ou espanholas apareciam, trazendo uma botica portátil 
cheia de drogas e medicamentos (CORRAL; SOUZA; NEGRÃO, 2009).
FIGURA 12 – BOTICA PORTÁTIL
FONTE: <https://bit.ly/2IbEpET>. Acesso em: 30 jun. 2020.
Os portugueses encontraram, no Brasil, uma comunidade representada 
por pajés e curandeiros, que já usavam raízes, folhas e sementes para resolver os 
problemas de saúde (CORRAL; SOUZA; NEGRÃO, 2009).
Os jesuítas criaram colégios e conventos para realizar missões com os 
índios e, com isso, aprenderam a manipular matérias-primas nativas para a 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Farmac%C3%AAutico
TÓPICO 2 — DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO
27
obtenção de remédios. Os medicamentos, inicialmente, vinham da metrópole, 
porém chegavam irregulares e, muitas vezes, estragados devido à demora, 
por isso os jesuítas aprenderam a transformar os medicamentos mesclando o 
conhecimento com os médicos europeus e o conhecimento indígena (CORRAL; 
SOUZA; NEGRÃO, 2009).
No Brasil, as boticas só foram autorizadas como comércio em 1640 e, a partir 
desse ano, elas se multiplicaram de norte a sul. Consistiam em casas comerciais 
ou lojas, onde o público se abastecia de remédios. Eram dirigidas por boticários, 
que eram profissionais empíricos, e com a facilidade de aprovação, muitas vezes 
de nível intelectual baixo, tinham conhecimento de alguns medicamentos e uma 
carta de aprovação do físico-mor de Coimbra, ou seu delegado, na então capital 
Salvador. Também recebia o nome de botica os compartimentos existentes em 
hospitais, onde eram realizados o preparo e a administração de medicamentos 
em doentes internados (GOMES-JÚNIOR, 1988).
FIGURA 13 – BOTICA REAL MILITAR EM 1808
FONTE: <https://bit.ly/37Avwxh>. Acesso em: 29 jun. 2020.
Em 1744, o exercício da profissão passou a ser fiscalizado severamente, 
em função da reforma feita por Dom Manuel. Eram proibidas ilegalidades no 
comércio de drogas e medicamentos (PITA, 2000).
A passagem de nome de comércio de botica para farmácia surgiu com o 
Decreto nº 2.055, de 1857, quando foram estabelecidas as condições para que os 
farmacêuticos e os não habilitados tivessem licença para continuarem a ter suas 
boticas no país (PITA, 2000). 
28
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
Os farmacêuticos e os boticários tinham pouca diferença para a maioria da 
população e para os legisladores, e o farmacêutico só tomou seu espaço exclusivo 
na produção de medicamentos por volta de 1886 (PEREIRA; NASCIMENTO, 
2011).
3 OS ESTUDOS DE FARMÁCIA
A permissão para instalações de Escolas Superiores no país somente foi 
possível após a vinda da Família Real para o país, em 1806. A partir de então, 
houve inúmeras mudanças de caráter político, econômico, social, cultural e, 
consequentemente, educacional no Brasil colônia (CRF-SP, 2008-2009).
No âmbito da saúde, Oliveira (1978) afirma que o estudo da farmácia 
científica, ainda que de maneira rudimentar, decorreu quando o Príncipe Regente 
Dom João XI determinou a criação da cadeira da matéria Médica e Farmacêutica 
no Hospital Militar (CRF-SP, 2008-2009).
O ensino farmacêutico foi institucionalizado oficialmente no período do 
Império pela Lei de 3 de outubro de 1832, que reformulava os currículos, dando 
nova organização às academias médicas cirúrgicas do Rio de Janeiro e da Bahia 
(CRF-SP, 2008-2009).
Somente em 1837, foram diplomados os seis primeiros farmacêuticos do 
país pelo curso de Farmácia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, sendo 
que dois deles, Manuel José Cabral e Calixto José Arieira, fundaram a Escola de 
Farmácia de Ouro Preto em 1839 (CRF-SP, 2008-2009).
O vídeo, a seguir, conta a história da farmácia e o surgimento das boticas:
https://www.youtube.com/watch?v=5dxsF0sRxqs.
DICAS
https://www.youtube.com/watch?v=5dxsF0sRxqs
TÓPICO 2 — DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO
29
FIGURA 14 – ESCOLA DE FARMÁCIA DE OURO PRETO
FONTE: <https://bit.ly/36FyEZy>. Acesso em: 30 jun. 2020.
Após a Proclamação da República, em 1889, houve o início e o incentivo 
para a criação da indústria farmacêutica nacional e, em consequência, de novos 
cursos de farmácia no país, para atender ao novo mercado (CRF-SP, 2008-2009).
Em 1901, com o Decreto nº 3.092, denominado Decreto Epitácio Pessoa, o 
currículo de Farmácia passou pela sua primeira reforma no século XX, reduzindo o 
currículo em duas séries e sendo realizado em dois anos. Esse currículo delimitou 
as atribuições e o âmbito do profissional, e direcionou o farmacêutico para a área 
de manipulação e produção de medicamentos (CRF-SP, 2008-2009).
Devido à ampliação do campo profissional do farmacêutico, com a 
incorporação das análises clínicas, toxicológicas e bromatológicas em suas 
atribuições profissionais, em 5 de abril de 1911, foram introduzidos os ensinos de 
física, química, análises toxicológicas, química industrial, bromatologia e higiene 
no currículo de Farmácia, estendendo o curso para 3 anos (CRF-SP, 2008-2009).
Outra mudança no currículo ocorreu em 1925, pela necessidade de o 
mercado oferecer especialização aos farmacêuticos que atuavam em laboratórios 
de produção de medicamentos e análises clínicas, pois era fato que, após a 
Primeira Guerra Mundial, havia ocorrido uma grande evolução tecnológica na 
produção de medicamentos (CRF-SP, 2008-2009).
Desde a criação dos cursos de Farmácia no Brasil, a educação farmacêutica 
cuidou da formação sem qualquer adjetivo, habilitando o profissional da área 
para o exercício das Ciências Farmacêuticas em sua plenitude (CRF-SP, 2008-
2009).
A partir da Reforma Universitária de 1968, que reformulou a estrutura do 
ensino universitário no país, foram fixados o eixo mínimo do conteúdo e a duração 
30
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
dos cursos de Farmácia no Brasil, criando as modalidades de farmacêutico e 
farmacêutico bioquímico, obrigando a realização de estágios supervisionados 
(CRF-SP, 2008-2009).
As Diretrizes Curriculares Nacionais definem princípios, fundamentos, 
condições e procedimentos para a formação de farmacêuticos. Essas diretrizes 
mostram como perfil do formando, egresso/profissional farmacêutico, uma 
formação generalista, humanista,crítica e reflexiva, para atuar em todos os níveis 
de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual. O profissional da 
área deve ser capacitado para o exercício de atividades referentes aos fármacos e 
aos medicamentos, às análises clínicas e toxicológicas, e ao controle, à produção 
e às análises de alimentos, pautados em princípios éticos e na compreensão da 
realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a 
transformação da realidade em benefício da sociedade (CRF-SP, 2008-2009).
Segundo o Ministério da Educação, o perfil do farmacêutico será 
generalista, humanista, crítico e reflexivo, tendo como atribuições essenciais 
a prevenção, a promoção, a proteção e a recuperação da saúde humana, 
desenvolvendo atividades associadas ao fármaco e ao medicamento, às análises 
clínicas e toxicológicas e ao controle, à produção e à análise de alimentos.
O farmacêutico deverá ser um profissional com conhecimentos científicos, 
capacitação técnica e habilidades para definição, promoção e aplicação de 
políticas de saúde, participação no avanço da ciência e tecnologia, e atuação em 
equipes multidisciplinares, em todos os níveis de atenção sanitária. A capacitação 
profissional deve estar alicerçada em:
• desenvolvimento de competências para o exercício do pensamento crítico e 
juízo profissional; 
• gerenciamento, análises de dados, documentação, tomada de decisões e 
soluções de problemas; 
• comunicação oral e escrita; 
• construção do conhecimento e desenvolvimento profissional; 
• interação social; atuação ética e responsável, com compreensão da realidade 
social, cultural e econômica de seu meio. 
O profissional deverá compreender as diferentes concepções de saúde e 
enfermidade, os princípios psicossociais e éticos das relações e os fundamentos do 
método científico; distinguir âmbito e prática profissional, inserindo sua atuação 
e transformação de realidades em benefício da sociedade.
A complexidade das áreas de atuação – medicamentos, análises clínicas 
e toxicológicas e alimentos – não permite o delineamento de um perfil único 
do profissional, mas de perfis que contemplem as respectivas modalidades. 
As atividades em cada uma dessas áreas exigem competências e habilidades 
específicas, requerendo formação técnico-científica diferenciada, com espaço 
próprio para serem adequadamente desenvolvidas.
TÓPICO 2 — DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO
31
4 FARMACÊUTICOS E FARMÁCIAS
A rapidez das transformações sociais, culturais, políticas e econômicas 
favoreceu a ocorrência da profunda mudança no exercício da profissão farmacêu-
tica, que exige novos conhecimentos, comportamentos e atitudes para atender às 
preocupações, necessidades e expectativas da sociedade (CRF-PR, 2017).
Durante muito tempo, o farmacêutico manipulava e produzia medica-
mentos à vista do doente, de acordo com a farmacopeia e a prescrição dos pro-
fissionais de saúde. Posteriormente, muitas dessas funções foram abarcadas pela 
indústria farmacêutica, sendo a manipulação uma atividade vinculada às neces-
sidades especiais dos usuários (CRF-PR, 2017).
A percepção desse feito deu impulso a reflexões sobre a necessidade de 
se delinear um novo modo de exercer a profissão de farmácia, o que conduziu o 
surgimento de publicações de um grupo de profissionais dos Estados Unidos que 
discutiam sobre fundamentos, propósitos, funções e atividades da farmácia, em 
virtude da condição inelutável do tempo e do progresso (CRF-PR, 2017).
O desempenho das atividades farmacêuticas no Brasil, ao longo do tem-
po, esteve limitado a atividades técnicas ligadas à elaboração (produção indus-
trial e manipulação de fórmulas magistrais e oficinais), à distribuição e à dispensa 
de produtos farmacêuticos (alopáticos, homeopáticos e plantas medicinais). As 
demais funções são atividades em órgãos, laboratórios de análises clínicas ou de 
saúde pública, nos quais são realizados exames clínicos, citopatológicos, toxicoló-
gicos, bromatológicos, hidrológicos, farmacêuticos, biológicos, bioquímicos, mi-
crobiológicos, fitoquímicos, sanitários, entre outros (CRF-PR, 2017).
No Brasil, a relação do farmacêutico com a farmácia de qualquer nature-
za, muitas vezes, foi de cumprimento de uma exigência legal, como “responsável 
técnico”, sem, porém, haver necessidade de se estar presente nesses estabeleci-
mentos e exercer os trabalhos de sua competência – por vezes, até mesmo com a 
conivência das autoridades sanitárias e farmacêuticas, a fim de atender aos inte-
resses econômicos das empresas e dos empreendedores (CRF-PR, 2017).
O medicamento é um bem social valioso e necessário para a manutenção, 
a proteção e a recuperação da saúde, mas que encontra utilização distorcida no 
país pelo esquema empresarial, que rege sua produção e seu consumo, e pelo 
poder político, por absoluto domínio do poder econômico, com desdobramento 
nas imperfeições da assistência farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS; 
CRF-PR, 2017).
O exercício profissional não se reduz apenas à presença física do farma-
cêutico na farmácia, mas nos liga a alguns aspectos da prática que passam neces-
sariamente pelo estudo das relações efetivas desse profissional com a sociedade, 
cuja resposta, no sentido histórico e social, é complexa (CRF-PR, 2017).
32
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
5 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA SOCIEDADE ATUAL
O farmacêutico, como profissional de saúde, é o mais indicado para 
resolver problemas relacionados com medicamentos, quer seja em seu uso, 
sendo adequado ou não, e no acompanhamento ao paciente. Algumas situações, 
que serão demonstradas a seguir, são comumente enfrentadas em nossas vidas 
profissionais (PITA, 2000).
5.1 PROBLEMAS QUE DEMONSTRAM A IMPORTÂNCIA DO 
FARMACÊUTICO
A seguir, veremos alguns dos problemas mais comuns que ocorrem em 
relação ao medicamento e ao uso racional de medicamentos pelo paciente. O 
farmacêutico, como o profissional do medicamento, deve saber resolver essas 
questões (MOTA et al., 2008):
• Problemas na aquisição do medicamento: trata-se de problemas econômicos, 
nos quais o profissional pode oferecer opções mais acessíveis para que o 
paciente consiga fazer o tratamento correto.
• Problemas na forma de administração: o papel do farmacêutico é esclarecer 
ao paciente a maneira correta de administrar cada forma farmacêutica e a 
correta via de administração, contribuindo para o tratamento que o paciente 
conseguirá cumprir.
• Problemas com medicamentos prescritos ou solicitados: quando o 
farmacêutico conhece os pacientes, ele pode detectar, no ato da dispensação, 
se o medicamento prescrito não é contraindicado para a sua patologia. Por 
exemplo: gravidez, lactação, problema renal, entre outros.
• Problemas relacionados a reações adversas a medicamentos: o farmacêutico 
deve orientar sobre possíveis reações adversas. Caso haja reação, deve orientar 
para os cuidados necessários e também sobre como evitá-la, em alguns casos.
• Problemas relacionados com interações: a utilização de muitos medicamentos 
prescritos por vários profissionais faz com que o farmacêutico deva prestar 
Com essa leitura, vale a pena se perguntar:
• Para que os cursos de Farmácia existem?
• Qual é a essência do trabalho do farmacêutico?
• O que justifica a presença do farmacêutico?
• Qual é o grau de profissionalismo até agora alcançado?
• Que função o farmacêutico desempenha ou deve desempenhar na sociedade?
Ao longo do curso de Farmácia, você deverá estar apto a responder a todas estas perguntas.
IMPORTANT
E
TÓPICO 2 — DO BOTICÁRIO AO FARMACÊUTICO
33
especial atenção ao aparecimento de interações e à evolução de suas possíveis 
consequências. Isso pode ser grave em pacientes idosos, crianças e grávidas. 
É importante lembrar que as interações podem ocorrer entre medicamentos, 
mas também entre medicamentos e alimentos.
• Problemas relacionados com a posologia: é fundamental observar a posologia 
da receita e orientar corretamente o paciente.
• Problemas na aquisição de medicamentospor publicidade ou indicação de 
terceiros: o farmacêutico tem obrigação de informar e educar a população 
para que compre um medicamento necessário para seu estado de saúde, e 
não ocorra uso abusivo de medicamentos desnecessários, colocando em risco 
a saúde do paciente.
• Problemas relacionados com a interpretação do receituário: é imprescindível 
que o farmacêutico reforce as indicações do médico, utilizando uma linguagem 
clara, a fim de evitar equívocos. 
FIGURA 15 – FARMACÊUTICA INSTRUINDO O PACIENTE
FONTE: <http://blogibras.com.br/?p=1113>. Acesso em: 16 jul. 2020.
6 O LUGAR DO FARMACÊUTICO É NA FARMÁCIA?
Embora isso possa parecer bastante óbvio, não é bem assim. Como já 
relatado anteriormente, a prática de assinar por um estabelecimento sem estar 
realmente presente era muito comum, devido à história e à falta de empoderamento 
do farmacêutico sobre o medicamento ser seu instrumento de trabalho, em todos 
os aspectos, além da falta de fiscalização sanitária e profissional (IVAMA, 1999).
A legislação sanitária e profissional ainda vigente está focada na segurança 
e na qualidade dos medicamentos e demais produtos para a saúde. Quanto aos 
estabelecimentos farmacêuticos, predomina seu caráter comercial, sendo, na 
maioria das vezes, desprovidos de interesse sanitário (STORPIRTS et al., 2008).
http://blogibras.com.br/?p=1113
34
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
A década de 1980 caracterizou-se pela saturação do setor das análises clíni-
cas, aliado à crise de um modelo médico-hospitalocêntrico e à emergência de um 
novo modelo de atenção, reforçando a necessidade de ampliação do horizonte de 
atuação do farmacêutico. Com o processo de industrialização, o profissional, que 
havia se afastado da farmácia, procura retomar as atividades com sua presença físi-
ca na farmácia, recuperando do seu papel social (STORPIRTS et al., 2008).
Percebe-se que era necessário retomar não só suas responsabilidades 
e funções, mas sua relação com os demais profissionais de saúde e a própria 
sociedade. Essa (re)aproximação do farmacêutico foi marcada por sua atuação 
“no controle”, na logística e na disponibilização do medicamento (STORPIRTS et 
al., 2008).
35
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Os boticários eram considerados os artesãos dos medicamentos, cuidando 
tanto das matérias-primas como do seu preparo.
• Os boticários eram os responsáveis pelas boticas.
• No Brasil, o primeiro boticário foi Diogo de Castro, que veio de Portugal.
• Com a criação da indústria farmacêutica no país, surgiram os cursos de 
Farmácia.
• O currículo do curso de Farmácia passou por várias transformações, até 
chegar ao modelo atual. O currículo atual é amplo e abrange todas as áreas 
de atuações.
• A rapidez das transformações sociais, políticas e econômicas refletiram na 
mudança da profissão farmacêutica, exigindo ainda mais conhecimento, 
comportamento e atitudes do profissional da área.
• As atividades farmacêuticas no Brasil, ao longo do tempo, estiveram limitadas 
a atividades extremamente técnicas; depois, esse conceito foi mudado, sendo 
o farmacêutico considerado um profissional essencial da saúde.
• O farmacêutico é o profissional do medicamento, atuando em sua produção, 
compra ou orientação de uso para a população e os profissionais de saúde.
• O farmacêutico pode atuar em todas as áreas pertinentes a sua formação – 
anteriormente, voltada apenas para a farmácia comercial, mas que mudou 
muito nos dias de hoje.
36
1 Sua vinda se deu pela observação da coroa portuguesa, devido à necessidade 
de um responsável no Brasil para levar as drogas e os medicamentos para a 
comunidade. Quem foi o primeiro boticário no Brasil?
a)
b)
c)
d)
( ) Diogo de Castro.
( ) Thomé de Souza.
( ) Papa Pelágio II.
( ) Os pajés.
2 As boticas consistiam em casas comerciais ou lojas, onde o público se 
abastecia de remédios. Eram dirigidas por profissionais com conhecimentos 
empíricos e facilidade de aprovação, muitas vezes de nível intelectual 
baixo. Também recebiam o nome de botica os compartimentos existentes 
em hospitais, nos quais eram realizados o preparo e a administração de 
medicamentos. Em que ano as boticas foram autorizadas como comércio 
no Brasil?
a)
b)
c)
d)
( ) 1689.
( ) 1645.
( ) 1640.
( ) 1875.
3 Os portugueses encontraram, no Brasil, uma comunidade representada por 
nativos que já usavam raízes, folhas e sementes para resolver os problemas 
de saúde. Quais eram os representantes da comunidade responsáveis pelo 
preparo de remédios que os portugueses encontraram no Brasil?
a)
b)
c)
d)
( ) Boticários.
( ) Pajés e curandeiros.
( ) Xamãs.
( ) Padres.
4 Considere a afirmação a seguir: “O profissional que manipulava e produzia 
os medicamentos, de acordo com as prescrições médicas. Com a evolução e 
os cursos de Farmácia no país, a profissão foi extinguida e os farmacêuticos 
assumiram o seu papel”. Assinale quem eram os responsáveis pelas boticas:
a)
b)
c)
d)
( ) Boticários.
( ) Pajés e curandeiros.
( ) Xamãs.
( ) Padres.
AUTOATIVIDADE
37
5 O ensino farmacêutico foi institucionalizado oficialmente no período do 
Império, quando foram diplomados os seis primeiros farmacêuticos do país 
pelo Curso de Farmácia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 
que ano foram diplomados os primeiros formados pelo curso de Farmácia?
a)
b)
c)
d)
( ) 1830.
( ) 1836.
( ) 1837.
( ) 1840.
38
39
TÓPICO 3 — UNIDADE 1
CRIAÇÃO DE CONSELHOS, LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS E 
FISCALIZAÇÕES SANITÁRIAS
1 INTRODUÇÃO
Você sabe o que é um conselho profissional? Além dos conselhos, existem 
legislações específicas que regulamentam o exercício da profissão e a fiscalização 
das atividades farmacêuticas. É importante conhecer todas as normas, para 
desenvolver um trabalho correto na profissão, sempre respaldado pelas leis.
A criação do Conselho Federal de Farmácia (CFF) ocorreu após a 2ª Semana 
de Farmácia em São Paulo, em 1936. Em 1957 foi encaminhado um projeto ao 
governo e, com apoio de líderes do governo, por meio da Lei nº 3.820, de 11 de 
novembro de 1960 (BRASIL, 1960), foram criados o CFF e os Conselhos Regionais 
de Farmácia (CRF), os quais devem zelar pelos princípios da ética e da disciplina 
da classe que exerce qualquer atividade farmacêutica (CFF, c2008).
O Conselho Federal e os Regionais têm como missão a valorização do 
profissional farmacêutico, visando à defesa da sociedade e como objetivo 
promover a assistência farmacêutica em benefício da sociedade e em consonância 
com os direitos do cidadão (CFF, c2008).
2 CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA
Algumas das atribuições do CFF (Figura 16) são:
• Expedir resoluções, definindo ou modificando atribuições e competências 
dos profissionais farmacêuticos.
• Propor as modificações que forem necessárias à regulamentação do exercício 
profissional.
• Ampliar o limite de competência do exercício profissional.
• Colaborar com a disciplina das matérias de ciência e técnica farmacêutica 
ou outras matérias que, de qualquer forma, digam respeito à atividade 
profissional.
• Organizar o Código de Ética Farmacêutica.
• Deliberar sobre questões oriundas do exercício e das atividades afins às do 
farmacêutico.
• Zelar pela saúde pública, promovendo a assistência farmacêutica (CFF, c2008).
40
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
FIGURA 16 – LOGOMARCA DO CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA
FONTE: <https://www.cff.org.br/img/logo.png>. Acesso em: 17 jul. 2020.
3 CONSELHOS REGIONAIS DE FARMÁCIA
Os CRF estão localizados em cada Estado e possuem sedes espalhadas em 
algumas cidades, tendo como função fiscalizar o exercício da profissão, registrar 
os farmacêuticos e habilitá-los ao exercício farmacêutico (CFF, c2008). Entre suas 
atribuições, estão:
• Defender o âmbito profissional e esclarecer dúvidas relativas à competência 
do profissional farmacêutico.
• Garantir, em suas respectivas áreas de jurisdição, que a atividade farmacêutica 
seja exercida por profissionais legalmente habilitados.
•Habilitar o farmacêutico, por meio de inscrição, para o exercício legal da 
profissão.
• Manter registro sobre o local de atuação do farmacêutico no mercado de 
trabalho (CFF, c2008).
No site, a seguir, você encontra a história do CFF: http://www.cff.org.
br/50anos/?pg=cronologia01.
Leia, na íntegra, a Lei sobre a criação do CFF e os CRF, acessando o link: https://www.
cff.org.br/userfiles/file/educacao_farmaceutica/Comissao_Ensino/Outras%20Legislacoes/
Lein3820_1960.pdf.
DICAS
https://www.cff.org.br/img/logo.png
http://www.cff.org.br/50anos/?pg=cronologia01
http://www.cff.org.br/50anos/?pg=cronologia01
https://www.cff.org.br/userfiles/file/educacao_farmaceutica/Comissao_Ensino/Outras Legislacoes/Lein3820_1960.pdf
https://www.cff.org.br/userfiles/file/educacao_farmaceutica/Comissao_Ensino/Outras Legislacoes/Lein3820_1960.pdf
https://www.cff.org.br/userfiles/file/educacao_farmaceutica/Comissao_Ensino/Outras Legislacoes/Lein3820_1960.pdf
TÓPICO 3 — CRIAÇÃO DE CONSELHOS, LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS E FISCALIZAÇÕES SANITÁRIAS
41
4 DECRETOS QUE REGULAMENTAM O EXERCÍCIO DA 
PROFISSÃO FARMACÊUTICA
Como em todas as profissões, leis e decretos devem regulamentar o 
exercício da profissão, a fim de habilitar o farmacêutico a atuar em diversas áreas 
do mercado de trabalho.
4.1 DECRETO Nº 20.377
O Decreto nº 20.377, de 8 de setembro de 1931, aprovou o regulamento do 
exercício profissional farmacêutico no Brasil.
Com isso, surgiu o primeiro regulamento específico da profissão, listando 
todas as áreas em que o farmacêutico pode atuar, como: 
• Manipulação e comércio dos medicamentos ou remédios magistrais.
• Comércio direto com o consumidor de todos os medicamentos oficiais, 
especialidades farmacêuticas, produtos químicos, galênicos, biológicos etc. e 
plantas de aplicações terapêuticas.
• Fabricação dos produtos biológicos e químicos oficiais; análises para clínicas 
médicas; função de químico bromatologista, biologista e legista.
4.2 DECRETO Nº 85.878
O Decreto nº 85.878, de 7 de abril de 1981, estabeleceu normas sobre o 
exercício da profissão de farmacêutico, entre outras providências. A partir dele, 
aumentaram-se as atribuições privativas do farmacêutico, sendo algumas delas: 
• Desempenhar a função de dispensação ou manipulação de fórmulas 
magistrais e farmacopeicas, quando a serviço do público em geral ou mesmo 
de natureza privativa.
• Assessoramento e responsabilidade técnica em estabelecimentos industriais 
farmacêuticos, estabelecimentos farmacêuticos de controle e/ou inspeção de 
qualidade de produtos diagnósticos para determinar dependência química e 
física.
• Estabelecimentos farmacêuticos que pratiquem extração, purificação, controle 
de qualidade, inspeção de qualidade, análise prévia de insumos farmacêuticos 
de origem animal, vegetal e mineral, e depósitos de produtos farmacêuticos 
de qualquer natureza.
• Fiscalização profissional sanitária de empresas, estabelecimentos e setores 
pertinentes.
• Elaboração de laudos técnicos e perícias técnicas sobre atividades pertinentes 
às áreas farmacêuticas.
42
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
Para ler os decretos, na íntegra, e saber todas as atribuições do farmacêutico, 
acesse: https://www.cff.org.br/userfiles/file/C%c3%b3digo%20de%20Etica%2003fev2014.pdf.
NOTA
5 A VIGILÂNCIA SANITÁRIA
No Brasil, as atividades ligadas à Vigilância Sanitária foram estruturadas 
entre os séculos XVIII e XIX, para evitar a propagação de doenças. Por meio da 
polícia sanitária, respondia diretamente ao Estado e sua finalidade era observar 
o exercício de certas atividades profissionais, fiscalizar embarcações, cemitérios e 
áreas de comércio de alimento (STORPIRTS et al., 2008).
No final do século XIX, houve uma reestruturação impulsionada pelas 
descobertas nos campos de bacteriologia e terapêutica nos períodos que incluem 
a Primeira e Segunda Grandes Guerras Mundiais. Após a Segunda Guerra, 
com o crescimento econômico, os movimentos de reorientação administrativa 
ampliaram as atribuições da vigilância sanitária, juntamente com o crescimento 
da base produtiva do Brasil e a participação intensa da administração pública 
(STORPIRTS et al., 2008).
A partir da década de 1980, a crescente participação popular e de entidades 
representativas cobrou do Estado que a vigilância tivesse papel de guardiã dos 
direitos do consumidor e de provedora de condições de saúde para a população 
(STORPIRTS et al., 2008).
No Decreto nº 79.056, de 30 de dezembro de 1976 (BRASIL, 1976), a 
Vigilância Sanitária era definida como 
um conjunto de medidas que visa a elaborar, controlar a aplicação e 
fiscalizar o cumprimento de normas e padrões de interesse sanitário 
relativo a portos, aeroportos e fronteiras, medicamentos, cosméticos, 
alimentos, saneantes e bens, respeitada a legislação pertinente, bem 
como o exercício profissional relacionado com a saúde (BRASIL, 1976). 
Entretanto, a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, chamada Lei 
Orgânica da Saúde, define a Vigilância Sanitária como “um conjunto de ações 
capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas 
sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da 
prestação de serviços de interesse em saúde” (BRASIL, 1990). A evolução de uma 
definição a outra ocorreu devido à Constituição Federal de 1988, que garante a 
saúde como um direito de todos e dever do Estado (BRASIL, 1988).
https://www.cff.org.br/userfiles/file/C%c3%b3digo de Etica 03fev2014.pdf
TÓPICO 3 — CRIAÇÃO DE CONSELHOS, LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS E FISCALIZAÇÕES SANITÁRIAS
43
Analisando o histórico dos medicamentos sob a visão da Vigilância 
Sanitária, observou-se que, desde a antiguidade, o homem busca preservar a 
saúde, sendo a utilização de medicamentos o meio mais conhecido para isso 
(STORPIRTS et al., 2008).
Um dos casos mais conhecidos, que demonstra o papel fundamental do tra-
balho da Vigilância Sanitária, foi o do anticoncepcional Microvlar®. Entre os anos de 1997 
e 1998, ocorreram cerca de 200 notificações de fraude, por ter sido distribuído no mer-
cado um lote teste (conhecido como efeito placebo), sendo relatados muitos casos de 
gravidez em mulheres que usaram o medicamento. Acesse o link da reportagem, a seguir, 
e reflita sobre o impacto e a responsabilidade de todos, como futuros farmacêuticos, em 
quais etapas fazemos parte e quais as nossas responsabilidades como profissionais de 
saúde: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/183656/000540033.pdf?se-
quence=1&isAllowed=y.
UNI
44
RESUMO DO TÓPICO 3
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A criação do Conselho Federal de Farmácia (CFF) ocorreu por meio da Lei nº 
3.820/1960.
• O CFF tem como função zelar pelos princípios éticos da classe.
• O CFF e os Conselhos Regionais de Farmácia (CRF) têm como missão valorizar 
o profissional visando à defesa da sociedade.
• Os CRF têm como função fiscalizar o exercício da profissão.
• Existem decretos específicos para a regulamentação do exercício profissional 
farmacêutico, sendo de suma importância que o profissional saiba e siga seus 
direitos e deveres para com a população.
• As atividades da Vigilância Sanitária são importantes para garantir a 
fiscalização desde a produção do medicamento até os estabelecimentos de 
saúde que estão diretamente ligados ao consumidor, garantindo a segurança 
de toda a população.
45
1 O Conselho Federal de Farmácia é uma entidade fiscalizadora do exercício 
profissional e da ética farmacêutica no país. Em que ano foi criado o 
Conselho Federal de Farmácia?
a)
b)
c)
d)
( ) 1963.
( ) 1966.
( ) 1960.
( ) 1961.
2 A vigilância sanitária é responsável pelo conjunto de ações capaz de eliminar, 
diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários 
decorrentes do meio ambiente, da produção e da circulação de bens, e da 
prestação de serviços de interesse em saúde. Em que ano o Mistério da 
Saúde definiu a Vigilância Sanitária?
a)
b)
c)
d)
( ) 1949.
( ) 1988.
( ) 1978.( ) 1989.
3 Existem várias atribuições que competem ao Conselho Federal de Farmácia. 
Qual das opções, a seguir, NÃO é atribuição do Conselho Federal de 
Farmácia?
a) ( )
b) ( )
c) ( )
d) ( )
Expedir resoluções, definindo ou modificando atribuições competências 
dos profissionais farmacêuticos.
Propor as modificações que forem necessárias à regulamentação do 
exercício profissional.
Ampliar o limite de competência do exercício profissional.
Habilitar o farmacêutico, por meio de inscrição, para o exercício 
legal da profissão.
