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Generalidades e Sistema Osteomioarticular

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DESCRIÇÃO
Elementos introdutórios para o estudo de anatomia humana e generalidades sobre os sistemas esquelético, articular e muscular.
PROPÓSITO
Compreender os conceitos bases e conceitos chaves necessários para o estudo de anatomia humana e a construção, função e
particularidades dos sistemas esquelético, articular e muscular é fundamental para o profissional de saúde.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer os conceitos gerais da constituição do corpo humano, os planos e eixos, a terminologia e a posição anatômica, as
diferenças conceituais do estudo sistêmico e topográfico e a ética na anatomia
MÓDULO 2
Reconhecer as generalidades sobre a anatomia do sistema esquelético
MÓDULO 3
Reconhecer as generalidades sobre a anatomia do sistema articular
MÓDULO 4
Reconhecer as generalidades sobre a anatomia do sistema muscular
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos estudar os conceitos fundamentais e ordenados da anatomia humana. Vamos analisar separadamente as
generalidades sobre os sistemas esquelético, articular e muscular, trazendo bases para a compreensão da arquitetura desses
sistemas, denominados, coletivamente, de aparelho locomotor.
No módulo 1, para a melhor compreensão da anatomia, abordaremos os seguintes conceitos: terminologia anatômica; variação
anatômica, anomalia e monstruosidade; fatores que contribuem para a variabilidade do corpo humano; posição anatômica;
princípios da construção corpórea em vertebrados; planos e eixos do corpo humano; termos de posição e direção; anatomia
sistêmica e topográfica; e ética em Anatomia.
No módulo 2, vamos descrever os aspectos gerais dos elementos ósseos do corpo humano, no estudo denominado “osteologia”.
No módulo 3, veremos as generalidades sobre o sistema articular e seu estudo chamado de Artrologia. Estudaremos,
sucessivamente, os seguintes aspectos: conceitos gerais e funções; articulações fibrosas; articulações cartilaginosas; articulações
sinoviais; e movimento das articulações. No último módulo, estudaremos a anatomia do sistema muscular e suas diversas funções e
propriedades.
MÓDULO 1
 Reconhecer os conceitos gerais da constituição do corpo humano, os planos e eixos, a terminologia e a posição anatômica, as
diferenças conceituais do estudo sistêmico e topográfico e a ética na anatomia
CONCEITOS
A anatomia pode ser definida como a estrutura morfológica de um determinado organismo. O termo anatomia no grego significa
“cortar em partes”; no latim, “dissecar”.
Anatomia é um ramo da ciência que estuda, tanto macroscopicamente, quanto microscopicamente a constituição de seres
organizados. Esse conceito foi sendo moldado ao longo dos anos, com o advento do microscópio, por exemplo, que culminou na
subdivisão da anatomia em diversas áreas:
Histologia (Estudo dos tecidos)
Citologia (Estudo da célula)
Embriologia (Estudo do desenvolvimento ou anatomia do desenvolvimento)
Na área médica, com o advento dos raios X e demais exames de imagens, disciplinas foram criadas sob o nome de anatomia
radiológica, de modo a compreender a arquitetura sob a ótica de um exame de imagem em específico (GARDNER et al., 1978).
Foto: Shutterstock.com
 Hipócrates.
A anatomia é uma das ciências mais antigas, com seu estudo sendo sistematizado no mundo ocidental por filósofos gregos, como,
por exemplo, Hipócrates e Heráclito – este dito como o primeiro a dissecar um cadáver humano. Galeno, filósofo romano de origem
grega, é considerado um dos expoentes da anatomia naquele tempo. Seus escritos, porém, não foram tão precisos, pois suas
observações e dissecações eram baseadas em outras espécies de animais como macacos, entre outros (HABBAL, 2017).
Foto: Shutterstock.com
 Andrea Vesalius (colorida).
Em torno de 1500 d. C., um médico belga, chamado Andreas Vesalius (André Vesálio), desconsiderou os textos de Galeno e
começou a praticar algo que era tabu na época: a dissecação em humanos. Com isso, demonstrou os diversos erros que Galeno
havia cometido anteriormente. Vesalius foi o responsável pela sistematização do estudo da Anatomia, sendo por isso
considerado o “pai da anatomia moderna”. Esse nome, portanto, é um dos mais importantes, pois pavimentou o caminho para a
forma que a anatomia é estudada hoje. Uma de suas descrições mais importantes foram as dos ossículos do ouvido interno, o
martelo, a bigorna e o estribo, assim como o aparelho vestibular (CAMBIAGHI, 2017).
Foto: Shutterstock.com
 Ilustrações anatômicas de Leonardo da Vinci.
Nesse meio tempo, houve inúmeros outros grandes nomes na história da anatomia, ciência consolidada como uma das mais
importantes para a prática clínica e cirúrgica. Leonardo Da Vinci, Falloppio, Colombo, Bartholin, Hunter, Haller, Luschka, entre outros
ainda estão presentes na nomenclatura anatômica clássica e médica graças às suas descobertas, observações e descrições
anatômicas (STANDRING, 2016).
TERMINOLOGIA ANATÔMICA
Também conhecida como “nomenclatura anatômica”, a terminologia anatômica nada mais é que a linguagem própria utilizada
dentro do universo da anatomia. Para explicar como isso surgiu, faz-se necessário entender que, ao longo dos anos, diversas
descobertas eram feitas no corpo humano em distintos locais. Por exemplo, uma mesma estrutura poderia ser descrita por um
anatomista da Itália e, ao mesmo tempo, por um anatomista da Alemanha (GARDNER et al., 1978).
 EXEMPLO
Uma mesma estrutura com diversos nomes gerou uma série de problemas. Podemos citar como exemplo a
glândula pineal, que possuía em torno de 40 sinônimos.
Imagem: Shutterstock.com
Esses problemas trouxeram dificuldades à comunicação. Considera-se que havia mais de 40 mil termos anatômicos circulando ao
redor do mundo (BERGMAN et al., 1988). Para mudar essa situação, anatomistas da Alemanha se reuniram na Basileia. Esse
encontro culminou na redução de mais de 40 mil para cerca de 4500 termos anatômicos, configurando o que se conhece como
“Nômina Anatômica de Basileia” (BERGMAN et al., 1988). Essa nômina passou por diversas revisões, até que um grupo de
anatomistas considerou que o texto base deveria ser redigido em latim e traduzido para os demais idiomas, de acordo com a
necessidade de cada país, com o propósito de padronização. Isso culminou no surgimento da Terminologia Anatômica que é hoje
conhecida, editada e revisada pelo Comitê Internacional da Nomenclatura Anatômica (GARDNER et al., 1978; LATARJET, LIARD,
2011).
 EXEMPLO
Uma das grandes revoluções do surgimento da Terminologia Anatômica atual foi a exclusão de epônimos,
que é uma expressão surgida a partir do nome de uma pessoa. Por exemplo, o termo trompas de Falópio era
usado para designar as tubas uterinas. Esses epônimos, em anatomia, foram abandonados pela nômina por
diversos motivos: não dizem nada sobre uma determinada estrutura e, em alguns casos, podem faltar com a
verdade histórica caso a pessoa homenageada não tenha sido a primeira a descrever aquela estrutura.
Apesar disso, os epônimos estão presentes no cotidiano da anatomia, especialmente, quando esta é levada para um contexto
clínico ou cirúrgico. Por essa razão, ao longo de seus estudos, você irá se deparar com epônimos que são ditos como “clássicos” na
literatura. Porém, lembre-se sempre do termo presente na Terminologia Anatômica.
VARIAÇÃO ANATÔMICA, ANOMALIA E MONSTRUOSIDADE
Nenhum ser humano é igual ao outro. Cada um possui suas particularidades no contexto psicológico, social, de lazer e, não
diferente, dentro de um contexto anatômico.
Torna-se fácil notar isso quando percebemos diversas diferenças entre nós mesmos. Por exemplo, diferenças de altura, postura, cor
dos olhos, e assim por diante. Se fossemos levar todos esses elementos em perspectiva, o estudo da anatomia seria impraticável.
Essas diferenças morfológicas observadas são denominadas de variações anatômicas (externas ou internas) e não trazem
prejuízo funcional para o indivíduo. Por isso, devemos ter em mente que nem sempre o que será visto no cadáver estará igual a
alguma imagem de atlasde anatomia. Esses atlas, assim como toda a literatura anatômica, são constituídos a partir do que se
considera mais comum nos seres humanos, ou seja, seguem uma distribuição “normal” (TUBBS et al., 2016).
Imagem: Shutterstock.com
Para o profissional de saúde o conceito de normal está atrelado ao que é saudável.

Para o anatomista o normal está atrelado ao padrão, ao que é comum à maioria dos indivíduos.
Vimos que uma variação anatômica não acarreta prejuízo da função. Porém, podem ocorrer variações morfológicas que de fato
culminam em distúrbios funcionais. Essas são chamadas, em anatomia, de “anomalias”.
 EXEMPLO
Um indivíduo que nasce com um dedo a mais na mão é um exemplo de anomalia.
Foto: Shutterstock.com
 Um exemplo de anomalia da mão, a polidactilia.
Já o conceito de monstruosidade, pouco utilizado nos dias de hoje, está atrelado ao fato de que uma anomalia é acentuada o
suficiente para deformar de forma profunda a constituição corpórea de uma pessoa (DÂNGELO; FATTINI, 2011).
FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A VARIABILIDADE DO
CORPO HUMANO
Variações anatômicas podem ser diversas. Um indivíduo pode apresentar um músculo a mais do que o outro, ou um formato
diferente do estômago, por exemplo. Isso não implica em perda ou prejuízo de função no caso dessas variações. Você deve ter em
mente que existe uma gama de fatores que altera a anatomia de um indivíduo. Entre os mais comuns, podemos destacar os
seguintes:
IDADE
Durante a vida, o corpo sofre diversas alterações. Por exemplo, a diminuição da estatura devido à desidratação dos discos
intervertebrais, que ocorre normalmente com a idade. Outro aspecto é o fato de a anatomia de um recém-nascido ser
completamente diferente de um adolescente, assim como a anatomia de um embrião em formação é distinta de um feto já formado
(SCHOENWOLF et al., 2015).
Imagem: Shutterstock.com
 Desenvolvimento embrionário até os 9 meses.
