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Importância da Classificação dos Solos

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Prévia do material em texto

3.1 A import2ncia da cZassijiicaq20 dos solos 
A diversidade e a enorme diferenga de comportamento apresentada pelos 
diversos solos perante as solicitagoes de interesse da engenharia levou ao 
seu natural agrupamento em conjuntos distintos, aos quais podem ser 
atribuidas algumas propriedades. Desta tendencia racional de organiza~io 
da experiincia acumulada, surgiram os sistemas de classificagio dos solos. 
0 objetivo da classificagio dos solos, sob o ponto devista de engenharia, 
6 o de poder estimar o provivel comportamento do solo ou, pelo menos, o 
de orientar o programa de investigaqzo necessirio para permitir a adequada 
anilise de um problema. 
E muito discutida a validade dos sistemas de classificagSo. De urn lado, 
qualquer sistema cria grupos definidos por limites numkricos descontinuos, 
enquanto solos naturais apresentam caracteristlcas progressivamente variivcls. 
Pode ocorrer que solos com indices prhximos aos limites se classifiquem em 
grupos distintos, embora possam ter comportamentos mais semelhantes do 
que solos de um mesmo grupo de classifica~io. A esta objegio, pode-se 
acrescentar que a classificaqio de um solo, baseada em parimetros fisicos 
por ele apresentados, jamais poderi ser uma informa~ilo mais completa do 
que os pr6prios parimetros que o levaram a ser classificado. Entretanto, a 
classificagilo C necessiria para a transmissi70 de conhecimento. Mesmo aqueles 
que criticam os sistemas de classificagPo nHo t im outra maneira sucinta de 
relatar sua experiincia, senio afirmando que, tendo aplicado um tip0 de 
solugZo, obteve certo resultado, num determinado +o de solo. Quando um 
tipo de solo i citado, t necessirio que a designagio seja entendida por todos, 
ou seja, t necessirio que exista um sistema de classificagilo. Conforme 
apontado poi- Terzaghi, "urn sistema de classificagHo sem indices numtrlcos 
para identificar os grupos t totalmente in5til". Se, por exemplo, a expressio 
areia bemgraduada compacta for empregada para descrever um solo, 6 importante 
que o significado dc cada termo desta express20 possa ser entendido da 
mesma maneira por todos e, se possivel, ter limites bem dcfimdos. 
3.2 Classificap?o Unificada 
Mecsnica dos Solos 
36 
Tab& 3.1 
Terrninologia do 
Sisterna Unificado 
Outra critica aos sistemas de classificagiio advkm do perigo de que 
ticnicos menos experientes supcrvalorizem a informaqio, vindo a adotar 
parimetros inadequados para os solos. Este perigo realrnente existe e 6 precis0 
sempre enfatizar que os sistemas de classificaqio constituem-se num primeiro 
passo para a previsio do comportamento dos solos. Sio tantas as 
G pedregulho 
S areia 
M silte 
C argila 
0 solo org%nico 
W bem graduado 
P ma1 graduado 
H alta compressibilidade 
L baixa compressibilidade 
Pt turfas 
peculiaridades dos diversos solos que um sistema de classificaqio que 
permitisse um nivel de conhecimento adequado para qualquer projeto teria 
de levar em conta uma grande quantidade de indices, deixando totalmente 
de ser de aplicagio pritica. Entretanto, eles ajudam a organizar as idkias e a 
orientar os estudos e o planejamento das investigagdes para obtenqiio dos 
parimetros mais importantes para cada projeto. 
Existem diversas formas de classificar os solos, como pela sua origem, 
pela sua evoluqio, pela presenqa ou nio de mattria orginica, pela estrutura, 
pelo preenchimento dos vazios. 0 s sistemas baseados no tipo e no 
comportamento das paruculas que constituem os solos sio os mais conhecidos 
na engenharia de solos. Deve-se levar em conta que outras classificaq6es, 
que levam em considera550 a origem do solo e sua evolugio natural, sZo 
muito ~iteis, com informaq6es complementares que, em certos casos, sio 
bastante relevantes, razio pela qua1 serio brevemente apresentadas mais 
adiante. 
