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Capítulo 6
Crise da dívida 
externa na década 
de 1980
Entende-se por dívida externa o somatório dos débitos contraídos 
por agentes econômicos de um determinado país que recebem garan-
tias de seus respectivos governos, resultando, assim, em empréstimos 
e financiamentos contratados com residentes no exterior.
A dívida externa pode ser responsabilidade direta do próprio governo, 
de empresas estatais e de empresas privadas, demandantes de crédito, 
pois a contratação desse tipo de dívida (externa) ocorrerá sempre com 
o aval do governo que garantirá o fornecimento de divisas que serão 
utilizadas no pagamento dessa dívida. Do lado externo, dos empresta-
dores de crédito, poderão ser credores os governos, as entidades finan-
ceiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou o 
Banco Mundial (Bird), os bancos e empresas privadas – que geralmente 
emprestarão em moedas estrangeira. É considerado como dívida exter-
na os tipos de empréstimos que superam em um ano o prazo de venci-
mento (SANDRONI, 1999).
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.Os empréstimos internacionais põem em interação, portanto, dois 
polos distintos: o de demandantes e o de ofertantes de capitais – fe-
nômeno que se tornou bem mais dinâmico a partir de 1968, quando 
se ampliou o atual processo de globalização financeira, no momento 
em que o governo inglês autorizou o funcionamento de um mercado 
interbancário paralelo e autônomo com relação aos sistemas financei-
ros (euromercado de dólares). Para esse poderoso mercado de câm-
bio, foram canalizados recursos, desde capitais norte-americanos que 
buscavam remunerações e condições melhores que as encontradas em 
seu país de origem até petrodólares e mesmo títulos da dívida pública 
norte-americana (FIORI, 1997).
Entre 1970 e 1973, as operações cambiais realizadas no euromer-
cado londrino saltaram de US$ 25 bilhões para algo em torno de US$ 
100 bilhões em 1973, revelando-se o embrião daquilo que os agentes 
financeiros viriam a desenvolver em termos de internacionalização do 
capital nas décadas seguintes. No conjunto dos países que formam a 
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 
por exemplo, as transações cambiais ultrapassaram US$ 1 trilhão em 
1992, e estima-se que somente 3% dessas transações eram referentes 
ao comércio internacional de mercadorias (BRAGA, 1997).
É nesse cenário de financeirização da economia mundial, combi-
nada à crise do petróleo, que ocorreram os endividamentos de diver-
sos países dependentes de capitais que – justamente em função da 
crise – se tornaram cada vez mais dependentes dos empréstimos 
internacionais.
Neste capítulo, analisaremos o caso da moratória mexicana; trata-
remos do caso da crise da dívida externa brasileira nos anos 1980; e 
analisaremos a crise na Bolsa de Nova York, ocorrida em 19 de outubro 
de 1987, marcada pela queda de 22,6% do índice Dow Jones (que mede 
a variação média do preço das ações negociadas na Bolsa de Valores 
de Nova York).
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1 A moratória mexicana
A instabilidade que se seguiu à crise do petróleo afetou diretamente 
a economia mundial. Na América Latina, em razão da estagnação na 
região, os economistas passaram a definir a década de 1980 como a 
década perdida, marcada por retração da produção industrial e do PIB 
em geral, por moratórias econômicas, volatilidade de mercados, alto ní-
vel de desemprego (com a consequente perda do poder de compra da 
população), estagnação da economia, índices de inflação muito eleva-
dos, e aumento da dívida externa e do déficit fiscal. O México foi um dos 
primeiros países a entrar em moratória em função da crise da dívida 
externa que afetou os países latino-americanos.
PARA SABER MAIS 
Moratória é, no Direito Comercial, o termo que designa a prorrogação do 
prazo concedido pelo credor a seu devedor para o pagamento de uma 
dívida. Ou seja, ocorre um acordo entre as partes, distinguindo-se da 
concordata pelo seu caráter não judicial.