4 Existem várias atribuições que competem ao Conselho Regional de Farmácia. 
Qual das opções, a seguir, NÃO é atribuição dos Conselhos Regionais de 
Farmácia?
a) ( ) Defender o âmbito profissional e esclarecer dúvidas relativas à com-
petência do profissional farmacêutico.
b) ( ) Garantir, em suas respectivas áreas de jurisdição, que a atividade 
farmacêutica seja exercida por profissionais legalmente habilitados.
AUTOATIVIDADE
46
c) ( ) Deliberar sobre questões oriundas do exercício e de atividades afins 
às do farmacêutico.
d) ( ) Manter registro sobre o local de atuação do farmacêutico no merca-
do de trabalho.
47
TÓPICO 4 — UNIDADE 1
LINHA DO TEMPO
1 INTRODUÇÃO
Após a leitura e a compreensão da história da farmácia e de todos os 
fatos que fizeram a transformação e a valorização da profissão, percebe-se que 
se trata de um dos mais antigos ofícios da humanidade, caracterizado pela sua 
condição de ser inovador, portanto, a luta do profissional farmacêutico é refazer 
sua identidade e ocupar as lacunas criadas ao longo de sua atribulada caminhada 
profissional, vivida até os dias de hoje (CRUZ; SILVA, 2011).
Na década de 1960, com o início da prática da farmácia clínica, surgiu a 
conscientização sobre seu papel perante a saúde pública, no sentido da atenção 
voltada ao paciente e com a preocupação de minimizar os riscos relacionados ao 
medicamento. O medicamento passa a ser visto como instrumento para se atingir 
um resultado, seja ele paliativo, curativo ou preventivo (SULPINO, 2007).
Assim, o farmacêutico, que a princípio se preocupava apenas com o 
medicamento, começa a cuidar também da população, e essa evolução é resumida 
na linha do tempo resumida a seguir (CRF-SP, 2019).
2 LINHA DO TEMPO – HISTÓRIA DA FARMÁCIA
A seguir, vamos apresentar uma linha do tempo com os principais 
acontecimentos da história da Farmácia e da profissão farmacêutica.
2.1 SÉCULO XVI A.C.
O papiro de Ebers (1550 a.C.) é um documento egípcio que fez referência a 
mais de 7 mil substâncias medicinais incluídas em mais de 800 fórmulas.
48
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
FIGURA 17 – PAPIRO DE EBERS
FONTE: <https://www.pinterest.es/pin/312226186639848284/>. Acesso em: 2 jun. 2020.
2.2 SÉCULO IV A.C.
Hipócrates (460-370 a.C.) foi o médico grego considerado o “Pai da 
Medicina”, tendo sido responsável por uma das primeiras explicações racionais 
para a relação entre saúde e doença (teoria dos quatro humores corpóreos que 
equilibravam a saúde). 
FIGURA 18 – HIPÓCRATES
FONTE: <https://www.grupoescolar.com/a/b/40418.jpg>. Acesso em: 19 out. 2020.
https://www.pinterest.es/pin/312226186639848284/
TÓPICO 4 — LINHA DO TEMPO
49
2.3 SÉCULO I
• Dioscórides (50-70 d.C.): considerado o fundador da farmacognosia, catalogou 
600 plantas, indicando como escolhê-las e armazená-las. Descreveu como 
aplicar o salgueiro-branco (uma das primeiras fontes de ácido acetilsalicílico) 
para a dor.
FIGURA 19 – DIOSCÓRIDES
FONTE: <https://bit.ly/36HF3DK>. Acesso em: 30 jun. 2020.
• Galeno (129-200): viveu em Roma, é considerado o “Pai da Farmácia” e o 
precursor da alopatia. Desenvolveu uma mistura de ervas que combatia as 
doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente 
aos sinais e sintomas. Atualmente, o termo Farmácia Galênica é utilizado 
como sinônimo de manipulação farmacêutica.
FIGURA 20 – GALENO – O PAI DA FARMÁCIA
FONTE: <https://bit.ly/39I2fDC>. Acesso em: 30 jun. 2020.
50
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
2.4 SÉCULOS XII A XIII
• Em 1162, ocorreu a separação entre a profissão farmacêutica e a médica. O 
primeiro caso teria ocorrido em Arles, na França, por meio de imposição legal.
• Em 1240, foi assinado, por Frederico II da Sicília e Nápole, em Salerno, Itália, 
o tratado mais famoso (Édito de Melfi) que proíbe a associação entre as 
profissões médica e farmacêutica.
2.5 SÉCULO XVI
• Paracelso (1493-1541): previu a descoberta de substâncias ativas nas plantas 
e considerou a doença como um acontecimento externo, e não como um 
desequilíbrio de humores.
FIGURA 21 – PARACELSO
FONTE: <https://www.monomaniacos.com.br/historia/vida-obra-paracelso/>. Acesso em: 30 
jun. 2020.
• No Brasil, em 1549, com o primeiro Governador Geral do Brasil, Tomé de 
Souza, veio o primeiro boticário do país, Diogo de Castro.
https://www.monomaniacos.com.br/historia/vida-obra-paracelso/
TÓPICO 4 — LINHA DO TEMPO
51
FIGURA 22 – DIOGO DE CASTRO
FONTE: <https://bit.ly/3qC60AL>. Acesso em: 30 jun. 2020.
2.6 SÉCULO XIX
• Em 1832, Dom Pedro II institucionalizou o ensino farmacêutico, por meio de 
lei assinada em 3 de outubro de 1832.
• Em 1839, foi fundada a Escola de Farmácia de Ouro Preto (MG), primeiro 
estabelecimento de ensino farmacêutico do Brasil e da América do Sul.
2.7 SÉCULO XX
O século XX foi marcado por diversos eventos importantes para a área 
farmacêutica, os quais destacamos nas décadas a seguir.
2.7.1 Década de 1930
• Com o advento da indústria farmacêutica, ocorreu o paulatino desapareci-
mento das farmácias de manipulação.
• Devido à falta de redirecionamento das atividades nas farmácias, o 
farmacêutico migrou para outras áreas.
• Em 1931, foi publicado o Decreto nº 19.606, de 19 de janeiro de 1931, que 
dispõe sobre a profissão farmacêutica e seu exercício no Brasil.
52
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
2.7.2 Década de 1950
• Descoberta de novos medicamentos que revolucionaram o tratamento 
de doenças graves/fatais: antibióticos, vacina oral contra a poliomielite, 
medicamentos para doenças cardíacas, antipsicóticos e medicamentos contra 
a tuberculose.
• Desastre da talidomida: o aparecimento de milhares de casos de malformação 
congênita fez ampliar a atenção à segurança dos medicamentos, marcando o 
início da Farmacovigilância.
2.7.3 Década de 1960
• Marcada pelo desenvolvimento da primeira pílula anticoncepcional e pelo 
início do tratamento medicamentoso em hipertensão arterial.
• Em 1960, foram criados o CFF e os CRF.
• Em 1969, 98% dos medicamentos prescritos pela classe médica eram 
produzidos no país, basicamente por empresas multinacionais.
2.7.4 Década de 1970
Em 1970, houve a publicação do Anteprojeto de Lei nº 2.304, que previa 
que toda farmácia ou drogaria deveria funcionar sob a responsabilidade técnica 
de um farmacêutico inscrito no Conselho Regional do seu Estado, com jornada de 
trabalho não inferior a 4 horas por dia.
2.7.5 Década de 1980
• Foram anos marcados por um elevado índice de produção de medicamentos 
essenciais, não só pelos laboratórios governamentais, mas também pelas 
empresas privadas.
• Em 1982, surgiu o conhecimento do vírus da imunodeficiência humana 
(HIV) por contato sexual, uso de drogas injetáveis ou exposição a sangue e 
derivados.
Veja mais sobre a história da talidomida e a regulação dos medicamentos 
a partir dessa tragédia acessando o link: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0104-59702017000300603&lng=pt&tlng=pt.
NOTA
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702017000300603&lng=pt&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702017000300603&lng=pt&tlng=pt
TÓPICO 4 — LINHA DO TEMPO
53
• Em 1988, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), devido à promulgação 
da Constituição. O Estado tornou-se responsável por promover e garantir a 
saúde para todos, assegurando a universalidade, integridade e equidade no 
atendimento aos cidadãos.
FIGURA 23 – VÍRUS DO HIVFONTE: <https://saude.abril.com.br/medicina/cientistas-descobrem-um-novo-subtipo-de-hiv/>. 
Acesso em: 30 jun. 2020.
2.7.6 Década de 1990
• Em 1990, teve início o Projeto Genoma Humano, com o objetivo de decodificar 
e identificar o material genético humano.
• Em 1997, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou o documento O 
papel do farmacêutico no sistema de atenção à saúde, que reafirmou a missão do 
farmacêutico como agente de saúde, enquanto profissional capaz de oferecer 
produtos e serviços que contribuem para a melhora da saúde da sociedade.
• Em 1998, foi publicada a Portaria nº 344, que aprovou o regulamento técnico 
das substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.
2.7.7 SÉCULO XXI
• Em 2001, foi publicada a Política Nacional de Medicamentos.
• Em 2013, foi publicada a Resolução nº 585 do CFF, que regulamentou 
as atribuições clínicas do farmacêutico, constituindo os direitos e a 
responsabilidade do profissional no que concerne a sua área de atuação.
• Em 2013, foi publicada a Resolução nº 586 do CFF, que regulou a prescrição 
farmacêutica.
• Em 2014, foi publicada a Lei nº 13.021 sobre o exercício e a fiscalização das 
atividades farmacêuticas. Ela também definiu a farmácia como uma unidade 
de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, 
assistência à saúde e orientação sanitária individual ou coletiva.
https://saude.abril.com.br/medicina/cientistas-descobrem-um-novo-subtipo-de-hiv/
54
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
• Em 2015, foi publicada a Resolução nº 616 do CFF, que define os requisitos 
técnicos para o exercício do farmacêutico no âmbito da saúde estética.
• Em 2018, foi publicada a Resolução nº 654 do CFF, que dispõe sobre os 
requisitos necessários à prestação de serviço de vacinação pelo farmacêutico.
O autor Monteiro Lobato, que aderiu à campanha sanitarista do início do 
século XX, escreveu diversos artigos para o jornal “O Estado de São Paulo” sobre 
as dificuldades e precariedades da saúde pública à época. Como curiosidade, 
destacamos um trecho de seu poema denominado “O Papel do Farmacêutico”:
O papel do Farmacêutico no mundo é tão nobre quão vital. O 
Farmacêutico representa o órgão de ligação entre a medicina e a 
humanidade sofredora. É o atento guardião do arsenal de armas com 
que o Médico dá combate às doenças. É quem atende às requisições a 
qualquer hora do dia ou da noite. O lema do Farmacêutico é o mesmo 
do soldado: servir. Um serve à pátria; outro à humanidade, sem 
nenhuma discriminação de cor ou raça (Monteiro Lobato).
55
RESUMO DO TÓPICO 4
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Pessoas importantes influenciaram diretamente na história da farmácia, como 
Hipócrates, Dioscórides, Galeno e Paracelsus.
• Em 1162, houve a separação da farmácia e da medicina.
• Em 1839, foi fundada a Escola de Farmácia de Ouro Preto.
• A descoberta de novos medicamentos ocorreu na década de 1950, assim como 
o desastre da Talidomida.
• Na década de 1960, surgiram as pílulas anticoncepcionais.
• A partir do século XXI, várias publicações foram realizadas para a 
regulamentação das atribuições do farmacêutico.
56
1 A fiscalização tem por objetivo garantir o direito do cidadão previsto em 
lei. Qual é a lei que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades 
farmacêuticas?
a)
b)
c)
d)
( ) Lei nº 13.021.
( ) Lei nº 344.
( ) Lei nº 585.
( ) Lei nº 616.
2 As atribuições clínicas do farmacêutico visam a proporcionar cuidado ao 
paciente, à família e à comunidade, de forma a proporcionar o uso racional 
de medicamentos e otimizar a farmacoterapia, com o propósito de alcançar 
resultados que melhorem a qualidade de vida do paciente. Qual é a 
resolução que regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico?
a)
b)
c)
d)
( ) Resolução nº 586.
( ) Resolução nº 585.
( ) Resolução nº 616.
( ) Resolução nº 654.
3 Prescrição farmacêutica é direito adquirido e responsabilidade do 
farmacêutico, estando diretamente envolvida com a prática de atenção 
farmacêutica, atividade executada em âmbito nacional, regional ou 
municipal por vários profissionais, quando aptos e capacitados. Qual é a 
resolução que regulamenta a prescrição farmacêutica?
a)
b)
c)
d)
( ) Resolução nº 654.
( ) Resolução nº 585.
( ) Resolução nº 586.
( ) Resolução nº 616.
AUTOATIVIDADE
57
TÓPICO 5 — UNIDADE 1
FONTES DE INFORMAÇÃO EM FARMÁCIA
1 INTRODUÇÃO
Existem três fontes de informações: a literatura científica original ou 
literatura primária, que compreende o maior volume da literatura; a literatura 
secundária, que dá acesso à literatura primária; e a literatura terciária, que 
resume as melhores práticas com base na literatura primária. Profissionais 
farmacêuticos e estudantes das ciências farmacêuticas usam a literatura para 
fornecer medicamentos com base em evidências ou para integrar as melhores 
evidências científicas aos seus resultados práticos ou estudos (ALLEN JR., 2016).
Para fazer uma pesquisa mais simples, é necessária, primeiramente, a obten-
ção de informações gerais de literatura terciária, como livros e enciclopédias, tanto 
on-line como impressos. Uma vez que já se está familiarizado com os termos espe-
cíficos da área pesquisada, pode-se fazer uma pesquisa em bancos de dados como 
PubMed/Medline, para encontrar artigos de revisão relevantes (fontes secundárias) 
e trabalhos científicos originais (fontes primárias). Uma expressão de busca deve 
incluir sinônimos dos termos de pesquisa, incluindo profissionais ou científicos. Os 
termos devem ser combinados usando o operador lógico “ou”. A pesquisa pode ser 
aperfeiçoada adicionando-se um termo e usando o operador “e”. Por exemplo, se 
se estiver pesquisando por literatura primária sobre possíveis melhoras futuras nas 
vacinas para o papilomavírus humano (HPV), pode-se tentar procurar por: “(futu-
ro ou avanço ou geração) e (vacinas HPV ou vacina papilomavírus)”, pois unir os 
termos paralelos usando parênteses resultará nos artigos mais relevantes. Colocar 
limite de datas e idioma pode facilitar a pesquisa (ALLEN JR., 2016).
2 LITERATURA PRIMÁRIA
Os primeiros artigos formais sobre descobertas científicas ou clínicas são 
encontrados em revistas científicas, que podem ser diferenciadas de revistas co-
Você sabe onde pesquisar uma informação? Você consegue identificar quando 
a informação é verdadeira?
ATENCAO
58
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
merciais pela falta de anúncios publicitários, também podendo ser encontradas al-
gumas literaturas primárias nessas revistas (ALLEN JR., 2016).
As literaturas primárias podem ser acompanhadas em publicações relacio-
nadas à área de interesse. Explorar os títulos de artigos científicos, revisar os resu-
mos de artigos-chave e ler aqueles intimamente relacionados a uma área de pesqui-
sa em particular correspondem à abordagem tradicional para se manter atualizado 
sobre as tendências gerais, assim como sobre o progresso de uma área específica 
(ALLEN JR., 2016).
Na procura por fontes primárias, patentes e dissertações podem ser usadas. 
O objetivo de uma patente é proteger a propriedade intelectual, e não divulgar os 
resultados da investigação. As dissertações não passam por um rigoroso processo 
de revisão em uma revista, mas podem ser úteis para encontrar detalhes de estudos 
que são muito extensos para serem incluídos em um artigo científico (ALLEN JR., 
2016).
3 LITERATURA SECUNDÁRIA
A literatura secundária é criada por especialistas no assunto de interesse. 
Essas fontes são organizadas com o objetivo de descrever ou avaliar a literatura 
primária original e fornecer acesso útil a essa literatura. A literatura secundária 
consiste em artigos de revisão, incluindo revisão sistemática e meta-análise, além 
de bancos de dados como o PubMed (ALLEN JR., 2016).
Você sabe o que é um banco de dados? Os bancos de dados bibliográficos 
fornecem acesso a artigos científicos originais, ou literatura primária, abrangendo 
uma ampla gama de especialidades, profundidade e abrangência da literatura.É 
importante o conhecimento de por onde começar a pesquisar – isso inclui fontes 
de informações com profissionais específicos da área ou uma pesquisa no Google 
Acadêmico.
4 LITERATURA TERCIÁRIA
A literatura terciária fornece uma introdução à literatura científica em 
relação à prática farmacêutica e às ciências farmacêuticas. Geralmente escrita por 
especialistas ou pesquisadores dentro da área do tema, sempre apresentam um 
tema específico, sobre o qual os autores desenvolvem sua vida acadêmica e, em 
geral, viram especialistas, sendo referência na área (ALLEN JR., 2016).
Essas fontes são particularmente úteis aos profissionais farmacêuticos e 
estudantes, e compreendem livros-textos, monografias, enciclopédias e outras 
referências (ALLEN JR., 2016).
TÓPICO 5 — FONTES DE INFORMAÇÃO EM FARMÁCIA
59
As vantagens da literatura terciária incluem facilidade de acesso e padrão 
bem controlado de boas práticas (ALLEN JR., 2016).
5 A RESPONSABILIDADE DE FONTES SEGURAS DE 
INFORMAÇÕES NA ÁREA DA FARMÁCIA
Acessar, revisar, analisar, avaliar e interpretar a literatura clínica sobre os 
medicamentos são importantes responsabilidades dos profissionais da área da saú-
de. Por décadas, os farmacêuticos têm usado o fornecimento de informações sobre 
medicamentos, focando, inicialmente, na informação sobre a composição e a dis-
pensação de produtos medicamentosos. Entretanto, a necessidade de obter infor-
mação sobre medicamentos expandiu-se em conjunto com as responsabilidades do 
farmacêutico (ALLEN JR., 2016).
Os tipos de informações necessários sobre os medicamentos para os far-
macêuticos e outros profissionais de saúde são variados e não são limitadas ape-
nas a efeitos adversos/colaterais, interações medicamentosas, utilização, teratoge-
nicidade, estabilidade, compatibilidade, identificação, disponibilidade, dosagem, 
administração, toxicidade, farmacocinética, farmacodinâmica, farmacogenômica, 
qualidade de vida relacionada à saúde, farmacoeconomia, eficácia (incluindo efi-
cácia comparando medicamentos da mesma classe farmacológica ou química, bem 
como medicamentos de diferentes classes). Profissionais da saúde devem estar bem 
informados sobre a variedade de fontes de informação disponíveis, mas também 
como, por que e quando usá-las, e, mais importante, deve ser capaz analisar, ava-
liar, interpretar criticamente e aplicar a informação pertinente (ALLEN JR., 2016).
Os farmacêuticos têm diversas responsabilidades que necessitam de uso da 
informação, incluindo respostas a uma variedade de questionamentos realizados 
por pacientes e profissionais da saúde sobre medicação, monitoramento de even-
tos adversos ao medicamento (EAM), solução de problemas relacionados à terapia 
medicamentosa, tomada de decisões sobre o uso de medicamentos, promoção de 
atividades educacionais e engajamento na pesquisa clínica. Para acompanhar es-
sas responsabilidades, os farmacêuticos devem ser capazes de localizar informação 
completa e atualizada para se basear na assistência ao paciente e em outras impor-
tantes decisões (ALLEN JR., 2016).
A seguir, descubra como as informações e as propagandas de medicamentos 
se propagavam antigamente. Selecione uma das propagandas e faça uma pesquisa sobre 
o medicamento e se ele ainda existe atualmente. Acesse o link: http://memoria.bn.br/
pdf/029548/per029548_1970_00457.pdf.
INTERESSA
NTE
http://memoria.bn.br/pdf/029548/per029548_1970_00457.pdf
http://memoria.bn.br/pdf/029548/per029548_1970_00457.pdf
60
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
LEITURA COMPLEMENTAR
DAS BOTICAS AOS CUIDADOS FARMACÊUTICOS: PERSPECTIVA DO 
PROFISSIONAL FARMACÊUTICO
Mariana Linhares Pereira
Mariana Martins Gonzaga do Nascimento
Introdução
Os primórdios da profissão farmacêutica não são conhecidos. Pode-se ape-
nas especular sobre os primeiros indivíduos interessados em produzir e dispensar 
medicamentos. Por outro lado, sabe-se que, desde o início da história do homem, 
as doenças já existiam e, com elas, surgiu a procura pela cura.
Materiais e Métodos
Trata-se de uma revisão histórica não sistemática da literatura sobre a pro-
fissão farmacêutica realizada em bases de dados como livros, monografias, teses e 
documentos sobre o histórico da evolução da profissão. Palavras-chave de busca: 
“profissão farmacêutica”, “evolução da farmácia” e “cursos de farmácia no Brasil”.
Resultados e Discussão
 
Historiadores indicam que a medicina moderna se originou na Grécia, sen-
do que o nome boticário, ou apotecário, deriva-se do grego apothéke, denomina-
ção conferida a uma pequena caixa em que eram guardados os remédios que os 
médicos gregos antigos traziam sempre consigo quando visitavam seus doentes 
(GOMES-JÚNIOR, 1988). No entanto, já no Egito, a divindade Anepu, o boticário 
dos deuses, tinha muita importância, sendo o guardião da casa de medicamentos 
e do quarto de bálsamos, além de preparador das prescrições dos deuses. As pres-
crições, na antiguidade, eram poucas e simples e eram os médicos que preparavam 
e dispensavam os seus próprios compostos, preparações cercadas de muito mis-
tério e feitas de acordo com ritos supersticiosos (BURLAGE et al., 1944; RISING, 
1959). Ainda na antiguidade, depois da divisão do império de Alexandre, o Gran-
de, surgiu a chamada escola de Alexandria e, nessa cidade, formou-se um centro 
intelectual onde floresceu a escola dogmática e, sucessivamente, a escola empírica, 
no século III a.C. Essa última tinha, por fundamento, o estudo experimental dos 
medicamentos.
Nessa época, surgiu, pela primeira vez, a divisão entre médicos, cirurgiões, 
raizeiros e farmacópolos, que eram aqueles que preparavam remédios compostos. 
A partir de então, as fórmulas mais complexas começaram a ser apreciadas, che-
gando a conter 54 ingredientes. Elas serviram de ponto de partida para a polifarmá-
cia (BURLAGE et al., 1944; RISING, 1959; GOMES-JÚNIOR, 1988).
TÓPICO 5 — FONTES DE INFORMAÇÃO EM FARMÁCIA
61
Até o século XI, ensinava-se farmácia como parte do estudo da medicina. 
A primeira referência que se tem separando a farmácia da medicina data de 1240, 
quando foi escrita a magna carta da profissão farmacêutica, por Frederico II, impe-
rador romano, criando a farmácia como uma profissão independente. O argumento 
era “o fato de a prática da farmácia requerer conhecimento, habilidades, iniciativas 
e responsabilidades especiais, com o objetivo de garantir um cuidado adequado 
às necessidades medicamentosas das pessoas”. Depois de Roma, essa regulamen-
tação ocorreu em vários outros locais. Em virtude dessa separação, criaram-se três 
classes profissionais distintas: médicos, cirurgiões e boticários (BURLAGE et al., 
1944; RISING, 1959; GOMES-JÚNIOR, 1988). 
Com a descoberta da América, a farmácia dos séculos XVI e XVII tomou 
grande impulso, e drogas novas, como a quina, a ipecacuanha, o café e o cacau, 
foram introduzidas na terapêutica. No Brasil, nos tempos coloniais, os boticários, 
que eram na verdade “curandeiros ambulantes”, percorriam as populações mon-
tados em burros mascateando remédios e drogas para doenças humanas e animais 
(GOMES-JÚNIOR, 1988). Os jesuítas também instituíram enfermarias e boticas 
para prestar assistência em seus colégios, colocando um “irmão” para cuidar dos 
doentes e outro para preparar remédios. Em São Paulo, o irmão que preparava os 
remédios era José de Anchieta, por isso podemos considerá-lo o primeiro boticário 
de Piratininga (GOMES-JÚNIOR, 1988).
No Brasil, as boticas só foram autorizadas como comércio em 1640 e, a 
partir disso, elas se multiplicaram de norte a sul, devido à facilidade de abertura, 
muitos o faziam, principalmente, pela expectativa de bons lucros com o negócio. 
Consistiam em casas comerciais ou lojas onde o público se abastecia de remédios. 
Eram dirigidas por boticários, que nada mais eram que profissionais empíricos, às 
vezes analfabetos, possuindo apenas conhecimento de medicamentos corriqueiros 
e possuindo uma carta de aprovação do físico mor de Coimbra. Botica também era 
a denominação do compartimentoexistente nos hospitais, civis e militares, desti-
nado ao preparo e à administração de medicamentos aos doentes internados (GO-
MES-JÚNIOR, 1988; FILHO; BATISTA, 2011).
O ensino de farmácia brasileiro só se iniciou em 1824, como uma cadeira da 
escola de medicina. Depois, em 1839, em Minas Gerais, foram criadas duas escolas 
de farmácia, uma em Ouro Preto (então capital da província de Minas Gerais) e outra 
em São João del Rey (que havia sido elevada de vila para cidade no ano anterior).
Entretanto, apesar das diversas instituições de ensino de farmácia distribuí-
das pelo país, no século XIX, a passagem do comércio de botica para farmácia, com 
um farmacêutico formado em sua direção, não foi nada fácil.
Os farmacêuticos e boticários tinham pouca diferença para a maioria da 
população e para os legisladores, e o farmacêutico só tomou seu espaço exclusivo 
na produção de medicamentos definitivamente depois de 1886, após diversas bata-
lhas. Já no início do século XX, o farmacêutico tornou-se o profissional de referência 
para a sociedade nos aspectos do medicamento, dominando não só a prestação 
de um serviço que visava à “correta utilização do medicamento”, mas também à 
produção e à comercialização do arsenal terapêutico disponível na época (VALLA-
62
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
DÃO et al., 1986). A farmácia também passou a ser um centro de irradiação cultural 
de destacada importância, congregando não somente indivíduos que buscavam re-
médios, mas também os demais que procuravam novidades e notícias do mundo, 
quando eram escassos os meios de comunicação dos acontecimentos político-so-
ciais (GOMES-JÚNIOR, 1988).
No entanto, a partir da segunda metade da década de 1930, com a expan-
são da indústria farmacêutica, os preparados magistrais foram quase inteiramente 
substituídos pelas especialidades, ou seja, medicamentos preparados industrial-
mente com antecedência e apresentados sob uma embalagem particular. Em con-
sequência, o papel de “fazer” o medicamento, pelo qual o farmacêutico era tradi-
cionalmente conhecido, desapareceu quase que por completo. O modelo de prática 
predominante na farmácia comunitária passou a ser de orientação e dispensação 
farmacêutica (DUPUY; KARSENTY, 1974; REIS, 2003; FILHO; BATISTA, 2011). 
Esse processo transformou as ações que aproximavam o farmacêutico do médico e 
de seus clientes em atos vazios de um sentido transcendente às relações comerciais.
De farmacêutico a responsável técnico, de liberal a assalariado, eis a traje-
tória do profissional no âmbito da farmácia propriamente dita, marcada por uma 
redução na dimensão técnica e social do seu trabalho e por uma ampliação da di-
mensão burocrática e comercial. Essa burocratização da profissão é relatada por 
formandos entrevistados no estudo de Valladão (1981): “hoje em dia, eu só assino 
documentos”. Diante dessa situação, pode-se atestar: “a farmácia é uma combi-
nação exclusiva de profissão e negócios” (DENO et al., 1959). O apelo comercial 
também é explícito nas publicações que circulavam no meio farmacêutico da época, 
como o Manual del farmacêutico (publicado em inglês e espanhol), que trazia vá-
rios artigos sobre como estimular as vendas (FONTOURA, 1936).
O meio acadêmico também refletia essa etapa de transição na profissão 
farmacêutica, que se diversificava em busca de outros mercados profissionais. Dessa 
forma, reestruturações curriculares não tinham foco em uma determinada temática 
integradora, mas, sim, na incorporação desconexa de uma grande diversidade 
de conteúdos e disciplinas (VALLADÃO, 1981). Nesse processo, o farmacêutico 
“adjetivou-se” e seu título passou a vir acompanhado de identificadores das 
atribuições conquistadas: farmacêutico-bioquímico, farmacêutico analista clínico, 
farmacêutico-industrial, farmacêutico de alimentos (PERINI, 1997). No Brasil, 
especificamente, o farmacêutico enveredou-se, sobretudo, pelos caminhos da 
bioquímica. Estudos realizados na década de 1970 mostravam que, em média, 
70% dos profissionais atuavam nessa área, sendo que a maioria deles atuava 
simultaneamente em farmácias de dispensação, considerando essa uma atividade 
secundária (VALLADÃO, 1981; PERINI, 1997).
Hoje, o farmacêutico se ressente da falta de preparo nas faculdades para o 
exercício na farmácia comunitária e seu afastamento dessa área de atividade, que 
lhe deveria ser exclusiva. Ele se envolve com questões administrativas e perde sua 
fixação no serviço comunitário, deixando de participar dos problemas sanitários e 
in (GOMES-JÚNIOR, 1988; PERINI, 1997). 
TÓPICO 5 — FONTES DE INFORMAÇÃO EM FARMÁCIA
63
A profissão de farmacêutico se aproximou de modo sensível [...] da 
profissão de comerciante. Instalemo-nos em uma grande farmácia 
da zona urbana e veremos [...] os clientes desfilarem quase sem 
interrupção. A maior parte apresentou uma receita para a pessoa 
de bata branca que está atrás do balcão, a qual se limita a ir buscar 
os produtos prescritos no armário, repete a posologia indicada pelo 
médico, embrulha as embalagens em um saco de papel e as faturas. 
Poucas palavras são trocadas. Às vezes, alguém [...] se apresenta sem 
receita. Mesmo nestes casos, a troca de palavras revela-se quase sempre 
sumária [...]. Na maior parte do tempo, o papel do farmacêutico é, 
pois, o de um simples distribuidor (DUPUY; KARSENTY, 1974).
Diante disso, “[...] o farmacêutico é, em geral, uma pessoa que se aborrece 
na sua profissão. [...] o exercício cotidiano da profissão raramente lhe proporciona 
esse tipo de satisfação, e ele sente profundamente o fato de que os seus cinco anos 
de formação são muito mal rentabilizados” (DUPUY; KARSENTY, 1974).
Paralelamente à falta de preparo dos profissionais para o exercício das ati-
vidades na farmácia comunitária e seu distanciamento dos problemas sanitários e 
sociais, a partir da década de 1970 e 1980, com o crescente aumento da expectativa 
de vida ao nascer e o consequente envelhecimento da população, cresce também a 
prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, as quais demandam uma uti-
lização mais prolongada de um número maior de medicamentos para seu trata-
mento. O consumo de medicamentos também é impulsionado pela persistência e 
recrudescimento de doenças infectoparasitárias já conhecidas e surgimento outras, 
o aumento do número de medicamentos disponíveis no mercado e propagandas, 
que representam um fator essencial ao uso irracional e desnecessário de medica-
mentos, além de estímulo à automedicação (DUPUY; KARSENTY, 1974; BARROS, 
1995; PERETTA; CICCIA, 2000; DÁDER, 2001; BRASIL, 2002; NASCIMENTO, 
2003; PERINI, 2003).
Os medicamentos constituem, hoje, a principal arma terapêutica usada, e o 
objetivo da sua utilização é melhorar a qualidade de vida dos pacientes, curando, 
retardando o progresso ou tratando sintomas das doenças (DÁDER, 2001).