0 s sistemas de classificaqio que se baseiam nas caracteristicas dos grios 
que constituem os solos t&m como objetivo a definiqao de grupos que 
apresentam comportamentos semelhantes sob os aspectos de interesse da 
engenharia civil. Nestes sistemas, os indices empregados sio geralmente a 
composigio granulomitrica e os indices de Atterberg. Estudaremos os dois 
sistemas mais empregados universalmente, para depois discutir suas vantagens 
e suas limitaqdes. 
Este sistema de classificaqio foi elaborado originalmente pelo Prof. 
Casagrande para obras de aeroportos, tendo seu emprego sido generalizado. 
Atualmente, 6 utilizado principalmente pelos geottcnicos que trabalham em 
barragens de terra. 
Neste sistema, todos os solos sio 
identificados pelo conjunto de duas 
letras, como apresentado na Tabela 
3.1. As cinco letras superiores 
indicam o tip0 principal do solo e as 
quatro seguintes correspondem a 
dados complementares dos solos. 
Assim, SW corresponde a areia bem 
graduada e C H a argila de alta 
compressibiiidade. 
""a", 
solo seri considerado como solo dc granulaciio grosselra, G ou S. Se for 
superior a 50, o solo sera considerado de granulasio fina, M, C ou 0. 1 37 
Para a classificaqZo, por este sistema, o primeiro aspect0 a considerar 6 a 
porcentagem de finos presente no solo, considerando-se finos o material que 
passa na pcncira no 200 (0,075mm). Se esta porcentagcm for inferior a 50, o 
Solos granulares 
Aula 3 
Classificaq30 dos 
C n l n c 
Sendo de granulasiio grosseira, o solo seri classificado como pedregulho 
ou areia,dcpendendo de qua1 destas duas fracAes granulomitricas prcdominar. 
Por esemplo, se o solo tem 30% de pedregulho, 40% de areia e 30% de fmos, 
ele sera classificado como areia - S. 
Identilicado que urn solo c areia ou pedregulho, importa conhecer sua 
cnracteristica secundiria. Sc o matcrial river poucos finos, menos do que 5% 
passando na peneira no 200, dcl-e-se verificar conlo t a sua composiqio 
granulom&trica. 0 s solos granulares podem scr "bern Lgraduados" ou "ma1 
graduados". Nestes, h i predomindncia de particulas com urn ccrtn dibmetro, 
enqunnto quc naqueles esistem grZos ao longo de uma faisa de diimetros 
bcm ~nais extmsa, como ilustrado na Pigura 3.1. 
Fiquna 5.1 
Granulometrias de 
areia bem graduada 
e ma1 graduada 
A cxpressiio "bem graduado" express2 o fato de que a existhcia de grjos 
corn &versos diimetros confere ao solo, em geral, melhor comportamento 
sol2 o ponto de vista de engenharia. As particulas menores ocupam os vazios 
correspondentcs 2s maiores, criando um entrosamento, do qua1 resulta menor 
compressibilidade e maior resist@ncia. 
D GO CNU = --- 
D l o 
Mecinica dos Solos 
onde "D sessenta" 6 o di$metro abaixo do qua1 se situam 60% em peso das 
particulas e, analogamente, "D dez" 6 o d i imet ro quc, na curvz 
granulomitrica, corresponde i porcentagem que passa igual a 10%. Quantc 
maior o coeficiente de n%o uniformidade, mais bem graduada 6 a areia. Areia: 
corn CNU menores do que 2 sHo chamadas de areias uniformes. 
0 "D dez" i tambim referldo como "diimetro efetivo do solo". 
denominagzo que se origina da boa correlagio entre ele e a permeabilidade 
dos solos, verificada experimentalmente, como se estudari na Aula 6. 