No caso das relações econômicas internacionais, a moratória é uma de-
claração unilateral do devedor dizendo que não pagará uma dívida nos 
prazos e demais condições estipuladas no contrato. Trata-se de medida 
extrema que, em geral, bloqueia o declarante em relação às fontes de cré-
dito internacional, pois os fluxos financeiros internacionais se reduzem 
drasticamente em relação ao país que declara a moratória. Em 1987, o 
governo brasileiro (governo Sarney), na impossibilidade de honrar seus 
compromissos externos, declarou a moratória (SANDRONI, 1999).
 
De acordo com Freitas (2008), o México, na década de 1970, havia 
apresentado considerável crescimento econômico – expansão média 
do PIB de 6,5%. No entanto, ao iniciar a década de 1980, a economia 
do país apresentava forte desequilíbrio externo das contas públicas 
e aumento da dívida externa, o que contribuiu para que a década de 
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.1980 fosse marcada pela instabilidade, crise e estagnação. Tudo isso 
foi agravado por causa do câmbio valorizado, que favorecia as impor-
tações, acrescido da alta dos juros internacionais, que fez com que a 
dívida externa se elevasse vertiginosamente. A desvalorização do peso 
em 1982 e a elevação dos juros decretado pelo Banco Central norte- 
-americano culminaram na moratória mexicana nesse ano, em função 
da rapidez da evolução da dívida externa daquele país.
Gráfico 1 – Evolução da dívida externa do México, de 1970 a 1987
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Fonte: adaptado de Botello ([s.d.]).
Conforme apresenta o gráfico 1, a dívida externa mexicana, que em 
1970 era de pouco mais de US$ 7 bilhões, dobrou de tamanho em 1974; 
e mais que dobrou novamente entre 1974 e 1977. Na segunda crise do 
petróleo, em 1979, a dívida estava próxima a US$ 43 bilhões – mais de 
500% acima de seu valor total, em 1970; e seguiu crescente ao ponto 
de dobrar de valor, outra vez, entre 1979 e 1982, ano em que o país se 
declarou incapaz de saldá-la naqueles termos então vigentes.
A partir de 1982 até 1986, observamos uma mudança no modelo 
de desenvolvimento mexicano caracterizado por mais autonomia do 
mercado na economia. Essa mudança de orientação da política exter-
na ocorreu dentro de uma lógica de reaproximação com os Estados 
Unidos, sob uma perspectiva bastante subalterna.
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Parecidocom o que ocorreu posteriormente no Brasil, o México im-
plementou pelo menos quatro programas de estabilização: Programa 
Inmediato de Reordenación Económica (PIRE); Programa Extendido de 
Reordenación Económica (PERE); Programa de Aliento y Crecimiento 
(PAC) e o Pacto de Solidaridad Económica (PSE).
A partir de 1986, iniciou-se, no governo de La Madrid, os esforços 
para se beneficiar do Plano Baker (de James A. Baker, secretário do te-
souro dos Estados Unidos) para a renegociação da dívida externa. No 
entanto, uma nova crise global (crash na Bolsa de Nova York) provo-
cou a quebra da bolsa de valores mexicana em 1987. O insucesso dos 
programas de estabilização e o sucessivo descumprimento das metas 
econômicas governamentais (que também ocorreram no Brasil) ace-
leraram o início da mudança estrutural, estendida como um conjunto 
de reformas cuja premissa era de que o modelo anterior de desenvolvi-
mento da economia mexicana chegara ao fim, razão pela qual seria ne-
cessário substituí-lo por um novo, diante das restrições fiscal e externa, 
com o objetivo de recuperar o crescimento (FREITAS, 2008).