No entanto, medicamentos também podem falhar, causando problemas de 
efetividade (não atingem objetivos terapêuticos) e/ou segurança (reações adversas 
a medicamentos ou toxicidade) (FUNCHAL-WITZEL et al., 2011). Assim, a utili-
zação maciça, e, muitas vezes, inadequada desses medicamentos, faz com que o 
risco das ocorrências dos problemas farmacoterapêuticos (PFT) aumente. Estudos 
mostram que 50% dos pacientes que entram na farmácia comunitária, em qualquer 
lugar do mundo, possuem pelo menos um PFT que precisa ser identificado e resol-
vido (SIMPSON, 1997; PERETTA; CICCIA, 2000). Entretanto, é importante salien-
tar que os problemas não são inerentes aos medicamentos, mas à maneira como 
são prescritos, dispensados e usados pelos pacientes. Esse mau uso e suas consequ-
ências sanitárias, sociais e econômicas representam hoje um problema sanitário de 
enorme magnitude (HEPLER; STRAND, 1990; BARROS, 1995; PERETTA; CICCIA, 
2000; DÁDER, 2001; NASCIMENTO, 2003; PERINI, 2003).
64
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA FARMÁCIA
Foi demostrado que menos de 60% dos pacientes que estavam recebendo 
tratamento medicamentoso não apresentavam PFT e que cerca de 28% das admis-
sõeshospitalares são resultados de morbidade e mortalidade relacionadas ao uso 
de medicamentos (JOHNSON; BOOTMAN, 1995). No Brasil, não existem estudos 
sobre a morbimortalidade relacionada ao uso de medicamentos, apenas levanta-
mentos sobre intoxicação medicamentosa, sendo que os medicamentos ocupam a 
primeira posição entre os três principais agentes causadores de intoxicações em 
seres humanos desde 1996 (BRASIL, 2009).
Sabendo-se que a prevalência e os custos da morbidade e mortalidade re-
lacionada a medicamentos são de grande relevância e que a redução desses índi-
ces tem um impacto positivo na qualidade de vida do paciente, na segurança do 
sistema de saúde e na eficiência no uso dos recursos, pergunta-se, então: por que a 
sociedade dedica tantos esforços científicos e econômicos para pesquisar, desenvol-
ver, fabricar, prescrever, indicar e dispensar medicamentos enquanto os serviços 
sanitários responsáveis por controlar, orientar e educar sobre sua utilização são 
ainda tão incipientes (DÁDER, 2001; REIS, 2003).
Conclusão
Partindo do panorama histórico e atual exposto, a Atenção Farmacêutica 
é necessária e dirigida a atender uma nova demanda social, sendo, portanto, um 
elemento essencial nos serviços de saúde. Pode acontecer em todos os cenários da 
prática profissional, integrando-se às outras partes do sistema de saúde e com os 
demais profissionais, e deve ser incentivada.
Fica, então, para os farmacêuticos, o desafio de “fazer o ideal virar reali-
dade” e deixar de ser “entregador” de medicamentos, passando a desempenhar o 
papel de “dispensador de atenção sanitária”.
FONTE: Adaptado de PEREIRA, M. L.; NASCIMENTO, M. M. G. dos. Das boticas aos cuidados 
farmacêuticos: perspectiva do profissional farmacêutico. Rev. Bras. Farm., v. 92, n. 4, p. 245-252, 
2011. Disponível em: http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-2011-92-4-2-245-252.pdf. Acesso em: 13 
out. 2020.
65
RESUMO DO TÓPICO 5
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem três fontes de informações, sendo elas primária, secundária e terciária.
• Para pesquisar artigos específicos da área da farmácia, existem sites científicos 
confiáveis.
• É essencial saber avaliar as fontes e ser um profissional responsável ao 
repassar informações confiáveis e atualizadas a todos os profissionais de 
saúde e pacientes.
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
66
1 As pesquisas primárias são disseminadas exatamente na forma como são 
produzidas pelos seus autores. Assinale a opção que apresenta uma fonte 
de informação/pesquisa primária:
a)
b)
c)
d)
( ) Revista científica.
( ) Artigos de revisão.
( ) Monografia.
( ) Sites de propaganda.
2 As fontes secundárias são interpretações e avaliações das fontes primárias. 
Assinale a opção que apresenta uma fonte de informação/pesquisa 
secundária:
a)
b)
c)
d)
( ) Revista científica.
( ) Artigos de revisão.
( ) Monografia.
( ) Sites de propaganda.
3 As fontes terciárias são coleções de fontes primárias e secundárias. Assinale 
a opção que apresenta uma fonte de informação/pesquisa terciária:
a)
b)
c)
d)
( ) Revista científica.
( ) Artigos de revisão.
( ) Monografia.
( ) Sites de propaganda.
AUTOATIVIDADE
67
REFERÊNCIAS
ALLEN JR., L. V. Introdução à farmácia de Remington. Porto Alegre: Artmed, 
2016.
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ra 2018. Brasília, 2018. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/docu-
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BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para 
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento 
dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: http://
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https://www.crf-pr.org.br/uploads/revista/27628/revista_edicao_116_web.pdf
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http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/farmacia/cenarium_01_resgate.pdf
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em: 11 nov. 2020.
70
71
UNIDADE 2 — 
DEFINIÇÕES IMPORTANTES 
NA FARMÁCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• construir os conceitos necessários para a compreensão das áreas 
farmacêuticas;
• diferenciar os tipos de medicamentos existentes;
• assimilar o entendimento dos processos que acontecem com um 
medicamento da sua descoberta até o uso pelo paciente;
• diferenciar os medicamentos tarjados e quais precisam de prescrição.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
TÓPICO 2 – TIPOS DE MEDICAMENTOS 
TÓPICO 3 – MEDICAMENTOS COM EXIGÊNCIA E ISENTOS DE 
 PRESCRIÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
72
73
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A palavra farmacologia é derivada do grego pharmakon e possui vários 
significados, como substância de uso terapêutico, veneno, uso místico ou 
sobrenatural e remédios (objetivo na Antiguidade) – até mesmo, utilizando 
insetos, vermes e húmus. Provavelmente, as plantas tiveram importante 
influência na alimentação, tanto para alívio quanto para casos de envenenamento 
do homem primitivo. Algumas plantas e animais com características tóxicas eram 
utilizados para guerra, execuções de indivíduos e caça. Cerca de 4.000 anos a.C., 
os sumerianos já conheciam os efeitos psíquicos provocados pelo ópio, inclusive 
também para a melhora de diarreia (NOGUEIRA et al., 2001; SOARES, 2014).
A farmacologia define a origem, a composição, a qualidade, a 
farmacocinética, os efeitos, o uso terapêutico e a toxicologia dessas substâncias 
químicas com atividade biológica (BARBERATO FILHO, 2006).
Na sua maioria, os medicamentos são xenobióticos, isto é, são compostos 
que normalmente não existem no organismo humano. Para que esses “corpos 
estranhos” produzam o efeito desejado, isto é, para que induzam ou modifiquem 
uma resposta fisiológica, é preciso que eles sejam reconhecidos por proteínas 
receptoras na membrana celular ou intracelularmente (MASSUD FILHO, 2016).
A palavra droga tem duas origens: uma do holandês antigo droog, que 
significa folha seca – uma vez que, antigamente, quase todos os medicamentos 
eram feitos de origem vegetal –, e outra do francês drogue, que significa erva 
(SOARES, 2014).
Embora a farmacologia tenha sido reconhecida como ciência no final do 
século XIX, na Alemanha, as ervas já serviam para a manipulação de remédios há 
bastante tempo, e as drogas de origem vegetal predominaram no tratamento das 
doenças até a década de 1920, quando a indústria farmacêutica moderna iniciou 
o desenvolvimento de produtos químicos sintéticos (SOARES, 2014).
A farmacologia envolve conhecimentos necessários para o profissional 
de saúde e consiste no estudo do mecanismo pelo qual os agentes químicos 
afetam as funções dos sistemas biológicos. Portanto, de forma ampla, envolve o 
estudo da interação dos compostos químicos (drogas) com os organismos vivos, 
atuando, em maioria, pela influência das moléculas das drogas em constituintes 
das células (SOARES, 2014).
TÓPICO 1 — 
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
74
É importante ressaltar que, devido ao número crescente de novos fármacos 
e às ocorrências de desastres terapêuticos, tornam-se imprescindíveis o estudo e 
a atualização constantes dos profissionais de saúde que acompanham o uso de 
fármacos (SOARES, 2014).
Atualmente, droga pode ser definida como uma substância química de 
estrutura conhecida que não é um nutriente ou um ingrediente essencial da dieta 
e que, quando administrada a um organismo vivo, produz um efeito biológico 
(RANG et al., 2012).
Drogas podem ser substâncias químicas sintéticas e substâncias químicas 
obtidas a partir de plantas ou animais ou produtos de engenharia genética. Um 
medicamento é uma preparação química que, em geral – mas não necessaria-
mente –, contém uma ou mais drogas, administrado com a intenção de produzir 
um efeito terapêutico. Os medicamentos geralmente contêm outras substâncias 
(excipientes, conservantes, solventes etc.) ao lado da droga ativa, para tornar seu 
uso mais conveniente (RANG et al., 2012).
Assim, a droga consiste em qualquer substância química que possui a 
capacidade de produzir efeito farmacológico, ou seja, que provoque alterações 
funcionais ou somáticas. Se essas alterações forem benéficas, podem ser 
denominadas fármacos e, se forem maléficas, tóxicas (SOARES, 2014).
O fármaco corresponde à substância de estrutura química bem definida, 
que age como princípio ativo do medicamento. O medicamento, portanto, consiste 
no produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado com finalidades que 
podem ser profiláticas, curativas ou paliativas (SOARES, 2014).
Um exemplo de medicamento com o nome do seu princípio ativo é o 
paracetamol e sua estruturaquímica.
FIGURA 1 – PARACETAMOL
FONTE: <https://bit.ly/3qHsIap>. Acesso em: 28 jul. 2020.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
75
2 PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA
Desde os seus primórdios, o ser humano percebeu os efeitos curativos das 
plantas medicinais, notando que, dependendo da forma como o vegetal medicinal 
era administrado (pó, chá, banho e outros), era possível obter a recuperação da 
saúde do indivíduo (SOARES, 2014).
A história da humanidade está diretamente ligada ao seu ambiente natural, 
especialmente às plantas utilizadas para alimentação, confecção de moradia 
e utensílios, vestuários e remédios. Desde os tempos mais remotos, os seres 
humanos utilizam plantas com propriedades medicinais como recurso terapêutico 
para a sobrevivência. Os registros de utilização de plantas como remédio datam 
da era paleolítica, pela identificação do pólen de plantas medicinais em sítios 
arqueológicos (SAAD et al., 2016).
As plantas medicinais, utilizadas há milhares de anos, servem de base 
para estudos na produção de novos medicamentos (MACEDO; de CARVALHO; 
NOGUEIRA, 2002). Estima-se que 80% da população no terceiro mundo faz uso 
de fitoterápicos, sendo que 85% destes possuem extratos de plantas medicinais. 
A cultura brasileira sofreu sérias influências dessa mistura de etnias, tanto no 
aspecto espiritual como material, fundindo-se aos conhecimentos existentes no 
país (EMBRAPA, 1996).
A partir das grandes navegações, o intercâmbio de espécies vegetais 
– que já existia entre Europa, Ásia e África – aumentou com a introdução de 
espécies vindas das Américas. São exemplos a equinácea (Echinacea purpúrea L.) e 
a cimicífuga (Cimicifuga racemosa Nutt.), da América do Norte, a andiroba (Carapa 
guianensis Aubl.), o guaraná (Paullinia cupana Kunth) e o maracujá (Passiflora sp), 
das Américas do Sul e Central (SAAD et al., 2016).
O século XVIII marca o início do desenvolvimento da química medicinal 
e de alterações profundas na medicina. Na Inglaterra, o reverendo Edmund 
Stone anunciou a casca do salgueiro como um poderoso febrífugo – a partir 
dela, foi isolada a salicilina. Essa mesma substância, isolada também na espécie 
Spiraea ulmaria L., foi transformada em ácido salicílico e anunciada como potente 
analgésico. Entretanto, tinha graves efeitos colaterais e preservou a eficácia 
terapêutica, sendo denominada comercialmente como Aspirina®, muito utilizada 
até os dias de hoje. Nessa mesma época, vários isolamentos foram realizados a 
partir de fontes vegetais, como a morfina do ópio e a digoxina da Digitalis sp, 
determinando novas formas de lidar com as plantas (SAAD et al., 2016).
Por outro lado, as plantas medicinais continuaram a desempenhar um 
importante papel na terapêutica, mantendo-se como um recurso fundamental 
para a população do mundo inteiro. Mesmo nos países de primeiro mundo, 
com mais recursos financeiros e acesso a medicamentos industrializados, como 
Estados Unidos e Alemanha, vemos um aumento significativo na opção por esse 
tipo de terapêutica nas últimas décadas (SAAD et al., 2016).
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
76
Muitas plantas foram batizadas considerando seus usos medicinais 
ou propriedades empiricamente descobertas por populações nativas e muitas 
espécies foram descritas depois de já fazerem parte das farmacopeias oficiais 
(LORENZI, 2002).
Até o século XX, o Brasil era um país essencialmente rural, com amplo 
uso da flora medicinal, tanto a nativa quanto a introduzida. Com o início da 
industrialização e subsequente urbanização do país, o conhecimento tradicional 
passou para segundo plano. O acesso a medicamentos sintéticos e o pouco 
cuidado com a comprovação das propriedades farmacológicas das plantas 
tornaram o conhecimento da flora medicinal sinônimo de atraso tecnológico. 
Essa tendência seguiu o que já acontecera em outros países em processo de 
urbanização (LORENZI, 2002).
As novas tendências globais de uma preocupação com a biodiversidade 
e as ideias de desenvolvimento sustentável trouxeram novos ares ao estudo 
das plantas medicinais brasileiras, que acabaram despertando novamente um 
interesse geral na fitoterapia. Novas linhas de pesquisa foram estabelecidas em 
universidades do país, algumas buscando bases mais sólidas para a validação 
científica do uso de plantas medicinais (LORENZI, 2002).
A busca por novos fitoterápicos também acabou retroalimentando 
a pesquisa botânica no Brasil, que vislumbrou na prospecção de potenciais 
produtos naturais de uso farmacológico uma ótima justificativa para intensificar 
seus trabalhos. Como já ocorrera nos primórdios das duas ciências, a fitoterapia 
e a botânica voltaram a ser vistas como aliadas e cooperaram para a melhoria da 
qualidade de vida dos brasileiros (LORENZI, 2002).
O emprego correto das plantas para fins terapêuticos pela população 
geral requer o uso de plantas medicinais selecionadas por sua eficácia e segurança 
terapêutica, com base na tradição popular ou cientificamente validada como medicinal. 
No caso de uso por programas de fitoterapia em saúde pública, é fundamental que as 
espécies usadas sejam cientificamente validadas (LORENZI, 2002).
No Sistema Único de Saúde (SUS) temos implantado alguns medicamentos 
fitoterápicos. Para saber mais sobre o assunto e conhecer a Política e Programa Nacional 
de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, acesse: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
politica_programa_nacional_plantas_medicinais_fitoterapicos.pdf. Veja também alguns 
dos fitoterápicos distribuídos pelo SUS no seguinte vídeo: https://www.youtube.com/wa-
tch?v=SJNlqpBuytY.
DICAS
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_programa_nacional_plantas_medicinais_fitoterapicos.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_programa_nacional_plantas_medicinais_fitoterapicos.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=SJNlqpBuytY
https://www.youtube.com/watch?v=SJNlqpBuytY
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
77
O consumo de fitoterápicos e de plantas medicinais tem sido estimulado 
com base no mito “se é natural, não faz mal”. Entretanto, ao contrário da crença 
popular, eles podem causar diversas reações adversas como intoxicações, enjoos, 
irritações, edemas (inchaços) e até morte, como qualquer outro medicamento 
(BRASIL, 2020).
2.1 DIFERENÇA ENTRE FITOTERÁPICO E PLANTAS MEDICINAIS
Pode-se dizer que as plantas medicinais são capazes de aliviar ou curar 
doenças e têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. 
Para usá-las, é preciso conhecer a planta e saber onde colhê-la e como prepará-la. 
Normalmente são utilizadas na forma de chás ou infusão (BRASIL, 2020).
Quando a planta medicinal é industrializada com o objetivo de criar 
um medicamento, tem-se como resultado um fitoterápico. O processo de 
industrialização evita contaminações por micro-organismos e substâncias 
estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa de seu uso, permitindo 
maior segurança. Os fitoterápicos industrializados devem ser regularizados na 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de serem comercializados 
(BRASIL, 2020).
Você conhece alguma planta medicinal? Já a usou para tratar alguma doença?
A fitoterapia e o uso de plantas medicinais fazem parte da prática da medicina popular. 
No Brasil, é muito comum a prática do uso de chás devido à sabedoria antiga passada por 
gerações e ao nosso país ser tão rico em plantas.
IMPORTANT
E
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
78
FIGURA 2 – EXEMPLOS DE PLANTAS DE USO POPULAR
FONTE: <https://bit.ly/3m11ect>. Acesso em: 13 jul. 2020.
3 MEDICAMENTOS
Os medicamentos são produtos especiais elaborados com a finalidade de 
diagnosticar, prevenir, curar ou aliviar os sintomas de doenças. São produzidos 
com rigoroso controle técnico para atender às especificações determinadas pela 
Anvisa (BRASIL, 2010).
O efeito dos medicamentos é decorrente de uma ou mais substâncias 
ativas com propriedades terapêuticas reconhecidas cientificamente, que fazem 
parte da composiçãodo produto, denominado fármaco, droga ou princípio ativo 
(BRASIL, 2010).
3.1 FINALIDADE DOS MEDICAMENTOS
Os medicamentos têm por finalidade (BRASIL, 2010):
• Aliviar os sintomas: diminuem ou eliminam sintomas como dor, febre, 
inflamação, tosse, coriza, vômito, náusea, ansiedade e insônia, mas não atuam 
na causa do problema.
• Curar doenças: eliminam a causa da doença, como infecções e infestações. 
Também podem corrigir alguma função corporal deficiente.
• Prevenir doenças: auxiliam o organismo a se proteger de determinadas 
doenças, podendo ser citados como exemplos soro, vacinas, antissépticos, 
suplementos vitamínicos e minerais.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
79
• Diagnosticar doenças: auxiliam na detecção de determinadas doenças, além 
de aliviar o funcionamento de órgãos. Por exemplo: contrastes radiológicos.
4 DIFERENÇA ENTRE MEDICAMENTO E REMÉDIO
No dia a dia, é muito comum notar pessoas ou meios de comunicação 
utilizando a palavra remédio como sinônimo de medicamento. No entanto, essas 
palavras não têm o mesmo significado (BRASIL, 2010).
Medicamentos são produtos feitos a partir de fármacos que têm como 
objetivo um efeito benéfico. São produzidos para fins comerciais com finalidade 
terapêutica. 
O termo remédio vem do latim Remedium, que significa “aquilo que cura”. 
Assim, tem como entendimento qualquer substância ou recurso utilizado pelo 
indivíduo para se sentir melhor, no sentido de busca da cura ou do alívio de 
doenças e sintomas. Isso abrange desde medicamento até qualquer ato que o faça 
se sentir melhor, como um banho, uma massagem, uma oração, uma compressa e 
qualquer meio que o faça acreditar em sua cura (GUIMARÃES; TAVEIRA, 2014).
Portanto, todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um 
medicamento.
5 DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS NOS DIAS ATUAIS
Todo medicamento a ser lançado no mercado passa por diversas etapas 
de pesquisa e testes até ser aprovado por órgão competente do país de origem do 
fabricante. No Brasil, como vimos anteriormente, esse órgão é a Anvisa.
O processo de regulamentação de um medicamento é longo, rigoroso 
e custa muito caro para a indústria farmacêutica. Ele deve cumprir diversas 
etapas, desde aquelas que antecedem seu uso até as de acompanhamento após 
Para reforçar a discussão sobre a diferença entre remédio e medicamento, 
acesse: https://www.youtube.com/watch?v=X5QpKMJ07qE. Após assistir ao vídeo sugerido, 
procure em sua casa medicamentos e remédios, para perceber como isso faz parte do dia 
a dia de todos.
DICAS
https://www.youtube.com/watch?v=X5QpKMJ07qE
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
80
o seu lançamento e que comprovem que tal produto não incorrerá em reações 
prejudiciais à saúde da população (BRASIL, 2010). Esse processo é chamado de 
ensaio clínico.
Os esforços de pesquisa e desenvolvimento, necessários para garantir 
a segurança e a eficácia de novos medicamentos, são complexos, demorados e 
financeiramente arriscados. Milhares de compostos passam por extensivos testes 
para cada composto químico novo que recebe aprovação para comercialização 
(CATO et al., 2002).
Os custos de pesquisa e desenvolvimento para cada medicamento novo 
são estimados em aproximadamente 1 bilhão de dólares (ADAMS; BRANTNER, 
2010).
5.1 FASES DE ESTUDO PARA NOVOS MEDICAMENTOS
O planejamento racional para a descoberta e o desenvolvimento de 
novos medicamentos exige competência de diferentes áreas de conhecimento 
(PETSCHNIGG; SNIDER; STAGLJAR, 2011).
A descoberta e a síntese de uma molécula com potencial ativo e a sua 
correlação com um alvo biológico apropriado constituem o início do processo. 
Por lei, a segurança e a eficácia dos fármacos devem ser definidas antes de sua 
comercialização. Em fase posterior, são realizados, além dos estudos in vitro, os 
estudos in vivo que caracterizarão os efeitos biológicos da molécula em animais 
(testes pré-clínicos) antes que possam ser iniciados os estudos clínicos em seres 
humanos (BERKOWITZ, 2006).
Atualmente, a maioria dos fármacos em uso clínico é de origem natural 
ou desenvolvida por síntese química planejada em laboratório. As modificações 
moleculares também são comumente empregadas em estruturas de produtos 
naturais, visando a introduzir mudanças nas propriedades relacionadas com as 
fases farmacodinâmicas ou farmacocinéticas (WERMUTH, 2008).
Todo o processo de pesquisa e desenvolvimento dura cerca de 12 anos, 
com probabilidade de sucesso muito pequena. Assim, de cada 30.000 moléculas sinteti-
zadas, 20.000 entram na fase de estudos pré-clínicos, 200 entram na fase I dos estudos 
clínicos, 40 passam para a fase II, 12 entram na fase III e somente nove são aprovadas 
pelos órgãos regulatórios. No entanto, é importante mencionar ainda que apenas um 
medicamento aprovado é incluído nos protocolos terapêuticos (CALIXTO, SIQUEIRA 
JÚNIOR, 2008).
INTERESSA
NTE
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
81
O planejamento racional dos fármacos surgiu a partir do modelo chave-
fechadura, proposto por Emil Fischer, em 1885, que contribuiu para a concepção 
das teorias de receptores e, consequentemente, para o surgimento da química 
medicinal e dos estudos a respeito de pesquisa e desenvolvimento (BARREIRO, 
2009).
5.2 ESTUDO PRÉ-CLÍNICO
Os candidatos a fármacos que passam com sucesso pelos procedimentos 
iniciais de triagem e estabelecimento do perfil farmacológico devem ser 
cuidadosamente avaliados quanto aos riscos potenciais, antes e no decorrer 
dos testes clínicos. Esses riscos são monitorados por meio de testes pré-clínicos 
(BERKOWITZ, 2006).
Os estudos pré-clínicos têm como objetivo principal a avaliação 
farmacológica em sistemas in vitro e em animais in vivo, para a obtenção do 
maior conhecimento possível acerca das propriedades e dos efeitos adversos do 
fármaco em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, a farmacocinética é testada em 
animais. O composto é submetido a testes de toxicidade a curto e longo prazos 
em animais, para que suas propriedades farmacológicas possam ser definidas 
dentro de uma relação dose-resposta (FERREIRA et al., 2009).
Além dos estudos relacionados à toxicidade, é importante efetuar várias 
estimativas quantitativas, que incluem: 
• a dose “sem efeito” – a dose máxima em que não se observa um efeito tóxico 
específico; 
• a dose letal mínima – menor dose observada que mata qualquer animal;
• a dose letal mediana – a dose que mata cerca de 50% dos animais. 
Essas doses são utilizadas para calcular a dose inicial a ser administrada 
experimentalmente em seres humanos, geralmente de um centésimo a um décimo 
da dose sem efeito em animais. Em geral, é necessário realizar estudos integrais 
em animais para estabelecer o efeito do fármaco sobre os sistemas de órgãos e 
modelos de doenças (BERKOWITZ, 2006).
5.3 ESTUDO CLÍNICO
Os estudos clínicos correspondem à pesquisa conduzida em pacientes ou 
voluntários sadios, usualmente destinada a avaliar um novo tratamento (LIMA 
et al., 2003).
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) regulamenta, na Resolução CNS nº 
01/1988, que a pesquisa de medicamentos em farmacologia clínica compreende 
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
82
a sequência de estudos realizados, desde a administração da substância pela 
primeira vez ao ser humano até a obtenção dos dados sobre sua eficácia e 
segurança terapêutica em grandes grupos de população. 
Os estudos clínicos são divididos em quatro fases distintas, segue abaixo 
um resumo de cada fase:
• Fase I: na pesquisa clínica, avalia a tolerância do ser humano e determinar a 
posologia segura. A fase I inicia com a administração de uma pequena dose de 
um agente experimental administrado a poucos voluntários, para estabelecer 
parâmetros farmacocinéticos, avaliando também a segurança (LIMA et al., 
2003).
• Fase II: visa a estudar a eficácia terapêutica, intervalo de dose, cinética e 
metabolismo. As doses estabelecidas na fase I são utilizadas para orientar 
justificativas dos protocolos dos estudos de fase II, nos quaissão avaliadas a 
eficácia e a segurança do medicamento em ensaios piloto (FERREIRA et al., 
2009).
• Fase III: também denominado de estudos de eficácia comparativa, consistem 
no aumento da amostragem e diversificação da gama de pessoas nos testes. 
Nessa fase, são incluídos tratamentos mais prolongados com o composto, 
visando à flexibilidade da dosagem e à coleta de dados sobre segurança e 
eficácia (PIMENTEL et al., 2006).
• Fase IV: assim como a fase III, destina-se a testar a eficácia e segurança 
por meio de um grande número de amostras. Depois de comercializado, o 
medicamento continua a ser estudado. Esses estudos também são chamados 
de farmacovigilância e têm por objetivo obter mais informações sobre 
os seus efeitos e suas interações medicamentosas, visando, sobretudo, a 
ampliar as avaliações de segurança realizadas por intermédio dos estudos 
farmacoepidemiológicos (LIMA et al., 2003).
• Fase V: de responsabilidade do órgão regulamentador, é o estudo do uso 
do fármaco na prática. Essa vigilância após a comercialização, que ocorre 
após a aprovação da Anvisa, é necessária para fornecer feedback do uso em 
grande escala do fármaco. Nessa fase, podem ser descobertos novos efeitos 
terapêuticos ou tóxicos, incluindo efeitos a longo prazo ou raros, que não 
eram discerníveis em pequeno grupo de indivíduos (PIMENTEL et al., 2006). 
Segundo Ferreira et al. (2009), os estudos de farmacovigilância (vigilância pós-
comercialização) são sinônimo do processo de detecção, acompanhamento e 
controle de problemas decorrentes do uso já autorizado de medicamentos. 
A importância da farmacovigilância pode ser exemplificada pelos inúmeros 
fármacos que foram introduzidos na terapêutica e, posteriormente, por razões 
de toxicidade, foram retirados.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
83
5.3.1 Requisitos para que um medicamento possa ser 
usado
Todo e qualquer medicamento, novo ou antigo, deve ser:
• Seguro, isto é, ter níveis aceitáveis de toxicidade; ser incapaz de representar 
uma ameaça ao usuário, porque a possibilidade de causar efeitos tóxicos 
injustificados é pequena.
• Eficaz, isto é, que atinge os efeitos propostos.
• De qualidade, isto é, ter características que precisamos conhecer e entender 
melhor; essencial sempre saber a procedência da matéria-prima (RUIZ; 
OSORIO-DE-CASTRO, 2008).
FIGURA 3 – DEMONSTRAÇÃO DAS ETAPAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM MEDICAMEN-
TO E OS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NO PROCESSO
FONTE: Massud Filho (2016, p. 56)
No link, a seguir, há um exemplo da importância da fase IV dos estudos, em 
que a farmacovigilância é essencial para prevenir problemas sérios de saúde na população 
causada pelo uso dos medicamentos: https://m.folha.uol.com.br/cotidiano/2008/10/451862-
anvisa-proibe-venda-dos-antiinflamatorios-prexige-400-mg-e-arcoxia-120-mg.shtml.
UNI
https://m.folha.uol.com.br/cotidiano/2008/10/451862-anvisa-proibe-venda-dos-antiinflamatorios-prexige-400-mg-e-arcoxia-120-mg.shtml
https://m.folha.uol.com.br/cotidiano/2008/10/451862-anvisa-proibe-venda-dos-antiinflamatorios-prexige-400-mg-e-arcoxia-120-mg.shtml
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
84
No Brasil, o estabelecimento de diretrizes para pesquisas clínicas começou 
na década de 1980, com a aprovação das Normas para Pesquisas em Saúde, 
primeira resolução do CNS, em 1988. Em 1996, foram propostas as Diretrizes 
e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, por 
meio da Resolução CNS nº 196/1996. A pesquisa com novos medicamentos foi 
considerada uma das oito áreas especiais que mereceriam atenção especial da, 
então criada, Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Essa foi a 
primeira área a merecer normas específicas, estabelecidas na Resolução CNS nº 
251/1997 (GOLDIM, 2007).
5.4 QUALIDADE DOS MEDICAMENTOS
A indústria farmacêutica tem colocado à disposição dos consumidores e 
profissionais da saúde inúmeras alternativas farmacêuticas, as quais vão desde 
novos produtos (medicamentos complexos não biológicos) a alternativas mais 
econômicas e tradicionais (genéricos, similares e biossimilares), além de novas 
formas de liberação. Entre essas alternativas, algumas, como os genéricos, já são 
conhecidas, estão disponíveis no mercado há alguns anos e, de fato, vêm sendo 
cada vez mais consumidas, inclusive no Brasil, em detrimento aos de referência 
(ARAUJO, 2010).
A Política de Regulamentação de Medicamentos, implementada em 
2004, lida com as regras aplicadas ao controle do mercado de medicamentos no 
Brasil. Essa política está fundamentada no reconhecimento de três categorias 
principais para registro de medicamentos, qualidade, controle da matéria-
prima, redefinição da categoria de vendas, boas práticas de fabricação e controle 
(BPFC), assimetria de informação e falsa propaganda, controle de estoque de 
psicotrópicos, estratégias para facilitar o acesso a medicamentos pela população, 
informatização e desburocratização, monitoramento do mercado, redução de 
associações irracionais e fiscalização quanto a nomes comerciais (CONDESSA, 
2005). 
A segurança de um medicamento, seja qual for sua classe, está intima-
mente relacionada com a sua qualidade, embora esse não seja o único parâmetro 
a ser considerado. Enquanto a qualidade envolve a comparação com um padrão, 
a segurança engloba ainda uma série de outros aspectos. A mortalidade e a mor-
bidade, por exemplo, associadas à segurança de medicamentos, são os problemas 
mais sérios resultantes do uso de medicamentos. 