Esta caracteristica dos solos granulares 6 espressa pclo "cocficiente de 
n5o uniformidade", definido pela re la~ io : 
loo Outro coeficiente, nHo tPc 
empregado quanto o CNU, 5 
80 
5 o coeficiente de curvatura. 
2 60 
+. definido como: 
c 
?! 40 
0 
a 
20 CC = 
(D30) 
D I Q . D G O 
0 
0.01 0.1 1 10 
Diemetro dos Graos (mm) Se o coeficiente de n5o uni- 
formidadc indica a amplitu- 
de dos tamanhos de grios, c 
coeficiente de curvatura de- 
tecta melhor o formato d r 
curva granulomitrica e per- 
m i t ~ identificar eventuaic 
descontinuidades ou concen- 
tragHo muito elcvada de 
0.01 0.1 1 '0 . gr5os mais grossos no con- 
Diemetro dos GrSos (mm) junto. Considera-se que o 
material 6 bem graduado 
100 quando o CC esti entre 1 
80 e 3. Na Figura 3.2 estPo re- 
5 presentadas curvas de trPc 
9 60 - 
c 
rn 
areias com CNU = 6 e com 
g 40 
a 
diferentes CC. Quando CC 6 
Fiquna T.2 
20 
menor que 1, a curva tendeCurvas granulomktricas a ser descontinua; h i falta de 
de areias corn diferentes 0 0.01 01 1 10 grios com um certo diime- 
coeflcientes de curvatura Diemetro dos GrQos (rnm) tro. Quando CC C maior que 
3, a curva tende a ser muito 
uniforme na sua parte central. Ao contririo das duas outras, quando o CC 
estd entre 1 e 3, a curva granulometrica se desenvolve suarremente. E rara a 
que o coeficiente de curvatura, CC, esteja entre 1 e 3. 
Quando o solo de granulagZo grosseira tem mais do que 12% de finos, a 
uniformidade da granulometria ji n i o aparece como caracteristica secundiria, 
pois importa mais saber das propriedades destes finos. Entio, os pedregulhos 
ou areias serZo identificados secundariamente como argdosos (GC ou SC) 
ou como siltosos (GM ou SM). 0 que determinari esta classificagZo seri o 
ocorrtncia de areias com CC fora do interval0 entre 1 e 3, razZo pela qua1 
este coeficiente t muitas vezes ignorado, mas C justamente para destacar os 
comportamentos peculiares adma apontados que ele P litil. 
0 Sistema Unificado considera que um pedregulho t bem graduado 
quando seu coeficiente de n io uniformidade t superior a 4, e que uma areia 
posicionamento do ponto representativo dos indices de consistincia na Carta 
dc Plasticidade, conforme se veri a d. iante. 
Quando o solo de granulagio grosseira tem de 5 a 12% de finos, o Sistema 
recomenda que se apresentem as duas caracteristicas secundirias, 
uniformidade da granulometria e propriedades dos finos. Assim, ter-se-Zo 
classificay5es intermediirias, como, por cxemplo, SP-SC, areia ma1 graduada, 
argilosa. 
Aula 3 
Classifica~Zo dos 
Solos 
3 9 
11s areias se distinguem tambtm pel0 formato dos grios. Embora as 
dimensdes dos g r ios n i o sejam muito diferentes segundo t r is eisos 
perpendiculares, como ocorre com as argilas, a rugosidade superficial P bem 
distinta. Formatos distintos sZo ilustrados na Figura 3.3, que mostra projcgdes 
d e g r i o s naturais de areias d e 
diferentes procedtncias. 0 s grBos da 
areia de Ottawa sZo bem esfPricos 
(dimensdes segundo os tres eisos 
semelhantes) e arredondados (cantos A = 0,27 0 bem suaves), enquanto os prios de areia do rio Tiet? s io menos esfPricos 
e muito angulares. 