SEXO
Existem diferenças anatômicas importantes entre os sexos. A cavidade pélvica masculina é completamente diferente da feminina,
devido às diferenças nos órgãos sexuais e em outros elementos (ósseos, musculares, articulares, hormonais etc.) (TORTORA,
DERRICKSON, 2014).
Imagem: Shutterstock.com
 Diferenças entre a pelve óssea masculina (à esquerda) e a feminina (à direita).
ETNIA/RAÇA
Grupos que pertencem a uma mesma etnia possuem similaridades entre si. No Brasil, graças à miscigenação, esse aspecto não é
tão ressaltado, porém, ao compararmos um indígena com um indivíduo proveniente da região nórdica, na Europa, observaremos
características distintas (TESTUT; LATARJET, 1958).
TIPO MORFOLÓGICO
Também denominado de “biótipo”. São características gerais herdadas de uma determinada pessoa. Na literatura clássica, são
descritos três biótipos: o longilíneo, o brevilíneo e o normolíneo (ou mediolíneos).
• O longilíneo é caracterizado como o indivíduo alto, magro, com membros longos.
• O brevilíneo é um indivíduo baixo, atarracado, com pescoço curto.
• O mediolíneo é o indivíduo com características mistas, sem preponderância de uma sobre a outra.
Essa nomenclatura é pouco utilizada atualmente, em razão da grande variabilidade dos indivíduos nesse sentido.
Todos esses fatores contribuem para a variabilidade do ser humano. Quando estudamos anatomia, temos de ter em mente que o
que está sendo lido é referente a um indivíduo “normal”, de altura “normal”, de peso “normal”, sem nenhuma característica
preponderante individual. Em outras palavras: estuda-se o indivíduo que está na média, o mais “comum”.
POSIÇÃO ANATÔMICA
A fim de padronizar a descrição da anatomia humana e evitar um número exacerbado de termos, visto que a posição de uma
pessoa no espaço é variável, convencionou-se que o objeto de estudo esteja em uma posição padrão: a posição anatômica. Com
isso, os anatomistas descrevem uma determinada estrutura levando em consideração essa posição. A posição anatômica é
caracterizada da seguinte maneira (DÂNGELO; FATTINI, 2011):
 Posição anatômica.
• O indivíduo está em pé (posição ortostática), com a face voltada para frente e o olhar dirigido para o horizonte.
• Os membros superiores ficam estendidos e aplicados ao tronco, com as palmas das mãos voltadas para frente.
• Os membros inferiores ficam unidos com as pontas dos pés dirigidas para a frente.
Imagem: Shutterstock.com
Dessa maneira, não importa a posição do cadáver (decúbito dorsal, ventral, lateral, entre tantas outras), toda a descrição é feita
considerando que o cadáver esteja na posição anatômica.
PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO CORPÓREA EM
VERTEBRADOS
Agora, vamos explicar alguns conceitos e pilares sob os quais o corpo humano é constituído.
ANTIMERIA
O plano mediano divide um corpo em duas metades (direita e esquerda). Tais metades são chamadas de antímeros, pois são
semelhantes. Apesar desse princípio, há de se notar que essas metades não são simétricas. Essa simetria bilateral pode ser notada
durante o início do desenvolvimento embrionário, e isso se perde ao longo do desenvolvimento do indivíduo. Desse modo, o
membro pode ser mais comprido que o outro; o coração está situado à esquerda; o baço pertence somente ao antímero esquerdo, e
assim por diante.
METAMERIA
É o conceito no qual há uma superposição de segmentos semelhantes entre si (metâmeros) no sentido longitudinal. Também é
evidente na fase embrionária. Na vida adulta, somente algumas estruturas demonstram metameria, como a coluna vertebral e as
costelas.
Imagem: Shutterstock.com
 Um exemplo de metameria presente no ser humano, a coluna vertebral.
PAQUIMERIA
Esse princípio é caracterizado pelo fato de que o eixo do corpo é constituído, morfologicamente, por dois grandes tubos
(paquímeros), um ventral, correspondente às vísceras, e o dorsal, correspondente ao sistema nervoso central.
ESTRATIMERIA
Em suma, o corpo humano é constituído por camadas (estratos) superpostos. Isso é bastante evidente em uma dissecação,
processo no qual a pele é removida e, em seguida, surge a tela subcutânea, que se situa superficialmente à fáscia muscular e aos
músculos, e assim sucessivamente. Há de se notar nos órgãos abdominais, por exemplo, que são formados por diversas camadas
musculares superpostas.
Imagem: Shutterstock.com
 Um exemplo de estratigrafia, pele e suas camadas (epiderme, derme e a tela subcutânea, conhecida também como hipoderme).
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO
Na posição anatômica, o corpo humano pode ser delimitado por planos que tangenciam as suas superfícies corporais, de modo que
este esteja inserido dentro de um paralelepípedo. Podemos observar, então, uma série de planos:
Um tangente ao ventre (frente) e um tangente ao dorso (popularmente conhecido como “as costas”) do indivíduo. Esses planos são
denominados de plano anterior (ou frontal, ou ventral) e plano posterior (ou dorsal), respectivamente.
Dois planos tangentes aos lados do corpo do indivíduo, chamados de planos laterais direito e esquerdo (ou látero-laterais).
Um plano horizontal, tangente a cabeça do indivíduo, denominado de plano superior (ou cranial), e outro plano horizontal, tangente
à planta dos pés do indivíduo, chamado de plano inferior (ou caudal).
Esses planos anteriormente descritos são classificados como planos de delimitação.
Iremos estudar agora os eixos do corpo humano. Esses eixos são considerados como linhas imaginárias, traçadas no indivíduo
dentro do paralelepípedo dos planos de delimitação. Existem três eixos, a saber:
EIXO ANTEROPOSTERIOR (OU SAGITAL)
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EIXO CRANIOCAUDAL (OU LONGITUDINAL)
EIXO LÁTERO-LATERAL (OU TRANSVERSAL)
Ao compreendermos os planos de delimitação e os eixos, podemos estudar agora os planos de secção (de corte).
Plano mediano
É o plano de corte que divide o corpo humano em duas metades, direita e esquerda. Quando esse corte é realizado exatamente no
meio do corpo, alguns autores o denominam de plano sagital mediano. Quando esse corte é realizado paralelamente ao plano
sagitalmediano, o nome que se dá é “plano sagital”. Esse nome vem de uma estrutura anatômica situada no crânio, a sutura
sagital. O plano sagital é, portanto, perpendicular ao eixo látero-lateral e paralelo ao anteroposterior.
Plano frontal
É o plano de secção que divide o corpo em duas metades, uma anterior e uma posterior (ventral e dorsal, respectivamente). É
perpendicular ao eixo anteroposterior e paralelo ao plano látero-lateral.
Plano transversal
É o plano de corte que divide o corpo humano em metades superior e inferior. É paralelo ao plano craniocaudal.
Imagem: Shutterstock.com
 Planos de secção. À esquerda, temos o plano sagital; no centro, o plano coronal ou frontal; e à direita, o plano transversal.
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TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO
Quando um órgão ou estrutura é observado, o anatomista geralmente o compara a uma forma geométrica. Essas formas
geométricas possuem faces, margens, extremidades, ângulos, entre outros, que são descritos de acordo com a posição que se
apresentam na posição anatômica. Para padronizar essa descrição, foram criados diversos termos que levam em consideração os
planos e eixos anteriormente estudados.
 EXEMPLO
Uma face que olha para o plano mediano é denominada de “face medial”, uma extremidade que está voltada
para o plano lateral direito ou esquerdo é denominada de “extremidade lateral”.
A tabela a seguir resume os termos de posição utilizados na anatomia.
Tabela 1: Principais termos de posição e descrição
Termo Definição Exemplo
Medial
Utilizado quando uma estrutura está mais próxima ao
plano mediano.
Extremidade medial da clavícula.
Lateral
Utilizado quando uma estrutura está mais próxima ao
plano lateral.
Maléolo lateral da fíbula.
Médio
Utilizado quando algo se situa entre uma estrutura
superior e inferior (ou externa e interna).
Terço médio do antebraço.
Mediano
Pouco utilizado, significa que está no eixo central
(plano sagital mediano) de alguma região.
Veia cubital mediana.
Intermédio
Utilizado quando algo está entre uma estrutura
medial e outra lateral.
Osso cuneiforme intermédio (dos ossos do
tarso).
Radial
Sinônimo de lateral. Utilizado no antebraço, referente
à parte lateral deste, onde se situa o rádio.
Músculo flexor radial do carpo.
Ulnar
Sinônimo de medial. Utilizado no antebraço, referente
à parte medial deste, onde se situa a ulna.
Músculo flexor ulnar do carpo.
Fibular
Sinônimo de lateral. Utilizado na perna, referente à
parte lateral desta, onde se situa a fíbula.
Artéria fibular.
Tibial
Sinônimo de medial. Utilizado na perna, referente à
parte medial desta, onde se situa a tíbia.
A superfície tibial da perna é ocupada,
principalmente, pelo corpo da tíbia.
Anterior
Utilizado quando uma estrutura está mais próxima à
frente.
Músculo tibial anterior.
Posterior
Utilizado quando uma estrutura está mais próxima ao
dorso.
Músculo serrátil póstero-inferior.
Ventral Sinônimo de anterior. Mais utilizado no tronco.
O omento maior situa-se ventralmente ao
omento menor.
Dorsal
Sinônimo de posterior. Em algumas regiões, o termo
dorsal toma significado especial, como, por exemplo,
no dorso do pé (parte superior).
Face dorsal da escápula.
Palmar
(volar)
Sinônimo de anterior. Utilizado para estruturas
situadas na palma da mão.
Arco palmar superficial.
Plantar
Sinônimo de inferior. Utilizado para estruturas
situadas na planta do pé.
Plexo venoso plantar.
Superior
Utilizado quando algo está mais próximo do ápice ou
da extremidade superior do corpo.
O mamilo é superior à cicatriz umbilical.
Inferior
Utilizado quando algo está mais próximo da
extremidade inferior do corpo.
Espinha ilíaca ântero-inferior.
Cranial
(cefálico)
Sinônimo de superior.
A artéria carótida comum segue cranialmente
pelo pescoço.
Caudal Sinônimo de inferior. O cóccix situa-se caudalmente ao sacro.
Proximal
Específico para os membros. Utilizado quando uma
estrutura está mais próxima da raiz de implantação
dos membros.
O terço proximal do braço.
Distal
Específico para os membros. Utilizado quando uma
estrutura está mais distante da raiz dos membros.
