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→Dos três folhetos embrionários, é o ectoderma aquele que está em contato com o meio externo e é deste folheto que se origina o sistema nervoso. →O primeiro indício de formação do sistema nervoso é com o espessamento do ectoderma, acima da notocorda, formando a placa neural por volta do 20º dia de gestação →Para a formação da placa neural e subsequente formação do tubo neural a ação indutora da notocorda é bem importante. →A placa neural cresce e torna-se espessa formando um sulco longitudinal, chamada sulco neural, que se aprofunda para formar a goteira neural. No qual, os lábios da goteira neural se fundem para formar o tubo neural. →Ao lado do sulco neural formam-se elevações, que são as cristas neurais, situadas dorsolateralmente ao tubo neural →Logo após a sua formação as cristas neurais são continuas no sentido craniocaudal, mas que rapidamente se dividem, originando fragmentos que irão formar os gânglios espinhais, situados na raiz dorsal dos nervos espinhais. Neles se diferenciam os neurônios sensitivos, pseudounipolares, cujos prolongamentos se ligam ao tubo neural, enquanto os prolongamentos periféricos se ligam aos dermátomos dos somitos. Elementos derivados da crista neural: ✓ Gânglios sensitivos ✓ Gânglios do sistema nervoso autônomo (viscerais) ✓ Medula da glândula suprarrenal ✓ Melanócitos ✓ Células de schwann ✓ Anficitos ✓ Odontoblastos ✓ Dura-máter e aracnoide →O fechamento da goteira neural e fusão do ectoderma não diferenciado se inicia no meio da goteira neural e é mais lento em suas extremidades. →Permanecem nas extremidades cranial e caudal do embrião dois orifícios – neuróporo rostral e neuropóro caudal – ultimas partes do SN a se fechar. →As paredes do tubo neural se espessam, devido à intensa atividade mitótica, para originar o encéfalo e a medula. O lúmen do tubo dá, então, origem ao sistema ventricular encefálico e ao canal central da medula. O crescimento das paredes do tubo neural e a diferenciação de células nesta parede não são uniformes, dando origem às seguintes formações a) duas lâminas alares; b) duas lâminas basais; c) uma lâmina do assoalho; d) uma lâmina do teto. Desde o início de sua formação. o calibre do tubo neural não é uniforme. A parte cranial, que dá origem ao encéfalo do adulto, torna-se dilatada e constitui o encéfalo primitivo, ou arquencéfalo A parte caudal, que dá origem à medula do adulto, permanece com calibre uniforme e constitui a medula primitiva do embrião. Separando de cada lado, as lâminas alares das basais há o sulco limitante. Dessas lâminas derivam-se neurônios e grupo de neurônios (núcleos) ligados, respectivamente à sensibilidade e à motricidade, situados na medula e no tronco encefálico. ✓ Lâmina do teto – em algumas áreas do SN permanece muito fina e dá origem ao epêndima da tela coricoide e dos plexos corioides. ✓ Lâmina do assoalho: em algumas áreas permanece no adulto formando um sulco, como o sulco mediano do IV ventrículo. A partir do primeiro tubo neural não diferenciado e aberto em ambas as extremidades se desenvolvem as três chamadas vesículas encefálicas primordiais denominadas prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo Com o subsequente desenvolvimento do embrião, o prosencéfalo dá origem a duas vesículas, telencéfalo e diencéfalo. O mesencéfalo não se modifica, e o rombencéfalo origina o metencéfalo e o bulbo (mielencéfalo) Luz da medula Forma o canal central da medula ou canal do epêndima. Cavidade dilatada do rombencéfalo IV ventrículo Cavidade do diencéfalo e da parte mediana do telencéfalo III ventrículo Luz das vesículas telencefálicas Ventrículos laterais unidos ao III ventrículo pelos forames interventriculares A luz do mesencéfalo permanece estreita e constitui o aqueduto cerebral que une o III ao IV ventrículo. Todas essas cavidades são revestidas por epitélio cuboide – epêndima, que, exceto o canal central da medula, contém liquor. O telencéfalo compreende uma parte mediana, na qual invaginam duas porções laterais, as vesículas telencefálicas laterais, que crescem para formar os hemisférios cerebrais. A parte mediana é fechada anteriormente por uma lâmina que constitui a porção mais cranial do SN, chamada de lâmina terminal. No embrião de 4 meses: ✓ As principais estruturas anatômicas já estão formadas. ✓ Córtex cerebral