Buscar

Introdução à Análise do Comportamento Aplicada (ABA) para Autismo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ABA 
Análise do Comportamento Aplicada 
 
 
 
 
Ministrado por Karina Fonseca 
Psicóloga (CRP 01-8987), Psicopedagoga 
Neuropsicopedagoga, Neuroeducadora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ello Cursos Psicologia – 2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Se eles não aprendem do jeito que a gente ensina, nós ensinamos do jeito que eles 
aprendem" (Ivar Lovaas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução 
Autismo, o que é, sinais, diagnóstico 
Fundamentos do Behaviorismo 
Fundamentos filosóficos da análise do comportamento- Behaviorismo radical 
Conceitos e princípios da análise do comportamento aplicada 
O que é a Análise do Comportamento Aplicada – ABA 
Quem pode aplicar ABA e o que ele faz 
Sete critérios básicos 
Iniciando os trabalhos 
Marcos do desenvolvimento 
Entrevista com os familiares (anamnese) 
Construção de vínculos 
Avaliação do comportamento 
Planejamento das intervenções 
PEI/ PDI 
Relembrando o que foi estudado até aqui 
Aplicação Escala FAST 
Organizando o momento da aplicação, iniciando a prática 
Elaboração de programas ABA 
Currículos 
Reforçadores e reforçamentos 
Descobrindo as preferências da pessoa 
Folha de preferências/ RAISD 
Estratégias de ensino 
Modelagem, modelação e videomodelação 
Ensino por tentativas discretas 
Estratégias de ensino naturalísticas ou Ensino incidental 
Hierarquia de dicas, generalização 
Ensino de habilidades básicas 
Contato visual 
Sentar-se 
Aguardar/ Esperar 
Imitação 
Linguagem receptiva 
Linguagem expressiva 
Pré-acadêmicas 
Programas (como montar) 
Aplicando ABA na escola, função do AT- Acompanhante terapêutico 
Orientação ao receber uma família 
Direitos e deveres da família (contrato) 
Dicas de livros e materiais 
Referências Bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
ABA não é técnica e não é método, é uma ciência. Com conteúdo extenso, cheio de estratégias 
de compreensão e intervenção voltadas ao comportamento humano, validadas empiricamente. 
ABA refere-se ao termo em inglês Applied Behavior Analysis e traduzido para o português como 
Análise do Comportamento Aplicada. 
As intervenções em ABA foram e são realizadas em contexto de pesquisa e ciência. Esses estudos 
dão suporte a essa prática, por isso, vem sendo muito utilizada, especialmente no tratamento 
de pessoas com autismo, mas também pode ser utilizada em outros transtornos, como o TDAH, 
transtorno de comunicação, dentre outros. 
No decorrer de mais de 50 anos de pesquisas científicas, controladas e confiáveis, foram 
estudados diversos princípios básicos que influenciam o comportamento humano. Por exemplo, 
diferentes tipos de consequências aumentam ou diminuem a probabilidade de comportamentos 
ocorrerem no futuro ou diferentes tipos de condições antecedentes, motivadoras ou não, 
aumentam ou diminuem as chances de determinados comportamentos ocorrerem. 
Um dos principais processos comportamentais estudados pela Análise do Comportamento, 
como um todo, é a aprendizagem que também será estudado nesse curso. 
 A intervenção é feita de maneira estruturada, com foco nos comportamentos alvo (que serão 
descritos em capítulos posteriores) de intervenção, o que estão ligados, a maior parte de dos 
diagnósticos, à linguagem e comportamentos inadequados. A Terapia ABA, no momento da 
intervenção trabalhará com esses comportamentos alvo da criança. Por isso é importante a 
realização da entrevista (anamneses) com a família e as avaliações que forem consideradas 
importantes para que sejam observados quais comportamentos devem ser trabalhados e 
estimulados e quais comportamentos inadequados devem ser modificados ou extintos. 
Como já mencionado, ABA não é específico para ser trabalhado só com crianças com TEA, mas 
quando falamos sobre esse transtorno, estamos diante de um diagnóstico baseado em déficits 
e excessos comportamentais, por exemplo, dificuldade na comunicação e nas interações sociais. 
Mas podemos também ter excessos comportamentais, que podem ser desenvolvidos, 
diminuídos ou até extintos. 
Assim, a partir de agora vamos mergulhar no mundo da Análise do Comportamento Aplicada e 
adquirir mais conhecimento em como auxiliar crianças com TEA e seus familiares a outras 
crianças que possuam transtornos que necessitem dessa abordagem de forma correta com seus 
devidos conceitos, teorias e práticas! 
 