O terço distal da coxa.
Interno
Utilizado quando algo está mais próximo do centro de
um órgão ou cavidade.
Face interna da costela.
Externo
Utilizado quando algo está mais longe do centro de
um órgão ou cavidade.
Superfície externa da bexiga urinária.
Superficial
Utilizado quando uma estrutura está mais próxima da
superfície.
O músculo esternocleidomastoideo situa-se
superficialmente aos músculos infra-hioideos.
Profundo
Utilizado quando uma estrutura está mais longe da
superfície.
A artéria ulnar, em parte do seu trajeto, situa-se
profundamente ao músculo flexor ulnar do
carpo.
Principais termos de posição e descrição. Imagem: Marcio Antonio Babinski.
Perceba que foram utilizados nos exemplos acima tanto o nome de estruturas (músculos, acidentes ósseos etc.) quanto o uso do
termo em uma determinada descrição anatômica. Isso reitera a importância desses termos na constituição da linguagem dentro da
anatomia. Em um primeiro momento, pode parecer difícil, mas com estudo e leitura, essa terminologia tende a se tornar natural.
Essa nomenclatura é utilizada por todos os profissionais de saúde para descrever lesões, como, por exemplo, uma fratura no terço
médio da tíbia. Portanto, é imprescindível a familiarização com tais termos.
Imagem: Shutterstock.com
 Alguns dos termos de posições utilizados na anatomia. À esquerda, uma vista lateral; à direita, vista anterior.
ANATOMIA SISTÊMICA E TOPOGRÁFICA
Existem diversas formas de se abordar o estudo da anatomia. Em geral, esse estudo pode ser sistêmico ou topográfico.
ANATOMIA SISTÊMICA
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ANATOMIA TOPOGRÁFICA
Assim sendo, o corpo humano pode ser dividido, em geral, nos seguintes sistemas:
Sistema tegumentar (Pele e anexos)
Sistema esquelético (Ossos e articulações)
Sistema muscular (Músculos e fáscias)
Sistema nervoso (Central e periférico)
Sistema circulatório (Coração e vasos, assim como os vasos linfáticos)
Sistema respiratório (Vias aéreas e pulmões)
Sistema digestivo (Trato gastrointestinal)
Sistema urinário (Rins e vias urinárias)
Sistema genital (Órgãos da reprodução)
Sistema endócrino (Glândulas que produzem hormônio)
Sistema sensorial (Órgãos do sentido)
 ATENÇÃO
Vale ressaltar que a união de mais de um sistema forma o que é conhecido como aparelho, por exemplo: a
união do sistema esquelético com o muscular forma o aparelho locomotor; enquanto a união do sistema
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urinário e genital forma o aparelho urogenital.
Já em uma abordagem topográfica, o corpo humano é geralmente dividido da seguinte maneira:
Cabeça
Pescoço
Tronco
Tórax
Abdome
Pelve
Membros
Superiores
Ombro (Raiz do membro superior)
Braço
Cotovelo
Antebraço
Punho
Mão
Inferiores
Quadril (Raiz do membro inferior)
Coxa
Joelho
Perna
Tornozelo
Pé
 ATENÇÃO
Essa divisão topográfica, na verdade, é mais simplificada, visto que é possível dividir essas regiões em sub-
regiões. Por exemplo, o pescoço pode ser subdividido em triângulos a partir de relevos e bordas musculares;
a coxa, em compartimentos musculares, para melhor apreciar as estruturas de cada região. Por essa razão,
a abordagem topográfica é mais utilizada em um contexto cirúrgico (TESTUT; JACOB, 1952).
ÉTICA EM ANATOMIA
Vimos anteriormente que anatomia é uma ciência bastante antiga. O conceito de ética estava atrelado, inicialmente, a preceitos
religiosos. Dessa maneira, a dissecação de humanos era terminantemente proibida, o que culminou nos manuscritos de Galeno,
baseados em dissecações em animais. Apesar disso, existem relatos de dissecações em humanos no século III (DUNN, 2003).
Fontes indicam que a primeira dissecação ocorreu em 1315, na Itália (GHOSH, 2015). Nessa época, diversos países da Europa já
buscavam legalizar a prática da dissecação em criminosos condenados (STANDRING, 2016).Imagem: Shutterstock.com
 Ilustração icônica de Andrea Vesalius: esqueleto com uma pá para cavar sua própria cova.
Ainda na época de Vesalius, em torno de 1500, essa prática ainda era vista como tabu. O jovem anatomista utilizou-se de um
subterfúgio para conseguir peças humanas: ia ao cemitério coletar ossadas de criminosos condenados à morte. Após conseguir
prestígio na academia e tornar-se professor, foi permitido a ele realizar dissecações públicas em criminosos, uma pena de morte
vista na época como uma das mais severas (BENINI; BONAR, 1996; MESQUITA et al., 2015).
À medida em que foi sendo observada a importância da dissecação na vida de um profissional da saúde, a tendência dos países ao
redor do mundo foi liberá-la e, graças a esforços dos profissionais, parte do estigma foi sendo limado pouco a pouco da percepção
pública.
Quando se fala em ética na anatomia, é necessário observar esse panorama histórico, que traz a evolução da sociedade quanto à
dissecação. É impossível analisar caso a caso, assim como, é impossível trazer contextos de países e épocas diferentes. Desse
modo, traremos de alguns eventos que ocorreram ao longo do tempo, o olhar da comunidade científica quanto à ética em anatomia
e alguns aspectos pertinentes à legislação brasileira sobre o tema.
Um dos melhores exemplos de falta de ética refere-se a um grupo de médicos nazistas. Esse grupo elaborou um atlas de anatomia
através de dissecações e ilustrações de cadáveres de prisioneiros judeus que foram mortos no Holocausto durante a Segunda
Guerra Mundial. Esse atlas é conhecido como o “Atlas de Pernkopf”. Evidentemente, nesse episódio, os anatomistas cometeram
uma gravíssima violação de princípios éticos enraizados na anatomia, na Medicina e da própria humanidade.
Apesar de ser um atlas considerado por muitos uma obra prima artística e anatômica, a primeira edição do livro continha claros
elementos nazistas, como suásticas e o símbolo da Schutstaffel (SS) nas assinaturas dos ilustradores. Tais símbolos foram
removidos de edições subsequentes até que a publicação do atlas foi cessada e seu uso hoje em dia é visto de forma negativa e
gera polêmicas (WILLIAMS, 1988; RIGGS, 1998).
 ATENÇÃO
Isso reflete, novamente, o aspecto histórico do conceito de “ética” de uma determinada sociedade, visto que,
na época, os autores não sofreram punições e somente após a década de noventa que ocorreu um debate a
respeito do tema.
Podemos concluir que a ética está atrelada à sociedade e se molda a partir desta (GOSS et al., 2019).
No Brasil, a lei é bastante clara quanto ao uso do cadáver. A Lei 8.501, de 30 de novembro de 1992, tem como objetivo propor o uso
de cadáveres não reclamados para fins de pesquisa, ensino e extensão. Isso permite às instituições de ensino superior formarem
grupos de captação e rastreamento desses cadáveres não reclamados, de modo a construir um laboratório com material o
suficiente para os estudantes.
Foto: Shutterstock.com
Em relação à doação de cadáver, existem dois dispositivos legais:
Artigo 14 da Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002
Permite a doação altruística ou para fins científicos do seu próprio corpo.
+
Lei 9.434 de 4 de fevereiro de 1997
Segundo a qual, para doação, é necessário autorização por escrito e diante de testemunhas, assim como especificar o que será
doado.
 SAIBA MAIS
Ambos os dispositivos legais dão margem para as próprias instituições de ensino protocolarem e
coordenarem centros de captação de cadáver, assim como formarem parcerias com instituições hospitalares
e/ou instituições de necrópsia. Por outro lado, há o estudante, que necessita ser ensinado a respeitar o
cadáver.
A ética afeta todas as esferas da sociedade. O artigo 212 da Lei 2.848 de 07 de dezembro de 1940 prevê pena de reclusão e
pagamento de multa por vilipêndio ao cadáver, ou seja, quando algum indivíduo trata o cadáver com desrespeito ou desdém. É
importante que os estudantes entendam que o laboratório de anatomia não é um local para brincadeiras, e sim para estudo, e que
os cadáveres ali presentes foram doados ou recebidos com muito esforço legal. Doar o cadáver é um ato muito difícil para a
família e, portanto, de modo a preservar a sua memória, é necessário respeito.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA
O especialista Jose Carlos Siciliano Oliveira faz um resumo do módulo, abordando todos os subtópicos descritos neste módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE A ALTERNATIVA VERDADEIRA:
A) O plano sagital é perpendicular ao eixo látero-lateral e divide o corpo em metades superior e inferior.
B) O plano coronal é perpendicular ao eixo anteroposterior e divide o corpo em metades superior e inferior.
C) O plano sagital é perpendicular ao eixo látero-lateral e divide o corpo em metades direita e esquerda.
D) O plano transversal é perpendicular ao eixo látero-lateral e divide o corpo em metades superior e inferior.
E) Os planos são sempre paralelos aos eixos corporais.
2. SUPONHAMOS QUE EXISTE UMA ESTRUTURA C, SITUADA ENTRE AS ESTRUTURAS A E B. EM UM
CONTEXTO DOS TERMOS ANATÔMICOS, ESSA ESTRUTURA C PODERIA SER DENOMINADA DE:
A) Intermédia
B) Lateral
C) Medial
D) Superior
E) Inferior
GABARITO
1. Assinale a alternativa verdadeira:
A alternativa "C " está correta.
O plano sagital é um plano de corte que divide o corpo em duas metades (direita e esquerda). Esse plano é perpendicular ao eixo
látero-lateral, pois forma um ângulo de 90° com esse eixo. Portanto, só resta uma alternativa correta.
2. Suponhamos que existe uma estrutura C, situada entre as estruturas A e B. Em um contexto dos termos anatômicos,
essa estrutura C poderia ser denominada de:
A alternativa "A " está correta.
Grande parte dos termos anatômicos é utilizada para descrever a posição de uma determinada estrutura perante um contexto
posicional dentro do corpo humano. Diz-se que uma estrutura é intermédia pelo fato de ela se situar entre duas estruturas, uma
mais lateral, e uma mais medial. É um termo pouco utilizado na anatomia, mas importante para dar nome ao osso cuneiforme
intermédio, por exemplo.
