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MELASMA Melasma (Gr. melas preto), ou cloasma (Gr. Chloazein esverdeado), é uma melanodermia que ocorre na face, quase sempre em mulheres, geralmente com mais de 25 anos, após gravidez ou terapia hormonal. Entretanto, pode ocorrer em mulheres jovens que nunca ficaram grávidas, como naquelas que receberam estrogênios e/ ou progestogênios, e também em homens. É um quadro eventualmente desfigurante que pode causar distúrbios emocionais. ETIOLOGIA Não definida, com múltiplos fatores contribuintes: 1. Predisposição constitucional: racial ou familiar, sendo a melanodermia mais frequente em indivíduos de pele castanha à parda. 2. Gravidez: o aparecimento de melasma na gravidez ocorre entre 50 e 70%, consoante o tipo constitucional. Na gravidez, há um estímulo da melanogênese, com aumento da pigmentação da aréola mamária e aparecimento da linea nigra, uma linha pigmentada que vai do púbis ao umbigo. 3. Estrogênios-progestogênios - ocorre entre 8 e 29% de mulheres que tomam anticoncepcionais. Observa-se também na terapia de substituição de estrogênios e/ou progestogênios na menopausa. Não foi ainda estabelecida nenhuma correlação entre disfunção hormonal e melasma. 4. Exposição solar- o fator desencadeante mais importante no melasma. A radiação ultravioleta aumenta a atividade dos melanócitos, provocando a pigmentação. O melasma pode surgir, de súbito, após exposição intensa à luz solar ou se instalar gradualmente pela exposição constante. Geralmente, melhora no inverno e se agrava no verão; há recidiva com nova exposição solar. 5. Cosméticos - produtos que contenham derivados de petróleo, psoralênicos e outras drogas fotossensibilizantes podem contribuir para o agravamento do quadro. MANIFESTAÇÕES CLINICAS Manchas castanho-claras a castanho-escuras, localizadas geralmente nas regiões mal ares, podendo atingir as regiões frontal, labial superior e masseterianas. Há três padrões clínicos: centro- facial; malar; e mandibular. No padrão centro-facial, mais frequente, as lesões localizam- se nas regiões malares, frontal, labial superior, nasal e mental; no malar, atingem as regiões malares e nasal com a disposição em vespertílio; e, no maxila-mandibular, localizam-se principalmente nas regiões masseterinas e inferior da boca. A intensidade da pigmentação é variável, às vezes discreta, quase imperceplfvel; outras, muito acentuada, causando máscara desfigurante que leva a problemas psicológicos. DIAGNOSE Em geral, não apresenta dificuldade. Na diagnose diferencial, a melanodermia de contato é fácil de ser afastada pela localização e pelo caráter evolutivo. A melanodermia tóxica é difusa, atingindo áreas de maior contato, como as regiões frontal e malar, e, com frequência, a região retroauricular e o pescoço. TRATAMENTO 1. Fotoproteção: Uso constante de fotoprotetor total para UVB e UVA, contendo, além de agentes químicos, substâncias como o dióxido de titânio ou óxido de zinco. Agentes físicos opacos, que reflitam a luz solar. 2. Derivados fenólicos. - HIDROQUINONA: A droga mais efetiva no tratamento do Melasma. Inibe a melanogênese atuando sobre o melanócito. As preparações são usadas em concentração de 2 a 4%, em creme hidrofflico ou em álcool anidro- propilenoglicol, em partes iguais Alguns autores preconizam iniciar com a concentração mais baixa, enquanto outros indicam a concentração de 4% como dose inicial de ataque. Os resultados terapêuticos só aparecem após 6 a 8 semanas de tratamento. A hidroquinona é irritante primário; eritema e descamação, proporcionais à concentração empregada, podem preceder a despigmentação. Despigmentação em confete pode surgir, excepcionalmente, com concentrações mais elevadas e regredir, ao contrário do que acontece com o uso do monobenzileter de hidroquinona. Outra reação tóxica, muito rara, é a ocronose, caracterizada por pigmentação reticulada castanho-azulada, por depósito de pigmento na derme, causada pelo uso extenso e constante da hidroquinona. Para aumentar a eficácia e diminuir a irritação, é bastante usada a fórmula que associa hidroquinona, tretinofna e corticosteroide. A tretinofna aumenta a penetração da hidroquinona, além de reduzir a atividade dos melanócitos. O corticoide atenua a ação irritativa, além de inibir a melanogênese. A fórmula original contém hidroquinona 5%, tretinoína 0,1% e dexametasona 0,1% em creme hidrofílico ou solução álcool- propilenoglicol. Recentemente, foram introduzidos cremes comerciais com composições similares. É possível usar separadamente esses três agentes, permitindo melhor manejamento terapêutico. Há produtos comerciais que associam a hidroquinona com fotoprotetores. Entretanto, se a irritação for intensa, usar somente à noite. Quando da exposição prolongada ao sol, não usar pela manhã. 3. Outros compostos fenólicos: - Mequinol- derivado meti lado da hidroquinona, utilizado em concentrações de 5 a 10% em preparações comerciais. - Arbutin - a p-D-glucopironosida da hidroquinona de ocorrência natural em plantas. Usado nas mesmas concentrações e em associação com ácidos alfa- hidroxílicos em preparações comerciais. 4. Retinoides: - Tretinofna t6pica - concentração de 0,05 a 0,1%, atua no melasma como em outras melanodermias. Deve ser usada somente à noite pela ação fotossensibilizante. A melhora do melasma requer seis meses de uso. Pode ser aplicada com a hidroquinona ou com o ácido azelaico. A isotretinoína tópica é menos irritante que a tretinoína. - Acido azelaico - ácido dicarboxílico, de ocorrência natural, empregado em concentração de 20% no tratamento da acne. Interfere na síntese da melanina e é uma alternativa à hidroquinona e à tretinoína. Não tem nenhuma toxicidade sistêmica nem fotossensibilidade. A tolerância tópica é excelente. Em geral, não há irritação e, se houver, regride com a continuação do tratamento. Deve ser aplicado duas vezes por dia, de manhã à noite. Pode ser associado a hidroquinona ou à tretinoína. 5. Miscelânea: - Acido ascórbico- há relatos referindo uma ação inferior à da hidroquinona, podendo ser associado. - Acido k6jico (5-hidroxi-2-hidroximeti/-4-pirona) – é um derivado fúngico hidrófilo de espécies (Acetobacter, Aspergillus e Penícillium) e atua como a hidroquinona, por inibição da tirosinase. Usado a 1%, é sensibilizante e pode causar dermatite de contato. - Esfoliação e dermatoabrasão- não devem ser empregados. A esfoliação (peeling) com resorcina, feno I ou ácido tricloroacético (25 a 35%) pode oferecer melhora temporária, porém há recidiva e até agravamento. O mesmo ocorre com a dermatoabrasão. - Lasers- os resultados com diversos tipos de laser são irregulares. O Q- switched rubi-laser é o que tem dado melhor resultado. CONCLUSÃO Fundamental, no Melasma, é a fotoproteção. A resposta ao tratamento é variável. Considerando o impacto psicológico, usar sempre a base corretora cosmética.
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