Foi, no entanto, entre 1985 e 1990 que o país caminhou para uma 
maior aproximação com a economia norte-americana (e canadense) por 
meio do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (North American 
Free Trade Agreement – NAFTA), assinado em 17 de dezembro de 1992, 
aprovado em novembro de 1993, e que entrou em vigor em dezembro 
de 1994. Por meio desse processo, a política externa mexicana entrou 
no atual processo de liberalização econômica, que tornou o México uma 
das economias mais abertas do mundo.
Entre 1990 e 2000, as exportações mexicanas saltaram de US$ 
45 bilhões para US$ 165 bilhões, o que representou um terço do PIB 
(FREITAS, 2008). De acordo com essa fonte, os produtos industria-
lizados ganharam mais espaço na pauta das exportações, chegando 
a representar 90% do total. Por consequência, observou-se, a partir 
de então, a expansão das empresas maquiladoras (montadoras) que 
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.obtiveram um aumento de 340% nas suas exportações, respondendo 
por 40% do total das exportações mexicanas.
Ainda segundo Freitas (2008), as exportações de bens e serviços 
também se elevaram. Eram 2,5% das exportações em 1990 e chegaram 
a 15,7% no ano 2000. O maior destino das exportações mexicanas era 
– e ainda é – os Estados Unidos, demonstrando que economia do país 
estava cada vez mais atrelada à economia norte-americana, para os 
quais exportavam cerca de 90% de sua produção total naquela ocasião.
2 Crise da dívida externa brasileira nos 
anos 1980
A crise mundial iniciada com o aumento dos preços do petróleo, em 
1973, atingiu a economia brasileira por diversos flancos; a começar pelo 
aumento da dívida externa, redução no ritmo de crescimento econômi-
co e aumento da inflação.
A década de 1980 foi marcada por fortes desequilíbrios econômi-
cos externos e internos. O governo do General João Baptista Figueiredo 
(1979-1985), tal qual ocorrera com seu antecessor Ernesto Geisel (1974-
1979), se iniciou sob a segunda crise do petróleo, ocorrida em 1979; 
crise que foi provocada pela Revolução Islâmica no Irã e pela Guerra Irã-
Iraque. Tais acontecimentos (combinados com a alta da taxa de juros 
nos Estados Unidos) tornaram, portanto, a dívida externa brasileira (tal 
qual ocorrera no México) perigosamente crescente.
Vale enfatizar que as administrações públicas e as empresas esta-
tais respondiam por cerca da metade dos investimentos totais no início 
dos anos 1970, bem como por mais de um terço da demanda de bens 
de capital. Com a expansão da liquidez internacional, as grandes empre-
sas estatais recorreram de maneira crescente aos recursos no exterior 
– o que gerou posteriormente considerável aumento da dívida.
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Conforme demonstram os dados a seguir (gráfico 2), o valor da dívi-
da mais que dobrou entre 1973 e 1976; e aumentou mais que o dobro, 
novamente, entre 1976 e 1980; ano este que o valor da dívida se tornou 
1.115% acima do valor dela em 1973. Em 1986, o total devido aos credo-
res internacionais ultrapassava a casa dos US$ 100 bilhões, momento 
em que o montante dessa dívida já havia aumentado 2.213% em rela-
ção ao valor devido em 1973. Vale observar que essa relação seguiu 
crescente: 2.343% em 1987, ano da moratória brasileira; e 2.620% em 
1994, comparativamente ao primeiro ano da série (1973).
Gráfico 2 – Evolução da dívida externa brasileira, de 1973 a 1994
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Fonte: adaptado de Abreu (2014).
E não apenas o Brasil necessitava de recursos externos para pagar 
seus compromissos relativos à dívida. Entre 1974 e 1978, havia sido 
introduzido no país cerca de US$ 50 bilhões mais dispêndio adicional 
(em função do aumento do preço do petróleo) de mais US$ 30 bilhões, 
em um período em que se agravavam as condições do cenário externo, 
marcado pela crise política no Oriente Médio, insolvência da Polônia, 
Guerra das Malvinas e moratória do México (em agosto de 1982). Entre 
1979 e julho de 1983, dezenas de países recorreram ao FMI para rene-
gociar suas dívidas. As dívidas dos países em desenvolvimento, impor-
tadores de petróleo, que em 1973 estava em torno de US$ 100 bilhões, 
se elevou para US$ 450 bilhões em 1981, e US$ 500 bilhões em 1982.