MÓDULO 2
 Reconhecer as generalidades sobre a anatomia do sistema esquelético
OSTEOLOGIA
Agora, vamos descrever os aspectos gerais dos elementos ósseos do corpo humano. Esse estudo é denominado de osteologia,
que significa estudo dos ossos. O sistema esquelético é composto por um elemento principal: o osso. Esse elemento pode
ser considerado um órgão. O osso, por si só, é um tecido vivo complexo e dinâmico e está sempre submetido a processos de
remodelamento: construção de novo tecido ósseo e degradação de tecido ósseo “velho”.
Imagem: Shutterstock.com
 O esqueleto humano em uma vista anterior, lateral e posterior.
FUNÇÕES
O sistema esquelético possui inúmeras funções, a saber:
SUPORTE
Serve de arcabouço de sustentação para o corpo e providencia pontos de inserção para os tendões da grande maioria dos
músculos esqueléticos.
Imagem: Shutterstock.com
 Músculos esqueléticos inseridos nos ossos.
PROTEÇÃO
Devido à sua resistência, os ossos protegem diversos órgãos de lesões. O crânio, por exemplo, protege os elementos do sistema
nervoso central, enquanto a caixa torácica protege o coração e os pulmões.
Imagem: Shutterstock.com
 A caixa torácica protegendo o coração e os pulmões.
MOVIMENTO
São considerados elementos passivos na dinâmica do movimento, mas são imprescindíveis para tal.
Imagem: Shutterstock.com
 Os ossos em movimento.
HOMEOSTASE MINERAL
Armazenam diversos minerais, em especial, cálcio e fósforo, e são capazes de liberar esses minerais de acordo com a
necessidade.
Imagem: Shutterstock.com
 O tecido ósseo atuante na homeostase mineral.
ARMAZENAMENTO DE TRIGLICERÍDEOS
Na vida adulta, o canal medular dos ossos longos é comumente preenchido por gordura, denominada de medula óssea amarela, o
que faz com que os ossos sejam potenciais reservatórios de energia.
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 A medula óssea amarela.
HEMATOPOESE
Alguns ossos possuema chamada “medula óssea vermelha”, que é capaz de gerar células sanguíneas vermelhas, brancas e
plaquetas, no processo conhecido como hematopoese ou hematocitopoese. Essa característica é mais observada durante o período
embrionário, mas, alguns ossos na vida adulta ainda retêm medula óssea vermelha, como o osso da pelve, o esterno e as
vértebras. Cabe notar que procedimentos de coleta de medula óssea são frequentemente realizados nesses ossos.
Imagem: Shutterstock.com
 A medula óssea vermelha.
DIVISÕES DO ESQUELETO
O número de ossos no esqueleto pode variar para mais ou para menos de acordo com aspectos como a idade ou as variações
anatômicas.
O esqueleto adulto, possui, em média, 206 ossos.
Nas crianças, o número é frequentemente maior, pois algumas partes de ossos específicos só irão se fundir ao longo da vida.
Já os idosos possuem número menor de ossos, visto que há uma ossificação das articulações e subsequente fusão fisiológica de
ossos (sinostose fisiológica).
O esqueleto humano pode ser dividido em duas grandes porções: o esqueleto axial e o esqueleto apendicular.
ESQUELETO AXIAL
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ESQUELETO APENDICULAR
Um cíngulo é definido pelo conjunto de ossos que conectam o esqueleto apendicular ao esqueleto axial.
No membro superior, o cíngulo é composto pela clavícula e escápula, enquanto no membro inferior, o cíngulo é composto pelo osso
da pelve (ílio, ísquio e púbis), pois conectam, respectivamente, o úmero e o fêmur ao esqueleto axial.
Imagem: Shutterstock.com
 Esqueleto apendicular e esqueleto axial.
CONSTITUIÇÃO DOS OSSOS
Em nível microscópico, o tecido ósseo possui uma abundante matriz extracelular que circunda as células ósseas de fato. Essa
matriz possui em sua constituição em torno de 15% de água, 30% de colágeno e 55% de sais minerais cristalizados (fosfato de
cálcio e hidróxido de cálcio, que formam, juntos, cristais de hidroxiapatita). Esse elemento mineral confere rigidez ao osso, enquanto
o colágeno confere a flexibilidade e força de tensão. Além desses elementos, o tecido ósseo possui células específicas, que
estudaremos, sucintamente, a seguir:
Células osteoprogenitoras
São células não especializadas e que derivam do mesênquima. São células precursoras dos osteoblastos.
Osteoblastos
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São células ósseas jovens, que possuem a função de “criar” tecido ósseo. Assim sendo, elas sintetizam e secretam colágeno e
outros componentes para formar a matriz extracelular óssea, além de começarem o processo de calcificação.
Osteócitos
São célula ósseas maduras. Nada mais são que osteoblastos que já secretaram o suficiente de matriz e ficaram “presos” nessa
própria sintetização. São as células principais do tecido ósseo e são fundamentais para o metabolismo deste.
Osteoclastos
São células ósseas gigantes, derivadas da união de monócitos (um tipo de célula sanguínea branca). Enquanto os osteoblastos são
responsáveis pela construção de tecido ósseo, os osteoclastos possuem a função de degradar esse tecido (reabsorção óssea).
Imagem: Shutterstock.com
 Estruturas de um osso.
Ainda, há a existência de pequenos espaços entre todos esses elementos estudados anteriormente. Esses espaços podem servir
como canais sanguíneos ou armazenamento de medula óssea. De acordo com a distribuição desses espaços, um osso pode ser
classificado como compacto ou esponjoso:
TECIDO ÓSSEO COMPACTO
É caracterizado por ter poucos espaços entre os elementos de constituição óssea. O osso compacto é mais rígido e resistente. Está
presente na diáfise de ossos longos, por exemplo. Possui uma unidade estrutural fundamental, denominada de ósteon (ou sistema
de Havers). Esses ósteons possuem lamelas que se dispõem ao redor de um canal central (canal de Havers), que permite a
passagem de vasos e nervos, além de serem paralelos à longitude do osso. Existe, no tecido ósseo compacto, a presença de
canais transversais, denominados de canais perfurantes (canais de Volkmann) que se conectam com a cavidade medular, periósteo
e o canal central.
TECIDO ÓSSEO ESPONJOSO
Também conhecido como “trabecular”. Está situado no interior dos ossos, geralmente protegido por uma camada de osso compacto.
Possui uma série de trabéculas e, entre essas trabéculas, existe uma série de pequenos espaços que podem ser vistos a olho nu.
Esses espaços estão repletos de medula óssea vermelha (nos ossos curtos) e medula óssea amarela (nos ossos longos adultos).
As trabéculas do osso esponjoso ficam dispostas de forma orientada, no que se conhece como “linhas de estresse”, e permitem que
um determinado osso resista a uma pressão sem ser lesionado. Isso pode ser evidenciado, por exemplo, na cabeça do fêmur, que
recebe cargas do corpo na posição ortostática.
Imagem: Shutterstock.com
 Diagrama dos canais de Havers e canais de Volkmann e seus vasos correspondentes.
CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS
Os ossos do corpo humano podem ser classificados em grandes cinco ou seis categorias, de acordo com seu formato e autor, a
saber:
OSSOS LONGOS
Por definição, possuem um comprimento maior que largura. Grande parte dos ossos longos pertencem ao esqueleto apendicular,
como, por exemplo, o úmero, fêmur, as falanges, a ulna, fíbula, entre outros.
OSSOS CURTOS
São ossos com um formato cuboide que possuem medidas comprimento e largura similares. Os ossos do carpo e do tarso são bons
exemplos de ossos curtos.
OSSOS PLANOS
São ossos com uma ampla superfície fina, como os ossos do neurocrânio, o esterno, as costelas e a escápula. Os ossos planos
possuem uma disposição específica de tecido ósseo compacto e esponjoso. Nos ossos do crânio, por exemplo, há uma camada de
osso esponjoso interposta entre duas camadas de osso compacto, disposição conhecida como “díploe”.
OSSOS IRREGULARES
São ossos que possuem formatos complexos e que não podem ser agrupados nas categorias estudadas anteriormente. Como
exemplo, podemos citar as vértebras, o osso do quadril e alguns ossos do viscerocrânio (face).
OSSOS SESAMOIDES
São ossos que se desenvolvem dentro de tendões nos quais há considerável atrito ou estresse físico. Variam imensamente de
número de pessoa para pessoa e nem sempre estão completamente ossificados. São, geralmente, pequenos em diâmetro. O maior
osso sesamoide do corpo humano é a patela, situada no tendão do músculo quadríceps femoral. Os ossos sesamoides auxiliam na
proteção do tendão e podem funcionar como uma polia, diminuindo o esforço que um determinado músculo necessita fazer para
realizar um movimento.
OSSOS SUTURAIS
Alguns autores consideram os ossos suturais (antigamente denominados de ossos Wormianos) como uma classificação. São
definidos como ossos situados nas suturas (um tipo de articulação) dos ossos do crânio. Variam consideravelmente e podem ser
considerados como variações anatômicas.
Imagem: Shutterstock.com
 Tipos de ossos.
CARACTERÍSTICAS DE UM OSSO LONGO
Morfologicamente, os ossos longos possuem a maior complexidade, pois possuem um maior número de elementos e divisões
macroscópicas. Iremos analisá-las, fazendo referência aos demais tipos de ossos quando necessário. Um osso longo típico, possui
as seguintes porções:
Diáfise
É definida como o corpo do osso, ou seja, a porção mais longa, central e cilíndrica. Há presença significativa de tecido ósseo
compacto.
Epífise
São as extremidades do osso e, por isso, podem ser chamadas de epífise proximal e epífise distal. Há presença significativa de
tecido ósseo trabecular.
Metáfise
São as regiões entre as epífises e as diáfises. São importantes durante o crescimento ósseo, pois nessa região está situada a placa
epifisária ou o disco epifisário, uma estrutura de cartilagem hialina que permite que o osso cresça em comprimento. Após cumprir
seu papel, essa placa se ossifica e se torna somente uma linha, denominada de linha epifisária (BERENDSEN; OLSEN, 2015).
Cartilagem articular
É um revestimento cartilaginoso que cobre parte da epífise de um osso quese articula. Está presente não somente em ossos
longos, mas nos demais tipos de ossos, exatamente nessas mesmas porções onde há uma articulação.