Esses desfechos dependem de causas intrínsecas (por exemplo, polimor-
fismo das enzimas de metabolização, genética, dieta, entre outros) e extrínsecas 
ao organismo, como aqueles referentes aos processos utilizados na fabricação e 
capazes de influenciar a qualidade e a composição dos medicamentos. As causas 
intrínsecas estão ligadas a reações adversas e resultam da ineficiência dos testes 
toxicológicos utilizados na etapa de pré-comercialização do medicamento, como 
testes realizados em animais, que não garantem a segurança de um medicamento 
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
85
para uso humano. Além disso, o número de pacientes submetidos aos ensaios 
pré-clínicos e clínicos é limitado, dificultando, ou mesmo inviabilizando, a iden-
tificação de reações raras e de grupos populacionais susceptíveis. Soma-se a isso 
o pouco conhecimento das interações medicamentosas (OPAS/OMS, 2005).
De fato, medicamentos com qualidade duvidosa ou abaixo dos padrões 
exigidos pelas agências reguladoras têm se tornado um grande problema para 
a saúde pública. Eles podem ser resultado de processos de produção e padrões 
inadequados, embalagem inadequada, controle de qualidade de produtos 
ineficiente, entre outras causas. Um exemplo de processo de produção inadequada 
foi a recente recomendação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) de 
recolhimento de oito medicamentos genéricos a base de clopidogrel após uma 
inspeção nas etapas de produção (KOSTEV et al., 2013). 
Outro exemplo, que ocorreu no Brasil, foi um caso de armazenagem 
inadequada, em que análises de drogas antimaláricas revelaram problemas 
de liberação em comprimidos de cloridrato de mefloquina e de produção em 
comprimidos de primaquina e sulfato de quinina que, possivelmente, teriam sido 
gerados por causa de condições inapropriadas de estocagem (NOGUEIRA et al., 
2001).
Por estarem diretamente relacionadas à saúde pública, é imperativo que 
a regulamentação, a segurança, a eficácia e a qualidade de medicamentos sejam 
controladas e garantidas. Entretanto, diversos estudos indicam problemas nesse 
contexto, tanto internacionais quanto nacionais, como o fato de que, mesmo 
pequenas alterações nas formulações farmacêuticas, podem provocar alterações 
significativas na segurança do medicamento, exigindo ações corretivas pelo órgão 
responsável pelo controle (BARATA-SILVA et al., 2017).
5.5 FORMAS FARMACÊUTICAS
Existem diversas formas farmacêuticas de incorporar um fármaco para o 
tratamento conveniente e eficaz de uma doença. As formasfarmacêuticas podem 
ser projetadas para a administração por vias de liberação alternativas (Quadro 1), 
a fim de melhorar a resposta terapêutica (AULTON, 2016).
Muitos fármacos são formulados em diferentes formas e em várias 
potências, cada uma apresentando características farmacêuticas adequadas para 
uma aplicação específica (AULTON, 2016).
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
86
QUADRO 1 – FORMAS FARMACÊUTICAS DISPONÍVEIS PARA AS DIFERENTES VIAS DE ADMINIS-
TRAÇÃO
FONTE: Aulton (2016, p. 35)
Ao delinear e produzir formas farmacêuticas, é necessário considerar as 
propriedades dos fármacos, do medicamento e as necessidades dos pacientes, 
pois alguns possuem necessidades específicas, como idosos e crianças que têm 
dificuldade em deglutir formas farmacêuticas sólidas (AULTON, 2016).
Comprimidos e cápsulas são as formas farmacêuticas sólidas mais 
comumente prescritas, pois são relativamente baratas de produzir, são portáteis, 
podem ser revestidas para mascarar sabor desagradável ou formuladas com 
alteração de liberação do medicamento. Ao mesmo tempo que são populares entre 
os prescritores, nem sempre são as formas mais adequadas para o paciente com 
dificuldade de deglutição, o que pode resultar tanto em uma aversão psicológica 
à deglutição de comprimido como em uma deficiência física que impede a 
deglutição (disfagia; AULTON, 2016).
Nas crianças, fórmulas líquidas, de fato, são simples de administrar 
e oferecem uma dosagem flexível, porém precisam, quando utilizadas com o 
auxílio de um dispositivo, de dosagem apropriado (AULTON, 2016).
Os medicamentos líquidos são a alternativa lógica para comprimidos e 
cápsulas em pacientes com dificuldades de deglutição, sendo recomendados nos 
casos em que o mecanismo de deglutição por via oral ainda é possível e quando 
se pode obter uma textura adequada que minimize a probabilidade de aspiração 
(AULTON, 2016).
Via de administração Formas da utilização
Oral Soluções, xaropes, suspensões, emulsões, géis, pós, grânulos, cápsulas e comprimidos
Retal Supositório, pomadas, cremes, pós, soluções
Tópica
Unguentos, cremes, pastas, loções, géis, soluções, 
aerossóis, espumas tópicas e emplastros 
transdérmicos
Parenteral Injeções (soluções, suspensão e formas de emulsão), implantes e soluções de irrigação e de diálise
Respiratória Aerossóis (solução, suspensão, emulsão e pó), inalações, nebulizados e gases
Nasal Soluções e inalações
Ocular Soluções, pomadas e cremes
Auricular Soluções, suspensões, pomadas e cremes
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
87
5.6 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
A absorção é a transferência do fármaco do seu local de administração 
para o compartimento central e a amplitude com que isso ocorre. No caso 
das preparações sólidas, a absorção depende, inicialmente, da dissolução do 
comprimido ou da cápsula, que então libera o fármaco. A biodisponibilidade é 
um termo usado para descrever a porcentagem em que uma dose do fármaco 
chega ao seu local de ação, ou a um líquido biológico a partir do qual o fármaco 
chegou ao seu local de ação. Por exemplo, um fármaco administrado por via 
oral precisa ser absorvido primeiramente pelo estômago e intestino, mas esse 
processo pode ser limitado pelas características da preparação do fármaco e por 
suas propriedades físico-químicas. A redução da biodisponibilidade depende da 
estrutura anatômica a partir da qual houve a absorção; outros fatores fisiológicos 
e patológicos podem influenciar a biodisponibilidade, e a escolha da via de 
administração de um fármaco deve ser baseada no conhecimento dessas condições 
(BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006).
O padrão de absorção de fármacos varia consideravelmente de substância 
para substância, bem como entre as diferentes vias de administração. As formas 
farmacêuticas são projetadas para fornecer o fármaco numa estrutura adequada 
para a absorção, a partir de cada via de administração selecionada (AULTON, 
2016).
Segundo Howland e Mycek (2007), a via de administração é determinada 
primeiramente pelas propriedades dos fármacos e pelos objetivos terapêuticos, 
sendo importante adequar a forma farmacêutica de acordo com a facilidade de 
uso do paciente.
Em geral, existem algumas opções de vias pelas quais um agente 
terapêutico pode ser administrado e, por essa razão, o conhecimento das 
vantagens e desvantagens das diferentes vias de administração é fundamental 
(BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006).
A via enteral é composta por todas as administrações que utilizam o trato 
gastrointestinal para introduzir o fármaco no organismo.
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
88
FIGURA 4 – VIA ENTERAL (A) E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO (B)
A B
FONTE: <https://bit.ly/2W1AAFI>; <https://bit.ly/2IA3ucS>. Acesso em: 27 jul. 2020.
A via parenteral é composta por todas as administrações que não utilizam 
o trato gastrointestinal para introduzir o fármaco no organismo. Contudo, existem 
exceções nessa via, como as vias tópica, inalatória, bucal, sublingual e retal, que 
utilizam a pele e a mucosa para a administração de fármacos (HOWLAND; 
MYCEK, 2007).
5.6.1 Via oral
A ingestão oral é o método mais comumente usado para administrar os 
fármacos. Também é o mais seguro, conveniente e econômico. Suas desvantagens 
são a absorção limitada de alguns fármacos em função de suas características 
(BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006). As farmacêuticas orais são normalmente 
planejadas para obter um efeito sistêmico decorrente da absorção do fármaco 
por vários epitélios e mucosa do trato gastrointestinal. Alguns fármacos, porém, 
devem se dissolver na boca, para rápida absorção ou para efeito local no trato 
gastrointestinal, devido à má absorção por via ou baixa solubilidade aquosa. 
Em comparação com outras vias de administração, a via oral é a mais 
simples, mais prática e o meio mais seguro de administração de fármaco. No 
entanto, as desvantagens incluem início relativamente lento de ação, possibilidade 
de absorção irregular e destruição de certos fármacos pelas enzimas e secreções 
do trato gastrointestinal. Por exemplo, as preparações que contêm insulina são 
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
89
inativadas pela ação de fluidos do estômago (apesar de já existirem pesquisas 
para tentar formular a insulina por via oral; AULTON, 2016).
A via oral possui várias vantagens e algumas desvantagens em relação às 
outras vias, como: a ação do pH estomacal sobre o fármaco, a possibilidade de 
o fármaco sofrer metabolismo de primeira passagem, a interação com alimentos 
e outras substâncias ingeridas. Fatores como absorção, biodisponibilidade e 
coeficiente de ionização do composto são variáveis entre os diversos fármacos 
que utilizam essa via (RANG et al., 2012).
As formas farmacêuticas orais mais comuns são comprimidos, cápsulas 
(Figura 5), suspensões, soluções e emulsões. Os comprimidos são obtidos por 
compactação e contêm fármacos e adjuvantes de formulação que são incluídos 
para funções específicas (AULTON, 2016).
As cápsulas são formas farmacêuticas sólidas que contêm fármacos e, 
geralmente, adjuvantes de enchimento apropriado, fechados dentro de um 
invólucro de gelatina dura ou mole ou de outro material polimérico adequado. Tal 
como os comprimidos, a uniformidade da dose pode ser facilmente conseguida e 
há vários tamanhos, formas e cores de cápsulas disponíveis. A cápsula se rompe 
e se dissolve após a administração oral e, na maioria dos casos, os fármacos são 
liberados de maneira muito mais rápida quando comparados aos comprimidos 
(AULTON, 2016).
FIGURA 5 – COMPRIMIDOS E CÁPSULAS UTILIZADOS POR VIA ORAL
FONTE: <https://pt.freeimages.com/photo/pills-tablets-3-1524565>. Acesso em: 27 jul. 2020.
As suspensões que contêm fármacos, finamente divididos ou suspensos 
em um veículo adequado, são um meio útil de administrar grande quantidade 
de fármacos que, de outro modo, seriam inconvenientes se administrados na 
forma de comprimido ou cápsula. Elas também são úteis para pacientes que 
experimentam dificuldade em deglutir comprimidosou cápsulas e no uso 
pediátrico. Embora seja necessária a dissolução do fármaco antes da absorção, 
as finas partículas sólidas em suspensão têm uma grande área de superfície a ser 
apresentada aos fluidos gastrointestinais, o que facilita a dissolução do fármaco, 
https://pt.freeimages.com/photo/pills-tablets-3-1524565
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
90
auxiliando a absorção e, portanto, o início da ação do fármaco. No entanto, nem 
todas as suspensões orais são formuladas para obter efeitos sistêmicos, uma 
vez que várias são projetadas para obter efeitos locais no trato gastrointestinal. 
Por outro lado, as soluções, incluindo formulações como xaropes e elixires, são 
absorvidas mais rapidamente do que as formas sólidas ou suspensões, já que a 
dissolução do fármaco não é necessária (AULTON, 2016).
A absorção pela mucosa oral tem importância especial para alguns 
fármacos, apesar de a superfície disponível para a absorção ser pequena. A 
drenagem venosa da boca dirige-se à veia cava superior, que protege o fármaco 
do metabolismo rápido causado pela primeira passagem pelo fígado (BRUNTON; 
LAZO; PARKER, 2006).
5.6.2 Via retal
Os fármacos aplicados por via retal na forma de solução, supositório 
ou emulsão geralmente são administrados para obter efeito local, em vez 
de sistêmico. Os supositórios são formas farmacêuticas sólidas destinadas à 
introdução em cavidades do corpo (normalmente retal, mas também vaginal e 
uretral) onde serão dissolvidas para liberar o fármaco. Essa via de administração 
é indicada para fármacos inativados pelos fluidos gastrointestinais quando por 
via oral ou quando esta é desaconselhada. Os fármacos administrados por via 
retal entram na circulação sistêmica sem passar pelo fígado, uma vantagem para 
aqueles acentuadamente inativados pelo fígado após serem absorvidos pela via 
oral. Como desvantagens da via retal podemos citar o fato de ser inconveniente e, 
muitas vezes, a absorção do fármaco ser irregular e difícil de prever (AULTON, 
2016).
No Brasil, temos poucas apresentações usadas via retal, embora em outros 
países essa via de administração seja muito usada.
Para reforçar seu conhecimento a respeito das formas farmacêuticas usadas pela 
via oral, assista ao seguinte vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=eRphuldcQKk&t=24s.
DICAS
https://www.youtube.com/watch?v=eRphuldcQKk&t=24s
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
91
FIGURA 6 – EXEMPLO DE FÁRMACO VIA RETAL: SUPOSITÓRIO DE GLICERINA
FONTE: <https://www.tuasaude.com/supositorio-de-glicerina/>. Acesso em: 27 jul. 2020.
5.6.3 Via parenteral
A administração parenteral é feita por meio da utilização de uma agulha 
oca para injetar o fármaco em vários locais e com diferente profundidade. As três 
principais vias parenterais são: subcutânea, intramuscular e intravenosa. Outras 
vias, como intracardíaca e intratecal, são utilizadas com menos frequência. A via 
parenteral é preferida quando uma absorção rápida é essencial, como em situações 
de emergência ou quando o paciente está inconsciente ou incapaz de aceitar a 
medicação por via oral, e ainda em casos em que o fármaco é destruído, inativado 
ou mal absorvido após a administração oral. Em geral, os níveis do fármaco no 
sangue são mais previsíveis do que aqueles obtidos por formas farmacêuticas 
orais (AULTON, 2016).
As preparações injetáveis geralmente são soluções ou suspensões estéreis 
de fármacos em água ou outros veículos adequados e fisiologicamente aceitáveis. 
Os fármacos em solução são rapidamente absorvidos, já as suspensões injetáveis 
atuam de maneira lenta. Como os fluídos do corpo são um meio aquoso, a 
utilização de fármacos suspensos em veículos oleosos mostra características de 
absorção mais lenta, podendo ser formuladas para proporcionar uma preparação 
de depósito, promovendo um reservatório do fármaco que é lentamente liberado 
para a circulação sistêmica. Geralmente, as injeções subcutâneas são soluções 
aquosas ou suspensões que permitem que o fármaco seja colocado nas imediações 
dos capilares sanguíneos. O fármaco se difunde, então, para os capilares. A 
administração intravenosa envolve a injeção de soluções aquosas estéreis 
diretamente na veia a uma velocidade adequada. Os volumes injetados podem 
variar de poucos mililitros, como no tratamento de emergência ou para sedativos 
hipnóticos, até litros, como no caso de tratamento de reposição de fluidos ou 
alimentação parenteral (AULTON, 2016).
Nessa via, a biodisponibilidade é total. Todo o fármaco é posto de forma 
uniforme na circulação sistêmica por um acesso arterial ou venoso. A injeção 
intravascular tem a garantia de que a dose, em sua totalidade, vai chegar ao 
alvo e fazer o seu efeito, porém existem desvantagens em alguns casos, como 
https://www.tuasaude.com/supositorio-de-glicerina/
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
92
em obesos que possuem muito tecido adiposo e não expõem tanto suas veias 
periféricas, difi cultando o acesso. Outra desvantagem é a chance de infecção 
sistêmica, oriunda da agulha que entra em contato direto com a circulação. Um 
ponto importante a ser lembrado é que, quando o profi ssional aplicar a injeção, 
ele deve ter em mente que não há mais chance de retrocesso (AULTON, 2016).
FIGURA 7 – EXEMPLOS DE USO DE FÁRMACO VIA PARENTERAL
5.6.4 Via tópica/transdérmica
Nem todos os fármacos penetram facilmente pela pele intacta. A absorção 
daqueles que o fazem depende da superfície sobre a qual são aplicados e de sua 
lipossolubilidade, pois a epiderme comporta-se como uma barreira lipídica. 
Entretanto, a derme é livremente permeável a muitos solutos; por essa razão, 
a absorção sistêmica dos fármacos ocorre mais facilmente pela pele que sofreu 
abrasão, queimadura ou desnudamento. Infl amação e outros distúrbios que 
aumentam o fl uxo sanguíneo cutâneo também ampliam a absorção (BRUNTON; 
LAZO; PARKER, 2006).
Os fármacos são aplicados topicamente, isto é, sobre a pele, visando 
principalmente à ação local. Embora essa via possa ser utilizada para 
administração sistêmica de fármacos, a absorção percutânea é, muitas vezes, 
defi ciente e irregular, embora estejam disponíveis vários sistemas transdérmicos 
capazes de liberar o fármaco para distribuição sistêmica (por exemplo, adesivos 
de nicotina para a interrupção do tabagismo, testosterona e estrogênio para 
terapia de reposição hormonal e anticoncepcionais). Fármacos aplicados sobre 
a pele com efeito local incluem antissépticos, antifúngicos e anti-infl amatórios, 
assim como emolientes de pele, para efeito protetor (AULTON, 2016).
As formulações farmacêuticas tópicas – unguentos, cremes e pastas 
– são compostas por um fármaco em um estado semissólido apropriado. É 
comum a aplicação de fármacos sobre outras superfícies tópicas, como ocular, 
FONTE: <https://bit.ly/343aCpA>; <https://bit.ly/37V3xZx>. Acesso em: 27 jul. 2020.
A B
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
93
auricular e nasal, sendo utilizados unguentos, cremes, suspensões e soluções. As 
preparações oftálmicas, entre outras características, devem ser estéreis. As formas 
farmacêuticas nasais incluem soluções ou suspensões aplicadas por conta gotas 
ou em aerossol, utilizando-se um spray. As formulações auriculares, em geral, 
são viscosas para prolongar o contato com as áreas afetadas (AULTON, 2016).
FIGURA 8 – EXEMPLOS DE FÁRMACOS POR VIA TÓPICA/TRANSDÉRMICA
FONTE: <https://bit.ly/37V3xZx>. Acesso em: 27 jul. 2020.
5.6.5 Via respiratória
Os pulmões são uma excelente superfície de absorção com fármaco 
administrado nas formas gasosa, aerossol ou de partícula, determinando a 
extensão em que eles penetram na região alveolar, uma zona de absorção rápida. 
As partículas do fármaco, que possuem 0,5 a 1 mm de diâmetro, atingem os sacos 
alveolares. Essa via de administração é particularmente útil para o tratamento de 
problemas asmáticos, utilizando aerossóis pulvéricos e aerossóis com dispositivo 
dosador que contêm o fármaco incorporado em um gás propelente liquefeito e 
inerte(AULTON, 2016).
FIGURA 9 – EXEMPLO DE FÁRMACO POR VIA RESPIRATÓRIA: NEBULÍMETRO
FONTE: <http://dicaspneumoped.blogspot.com/2016/03/a-bombinha-vicia.html>. Acesso em: 
28 jul. 2020.
http://dicaspneumoped.blogspot.com/2016/03/a-bombinha-vicia.html
94
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A farmacologia é o principal estudo da farmácia que guia o entendimento de 
composição, qualidade, farmacocinética, efeitos, uso terapêutico e tóxico dos 
medicamentos.
• É importante entender a definição dos termos técnicos comuns na área 
de farmacologia, como fármaco, drogas, formas farmacêuticas, vias de 
administração, entre outros.
• As plantas medicinais, utilizadas há milhares de anos, até hoje são base para 
pesquisas e desenvolvimento de novos medicamentos.
• A finalidade dos medicamentos é o alívio de sintomas, a cura e/ou a prevenção 
e o diagnóstico de doenças.
• O medicamento é feito de um fármaco com efeitos benéficos, enquanto o 
remédio é tudo aquilo que se acredita que cura.
• Os medicamentos a serem lançados no mercado precisam passar por várias 
fases de estudo para comprovar sua eficácia e segurança. Essas etapas 
demoram anos e custam muito dinheiro.
• A qualidade dos medicamentos é essencial para garantir a segurança do 
paciente.
• Existem diversas formas farmacêuticas para o tratamento, planejadas para 
garantir a absorção e o tratamento correto do paciente.
• As vias de administração são divididas em enteral e parenteral, e é importante 
conhecer suas vantagens e desvantagens para ajudar o paciente na adesão ao 
tratamento proposto.
RESUMO DO TÓPICO 1
95
1 Desde a antiguidade, o homem busca aliviar os males. Assim, surgiu 
o desenvolvimento dos medicamentos. Quais são as finalidades dos 
medicamentos?
a)
b)
c) 
d)
( )
( )
( )
( )
Causar reações adversas, colocando a vida do paciente em risco.
Aliviar sintomas, curar doenças, prevenir doenças e realizar 
diagnóstico.
Não ter efeito terapêutico.
Somente aliviar sintomas.
2 Os candidatos a fármacos que passam com sucesso pelos procedimentos 
iniciais de triagem e estabelecimento do perfil farmacológico devem ser 
cuidadosamente avaliados quanto aos riscos potenciais, antes e no decorrer 
dos testes clínicos. Correlacione as fases de estudos com as devidas 
definições:
( )
( )
( )
( )
Também denominados como estudos de eficácia comparativa, 
consistem no aumento da amostragem e na diversificação da gama de 
pessoas nos testes.
Avaliar a tolerância do ser humano e determinar a posologia segura.
Visa a estudar a eficácia terapêutica, o intervalo de dose, a cinética e o 
metabolismo.
Destina-se a testar a eficácia e a segurança, por meio de um grande 
número de amostras.
Assinale a sequência correta:
a)
b)
c)
d)
( ) Fase IV – Fase I – Fase II – Fase III.
( ) Fase I – Fase III – Fase II – Fase IV.
( ) Fase II – Fase III – Fase I – Fase IV.
( ) Fase II – Fase IV – Fase I – Fase III.
3 As fases de estudo de um medicamento são desenvolvidas para a garantia 
de seu uso pela população. Quais são os principais requisitos para o uso de 
um medicamento?
a)
b)
c)
d)
( ) Segurança e posologia.
( ) Preço e qualidade.
( ) Segurança, eficácia e qualidade.
( ) Eficácia e preço.
AUTOATIVIDADE
96
4 Existem várias vias para uso de medicamentos. Se o paciente precisa de um 
efeito rápido, em razão de algum sintoma grave, qual é a via de absorção 
do medicamento mais rápida?
a)
b)
c)
d)
( ) Parenteral.
( ) Oral.
( ) Transdérmica.
( ) Subcutânea.
97
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, com a evolução em desenvolvimento e pesquisa, a indústria 
farmacêutica produz, em larga escala e grande variedade, medicamentos 
alopáticos para comercialização em farmácias, que são os mais utilizados e 
confiáveis para a população.
Com a cultura da medicalização, em que o consumo de medicamentos nos 
dias de hoje é alto, o farmacêutico deve conhecer todos os tipos de medicamentos 
existentes, pois, como profissionais do medicamento, temos a obrigação de 
informar e conscientizar a população.
Desse modo, este tópico trata das definições sobre os tipos de medicamen-
tos que se encontram nas farmácias hoje em dia. Serão abordados temas como 
alopatia, homeopatia, origem do princípio ativo e elementos dos medicamentos, 
como embalagem, rastreabilidade, rótulos etc.
2 ALOPATIA
Alopatia é uma medicina tradicional, que utiliza os medicamentos que 
irão produzir no organismo do paciente uma reação contrária aos sintomas que 
ele apresenta, diminuindo ou neutralizando os sintomas. Por exemplo, se o 
paciente tem febre, o médico receita um medicamento para baixar a temperatura 
(BRASIL, 2010).
Os principais problemas dos medicamentos alopáticos são seus efeitos 
colaterais e sua toxicidade. A fitoterapia entra na categoria de medicamentos 
alopáticos (BRASIL, 2010).
3 HOMEOPATIA
A homeopatia, sistema médico de caráter holístico, é baseada no princípio 
vitalista e no uso da lei dos semelhantes, enunciada por Hipócrates no século IV 
a.C. (CRF-SP, 2019).
A homeopatia é uma especialidade farmacêutica, médica, odontológica 
e veterinária que foi fundada no início do século XIX pelo alemão Samuel 
Hahnemann, ganhando popularidade no final do mesmo século. Entretanto, 
TÓPICO 2 — 
TIPOS DE MEDICAMENTOS
98
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
com o advento da medicina moderna, a homeopatia foi vista como velha pelos 
praticantes da medicina convencional e sua popularidade caiu. Essa tendência 
foi revertida e, desde 1980, ela voltou a crescer em vários países (BRASIL, 2011a).
A homeopatia baseia-se no princípio “semelhante cura semelhante”. Isso 
significa que uma pessoa doente pode ser curada por um medicamento que é 
capaz de produzir sintomas parecidos em uma pessoa sadia. Em um tratamento 
homeopático, o clínico deve observar cuidadosamente e considerar cada paciente 
como único (BRASIL, 2011a).
Para a homeopatia, as doenças são geradas pelo desequilíbrio das forças 
do organismo. Portanto, o clínico homeopata não investiga somente sintomas 
isolados, mas considera o paciente como um todo, corpo e mente. Assim, a 
homeopatia trata o doente, e não a doença (BRASIL, 2011a).
Os medicamentos homeopáticos são produzidos de forma diferenciada 
dos fitoterápicos, por meio de dinamização. Nesse tipo de terapia, são utilizados, 
além de princípios ativos de origem vegetal, outros de origem animal, mineral e 
sintética (BRASIL, 2011a).
Dinamização é o processo pelo qual os medicamentos são preparados 
a partir de insumos submetidos a triturações sucessivas ou diluições seguidas 
de agitação ritmada, para o desenvolvimento da capacidade terapêutica do 
medicamento (BRASIL, 2011a).
No Brasil, a homeopatia foi introduzida oficialmente em 1840, pelo 
médico francês Benoít Jules Mure, que trazia na bagagem a experiência de grande 
divulgador da homeopatia em algumas cidades europeias. Suas convicções 
e propostas na área social encontraram campo de ação na divulgação da 
homeopatia, pois ele se propunha a tratar os escravos e socialmente excluídos do 
Brasil Império (CRF-SP, 2019).
A homeopatia propagou-se pelo país pelas mãos dos discípulos de 
Mure, e foi abraçada pelo movimento positivista em fins do século XIX. Com a 
República, a homeopatia ganhou força institucional, tanto na sua prática como no 
seu ensino. Figuras importantes, como Monteiro Lobato e Rui Barbosa, estiveram 
ligadas a ela (CRF-SP, 2019).
A partir da década de 1930, a homeopatia gradativamente perdeu força e 
importância no Brasil, sem, porém, desaparecer. Conheceu um renascimento na 
década de 1970, na trilha das ideias libertárias da época. De terapia “alternativa”, 
desenvolveu-se científica e politicamente para a posição de prática complementar 
no início do século XXI, avalizada pelas políticas de saúde do governo brasileiro 
(CRF-SP, 2019).
TÓPICO 2 — TIPOS DE MEDICAMENTOS
99
3.1 MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO X MEDICAMENTO 
ALOPÁTICO
O tratamento homeopático não busca eliminar apenas os sintomas 
da doença e sim estimularo organismo a se fortalecer. Logo, o tratamento 
homeopático é eficaz para curar o doente, e não apenas aliviá-lo (BRASIL, 2011a).
Já o tratamento alopático busca, por meio dos medicamentos de ação 
química, eliminar os sintomas e manifestações da doença pelo chamado princípio 
dos contrários. Por exemplo: uso de laxante para prisão de ventre (BRASIL, 2011a). 
Essa anulação de sintomas normalmente não combate a origem e as causas da 
doença. Na maioria dos casos, há grande alívio, mas apenas durante o tratamento 
(BRASIL, 2011a).
4 ORIGEM DO PRINCÍPIO ATIVO
É importante sabermos qual a procedência dos medicamentos e a diferença 
de um medicamento inovador, seu similar e seu genérico. Esse conhecimento é 
necessário para seguirmos algumas legislações, que permitem a intercambialidade 
de medicamentos, e também para a orientação correta à população consumidora.
4.1 MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA E/OU INOVADORES
Um produto inovador é aquele registrado no órgão federal responsável 
pela vigilância sanitária e comercializado no país, cuja eficácia, segurança e 
qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente 
por ocasião do registro. A empresa interessada em registrar medicamentos 
genéricos e/ou similares deverá utilizar obrigatoriamente o medicamento de 
referência (BRASIL, 2020).
A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 35, de 15 de junho de 2012, 
dispõe sobre os critérios de indicação, inclusão e exclusão de medicamentos na 
Lista de Medicamentos de Referência.
Assista ao vídeo, a seguir, para fixar o conhecimento dos medicamentos 
homeopáticos e alopáticos: https://www.youtube.com/watch?v=tn0VAvqUg0Q.
DICAS
https://www.youtube.com/watch?v=tn0VAvqUg0Q
100
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
FIGURA 10 – EXEMPLO DE MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA
FONTE: <https://bit.ly/3gAYukF>. Acesso: 29 jul. 2020.
4.1.1 Medicamentos genéricos
Contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, é 
administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica 
do medicamento de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes 
à do medicamento de referência e podendo, com este, ser intercambiável. A 
intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de referência 
pelo seu genérico, é assegurada por testes de equivalência terapêutica, que incluem 
comparação in vitro, através dos estudos de equivalência farmacêutica, e in vivo, 
com os estudos de bioequivalência apresentados à Anvisa. Os medicamentos 
genéricos podem ser identificados pela tarja amarela, na qual se lê “Medicamento 
Genérico”. Além disso, deve constar na embalagem a frase “Medicamento 
Genérico Lei nº 9.787/1999”. Como os genéricos não têm marca, o que você lê na 
embalagem é o princípio ativo (BRASIL, 2020).
Acesse a RDC nº 35/2012 na íntegra em: https://pfarma.com.br/noticia-setor-
farmaceutico/legislacao-farmaceutica/891-rdc-35-2012-norma-lista-medicamentos-
referencia.html.
DICAS
TÓPICO 2 — TIPOS DE MEDICAMENTOS
101
FIGURA 11 – APRESENTAÇÃO DO MEDICAMENTO GENÉRICO
FONTE: <https://bit.ly/2KbRjDw>. Acesso em: 30 jul. 2020.
Na década de 1970, deu-se o início do processo de discussão sobre os 
medicamentos genéricos no país, culminando com a publicação do Decreto 
nº 793/1993, revogado pelo Decreto nº 3.181, de 23 de setembro de 1999, que 
regulamentou a Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999 (BRASIL, 2020).
Durante a década de 1990, com a aprovação da Lei nº 9.787, de 10 de 
fevereiro de 1999, foram criadas as condições para a implantação de medicamentos 
genéricos, em consonância com normas adotadas pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS) e por países da Europa, além de Estados Unidos e Canadá (BRASIL, 
2020).
Em 3 de fevereiro de 2000, iniciou-se a concessão dos primeiros registros 
de medicamentos genéricos. Naquele ano foram concedidos 182 registros de 
medicamentos genéricos e tomadas as ações para implementar a produção desses 
medicamentos, inclusive com incentivo à importação (BRASIL, 2020).
Leia a Lei nº 9.787/99 na íntegra em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9787.htm#:~:text=L9787&text=LEI%20N%C2%BA%209.787%2C%20DE%2010%20DE%20
FEVEREIRO%20DE%201999.&text=Altera%20a%20Lei%20no,farmac%C3%AAuticos%20
e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.
