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“Existe mais vida na boca de um homem do que homens em todo o reino” Antony van Leeuwenhoek (microscopista do século XVII) Organização do DNA bacteriano DNA plasmidial isolado pelas turmas nas aulas práticas P1 P2 Escherichia coli como organismo modelo • Assim denominada em homenagem a seu descobridor Theodore Escherich (bacteriologista do século XIX); • Características adequadas para a pesquisa genética; • Um único cromossomo circular pequeno (4,6 Mb); • 4000 genes sem íntrons; • Ciclo sexual possibilitado pela ação de um plasmídeo extragenômico chamado F (confere um tipo de masculinidade); • Outros plamídeos carregam genes de resistência a drogas e puderam ser adaptados como vetores gênicos; • Unicelular, simples divisão celular e tamanho pequeno (~1 μm): Cultivo em larga escala (grande número) e sujeita a intensa seleção e triagem para raros eventos genéticos; • Por meio de seleção e análise de mutantes, o funcionamento da maquinaria genética podem ser deduzidos; • Fenótipos como tamanho da colônia, resistência a drogas, uso de fonte de carbono e produção de corantes tomaram o lugar de fenótipos visíveis da genética de eucariontes. Trabalhando com Microrganismos Fenótipos bacterianos podem ser avaliados em suas colônias. Um estoque de células bacterianas pode ser cultivado em um meio líquido contendo nutrientes e, então um pequeno número de bactérias da suspensão líquida pode ser espalhada em meio sólido de ágar. Cada tipo de célula dará origem a uma colônia. Todas as células em uma colônia têm o mesmo genótipo e fenótipo. Clones bacterianos Colônia bacteriana Diluição seriada Cada diluição varia por um fator de 10; Cada colônia se originou de uma única célula bacteriana Crescimento Bacteriano Típica curva de crescimento As bactérias mutam espontaneamente e se multiplicam em uma velocidade exponencial Pré-requisitos para estudos de Genética • Possibilidade de obtenção e detecção de mutantes: • mutantes auxotróficos • mutantes morfológicos • mutantes resistentes a agentes inibidores de crescimento • antibióticos • bacteriófagos • Ocorrência de eventos de recombinação: • transformação bacteriana • conjugação bacteriana • sexodução • transdução • generalizada • restrita Quatro maneiras pelo qual o DNA bacteriano pode ser transferido de célula para célula Recombinação genética em bactérias • Auxotróficos • incapazes de crescimento em meio mínimo; • meio mínimo – 1 única fonte de carbono (energia) e sais minerais: •ex: thr-, lys-, arg-, etc • Morfológicos • coloração de colônias • formato das colônias, etc • Temperatura sensíveis (ts) • inativação de enzimas quando expostos a 37º ou 42º C, etc • Resistentes a agentes inibidores de crescimento • antibióticos – Apr, Kanr, Str, Cmr (plasmideos) • bacteriófagos - λ, P22, etc Mutantes bacterianos: Alguns símbolos genotípicos usados em genética de bactérias Meio mínimo é o meio sintético básico para crescimento de bactérias sem suplementos de nutrientes Colônias bacterianas podem ser distinguidas em meio de coloração (corante indicador) Colônias bacterianas, cada uma derivada de uma única célula Tipo selvagem lac+ Mutante lac- Mecanismo de captação de DNA pela bactéria • Uma bactéria sofrendo transformação capta DNA livre liberado de uma bactéria morta (por exemplo); • À medida que os complexos de ligação ao DNA na superfície da bactéria captam o DNA (inserto), as enzimas degradam um filamento em nucleotídeos; • Um derivado do outro filamento pode integrar-se ao cromossomo bacteriano. As células podem captar fragmentos de DNA do meio ambiente. Dentro da célula, esses fragmentos podem se integrar ao cromossomo. Micrografia eletrônica do fago T4 e vários estágios do processo infeccioso, que inclui a ligação e injeção do DNA Ciclo de um fago que lisa as células hospedeiras A infecção por um único fago redireciona a maquinaria da célula para fazer fagos de prole, que são liberados na lise Colônias de Fago (Placas de Lise) Uma placa é uma área clara na qual todas as bactérias foram lisadas por fagos Por infecção repetida e produção de fagos da prole, um único fago produz uma área clara, ou placa, na camada opaca de células. Eventos de recombinação envolvendo a transferência de material genético entre bactérias via bacteriófagos • Alguns fagos são capazes de captar genes bacterianos e levá-los de uma bactéria para outra (TRANSDUÇÃO); • Fagos virulentos: são os que imediatamente lisam as células e matam o hospedeiro; • Fagos temperados: podem permanecer dentro da célula hospedeira por um período sem matá-la, como um prófago. • Prófago: fago integrado ao genoma bacteriano. Seus hospedeiros sobrevivem como bactérias lisogênicas (capaz de ser lisada). TIPOS DE TRANSDUÇÃO • Generalizada: • fagos comuns Ex: M13, φX174, etc • Restrita ou especializada: • fagos específicos Ex; fago λ em E. coli • Abortiva: • situação anormal em que o cromossomo do fago é impedido de agir normalmente. Ciclo de um bacteriófago Transdução Generalizada Pode transferir qualquer gene do hospedeiro. Ela ocorre quando a embalagem do fago acidentalmente incorpora DNA bacteriano ao invés de DNA do fago. Transdução Especializada É devida a uma alça defeituosa do prófago no cromossomo bacteriano e , assim , o novo fago inclui tanto o fago quanto os genes bacterianos. O fago transdutor pode transferir apenas genes hospedeiros