Autismo, o que é, sinais, diagnóstico 
Apesar de já termos mencionado que ABA não é utilizado somente com crianças que possuam 
TEA, mas é utilizado em sua maioria, iremos falar um pouco sobre esse transtorno, para que 
possamos entender o porquê dele ser hoje o mais utilizado, ou pelo menos muito procurado 
para auxiliar no dia a dia de pessoas com TEA. 
De acordo com ARVIGO; SCHWARTMAN (2020 pg. 15), 
 “O transtorno do espectro autista (TEA) faz parte de um grupo de condições que afetam o 
desenvolvimento infantil, denominado Transtorno do Neurodesenvolvimento, conforme 
nomenclatura definida pelo Manual Diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM-V. 
Esses transtornos, em geral, se manifestam cedo, logo na primeira infância, antes mesmo da 
criança iniciar sua vida escolar, é são caracterizados por déficits que variam em níveis e que 
acometem o funcionamento pessoal, social e acadêmico... O TEA se caracteriza por déficits 
persistentes na comunicação e na interação social, associados a padrões restritos e repetitivos do 
comportamento, de interesses e/ou atividades... O diagnóstico do TEA é essencialmente clínico e 
multidisciplinar, envolvendo profissionais de diferentes áreas.” 
De acordo com o DSM-V, os seguintes critérios diagnósticos devem ser observados: 
A- Déficits persistentes na comunicação social em muitos contextos 
 Déficits na reciprocidade socioemocional – dificuldade em estabelecer uma 
conversa, compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afetos, 
dificuldade para iniciar ou responder a uma interação social 
 Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais para a interação social 
 Déficits no desenvolver, manter e compreender relacionamentos 
B- Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesse e atividade (pelos menos 
um dos seguintes) 
 Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipada ou repetitiva 
 Insistência nas mesmas coisas, inflexível a rotina, padrões ritualizados no 
comportamento verbal ou não verbal 
 Interesses fixos, altamente restritos (em intensidade e foco) 
 Hiper ou hiporreatividade ou estímulos sensoriais 
C- Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento 
D- Os sintomas causam prejuízos significativos no funcionamento social, profissional 
E- Essas perturbações não são mais explicadas por deficiência intelectual ou por atraso no 
desenvolvimento global (vem como comorbidades) 
 
Com os seguintes especificadores, que mostram o nível de gravidade: 
 
Nível de 
gravidade 
Comunicação social Comportamentos restritos 
Nível 1 Exigindo apoio - déficits de 
comunicação e interação causam 
prejuízos, dificuldade para iniciar 
interações, interesse reduzido nas 
interações sociais 
Inflexibilidade de 
comportamento, dificuldade em 
trocar de atividade, problemas na 
organização e planejamento 
dificultam a independência 
Nível 2 Exigindo apoio substancial - déficits 
graves nas habilidades de 
comunicação social verbal e não 
verbal, dificuldade para iniciar 
interações, interesse reduzido nas 
interações sociais 
Inflexibilidade de 
comportamento, dificuldade em 
lidar com mudanças. Sofrimento 
e/ou dificuldade em mudar de 
foco 
Nível 3 Exigindo apoio muito substancial - 
déficits graves nas habilidades de 
comunicação social verbal e não 
verbal e interação causam prejuízos 
graves de funcionamento e grande 
limitação para iniciar interações, 
interesse reduzido nas interações 
sociais 
Inflexibilidade de 
comportamento, extrema 
dificuldade em lidar com 
mudanças. Comportamentos 
repetitivos e estereotipadosinterferem grandemente no 
funcionamento de todas as 
esferas. 
Fonte: elaborado pela autora, baseado no DSM-V, 2014, pg. 52 
O diagnóstico deve ser realizado através de entrevista (anamnese), avaliações (escalas e testes), 
observações. 
A partir de um diagnóstico, inicia-se o plano de intervenção, onde será visto qual a melhor forma 
de tratamento a ser realizada. Uma delas é a Análise do comportamento Aplicada – ABA, que é 
o nosso objeto de estudo. 
Mas para falarmos sobre ABA precisamos entender primeiro, sua história, sua linha do tempo, 
de onde ela surge, par hoje termos essa aborda que auxilia tantas crianças no mundo todo. 
 
Fundamentos do Behaviorismo 
Para podermos chegar a ciência que conhecemos como Análise do comportamento Aplicada, 
temos que retornar na linha do tempo para compreendermos os marcos científicos que 
ocorreram, e assim, entendermos conceitos, aplicações. Então, vamos lá! 
 