DICAS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9787.htm#:~:text=L9787&text=LEI N%C2%BA 9.787%2C DE 10 DE FEVEREIRO DE 1999.&text=Altera a Lei no,farmac%C3%AAuticos e d%C3%A1 outras provid%C3%AAncias.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9787.htm#:~:text=L9787&text=LEI N%C2%BA 9.787%2C DE 10 DE FEVEREIRO DE 1999.&text=Altera a Lei no,farmac%C3%AAuticos e d%C3%A1 outras provid%C3%AAncias.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9787.htm#:~:text=L9787&text=LEI N%C2%BA 9.787%2C DE 10 DE FEVEREIRO DE 1999.&text=Altera a Lei no,farmac%C3%AAuticos e d%C3%A1 outras provid%C3%AAncias.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9787.htm#:~:text=L9787&text=LEI N%C2%BA 9.787%2C DE 10 DE FEVEREIRO DE 1999.&text=Altera a Lei no,farmac%C3%AAuticos e d%C3%A1 outras provid%C3%AAncias.
102
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
4.1.2 Vantagens dos medicamentos genéricos
• Disponibilizar medicamentos de menor preço, uma vez que o medicamento 
genérico deve ser, no mínimo, 35% mais barato que o medicamento de 
referência.
• Reduzir os preços dos medicamentos de referência, com a entrada de 
medicamentos concorrentes (genéricos).
• Contribuir para aumento do acesso a medicamentos de qualidade, seguros e 
eficazes.
Desde a criação da lei dos medicamentos genéricos, o registro desses 
medicamentos pela Anvisa teve um número significativo por ano, conforme 
demonstrado na Figura 12.
FIGURA 12 – NÚMERO DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS REGISTRADOS POR ANO
FONTE: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/genericos/estatisticas/arqui-
vos/6462json-file-1>. Acesso em: 29 jul. 2020.
4.1.3 Medicamentos similares
Contêm o mesmo ou os mesmos princípios ativos e apresentam mesma 
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação 
terapêutica, que são equivalentes ao medicamento registrado no órgão federal 
responsável pela vigilância sanitária, podendo deferir somente em características 
relativas a tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, 
rotulagem, excipiente e veículo, devendo sempre ser identificado por nome 
comercial e marca (BRASIL, 2020).
TÓPICO 2 — TIPOS DE MEDICAMENTOS
103
4.1.4 Medicamentos manipulados
Os medicamentos manipulados são aqueles preparados diretamente 
na farmácia, pelo profissional farmacêutico, a partir das fórmulas inscritas no 
Formulário Nacional ou Internacional reconhecidas pela Anvisa, ou ainda a 
partir de uma prescrição de profissional habilitado, que estabeleça em detalhes 
sua composição, forma farmacêutica, posologia e modo de usar (BRASIL, 2012).
O processo de elaboração de um medicamento manipulado exige um 
rígido controle, já que, na maioria das vezes, o seu quantitativo impede uma análise 
farmacopeica de avaliação da qualidade do produto final. Essa qualidade é obtida 
por meio de um processo de formulação totalmente controlado, que conduz ao 
produto final. Para tal, é necessário ter em mãos insumos farmacêuticos oriundos 
de fornecedores qualificados e com certificados analíticos bem elaborados e que 
traduzam a real especificidade do insumo, segundo requisitos farmacopeicos 
(BRASIL, 2012).
O processo magistral, realizado de forma artesanal, é seguro, pois tem 
base em procedimentos rigorosos por profissionais especializados e preparados 
ao desempenho de suas funções, legitimamente amparadas pela legislação em 
vigor (BRASIL, 2012).
O medicamento manipulado é produzido de forma personalizada, ou seja, 
para atender a uma necessidade particular de um paciente e para uso imediato. 
Por isso, não se atribui a ele um prazo de validade e sim uma data limite para o 
uso (prazo de uso), que pode variar de alguns dias até poucos meses. Os critérios 
para definição do prazode uso são, portanto, diferentes daqueles aplicados nos 
estudos de prazo de validade dos produtos industrializados (BRASIL, 2012).
Para garantir segurança, eficácia e qualidade do produto manipulado, 
são necessários cálculos corretos, medidas exatas, condições e procedimentos 
apropriados para o desenvolvimento de formulação, insumos de qualidade e 
prudente julgamento do farmacêutico, que deve ser um profissional qualificado 
para esse fim. Além disso, uma fórmula adequada com um perfil de estabilidade 
comprovado deve ser procurada em literatura específica (BRASIL, 2012).
4.1.5 Intercambialidade de medicamentos
• Bioequivalência, os produtos farmacológicos são considerados equivalentes 
farmacêuticos se tiverem os mesmos ingredientes ativos e forem idênticos em 
potência ou concentração, apresentação e via de administração. Em termos 
farmacêuticos, dois fármacos equivalentes são considerados bioequivalentes 
quando as taxas e amplitudes da biodisponibilidade do ingrediente ativo em 
dois produtos não forem significativamente diferentes sob condições experi-
mentais adequadas (BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006). Consiste na demons-
tração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma 
forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa 
104
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando 
estudados sob um mesmo desenho experimental (BRASIL, 2009).
FIGURA 13 – INTERCAMBIALIDADE DE MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA, GENÉRICO E SIMILAR
FONTE: <https://www.mypharma.com.br/blog/intercambialidade-medicamentos/>. Acesso em: 
29 jul. 2020.
• Biodisponibilidade: indica a velocidade e a extensão de absorção de um 
princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração 
versus tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina (BRASIL, 2020).
• Denominação Comum Brasileira (DCB): denominação do fármaco ou 
princípio farmacologicamente ativo aprovado pelo órgão federal responsável 
pela vigilância sanitária (Lei nº 9.787/1999; BRASIL, 2020).
• Denominação Comum Internacional (DCI): denominação do fármaco ou 
princípio farmacologicamente ativo recomendado pela OMS (BRASIL, 2020).
https://www.mypharma.com.br/blog/intercambialidade-medicamentos/
105
FIGURA 14 – NOMENCLATURA FARMACÊUTICA
FONTE: <http://enfermagembio.blogspot.com/2015/01/nomenclatura-dos-farmacos.html>. 
Acesso em: 30 jul. 2020.
• Produtos farmacêuticos intercambiável: equivalente terapêutico de um 
medicamento de referência, comprovados, essencialmente, os mesmos 
efeitos de eficácia e segurança (BRASIL, 2020). Quando o medicamento é um 
equivalente, ele deverá obrigatoriamente vir com o símbolo (EQ; Figura 15).
FIGURA 15 – MEDICAMENTO DE MARCA SIMILAR EQUIVALENTE
FONTE: <https://www.novaquimicafarma.com.br/>. Acesso em: 20 jul. 2020.
A seguir, vamos observar na Figura 16 uma representação das principais 
diferenças entre os medicamentos.
http://enfermagembio.blogspot.com/2015/01/nomenclatura-dos-farmacos.html
https://www.novaquimicafarma.com.br/
106
FIGURA 16 – DIFERENÇAS ENTRE OS MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA, GENÉRICO E SIMILAR 
EQUIVALENTE
FONTE: <https://bit.ly/3gwgQn6>. Acesso em: 29 jul. 2020.
Na prática, a Figura 17 mostra exemplos de embalagens de medicamentos 
comuns no mercado brasileiro. 
FIGURA 17 – EMBALAGENS DE MEDICAMENTOS PARA COMPARAÇÃO
FONTE: <https://bit.ly/3oAC8CE>. Acesso em: 29 jul. 2020.
Com essa imagem, você consegue identificar qual é o medicamento 
referência, o similar e o genérico?
Confira a lista de medicamentos de referência no link: https://pt.slideshare.net/
docanto/medicamentos-de-referncia-anvisa.
DICAS
107
5 ELEMENTOS DO MEDICAMENTO
Há uma infinidade de embalagens diferentes de medicamentos no 
mercado, as quais devem ser resultado de compromisso do fabricante com a 
qualidade, representada por alguns fatores, como a função física de manuseio 
e proteção do produtor, consumidor e meio ambiente, a função competitiva 
de comunicação e a função econômica, relacionada ao custo total do produto 
(FIORENTINO et al., 2008).
As funções das embalagens podem ser resumidas em:
• Acondicionamento: conter o produto acondicionado, isto é, em uma 
embalagem capaz de resistir a qualquer reação devido às substâncias contidas 
no produto.
• Proteção: proteger o produto do manuseio, da ação de agentes externos, como 
oxigênio, temperatura etc., que podem danificar o produto.
• Comunicação: informar de forma inequívoca todas as características, formas 
de uso, manuseio e cuidados, bem como o número do lote e prazo de validade.
• Utilidade: função na qual o tipo de embalagem, formato, tamanho e 
apresentação estão diretamente relacionados ao uso que será dado. Por 
exemplo, um blister, uma seringa, um gotejador (AULTON, 2016).
A embalagem, o rótulo e a bula dos medicamentos devem transmitir todas 
as informações relevantes sobre o produto, contribuindo para o seu uso adequado 
(BRASIL, 2010). Devem conter informações obrigatórias sobre o medicamento, 
estabelecidas por resoluções publicadas pela Anvisa. A indústria responsável pelo 
medicamento tem obrigação legal de prestar todas as informações necessárias 
para o uso adequado e os possíveis problemas e cuidados relacionados ao produto 
(BRASIL, 2010).
5.1 EMBALAGEM
As embalagens têm como finalidade proteger os medicamentos de agentes 
externos, como calor, luz e umidade, de forma a garantir a não ocorrência de 
degradação que comprometa a qualidade do produto.
Os tipos de embalagem de medicamentos são divididos em:
• Embalagem primária: tem contato direto com o produto e é a maior barreira 
de proteção; como exemplos, podemos citar o blister e o frasco de vidro.
• Embalagem secundária: protege a embalagem primária, como cartuchos 
(caixinhas que envolvem a embalagem primária).
• Embalagem terciária: contém a embalagem primária e secundária, para que 
haja melhor transporte – caixa de papelão é o exemplo mais comum.
• Bisnaga: recipiente flexível para semissólidos e cremes.
• Blister: bandeja moldada com selagem laminada, para comprimidos e pílulas.
108
• Frasco: recipiente rígido para líquidos, geralmente de plástico ou vidro.
Na embalagem secundária, deve constar algumas informações 
importantes: 
• Nome comercial do medicamento (ausente em genéricos). Em caso de 
medicamentos fitoterápicos, deve ser apresentado o nome botânico da planta.
• Denominação genérica.
• Nome, endereço e CNPJ da empresa produtora.
• Nome do fabricante e local de fabricação do produto.
• Número do lote.
• Data de fabricação (mês e ano).
• Data da validade (mês e ano).
• Número do registro (MS seguido do número, constando 13 números).
• Composição do medicamento, quantidade e via de administração.
• Nome do farmacêutico responsável técnico e número de inscrição no Conselho 
Regional de Farmácia (CRF).
• Telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).
• Lacre de segurança (toda embalagem deve estar lacrada).
• Tinta reativa que, quando raspada com metal, deve apresentar a palavra 
qualidade e nome do laboratório ou selo de rastreabilidade.
Além do atendimento de suas funções, os projetos de embalagem devem 
adequar-se à manufatura sem deixar de considerar os aspectos logísticos, o 
cumprimento das legislações específicas e as questões ambientais relacionadas 
ao descarte.
A rastreabilidade de medicamentos é o conjunto de procedimentos que 
permite traçar o histórico, a aplicação ou a localização de medicamentos, por meio de 
informações previamente registradas, mediante sistema de identificação exclusivo de 
produtos, prestadores de serviços e usuários, a ser aplicado no controle de toda e qualquer 
unidade de medicamento produzido, dispensado ou vendido em território nacional.
A rastreabilidade é um tema debatido no setor farmacêutico brasileiro desde a Lei nº 11.903, 
de 2009, que dispõe sobre a criação de um Sistema Nacional de Controle de Medicamentos. 
A legislação propõe que, por meio da tecnologiade rastreabilidade, seja traçado o histórico, 
a custódia atual ou a última destinação conhecida dos medicamentos.
A rastreabilidade tem diversas funções importantes para a saúde pública e as questões 
sanitárias. Caso seja necessário realizar um recall de um medicamento (recolhimento de 
um lote por algum motivo de desvio de qualidade), a empresa fabricante saberá exatamente 
onde deve buscar o produto e como tirá-lo do mercado de forma rápida, evitando danos à 
população (MÜLLER; LEONARDI, 2018).
NOTA
109
É preciso considerar que, para cada situação, o que inclui tipo de 
medicamento (pH, química envolvida, dispensação), dosagem, via de 
administração, indicação de uso, linha de tratamento, forma farmacêutica, entre 
outros fatores, deve ser analisado qual o melhor tipo de embalagem e material 
a ser utilizado, seguindo as diretrizes ofi ciais para confecção e manipulação de 
cada produto.
FIGURA 18 – TIPOS DE EMBALAGEM DE MEDICAMENTOS
FONTE: <https://www.optelgroup.com.br/agregacao-de-medicamentos-serializados/>. Acesso 
em: 7 ago. 2020.
5.2 TARJA
Apesar de os medicamentos apresentarem benefícios, também há 
possibilidade de riscos, conhecidos como efeitos adversos, que variam de acordo 
com as propriedades químicas das substâncias presentes em sua composição, bem 
como com as características do usuário do medicamento (idade, etnia, condição 
clínica). 
Os efeitos colaterais nocivos dos medicamentos (ou reações adversas) e a 
capacidade de ocasionar dependência são os principais riscos associados ao uso 
de medicamentos. Para indicar o potencial de risco de cada tipo de medicamento, 
seguindo também o quadro clínico a que ele é destinado, os medicamentos foram 
divididos em categorias, que podem ser identifi cadas na embalagem externa do 
produto farmacêutico da seguinte forma: sem tarja, com tarja vermelha e com 
tarja preta.
Os medicamentos não tarjados são aqueles que, embora possam apresentar 
risco em potencial associado ao uso, ele é considerado pequeno e o quadro clínico 
a que são destinados é de baixa gravidade. 
Os medicamentos de tarja vermelha apresentam maior risco ao usuário, 
quando comparados aos não tarjados, além de serem empregados para situações 
clínicas crônicas e de maior gravidade. Por isso, só devem ser utilizados por 
pacientes que passaram previamente em consulta médica.
110
Os medicamentos com tarja preta requerem maior risco de atenção, no 
que diz respeito à segurança dos seus usuários. O potencial de risco associado 
ao uso desses produtos obriga a apresentação de prescrição médica na farmácia, 
para a aquisição do produto. As substâncias presentes nesse tipo de medicamento 
apresentam, além dos riscos de reações adversas graves, o potencial de ocasionar 
dependência (ASCORFEJ, 2014).
Assim, cada cor de tarja tem sua receita correspondente:
• os medicamentos com tarja vermelha (ou amarela no caso dos genéricos) 
devem ser vendidos somente com a apresentação da receita por profissional 
habilitado.
• os medicamentos com tarja preta exigem receita azul.
FIGURA 19 – RESUMO DAS DIFERENÇAS ENTRE MEDICAMENTOS SEM TARJA E COM TARJAS 
VERMELHA E PRETA
FONTE: <https://cemedmg.wordpress.com/2017/07/07/o-que-sao-medicamentos-isentos-de-
-prescricao-mips/>. Acesso em: 7 ago. 2020.
5.3 RÓTULO
Os rótulos devem apresentar informações adequadas para dispensação 
e uso de medicamento, armazenamento correto e rastreamento, desde a sua 
fabricação até o consumo. Em algumas situações, devem alertar sobre os riscos 
do uso do produto para alguns grupos, como diabéticos, celíacos e alérgicos, 
podendo conter orientações adicionais (BRASIL, 2010).
Medicamentos 
isentos de 
prescrição, como 
analgésicos, 
antitérmicos, 
ácidos e xaropes 
para tosse, entre 
outros
Sem Tarja Tarja preta
Possuem inscrição 
"venda sob 
prescrição médica". 
Anticoncepcionais 
antifúngicos, al-
guns remédios para 
doenças crônicas, 
como hipertensão, 
entre outros, estão 
neste grupo. Podem 
causar graves 
efeitos colaterais e 
possuem contra-in-
dicações
Possuem inscrição 
"venda sob pres-
crição médica" - só 
pode ser vendido 
com retenção da re-
ceita. Antibióticos e 
algumas classes de 
anti-inflamatórios 
estão neste grupo
São os medicamen-
tos que exercem 
ação sedativa ou 
que ativam o siste-
ma nervoso central, 
portanto fazem 
parte dos chamados 
psicotrópicos. Só 
podem ser vendidos 
com receituário 
especial de cor 
azul. Na tarja vem 
impresso "venda 
sob prescrição 
médica - o abuso 
deste medicamento 
pode causar depen-
dência"
Tarja vermelha
(sem retenção de
receita)
Tarja vermelha
(com retenção de
receita)
https://cemedmg.wordpress.com/2017/07/07/o-que-sao-medicamentos-isentos-de-prescricao-mips/
https://cemedmg.wordpress.com/2017/07/07/o-que-sao-medicamentos-isentos-de-prescricao-mips/
111
5.4 BULA
A bula é um documento legal sanitário que serve para obter informações e 
orientações sobre medicamentos necessários para uso seguro e tratamento eficaz. 
Ela pode ser de dois tipos: bula para o paciente (com termos acessíveis e diretos) 
e bula para os profissionais de saúde (com termos mais técnicos e informações 
mais complexas).
Para mais informações sobre as bulas dos medicamentos, acesse: https://
www.gov.br/anvisa/pt-br/acessoainformacao/perguntasfrequentes/medicamentos/bulas.
DICAS
112
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A alopatia utiliza o medicamento para produzir, no organismo, reação 
contrária aos sintomas.
• A homeopatia baseia-se no princípio do “semelhante cura semelhante”.
• Os medicamentos de referência e/ou inovadores são registrados e 
comercializados com eficácia, segurança e qualidade comprovados 
cientificamente. Esses medicamentos têm dez anos de patente e só depois 
desse período pode ser comercializado seu genérico ou similar.
• Os medicamentos genéricos são aqueles com o mesmo princípio ativo, mesma 
dose e indicação terapêutica do medicamento de referência.
• Os medicamentos similares são aqueles que contêm o mesmo princípio ativo, 
mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e 
indicação do medicamento de referência.
• Os medicamentos manipulados são aqueles preparados diretamente pelo 
farmacêutico em farmácias de manipulação.
• Os medicamentos bioequivalentes são aqueles considerados equivalentes 
farmacêuticos, sendo permitida, pela legislação, a troca de um medicamento 
de referência pelo bioequivalente.
• A embalagem, o rótulo e a bula dos medicamentos devem transmitir as 
informações relevantes dos produtos.
113
1 A lei, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento 
genérico, trata sobre a utilização de nomes genéricos em produtos 
farmacêuticos e dá outras providências. Qual é a lei que se refere à criação 
do medicamento genérico?
a)
b)
c)
d)
( ) Lei nº 9.787.
( ) Lei nº 8.080.
( ) Lei nº 5.991.
( ) Lei nº 13.021.
2 O medicamento similar é aquele que contém o mesmo princípio ativo, 
apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, 
posologia e indicação terapêutica. Quais são as únicas características que o 
medicamento similar pode diferir do medicamento de referência?
a)
b)
c)
d)
( ) Posologia, forma farmacêutica.
( ) Via de administração e indicação terapêutica.
( ) Posologia e via de administração.
( ) Tamanho e formato do produto.
3 A intercambialidade de medicamentos corresponde à substituição de 
produtos com a mesma qualidade, eficácia e segurança para o sucesso 
do tratamento. Quando chega uma prescrição na farmácia, por qual 
medicamento você pode trocar o medicamento de referência que foi 
prescrito?
a)
b)
c)
d)
( ) Somente pelo referência.
( ) Somente pelo similar (que não é bioequivalente).
( ) Somente pelo genérico.
( ) Pelo genérico ou pelo similar.
AUTOATIVIDADE
114
115
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Os medicamentos isentos de prescrição (MIPs), também chamados de 
medicamentos de venda livre ou over the conter (OTC, que significa sobre o balcão), 
são, segundo oMinistério da Saúde, aqueles cuja dispensação não requerem 
receita de um profissional prescritor habilitado (COSTA, 2005).
Geralmente, os MIPs são indicados para doenças com alta morbidade 
e baixa gravidade e são considerados de elevada segurança de uso, eficácia 
comprovada cientificamente ou de uso tradicional reconhecido, de fácil utilização 
e baixo risco de uso abusivo; são exemplos os antiácidos, os analgésicos e os 
antieméticos (CRF-SP, 2010).
O fácil acesso aos MIPs torna-os diretamente atrelados à automedicação 
– prática comum devido à dificuldade de atendimento médico (CRF-SP, 2010).
A automedicação, condenada por muitos, em alguns casos, quando feita 
de forma correta, pode ser desejável. A OMS define a automedicação responsável 
como “prática dos indivíduos em tratar seus próprios sintomas e males menores 
com medicamentos aprovados e disponíveis sem a prescrição médica e que são 
seguros quando usados segundo as instruções” (CRF-SP, 2010), recomendando-a 
como forma de desonerar o sistema público de saúde.
Em EUA, Canadá, Japão e países da União Europeia, a automedicação é 
prática consolidada, sendo a automedicação responsável praticada principalmen-
te para tratamento de sintomas e doenças sem gravidade, como gripe, resfriado, 
dores de cabeça comuns, alguns tipos de micoses, dores musculares, entre outras 
enfermidades (CRF-SP, 2010).
No Brasil, a Portaria nº 2, de 24 de janeiro de 1955, define os seguintes 
medicamentos como de venda livre ou isentos de prescrição:
• profiláticos da cárie;
• antissépticos bucais;
• soluções isosmóticas de cloreto de sódio para uso oftálmico;
• produtos para uso oftálmico, com ação emoliente ou protetora;
• antiácidos simples ou associados com antifiséticos ou carminativos, 
antifiséticos simples e carminativos simples;
• colagogos e coleréticos;
TÓPICO 3 — 
MEDICAMENTOS COM EXIGÊNCIA E 
ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
116
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
• laxantes suavizantes e emolientes, e laxantes incrementadores de bolo fecal;
• absorventes intestinais;
• digestivos contendo exclusivamente enzimas;
• suplementos dietéticos com vitaminas, suplementos dietéticos proteicos, e 
produtos para dietas especiais;
• tônicos e reconstituintes para uso oral;
• hidratantes eletrolíticos orais;
• preparações contendo ferro;
• emolientes e protetores de pele e mucosas, queratolíticos e queratoplásticos, 
agentes cicatrizantes, adstringentes, rubefacientes, antissépticos e 
desinfetantes;
• analgésicos não narcóticos;
• balsâmicos e mucolíticos, unguentos percutâneos, inalantes tradicionais;
• anti-inflamatórios não esteroidais de uso tópico;
• produtos fitoterápicos;
• vitaminas em geral ou associadas com sais minerais.
2 MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
No Brasil, a questão de medicamentos é paradoxal: por um lado, a 
população sofre com a falta de acesso aos medicamentos, por outro, há o 
consumo irracional estimulado pela automedicação e pela concepção errônea de 
medicamento como simples mercadoria, isenta de risco. A automedicação é uma 
realidade evidente, devido às carências e aos hábitos da população, à propaganda 
abusiva de medicamentos, aos medicamentos disponibilizados ao consumidor 
(autoatendimento) e também pelo fato de o usuário, muitas vezes, não solicitar 
orientação do profissional farmacêutico quando vai à farmácia (CRF-SP, 2010).
Todos os países, independentemente de seu grau de desenvolvimento, 
precisam de meios para assegurar o uso racional e custo-efetividade dos 
medicamentos. Nesse sentido, os farmacêuticos podem desempenhar um papel-
chave no atendimento às necessidades do indivíduo e da sociedade (OPAS/OMS, 
2004). Esses profissionais devem ampliar sua responsabilidade para além dos 
produtos, das estruturas químicas e da farmacologia, envolvendo os pacientes e 
suas condições médicas (CRF-SP, 2010).
Para que ocorra o uso correto, seguro e racional de medicamentos, os 
farmacêuticos precisam se conscientizar da importância dos MIPs, pois essa 
classe terapêutica está sob sua responsabilidade e deve ser usada como a principal 
ferramenta para tratamentos de sintomas menores de baixa gravidade, passíveis 
de orientação farmacêutica e automedicação (CRF-SP, 2010).
A dispensação de medicamentos, isentos ou não de prescrição, deve 
ser entendida como um processo de atenção à saúde. Quando a dispensação 
é acompanhada de orientação adequada, os riscos relativos ao medicamento 
diminuem, contribuindo para que os estabelecimentos farmacêuticos sejam um 
verdadeiro estabelecimento de saúde (CRF-SP, 2010).
TÓPICO 3 — MEDICAMENTOS COM EXIGÊNCIA E ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
117
No site da Anvisa, você encontrará todas as informações e resoluções sobre MIP: 
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/acessoainformacao/perguntasfrequentes/medicamentos/
medicamentos-isentos-de-prescricao.
DICAS
Você sabe o que é dispensar um medicamento?
É o ato de assegurar que o medicamento de boa qualidade seja entregue ao paciente 
certo, na dose prescrita, na quantidade adequada, com a embalagem adequada (para 
preservação da qualidade do produto) e que sejam fornecidas informações suficientes para 
seu uso correto.
Os objetivos da dispensação são: garantir o cumprimento da prescrição, contribuir na 
adesão do paciente ao tratamento, minimizar erros de prescrição, proporcionar atenção 
farmacêutica e informar sobre o uso correto (ANGONESI; RENNO, 2011).
NOTA
3 MEDICAMENTOS COM PRESCRIÇÃO
O farmacêutico deve ter conhecimento sobre os tipos de receitas para a 
prescrição de medicamentos controlados. Essa prescrição só pode ser feita por 
profissionais habilitados, sendo eles médicos, dentistas e veterinários.
O farmacêutico é responsável por avaliar as receitas antes da dispensação.
3.1 TIPOS DE PRESCRIÇÃO
Existem leis específicas que o farmacêutico deve seguir, como a Portaria nº 
344/1998 e todas as suas atualizações, que tratam dos medicamentos controlados, 
e a Resolução nº 20/2011, que trata dos medicamentos antimicrobianos que, a 
partir do ano de 2011, também fazem parte da lista de medicamentos controlados.
A Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, da Secretaria de Vigilância Sanitária 
do Ministério da Saúde (SVS/MS) é a principal legislação nacional sobre o comércio 
de medicamentos sujeitos a controle especial. Nela, as substâncias estão distribuídas 
em listas que determinam a forma como devem ser prescritas e dispensadas (Figura 
20). Essas listas são atualizadas por meio de Resoluções de Diretoria Colegiada 
(RDC) da Anvisa e devem ser acessadas por todos os profissionais que trabalham 
com substâncias sujeitas a controle especial (CRF-PR, 2015).
118
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
FIGURA 20 – RESUMO DO RECEITUÁRIO, PRESCRIÇÃO E BALANÇOS DE MEDICAMENTOS 
SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL
FONTE: <https://crf-pr.org.br/uploads/pagina/25664/Manual_Dispensacao_de_Medicamen-
tos_4_Edicao.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2020.
Para facilitar o entendimento das informações da Figura 20, as siglas 
apresentadas correspondem a: notificação de receita (NR); apresentação injetável 
(Inj); balanço de substâncias psicoativas e outras sujeitas a controle especial 
(BSPO); balanço de medicamentos psicoativos e outros sujeitos a controle especial 
(BMPO); relação mensal de notificações de receita A (RMNRA); relação mensal de 
notificações de receita B2 (RMNRB2).
Já em caso de substâncias sujeitas a controle especial, os medicamentos 
devem ser guardados sob chave ou outro dispositivo que ofereça segurança, 
em local exclusivo para esse fim e sob a responsabilidade do farmacêutico. Sua 
dispensação deve ser feita exclusivamente por farmacêuticos, sendo proibida 
a delegação da responsabilidade sobre o controle dos medicamentos a outros 
funcionários (CRF-PR, 2015).
As prescrições de medicamentos, tanto controlados quanto antimicrobia-
nos, valem em todo território nacional.
https://crf-pr.org.br/uploads/pagina/25664/Manual_Dispensacao_de_Medicamentos_4_Edicao.pdf
https://crf-pr.org.br/uploads/pagina/25664/Manual_Dispensacao_de_Medicamentos_4_Edicao.pdfTÓPICO 3 — MEDICAMENTOS COM EXIGÊNCIA E ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
119
O receituário é o papel utilizado para a prescrição de medicamentos. Já a 
receita é a prescrição escrita de medicamentos, contendo orientação de uso para 
o paciente, efetuada por profissional legalmente habilitado.
• Receituário simples: é utilizada para a prescrição de medicamentos anódinos 
e de medicamentos de tarja vermelha, com os dizeres venda sob prescrição 
médica, e segue as regras descritas na Lei nº 5.991/1973.
• Receita branca: receituário de controle especial, é utilizada para a prescrição 
de medicamentos à base de substâncias contidas na lista C1. Os medicamentos 
dessa lista contêm tarja vermelha (Figura 21).
• Receita azul: também conhecida como receita B, é um impresso padronizado 
de cor azul, utilizado para a prescrição de medicamentos que contenham 
substâncias da lista B1 e B2. Terá validade por 30 dias a partir da emissão 
(Figura 22).
• Receita amarela: a notificação de Receita A é um impresso de cor amarela 
para os medicamentos da lista A1, A2 e A3 (Figura 23).
• Notificação de Receita Especial de Retinoides: receita de cor branca, específica 
para prescrição de retinoides de uso oral (Figura 24).
Leia na íntegra o texto da RDC nº 344/1998 em: https://www.cff.org.br/userfiles/
file/portarias/344.pdf. Confira também a RDC nº 20/2011 em: https://bvsms.saude.gov.br/
bvs/saudelegis/anvisa/2011/rdc0020_05_05_2011.html.
DICAS
https://www.cff.org.br/userfiles/file/portarias/344.pdf
https://www.cff.org.br/userfiles/file/portarias/344.pdf
120
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
FIGURA 21 – RECEITA BRANCA: RECEITUÁRIO DE CONTROLE ESPECIAL
FONTE: <https://bit.ly/3oEg7mD>. Acesso em: 8 ago. 2020.
FIGURA 22 – RECEITA AZUL
FONTE: <https://bit.ly/2W4gTNm>; <https://bit.ly/3qMxtzG>; <https://bit.ly/3gGGTbd>. Acesso 
em: 4 ago. 2020.
TÓPICO 3 — MEDICAMENTOS COM EXIGÊNCIA E ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
121
FIGURA 23 – RECEITA AMARELA
FONTE: <https://bit.ly/37Relb9>. Acesso em: 4 ago. 2020.
FIGURA 24 – NOTIFICAÇÃO DE RECEITA ESPECIAL DE RETINOIDES
FONTE: <https://bit.ly/3m03FvO>; <https://bit.ly/3oASStu>. Acesso em: 7 ago. 2020.
122
UNIDADE 2 — DEFINIÇÕES IMPORTANTES NA FARMÁCIA
LEITURA COMPLEMENTAR
PREVALÊNCIA DA AUTOMEDICAÇÃO NO BRASIL E FATORES 
ASSOCIADOS
Paulo Sérgio Dourado Arrais
Maria Eneida Porto Fernandes
Tatiane da Silva Dal Pizzo
Luiz Roberto Ramos
Sotero Serrate Mengue
Vera Lucia Luiza
Noemia Urruth Leão Tavares
Mareni Rocha Farias
Maria Auxiliadora Oliveira
Andréa Dâmaso Bertoldi
Medicamentos são importantes bens sociais. Sua utilização pela 
população brasileira é alta e influenciada por vários fatores, como o aumento da 
expectativa de vida da população e o consequente aumento da carga de doença 
crônica, o surgimento de novas e velhas doenças transmissíveis, o aumento da 
prevalência dos transtornos de humor, as doenças resultantes da degradação do 
meio ambiente, da poluição ambiental e das mudanças climáticas, e os crescentes 
investimentos financeiros por parte do governo brasileiro para garantir o acesso 
universal aos serviços de saúde. 