0 formato dos grios de areia tem Areia do rio Tie@ 
C bern graduada quando seu CNU t superior a 6. AlCm disto, t necessirio 
muita importincia no seu compor- 
tamento mec in~co , pois determina 
como eles se encaisam e se entrosam, 0 ('J 
e, em contrapar t ida , como eles 
A=0,7, A = 0.83 
deslizam entre si, quando solicitados 
por forgas cxternas. Por outro lado, 
como as forgas se transmitem pelo Fiqunn 3.3 
contato entre as particulas, as dc Arela de Ottawa Exemplos de formato 
formato mais angulares SZO mais E - Esfericidade A - Arredondamento de griios de areia 
suscctiveis a se quebrarem. A 
influtncia do formato dos grios na resistincia das areias seri analisada na 
Aula 13. 
Em que pese a importincia do formato dos grios, pouca atengio C dada 
a este aspecto na identifica~io e na classifica$io das areias. Tal fato deve 
estar associado h aparcnte dificuldade de se observar o aspecto superficial 
dos grios, embora uma simples lupa permita que isto seja feito facilmcnte, e, 
Mednica dos Solos 
40 
principalmente, porque nZo se disp6e de indices numiricos simples para 
esprcssar o formato. 0 s indices empregados por sedimentologistas, como os 
apresentados na Figura 3.3, sZo traballiosos e pouco conhecidos pelos 
engenheiros. 
Solos de granulagiio fina (siltes e argilas) 
Quando a fraq.?io fina do solo 6 predominante, ele sera classificado coma 
silte 0, argila (C) ou solo orginico (O), niio em funsiio da porcentagem das 
f ra~6es granulom&tricas silte ou argila, pois como foi visto anteriormenre, o 
que determina o comportamento argiloso do solo n%o C s6 o tcor de argila, 
mas tambem a sun atividade. Siio os indices de consist6ncia que melhor 
indicam o comportamento argiloso. 
F i~unn 3.4 
Carta de n 
u 
Plasticidade 0 20 40 60 80 100 
Limite de liquidez 
Analisando os indices e o comportamento de solos, Casagrande notou 
quc colocando o IP do solo em fun@o do LL num grifico, como apresentado 
na Figura 3.4, os solos de cornportamento argiloso se faziam representar por 
um ponto acima de uma rcta inclinada, denominada Linha A. Solos or~tnicos , 
ainda que argilosos, e solos siltosos siio representados por pontos localizados 
abaixo da Linha A. A Linha A tem como cquaG- ao a reta: 
IP = 0,73.(LL-20) 
quc, no seu trecho inicia!, i. substituida par uma faisa horizontal corres- 
pondcntc a IP de 4 a 7 . 
Para a classifica~iio destes solos, basta a localiza~Zo d o ponto 
correspondente ao par dc valores IP e LI, na Carta de Plasticidade. 0 s solos 
orginicos se disringuem dos siltes pelo seu aspect0 visual, pois se apresentam 
com uma coloraq%o escura tipica (marrom escuro, cinza escuro ou preto). 
Como caracteristica complementar dos solos finos, i indicada sua 
compressibilidade. Como j i visto, constatou-se que os solos costumam ser 
tanto mais compressiveis quanto maior seu Limite de Liquidez. Assim, o 
Sistelna adjetiva secundariamente como de alta compressibilidade (H) ou de 
baixa compressibilidade (L.) os solos M, C ou 0, em fungao do LL scr superior I Aula 3 
0 Sistecna considera ainda a classificaqZo de turfa (Pt), que siio os solos 
ou inferior a 50, respecrivamente, como se mostra na Carta. Quando se trata 
de obter a caracteristica secundiria de areias e pedregulhos, este aspecto 6 
desconsiderado. 
Quando os indices indicam uma pos i~ao muito pr6xima i s linhas A ou B 
inuito orginicos ondc a presenp de fibras vegetais em dccomposi~Zo parcial 
Classifica@o dos 
Solos 
41 
i. preponderante. 
(ou sobre a faisa de IP 4 a 7), i. considerado um caso intermediirio e as duas 
classificagCes s5o apresentadas. Exemplos: SC-SM, CL-CH, etc. 