BEHAVIORISMO BEHAVIORISMO ANÁLISE EXPERIMENTAL 
METODOLÓGCO RADICAL DO COMPORTAMENTO 
 
Tudo começou com o surgimento do Behaviorismo, que é a filosofia que sustenta, que 
fundamenta a análise do comportamento aplicada. 
Em 1913, John Watson publicou um manifesto Behaviorista, pois ele queria transformar essa 
filosofia em ciência e para ser ciência dentro da psicologia era necessário que pudesse ser 
observável, medido, quantificado. E precisava também de um objeto de estudo, o 
comportamento. 
Por que ele queria isso? Porque naquela época vivia-se um período de consolidação da ciência, 
pois ela surgiu como uma nova forma de explicar os fenômenos da natureza, que antes eram 
explicados pelo senso comum, pela igreja. Por isso via-se uma dificuldade muito grande, pois ao 
se falar em ciência precisa-se validá-la. 
Watson foi influenciado por três correntes: 
 Positivismo: O comportamento era algo externo ao homem, como algo que já está lá, 
cabendo ao homem reconhecê-lo de modo neutro, sem interferências (religiosas, 
subjetivas). O conhecimento está na natureza e cabe ao homem pesquisa-lo e 
reconhece-lo como seu habitat sem influências (conceito que posteriormente vem 
abaixo, pois não há neutralidade). Ao final do século passado a ciência deu mais ênfase 
a obtenção de dados, medidas, experimentos. Influenciado pela Psicologia de Watson: 
“Por que não fazemos daquilo que podemos observar o campo de estudo da 
Psicologia?” Por isso, o objeto de estudo do Behaviorismo é o comportamento. 
 Funcionalismo: Corrente que se preocupava com o processo, como o organismo 
funcionava no ambiente, mas não havia uma preocupação com o organismo em si, mas 
só em como ele funcionava. 
 Psicologia animal (Pavlov) – Comportamento Reflexo: Inspiração de Watson, modelo, 
comportamento respondente. Watson não possuía um modelo, um método, somente a 
ideia. A partir de Pavlov, ele começa a visualizar e organizar em como colocará em 
prática essa ideia. Ivan Pavlov (1849-1936), fisiologista e médico russo, criou a Teoria 
dos reflexos condicionados. 
 
Imagem: Pavlov - Teoria dos reflexos condicionados. 
 
 Fonte: totallyhistory.com contosdajoaninha.blogspot.com 
A partir desse experimento de Pavlov, surgem alguns conceitos que são importantes: 
Conceito Descrição do conceito Exemplificação 
Estímulo Qualquer alteração no ambiente que 
cause uma alteração no organismo 
Comida colocada na boca, 
produz salivação 
Resposta Qualquer alteração no organismo que 
cause alteração no ambiente 
A salivação 
Reflexo Relação entre um estímulo e uma 
resposta (S – R) 
Comida elicia salivação 
Eliciar Produzir Comida elicia salivação 
Intensidade do 
estímulo 
Força ou quantidade de determinado 
estímulo 
Quantidade de comida 
colocada na boca 
Magnitude da 
resposta 
Força ou determinada resposta Quantidade de saliva 
produzida 
Latência da 
resposta 
Tempo decorrido entre a apresentação do 
estímulo e a ocorrência da resposta 
A salivação inicia após o 
intervalo de 1,5s depois de a 
comida ter sido colocada na 
boca 
Duração da 
resposta 
Tempo decorrido desde o início da 
emissão da resposta até a sua finalização 
A salivação continua num 
período de 30s 
Limiar do 
reflexo 
Intensidade mínima do estímulo para que 
a resposta seja produzida (eliciada) 
A salivação começa a ocorrer 
quando a quantidade de 
comida na hora for maior ou 
igual a 5g 
Habituação Diminuição da magnitude da resposta em 
função das eliciações produzidas 
Se ocorrer uma diminuição 
de salivação mesmo com a 
manutenção de quantidade 
de comida 
Sensibilização Aumento da magnitude da resposta em 
função das eliciações sucessivas da 
resposta. 
Se ocorrer um aumento de 
salivação mesmo com a 
manutenção de quantidade 
de comida 
Fonte: Elaborado pela autora, de acordo com a obra de MOREIRA (2019, pag. 26-27) 
Fundamentos filosóficos da análise do comportamento- Behaviorismo 
Radical 
Skinner nasceu na Pensilvânia em 1904, estudou língua inglesa e filosofia na Universidade de 
Nova York, abandonou essa área e foi cursar Psicologia em Harward, posteriormente se tornou 
professor no mesmo local, onde lecionou e pesquisou até finalizar a sua carreira e faleceu em 
1990. 
Influenciado pelo Behaviorismo de Watson, em seus estudos utilizava ratos e pombos. Sua obra 
foi extensa, sólida, com base em muito estudo experimental, onde analisou que exixtia ordem 
e regularidade no comportamento. Assim, nasce o Behaviorismo Radical, pois ele acreditava que 
todo fazer humano é comportamento e que o comportamento é a raiz de tudo. Esse radical vem 
da ideia de raiz, ele também considerava o pensamento como comportamento (diferente de 
Watson), ou seja, TUDO é comportamento. Enquanto Watson no Behaviorismo metodológico 
fazia essa separação e considerava o pensamento como algo que não era passível de 
observação. 
O Behaviorismo radical é uma corrente filosófica onde está fundamentada a Análise do 
Comportamento. Em 1938, ele publicou um livro chamado “Comportamento dos organismos”. 
Nessa obra ele faz uma nova proposta do behaviorismo, uma mudança de paradigma, que 
consistia em mudanças e alterações no modelo explicativo utilizado por Watson para todo e 
qualquer comportamento. 
Realizou obras importantes: Ciência e comportamento humano, que é uma leitura importante 
para compreender comportamento operantes verbais. 
Modelo de comportamento operante: É a tríplice contingência, não exclui o comportamento 
respondente S-R, mas nem todo o comportamento vai acontecer somente dessa forma. São 
respostas novas, adquiridas a partir da interação com o ambiente. Se a resposta for agradável, 
prazerosa, seguida da resposta, há a probabilidade de repetição. 
 