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.Os déficits nas transações correntes em 1980, 1981, 1982 e, poste-
riormente, em 1983 tornaram a situação econômica ainda mais grave 
em função da crise do mercado financeiro internacional (em setembro) 
no momento em que ingressavam cerca de US$ 1,5 bilhão por mês de 
recursos externos no país. É nesse contexto que o Brasil recorre ao FMI 
em novembro de 1982.
Ao longo dos treze anos seguintes (até abril de 1994), em meio a 
elaboração de sete planos econômicos, uma moratória (fevereiro de 
1987) e dezenas de cartas de intenção ao FMI, as autoridades monetá-
rias brasileiras estiveram envolvidas na renegociação da dívida externa 
(CERQUEIRA, 1996).
Quadro 1 – Sete planos econômicos elaborados pelo governo brasileiro (1986-1994) 
PLANO DATA
Cruzado 28 de fevereiro de 1986
Cruzado II 22 de novembro de 1986
Bresser 12 de junho de 1987
Plano Verão 16 de janeiro de 1989
Collor I 16 de março de 1990
Collor II 31 de janeiro de 1991
Plano Real 28 de fevereiro de 1994
Fonte: adaptado de Folha de S.Paulo (2014).
Conexos aos diversos impasses gerados pela dívida, ocorreu forte 
redução nos níveis de investimentos, que acabaram refletindo na for-
mação do produto interno bruto (PIB). A economia brasileira, que havia 
crescido em média de 11,2%, entre 1968 e 1973 (durante o “milagre eco-
nômico”), passou a crescer em patamares bem mais modestos.
No entanto, nos primeiros anos da crise, a economia nacional prosse-
guiu crescendo. Segundo Carneiroe Modiano (1990), não havia no início 
do governo Geisel consciência acerca das novas restrições econômicas 
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mundiais, como o impacto da quadruplicação dos preços do petróleo 
ocorrida no final de 1973.
Diante da crise, o Regime civil-militar respondeu com o II Plano 
Nacional de Desenvolvimento (II PND), que foi implantado em 1975, 
logo no início do governo Geisel (1974-1979). O desafio dessa nova 
equipe econômica, que tinha os ministros João Paulo dos Reis Velloso 
(Planejamento) e Mário Henrique Simonsen (Fazenda), era dar continui-
dade ao crescimento econômico, grande fator de legitimação do regime.
Entre os principais objetivos econômicos, destacava-se eliminar de-
ficiências estruturais, em particular aquelas relacionadas ao departa-
mento I (Produção de bens de capital e bens intermediários), em uma 
tentativa de articular a ação e os investimentos das empresas estatais 
com os investimentos da grande empresa privada nacional.
A estratégia estava centrada em reduzir a dependência externa do 
país com relação à importação de petróleo, produtos químicos, fertili-
zantes, e outros bens intermediários, causadores de déficits crescentes 
no período, pois somente entre 1972 e 1974 o déficit comercial havia 
crescido cerca de 1.800%.
Afinal, seria o Brasil uma “ilha de prosperidade” em um mar de 
turbulências?
Segundo Carneiro e Modiano (1990, p. 297), as estratégias utilizadas 
no II PND resultaram em:
retorno da inflação como fantasma a assombrar a política de cresci-
mento, a acumulação da dívida externa que iria condicionar a política 
econômica brasileira nos anos 1980, bem como a desestruturação 
do setor público brasileiro, tanto do ponto de vista de sua capacida-
de financeira como de seu papel estratégico na superação das res-
trições ao crescimento da economia brasileira na década seguinte.