Apesar dos avanços conquistados ao longo dos anos, persistem dificuldades 
de acesso, demora e baixa qualidade do atendimento nos serviços de saúde, tanto 
do setor público quanto do privado. Soma-se a esses aspectos, a veiculação de 
propagandas de medicamentos isentos de prescrição na mídia, a presença da 
“farmacinha” caseira nos domicílios e a crença de que os medicamentos resolvem 
tudo – constituindo fatores importantes para a prática da automedicação. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998) define automedicação 
como a seleção e o uso de medicamentos sem prescrição ou supervisão de um 
médico ou dentista. A automedicação é um fenômeno mundial e sua prevalência 
difere em função da população estudada, do método e do período recordatório 
utilizado: na Alemanha, a prevalência de uso de medicamentos por automedicação 
foi de 27,7%; em Portugal, de 26,2%; na Espanha, de 12,7%; em Cuba, de 7,3%; 
em Atenas-Grécia, de 23,4%; na região da Catalunha-Espanha, de 34% entre os 
homens e 25% entre as mulheres; e em Puducherry-Índia, de 11,9%. 
No Brasil, poucos estudos de base populacional traçaram o padrão de 
consumo de medicamentos da população brasileira como um todo. No estudo 
de Carvalho et al. (2005), a prevalência geral de utilização de medicamentos pela 
população maior de 18 anos, nos 15 dias anteriores a entrevista, foi de 49% e a 
automedicação, de 24,6%. 
123
Outros estudos enfocam as populações de municípios brasileiros. Entre 
os moradores da cidade de São Paulo, com idade acima de 40 anos, a prevalência 
da automedicação variou entre 27% e 32%; já no estudo da cidade mineira de 
Bambuí, com pessoas de idade maior ou igual a 18 anos, a prevalência de consumo 
exclusivo de medicamentos não prescritos foi de 28,8%. Em Santa Maria, Rio 
Grande do Sul, 76,1% das pessoas entrevistadas afirmaram ter se automedicado 
pelo menos uma vez.
Nesse contexto, considerando os poucos estudos publicados com 
representatividade nacional, a Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização 
Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM), desenvolvida pelo 
Ministério da Saúde, possibilita avaliar a situação da automedicação no país 
como temática relevante, dados os riscos inerentes à sua prática (intoxicações 
medicamentosas e reações adversas) e o possível aumento dos gastos em saúde.
FONTE: ARRAIS, P. S. et al. Prevalência da automedicação no Brasil e fatores 
associados. Rev. Saúde Pública, v. 50, supl. 2, 13s, 2016. Disponível em: https://
www.scielo.br/pdf/rsp/v50s2/pt_0034-8910-rsp-s2-S01518-87872016050006117.
pdf. Acesso em: 17 nov. 2020.
Leia o artigo na íntegra e reflita sobre a relevância do tema nos dias atuais.
DICAS
https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50s2/pt_0034-8910-rsp-s2-S01518-87872016050006117.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50s2/pt_0034-8910-rsp-s2-S01518-87872016050006117.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50s2/pt_0034-8910-rsp-s2-S01518-87872016050006117.pdf
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RESUMO DO TÓPICO 3
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Os medicamentos isentos de prescrição são aqueles também chamados de 
venda livre, cuja dispensação não precisa de receita: são indicados para 
tratamento com alta morbidade e baixa gravidade.
• Os medicamentos com prescrição só podem ser dispensados mediante receita 
de profissional habilitado.
• Para os medicamentos controlados, existem duas leis principais: a Portaria nº 
344/1998 e a Resolução nº 20/2011.
• Existem alguns tipos de receita para a dispensação dos medicamentos, sendo 
elas a branca (com duas vias), a azul e a amarela.
• O farmacêutico tem por responsabilidade avaliar sempre as prescrições.
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pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
125
1 Os medicamentos tarjados são aqueles que necessitam de uma prescrição 
médica para serem adquiridos. Qual é a cor da tarja dos medicamentos que 
só podem ser dispensados com receita azul?
a)
b)
c)
d)
( ) Tarja preta.
( ) Tarja Vermelha.
( ) Tarja Amarela.
( ) Sem Tarja.
2 É um regulamento técnico que regulamenta substâncias e medicamentos 
sujeitos a controle especial no Brasil. Qual é a resolução específica dos 
medicamentos controlados?
a)
b)
c)
d)
( ) Portaria nº 344/1998.
( ) Portaria nº 20/2011.
( ) Portaria nº 317/2019.
( ) Portaria nº 586/2013.
3 É um regulamento que dispõe sobre o controle de medicamentos à base 
de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, 
isoladas ou em associação. Qual é a Resolução específica dos medicamentos 
antimicrobianos?
a)
b)
c)
d)
( ) Resolução nº 344/1998.
( ) Resolução nº 20/2011.
( ) Resolução nº 317/2019.
( ) Resolução nº 586/2013.
AUTOATIVIDADE
126
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131
UNIDADE 3 — 
EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO 
FARMACÊUTICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender como a educação farmacêutica reflete no futuro profissional;
• conhecer as áreas da prática farmacêutica;
• construir o conhecimento sobre ética para aplicar no decorrer da 
formação profissional;
• reconhecer a importância da educação em saúde para orientar a 
população.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
TÓPICO 2 – ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
TÓPICO 3 – ÉTICA FARMACÊUTICA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
132
133
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A educação permanente dos profissionais de saúde, incluindo o 
farmacêutico, deve ser constante, pois as pesquisas na área da farmácia são amplas 
e é dever dos profissionais sempre repassar informações fidedignas à população.
A comunicação na área de saúde envolve o estudo e a utilização de 
estratégias e técnicas de comunicação para informar, orientar e influenciar o 
indivíduo e/ou uma comunidade. Assim, o farmacêutico é um dos profissionais 
que terá um primeiro contato com esses indivíduos.
Essa educação traz como responsabilidade o esforço técnico e 
comunicativo a favor da saúde e do bem-estar do paciente que busca orientação 
com o profissional.
2 EDUCAÇÃO EM SAÚDE
A educação em saúde é uma temática complexa devido às diversas 
dimensões que a compreendem: política, filosófica, social, religiosa, cultural, 
além de envolver aspectos práticos e teóricos de indivíduo, grupo, comunidade 
e sociedade. Como abarca o processo saúde-doença nas duas facetas dessa ação 
na saúde, faz-se necessária para sua manutenção ou para evitar e/ou retardar a 
presença de doença e torna-se essencial para a qualidade de vida das pessoas e/
ou para retardar as complicações do processo de adoecimento (SALCI et al., 2013).
A concepção de educação em saúde está atrelada aos conceitos de educa-
ção e de saúde. Tradicionalmente é compreendida como a transmissão de infor-
mações em saúde, com o uso de tecnologias mais avançadas ou não. Concepções 
críticas e participativas têm conquistado espaço e compreendem a educação em 
saúde como desenvolvida, para alcançar a saúde, sendo considerada “um conjun-
to de práticas pedagógicas de caráter participativo e emancipatório, que perpasse 
vários campos de atuação e tem como objetivo sensibilizar, conscientizar e mobi-
lizar para o enfrentamento de situações individuais e coletivas que interferem na 
qualidade de vida” (CANDEIAS, 1997, p. 225).
A prática educativa visa ao desenvolvimento da autonomia e da 
responsabilidade dos indivíduos pelas decisões diárias que envolvem o seu 
cuidado com a saúde (empoderamento). Não pode ser entendida como imposição 
TÓPICO 1 — 
EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
134
de um saber técnico-científico transmitido de forma vertical pelo profissional da 
saúde. Nessa perspectiva, educar em saúde não é somente transmitir informações, 
mas envolve a transformação de saberes e práticas existentes. A educação em 
saúde está relacionada ao desenvolvimento de responsabilidade nas pessoas 
por sua própria saúde e pela saúde da comunidade a que pertence, além de 
possibilitar a participação ativa na vida da comunidade (FRADE, 2006).
A educação em saúde na área farmacêutica é definida como um serviço 
que compreende diferentes estratégias educativas, as quais integram os sabores 
popular e científico, de modo a contribuir para aumentar conhecimentos, 
desenvolver habilidades e atitudes sobre os problemas de saúde e seus tratamentos. 
Tem como objetivo a autonomia dos pacientes e o comprometimento de todos 
(pacientes, profissionais, gestores e cuidadores) com a promoção da saúde, a 
prevenção e o controlede doenças, e a melhoria da qualidade de vida. Envolve, 
ainda, ações de mobilização da comunidade com o compromisso pela cidadania 
(CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2016).
3 EDUCAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS – PRÁTICAS 
EDUCATIVAS EM SAÚDE
O farmacêutico é um educador em saúde (SILVA, 2009). A formação 
desse profissional prima por um exaustivo estudo dos processos relacionados ao 
medicamento e às doenças. No entanto, há uma lacuna no que diz respeito aos 
processos humanos envolvidos na relação farmacêutico-paciente (SILVA, 2009).
Para entender e conseguir se comunicar com o paciente, pode-se utilizar 
a abordagem centrada na pessoa, desenvolvida por Carl Rogers. Trata-se de uma 
terapia não diretiva que se baseia na construção de uma relação de confiança 
por meio de consideração positiva incondicional, empatia e congruência (SILVA, 
2009).
O trabalho de Carl Rogers inspira os profissionais de Farmácia a ouvir 
atenta e profundamente o paciente, pois ele acredita no potencial de evolução do 
ser humano e no trato do paciente como agente do seu próprio tratamento, e não 
como um sujeito passivo; assim, em vez de só esperar os cuidados dos outros, o 
paciente é estimulado a cuidar de si mesmo (SILVA, 2009).
Não existe uma única resposta para todos os problemas, por isso essa 
sugestão não pretende ser a única resposta, uma vez que é possível desenvolver 
ideias próprias a respeito de como lidar com o paciente. Na prática, aprendemos 
que, quanto mais alternativas tivermos diante de um problema, maiores serão as 
chances de resolvê-lo (SILVA, 2009).
O objetivo da comunicação do farmacêutico é instruir sobre cuidados de 
saúde e utilização correta dos medicamentos. Ele tem que usar uma comunicação 
TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
135
simples e clara, para que o paciente consiga entender corretamente as informações 
(SILVA, 2009).
A formação do farmacêutico ainda é centrada no medicamento. É natural 
que sua preocupação seja a qualidade técnica da informação. Contudo, a atual 
inserção do profissional na equipe de saúde exige que ele se atualize. Como 
educador em saúde, ele precisa se comunicar melhor (SILVA, 2009).
Na prática, a preocupação com o bem-estar do paciente passa a ser 
essencial e o farmacêutico assume papel fundamental, somando esforços aos 
outros profissionais de saúde e à comunidade para a promoção da saúde (VIEIRA, 
2007).
Nesse sentido, James e Rovers (2003) indicam algumas iniciativas que 
podem ser implantadas pelo farmacêutico para a melhoria do estado de saúde 
da comunidade:
• acompanhamento e educação do paciente e para o paciente;
• avaliação dos seus fatores de risco;
• prevenção da saúde;
• promoção da saúde e vigilância das doenças.
Com a implantação desses serviços, o profissional farmacêutico assume 
um papel na área clínica, com grande responsabilidade para contribuir com os 
cuidados de saúde da população.
A seguir, vamos descrever, como exemplo, um diálogo entre paciente e far-
macêutico:
Paciente: – Sabe, eu estava tomando um remédio para aquela maldita dor de garganta. Em 
três dias, eu já estava bom. Aí sobrou esses aqui, que eu guardei para o caso de alguém lá 
em casa ficar doente.
Farmacêutico: – Sei, mas por quantos dias o médico pediu para que o senhor fizesse o 
tratamento?
Paciente: – Sete.
Farmacêutico: – E o senhor interrompeu o tratamento em três dias? – tom de discordân-
cia.
Paciente: – É.
Farmacêutico: – Mas isso não pode ser feito! Se o médico prescreveu o antibiótico por 
sete dias, é preciso tomá-lo por sete dias. Interromper o tratamento pode levar a uma 
resistência bacteriana, como futuras complicações para o senhor. Além disso, nenhum 
medicamento deve ser tomado por conta própria nem prescrito para outra pessoa sem 
se consultar o médico, especialmente no caso dos antibióticos. O senhor não pode saber 
se a doença da outra pessoa é a mesma que o senhor teve desta vez e, simplesmente, 
entregar o seu medicamento. Seguem as explicações...
NOTA
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
136
Paciente: – Hummm... Hum....
Observe, nesse diálogo, que o farmacêutico cumpriu seu dever esclarecendo sobre a utili-
zação correta dos medicamentos, informando por que o paciente não podia ter interrom-
pido o tratamento. Será que o paciente entendeu o recado?
Só o farmacêutico falou, enquanto o paciente só ouviu. As respostas do paciente foram 
monossilábicas. O farmacêutico deu muitas informações de uma só vez, usando expres-
sões técnicas, comuns para o farmacêutico, mas desconhecidas para o paciente. Ele não 
deu tempo para o paciente pensar nem falar.
O paciente precisa ter memória e cultura privilegiada para assimilar, de uma só vez, tudo o 
que o farmacêutico disse. Portanto, é pouco provável que o paciente “entenda o recado” 
e utilize corretamente os medicamentos.
Para entender a dificuldade do paciente e compreender informações que você classifica 
como simples e claras, coloque-se no lugar dele (SILVA, 2009).
O farmacêutico pode trabalhar para que a comunidade seja informada 
sobre condições determinantes sobre o seu estado de saúde. É necessário que 
ela esteja orientada sobre como proceder em relação ao uso de medicamentos 
e conheça as doenças mais prevalentes em seu meio, bem como as maneiras de 
preveni-las ou minimizar suas complicações (VIEIRA, 2007).
Com o desenvolvimento das habilidades individuais e da comunidade, 
será possível contar com seu apoio para a realização de movimentos maiores, que 
tenham em vista a promoção da saúde. O Quadro 1 apresenta algumas ações que 
podem ser adotadas para alcançar tal objetivo (VIEIRA, 2007).
QUADRO 1 – AÇÕES PARA DESENVOLVER AS HABILIDADES DA COMUNIDADE
FONTE: Vieira (2007, p. 217)
Identificação das necessidades da população/comunidade em relação à 
informação em saúde (considerando as condições de alimentação, habitação, 
escolaridade, morbidade e mortalidade, higiene etc. em que vivem os 
indivíduos).
Elaboração de impressos abordando temas relativos ao acondicionamento, 
prazos de validade, efeitos de uso de medicamentos, bem como a importância 
da adesão ao tratamento.
Palestras sobre as doenças e os medicamentos, dirigidas a grupos específicos, 
como diabéticos, hipertensos, alcoólatras, pacientes HIV-positivos etc.
Elaboração de campanhas para o desenvolvimento do conceito de que o res-
tabelecimento da saúde não se restringe à prática terapêutica medicamentosa, 
mas constitui um conjunto de variáveis que deve ser observado, como hábitos 
alimentares, de higiene, uso abusivo de drogas lícitas ou ilícitas etc.
TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
137
As Práticas Educativas em Saúde (PES) podem envolver trabalhar junto a 
famílias, grupos, usuários e trabalhadores da área da saúde, assim como educação 
inicial em saúde nos cursos de nível médio e superior, educação continuada em 
saúde, como cursos de atualização e pós-graduação (BAGNATO; RENOVATO, 
2006).
Logo, ao pensar em PES, não se deve restringir ao encontro apenas entre 
farmacêutico/profissional da saúde com o usuário/paciente/ser humano, mas aos 
espaços “entre sujeitos” que ocorrem entre professor e aluno, grupos educativos 
de uma equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) ou curso de capacitação 
(RENOVATO, 2017).
Assim, as PES não se restringem a ações informativas, orientações 
ou enfoque somente na técnica, mas envolve intencionalidade educativa, 
acolhimento, escuta, vínculo, construção/desconstrução, caos/ordem, linguagem 
verbal/não verbal, olhares, silêncios, permanências/rupturas, adaptações/
resistências, interdições, sentidos e significados (BAGNATO; RENOVATO, 2006).
As PES não se conformam tão somente ao campo da saúde ou da farmácia, 
mas são práticas sociais, culturais e históricas; apresentam racionalidades e 
podem contribuir para a produção de identidades e subjetividades, embora 
existam resistências aos processos educativos, como a não adesão ao tratamento 
farmacológico, simplesmente porque o paciente não compreendeu a doença e 
não se percebeu hipertenso ou diabético,por exemplo (RENOVATO, 2017).
As PES podem ocorrer em diferentes cenários, como Unidades Básicas 
de Saúde (UBS), hospitais, ambulatórios, escolas, espaço virtual, grupos da 
comunidade, conversas informais, consulta farmacêutica, entre outros. Essa 
multiplicidade de espaços pode configurar possibilidades criativas ou resolutivas 
das PES a serem realizadas pelo farmacêutico, ou seja, permeiam nosso dia a dia 
(BAGNATO; RENOVATO, 2006).
Logo, as PES não se limitam apenas ao momento da dispensação, mas 
ressoam nas mídias sociais, em consultas virtuais, em impressos adequados à 
compreensão dos pacientes/usuários, em telefonemas de aconselhamento, na 
realização de campanhas educativas, no apoio aos cuidadores e familiares desses 
pacientes/usuários (RENOVATO, 2017).
O planejamento e a implementação das PES pelo farmacêutico nos mais 
variados cenários apresentam algumas características, conforme será visto 
seguindo propostas de Bagnato e Renovato (2006).
3.1 ESPAÇOS DE ENCONTROS
Primeiramente, segundo propostas de Bagnato e Renovato (2006), as 
PES são tidas como espaços de encontros com os sujeitos, que, por sua vez, têm 
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
138
diferentes saberes, quer em uma farmácia, consulta, visita domiciliar ou outro 
espaço; consigo, o paciente traz uma biografia repleta de vivências e experiências, 
logo, isso requer que o farmacêutico considere as diferenças, evitando discursos 
educativos em saúde padronizados, mas percebendo outras maneiras de olhar e 
de compreender os vários significados da saúde e da vida.
Cada paciente/usuário pode ter vivenciado experiências diferentes 
sobre o uso do medicamento, como reações adversas ou resultados positivos. 
Alguns podem ter feito adaptações posológicas, mesmo sem o conhecimento 
do profissional de saúde; outros associam o uso de medicamentos com plantas 
medicinais – as possibilidades são inúmeras, sem contar que o acesso pode 
interferir no uso diário, além da automedicação ser uma prática bem cotidiana.
Nesses encontros educativos, ocorre a produção de subjetividade, sentidos 
e significados, os quais são construídos em um tempo e espaço históricos. Os 
próprios pacientes/usuários trazem essas representações; por exemplo, para 
muitos, alguns medicamentos são considerados mais “perigosos” ou mais “sérios”, 
que é o caso dos antimicrobianos; para outros, como gestantes, a possibilidade de 
algum dano ao feto reforça a dimensão negativa dos medicamentos, já que elas 
apresentam medo e insegurança sobre o uso, mesmo prescrito pelo médico.
3.2 RECIPROCIDADE DIALÓGICA
Nos encontros educativos, o diálogo é condição indispensável para a 
concretização das PES. Será apenas por meio dele que o farmacêutico poderá 
conhecer e obter os dados do paciente/usuário e que as experiências sobre o 
uso dos medicamentos são compreendidas. Assim, o paciente/usuário expõe 
os sentidos e significados que tem sobre seu processo de adoecimento, o uso 
de medicamentos, suas práticas de medicação, sua rotina e suas estratégias de 
enfrentamento da enfermidade. Suas necessidades são reveladas no diálogo que 
se dá entre o farmacêutico e o usuário/paciente. Logo, as PES prescindem de 
espaços em que o diálogo se torne possível.
Talvez, em uma dispensação feita de maneira rápida, a possibilidade de 
comunicação seja comprometida, pois é necessário tempo para que ocorra a reci-
procidade dialógica, e, muitas vezes, ela não se concretiza no primeiro momento, 
mas ao longo de determinado tempo. A perspectiva da longitudinalidade possi-
bilita a criação de vínculo e oportuniza espaços de escuta ativa.
3.3 EDUCADOR EM SAÚDE COMO MEDIADOR CULTURAL
A cultura está articulada às vivências e às relações que constituem a vida 
cotidiana, como nossos hábitos alimentares, os sentidos que damos às doenças 
(por exemplo, o câncer é visto por muitos como algo muito grave e quase uma 
sentença de morte). Como lidamos com a doença, ou seja, a quem recorremos 
TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
139
inicialmente: a uma farmácia ou ao vizinho? Damos mais ênfase à perspectiva 
curativista ou à possibilidade de prevenir e promover a saúde?
Desse modo, o educador em saúde, como mediador cultural, precisa levar 
em conta o contexto de cada paciente/usuário, pois todos falamos a partir de um 
lugar, uma história, uma experiência e uma cultura particular.
Cabe, ao educador em saúde, compreender que as identidades estão em 
permanente processo de construção e são construídas pelas práticas e experiências 
do sujeito.
Em relato de idosos, muitas vezes, a fala de que na juventude não faziam 
uso de medicamentos, mas, agora, ao envelhecer, seu uso é algo normal em sua 
vida; quanto mais medicamentos eles utilizam, pior acreditam ser o seu estado de 
saúde. Nesse sentido, esses processos identitários ocorrem ao longo do tempo e, 
no exemplo relatado, a pessoa idosa é vista como alguém que faz uso de muitos 
medicamentos. Evidencia-se, assim, a constituição de uma identidade, que pode 
sofrer transformações ao longo do tempo.
O farmacêutico tem várias formas e locais para interagir com a população. 
Ele é um profissional essencial, pois é reconhecido pela preocupação no bem-estar 
das pessoas, assumindo papel fundamental para a comunidade na promoção à 
saúde.
140
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A prática educativa é desenvolvida para a autonomia do indivíduo; o 
profissional farmacêutico tem o saber técnico científico para transmitir 
informações para população e outros profissionais de saúde.
• A educação em saúde, na área da farmácia, tem como objetivo a promoção da 
saúde, a prevenção e o controle de doenças.
• Na prática farmacêutica, a preocupação com o bem-estar do paciente é 
essencial.
• O farmacêutico deve trabalhar para que a comunidade entenda os fatores 
determinantes para o estado de saúde da população.
• A educação em saúde para as pessoas, realizada pelo farmacêutico, não deve 
ser resumida somente nas informações sobre os medicamentos, mas também 
sobre melhorar a qualidade de vida das pessoas.
RESUMO DO TÓPICO 1
141
1 Classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
I- ( )
II- ( )
Educação em saúde é uma temática complexa devido às diversas 
dimensões que a compreendem: política, filosófica, social, religiosa, 
cultural, além de envolver aspectos práticos e teóricos do indivíduo.
A educação em saúde na área farmacêutica é definida como um 
serviço que compreende diferentes estratégias educativas, as quais 
integram os sabores popular e científico, de modo a contribuir para 
aumentar conhecimentos, desenvolver habilidades e atitudes sobre 
os problemas de saúde e seus tratamentos.
Assinale a alternativa CORRETA:
a)
b)
c)
d)
( ) Somente a sentença II está correta.
( ) As sentenças I e II estão corretas.
( ) Somente a sentença I está correta.
( ) As sentenças I e II estão incorretas.
2 Os autores James e Rovers (2003) indicam algumas iniciativas que podem 
ser implantadas pelo farmacêutico para a melhoria do estado de saúde da 
comunidade. Descreva resumidamente como você, como futuro profissional 
de saúde, poderia desenvolvê-la.
a) Acompanhamento e educação do paciente e para o paciente.
b) Avaliação dos seus fatores de risco.
c) Prevenção da saúde.
d) Promoção da saúde e vigilância das doenças.
AUTOATIVIDADE
142
143
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O curso de farmácia visa a formar um profissional com conhecimentos 
específicos e flexibilidade intelectual que lhe permita trabalhar em todas as áreas 
de conhecimento, além de interagir com os outros profissionais de saúde, sempre 
analisando e criando soluções diante de todas as situações com responsabilidade 
e comprometimento social.
A profissão farmacêutica tem várias áreas de atuação. O campo para quem 
faz farmácia é amplo no Brasil. Há todo um futuro repleto de avanços e oportuni-
dades dentro da área, com diversas oportunidades de trabalho. Todas essas áreas 
serão vistas no decorrer desta unidade.
2 ÁREAS DA FARMÁCIAO Brasil criou o primeiro curso de Farmácia em 1832, no Rio de Janeiro. 
Até então, o boticário era o profissional autorizado a exercer as funções corres-
pondentes às do atual farmacêutico. Em 1931, a profissão foi finalmente regula-
rizada, passando a ser exercida apenas por farmacêutico diplomado em institui-
ções de ensino oficialmente reconhecidas (CRF-PR, 2015).
Para seguir carreira, é preciso ter aptidão em matérias ligadas à Química 
e à Biologia, que formam a base do conhecimento necessário à formação em Ci-
ências Farmacêuticas. O conhecimento sobre a síntese química de um fármaco 
em particular, o mecanismo de ação, o metabolismo, a distribuição, a excreção, os 
efeitos fisiológicos e farmacológicos sobre o corpo humano tornam o farmacêuti-
co um especialista em produtos com importante função nos resultados esperados 
pelos pacientes (CRF-PR, 2015).
Em linhas gerais, o farmacêutico atua em seis modalidades básicas: 
• fármacos e medicamentos; 
• análises clínicas e toxicológicas;
• alimentos; 
• educação;
• saúde pública;
• práticas integrativas e complementares. 
TÓPICO 2 — 
ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
144
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
Na modalidade de fármacos e medicamentos, pode-se trabalhar na in-
dústria farmacêutica, dedicando-se à pesquisa de novos fármacos e cosméticos 
ou atuando na produção e no controle de qualidade de medicamentos. As far-
mácias de qualquer natureza, com manipulação, fitoterápicas ou homeopáticas, 
além daquelas instaladas em hospitais ou unidades de saúde, formam também 
um mercado de trabalho em expansão (CRF-PR, 2015).
Já na área de análises clínicas e toxicológicas, absorvido por laboratórios 
de análise, públicos e particulares, esse profissional será responsável pela exe-
cução de exames clínico-laboratoriais que auxiliam no diagnóstico de doenças, 
além de controlar e identificar a presença de produtos que, atuando como tóxicos, 
afetam as pessoas, o ambiente, os alimentos e os próprios medicamentos. Outra 
possibilidade é a toxicologia ocupacional, que trata da adequação dos ambientes 
de trabalho às funções do trabalhador, além da Toxicologia Desportiva, para ava-
liação de doping de atletas e animais (CRF-PR, 2015).
Já na área de alimentos, o profissional pode atuar na indústria de produ-
tos alimentícios e de bebidas, principalmente no controle da qualidade microbio-
lógica, físico-química e sensorial. Merece destaque as indústrias de água mineral, 
cervejas, óleos vegetais comestíveis, leite e derivados e produtos que podem pro-
mover a saúde, todas em expansão. O farmacêutico também pode trabalhar no 
desenvolvimento de novos produtos e ingredientes alimentícios (CRF-PR, 2015).
Nas instituições de estudo e pesquisa, suas atividades estarão voltadas 
para a pesquisa básica e aplicada. Qualquer que seja a modalidade escolhida, 
o estudante ainda poderá, depois de formado, seguir a carreira acadêmica em 
universidades e centros públicos ou particulares de pesquisa, dentro dos vários 
campos de atuação que a profissão oferece (CRF-PR, 2015).
Na área de saúde pública, poderá atuar como farmacêutico sanitarista, 
buscando oferecer maiores condições para o tratamento de epidemias e doenças 
que resultam de condições de trabalho, por exemplo. Também pode atuar em 
saúde ambiental, controle de vetores e pragas urbanas, epidemiologia genética e 
participar de outras atividades de vigilância sanitária, trazendo uma contribuição 
relevante para a melhoria da saúde no país (CRF-PR, 2015).
O farmacêutico que opta pelas práticas integrativas e complementares, 
por sua vez, atua no campo da antroposofia, trabalhando com homeopatia, acu-
puntura, plantas medicinais e fitoterapia, termalismo social/crenoterapia, ou seja, 
terapias que visam à prevenção de agravos e à recuperação da saúde (CRF-PR, 
2015).
Os farmacêuticos são representados internacionalmente pela Federação 
Internacional Farmacêutica (FIP). No Brasil, a defesa da profissão é fiscalizada 
pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) e Conselhos Regionais de Farmácia 
(CRF). Cada organismo representativo é também responsável pela regulação e 
ética profissional (CRF-PR, 2015).
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
145
O estudante da área de saúde, mais especificamente de Farmácia, deve ser 
alguém que gosta muito de estudar, de amparar e ajudar as pessoas; comprome-
tido com o bem-estar dos outros, além de ter equilíbrio emocional, sensibilidade 
para questões sociais e facilidade de comunicação (CRF-PR, 2015).
Para que o farmacêutico possa desempenhar bem o atendimento aos usuá-
rios, é imprescindível o desenvolvimento de habilidades, como (CRF-PR, 2015):
• atenção a detalhes;
• capacidade de concentração e de observação;
• curiosidade e espírito de investigação;
• facilidade para matemática;
• gosto pela pesquisa e pelos estudos;
• habilidade para transformar ideias em ações;
• capacidade para ouvir e responder a dúvidas;
• capacidade de expressar-se por escrito;
• fazer apresentações orais;
• capacidade de cooperação e iniciativa;
• facilidade para trabalhar em equipe;
• destreza para treinar e aconselhar;
• reconhecer problemas e resolvê-los;
• identificar oportunidades para promover inovações que gerem mais benefí-
cios ao trabalho;
• capacidade de selecionar informações importantes para a tomada de decisões.
Em síntese, essas características fazem parte do dia a dia do farmacêutico. 
Portanto, a natureza do exercício da profissão tem por base pressupostos quanto 
à atitude, ao conhecimento e à habilidade do profissional na busca pela satisfação 
de necessidades sociais que melhorem a qualidade de vida da população (CRF-
-PR, 2015).
A farmácia abarca vários tipos de estabelecimentos em que o farmacêuti-
co exerce a sua atividade, isto é, a farmácia é sempre única, mas, dependendo da 
natureza dos serviços nela prestados, são designados pelos nomes apresentados 
na Figura 1 (CRF-PR, 2015).
146
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
FIGURA 1 – ESTABELECIMENTOS FARMACÊUTICOS EM QUE É POSSÍVEL EXERCER A 
PROFISSÃO
FONTE: CRF-PR (2015, p. 18)
De acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde 
(OMS), a função do farmacêutico materializa-se, entre outras, pelas seguintes 
ações:
• Informação aos doentes sobre a utilização correta de produtos farmacêuticos 
e contribuição para o seu uso racional.
• Acompanhamento e avaliação de acordo com protocolos terapêuticos para os 
doentes (perfil farmacoterápico).
• Aconselhamento aos doentes sobre o uso de produtos farmacêuticos não 
prescritos (autotratamento farmacológico), de produtos médico-farmacêuticos 
e produtos para a saúde.
• Participação em programas de educação em saúde.
• Colaboração com outros membros da equipe de atenção à saúde (CRF-PR, 
2015).
A vantagem do farmacêutico são as várias possibilidades de atuação em 
diversas áreas, principalmente no início da carreira (CRF-PR, 2015).
A questão é saber por onde começar, qual atividade seguir e o que fazer 
para conquistar uma carreira de sucesso (CRF-PR, 2015).
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
147
Quando se está cursando farmácia, é muito difícil conseguir visualizar 
qual área tem maior opção e retorno para crescimento profissional, incluindo 
retorno financeiro. Por isso, a seguir, serão elencadas as principais áreas de 
atuação do farmacêutico.
3 MANIPULAÇÃO
A expansão e o crescimento da prescrição e manipulação de fármacos e 
de cosméticos, nos últimos anos, aumentaram o interesse dos farmacêuticos por 
esse atrativo setor da atividade profissional. Pode-se afirmar que, hoje, nenhum 
outro estabelecimento farmacêutico possui, em seus quadros de pessoal, tantos 
profissionais no exercício direto dessa atividade (CRF-PR, 2015).