TRÍPLICE CONTINGÊNCIA = MODELO DE APRENDIZAGEM 
 
S – R – C 
 
 
Contexto local, ambiente Onde a resposta acontece Consequência 
 A partir da interação com esse (vai determinar 
 ambiente. Emissão de resposta e a manutenção, ou 
 não de eliciação. extinção do 
 Resposta emitida (reforçador) comportamento) 
 
Fonte: Elaborado pela autora, baseado na obra MOREIRA, 2019, pg. 147 
Em um nível de análise mais amplo, o condicionamento operante ajuda a entender quem somos. 
Se partirmos do pressuposto que somos frutos de nossas experiências, consequências das 
nossas ações. Para trabalharmos a aprendizagem, mudança de comportamento é importante a 
compreensão desse conceito, pois ele estará presente na aplicação ABA. 
 
Conceitos e princípios da Análise do Comportamento Aplicada 
Alguns princípios e conceitos são importantes para entendermosa Análise do Comportamento 
Aplicada. 
 Comportamento: É tudo aquilo que as pessoas fazem em determinado contexto 
 Contingência: É o contexto em que o comportamento ocorre 
 Tríplice contingência: É o estímulo antecedente, a resposta e a consequência 
 Funções do comportamento: O que faz ele existir e o que o mantém. Podem ser de 
atenção, fuga/ esquiva, objeto tangível e sensorial/ reforçamento automático. A partir 
desse comportamento podemos iniciar o processo de modificação, para outros mais 
adequados 
 Reforço: São as consequências que aumentam a probabilidade de uma resposta ocorrer 
novamente. Eles podem ser positivos ou negativos. 
 Punição: São as consequências que diminuem a probabilidade de uma resposta ocorrer 
novamente. Eles podem ser positivos ou negativos 
Toda contingência é seguida por uma consequência, que pode ter efeito sobre a futura resposta. 
Se a criança emitir a mesma resposta, significa que foi reforçada, se não emite, significa que 
aquilo foi aversivo ou desmotivador (punição) 
Um comportamento só existe porque ele é reforçado. E esse reforço é essencial para o ensino 
de habilidades (habilidades básicas: manter o olhar, imitar, falar, seguir, instruções, ...) 
Tipos de reforçamento: 
 Avaliação de preferências: Avaliar qual é o reforçador para a criança 
 Reforço contínuo: Reforçar todas as vezes que a criança responder corretamente 
 Reforço intermitente: Reforçar cada X vezes de resposta correta 
 Economia de fichas: Trabalhar a espera, para a criança visualizar quando irá ganhar o 
reforçador 
Em Análise do comportamento positivo e negativo, não se referem ao que é bom ou ruim. 
Positivo Negativo 
É o acréscimo de estímulo ao ambiente É a retirada do estímulo ao ambiente 
 
Tipos de reforçadores: comestíveis, atividades, brinquedos, sociais, eletrônicos 
 Extinção: A criança deixa de fazer gradativamente (pode demorar), conforme for 
aprendendo o comportamento correto. A partir da retirada do reforçador que 
estimulava o comportamento inadequado 
 