e cerebelar é liso. ✓ Os giros e sulcos são formados em razão da alta taxa de expansão da superfície cortical. ✓ O córtex cerebral humano mede cerca de 1.100 cm2 e deve dobrar-se para caber na cavidade craniana. Após o conhecimento das principais transformações morfológicas do Sistema Nervoso Central (SNC) há os processos de diferenciação e organização do tecido. São elas: ✓ Proliferação neuronal; Se intensifica após a formação do tubo neural, ocorrendo paralelarmente as transformações anatômicas. As células precursoras do neurônio passam a se dividir de forma assimétrica, formando outra célula precursora e, assim, um neurônio jovem, então o processo de migração da região proliferativa periventricular para a região mais externa para formar o córtex cerebral e suas camadas. Na superfície ventricular da parede do tubo neural há células da glia, em que seus prolongamentos se estendem da superfície ventricular até a superfície externa. – Essas células são chamadas de glia radial, precursoras dos astrócitos. ✓ Diferenciação neuronal Após a migração, os neurônios jovens irão adquirir características morfológicas e bioquímicas próprias da função que irão exercer. Depende da secreção de fatores por determinados grupos de neurônios que irão influenciar outros grupos a expressar determinados genes e desligar outros. Os axônios têm que encontrar seu alvo para exercer sua função. Ao chegar próximo da região alvo a extremidade do axônio se ramifica e começa a sinaptogênese. ✓ Morte neuronal programada e eliminação de sinapses: Ocorre uma morte neuronal programada, que é regulada pela quantidade de tecido-alvo presente. O tecido-alvo e também os aferentes produzem uma série de fatores neurotróficos que são captados pelos neurônios. Atuando sobre o DNA neuronal, os fatores neurotróficos bloqueiam a apoptose (próprio neurônio secreta substancias com a função de matar a si próprio). Diversos neurônios podem se projetar para o tecido-alvo, ocorrendo competição de sinapses, sobrevivendo aqueles que conseguem fatores tróficos suficientes. Em casos de lesões neurônios que normalmente morreriam podem ser utilizados para recuperá-las. Por isso, essa reserva neuronal é chamada de plasticidade neuronal, existente em crianças e que vai diminuindo com a idade. O cérebro continua crescendo até o inicio da puberdade, em que esse crescimento não se deve ao aumento no número de neurônios e, sim de sinapses. ✓ Mielinização; Esse processo é o final da maturação ontogenética do SN, e se completa em épocas diferentes e áreas diferentes do SNC. A ultima região a concluir esse processo é o córtex da região anterior do lobo frontal, responsável pelas funções psíquicas superiores. Ela cresce até os 16, 17 anos quando inicia o processo de eliminação das sinapses. Mielinização no lobo frontal estará concluído próximo aos 30 anos. O período fetal é importante para a formação e desenvolvimento do SNC. Fatores externos (substâncias teratogênicas, irradiação, medicamentos, álcool, drogas e infecções congênitas) podem afetar as etapas do desenvolvimento. Quando ocorrem no 1º trimestre podem afetar a proliferação neuronal, resultando no número de neurônios e microcefalia. No 2º ou 3º trimestre podem interferir na fase de organização neuronal, redução do número de sinapses e ocasionar atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e retardo mental. A desnutrição materna ou nos primeirosanos de vida da criança, agravada pela falta de estímulos do ambiente, pode interferir nesse processo. Essa etapa relaciona-se com a aquisição de habilidades e ao desenvolvimento neuropsicomotor normal da criança, a qual poderá sofrer atrasos muitas vezes irreversíveis. O fechamento da goteira neural para formar o tubo neural ocorre com cerca de 22 dias de gestação. Falha no fechamento da porção posterior ocasionam espinhas bífidas e mielomeningoceles. Na espinha bífida: ✓ Dura máter e medula são normais ✓ Porção dorsal da vértebra não está fechada ✓ Frequentemente assintomático Na meningocele: ✓ Déficit ósseo maior ✓ Dura máter sobressai – precisa de cirurgia ✓ Na mielomeningocele, além da dura-máter parte da medula e das raízes nervosas é envolvida. Mesmo após cirurgia irá permanecer déficits neurológicos variáveis de acordo com o nível da lesão. Pode ter desde distúrbios no controle vesical até paraplegia. O fechamento