Embora a siinbologia adotada s6 considere duas letras, correspondentes 
i s caracteristicns principal e secundiria do solo, a descrisiio deveri ser a 
mais completa possivel. Par esemplo, um solo S\V pode ser descrito como 
areia (predominnntemente) grossa e mkdia, bem grxduada, com grZos 
angularcs, cinza. 
3.3 Sistema Rodovihrio de Classificaqdo 
Este Sistema, muito empregado na engenharia rodouiiria em todo o 
mundo, foi originalmente proposto nos Estados Unidos. fi tambim baseado 
na granulometria e nos limites de Atterberg. 
Neste Sistema, tambCm se inicia a classificagzo pela constatag5o da 
porcentagem de material que passa na peneira n" 200, s6 que sio considerados 
solos de granulagio grosseira os que tsm menos de 35% passando nesta 
peneira, e n io 50% coma na Classificaqio Unificada. Esres sZo os solos dos 
grupos A-I, A-2 e A-3. 0 s solos com mais de 35% passando na peneira no 
200 formam os grupos A-4, A-5, A-6 e A-7. 
0 s solos grossos s io subdivididos em: 
A-la - Solos grossos, com inenos de 50% passando na peneira no 10 (2,O 
mm), menos de 30% passando na peneira no 40 (0,42 mm) e menos de 15% 
TA~ELA 3.2 
Esquema para 
classifica~So pelo 
Sistema Unificado 
Meclnicados Solos I passando na peneira no 200. 0 IP dos finos deve ser menor do que 6. 
A-2 - Sdo areias cm que os finos presentes constituem a caracteristica 
secundiria. SHo suhdivididos em A-2-4, A-2-5, A-2-6 e A-2-7, em fun5Ho 
dos indices de consist?ncia, 
conforme o grifico da Figura 
0 s solos finos, a esemplo 
do Sistema Unlficado, sZo 
Fiqunn 3.5 A 6 OU A 2-6 subdivididos d em funqHo 
dos indices, de acordo com 
Classificaqiio dos solos lo 
A 4 ou A2-4 A 5 ou A 2-5 a Figura 3.5.0 que distingue finos no Sistema 
Rodovi6rio 40 LL um solo A4 de um solo A-2- 
4 C s6 a porcentagem de finos. 
42 
Tnbrh 3.3 
Esquerna .para 
classificoqiio pelo 
Sinerna Rodovicirio 
Correspondem, aproximadamente, aos pedregulhos bem graduados, GW, do 
Sistema Unificado. 
A-lb - Solos grossos, com menos de 50% passando na peneira no 40 e 
menos de 25% na peneira no 200, tambbm com IF menor que 6. CorrespondeAcompanhando-se a sistemitica de classificaqHo pelos dois sistemas 
expostos, verifica-se que eles sBo bastante semelhantes, ji que consideram a 
predominincia dos graos gralidos ou milidos, dPo Enfase i curva 
B areia bem graduada, SV? 
A-3 - Areias finas, com mais de 50% passando na peneira n" 40 e menos 
de 10% passando na peneira no 200. SHo, portanto, areias finas ma1 graduadas, 
com IP nulo. Correspondem i s SP. 
granulomktrica s6 no caso de solos gralidos com poucos finos e classificam os I Aula 3 - - 
solos grabdos com razohvel quantidade de finos, e os pr6prios solos finos com 
base exclusivamente nos indices de Atterberg. 0 exercicio de acompanhar as I C1:SSifi~"~k d0o" ., >OIOS 
sistemdticas de classificaclo k litil na medida em que familiariza o estudante 
com os aspectos mais importantes na identificagiio dos solos. 1 13 
3.4 Clussificuq5es regionais 
No Brasil, o Sistema Rodoviirio 6 bastante empregado pelos engenheiros 
rodovidrios, e o Sistema Unificado 6 sempre preferido pelos engenheiros 
barrageiros. Jd os engenheiros de fundag8es nZo empregam diretamente 
nenhum destes sistemas. D e mod0 geral, eles seguem uma maneira informal 
dc classificar os solos, bem regional, que pode ter tido origem nestcs sistemas. 