 
O que é a Análise do Comportamento Aplicada – ABA 
A análise do comportamento aplicada, oficializada em 1968 (MORRIS et al., 2013), onde diversos 
pesquisadores – Risley, Wolf e Lovaas – nos anos 1960 em conjunto culminaram o processo que 
estabelecia ABA como ciência. Esses estudos aconteciam no Institute for Child Development, na 
Universidade de Washignton, onde observavam e aplicavam princípios e procedimentos 
analíticos comportamentais. Onde surgiram estudos que serviram de base para a fundação da 
ABA, que incluía pessoas com TEA. 
Principais autores no processo de fundação e de publicações que influenciaram sobre o tema 
foram Ayllon, Staars e Wolf. Porém a primeira publicação de pesquisa sobre análise do 
comportamento qualificada como aplicada foi o estudo sobre uma criança (Caso Dick- criança 
com comportamentos inadequados, batia na cabeça própria cabeça e rosto, se arranhava e 
puxava os cabelos, déficits de fala e interação social) com TEA por Wolf, Risley e Mees, em 1964. 
Wolf dedicou a partir daí sua vida para que essa ciência fosse importante e relevante a 
sociedade. 
Lovaas é reconhecido como o maior representante das aplicações de ABA para o TEA, e 
influenciou muitas pessoas a estudarem e pesquisarem sobre a análise do comportamento 
aplicada no decorrer de sua vida. Ele presenciou a aplicação dos princípios ABA a diversas 
pessoas quando estava na Universidade de Washington. Após três anos, em 1961, foi lecionar 
na Universidade da Califórnia, Los Angeles, onde ficou até encerrar sua carreira. 
Seu artigo mais conhecido, em 1987, 
“... relatou que 47% das crianças que receberam intervenções baseadas em ABA de forma precoce 
e intensiva (40 horas por semana), chegaram a ter um funcionamento típico; e, adicionalmente, 
outros 40 % da amostra do grupo experimental tiveram seus déficits diminuídos 
consideravelmente. Os dados do grupo controle (crianças que receberam tratamentos baseados 
na ABA por 10 horas ou menos por semana) mostram que apenas 2% das crianças passaram a ter 
funcionamento típico. Após esse estudo, replicações foram conduzidas para aumentar a validade 
dos dados e, a cada ano, mais evidências empíricas são produzidas acerca da efetividade dos 
procedimentos da ABA para o tratamento do TEA.” (SELLA,2018, pag. 66) 
Mas apesar de estudos e pesquisas realizadas, de ressaltar sobre o reforço positivo, empregou 
a prática de métodos aversivos como parte das intervenções. Pois em uma entrevista, dada em 
1965, deixa claro que muitos de seus tratamentos fez uso de punição. O que ao final da década 
de 1980, já existiam estudos mais avançados em ABA, onde Lovaas diz não mais utilizar essas 
práticas, defendendo novamente o uso do reforçamento durante a intervenção. O que deve ser 
utilizado dentro dos princípios do processo terapêutico na ABA. 
Outra pessoa importante dentro da linha do tempo da ABA é Gina Green, ela se envolveu em 
muitas pesquisas, foi em busca de tratamentos de qualidade, desenvolveu leis e políticas 
públicas baseadas em evidências científicas. Hoje é professora na Universidade de San Diego, 
faz consultoria e ajudou a fundar a Association of Professional Behavior Analyst (Diretora 
executiva). 
ABA é uma ciência baseada em evidências, onde “um esforço para melhorar o processo de 
tomada de decisões em contextos aplicados ao se articular explicitamente o papel central de 
evidências nas decisões e, desta forma, melhorar os resultados” (SLOCUM et al., 2014). A 
importância das práticas baseadas em evidência advém da noção de que os profissionais 
possuem a responsabilidade ética de tomar decisões que aumentem as chances de os resultados 
serem efetivos para seus clientes (BACB, 2014; DETRICH, 2015). 
Dessa forma ABA busca ampliar comportamentos úteis e desejáveis, ao mesmo tempo em que 
diminui aqueles que são prejudiciais e interferem no processo de aprendizado da criança. A 
terapia é aplicada de maneira intensiva e a criança deve ser assistida pela terapeuta em sessões 
individuais, pois deve ser adaptada às necessidades de cada criança. 
O terapeuta ABA observa o comportamento da criança e analisa-o para assim criar estratégias 
para modificar aspectos desfavoráveis do comportamento. 
Essa abordagem deve incluir o desenvolvimento e outras técnicas de aprendizagem, variedade 
de objetivos e avaliações e abordagens mais lúdicas e que chamem a atenção da criança, para 
que se tenha a resposta um reforço positivo. 
Isso pois, de acordo com Vasconcelos, a ABA parte do princípio de que todo comportamento 
tem um antecedente e uma consequência. A natureza da consequência de um dado 
comportamento pode interferir na chance daquele comportamento se repetir. Por isso, uma das 
estratégias utilizadas pelo terapeuta seria o reforço positivo. 
 
As sessões podem durar de 2 a 4 horas por dia e idealmente devem ocorrer cinco dias por 
semana enquanto no modelo original de Lovaas, 40h por semana de terapia. 
 
A aplicação do método pode ser realizada por inúmeros profissionais, terapeutas, médicos, 
psicólogos, fonoaudiólogos, professores e a aplicação pela família pode contribuir e otimizar os 
resultados, mas precisa de orientação e supervisão de profissionais que tenham experiência no 
processo. 
Pois trazem os seguintes benefícios: 
 Promover a expansão das habilidades psicossociais da criança, aumentando as chances 
dela se comunicar e interagir com os outros, pois desenvolve habilidades, melhorar 
comportamentos e maneja limitações. 
 E tem como objetivo, a independência, a destreza motora e o aprendizado, através da 
ênfase nas habilidades de autocuidados, tarefas motoras e função cognitiva. 
. Para que essa abordagem dê certo é necessário: 
 Ser realizada por profissionais especializados 
 Todos os profissionais que cuidarão da criança devem seguir essa mesma abordagem, 
para que todos ajam da mesma forma, usando os princípios da ABA 
 Os pais também devem conhecer sobre a abordagem e seguir as orientações dadaspelos profissionais que estão com a criança 
 A escola também deve estar integra ao processo, o profissional em ABA deve visitar a 
escolar e passar as instruções pertinentes em relação ao trabalho que será realizado. 
É importante destacar que para uma intervenção ser considera ABA, em termos práticos e 
“simples”, o que precisa acontecer é: 
 Definição dos objetivos terapêuticos (quais comportamentos são socialmente 
relevantes para alteração, entre eles quais são prioridades ou pré-requisitos para a 
aquisição de outros); 
 Descrição dos procedimentos; 
 Registro sistemático de respostas-alvo; 
 Análise de dados apresentados em relatórios; 
 Participação de todos os integrantes da equipe na busca pelas metas estabelecidas e 
alinhados nos procedimentos; 
 Estratégias de generalização do comportamento modificado para outros ambientes, 
pessoas e estímulos 
 Número de horas de intervenção via de regra alto, e estimulação intensiva. 
 