Com a posse do General Figueiredo (1979-1985), o governo prosse-
guia com as tentativas de investimentos estratégicos quando se deu o 
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.segundo choque do petróleo em 1979, momento que ocorreu a eleva-
ção do preço médio anual do barril para algo em torno de US$ 90 em 
janeiro de 1980. A substituição de Simonsen por Delfim Netto represen-
tava, segundo Carneiro e Modiano (1990, p. 309), a busca de “agora sim, 
um milagre econômico”; cuja meta era enfrentar simultaneamente um 
novo choque do petróleo e a elevação vertiginosa do custo do endivida-
mento externo.
De acordo com Cerqueira (1996), o segundo choque do petróleo se 
acrescentava aos efeitos negativos da primeira crise de 1973, e teve 
força suficiente para interromper o ciclo de prosperidade iniciado em 
1950, que lançou países industrializados em uma profunda recessão, 
em um momento que a economia brasileira importava 90% do petróleo 
consumido no país.
Conforme o gráfico 3, o choque de realidade se apresentou em 1981 
com uma profunda recessão que culminou com a redução de cerca de 
10% no PIB daquele ano, puxada ainda pelas retrações de 26,3% nos 
segmentos de bens de consumo duráveis e 19% nos de bens de capital.
A economia brasileira, que havia crescido em níveis médios (acima de 
11%) entre 1968 e 1973, chegando a atingir 14% de crescimento em 1973 
durante o milagre econômico, passou a patamares bem mais modestos.
Gráfico 3 – Evolução do PIB brasileiro (1968-1995)
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Ainda de acordo com Carneiro e Modiano (1990), embora a eco-
nomia brasileira estivesse passando por forte declínio do PIB real, ob-
servado pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, os efeitos 
das políticas restritivas para combater a inflação eram nulos, pois o 
país enfrentava forte elevação dos preços que se tornaram crescentes 
a partir de 1973.
Conforme pode-se verificar no gráfico 4, a inflação, que estava está-
vel (com viés de baixa entre 1969 e 1973), mais que dobrou entre 1973 
e 1974, passando de 15,5% para 38,8% ao ano. Entre 1978 (ano que 
antecede a segunda crise do petróleo) e 1980, a inflação voltou a mudar 
de patamar, passando de 40,8% ao ano para mais de 110%.
Gráfico 4 – Inflação anual no Brasil (1969-1994)
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Fonte: adaptado de Abreu (2014).
Após a crise mexicana (1982), a inflação voltou a dobrar, passando a 
211% ao ano em 1983, e se mantendo nesse patamar até o lançamento 
do Plano Cruzado, que obteve êxito finalmente em reduzir a inflação 
para 65% ao ano.
Após os insucessos do Cruzado (e seus congêneres, Cruzado II, 
Bresser e Verão), a inflação seguiu, como se dizia à época, em ritmo 
“galopante”, batendo a casa dos 1.476% em 1990 (ano do lançamento 
do Plano Collor I), até o Plano Collor II em 1991, ano em que a inflação 
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.caiu para 480% ao ano. Assim, como ocorrera nos planos anteriores, os 
índices de inflação voltaram a subir atingindo 2.708% em 1993, ano que 
antecede o Plano Real que, finalmente, conseguiu trazer a inflação para 
níveis inferiores aos praticados entre 1969 e 1973.
Em 1995, a inflação atingiu 14,8%; em 1996, 9,34%; em 1997, 7,5%; 
e apenas 1,7%, em 1998. Parecia, enfim, que estava morto o “dragão 
da inflação”.
3 A crise na Bolsa de Valores de Nova York
Um outro importante evento, a crise da Bolsa de Nova York, ocorri-
da em 19 de outubro de 1987, com repercussões mundiais, demonstra 
bem o contexto dessa crise global, na qual Brasil, México e diversos ou-
tros países demandantes de capitais internacionais estavam expostos.