A pouca utilizaglo dos sistemas de classificacZo decorre do fato deles 
nem sempre confirmarem a experiincia local. Por exemplo, a "argila porosa 
vermelha", que i: um solo caracteristico da Cidade de SZo Paulo, ocorrendo 
no espigPo da Av. Paulista, seria classificada pelo Sistema U ~ f i c a d o como 
"silte de alta compressibilidade", pois seus indices de consistencia indicam 
um ponto abaiso da Linha A. Entretanto, este solo apresenta comportamento 
dpico de argila, tanto que espontaneamente recebeu a denominaglo que o 
caracterita. 
As discrepincias entrc as classificagdes clissicas e o comportamento 
observado de alguns solos nacionais se deve, certamente, ao fato destes serem 
ireqiientemente solos residuais ou solos lateriticos, para os quais os indices 
de consistincia n lo podem ser interpretados da mesma maneira como o s lo 
para os solos transportados, de ocorrincia nos paises de clima temperado, 
onde os sistemas vistos foram elahorados. 
Uma proposta de sistema de classificaqPo dos solos aopicais vem sendo 
desenvolvida pelo Prof. Nogami, da Escola Politkcnica da USP. Neste 
Sistema, os solos siio classificados primariamente em areias, siltes e argilas, e 
secundariamente em lateriticos e saproliticos. Nesta classificacPo, nPo sIo 
empregados os indices de consisdncia, mas pardmetros obtidos em ensaios 
dc compactaqlo corn energias diferentes. 0 sistema C voltado para a pritica 
rodoviiria c se baseia em solos do Estado de SHo Paulo. 
Outra maneira de contornar a dificuldade tem sido o das classificagdes 
regionais, ainda que informais. Na Cidade de Slo Paulo, por exemplo, siio 
reconhecidos diversos tipos de solos cujas caracteristicas vao sendo 
progressivamente pesquisadas e incorporadas ao conhecimento ttcnico. Altm 
da "argila porosa vermelha" jd referida, sgo reconhecidos a "argila vermelha 
dja", que lhe ocorre abaixo; os "solos cariegados", que ocorrem numa grande 
parte da cidade e que se cawcterizam pela grande diversidade de cores com 
as quais se apresentam; as "argilas cinzas duras", que ocorrem abaixo da 
cota do nivel d'dgua do rio Tieti; as "areias basais", dep6sitos de areias 
bastante puras que ocorrem no centro da cidade em grandes profundidades; 
e as "argilas orgBnicas quaterndrias", nas vdrzeas dos rios TietZ e Pinheiros, 
inclusive na Cidade Universitdria. 
Mecznicados Solos 3.5 Classificaqd"~ dos solos pela sua origem 
Horizonte I 
(de evolu$lo 
pedog8nica) 
44 
Horizonte II - 
(residual inter- 
mediario) 
A classificaclo dos solos pela sua origetn 6 urn complemento importante 
para o conhecimento das ocorrikcias e para a transmisslo de conhcci~nentos 
acumulados. Algumas vezes, a indicagao da origem do solo i tiio ou mais iltil 
Horizonte Ill - 
(residual pro- 
fundo) 
do quc a classificagio sob o ponto de vista da constiruigiio fisica. 
0 s solos podem ser classificados em dois grandcs grupos: solos rcsiduais 
e solos transportados. 