Quem pode aplicar ABA e o que ele faz 
Quem são as pessoas que podem aplicar ABA? 
 Psicólogos com formação em Análise do Comportamento 
 Pais, responsáveis, educadores e outros profissionais como, terapeutas especializados 
e orientados por um supervisor ABA 
 Equipe multidisciplinar 
A intervenção deve ser realizada por uma equipe terapêutica, que precisa de planejamento e 
supervisão. Eles ensinam, basicamente, habilidades para melhorar o desenvolvimento da 
criança. 
Mas é preciso lembrar que há diferenciação entre os profissionais de ABA: 
 Aplicador: Atua de forma a aplicar os conceitos ABA, acompanhar alunos nas escolas ou 
de forma domiciliar, desenvolvendo habilidades de estimulação de independência e 
autonomia. Atua intervindo e acompanhando o paciente, em qualquer tipo de contexto. 
Não há regulamentação da profissão, mas é uma profissão real e pode ser exercida 
 Analista do comportamento ou terapeuta ABA: Cursos de pós-graduação. São bastante 
acadêmicos, dão base teórica necessária as intervenções 
 Supervisor ABA: Cursos de mestrado e doutorado em análise do comportamento, pois 
será um profissional de alta complexidade. 
Mas ainda temos algumas questões a melhorar: 
 A quantidade de crianças com TEA, por exemplo, é maior que o número de profissionais 
capacitados 
 O custo financeiro é alto, em função das quantidades de horas semanais de terapia 
 A maioria das escolas ainda não buscou se qualificar no tema relacionado as questões 
comportamentais 
O que é preciso Lembrar: 
 Intervenção precoce (a partir dos 18 meses) 
 Duração de 15 a 40 horas semanais 
 Ensino de habilidades variadas simultaneamente 
 Participação da família 
 Manutenção e generalização das habilidades aprendidas 
O que precisamos trabalhar: 
 Habilidades básicas: São os comportamentos simples e iniciais, que serão pré-requisitos 
a aprendizagens posteriores mais complexas 
 Imitação 
 Atenção 
 Coordenação 
 Linguagem 
 Pré- acadêmicas 
 Contato visual 
 Intervenção comportamental intensiva: Avaliação funcional (conhecer a criança, 
investigar). Comportamento operante: Eu opero com o meio e sou sensível as 
consequências dessas ações (interacionistas). Para falarmos de comportamento temos 
que falar do contexto 
 
Sete critérios básicos 
7 Critérios básicos para a intervenção ABA: 
 Aplicada: produzir conhecimentos para a melhoria em comportamentos que tenham 
finalidade social para os envolvidos. Tem como objetivo a mudança de comportamento 
para melhor qualidade de vida. É interessante que se faça as seguintes perguntas: 
 Onde vamos aplicar? 
 Em qual comportamento? 
 Quero ensinar um novo comportamento ou quero extingui-lo? 
 
 Comportamental: focar no comportamento em si para a mudança, e não em algo sobre 
o comportamento (devem-se medir fatores dentro desse comportamento, não sobre o 
que se diz sobre ele). É preciso ter foco no comportamento observado e mensurá-lo. É 
preciso medir de forma conceitual, com fundamentação. O registro é necessário, da 
avaliação a intervenção. Tudo precisa ser registrado, para que se possa analisar, 
comparar, ajustar e replanejar 
 
 Analítica: identificar relações funcionais entre eventos vistos na intervenção e nas 
mudanças observadas no comportamento-alvo; tais relações devem ser analisadas 
detalhadamente por meio de coleta de dados e descrições dos procedimentos. Analisar 
e provar as relações entre o ambiente e o comportamento. Mostrar que a intervenção 
está promovendo mudança no comportamento na aprendizagem 
 
 Tecnológica: definir o conjunto de procedimentos e técnicas que serão utilizados de 
modo completo, preciso e sistemático a fim de construir um padrão que possa ser 
replicado pelos terapeutas e pelos pais, anotar de forma minuciosa tudo que será 
utilizado, como será utilizado, como será realizado, de forma clara 
 
 Sistemática (conceitual): alicerçar as descrições em princípios básicos do 
comportamento, na experiência e nas pesquisas. Utilização dos preceitos, da análise 
experimental do comportamento para que se planeje um trabalho respaldado pelas 
evidências, como atualização no estudo 
 
 Efetiva (eficácia): garantir que as mudanças no comportamento estejam realmente 
presentes e evidentes, e ocasionem um avanço visível e com baixo custo para os 
envolvidos. Garantia da aprendizagem, todos aprendem e é preciso garantir e ajustar 
as práticas até que a pessoa aprenda 
 