específicos. • O fago λ se insere por um crossing em sítios específicos; • A recombinação recíproca ocorre entre um sítio específico de ligação no DNA λ circular e uma região específica chamada sítio de ligação no cromossomo de E. coli, entre os genes gal e bio. •O crossing no sítio especializado de ligação produz uma bactéria lisogênica; •A bactéria lisogênica pode produzir λ normal ou, raramente, λdgal (defeituoso), uma partícula transdutora contendo o gene gal; •Transdutantes gal+ podem ser produzidos por co-incorporação de λdgal e λ (agindo como auxiliar) ou crossings flanqueadores do gene gal, um evento raro . unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Campus DE JABOTICABAL FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS Prof. Jackson A. Marcondes de Souza • Descoberta de um ciclo sexual incluindo um processo de crossing; • Organismo de estudo: E. coli. • Duas culturas auxotróficas foram misturadas gerando tipos selvagens prototróficos (WT). Comprovação da transferência de genes por conjugação bacteriana Joshua Lederberg e Edward Tatum (1940) • Células do tipo A ou tipo B não podem crescer em um meio não suplementado (mínimo), porque A e B levam mutações que causam a inabilidade em sintetizar constituintes necessários para o crescimento celular; • Quando A e B são misturadas por algumas horas e então plaqueadas, algumas colônias aparecem na placa de ágar; • Essas colônias foram derivadas de células únicas nas quais o material genético foi trocado; elas são portanto capazes de sintetizar todos os constituintes necessários ao metabolismo. Bernard Davis – Tubo em U •Exclusão da hipótese de alimentação cruzada (vazamento de substâncias que outras células podem absorver e usar para crescer); •Não são produzidos recombinantes, sem contato celular. • As linhagens auxotróficas A e B são cultivadas em ambos os lados do tubo em U; • O líquido pode ser passado entre os braços aplicando pressão ou sucção, mas as células não podem passar pelo filtro; • Após incubação e plaqueamento, nehuma colônia recombinante cresce no meio mínimo. A transferência de material genético na conjugação de E. coli não é recíproca. Uma célula, a doadora, transfere parte de seu genoma para outra célula, que atua como receptora. Conjugação Bacteriana usando pili Fator de Fertilidade (F) Pilus (projeção que liga a céluladoadora à célula receptora) •Habilidade do doador é em si um estado hereditário imposto por um fator de fertilidade (F); •Linhagens doadoras possuem F e são designadas F+; •Linhagens receptoras não possuem F e são designadas F-; •O plasmídeo F dirige a síntese dos pili na célula doadora Plasmídeo F Replicação em círculo rolante • O plasmídeo circular “rola” e a medida que gira ele desenrola uma cópia unifilamentar, como uma linha de pescar; • Essa cópia passa por um poro para a célula receptora onde o outro filamento é sintetizado, formando uma dupla hélice; • Uma cópia de F fica na doadora e a outra aparece na receptora (F- sendo convertido em F+). Linhagens Hfr Alta freqüência de recombinação (High frequency) • Gera 1000 x mais recombinantes ao ser cruzada com F-; • Hfr resulta da integração do fator F ao cromossomo; • Durante a conjugação, o fator F inserido no cromossomo ativa eficientemente parte desse cromossomo ou todo ele na célula F-; Conseqüência genética: O fragmento cromossômico pode então participar da recombinação com o cromossomo receptor. Exconjugantes: Uma bactéria fêmea que acabou de estar em conjugação com um macho e que contém um fragmento de DNA do macho. Crossings integram partes do fragmento doador transferido Após a conjugação são necessários crossings para integrar genes do fragmento doador ao cromossomo receptor e , assim, tornar-se uma parte estável de seu genoma. O exconjugante F- recombinante pode permanece F- Rastreamento do tempo de entrada do marcador gera um mapa cromossômico • O cromossomo Hfr, originalmente circular, desenrola uma cópia de si mesmo que é transferida para a célula F- de modo linear, com o fator F entrando por último. • Experimento de conjugação com reprodução interrompida, mostra o “timing” de transferência dos genes. Plotagem da freqüência dos alelos doadores em exconjugantes como função do tempo após a reprodução Atenção: as cores representantes em ambos os gráficos são distintas entre si, para cada gene. Resumindo - Conjugação Podem ocorrer dois tipos de transferência de DNA durante a conjugação Processo de Excisão Plasmídeos F que levam fragmentos cromossômicos • O fator F em linhagens Hfr é geralmente bem estável em sua posição de inserção; • Contudo, ocasionalmente uma reversão do processo de recombinação (EXCISÃO) permite a saída do plasmídeo; • Durante sua saída, o plasmídeo leva com ele uma parte do cromossomo bacteriano; • O processo ocorre por recombinação homóloga de pareamento em regiões denominadas seqüências de inserção; • Um plasmídeo F levando o DNA genômico bacteriano é chamado de plasmídeo F’(F primo). Outro evento de transferência de material genético Merozigoto: A célula é um diplóide parcial O DNA de um plasmídeo F’ é parte do fator F (fator de fertilidade) e parte do genoma bacteriano. Os plamídeos são transferidos rapidamente por conjugação. Eles podem ser usados para estabelecer diplóides parciais para estudos de dominância bacteriana e interação de alelos
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