.Yoios residuais sao aqueles de decomposi~lo das rochas que sc cncontram 
no pr6prio local em que se formaram. Para que clcs ocorram, 6 necesslrio 
quc a velocidade de decomposiqHo da rocha seja maior do que a velocidadc 
de remoqHo por agentes esternos. 2. relocidade de decomposis5o dependc 
de vlrios fatores, entre os quais a temperatura, o regime de chuvas c a 
Horizonte IV 
Argila ou areia porosa 
supeificial. Coluvial(1) 
Solo residual maduro (2) 
Argila parda, vermelha ou 
arnarela- solo residual 
endurecidoou saprolito 
(solo residual) 
Argila argilosa com pedre- 
gulho e blocos de pedra, 
rnantendo a estrutura 
original darocha 
("altera$LoU de rocha) 
Altera~Lo de rochacom 
muitos blocos ou rocha 
decornposta 
Rocha s2 ou fissurada 
Fiqunn 3.6 Perfil de solo residual de decomposiqcio de gnaisse 
(Apud Vargas, 198 1) 
vegetaclo. As condigdcs existentes nas regices tropicais s lo favodveis a 
depadaqdes da rocha mais ripidas, razlo pela qua1 as maiores ocorrtncias 
de solos residuais ocorrem nestas regices, entre elas o Brnsil. 
0 s solos residuais se apresentam em horizontes com grau de intempc- 
rizaglo decrescente. Vargas (1981) identifica as seguintes camadas, cujas 
transigdes s lo gradativas, conforme mostrado na Figura 3.6: 
Solo r e~ id~a l maduro: superficial ou sotoposto a um horizonte "poroso" 
ou "hlimico", e que perdeu toda a estrutura original da rocha-mie e tornou- 
se relativamentc homogtneo. 
Saproiito ou solo saprolitico: solo que mantim a estrutura original da rocha- 
muter, inclusive veios intrusivos, fissuras e sistosidade, mas perdeu a 
consistincia da rocha. Visualmente pode confundir-se com uma rocha 
alterada, mas apresenta pequena resistencia ao manuseio. E tambim chamado 
de solo residual jovem ou solo de alteraciio de rocha. 
Rvciln altenida: horizontc ctm clue a altcragHo progrediu ao longo de fraturas 
ou zonas de menor resistincia, deisando intactos grandes blocos da roclia 
original. 
En-I sc tratando de solos residuais, i. de grande interesse a indicaclo da 
rocha-mie, pois ela condiciona, cntre outras coisas, a prbpria composiciio 
f.' l a m . Solos residuais de basalto sZo predominantemente argilosos, os de 
gnaisse sHo siltosos e os de granito apresentam teores aproximadamente iguais 
de areia mkdia, silte c argiia, etc. 
Solos trtinqorirrdos s5o aqueles clue foram levados ao seu atual local por 
algum agenre de transporte. As caracteristicas dos solos sHo fungiio do agentc 
transportador. 
Solos forniados por agAo da gravidade dPo origem a solos rol~~r ~zonares. 
Entre eles cst5o os escorreganlentos das escarpas da Serra do Mar, formando 
os talus nos pks do ralude, massas de materiais muito diversos e sujeitos a 
inorimenta~des cle rastejo. TSm sido tarnbCni classificndos como coluriiies, 
solos siiperficiais do planalto brasileiro dopositados sobre solos residuais. 
Solos resultantes do carreamento pela igua siio os aluviFiji.s, ou soius 
abuiorza~es. Sua constituigiio depende da ~~elocidade das bguas no momento 
de deposigio. Esistem aluvi6es essencialmente arenosos, bem como aluvides 
muito argilosos, comuns nas virzeas quaternirias dos cbrregos e rios. Registra- 
se tambem a ocorrSncia de camndas sobrepostas de granulometrias distintas, 
devidas a diversas Ppocas e regimes de deposigio. 
0 transporte pel0 vcnto d i origcm aos dep6sitos edlicos. 0 transporte 
e6lico provoca o arredondamento das particulas, em virtude do seu atrito 
constante. ils areias constituintes dos arenitos brasileiros siio arredondadas, 
por ser esta uma rocha sedimentar com particulas previamente transportadas 
pelo vento. 
0 transportc por geleiras dB origem aos dt;fts, muito freqiientes na Europa 
e nos Estados Unidos, mas corn pcquena ocorrencia no Brasil. 