Canal medular
É um canal geralmente cilíndrico, situado internamente à diáfise. É preenchido por medula óssea amarela nos adultos. Essa
cavidade diminui o peso de um osso sem perda de resistência.
Imagem: Shutterstock.com
 Anatomia de um osso.
CAMADAS DE REVESTIMENTO DE UM OSSO, NUTRIÇÃO E
INERVAÇÃO
Além de todos os elementos de constituição que já estudamos, um osso é provido de duas camadas, a saber:
PERIÓSTEO
Uma membrana resistente de tecido conjuntivo. Está associada ao suprimento sanguíneo e à inervação de um osso. O periósteo
auxilia no crescimento do osso, porém somente em espessura. Além de ter papel de proteção, o periósteo possui funções como
acelerar processo de reparo de fraturas, nutrição e inervação e serve como ponto de ancoragem para ligamentos e músculos.
ENDÓSTEO
É uma camada fina que reveste a superfície interna do canal medular, possui função de vascularização, assim como o periósteo.
O osso é altamente vascularizado e inervado. Os vasos sanguíneos são mais abundantes nas porções que possuem tecido ósseo
trabecular (medula óssea vermelha), e esses vasos e nervos penetram no osso através do periósteo. Para fins de descrição da
vascularização e inervação de um osso, iremos utilizar os ossos longos como exemplo.
ARTÉRIAS PERIOSTEAIS
São artérias pequenas que nutrem o periósteo e a parte externa do osso compacto, entram pela diáfise através dos canais
perfurantes (de Volkmann).
ARTÉRIA NUTRÍCIA
É uma artéria de maior calibre e, frequentemente, entra na diáfise do osso através de um forame, denominado de forame nutrício.
Ao entrar na superfície interna do osso, divide-se em dois grandes ramos (distal e proximal) que seguem para as suas respectivas
extremidades. Essa artéria e seus ramos irão nutrir a superfície interna do tecido compacto, o tecido esponjoso e as placas
epifisárias.
ARTÉRIAS EPIFISÁRIAS E METAFISÁRIA
São artérias de menor calibre, que irão irrigar, também, suas respectivas porções. Formam uma rede anastomótica com os vasos
nutrícios.
 ATENÇÃO
Cabe salientar que a drenagem venosa é paralela à irrigação arterial. Portanto, as veias que drenam o osso
podem ser denominadas de veias nutrícias, veias epifisárias, veias metafisárias e veias periosteais. Da
mesma maneira, os nervos correm junto com esses dois elementos, constituindo o que se chama de feixe
vásculo-nervoso. A inervação do periósteo é rica em fibras sensoriais, que são responsáveis por carrearem
informações de dor. Isso explica a dor causada por fraturas, doenças ósseas e em procedimentos como
biópsia de medula óssea (MOORE et al., 2019).
Imagem: Shutterstock.com
 Estrutura de um osso longo (úmero), demonstrando a vascularização.
CARACTERÍSTICAS DAS SUPERFÍCIES ÓSSEAS
Ao se deparar com um osso, note que ele apresenta uma série de acidentes e irregularidades que podem ser definidos e rotulados
de diversas maneiras. Essas irregularidades das superfícies, também denominadas de pontos de reparo ou acidentes ósseos, são
mais fáceis de serem observadas em um osso isolado e seco, no qual o periósteo e a cartilagem articular foram removidos
previamente. São mais salientes de acordo com a tensão devido à tração de tendões, músculos, ligamentos ou pela relação
do osso com um vaso, nervo ou tendão.
Nesse sentido, podemos dividir essas “impressões” em duas categorias:
As aberturas e depressões.
Os processos ou proeminências, denominados antigamente de apófises.
Na tabela a seguir, iremos dar nome a algumas dessas impressões e defini-las.
Tabela 2: Tipos de superfícies e processos encontradas nos ossos.
a) Aberturas e depressões Definição
Fissura Fenda entre partes adjacentes de ossos. Permite a passagem de vasos e nervos.
Forame Abertura circular ou ovalada que permite a passagem de vasos e nervos.
Fossa Depressão rasa.
Fóvea Depressão profunda, porém pequena
Meato Abertura tubular.
Sulco
“Túnel sem teto” ao longo de uma superfície óssea. Acomoda vasos, nervos ou
tendões.
b) Processos ou
proeminências
Definição
Côndilo Protuberância arredondada e larga, possui superfície articular.
Cabeça Projeção articular arredondada, geralmente próxima ao colo (pescoço) de um osso.
Crista Elevação áspera e longa. Frequentemente situada nas bordas de um osso.
Epicôndilo Projeção situada nas extremidades de um côndilo.
Linha
Similar a uma crista, mas menos proeminente. Alguns autores também a chamam de
borda.
Processo Qualquer projeção alongada e fina.
Trocânter Projeção óssea larga.
Tubérculo Projeção óssea arredondada de tamanho variável.
Tuberosidade Projeção de tamanho variável com superfície irregular.
Espinha Projeção de tamanho pequeno.
Seio Ampla cavidade no osso.
Tipos de superfícies e processos encontradas nos ossos.
Imagem: Marcio Antonio Babinski
OSSIFICAÇÃO
O processo de formação óssea é denominado de ossificação, ou osteogênese, e ocorre em quatro situações:
01
02
03
04
Existem duas modalidades de osteogênese. Ambas envolvem a substituição de um tecido conjuntivo preexistente por osso,
porém ocorrem de modo diferente. No primeiro tipo de ossificação, denominado de intramembranosa, o osso se forma diretamente
no mesênquima, que é organizado em camadas semelhantes a folhas que lembram membranas. No segundo tipo, denominado de
ossificação endocondral, o osso se forma a partir de um molde de cartilagem hialina.
Ossificação intramembranosa
É a forma mais simples de ossificação. Os ossos planos do crânio, a maioria dos ossos faciais, parte da mandíbula e a parte medial
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da clavícula passam por esse tipo de processo. Nos ossos do crânio, as fontanelas (conhecidas popularmente como “moleiras”) são
frutos da ossificação intramembranosa. Esses fontículos permitem a passagem do feto pelo canal vaginal e, posteriormente, se
ossificam. A ossificação intramembranosa tem as seguintes etapas:
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PRIMEIRA ETAPA: DESENVOLVIMENTO DO CENTRO DE OSSIFICAÇÃO
No local onde o osso se desenvolverá, sinais químicos específicos fazem com que as células do mesênquima se agrupem e se
diferenciem primeiro em células osteoprogenitoras e depois em osteoblastos. O local desse aglomerado é denominado centro de
ossificação. Os osteoblastos secretam a matriz extracelular orgânica do osso até serem circundados por ela.
SEGUNDA ETAPA: CALCIFICAÇÃO
A secreção da matriz extracelular cessa e, ao longo dos dias, ocorre um depósito de cálcio e demais sais minerais e a matriz
extracelular endurece ou calcifica.


TERCEIRA ETAPA: FORMAÇÃO DE TRABÉCULAS
À medida que a matriz extracelular óssea se forma, ela se desenvolve em trabéculas que se fundem para formar o tecido ósseo
esponjoso ao redor da rede de vasos sanguíneos. O tecido conjuntivo ao redor dos vasos sanguíneos nas trabéculas se diferencia
em medula óssea vermelha.
QUARTA ETAPA: DESENVOLVIMENTO DO PERIÓSTEO
Em conjunto com a formação de trabéculas, o mesênquima se condensa na periferia do osso e forma o periósteo. Uma fina camada
de osso compacto substitui as camadas superficiais do osso esponjoso, enquanto este é preservado no centro. Após isso, o osso é
constantemente remodelado até chegar ao seu tamanho e forma normais para a vida adulta.

Ossificação endocondral
Nessa forma de ossificação, há a formação de osso a partir de um molde de cartilagem hialina. A grande maioria dos ossos do
corpo humano são formados a partir desse tipo.

PRIMEIRA ETAPA: DESENVOLVIMENTO DO MODELO DE CARTILAGEM
No local onde o osso vai se formar, mensagens químicas específicas fazem com que as células do mesênquima se aglomerem na
forma geral do futuro osso e se desenvolvam em condroblastos, que secretam cartilagem hialina na forma do molde. Uma cobertura
chamada pericôndrio se desenvolve em torno domodelo de cartilagem.
SEGUNDA ETAPA: CRESCIMENTO DO MOLDE DE CARTILAGEM
Uma vez que os condroblastos ficam profundamente enterrados na matriz extracelular da cartilagem, eles se tornam condrócitos. O
molde de cartilagem cresce em comprimento por divisão celular contínua de condrócitos, acompanhada por mais secreção da
matriz extracelular da cartilagem (crescimento intersticial). O crescimento em espessura se dá pelo acúmulo da matriz extracelular
na superfície do molde por novos condroblastos (crescimento aposicional).
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
TERCEIRA ETAPA: DESENVOLVIMENTO DO CENTRO DE OSSIFICAÇÃO
PRIMÁRIO
A ossificação primária vai da superfície externa para a interna do osso. Uma artéria nutrícia penetra no pericôndrio e no molde
cartilaginoso, que por sua vez faz com que as células osteoprogenitoras no pericôndrio virem osteoblastos. Já há formação do
periósteo. No centro do molde, há o aparecimento de um centro de ossificação primário, uma região onde o tecido ósseo substituirá
a maior parte da cartilagem. A ossificação primária se espalha a partir desse local central em direção a ambas as extremidades.
QUARTA ETAPA: DESENVOLVIMENTO DO CANAL MEDULAR
À medida que o centro de ossificação primário cresce em direção às extremidades do osso, os osteoclastos quebram algumas das
trabéculas ósseas esponjosas recém-formadas. Essa atividade forma o canal medular na diáfise. A parede do corpo é substituída
por osso compacto.
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QUINTA ETAPA: DESENVOLVIMENTO DOS CENTROS DE OSSIFICAÇÃO
SECUNDÁRIOS
Quando ramos da artéria epifisária entram nas epífises, centros de ossificação secundários se desenvolvem, geralmente por volta
da época do nascimento. A formação óssea é semelhante ao que ocorre nos centros de ossificação primários, porém o osso
esponjoso permanece.
SEXTA ETAPA: FORMAÇÃO DA CARTILAGEM ARTICULAR E DA PLACA
EPIFISÁRIA
A cartilagem hialina que recobre as epífises torna-se a cartilagem articular. Antes da idade adulta, a cartilagem hialina permanece
entre a diáfise e a epífise como disco epifisário ou placa epifisária (de crescimento) - região responsável pelo crescimento
longitudinal dos ossos longos, como já visto anteriormente. Esse processo ocorre até o início da vida adulta.