 Generalidade: cuidar para que as mudanças durem e sejam visíveis nos mais diferentes 
ambientes em que a criança vive; portanto, é essencial que elas sejam informadas aos 
pais e à escola. Amplitude, ao alcance do que é ensinado é aprendido. O indivíduo 
precisa ser capaz de aplicar esse conhecimento em toda a sua vida, em todos os 
contextos e não só naquele momento do aprendizado. Aquele conhecimento tem que 
atender a função de comportamento, tem que conseguir fazer uso dessa aprendizagem 
sempre que necessário, em contextos diferentes. 
O processo deve seguir os seguintes passos: 
 Entrevista (anamnese) 
 Avaliação comportamental inicial 
 Seleção de objetivos 
 Elaboração de programas 
 Intervenção propriamente dita com avaliação constante. 
Realiza-se a observação do comportamento, onde são realizadas tentativas entre o profissional 
e a criança. A partir dessas tentativas, usa-se um estímulo anterior para a produção de uma nova 
resposta, até o alcance do resultado que foi estabelecido. Quando essa resposta acontece a 
criança recebe algo que previamente combinado, que será o reforço positivo, que servirá como 
motivador para a consolidação do comportamento esperado (que foi aprendido). 
Objetivo: Consolidar o comportamento aprendido, através da modificação de comportamentos 
disfuncionais no TEA, trabalhando o passo a passo, da seguinte forma: 
 selecionar diversos estímulos, 
 obter contato visual com o aprendiz, 
 apresentar a instrução e os estímulos, 
 esperar um tempo rápido para a resposta, 
 disponibilizar ajuda em caso de não resposta, 
 agir com reforço positivo o mais rápido possível, 
 disponibilizar meios reforçadores variados e fazer os registros corretamente. 
 
Iniciando os trabalhos 
Para iniciarmos nosso trabalho precisamos entender que não seja trocada ou invertida a ordem 
de cada passo que daremos em busca do auxílio para o desenvolvimento da criança que está 
conosco, seja ela paciente, aluno, filho. Pois para sabermos o que vamos trabalhar precisamos 
avaliar, e esse é o segredo para termos uma intervenção de qualidade 
Segue abaixo então os passos que daremos e a explicação de cada um. 
 Entrevista com os familiares 
 Construção de vínculos 
 Iniciação à avaliação 
 Devolutiva com plano de intervenção 
 Intervenção 
 
Marcos do desenvolvimento 
Antes de seguirmos esses passos precisamos saber sobre um conteúdo importante, para 
podermos avaliar, verificar quantificar. Precisamos saber o que são os marcos do 
desenvolvimento, pois eles é irão nortear nossos panejamentos em relação aavaliação e 
intervenção. 
Marcos do desenvolvimento é como o indivíduo se desenvolve ao longo da vida. São as 
habilidades que são esperadas dentro de cada idade na medida que se desenvolve. A partir deles 
sabemos se acriança está dentro do que é esperado, está acima ou está atrasada dentro do que 
foi observado, avaliado. 
Quando observamos atrasos, podemos assim estimular atividades que trabalhem essas 
habilidades, que crianças sem atraso realizaram, normalmente, com facilidade. 
 
Idade Marcos do desenvolvimento 
 
 
 
0 a 4 meses 
Agarre coisas 
Segure brevemente no seio ou na mamadeira 
Olhe para rostos 
Leve objetos a boca 
Brinque com as mãos 
Olhe quando escuta algo 
Pare de chorar ao escutar uma voz calma conhecida 
Sorria e vocalize socialmente 
 
 
 
4 a 6 meses 
Sente-se projetando para frente e apoie-se nas mãos 
Vire de bruços 
Tente pegar objetos pequenos e segura a mamadeira 
Brinque com os pés, remove o paninho do rosto 
Agite brinquedos 
Reconheça o cuidador visualmente e comece a responder quando chamado 
pelo nome 
Emite sons, gritos e expressa raiva 
 
 
 
6 a 9 meses 
Sente com apoio, comece a engatinhar e se sustente em pé por algum tempo 
Sente de cócoras 
Transfira objetos de uma mão para a outra e se esforce para pegar algum 
objeto longe e seu alcance 
Responda a um não 
Combine vogais e consoantes nos balbucios 
Fale pequenas palavras como mama, papa 
 
 
 
9 a 12 meses 
Ande se apoiando nos móveis ou nas mãos das pessoas 
Consiga dar 1 ou 2 passos sem apoio 
Fique de pé por pouco tempo 
Beba no copinho 
Bata palmas e dê tchau com a mão 
Fale várias palavrinhas: dada, papa, água, sim, não, quero, mesmo que 
apresente erros, mas se faz entender 
Fonte: Elaborado pela autora, baseado no e-book BÉRGAMO, 2020, pg. 7-8 
 
Entrevista com os familiares (anamnese) 
Em uma entrevista com a família, não pode faltar: 
 Acolhimento 
 Informação de qualidade 
 Relação de confiança 
 Empatia 
 Aceitação incondicional 
 Apresentação do plano de trabalho 
 Coletar informações 
O envolvimento familiar é fundamental durante o processo de aprendizado, pois proporciona 
uma estimulação mais intensiva no ambiente doméstico e atua com efeito positivo sobre os 
benefícios da terapia ABA. 
"A família pode ajudar muito o(a) terapeuta ABA, fornecendo informações precisas sobre o 
comportamento da criança e aplicando os preceitos da técnica explanados nas sessões de 
orientação com o(a) terapeuta". 
Para construirmos um ótimo plano de intervenção precisamos de saber: 
 Os gostos da criança: Ajuda na avaliação de preferências, é necessário saber o que a 
criança gosta (de fazer, de comer, de brincar, de assistir, quais atividades faz, jogos e 
brincadeiras preferidas, locais, pessoas) 
 O que a criança não gosta: Ajuda a prevenir comportamentos disruptivos (morder, 
bater, se jogar no chão) 
 Saber quais são os desafios trazidos pelos pais, ex.: “O que você gostaria que o(a) ... 
aprendesse? Para podermos alinhar as expectativas com os familiares. Compreender 
essas expectativas com atenção e traça-la de forma real 
 Quais são seus potenciais: O que a criança faz de bom, o que ela sabe fazer bem, muito 
bem (Isso pode ser utilizado para a criação de vínculos sociais, ensinar habilidades de 
linguagem, socialização, valorização de autoestima), usar habilidades que tenha 
domínio e sinta prazer, trabalhar aquilo que possa explorar 
 A entrevista é o primeiro contato da família com o profissional, é importante deixar uma 
boa impressão e boa relação para que haja continuidade e confiança. 
 Rapport: O vínculo é muito importante para estabelecer uma relação de confiança e 
segurança, o acolhimento, e sem julgamentos. 
 Colher o máximo de informações possível. 
 