Outra modalidade que se abre para a manipulação de fármacos é a 
nanofarmácia, que emprega nanotecnologia para a preparação de produtos, 
como filtros de proteção solar, material para proteção (screening) contra raios 
ultravioletas, pó antibacteriano, cosméticos etc. (CRF-PR,2015).
FIGURA 2 – FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO
FONTE: <https://www.ictq.com.br/guia-de-carreiras/507-farmaceutico-magistral>. Acesso em: 
29 ago. 2020.
Atente-se para as opções listadas, a seguir, e veja se alguma chama a sua 
atenção. Faça também uma pesquisa aprofundada sobre a área escolhida (CRF-PR, 2015).
DICAS
https://www.ictq.com.br/guia-de-carreiras/507-farmaceutico-magistral
148
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
3.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
• Manipulação de medicamentos a partir de insumos/matérias-primas, 
inclusive de origem vegetal.
• Manipulação de substâncias de baixo índice terapêutico.
• Manipulação de antibióticos, hormônios, citostáticos e substâncias sujeitas a 
controle especial.
• Manipulação de produtos estéreis.
• Manipulação de medicamentos homeopáticos.
• Manipulação de doses unitárias e unitarização de dose de medicamentos em 
serviços de saúde (ICTQ, 2020).
A realização do controle de qualidade, tanto nas farmácias de manipula-
ção quanto nas indústrias farmacêuticas, é de extrema importância para que qua-
lidade, segurança, eficácia e credibilidade dos seus produtos sejam asseguradas 
junto à população que irá consumir esses medicamentos (ROCHA; GALENDE, 
2014).
4 HOMEOPATIA
A homeopatia é um sistema terapêutico que tem por base a observação e 
a aplicação do princípio da similaridade e do emprego de doses infinitesimais, ou 
seja, o princípio da diluição ou atenuação da substância ativa e nos princípios da 
especificação do doente e do remédio (CRF-PR, 2015).
A farmácia antroposófica é uma abordagem complementar à farmácia 
comunitária, que integra as teorias e práticas da medicina moderna com os 
tratamentos homeopáticos, as terapêuticas físicas e o aconselhamento. A 
abordagem farmacêutica considera o ser humano além do seu aspecto corporal, 
valorizando também sua vida psíquica e sua individualidade: corpo, alma e 
espírito – instâncias que estão em permanente movimento e interação entre si e 
com o mundo a sua volta (CRF-PR, 2015).
Assista ao vídeo, a seguir, sobre a rotina de uma farmácia de manipulação: 
youtube.com/watch?v=odHfBKROUCY.
DICAS
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
149
FIGURA 3 – HOMEOPATIA
FONTE: <https://www.crfmg.org.br/farmaciarevista/64/Especializacao-em-Homeopatia-tem-no-
vos-referenciais>. Acesso em: 29 ago. 2020.
5 HOSPITAL
A farmácia hospitalar responsabiliza-se por todo o ciclo do medicamento, 
desde sua seleção (ativos e fornecedores), armazenamento e controle até o último 
momento, a dispensa e o uso pelo paciente. A atuação do farmacêutico hospitalar 
é muito abrangente. Ele é responsável pela orientação aos pacientes internos e 
ambulatoriais, buscando cooperar na efetividade do tratamento e na redução dos 
custos (CRF-PR, 2015).
O farmacêutico, diretor técnico da farmácia de hospital, deve cumprir, e 
fazer cumprir, todas as regras profissionais e sanitárias em relação às atividades 
de hospital: organizar, supervisionar, acompanhar e orientar todos os setores 
que compõem os serviços da farmácia hospitalar, fazendo com que o produto 
ou serviço, oriundo da farmácia, tenha qualidade assegurada para o cuidado do 
paciente (CRF-PR, 2015).
Veja, a seguir, um vídeo explicativo sobre o farmacêutico na área de homeopatia 
e florais: https://www.youtube.com/watch?v=9C7fpBulT6Y&t=6s.
DICAS
https://www.crfmg.org.br/farmaciarevista/64/Especializacao-em-Homeopatia-tem-novos-referenciais
https://www.crfmg.org.br/farmaciarevista/64/Especializacao-em-Homeopatia-tem-novos-referenciais
150
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
FIGURA 4 – FARMÁCIA HOSPITALAR
FONTE: <https://bit.ly/3oUYShd>; <https://bit.ly/2W8BuA4>. Acesso em: 27 ago. 2020.
6 INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
No Brasil, a indústria farmacêutica teve origem com a evolução do trabalho 
do farmacêutico nas boticas. Ela é responsável pela produção de medicamentos 
com eficácia, qualidade e segurança para a saúde, contribuindo para o bem-estar 
da população. A produção farmacêutica é atividade exclusiva do farmacêutico 
por disposições legais e pela legitimidade de formação universitária específica. A 
produção de medicamentos é destacada nas áreas de (CRF-PR, 2015):
• industrialização de medicamentos alopáticos;
• industrialização de medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais 
fitoterápicos;
• industrialização de medicamentos homeopáticos.
6.1 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO FARMACÊUTI-
CO NA INDÚSTRIA
As funções desempenhadas pelo farmacêutico da indústria são observa-
das na produção, na garantia da qualidade, no controle de qualidade e no con-
trole de processos e assuntos regulatórios, incluindo praticamente todas as áreas 
da indústria, como planejamento e controle de produção, marketing, pesquisa e 
desenvolvimento, vigilância farmacológica, farmacoeconomia, centro de atendi-
mento ao consumidor, distribuição e transporte (CRF-PR, 2015).
Conheça o papel do farmacêutico na farmácia hospitalar acessando: https://
www.youtube.com/watch?v=5rjQjwmpVSE.
DICAS
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
151
FIGURA 5 – INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
FONTE: <https://www.sic.go.gov.br/images/2020/pib.jpeg>. Acesso em: 27 ago. 2020.
7 PLANTAS E FITOTERAPIA
O conhecimento da preparação e do uso de plantas medicinais é tão 
antigo quanto a própria existência humana (CRF-PR, 2015). O farmacêutico é o 
profissional especialista em fármacos que detém os conhecimentos científicos, 
desenvolvidos nas últimas décadas, sobre forma correta, efeitos indesejados, 
precauções e contraindicações do uso das plantas (CRF-PR, 2015).
A formação universitária básica em química, física e botânica (sistemática 
e morfológica), alicerçada por conhecimentos adquiridos nas matérias de 
farmacotécnica e tecnologia farmacêutica, farmacodinâmica (descritiva e analítica) 
e fitoquímica credenciam o farmacêutico para as atividades de estudo, cultivo, 
extração, purificação, controle de qualidade, preparação, produção e orientação 
sobre o uso de plantas de aplicações terapêuticas para garantir a farmacognosia, 
eficácia e segurança dos produtos de origem vegetal (CRF-PR, 2015).
A terapêutica floral, a aromaterapia e a hidroterapia são apenas algumas 
de muitas e tradicionais terapêuticas médicas que, no início do século XXI, 
Assista ao vídeo sobre o papel do farmacêutico na indústria em: https://www.
youtube.com/watch?v=VPbE6vBlaGo.
DICAS
152
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
renasceram com mais força do que nunca. São frutos da crescente busca de 
produtos e serviços naturais do mercado da saúde. Conhecê-las de perto permite 
ao farmacêutico um julgamento objetivo quanto a seu crédito e sua eficacidade, 
os efeitos benéficos dos seus tratamentos, seus produtos e seus “remédios” (CRF-
PR, 2015).
FIGURA 6 – USO DE PLANTAS E FITOTERAPIA
FONTE: <https://bit.ly/3m8ua2d>. Acesso em: 27 ago. 2020.
8 TOXICOLOGIA
A toxicologia é o conjunto de conhecimentos físicos, químicos e biológi-
cos aplicados ao estudo de substâncias nocivas à vida. Conforme o propósito do 
estudo dessas substâncias, a atuação do farmacêutico pode ser destacada nas se-
guintes áreas da toxicologia: profilática, industrial, forense, analítica e desportiva 
(CRF-PR, 2015).
O somatório de conhecimentos obtidos no currículo cursado torna o 
farmacêutico capaz de exercer um serviço fundamental na execução de análises 
toxicológicas relacionadas à criminologia, à medicina legal e ao doping (CRF-PR, 
2015).
Assista ao vídeo sobre o papel do farmacêutico em dispensação e prescrição 
de fitoterápicos acessando: https://www.youtube.com/watch?v=kd6B5JTypx8.
DICAS
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
153
FIGURA 7 – TOXICOLOGIA
FONTE: CRF-PR (2015, p. 31)
9 LABORATÓRIO E ANÁLISES CLÍNICAS
No Brasil, durante a primeira década do século XX, foram realizados os 
primeiros exames em análises clínicas. Os exames eram feitos no interior das 
farmácias, como o teste de glicose na urina pelo reagente de Benedict, utilizando 
uma solução de sulfato de cobre a quente, evidenciandoaçúcares redutores (CRF-
PR, 2015).
Em 1910, a Farmácia Silva Araújo (fundada em 1870 pelo farmacêutico Luiz 
Eduardo Silva Araújo no Rio de Janeiro) foi um dos primeiros estabelecimentos a 
agregar um laboratório clínico à farmácia para a elaboração de diagnósticos.
A formação do farmacêutico inclui um conjunto de disciplinas 
imprescindíveis para o laboratório clínico, como o ensino de bioquímica, 
parasitologia, microbiologia, imunobiologia, histologia, genética humana, saúde 
pública e patologia (CRF-PR, 2015).
Uma forte base de ciência exata (química, matemática e física), 
ciências morfológicas (anatomia e fisiologia humana), ciências farmacêuticas 
(farmacotécnica, farmacognosia e química farmacêutica) e bromatologia, além 
da prática em laboratório clínico, complementa a formação do farmacêutico, 
distinguindo-o para o exercício dessa especialidade (CRF-PR, 2015).
Assim, o farmacêutico com título em análises clínicas é capaz de executar 
com perícia pesquisas, análises bioquímicas, imunológicas, morfológicas e de 
biologia celular e molecular de constituintes do organismo humano, como sangue, 
154
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
secreções, exsudatos, esfoliados, órgãos, tecidos e de material puncionado, bem 
como a identificação de agentes patogênicos solicitados pela clínica médica para 
elucidar diagnósticos, controlar a terapêutica farmacológica, confirmar a cura, 
produzir soros antipeçonhentos e vacinas, além de executar análises toxicológicas 
reclamadas pela medicina legal (CRF-PR, 2015).
Cabe mencionar ainda a atividade farmacêutica nos bancos de leite 
humano, bancos de sêmen e bancos de sangue de cordão umbilical (CRF-PR, 
2015).
FIGURA 8 – LABORATÓRIO E ANÁLISES CLÍNICAS
FONTE: CRF-PR (2015, p. 35)
10 ANÁLISES QUÍMICAS
Também as análises de óleo, carvão, vinho, cervejas, refrigerantes e água, 
além de outros produtos, estão ao alcance do farmacêutico e vêm sendo por ele 
exercidas (CRF-PR, 2015).
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
155
FIGURA 9 – ANÁLISES QUÍMICAS
FONTE: CRF-PR (2015, p. 37)
Especialmente, no setor de controle de qualidade, tratamento de água e 
controle ambiente, o farmacêutico tem posição de destaque, uma vez que matérias 
eletivas de análises físico-químicas e de microbiologia (CRF-PR, 2015).
Além da rotina, o laboratório de controle de qualidade de água realiza 
pesquisas relacionadas à espectrofotometria de absorção atômica (pesquisa de 
metais pesados) e à cromatografia de gás (análise de pesticidas) na água (CRF-
PR, 2015). Tem também condições de monitorar agentes químicos e componentes 
orgânicos e inorgânicos encontrados em lençóis freáticos e na água de superfície 
para abastecimento (CRF-PR, 2015).
O papel do farmacêutico é identificar substâncias, emitir laudos e fazer 
intervenções corretivas junto à vigilância sanitária e epidemiológica, de modo 
a evitar o agravamento de condições epidêmicas e endêmicas e os agravos de 
doenças como a cólera (CRF-PR, 2015).
A legislação em vigor obriga todas as instituições públicas e particulares, 
hospitais, escolas, condomínios, clubes etc., para fazer controle de qualidade da 
água que utiliza, tanto para consumo humano como para recreação (CRF-PR, 
2015).
156
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
11 COSMÉTICOS E DERMOCOSMÉTICOS
O aspecto da pele reflete os cuidados que lhe são dedicados, além do 
estado de saúde, da alimentação, da história de vida e da sua personalidade. Tanto 
homens quanto mulheres dedicam diariamente parte de seu tempo à proteção e 
aos cuidados da pele (CRF-PR, 2015).
Para a elaboração de produtos dermatológicos, o farmacêutico aplica 
seus conhecimentos teóricos e práticos, adquiridos nas matérias de tecnologia 
farmacêutica e de cosméticos, controle de qualidade de produtos farmacêuticos 
e cosméticos, farmacotécnica, farmacognosia, química farmacêutica, análise de 
função orgânica e análise química de produtos farmacêuticos (CRF-PR, 2015).
As atividades desse setor, embora não exclusivo do farmacêutico, têm 
ocupado significativamente a profissão, sobretudo na indústria e nas farmácias 
de manipulação, por ser o único com formação privilegiada nesse campo (CRF-
PR, 2015).
FIGURA 10 – COSMÉTICOS E DERMOCOSMÉTICOS
FONTE: <https://bit.ly/2JUOXJw>. Acesso em: 27 ago. 2020.
12 SAÚDE ESTÉTICA
O farmacêutico que atua no campo da estética tem como responsabilidade 
tratar alterações estéticas da epiderme por meio do domínio das técnicas de 
tratamento facial e corporal com o uso de produtos, materiais e equipamentos 
adequados a cada procedimento estético, atuando na preservação, no 
melhoramento ou na restauração da beleza do corpo e do rosto. Busca o cuidado 
da aparência e o retardo do aparecimento de sinais de envelhecimento, bem 
como a compensar ou ocultar os desvios do ideal normal de beleza, mediante o 
tratamento cosmético da pele (CRF-PR, 2015).
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
157
FIGURA 11 – SAÚDE ESTÉTICA
FONTE: <https://bit.ly/39Ze1K0>. Acesso em: 27 ago. 2020.
13 ALIMENTOS
As mudanças nos hábitos alimentares da população têm desafiado a 
indústria a uma crescente transformação e progressiva atividade competitiva 
(CRF-PR, 2015).
A produção de alimentos em estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer 
outra forma, destinados a fornecer ao organismo os elementos normais para sua 
formação, manutenção e desenvolvimento, exige conhecimentos científicos e 
tecnológicos (CRF-PR, 2015).
O estudante de Farmácia será preparado para atuar na indústria de 
alimentos, a fim de (CRF-PR, 2015):
• estabelecer meios de obtenção, produção e conservação de alimentos;
• determinar a composição química e as propriedades físicas de cada produto 
alimentício;
• estudar a influência das manipulações tecnológicas sobre os alimentos, 
procurando meios e formas de evitar o empobrecimento dos produtos ou, 
eventualmente, que se tornem nocivos à saúde;
• estabelecer normas e métodos capazes de revelar adulterações, falsificações e 
alterações em alimentos;
• estudar o aproveitamento biológico dos alimentos.
158
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
Guaraná Jesus
O farmacêutico Jesus Norberto Gomes (1891-1963) criou, no início dos anos 1920, em 
São Luís, Maranhão, uma bebida a partir do extrato de guaraná, cafeína, teofilina e teobro-
mina. O objetivo de Jesus era desenvolver um medicamento para indisposições estoma-
cais. O resultado foi uma bebida de sabor adocicado, com coloração rósea, aroma que 
lembra tutti-frutti com traços de cravo e canela.
A bebida fez sucesso entre seus familiares e passou a ser comercializada em sua farmácia. 
O Jesus farmacêutico construiu um forte mercado no Nordeste, especialmente no Mara-
nhão. A marca chegou a pertencer à Antarctica nos anos 1960, mas, atualmente, pertence 
à Coca-Cola. A fórmula da Coca-Cola também foi criada por um farmacêutico, John Smi-
th Pemberton, em 1886.
FARMACÊUTICO JESUS NORBERTO GOMES E SUA CRIAÇÃO, O GUARANÁ DE JESUS
FONTE: <https://bit.ly/2LtYCar>. Acesso em: 27 ago. 2020.
Nestlé Alimentos S.A.
O farmacêutico Henri Nestlé (1814-1890) foi o fundador da Nestlé Alimentos S.A., com 
sede na Suíça. Ele criou a Farinha Láctea Nestlé para alimentar as crianças da época, que 
estavam com sérios problemas de desnutrição e, até mesmo, perdendo a vida. Ao juntar 
leite de vaca com malte, farinha de trigo e açúcar, ele produziu um substituto do leite ma-
terno para crianças incapazes de receber o leite das suas mães. Além disso, retirou o ácido 
e o amido da farinha de trigo, por serem de difícil digestão para os bebês. O produto podia 
ser preparado pela simples adição de água e é considerado a primeira fórmula infantil, feita 
em 1921, além de ter tido ampla aceitação na Europa e, depois, em todo o mundo.
NOTA
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
159
IMPÉRIO CRIADO POR HENRI NESTLÉ
FONTE: <https://bit.ly/3nbMI2X>. Acesso em: 27 ago. 2020.
14 GENÉTICA
As relações específicas entre genética e farmácia apresentam-se no setor 
de seleçãoe de produção de fármacos, por meio da biotecnologia, quando são 
indispensáveis estudos genéticos em micro-organismos, tanto do tipo clássico 
como de manipulação direta do DNA (CRF-PR, 2015).
A amplitude da aplicação da genética no exercício da profissão 
farmacêutica pode ser ilustrada conforme mostra a Figura 12 (CRF-PR, 2015).
160
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
FIGURA 12 – A GENÉTICA NA PROFISSÃO FARMACÊUTICA
FONTE: CRF-PR (2015, p. 47)
15 BIOTECNOLOGIA
A biotecnologia tem a capacidade de promover uma verdadeira revolu-
ção em vários setores da atividade humana. O progresso científico nas áreas da 
genética, bioquímica, biologia molecular e microbiologia levou ao desenvolvi-
mento de tecnologia que permite a manipulação da própria vida (CRF-PR, 2015).
Bactérias que produzem insulina humana, vacinas que dispensam o 
uso de animais, cultura de células resistentes a pragas sem o uso de adubos ou 
agrotóxicos, correção de doenças hereditárias no ser humano e micro-organismos 
que degradam o petróleo derramado em acidentes ecológicos ou atuam sobre 
poluentes químicos são exemplos de aplicações da biotecnologia na indústria 
farmacêutica (CRF-PR, 2015).
A cana, o milho, o algodão e o café são alguns dos produtos que, além de 
representarem riqueza expressiva em nossa economia, necessitam de tratamento 
preventivo. Embora não se saiba, o agricultor tem o êxito de sua plantação, 
em parte, confiado ao farmacêutico, pois é esse profissional que, por meio dos 
herbicidas, fungicidas e de tecnologias do DNA recombinante, cria os meios de 
proteção aos frutos do trabalho no campo (CRF-PR, 2015).
A formação profissional do farmacêutico, estruturada em profundos 
conhecimentos de matemática e estatística, biofísica e física industrial, 
fisiopatologia, farmacologia, bioquímica, genética, biologia molecular, 
microbiologia e imunologia, enzimologia e tecnologia das fermentações, entre 
outros, qualifica o farmacêutico para a pesquisa acadêmica e tecnológica 
vinculada à indústria, sendo um elemento imprescindível no desenvolvimento 
da biotecnologia nacional (CRF-PR, 2015).
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
161
FIGURA 13 – BIOTECNOLOGIA
FONTE: CRF-PR (2015, p. 49)
16 SAÚDE PÚBLICA
O farmacêutico, durante a sua formação universitária, realiza o estudo 
de saúde coletiva por meio de disciplinas e tópicos muito abrangentes, que vão 
desde o estudo das doenças epidêmicas (aquelas que acometem grande número 
de pessoas ao mesmo tempo) até as doenças profissionais (CRF-PR, 2015).
O farmacêutico colabora com eficiência em todos os aspectos da vigilância 
epidemiológica e sanitária, buscando oferecer maiores condições para o trata-
mento de doenças e a preservação da saúde (CRF-PR, 2015).
No âmbito da farmacoepidemiologia, o farmacêutico presta valiosa 
colaboração atuando nas seguintes áreas (CRF-PR, 2015): 
• Farmacovigilância.
• Estudos de utilização de medicamentos.
• Farmacoeconomia.
• Centros de Informação de Medicamentos.
162
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
FIGURA 14 – FARMACÊUTICO NA SAÚDE PÚBLICA
FONTE: <https://bit.ly/385HS0C>. Acesso em: 29 ago. 2020.
17 SAÚDE AMBIENTAL
Os conhecimentos biológicos, microbiológicos, físico-químicos, edafoló-
gicos, químico-analíticos e toxicológicos tornam o farmacêutico capaz de realizar 
qualquer tipo de investigação em saúde ambiente (CRF-PR, 2015).
A carreira do farmacêutico ambiental vem sendo cada vez mais demandada 
pelo mercado de trabalho. Numa época em que as exigências relacionadas ao 
controle ambiental estão cada vez maiores, o farmacêutico desponta como 
profissional preparado para atuar nesse promissor nicho de mercado (ICTQ, 
2020).
Um campo promissor de atuação para esses profissionais é o tratamento 
de água e esgotos industriais (ICTQ, 2020).
Como leitura sobre o farmacêutico no Sistema Único de Saúde (SUS), 
sugerimos o texto da apostila elaborada pelo CRF-MG: https://www.crfmg.org.br/externo/
profissional_empresa/downloads/2.pdf.
Com relação à importância do farmacêutico no SUS, assista também ao seguinte vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=KQA3KED3WRQ.
DICAS
https://www.crfmg.org.br/externo/profissional_empresa/downloads/2.pdf
https://www.crfmg.org.br/externo/profissional_empresa/downloads/2.pdf
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
163
FIGURA 15 – CAMPO DA SAÚDE AMBIENTAL
FONTE: <https://bit.ly/348rY4I>. Acesso em: 30 ago. 2020.
18 FORÇAS ARMADAS
É relevante a contribuição do farmacêutico nos serviços de saúde das 
Forças Armadas Brasileiras: Exército, Marinha, Aeronáutica e Polícia Militar 
(CRF-PR, 2015).
Prestando serviço a essa comunidade, o farmacêutico pode exercer suas 
funções no âmbito de:
• microbiologia e imunologia; 
• parasitologia; 
• bioquímica; 
• hematologia; 
• laboratório de análises clínicas em geral; 
• bromatologia; 
• farmacotécnica e tecnologia farmacêutica; 
• indústria de produtos biológicos; 
• pesquisas clínicas e toxicologia.
Entre as atividades que o profissional pode desenvolver no serviço militar 
estão a dispensação ambulatorial, farmácia clínica, análise de medicamentos, 
ações de defesa civil e saúde pública, desinfestação ambiental, análise de 
água e alimentos, material de intendência e acompanhamento das tropas em 
operações militares (Figura 16). Vale observar que as três armas (Aeronáutica, 
Exército e Marinha) possuem laboratórios produtores de medicamentos, onde os 
farmacêuticos também podem atuar (ICTQ, 2020).
164
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
FIGURA 16 – ATIVIDADES DO FARMACÊUTICO NAS FORÇAS ARMADAS
FONTE: CRF-PR (2015, p. 56)
19 POLÍCIA CIENTÍFICA
A formação profissional do farmacêutico é a que mais se ajusta ao exercício 
da perícia técnica legal, em razão de profundos conhecimentos biológicos e 
também da formação química de elevada expressão científica (CRF-PR, 2015).
A atividade do farmacêutico no campo da segurança pública é exercida na 
Polícia Federal e na Polícia Civil, compreendendo as funções de: Perito Criminal, 
Químico Legal e Toxicologista (CRF-PR, 2015).
A atuação do perito criminal é marcada pela diversidade das perícias, que 
realiza tanto pesquisa de laboratório como de outras áreas ligadas à profissão. 
Além disso, o perito também faz exames de local de crime, quando ocorre morte 
violenta, incêndio, explosões, entre outros (CRF-PR, 2015).
As perícias técnico-legais envolvem aquelas de natureza civil e penal, 
químico-legal e perícias de acidentes profissionais (alcoolismo e agentes 
químicos). Em todos esses casos, o farmacêutico perito emite laudos, pareceres e 
faz consultoria técnica (CRF-PR, 2015).
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
165
FIGURA 17 – FARMACÊUTICO NA POLÍCIA CIENTÍFICA
FONTE: <https://bit.ly/34aueZa>. Acesso em: 31 ago. 2020.
A atuação do farmacêutico na Polícia Federal e Civil envolve (CRF-PR, 
2015):
• o controle de entorpecentes e psicotrópicos, efetivando as análises e perícias 
toxicológicas ligadas às toxicomanias; 
• o controle de farmacodependência; 
• o diagnóstico e os laudos requeridos pelas autoridades competentes;
• o controle do uso indiscriminado de psicotrópicos.
FIGURA 18 – ATIVIDADES DO FARMACÊUTICO NA POLÍCIA CIENTÍFICA
FONTE: CRF-PR (2015, p. 59)
166
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
20 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES
A definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) é bem clara sobre o 
que são as práticas integrativas e complementares de saúde (PICs): sistemas que 
buscam estimular mecanismos naturais de prevenção e recuperação da saúde, por 
meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase no atendimento humanizado e 
na integração homem, meio ambiente e sociedade (TELESI JÚNIOR, 2016).
Essas atividades também são denominadas de medicina tradicional e 
complementar/alternativa (MT/MCA), que preconiza um resgate das práticas 
mais antigas sem desconsiderar os avanços da ciência (ICTQ, 2020).
Entre as atividades incluídas nas PICs estão acupuntura, uso de plantas 
medicinais e fitoterapia,homeopatia, crenoterapia (uso da água mineral para 
tratamento de saúde), medicina antroposófica (visão global do indivíduo) e 
práticas da medicina tradicional chinesa – corporais (tai chi chuan, lian gong, tui-
na) e mentais, como a meditação. É na Europa, particularmente em Alemanha, 
França e Holanda, que a medicina integrativa está mais avançada no Ocidente, 
sobretudo na área da fitoterapia e da homeopatia. Os EUA também têm evoluído 
no segmento de suplementos nutricionais. As PICs, no Brasil, têm progredido 
também, principalmente depois que foram inseridas no SUS (ICTQ, 2020).
A atuação do farmacêutico se dá nos laboratórios fitoterápicos, no ensino 
e na pesquisa científica e sua mais conhecida função é a presença nas farmácias 
e drogarias. Além de aviar a receita médica, esses profissionais orientam sobre o 
uso correto dos medicamentos, fazem o acompanhamento do paciente e também 
podem prescrever fitoterápicos que não exigem prescrição médica. No âmbito da 
fitoterapia, ainda há farmacêuticos atuando na gestão de serviços do SUS, como 
as Farmácias Vivas, e nos hospitais públicos espalhados pelo país (ICTQ, 2020).
Não é por necessidade de saúde que milhares de pessoas vêm procurando 
as PICs como forma de recuperação da saúde – afinal, temos o que há de mais 
moderno e avançado na medicina, tanto no SUS como no sistema privado. É por 
vontade de afirmar uma identidade de cuidado oposta à prática de cuidados feita, 
muitas vezes, de forma desumana que, infelizmente, prepondera entre nós. As 
PICs expressam o desejo de mostrar que é possível implementar outras práticas 
de saúde (TELESI JÚNIOR, 2016).
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
167
FIGURA 19 – EXEMPLOS DE PICS
FONTE: <https://bit.ly/34accGp>. Acesso: 31 ago. 2020.
21 PESQUISAS
A pesquisa tem grande significado em todos os países, sendo o principal 
instrumento de desenvolvimento e progresso de uma nação (CRF-PR, 2015).
A relevância do trabalho do farmacêutico nessa área é resultante de sua 
formação em ciências exatas, biológicas, da saúde e farmacêuticas, que propiciam 
várias especialidades ao seu alcance, permitindo atuação multiprofissional na 
pesquisa (CRF-PR, 2015).
A carreira de farmacêutico pesquisador é de amplo reconhecimento 
mundial e é bastante promissora no Brasil. Além disso, é cada vez mais 
valorizada em países que atuam na fronteira do conhecimento, no que se refere 
ao desenvolvimento de novos fármacos. No entanto, algumas grandes empresas 
brasileiras fazem planos para, a médio prazo, atuarem como desenvolvedoras 
Acesse o site do Ministério da Saúde para saber mais sobre as PICs, disponível 
em: https://aps.saude.gov.br/ape/pics. Veja também um manual publicado pelo Ministério 
da Saúde sobre o tema: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_
praticas_integrativas_complementares_2ed.pdf.
DICAS
https://aps.saude.gov.br/ape/pics
168
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
de novas moléculas, o que mostra o potencial de valorização dessa área no país 
(ICTQ, 2020).
O farmacêutico pesquisador é uma das carreiras mais especializadas 
da farmácia e percorre os caminhos acadêmicos do mestrado, doutorado e, em 
alguns casos, pós-doutorado. Devido ao alto grau de especialização, apesar de 
raras, as oportunidades oferecem excelentes remunerações (ICTQ, 2020).
Ser farmacêutico pesquisador exige do profissional conhecimentos 
aprofundados em química farmacêutica, farmacotécnica e tecnologia farmacêutica, 
química analítica, farmacocinética e farmacodinâmica. O domínio da língua 
inglesa é obrigatório para acessar o conhecimento necessário para o exercício da 
carreira. O espanhol é fator importante para a diferenciação do profissional no 
mercado, visto que parte da literatura técnica pode ser encontrada nesse idioma 
(ICTQ, 2020).
FIGURA 20 – FARMACÊUTICO COM ATUAÇÃO EM PESQUISA
FONTE: CRF-PR (2015, p. 63)
22 DISPENSAÇÃO
A dispensação pode ser definida como o ato farmacêutico de proporcionar 
aos pacientes medicamentos, produtos para a saúde, cosméticos e alimentos de 
forma adequada para as suas necessidades clínicas, acompanhados das devidas 
orientações (BRASIL, 1973; 1998; CGCOF et al., 2010). Trata-se de uma atividade 
farmacêutica de grande relevância, pois, além do acesso ao medicamento/
produto, garante que o paciente receba informações sobre utilização e conservação 
adequadas, interações, reações adversas potenciais, entre outras (BRASIL, 1998; 
CFF, 2008).
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
169
É sabido que o uso de medicamentos, além de trazer benefícios na 
recuperação e manutenção da saúde, também pode causar problemas. Por isso, 
observa-se a necessidade de racionalização do uso de medicamentos, fazendo 
com que a dispensação adquira um caráter de serviço (ANGONESI, 2008).
Com a qualificação dos serviços, o paciente percebe a melhora de 
sua qualidade de vida, o que fortalece o vínculo com o farmacêutico e com a 
farmácia. Simultaneamente, quando a dispensação é realizada de forma correta, a 
população passa a reconhecer o farmacêutico como agente de saúde e a farmácia 
como um verdadeiro estabelecimento de saúde (CRF-SP, 2012).
O sucesso da dispensação e a concomitante valorização pela população 
dependem da capacidade, por parte do farmacêutico, de absorver o máximo 
de conhecimento durante a graduação e a educação continuada ao longo de 
sua vida profissional (OF, 2006). É fundamental que o conhecimento técnico 
(fisiologia, patologia, farmacologia, interações, efeitos adversos, entre outros) 
e jurídico (regulamentação sanitária e profissional, além do código de ética da 
profissão), bem como as habilidades e as atitudes voltadas para o uso racional 
de medicamentos, sejam transpostos para a prática profissional (CRF-SP, 2012).