Ao final da década de 1980, parecia cada vez mais evidente que os 
países endividados deveriam recorrer ao mercado (ou seja, atrair capi-
tais) para financiar suas economias. Os Estados Unidos e a Inglaterra 
pareciam, então, os exemplos a serem seguidos, especialmente no 
perío do de 1985 a 1989. Segundo Tavares e Melin (1998), os Estados 
Unidos iniciaram a desvalorização do dólar (Acordo de Plaza, de 1985) 
enquanto na Inglaterra o governo iniciava um forte processo de desregu-
lamentação dos mercados de capitais. Tais ações pareciam “incendiar” 
a especulação financeira global, pois passou a ocorrer o desenvolvi-
mento de diversos instrumentos financeiros nos mercados secundários 
que abrangiam desde a possibilidade de comprasde títulos de dívidas 
de países endividados (ou seja, compra de estatais de países endivida-
dos) a diversas outras operações de risco para compra de commodities, 
moedas estrangeiras, etc. De acordo com os citados autores:
[Em 1989] Quando os EUA baixam unilateralmente a taxa de ju-
ros para 4,5% no mercado monetário de Nova Iorque [após terem 
praticado uma alta taxa em torno de 20%, entre 1979 e 1989], 
101Crise da dívida externa na década de 1980
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verifica-se uma aceleração do crescimento e globalização dos 
mercados futuros de juros e de câmbio, com a saída dos fundos 
de pensão norte-americanos em busca dos chamados “merca-
dos emergentes” da Ásia e da América Latina. (TAVARES; MELIN, 
1998, pp. 61-62)
Com isso, sucessivas bolhas especulativas e crises bancárias pas-
saram a ocorrer, inclusive em função de especulações cambiais – co-
nhecido como ataque especulativo.
NA PRÁTICA 
Um ataque especulativo significa que um conjunto de investidores, a 
partir das informações em seu poder, decide que apostar na desvalori-
zação da moeda de um país será um bom negócio. Por exemplo:
1. Os investidores avaliam que o real está sobrevalorizado em relação 
ao dólar, o que gera problemas para a economia brasileira; que 
o Banco Central não conseguirá sustentar essa situação; e que, 
portanto, o dólar subirá no Brasil.
2. Nesse caso, começa um movimento maciço de compras de dólar 
no Brasil. Pela lei da oferta e procura, esse comportamento pressio-
nará as cotações do dólar para cima porque, em breve, os bancos 
não terão mais dólares para vender.
3. É aí que entra o Banco Central (BC). O procedimento clássico, 
nessas situações, é o BC vender dólares, para evitar a escassez 
da divisa no mercado e a consequente alta nas cotações, e elevar 
a taxa de juros, estimulando investidores a buscar outros tipos de 
aplicação no país. Começa uma queda de braço entre o mercado e 
o BC. (PATÚ, 1997; STIGLITZ; WALSH, 2003, pp. 344-347)
 
De acordo com Tavares e Melin (1998), após a desregulamentação 
dos capitais iniciada por Londres (em 27 de outubro de 1987), ocorreu 
uma sucessão de crises, em que a Bolsa de Nova York foi apenas a 
primeira.
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.A chamada Segunda-feira Negra causou uma queda de 22% nas 
ações da Bolsa de Valores de Nova York, um rombo equivalente ao do-
bro do registrado em 1929, que deu início à Grande Depressão. Tal qual 
ocorrera em 1929, os reflexos se espalharam, agora de modo mais rápi-
do, por todos os continentes.
No final de outubro, os mercados de ações seguiram caindo em 
Hong Kong (45,5%), Austrália (41,8%), Espanha (31%), Reino Unido 
(26,45%), Estados Unidos (22,68%) e Canadá (22,5%). O mercado da 
Nova Zelândia foi especialmente atingido, caindo cerca de 60% em re-
lação ao seu pico de 1987, levando vários anos para se recuperar. No 
Brasil, a Bolsa de São Paulo perdeu 16,1%, enquanto a do Rio de Janeiro, 
12,1% (DEMANI, 2017).