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ANATOMIA DO SISTEMA ÓSSEO
O especialista Jose Carlos Siciliano Oliveira apresenta um resumo do módulo, abordando todos os subtópicos descritos neste
módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O OSSO PASSA POR PROCESSOS DE REMODELAMENTO E REABSORÇÃO AO LONGO DA VIDA,
OU SEJA, A TODO MOMENTO TECIDO ÓSSEO VELHO ESTÁ SENDO DEGRADADO E TECIDO ÓSSEO
JOVEM ESTÁ SENDO FORMADO. AS CÉLULAS QUE SÃO RESPONSÁVEIS PELA SECREÇÃO E
DEGRADAÇÃO DE MATRIZ CELULAR ÓSSEA SÃO, RESPECTIVAMENTE:
A) Os osteócitos e os osteoclastos
B) Os osteoblastos e osteoclastos
C) Os osteoclastos e osteoblastos
D) Os osteócitos e os osteoblastos
E) Osteofitose e Osteoblastos
2. A OSTEOGÊNESE PODE OCORRER DE DUAS FORMAS, ATRAVÉS OSSIFICAÇÃO
INTRAMEMBRANOSA OU DA OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL. A OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL
IMPLICA NO SURGIMENTO DE UMA ESTRUTURA SITUADA ENTRE A DIÁFISE E A EPÍFISE DE UM
OSSO LONGO. ESSA ESTRUTURA FORNECE O CRESCIMENTO EM COMPRIMENTO DE UM OSSO ATÉ
A IDADE ADULTA. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NOMEIA CORRETAMENTE ESSA ESTRUTURA.
A) Disco epifisário
B) Metáfise
C) Medula óssea vermelha
D) Canal medular
E) Medula óssea amarela
GABARITO
1. O osso passa por processos de remodelamento e reabsorção ao longo da vida, ou seja, a todo momento tecido ósseo
velho está sendo degradado e tecido ósseo jovem está sendo formado. As células que são responsáveis pela secreção e
degradação de matriz celular óssea são, respectivamente:
A alternativa "B " está correta.
A produção de matriz celular óssea é dada por células denominadas de osteoblastos. O sufixo “blasto” indica que origina algo. O
osteoblasto, histologicamente, falando, possui um núcleo, e as células estão sempre agrupadas. Já a degradação de matriz óssea é
dada pelos osteoclastos. O sufixo “clasto” indica que é célula que degrada algo.
2. A osteogênese pode ocorrer de duas formas, através ossificação intramembranosa ou da ossificação endocondral. A
ossificação endocondral implica no surgimento de uma estrutura situada entre a diáfise e a epífise de um osso longo. Essa
estrutura fornece o crescimento em comprimento de um osso até a idade adulta. Assinale a alternativa que nomeia
corretamente essa estrutura.
A alternativa "A " está correta.
O disco epifisário é formado somente durante a ossificação endocondral. O comprimento total de um osso é dado graças a essa
estrutura.
MÓDULO 3
 Reconhecer as generalidades sobre a anatomia do sistema articular
CONCEITOS GERAIS E FUNÇÕES
Agora, iremos abordar as generalidades sobre o sistema articular.
Em linguagem popular, o termo “juntura” é utilizado quando duas coisas se mantêm juntas. Na anatômica, utilizamos o termo
“articulação”, cuja definição é: ponto de conexão existente entre qualquer parte rígida que compõe o esqueleto, sejam ossos sejam
cartilagens. Artrologia é o nome do estudo das articulações.
Os ossos são elementos rígidos e, portanto, carecem de movimento.
As articulações são um componente vital do aparelho locomotor, pois fornecem uma união de peças ósseas, permitindo os
movimentos.
As articulações podem ser classificadas estruturalmente, com base em suas características anatômicas, e funcionalmente, com
base no tipo de movimento que elas permitem. A classificação estrutural das articulações é baseada em dois critérios:
A presença ou ausência de um espaço entre os ossos articulares, denominado cavidade sinovial.
O tipo de tecido conjuntivo que une os ossos.
 ATENÇÃO
A classificação funcional refere-se à amplitude de movimento que uma articulação permite. Essa
classificação teve seu valor durante a história da anatomia, porém, utiliza-se, atualmente, a classificação
estrutural.
Na classificação funcional, temos as:
• Sinartroses (imóveis)
• Anfiartroses (pouco móveis)
• Diartroses (bastante móveis)

Já na classificação estrutural, temos as articulações:
• Fibrosas
• Cartilaginosas
• Sinoviais
ARTICULAÇÕES FIBROSAS
A principal característica das articulações fibrosas é a ausência de uma cavidade articular. Nesse sentido, os ossos que apresentam
essa articulação estão situados próximos uns dos outros e são unidos por uma camada densa de tecido conjuntivo não modelado.
Existem três subdivisões dentro das articulações fibrosas:
Suturas
Sindesmoses
Membranas interósseas
SUTURAS
São articulações fibrosas compostas por uma camada densa e irregular de tecido conjuntivo. Ocorrem apenas entre os ossos do
crânio. Podemos citar como exemplo a sutura coronal, entre os ossos parietais e frontais, e a sutura sagital, entre os ossos parietais
e occipitais. As bordas irregulares e entrelaçadas das suturas lhes conferem maior resistência e menor chance de fraturas. Eles são
imóveis na vida adulta e ligeiramente móveis até pouco depois do nascimento, de modo a permitir a cabeça do feto passar pelo
canal de parto.
Imagem: Shutterstock.com
 Vista superior do crânio e da sutura coronal, sutural sagital e sutura lambdoidea, anterior para posterior.
As suturas desempenham um papel importante na absorção de choque no crânio. Após o envelhecimento, a tendência é que essas
suturas desapareçam em um fenômeno conhecido como sinostose fisiológica. Perceba na imagem a presença das fontanelas
(anterior e posterior) no início da fotografia e o desaparecimento destas no final.
Imagem: Shutterstock.com
 As suturas sagital, coronal e lambdoidea no feto e recém-nascido.
SINDESMOSES
A sindesmose é uma articulação fibrosa em que há uma distância maior entre as superfícies articulares, além de possuir um tecido
conjuntivo irregular mais denso do que em uma sutura. O tecido conjuntivo denso e irregular é tipicamente organizado como um
feixe (ligamento) e permite que a articulação realize movimentos limitados.
 EXEMPLO
O exemplo mais clássico de sindesmose é a articulaçãotibiofibular distal, na qual o ligamento tibiofibular
anterior conecta a tíbia e a fíbula, permitindo movimentos discretos.
Imagem: Dr. Johannes Sobotta / Wikimedia Commons / Domínio público
 Sindesmose tibiofibular. Destaque para o ligamento tibiofibular anterior.
Ainda dentro das sindesmoses, podemos destacar o subgrupo das gonfoses: articulações entre a raiz dos dentes e os alvéolos
da maxila ou da mandíbula.
Imagem: Dr. Johannes Sobotta / Wikimedia Commons / Public domain
 União dos dentes com os alvéolos da mandíbula e da maxila.
MEMBRANAS INTERÓSSEAS
São formadas por uma camada substancial de tecido conjuntivo denso e irregular que liga os ossos longos vizinhos e permite
movimentos leves. Existem duas principais membranas interósseas no corpo humano:
Uma entre o rádio e a ulna
Outra entre a tíbia e a fíbula
Imagem: Shutterstock.com
 As membranas interósseas entre o rádio e a ulna e entre a tíbia e fíbula.
ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS
As articulações cartilaginosas (Ou cartilagíneas) também não possuem uma cavidade sinovial, ou seja, uma verdadeira cavidade
entre as superfícies articulares. Permitem movimentos discretos. Nesse tipo de articulação, as peças ósseas são conectadas
firmemente por cartilagem hialina ou fibrocartilagem.
São divididas em dois subtipos:
SINCONDROSES
São articulações cartilaginosas nas quais o material que une as superfícies articulares é a cartilagem hialina. Um exemplo pode ser
visto durante a osteogênese, na placa epifisária ou no disco epifisário. Essa placa une a epífise e a diáfise de um osso em
crescimento. Ao longo do desenvolvimento longitudinal do osso, a tendência é que o disco epifisário desapareça. Outros exemplos
podem ser observados entre a primeira costela e o esterno, que também se ossifica.
SÍNFISES
Nesse subgrupo de articulações cartilaginosas, podemos observar que a superfície articular dos ossos está revestida por cartilagem
hialina, porém, o meio de união é dado por um disco robusto de fibrocartilagem. São ligeiramente móveis. Todas as sínfises ocorrem
no eixo central do corpo.
Exemplos de sínfises são: entre as superfícies anteriores dos ossos do quadril (sínfise púbica); entre o manúbrio e o corpo do
esterno (sínfise manubrioesternal) e nas articulações intervertebrais entre os corpos das vértebras (disco intervertebral).
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 Note a sínfise púbica unindo os ossos da pelve.
ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
Sob o ponto de vista anatômico, as articulações sinoviais são as mais complexas, pois possuem os componentes das articulações
fibrosas e cartilaginosas, assim como, componentes próprios.
 ATENÇÃO
A característica mais marcante de uma articulação sinovial é a presença de um espaço denominado
cavidade sinovial ou cavidade articular entre os ossos articulados. Essa cavidade sinovial permite um
movimento considerável em uma articulação, o que torna as articulações sinoviais bastante móveis, porém
acarreta menor resistência. Portanto, as articulações sinoviais podem ser luxadas mais facilmente.
Assim como os demais tipos de articulação, as superfícies ósseas das peças que compõem uma articulação sinovial são recobertas
por uma camada de cartilagem hialina, chamada de cartilagem articular.
CARTILAGEM ARTICULAR
A cartilagem articular reduz o atrito durante o movimento e na absorção de impactos. Lesões degenerativas na cartilagem
articular são os estágios iniciais de osteoartrite.
Conheça a seguir os elementos comuns a todas as articulações sinoviais.
Cápsula articular e cavidade sinovial
É um elemento exclusivo das articulações sinoviais. A cápsula articular é uma estrutura em formato de manguito, que recobre as
superfícies ósseas de contato e delimita um espaço denominado de cavidade sinovial. A cápsula articular é composta por duas
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camadas:
Uma membrana fibrosa externa
Uma membrana sinovial interna
A membrana fibrosa é formada por tecido conjuntivo denso (Colágeno) e se liga ao periósteo dos ossos articulados. A flexibilidade
da membrana fibrosa permite um movimento considerável em uma articulação, enquanto sua grande força de tração (Resistência
ao alongamento) ajuda a prevenir o desencaixe (Luxação) dos ossos.