O farmacêutico deve romper as barreiras que o separam da relação direta 
com o paciente, agindo com empatia, profissionalismo e confidencialidade. Deve 
transmitir confiança, de forma que os pacientes saibam que podem contar com 
esse profissional para aconselhamento e assistência, e também para que suas 
necessidades sejam ouvidas (GERBINO, 2005).
23 FARMÁCIA CLÍNICA E CUIDADO FARMACÊUTICO
O farmacêutico clínico é o profissional que está inserido no cuidado ao 
paciente, participando ativamente da terapia medicamentosa, da promoção e/
ou da recuperação da saúde, exercendo suas atividades com autonomia para a 
tomada de decisões, com base nos princípios éticos da profissão (CRF-SP, 2019).
Para o desenvolvimento da farmácia clínica, o farmacêutico deverá 
possuir conhecimento amplo e integrado em diversas áreas, como farmacologia, 
bioquímica, fisiopatologia, farmacotécnica, farmacocinética e farmacodinâmica. 
De acordo com a Associação Americana de Farmacêuticos Clínicos (ACCP – do 
inglês American College of Clinical Pharmacy), as competências exigidas pelo 
farmacêutico clínico envolvem (CRF-PR, 2015):
• capacidade de solucionar problemas;
• julgamento e tomada de decisão;
• comunicação e educação;
• gerenciamento e avaliação das informações médicas;
• gerenciamento de populações;
• conhecimentos de farmacoterapia. 
170
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
Além da capacidade de estabelecer conexão com os pacientes, é importante 
que o farmacêutico exercite sua visão sistêmica, para antever os riscos e promover 
segurança, buscando sempre o melhor desfecho clínico e utilizando os recursos 
de maneira sustentável e empatia nas relações (CRF-SP, 2019).
Os serviços prestados pelo farmacêutico, para atender as necessidades 
de saúde do paciente, da família e da comunidade, são: rastreamento em saúde, 
educação em saúde, manejo de problemas de saúde autolimitados, dispensação, 
monitoração terapêutica de medicamentos, conciliação de medicamentos, 
revisão da farmacoterapia, gestão da condição de saúde e acompanhamento 
farmacoterapêutico (CFF, 2016).
FIGURA 21 – FARMÁCIA CLÍNICA
FONTE: CFF (2016, p. 74)
TÓPICO 2 — ÁREAS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA
171
A área de farmácia clínica é nova,em comparação às outras áreas de atuação do 
farmacêutico, e vem crescendo muito. Para mais informações sobre o que o farmacêutico 
pode fazer e sobre a consulta farmacêutica, acesse o material desenvolvido pelo CFF em: 
https://www.cff.org.br/userfiles/Profar_Arcabouco_TELA_FINAL.pdf.
O site do CFF também tem especificadas todas as áreas em que o farmacêutico pode atuar: 
http://www.cff.org.br/pagina.php?id=14&titulo=%C3%81reas+de+atua%C3%A7%C3%A3o.
DICAS
https://www.cff.org.br/userfiles/Profar_Arcabouco_TELA_FINAL.pdf
http://www.cff.org.br/pagina.php?id=14&titulo=%C3%81reas+de+atua%C3%A7%C3%A3o
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu que:
• O boticário, ao longo da história, corresponde atualmente ao farmacêutico.
• O farmacêutico possui várias áreas de atuação; segundo o CFF, são 131 
especialidades com dez linhas de atuação.
• O estudante de farmácia tem que estar comprometido com o bem-estar dos 
outros e adquirir uma habilidade de comunicação importante para a profis-
são.
• O profissional precisa ter atitude e preocupação com a qualidade de vida da 
população como um todo.
1 As atribuições do farmacêutico são uma das forças mais poderosas que 
compõem o arsenal de recursos que o homem dispõe para promover a 
saúde física e mental da humanidade. Segundo a Organização Mundial da 
Saúde, qual das opções, a seguir, NÃO é função do farmacêutico?
a) ( )
b) ( )
c) ( )
d) ( )
Informação aos doentes sobre a utilização correta de produtos far-
macêuticos e contribuição para o seu uso racional.
Acompanhamento e avaliação de acordo com protocolos terapêu-
ticos para os doentes (perfil farmacoterápico).
Fazer diagnóstico de doenças.
Participar de programas de educação em saúde.
2 No âmbito da farmacoepidemiologia, o farmacêutico presta valiosa 
colaboração. Para as áreas que o farmacêutico atua na farmacoepidemiologia, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Farmacovigilância
( ) Estudos de Utilização de Medicamentos
( ) Desenvolvimento de medicamentos novos
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a)
b)
c)
d)
( ) V – F – F.
( ) V – F – V.
( ) F – V – F.
( ) V – V – F.
3 Entre as várias atribuições privativas do farmacêutico, participar de 
visitas aos pacientes, reuniões, discussões de casos clínicos, elaboração de 
protocolos clínicos e outras atividades técnico-científicas junto à equipe 
multiprofissional. Quais são consideradas competências do farmacêutico 
clínico?
a)
b)
c)
d)
( ) Capacidade de solucionar problemas, ter boa comunicação.
( ) Omitir informações ao médico e aos profissionais de saúde sobre 
medicamentos.
( ) Não contribuir para a educação em saúde da população.
( ) Tomar decisões sobre o paciente, sem o conhecimento da equipe 
multiprofissional.
AUTOATIVIDADE
175
UNIDADE 3
“A dimensão ética da profissão farmacêutica é determinada, em todos os seus 
atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade e ao meio ambiente, sem 
qualquer discriminação” (Código de Ética Farmacêutica)
1 INTRODUÇÃO
A ética farmacêutica é o que guia as bases de conhecimentos e as atitudes 
na carreira profissional, tanto no cuidado do paciente quanto com outros 
profissionais de saúde.
Ela pode ser reconhecida como um conjunto de normas e procedimentos, 
valores e condutas profissionais aplicados às peculiaridades do profissional 
farmacêutico no exercício das atribuições profissionais e nas relações com a 
comunidade.
Desse modo, a profissão tem que ser exercida com responsabilidade e 
seguindo os preceitos do Código de Ética Farmacêutica.
2 NOÇÃO BÁSICA SOBRE ÉTICA
Ética, moral e bioética são assuntos não somente para a profissão, mas 
para a vida pessoal também.
FIGURA 22 – ÉTICA É DEFINIDA COMO O MODO DE SER, O CARÁTER E OS COSTUMES E 
HÁBITOS TANTO PROFISSIONAIS QUANTO PESSOAIS
FONTE: <https://bit.ly/3miqWcg>. Acesso em: 8 ago. 2020.
TÓPICO 3 — 
ÉTICA FARMACÊUTICA
176
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
A ética é o estudo da conduta e do caráter, relacionando-se com a determi-
nação sobre o que é bom ou valioso para os indivíduos, grupos de indivíduos e a 
sociedade em geral. Atos considerados éticos refletem compromisso com padrões 
além das preferências pessoais – padrões que indivíduos, profissões e sociedades 
se empenham para alcançar (POTTER; PERRY, 2009). 
A ética profissional ou deontologia compila, para os profissionais, os 
princípios orientadores em sua interação com pacientes, com outros profissionais 
e com as instituições em que trabalham (MILLER, 2000). Ética e moral são termos 
complementares. Ética, com origem no grego ethos, significa “modo de ser”, 
“caráter”. Moral, do latim mor ou moris, significa “costume”, ou seja, um conjunto 
de normas ou regras adquiridas pelo ser humano por uso ordinário (GRISARD, 
2006). 
Nas relações profissionais, a ética consubstancia-se mediante a 
responsabilidade, o compromisso com o trabalho e com o outro, bem como 
por respeito e afetividade às pessoas. Para tanto, desenvolve-se na formação 
profissional, quando atitudes, valores e habilidades são construídos no exercício 
da prática da profissão (ALARCÃO, 2001). 
Na área da saúde, ética é uma competência dos futuros profissionais, 
entendida como a capacidade autônoma de percepção, reflexão crítica e decisão 
coerente em relação às condutas humanas no cuidado à saúde e à vida. O 
desenvolvimento dessa competência requer docentes capacitados e dispostos a 
assumir a discussão de aspectos relativos à prática educativa, de modo a favorecer 
uma formação centrada no educando e qualificada para a sociedade que subsidia 
e depende dessa formação (FINKLER et al., 2008).
3 CÓDIGO DE ÉTICA FARMACÊUTICO
O CFF, pessoa jurídica de direito público classificada como autarquia 
especial criada por lei, é uma entidade fiscalizadora do exercício profissional e da 
ética farmacêutica no país (CFF, 2014a), que criou o Código de Ética Farmacêutica.
Esse código contém as normas que devem ser observadas pelos 
farmacêuticos e os demais inscritos nos CRFs para o exercício do âmbito 
profissional respectivo, inclusive nas atividades relativas a ensino, pesquisa e 
administração de serviços de saúde, bem como quaisquer outras atividades em 
que se utilize o conhecimento advindo do estudo de Farmácia, em prol do zelo 
pela saúde (CFF, 2014a).
TÓPICO 3 — ÉTICA FARMACÊUTICA
177
A seguir, veremos uma parte relativa somente ao exercício profissional, mas é 
essencial conhecer o Código de Ética Farmacêutico completo.
RESOLUÇÃO Nº 596, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2014
A resolução dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e 
estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares.
Esse Código deve ser integralmente seguido por todos os profissionais em exercício da 
profissão.
TÍTULO I – Do Exercício Profissional 
CAPÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais 
Art. 1º O exercício da profissão farmacêutica tem dimensões de valores éticos e morais 
que são reguladas por este Código, além de atos regulatórios e diplomas legais vigentes, 
cuja transgressão poderá resultar em sanções disciplinares por parte do Conselho Regio-
nal de Farmácia (CRF), após apuração de sua Comissão de Ética, observado o direito ao 
devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, independentemente das demais 
penalidades estabelecidas pela legislação em vigor no país. 
Art. 2º O farmacêutico atuará com respeito à vida humana, ao meio ambiente e à liber-
dade de consciência nas situações de conflito entre a ciência e os direitos e garantias 
fundamentais previstos na Constituição Federal.
Art. 3º A dimensão ética farmacêutica é determinada em todos os seus atos, sem qualquer 
discriminação, pelo benefício ao ser humano, ao meio ambiente e pela responsabilidade 
social. 
Art. 4º O farmacêutico responde individual ou solidariamente, ainda que por omissão, 
pelos atos que praticar, autorizar ou delegar no exercícioda profissão. 
Art. 5º O farmacêutico deve exercer a profissão com honra e dignidade, devendo dispor 
de condições de trabalho e receber justa remuneração por seu desempenho. 
Art. 6º O farmacêutico deve zelar pelo desempenho ético, mantendo o prestígio e o ele-
vado conceito de sua profissão. 
Art. 7º O farmacêutico deve manter atualizados os seus conhecimentos técnicos e cien-
tíficos para aprimorar, de forma contínua, o desempenho de sua atividade profissional. 
Art. 8º A profissão farmacêutica, em qualquer circunstância, não pode ser exercida so-
brepondo-se à promoção, prevenção e recuperação da saúde e com fins meramente 
comerciais.
Art. 9º O trabalho do farmacêutico deve ser exercido com autonomia técnica e sem a 
inadequada interferência de terceiros, tampouco com objetivo meramente de lucro, finali-
dade política, religiosa ou outra forma de exploração em desfavor da sociedade. 
Art. 10º O farmacêutico deve cumprir as disposições legais e regulamentares que regem a 
prática profissional no país, sob pena de aplicação de sanções disciplinares e éticas regidas 
por este regulamento.
NOTA
178
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
CAPÍTULO II – Dos Direitos 
Segue os artigos e as orientações para melhor entendimento.
Art. 11. É direito do farmacêutico:
I- Exercer a sua profissão sem qualquer discriminação, seja por motivo de religião, etnia, 
orientação sexual, raça, nacionalidade, idade, condição social, opinião política, deficiência 
ou de qualquer outra natureza vedada por lei. 
Orientação: manter a postura, hábito e atitudes apropriadas leva à conquista de respeito 
no ambiente profissional, evitando conduta abusiva por parte de terceiros. 
II- Interagir com o profissional prescritor, quando necessário, para garantir a segurança e a 
eficácia da terapêutica, observado o uso racional de medicamentos. 
Orientação: Interagir de forma cordial, formal e amigável, demonstrando seu interesse 
no cuidado adequado ao paciente, e propor alternativas fundamentadas tecnicamente, 
quando necessário.
III- Exigir dos profissionais da saúde o cumprimento da legislação sanitária vigente, em 
especial quanto à legibilidade da prescrição.
Orientação: manter-se atualizado quanto às legislações vigentes, para que a interação 
com o prescritor seja realizada com embasamento legal, além do técnico. Demonstrar 
também seu interesse na segurança e eficácia do tratamento do paciente, além de garantir 
o direito desse como consumidor. 
IV- Recusar-se a exercer a profissão em instituição pública ou privada sem condições dig-
nas de trabalho ou que possam prejudicar o usuário, com direito a representação às auto-
ridades sanitárias e profissionais.
Orientação: ao identificar irregularidades no ambiente de trabalho, apresentá-las aos res-
ponsáveis, propondo soluções fundamentadas técnica e legalmente, de forma documen-
tada. Não havendo regularização, recursar-se a exercer a profissão nessas condições e de-
nunciar aos Órgãos competentes, como CRF-SP, Vigilância Sanitária e Ministério Público.
V- Opor-se a exercer a profissão ou suspender a sua atividade em instituição pública ou 
privada sem remuneração ou condições dignas de trabalho, ressalvadas as situações de 
urgência ou emergência, devendo comunicá-las imediatamente às autoridades sanitárias 
e profissionais; 
Orientação: ao constatar irregularidades trabalhistas, expô-las aos responsáveis de forma 
amigável, apresentando as atribuições de sua competência na área de atuação, e solicitar 
adequação da situação, de forma documentada. 
VI - Negar-se a realizar atos farmacêuticos que sejam contrários aos ditames da ciência, da 
ética e da técnica, comunicando o fato, quando for o caso, ao usuário, a outros profissio-
nais envolvidos e ao respectivo Conselho Regional de Farmácia.
Orientação: manter-se atualizado quanto aos conhecimentos técnicos e às legislações 
vigentes, para que possa argumentar a recusa em realizar atos farmacêuticos ilícitos ou 
não reconhecidos. 
VII- Ser fiscalizado no âmbito profissional e sanitário, obrigatoriamente por farmacêutico.
Orientação: este direito está normatizado pelo Decreto nº 85.878/81 e pela Resolução 
CFF nº 539/10 e garante que a fiscalização seja realizada por profissional igualmente ca-
pacitado, permitindo a correta avaliação das atividades profissionais do farmacêutico e da 
matéria sanitária.
TÓPICO 3 — ÉTICA FARMACÊUTICA
179
VIII- Exercer sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços que 
contrariem os ditames da legislação vigente. 
Orientação: demonstrar competência técnica e postura profissional, de modo a garantir 
sua autonomia na recusa da realização de atos ilícitos. 
IX- Ser valorizado e respeitado no exercício da profissão, independentemente da função 
que exerce ou cargo que ocupe. 
Orientação: transmitir a imagem de profissional de saúde, de maneira a tornar-se referên-
cia na sua função ou cargo; manter postura, hábito e atitudes apropriadas leva à conquista 
de respeito e valorização no ambiente profissional. 
X- Ter acesso a todas as informações técnicas relacionadas ao seu local de trabalho e ao 
pleno exercício da profissão. 
Orientação: identificar as necessidades do local de trabalho no exercício da profissão 
e solicitar ao responsável acesso às informações pertinentes ao seu bom desempenho 
profissional. 
XI- Decidir, justificadamente, sobre o aviamento ou não de qualquer prescrição, bem 
como fornecer as informações solicitadas pelo usuário. 
Orientação: manter-se atualizado no aspecto técnico e com relação às legislações vigen-
tes, para que a interação com o usuário seja realizada com embasamento, justificando a 
ele sua decisão quanto à prescrição, focada na segurança e eficácia do tratamento, orien-
tando-o a respeito dos riscos e benefícios decorrentes.
XII- Não ser limitado, por disposição estatutária ou regimental de estabelecimento farma-
cêutico, tampouco de instituição pública ou privada, na escolha dos meios cientificamen-
te reconhecidos a serem utilizados no exercício da sua profissão. 
Orientação: manter-se atualizado em relação aos meios cientificamente reconhecidos 
para que possa argumentar quanto à necessidade de sua utilização no exercício profis-
sional.
FONTE: CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 596, de 21 de fevereiro 
de 2014. 2014a. Dispõe sobre o código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético 
e estabelece infrações e as regras de aplicações de sanções disciplinares. Disponível em: 
<https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/596.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2020.
Para a leitura completa do Código de Ética Farmacêutico, com comentários 
para melhor entendimento do seu conteúdo, acesse: http://portal.crfsp.org.br/images/
arquivos/codigodedticacomentado_digital.pdf.
DICAS
180
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
Como exemplo sobre ética e o papel do farmacêutico, a seguir, leia um estudo 
de caso (CRF-SP, 2014).
“Um paciente, após passar por check-up com seu médico, recebeu solicitação de diversos 
exames e compareceu a um laboratório sob responsabilidade técnica de um farmacêutico 
para realizar os exames. Ao retirar seus exames e notar que, entre eles, havia um diagnóstico 
positivo de sífilis, retornou ao médico, que, diante da total ausência de qualquer sintoma da 
doença, pediu que ele repetisse o exame em dois outros laboratórios. Ao chegar em casa 
com os novos pedidos de exame, sua esposa, desconfiada, compareceu ao laboratório 
inicial e, comprovando a condição de esposa, obteve cópia do exame de seu marido com 
diagnóstico positivo para sífilis. Ela o espancou na mesma data por acreditar que ele a 
estava traindo, em função de ser portador de doença venérea. Revoltado, o marido, que já 
havia recolhido sangue para realização dos exames em dois outros laboratórios, aguardou 
o resultado e, ao levar esses diagnósticos para seu médico, foi informado de que o exame 
realizado no primeiro laboratório teve um resultado chamado de falso-positivo, já que nada 
constounos novos exames. Ao retornar ao primeiro laboratório para esclarecer o ocorrido, 
foi informado, pela farmacêutica e responsável técnica pela empresa, que o exame havia 
sido analisado por outra profissional que integrava a equipe na época dos fatos, a qual já 
fora demitida por sua incapacidade técnica apurada em diversos outros exames. Indicou-
se o nome da outra profissional, apesar de o exame conter apenas o nome da responsável 
técnica”.
Analise o caso descrito, indique os erros ocorridos e explique com base nos preceitos de 
moral e ética profissional.
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UNI
TÓPICO 3 — ÉTICA FARMACÊUTICA
181
LEITURA COMPLEMENTAR
DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE: PROCESSO SAÚDE DOENÇA
Lucila Amaral Carneiro Vieira
Doença
A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições 
fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o 
prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece 
(CANGUILHEM; CAPONI, 1995, apud BRÊTAS; GAMBA, 2006). 
Para Evans e Stoddart (1990), a doença não é mais que um constructo 
que guarda relação com o sofrimento, com o mal, mas não lhe corresponde 
integralmente. Quadros clínicos semelhantes, ou seja, com os mesmos parâmetros 
biológicos, prognóstico e implicações para o tratamento, podem afetar pessoas 
diferentes de forma distinta, resultando em diferentes manifestações de sintomas 
e desconforto, com comprometimento diferenciado de suas habilidades de atuar 
em sociedade. 
O conhecimento clínico pretende balizar a aplicação apropriada do 
conhecimento e da tecnologia, o que implica que seja formulado nesses termos. 
No entanto, do ponto de vista do bem-estar individual e do desempenho social, 
a percepção individual sobre a saúde é que conta (EVANS; STODDART, 1990). 
Conceito de saúde
O que é saúde? Segundo o conceito de 1947 da Organização Mundial da 
Saúde (OMS), com ampla divulgação e conhecimento em nossa área, a saúde é 
definida como: “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não 
apenas a ausência de doença ou enfermidade”.
A saúde é silenciosa, geralmente não a percebemos em sua plenitude; 
na maior parte das vezes, apenas a identificamos quando adoecemos. É uma 
experiência de vida, vivenciada no âmago do corpo individual. Ouvir o próprio 
corpo é uma boa estratégia para assegurar a saúde com qualidade, pois não existe 
um limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de reciprocidade 
entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na qual “os mesmos fatores 
que permitem ao homem viver (alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho, 
tecnologia, relações familiares e sociais) podem causar doença, agem com 
determinada intensidade, pesam em excesso ou faltam, agem sem controle”. 
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, pelos 
determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal constatação nos remete à 
182
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
reflexão de o processo saúde-doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual 
entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do local 
que os seres ocupam na sociedade (BERLINGUER, apud BRÊTAS; GAMBA, 2006). 
Canguilhem e Caponi (1995, apud BRÊTAS; GAMBA, 2006) considera que, para a 
saúde, é necessário partir da dimensão do ser, pois é nele que ocorre as definições 
do normal ou patológico. O considerado normal em um indivíduo pode não ser 
em outro; não há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser 
humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as transformações sofridas 
por seu corpo e identificar os sinais expressos por ele. Esse processo é viável 
apenas na perspectiva relacional, pois o normal e o patológico só podem ser 
apreciados em uma relação.
Processo saúde-doença
Muito se tem escrito sobre o processo saúde-doença, porém um novo 
instrumento intelectual para a apreensão da saúde e da doença deve levar em 
conta a distinção entre a doença, tal como definida pelo sistema da assistência à 
saúde e a saúde, tal como percebida pelos indivíduos. Ademais, deve incluir a 
dimensão do bem-estar, um conceito ainda mais amplo, no qual a contribuição 
da saúde não é a única nem a mais importante. O sofrimento experimentado 
pelas pessoas, suas famílias e grupos sociais não corresponde necessariamente 
à concepção de doença que orienta os provedores da assistência, como os 
profissionais da Estratégia de Saúde da Família. Por outro lado, como alternativa 
para a superação dos modelos causais clássicos, centrados em ações individuais, 
como os métodos diagnósticos e terapêuticos, a vacinação, a educação em saúde, 
ainda que dirigidos aos denominados grupos de risco, haveria que privilegiar a 
dimensão coletiva do fenômeno saúde-doença, por meio de modelos interativos 
que incorporassem ações individuais e coletivas. 
Uma nova maneira de pensar a saúde e a doença deve incluir explicações 
para os achados universais de que a mortalidade e a morbidade obedecem a 
um gradiente, que atravessa as classes socioeconômicas, de modo que menores 
rendas ou status social estão associados a uma pior condição em termos de saúde. 
Tal evidência constitui-se em um indicativo de que os determinantes da saúde 
estão localizados fora do sistema de assistência à saúde (EVANS; STODDART, 
2003; SCHRAIBER; MENDES-GONÇALVES, 1996). Para Gadamer (1997), saúde 
e doença não são duas faces de uma mesma moeda. 
De fato, se considerarmos um sistema de saúde, por exemplo, o SUS, 
é possível verificar que as ações voltadas para o diagnóstico e tratamento das 
doenças são apenas duas das suas atividades. Inclusão social, promoção de 
equidade ou de visibilidade e cidadania são consideradas ações de saúde. O 
entendimento da saúde como um dispositivo social relativamente autônomo em 
relação à ideia de doença, e as repercussões que este novo entendimento traz para 
a vida social e para as práticas cotidianas em geral e dos serviços de saúde em 
particular, abre novas possibilidades na concepção do processo saúde doença. 
Dessa maneira, o processo saúde-doença está diretamente atrelado à forma como 
TÓPICO 3 — ÉTICA FARMACÊUTICA
183
o ser humano, no decorrer de sua existência, foi se apropriando da natureza 
para transformá-la, buscando o atendimento às suas necessidades (GUALDA; 
BERGAMASCO, 2004). 
Fica claro que tal processo representa o conjunto de relações e variáveis 
que produz e condiciona o estado de saúde e doença de uma população, que se 
modifica nos diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico da 
humanidade. Portanto, não é um conceito abstrato. Define-se no contexto histórico 
de determinada sociedade e num dado momento de seu desenvolvimento, 
devendo ser conquistada pela população em suas lutas cotidianas (GUALDA; 
BERGAMASCO, 2004). Sendo que o conceito de saúde varia segundo a época em 
que vivemos, assim como os interesses dos diversos grupos sociais. 
Assim, vários autores afirmam que “a saúde deve ser entendida em sentido 
mais amplo, como componente da qualidade de vida e, assim, não é um bem de 
troca, mas um bem comum, um bem e um direito social, no sentido de que cada 
um e todos possam ter assegurado o exercício e a prática deste direito à saúde, 
a partir da aplicação e utilização de toda a riqueza disponível, conhecimento 
e tecnologia que a sociedade desenvolveu e vem desenvolvendo neste campo, 
adequados as suas necessidades, envolvendo promoção e proteção da saúde, 
prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças. Assim, considerar 
este bem e este direito como componente e exercício da cidadania, compreensão 
esta que é um referencial e um valor básico a ser assimilado pelo poder público 
para o balizamento e orientação de sua conduta, decisões, estratégias eações. 
Em síntese, pode-se dizer, em termos de sua determinação causal, que 
o processo saúde-doença representa o conjunto de relações e variáveis que 
produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população, que 
variam em diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico da 
humanidade.
FIGURA 1 – CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS, CULTURAIS E AMBIENTAIS GERAIS
FONTE: Vianna (2020)
184
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO
Conclusão
Segundo Brêtas e Gamba (2006), por mais que se pense a saúde na 
dimensão do coletivo, é o ser humano que adoece e como tal requer cuidados. 
A saúde e o adoecer são experiências subjetivas e individuais, conhecidas de 
maneira intuitiva, dificilmente descritas ou quantificáveis. É, na lógica relacional, 
que se visualiza o cuidado e a assistência pelos profissionais da saúde, que se 
concretizam de forma abrangente quando aliados aos conhecimentos técnicos, 
científicos e políticos, capazes de sustentar as bases do cuidado profissional, a 
sensibilidade humana para compreender a subjetividade expressa pelo ser que 
está sendo cuidado. 
É necessário compreender as condições impostas como passíveis de 
interferência e atentar para não culpar os indivíduos quando tais condições 
são insalubres e interferem em seu estilo de vida. Trabalhar com as condições 
de vida impostas requer um trabalho interdisciplinar e intersetorial. A área da 
saúde sozinha não consegue assegurar qualidade de vida e, consequentemente, 
de saúde. É, na esfera da ética, que compreenderemos a necessidade do empenho 
de parte significativa da sociedade para assegurar a dignidade da vida humana. 
Nós, profissionais da área da saúde, temos que imaginar o cliente – assim 
como nós mesmos – capaz de perceber e explorar o mundo externo a partir de 
experiências pessoais, sua cultura, sua linguagem, crenças, valores, interesses e 
pressuposições. Cada um de nós dá um sentido ao mundo que lhe é apresentado. 
Podemos dizer que cada um traça um mapa, ou seja, um panorama próprio do 
mundo. Portanto, os mapas são seletivos: prestamos atenção aos aspectos do 
mundo que nos interessam e ignoramos outros. Assim, no entendimento de 
Brêtas e Gamba (2006), um bom profissional da área da saúde é aquele capaz de 
traduzir o inaparente, o indizível em um primeiro contato com o ser doente. 
Ao compreender que o corpo humano não é um produto genérico isolado, 
pois existe em relação com outros seres em um dado contexto social, cultural 
e político, entendem que, para cuidar da pessoa, faz-se necessário considerar 
algumas questões pertinentes ao vínculo saúde-doença-adoecimento-sociedade: 
as condições de vida impostas e os estilos de vida escolhidos pelos próprios 
indivíduos. 
A primeira situação diz respeito à esfera pública, na qual nem sempre o 
indivíduo consegue interferir sem a participação do Poder Público; a segunda 
localiza-se no mundo privado, onde o indivíduo define a melhor forma de se 
utilizar da própria vida (CAPONIS, apud BRÊTAS; GAMBA, 2006). É importante 
compreender os limites da esfera pública e privada, e em nome da educação em 
saúde, para não construirmos práticas autoritárias e prescritivas que, em vez de 
produzir autonomia, acabam reduzindo-a. 
As escolhas são sempre individuais e, desde que não prejudiquem o 
coletivo, devem ser sempre respeitadas. Cabe aos profissionais da saúde rever 
TÓPICO 3 — ÉTICA FARMACÊUTICA
185
sua prática, buscando entender que não basta trabalhar com as doenças, é 
necessário compreender o indivíduo no todo como alguém que vive a experiência 
da necessidade, do adoecimento, carregada de valores e significados subjetivos, 
únicos, capazes de interferir na qualidade do cuidado prestado. Assim, resta-nos, 
como profissionais da saúde, enfrentar o desafio de construir estratégias para 
conceber a saúde no âmbito da atenção básica, de forma mais solidária e menos 
punitiva na convivência com os estilos de vida individuais.
FONTE: Adaptado de VIANNA, L. A. C. Determinantes Sociais de Saúde: Pro-
cesso Saúde Doença. Biblioteca Virtual. Universidade Aberta do Sistema Único 
de Saúde. Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Disponível em: <https://
bit.ly/3a9DWij>. Acesso em: 20 nov. 2020.
186
RESUMO DO TÓPICO 3
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A ética é a conduta do profissional com as situações do dia a dia. É o que 
distingue o certo do errado.
• A ética orienta o comportamento e caráter do indivíduo, tanto pessoal como 
profissional.
• O CFF criou um código de ética da profissão, que contém normas a serem 
seguidas pelos profissionais.
• As condutas do código de ética garantem o trabalho digno e responsável para 
com a população, não sobrepondo nenhum tipo de interesse financeiro ou 
que tire vantagem de ninguém e de nenhuma situação.
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
187
1 A palavra ética, de origem grega, significa o conjunto de normas de conduta. 
Classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Na área da saúde, a competência ética dos futuros profissionais é en-
tendida como a capacidade autônoma de percepção, reflexão crítica e 
decisão coerente em relação às condutas humanas no cuidado à saúde e 
à vida.
( ) A ética é o estudo da conduta e do caráter.
( ) Atos considerados éticos refletem falta de padrões não respeitando as 
preferências pessoais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a)
b)
c)
d)
( ) V – F – F.
( ) V – V – F.
( ) F – V – F.
( ) F – F – V.
2 O Código de Ética é estruturado em capítulos. Em relação ao exercício da 
profissão, ele é dividido em: princípios fundamentais, direitos, deveres, 
proibições, publicidade e artigos científicos. Analise as sentenças a seguir:
I- O Código de Ética Farmacêutica contém as normas que devem ser 
observadas pelos farmacêuticos e os demais inscritos nos Conselhos 
Regionais de Farmácia no exercício do âmbito profissional respectivo, 
inclusive nas atividades relativas ao ensino, pesquisa e a administração 
de serviços de saúde, bem como quaisquer outras atividades em que se 
utilize o conhecimento advindo do estudo de Farmácia, em prol do zelo 
pela saúde.
II- Exercer a sua profissão ocorrendo algum tipo de discriminação, seja por 
motivo de religião, etnia, orientação sexual, raça, nacionalidade, idade, 
condição social, opinião política, deficiência ou de qualquer outra natureza 
vedada por lei.
Assinale a alternativa CORRETA:
a)
b)
c)
d)
( ) As sentenças I e II estão corretas.
( ) Somente a sentença II está correta.
( ) Somente a sentença I está correta.
( ) As sentenças I e III estão incorretas.
AUTOATIVIDADE
188
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