Ainda como efeito imediato, outros mercados seguiram o efeito dos 
inevitáveis ajustes a essa nova onda do capital, que passa a correr “solto 
pelo mundo”. Para Tavares e Melin (1998), foi como se tivesse se inicia-
do, desde Londres (1989), um verdadeiro Big Bang, que saiu destruindo 
ou reconstruindo economias pelo caminho. Nem mesmo o Japão esca-
pou dessa onda especulativa, que atingiu primeiro o setor imobiliário, em 
1989; e, depois, a própria Bolsa de Tóquio, em janeiro de 1990.
Portanto, é neste cenário de enorme especulação financeira que os 
países endividados na década de 1970 e 1980, como Brasil, México, 
Argentina e outros, tentavam, raramente com sucesso, reorganizar (ao 
longo da década de 1980) seu sistema econômico-financeiro, com o 
objetivo de obter equilíbrio fiscal, controle da inflação, entre outros “se-
los” que lhes avalizassem como ambientes favoráveis aos negócios. 
Reorganização esta que deveria ser, acima de tudo, “crível” (ou seja, ins-
piradora de credibilidade), sob pena de não conseguir atrair “suas exce-
lências”: os investidores internacionais que já não eram (nem são) mais 
banqueiros poderosos com os quais governantes de um país se sentam 
para negociar, mas investidores “sem rostos”, geograficamente pulveri-
zados, que passam a decidir, frente a tela de seu computador, sobre a 
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conveniência de se investir ou não nos títulos públicos, ou em empresas 
privadas, deste ou de qualquer outro país do mundo.
Considerações finais
A dívida crescente a partir de 1973, e particularmente após o se-
gundo choque do petróleo, desencadeou um ciclo vicioso de perda do 
dinamismo do crescimento econômico combinado ao crescimento 
vertiginoso da inflação. Uma combinação altamente tóxica para a saú-
de econômica dos países endividados que parece não deixar dúvidas 
quanto aos motivos pelos quais a década de 1980 pode ser considerada 
a década perdida.
Conforme pôde-se observar, as dívidas mexicanas e brasileiras se 
tornaram crescentes, em um cenário cada vez menos favorável para a 
tomada de empréstimos em moedas estrangeiras.
A combinação da crise do petróleo com a recessão mundial na déca-
da de 1980, seguido do aumento da taxa de juros no mercado norte-a-
mericano, aumentou enormemente os custos dos países dependentes 
de importação de petróleo e de capitais externos para financiamentos 
– tal qual era o caso do Brasil. O Brasil, após o segundo choque do pe-
tróleo, passou a conviver com uma situação econômica atípica: de redu-
ção do crescimento econômico em um cenário de aumento da inflação, 
fenômeno conhecido por estagflação.
O contexto da tomada de recursos externos ficou ainda mais com-
plexo a partir de 1989. Com a abertura dos mercados globais, os inves-
tidores passaram a dispor de recursos que lhes possibilitam enorme 
capacidade especulativa, inclusive sobre a moeda nacional dos países, 
por meio dos denominados ataques especulativos.
Foi neste cenário – de dificuldades em atrair investimentos para 
seus respectivos países – que as economias dependentes de crédito 
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.tiveram que elaborar, na década de 1980, os seus planos de ajustes 
econômicos, de modo a garantir estabilidade econômica e credibilidade 
internacional.
Não por acaso, México e Brasil, países analisados neste capítulo, 
implementaram seus planos econômicos a partir da década de 1980, 
sempre com o objetivo de se integrarem ao sistema financeiro interna-
cional, dos quais – mais que antes (na década de 1960, por exemplo) – 
passaram a depender para a realização de seus investimentos internos.
Referências
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