 SAIBA MAIS
As fibras de algumas cápsulas se organizam através de feixes paralelos de tecido conjuntivo denso e regular
que são altamente adaptados para resistir a tensões. Esses feixes são chamados de ligamentos
capsulares.
A camada interna da cápsula articular, a membrana sinovial, é composta de tecido conjuntivo areolar com fibras elásticas. Em
muitas articulações sinoviais, a membrana sinovial inclui acúmulos de tecido adiposo, chamados de coxins de adiposos, como por
exemplo na articulação do joelho. Dentro da cápsula articular, temos um espaço, que é chamado de cavidade sinovial. Essa
cavidade sinovial é preenchida pelas superfícies articulares das peças ósseas e possui um líquido, denominado de líquido
sinovial, que é secretado pela camada interna da cápsula articular (Membrana sinovial) .
 VOCÊ SABIA
O líquido sinovial é composto por ácido hialurônico, uma substância que lubrifica a articulação, absorve
choques, fornece oxigênio e nutrientes e remove dióxido de carbono e resíduos metabólicos dos condrócitos
dentro da cartilagem articular. É essencial para a manutenção de uma articulação sinovial sadia. Em algumas
doenças articulares, podem ser realizadas injeções de ácido hialurônico para estimular a produção de líquido
sinovial e manter a lubrificação adequada das superfícies articulares.
Note na imagem a presença de uma cápsula articular, da membrana sinovial, da cavidade articular preenchida por líquido sinovial e
da cartilagem articular que reveste as superfícies ósseas de contato.
Imagem: Shutterstock.com
 Representação esquemática de uma articulação sinovial.
Ligamentos
Os ligamentos são comuns a todas as articulações que já estudamos, ou seja, não é um elemento exclusivo das sinoviais. Os
ligamentos são feixes fibrosos mais resistentes que limitam o movimento e reforçam a articulação. Esses ligamentos podem ser
divididos em:
CAPSULARES
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EXTRACAPSULARES
INTRACAPSULARES
 ATENÇÃO
Alguns autores ainda descrevem uma quarta subdivisão de ligamentos: os pseudoligamentos.
Essas faixas fibrosas não possuem papel funcional em uma articulação, pois são resquícios da evolução, como a corda oblíqua,
situada entre o rádio e a ulna. Acredita-se que essa estrutura seja resquício de fibras musculares proximais do músculo flexor longo
do polegar, que podem ser encontradas em macacos.
Imagem: Shutterstock.com
 Ligamentos extracapsulares e ligamentos intracapsulares na articulação do joelho.
Lábios
Os lábios (Labrum) podem ser encontrados nas articulações do ombro (Lábio glenoidal) e quadril (Lábio acetabular) . São
estruturas fibrocartilaginosas que se estendem da borda do encaixe articular.
O lábio ajuda a aprofundar a superfície de encaixe e aumenta a área de contato das peças ósseas.
Discos e meniscos
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Dentro da cápsula de algumas articulações sinoviais, como na do joelho, podemos verificar a presença de estruturas
fibrocartilaginosas em formato de meia lua: são os meniscos.

Já na articulação temporomandibular, há a presença de estruturas fibrocartilaginosas em formato ovalado ou circular: são os
discos.
Os discos e os meniscos possuem as seguintes funções:
Absorção de choque.
Melhor ajuste entre superfícies ósseas articuladas.
Fornecer superfícies adaptáveis para movimentos combinados.
Distribuir peso sobre uma superfície de contato maior.
Auxiliar na distribuição de líquido sinovial.
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 Vista superior da articulação do joelho evidenciando o menisco lateral e o menisco medial.
Bolsas e bainhas sinoviais
O movimento natural do esqueleto e das articulações cria atrito entre estes. Estruturassemelhantes a sacos, denominadas de
bolsas (Ou bursas) , estão situadas em diversos pontos de uma articulação ou perto de tendões musculares para aliviar o atrito. As
bolsas sinoviais são preenchidas por líquido sinovial.
Podemos encontrá-las principalmente nas articulações do ombro, quadril e joelho, porém, podem estar localizadas entre a pele e os
ossos, tendões e ossos, músculos e ossos ou ligamentos e ossos.
 VOCÊ SABIA
Bursite é o nome que se dá para um processo inflamatório na bolsa sinovial.
Imagem: Shutterstock.com
 As bolsas sinoviais da articulação do joelho.
Já as bainhas sinoviais são estruturas em forma tubular, mas também possuem o mesmo propósito das bolsas: diminuir o atrito.
Elas revestem alguns tendões, especialmente nas regiões onde estes passam por sulcos ou túneis, como o tendão da cabeça longa
do músculo bíceps braquial, que passa pelo sulco intertubercular no úmero, ou os tendões dos músculos, que passam pelo túnel do
tarso, no tornozelo.
A camada interna de uma bainha sinovial, a camada visceral, é fixada à superfície do tendão.

Já a camada externa, conhecida como camada parietal, está presa ao osso.
Entre as camadas, há uma cavidade que contém uma pequena quantidade de líquido sinovial.
 Vista posterior (dorsal) da mão. As bainhas sinoviais são as estruturas mais azuladas.
Processos inflamatórios nas bainhas sinoviais são denominados de tenossinovites. Uma bastante conhecida é a tenossinovite de
Quervain, que afeta as bainhas sinoviais dos tendões dos músculos extensores do polegar, doença comum devido ao uso excessivo
de celular.
Imagem: Shutterstock.com
Movimento das articulações sinoviais
As articulações permitem amplos movimentos. Esses movimentos possuem termos específicos e indicam a direção e a relação de
uma parte do corpo com outra durante esse movimento.
Eles podem ser agrupados em quatro categorias, a saber: movimentos por deslizamento, movimentos angulares, movimentos de
rotação e movimentos especiais, que podem ser realizados somente por articulações específicas.
Os movimentos de deslizamento são simples: as superfícies ósseas (que são quase planas) se movem para frente e para trás e
de um lado para outro. Os movimentos de deslizamento são limitados em alcance devido à estrutura da cápsula articular,
ligamentos associados e ossos; no entanto, esses movimentos também podem ser combinados com rotação.
 EXEMPLO
As articulações intercarpal e intertarsal são exemplos de articulações onde ocorrem movimentos de
deslizamento.
Os movimentos angulares, como o nome indica, formam ângulos entre porções do corpo. São chamados de:
Flexão
Extensão
Abdução
Adução
Circundução
A tabela a seguir traz a definição e exemplos desses movimentos, assim como suas exceções.
Tabela 3: Movimentos angulares realizados pelas articulações sinoviais.
Movimento Definição Exemplo
Flexão
Há uma diminuição do ângulo entre os ossos que se
articulam. Ocorre no plano sagital e no eixo látero-lateral.
Mover a palma da mão em direção à
face anterior do antebraço.
Extensão
Há um aumento do ângulo entre os ossos que se articulam.
Ocorre no plano sagital e no eixo látero-lateral.
Mover a palma da mão em direção à
face posterior do antebraço.
Flexão lateral
É uma exceção. Ocorre quando a flexão é realizada no plano
transverso.
“Dobrar” o tronco lateralmente sobre o
quadril.
Hiperextensão É o nome que se dá a uma extensão exacerbada.
Dobrar excessivamente a cabeça para
trás, de modo a olhar o céu.
Abdução
Afasta um segmento do corpo para longe do plano sagital
mediano. Ocorre no plano frontal e no eixo anteroposterior.
Afastar o braço do tronco.
Adução
Aproxima um segmento do corpo para perto do plano sagital
mediano. Ocorre no plano frontal e no eixo anteroposterior.
Aproximar o braço do tronco.
Circundução
É um movimento circular, realizado pela combinação dos
movimentos de flexão, extensão, abdução, adução e rotação.
Girar o punho em círculos.
Movimentos angulares realizados pelas articulações sinoviais.
Imagem: Marcio Antonio Babinski.
Imagem: Shutterstock.com
 Movimentos de extensão e flexão.
Os movimentos de rotação ocorrem quando um osso gira em torno do seu próprio eixo, por exemplo no ato de gesticular “não”, com
a cabeça. Em alguns casos, essa rotação pode ser lateral (externa) ou medial (interna). Ocorrem no plano transverso e no eixo
craniocaudal.
Imagem: Shutterstock.com
 Movimento de rotação da cabeça.
Por fim, iremos analisar agora os movimentos especiais. Esses só ocorrem em locais específicos do corpo. A tabela a seguir traz o
nome, a definição e o exemplo dos movimentos especiais.
Tabela 4: Movimentos especiais realizados pelas articulações sinoviais.
Movimento Definição Exemplo
Elevação Move algo superiormente.
Elevação da mandíbula durante
a mastigação; elevação dos
ombros.
Depressão Move algo inferiormente.
Depressão da mandíbula
durante a mastigação.
Protrusão Traz algo para o plano anterior. Protrusão da mandíbula.
Retração Traz algo para o plano posterior. Retração da mandíbula.
Inversão
Ocorre somente no tornozelo. Leva algo para o plano sagital
mediano (similar a uma adução, de forma incompleta).
Levar a planta do pé para o
plano sagital mediano.
Eversão
Ocorre somente no tornozelo. Afasta algo do plano sagital mediano
(similar a uma abdução, de forma incompleta).
Afastar a planta do pé do plano
sagital mediano.
Dorsiflexão
Ocorre somente no tornozelo. Leva o dorso do pé em direção
superior.
Apoiar-se no chão com a parte
posterior do pé.
Flexão
plantar
Ocorre somente no tornozelo. Leva a planta (sola) do pé em direção
inferior.
Ficar em pé equilibrado nas
“pontas dos dedos”.
Supinação Ocorre no antebraço. Traz a palma da mão anteriormente.
Na posição anatômica, o
antebraço está supinado.
Pronação
Ocorre no antebraço. Traz a palma da mão posteriormente. Aqui, o
rádio e a ulna se cruzam na sua porção distal.
Segurar o guidão de uma
bicicleta.
Oposição
Ocorre somente no polegar. Permitem o movimento digital distinto
que dá aos humanos e a outros primatas a capacidade de agarrar e
manipular objetos com precisão.