do tubo neural é sensível a teratógenos ambientais. Pode dar origem a defeitos graves como anencefalia, caracterizada pela ausência de prosencéfalo e do crânio, e é sempre fatal. O uso de ácido fólico nas mulheres com intenção de engravidar vem reduzindo a incidência desses distúrbios. Tem situações em que os neurônios não terminam sua migração ou fazem de forma anômala, gerando neurônios ectópicos, que tendem a ter excitabilidade e potencial epileptogênico. As epilepsias decorrentes de distúrbios de migração tendem a ser de difícil controle, muitas vezes intratáveis com medicamentos. Podem ter como recurso terapêutico a cirurgia. Em alguns casos, distúrbios de migração envolvendo grandes áreas cerebrais podem ocasionar quadros de retardo mental ou paralisia cerebral. →O tubo neural dá origem a elementos do SNC, ao passo que a crista dá origem a elementos do SNP, além de elementos não pertencentes ao sistema nervoso. O sistema nervoso é dividido anatomicamente em: Sistema Nervoso Central (SNC): Localiza-se dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral) Derivado do tubo neural; consiste em: ✓ encéfalo ▪ cérebro • telencéfalo • diencéfalo ▪ cerebelo ▪ tronco encefálico • mesencéfalo • ponte • bubo ✓ medula espinhal Sistema Nervoso Periférico (SNP): Os nervos e raízes nervosas fazem conexão com o SNC penetrando no crânio e no canal vertebral. Além de alguns gânglios se localizarem dentro do esqueleto axial. Derivado da crista neural; consiste em neurônios fora do SNC e nervos cranianos e espinhais, que unem o encéfalo e a medula espinhal às estruturas periféricas; ✓ nervos ▪ espinhais ▪ cranianos ✓ gânglios Divisão do sistema nervoso – critérios embriológicos: Divisão do sistema nervoso – critérios funcionais: Sistema nervoso da vida de relação ou somático: • aferente: conduz impulsos dos receptores periféricos, informando o que se passa no meio ambiente. • Eferente: leva aos músculos esqueléticos comandos dos centros nervosos, resultando em movimentos voluntários. Sistema nervoso da vida vegetativa ou visceral: Se relaciona com a inervação e controle das vísceras, sendo importante para a integração das vísceras no sentido da manutenção da constância do meio interno. • Aferente: conduz impulsos nervosos originados dos receptores das vísceras (visceroceptores) a áreas especificas do SNC. • Eferente: leva impulsos dos centros nervosos até as vísceras, terminando em glândulas, musculo cardíaco e músculo liso. É chamado de sistema nervoso autônomo, podendo ser dividido em simpático e parassimpático. Divisão do sistema nervoso – com base na segmentação ou metameria: Pode ser dividido em sistema nervoso segmentar e segmento nervoso suprassegmentar. A segmentação do SN é evidenciada pela conexão dos nervos. Pertence ao sistema nervoso segmentar todo o SNP, mais as partes do SNC que estão em relação direta com os nervos típicos, ou seja a medula espinhal e o tronco encefálico. O cérebro e o cerebelo pertencem ao sistema nervoso suprassegmentar. Essa divisão evidencia as semelhanças estruturais e funcionais existentes entre a medula e o tronco encefálico, órgãos do SN segmentar, em oposição ao cérebro e ao cerebelo, órgãos do SN suprassegmentar. Assim, nos órgãos do SN suprassegmentar existe córtex- substancia cinzenta situada fora da substância branca. Já nos órgãos do SN segmentar não há córtex, e a substância cinzenta pode localizar-se dentro da branca, como ocorre na medula. Organização geral do sistema nervoso: Neurônios sensitivos: cujos corpos estão nos gânglios sensitivos, conduzem à medula ou ao tronco encefálico impulsos nervosos originados de receptores na superfície (pele) ou no interior (vísceras, músculos e tendões). Os prolongamentos centrais desses neurônios ligam-se diretamente (reflexo simples), ou por meio de neurônios de associação, aos neurônios motores (somáticos ou viscerais), os quais levam impulsos a músculos ou glândulas, formando-se assim, arcos reflexos mono ou polissinápticos. Os neurônios sensitivos ligam-se a neurônios de associação situados na medula. Esses levam o impulso ao cérebro, onde é interpretado tornando-se consciente e manifestando-se. As fibras que levam ao SN suprassegmentar as informações recebidas do SN segmentar constituem as grandes vias ascendentes do sistema nervoso.
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