0 mecanismo e a conscqu&ncia do transportc por organismos vivos nossolos superficiais, ainda que detectado, k pouco estudado. T i m sido 
registrados, por esemplo, canaliculos resultantes de antigos formigueiros que 
tornam os m a c i ~ o s muito mais condutores de igua do que a baisa 
permeabilidade do solo permitiria supor. 
3.6 Solos organicos 
SPo chamados solos orginicos aqueles que contim uma quantidade 
aprecibvel de matkria decorrente de decomposi$io de origem vegetal ou 
animal, em vinos estigios de decomposigio. Geralmente argilas ou areias 
finas, os solos orginicos s io de ficil identificagiio, pela cor escura e pel0 
odor caracteristico. A norma norte-americana classificil como solo orgbnico 
aquele que apresenta 1,1; de uma amostra seca em estufa menor do que 75% 
do LL de amostra natural sem secagem em estufa. 0 teor de mattria orginica 
pode ser determinado pela secagcm em mufla a 540" C. 
Classifica@o dos 
Solos 
45 
3.7 Solos lateviticos 
Mednica dos Solos 
46 
A pedologia i o estudo das transforma~des da superficie dos depcisitos 
geolbgicos, dando origem a horizontes distintos, ocorrendo tanto em solos 
residuais como nos transportados. 0 s fatores que determinam as propriedades 
dos solos considerados na pedologia sPo: (1) a rocha-mater, (2) o clima e a 
vegetaqiio, (3) organismos vivos, (4) topografia, e (5) o tempo de exposigHo 
a estes fatores. Na engenharia civil, as classificagdes pedolirgicas sio utilizadas 
principalmente pelos engenheiros rodoviirios, que lidam com solos 
superficiais e que encontram 6teis correlagdes entre o comportamento de 
pavimentos e taludes com estas classificagbes. 
De particular interesse para o Brasil C a identifica~io dos solos lateriticos, 
tipicos da evoluqio de solos em clima quente, corn regime de chuvas 
moderadas a intensas. A denominagio de lateriticos se incorporou na 
terminologia dos engenheiros, embora n io seja mais usada nas classifica~des 
pedolbgicas. 0 s solos lateriticos tem sua fraqzo argila constituida predo- 
minantemente de minerais cauliniticos e apresentam elevada concentragHo de 
ferro e aluminio na forma de bxidos e hidrbxidos, donde sua peculiar colora~io 
avermelhada. Estes sais se encontram, geralmente, recobrindo agregaq6es de 
particulas argilosas. 
0 s solos lateriticos apresentam-se, na natureza, geralmente nio-saturados, 
com indice de vazios elevado, dai sua pequena capacidade de suporte. Quando 
compactados, entretanto, sua capacidade de suporte i elevada, sendo por 
isto muito empregados em pavimentagao e em aterros. Ap6s compactado, 
urn solo lateritico apresenta contragiio se o teor de umidade diminuir, mas 
n i o apresenta expansio na presenqa de igua. Uma metodologia de 
classificagio, que permite a identificaqio dos solos de comportamento 
lateritico, foi desenvolvida pelo Prof. Job S. Nogami e vem sendo empregada 
por alguns cirgios rodoviirios do sul do Pais. 
Solos orginicos geralmente s io problemiticos por serem muito 
compressiveis. Eles siio encontrados no Brasil principalmente nos dep6sitos 
litorineos, em espessuras de dezenas de metros, e nas virzeas dos rios e 
cbrregos, em camadas com 3 a 10 m de espessura. 0 teor de mattria orginica 
em peso tem variado de 4 a 20%. Por sua caracteristica orginica, apresentam 
elevados indices de vazios, e par serem de sedimentagPo recente, 
normalmente adensados, possuem baixa capacidade de suporte e considerivel 
compressibilidade. 
Em algumas forma$bes, ocorre uma importante concentragio de folhas 
e caules em process0 incipicnte de decomposigio, formando as turfas. Sio 
materiais extremamente deformiveis, mas muito permeiveis, permitindo que 
os recalques, devidos a carregamentos externos, ocorram rapidamente.

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