Quando o polegar toca as
pontas dos dedos da mesma
mão.
Movimentos especiais realizados pelas articulações sinoviais.
Imagem: Marcio Antonio Babinski.
Veja na imagem que, durante a pronação, a palma da mão é posterior e há um cruzamento entre o rádio e a ulna, enquanto na
supinação, a palma da mão é anterior.
Imagem: Shutterstock.com
 Movimentos de supinação e pronação no antebraço.
Tipos de articulações sinoviais
As articulações sinoviais podem ser divididas de acordo com a superfície de encaixe dos ossos. Esses diferentes tipos de
articulações permitem os variados movimentos. Essas articulações podem ser classificadas em uniaxiais, biaxiais ou triaxiais,
dependendo da quantidade de eixos em que a articulação permite o deslocamento.
Imagem: Shutterstock.com
 Tipos de articulações sinoviais
Articulação sinovial plana
A superfície articular dos ossos é plana. Permitem movimentos de deslizamento e algumas, permitem movimentos de rotação, como
a articulação acromioclavicular e as articulações esternocostais, fundamentais para a dinâmica respiratória.
Articulação em dobradiça
Também são conhecidas como “gínglimo”. Aqui, a superfície convexa de um osso se encaixa na superfície côncava de outro osso.
Essas articulações permitem movimentos de flexão e extensão, por isso são consideradas uniaxiais (trabalham no eixo látero-
lateral). Como exemplo, temos a articulação do cotovelo.
Articulação em pivô (trocoide)
Nesse tipo, há uma superfície óssea arredondada ou pontiaguda que se articula com um anel formado em parte por outro osso e em
parte por um ligamento. São uniaxiais, pois permitem somente a rotação em torno de seu próprio eixo. A articulação atlantoaxial
(empregada quando quer se gesticular “não” com a cabeça) é um exemplo de articulação trocoide.
Articulação condilar (elipsoide)
Uma projeção convexa em forma ovalde um osso se encaixa em uma depressão ovalada de outro osso. São biaxiais, pois
permitem movimentos de flexão, extensão, abdução e adução. A articulação do punho (radiocarpal) é um exemplo de articulação
condilar.
Articulação selar
A superfície articular de um osso é em forma de sela, e a superfície articular do outro osso se encaixa nela como um cavaleiro
sentado na sela de um cavalo. São biaxiais e permitem movimentos de flexão, extensão, abdução e adução. A articulação entre o
osso trapézio e o primeiro metacarpo (do polegar) é um exemplo de articulação selar.
Articulação esferoide
São triaxiais, sendo assim, permitem movimentos em todos os eixos (flexão, extensão, abdução, adução e rotação). Ocorrem
quando uma superfície esférica se encaixa em uma depressão côncava. As únicas articulações esferoides podem ser encontradas
no ombro, quando a cabeça do úmero se encaixa na cavidade glenoidal da escápula, e no quadril, quando a cabeça do fêmur se
encaixa no acetábulo.
ANATOMIA DO SISTEMA ARTICULAR
O especialista Jose Carlos Siciliano Oliveira apresenta um resumo do módulo, abordando todos os subtópicos descritos neste
módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AS ARTICULAÇÕES SÃO DEFINIDAS COMO PONTES DE CONEXÃO ENTRE PEÇAS ÓSSEAS. AS
ARTICULAÇÕES PODEM SER CLASSIFICADAS EM TRÊS TIPOS DISTINTOS, SOB O PONTO DE VISTA
ESTRUTURAL. ENTRE ESSES TIPOS, TEMOS AS ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS, QUE PODEM
SER SUBDIVIDAS EM:
A) Gínglimo e sincondroses
B) Sínfises e membrana interóssea
C) Sindesmoses e sínfises
D) Sincondroses e sínfises
E) Meniscos e ligamentos
2. AS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS PERMITEM GRANDE MOBILIDADE. ISSO SE DEVE AO FATO DE
QUE POSSUEM UMA CAVIDADE ARTICULAR. ESSA CAVIDADE É DELIMITADA POR UMA CÁPSULA,
QUE FUNCIONA COMO UMA ESPÉCIE DE MANGUITO. AS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS PODEM SER
SUBDIVIDAS DE ACORDO COM A FORMA QUE É REALIZADO O ENCAIXE. A PARTIR DISSO, PODEM
SER UNIAXIAIS, BIAXIAIS OU TRIAXIAIS, DE ACORDO COM OS MOVIMENTOS QUE PODEM EFETUAR.
AS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS DO TIPO GÍNGLIMO PODEM SER CLASSIFICADAS EM UNIAXIAIS.
QUAIS MOVIMENTOS ELA PERMITE, E EM QUAL EIXO ESSES MOVIMENTOS OCORREM?
A) Flexão e extensão, que ocorrem no eixo longitudinal
B) Flexão e extensão, que ocorrem no eixo látero-lateral
C) Adução e abdução, que ocorrem no eixo anteroposterior
D) Adução e abdução, que ocorrem no eixo látero-lateral
E) Flexão e abdução no eixo sagital
GABARITO
1. As articulações são definidas como pontes de conexão entre peças ósseas. As articulações podem ser classificadas em
três tipos distintos, sob o ponto de vista estrutural. Entre esses tipos, temos as articulações cartilaginosas, que podem ser
subdividas em:
A alternativa "D " está correta.
As articulações cartilaginosas possuem dois subgrupos, as sincondroses e as sínfises. As sincondroses ocorrem, majoritariamente,
durante a ossificação endocondral. As sínfises fazem a conexão entre peças ósseas através de fibrocartilagem. Podemos citar
como exemplo a sínfise púbica.
2. As articulações sinoviais permitem grande mobilidade. Isso se deve ao fato de que possuem uma cavidade articular.
Essa cavidade é delimitada por uma cápsula, que funciona como uma espécie de manguito. As articulações sinoviais
podem ser subdividas de acordo com a forma que é realizado o encaixe. A partir disso, podem ser uniaxiais, biaxiais ou
triaxiais, de acordo com os movimentos que podem efetuar. As articulações sinoviais do tipo gínglimo podem ser
classificadas em uniaxiais. Quais movimentos ela permite, e em qual eixo esses movimentos ocorrem?
A alternativa "B " está correta.
Um gínglimo, também conhecido como dobradiça, permite movimentos de flexão e extensão, sendo que ambos ocorrem no eixo
látero-lateral (ou transversal).
MÓDULO 4
 Reconhecer as generalidades sobre a anatomia do sistema muscular
GENERALIDADES, TIPOS E FUNÇÕES DO TECIDO
MUSCULAR
O movimento resulta do papel dos músculos devido à alternância de contração e relaxamento destes. Para gerar movimento, é
necessário que o músculo transforme energia química em mecânica e, dessa forma, realize trabalho.
 VOCÊ SABIA
Em geral, os músculos compreendem de 40 a 50% do peso corporal de um adulto. Além da movimentação,
os músculos são essenciais para estabilizar o corpo, gerar calor e impulsionar líquidos.
Os tecidos musculares podem ser divididos em três:
Músculos estriados esqueléticos
Músculo estriado cardíaco (coração)
Músculos lisos (órgãos abdominais, vasos, entre outros)
 ATENÇÃO
A grande diferença entre o músculo estriado esquelético e os demais é que esse é voluntário e está
associado aos elementos ósseos e articulares já conhecidos.
Agora, por meio do estudo científico dos músculos, conhecido como miologia, iremos abordar as funções do tecido muscular, as
características de cada tipo de músculo, os componentes do músculo estriado esquelético, as classificações dos músculos estriados
esqueléticos e os anexos musculares.
Vimos que existem três tipos de tecido muscular - esquelético, cardíaco e liso. Esses tecidos possuem algumas propriedades
similares, mas são diferentes em sua anatomia microscópica, localização e como são controlados pelo sistema nervoso.
 Diferentes vistas de alguns dos músculos estriados esqueléticos.
O tecido muscular esquelético tem esse nome porque a maioria dos músculos esqueléticos move os ossos do esqueleto, além de
ser estriado: bandas proteicas claras e escuras alternadas (estriações) são observadas quando o tecido é examinado com um
microscópio. A maioria dos músculos esqueléticos também é controlada subconscientemente até certo ponto.
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 EXEMPLO
Seu diafragma continua a se contrair e relaxar alternadamente sem controle consciente para que você não
pare de respirar. Além disso, você não precisa pensar conscientemente em contrair os músculos esqueléticos
para manter sua postura ou estabilizar as posições corporais.
O músculo cardíaco, apesar de ser estriado, é involuntário. Apenas o coração contém esse tecido muscular. A alternância de
contração e o relaxamento do coração não são controlados conscientemente. Em vez disso, o coração bate porque tem um marca-
passo natural que inicia cada contração, mediada por hormônios ou neurotransmissores.
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 Tecido muscular liso.
Já o Tecido muscular liso está localizado nas paredes de estruturas internas ocas, como vasos sanguíneos, vias aéreas e a
maioria dos órgãos da cavidade abdominopélvica. Também é encontrado na pele, ligado aos folículos pilosos. Ao microscópio, esse
tecido não apresenta as estrias do tecido muscular esquelético e cardíaco.
Em relação aos músculos como um todo, podemos observar as seguintes funções:
Produção de movimento
Estabilização da posição do corpo
Armazenamento e liberação de conteúdo (através dos esfíncteres)
Termogênese (geração de calor)
Ainda, para serem funcionais, os músculos necessitam ter quatro propriedades, a saber:
EXCITABILIDADE ELETROQUÍMICA
CONTRATILIDADE
EXTENSIBILIDADE
ELASTICIDADE
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CONSTITUIÇÃO E ANEXOS DOS MÚSCULOS ESTRIADOS
ESQUELÉTICOS
Cada um dos músculos esqueléticos pode ser considerado um órgão composto por milhares de células, que são chamadas de
fibras musculares. O músculo esquelético também contém tecidos conjuntivos em torno das fibras musculares, que podem ser
chamados de anexos.
Microscopicamente, a fibra muscular é composta por uma série de filamentos que se agrupam e que são revestidos por uma
camada denominada de endomísio.

Essas fibras musculares se agrupam e são revestidas por uma camada chamada de perimísio.

Esse agrupamento de fibras musculares forma uma estrutura denominada de fascículo muscular.
Existem fibras musculares especializadas denominadas de fuso muscular. O fuso muscular é na verdade um grande receptor
sensorial de propriocepção, ou seja,

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