Construção de vínculos 
O segundo passo ainda não será a avaliação. Antes precisamos criar vínculos para que a criança 
nos conheça e realize tanto a avaliação quanto a intervenção de forma satisfatória gostando de 
estar conosco e se desenvolvendo. 
 Então, nesse primeiro contato com ela iremos fazer coisas que ela gosta ( essa informação já foi 
coletada com a entrevista com os familiares). Pois para criar vínculos precisa parear com coisas, 
brincadeiras, objetos que a criança goste, assim cria-se estímulo, reforçamento e aumenta-se a 
motivação das realizações das atividades e da presença do profissional. Seguir o interesse da 
criança irá fortalecer o vínculo. 
Pois se ela não gosta do local, das pessoas das atividades, pode parear como algo aversivo, o 
que irá dificultar o andamento dos passos e alongar o início da avaliação. 
 
Avaliação do comportamento 
Agora sim chegou o momento de iniciar a avaliação! 
 Avaliar em diferentes ambientes, pois no ambiente de consultório, pode não ser um 
ambiente familiar para a criança e isso trará respostas que não ser fidedignas ao que se 
está avaliando. Normalmente não tem muita frustração. Esse momento é só de 
observação. 
 Protocolos de rastreio/ de avaliação: Principais protocolos da ABA 
Inventário Portage: Crianças entre 0 e 6 anos. Avaliações em diferentes áreas, protocolo muito 
bom, muito completo. Avalia cinco áreas. Pode ser aplicado por profissionais da saúde e 
educação. Específico para crianças de 0 a 6 anos e avalia cinco áreas: 
 Socialização 
 Cognição 
 Linguagem 
 Autocuidado 
 Desenvolvimento motor 
Possui validação na população brasileira 
VB-MAPP: Geralmente utilizado em crianças pequenas. Avalia os marcos do desenvolvimento 
infantil, áreas da linguagem e associadas até 48 meses. Ele é considerado mais robusto, mais 
detalhado, mais aprofundado, mas áreas que visa avaliar. sigla significa Avaliação de Marcos do 
Comportamento Verbal e Programa de Nivelamento, utilizado para avaliação do repertório 
inicial em intervenções com ABA. Esse instrumento compreende 170 marcos de 
desenvolvimento subdivididos em três níveis, que vão de zero a 48 meses de idade. Dentro de 
cada divisão, existem diferentes habilidades, tais quais mando, tato, imitação motora, 
habilidades de grupo e pré-acadêmicas. Além disso, são avaliadas 24 possíveis barreiras para o 
aprendizado, como comportamento hiperativo e baixo contato visual. 
O VB-MAPP disponibiliza uma avaliação de transição, na qual a junção de habilidades e barreiras 
ajuda a identificar os fatores determinantes para as dificuldades de aprendizado daquela 
criança. Ainda há uma ferramenta chamada “análise de tarefas e rastreamento de habilidades”, 
com a qual é possível maior detalhamento das habilidades esperadas, chegando a cerca de 900. 
Por fim, tem-se acesso a um plano de ensino individualizado que propiciará o nivelamento. 
ABLLS-R: Geralmente utilizado com crianças maiores, avalia áreas acadêmicas, linguagem, 
escrita. É um instrumento de avaliação, serve como guia curricular ao elencar habilidades 
básicas de comunicação e de aprendizagem. No total, são 544 habilidades que se dividem entre 
25 áreas, como interação social, autoajuda e habilidades motoras, por exemplo. Todas elas são 
esperadas para crianças em idade pré-escolar com desenvolvimento típico. A versão original foi 
lançada pela primeira vez em 1998 pela Behavior Analysts, Inc. e foi desenvolvida por James W. 
Partington, Ph.D., BCBA-D e Mark L. Sundberg, Ph.D, BCBA-D. Foi revisado em 2006 por 
Partington. A versão revisada incorpora muitos novos itens de tarefas e fornece uma sequência 
mais específica na ordem de desenvolvimento dos itens nas várias áreas de habilidade. 
Mudanças significativas foram feitas na versão revisada da seção de imitação vocal com a 
contribuição de Denise Senick-Pirri, SLP-CCC. Melhorias adicionais foram feitas para incorporar 
itens associados a habilidades de interação social, imitação motora e outras habilidades de 
atenção conjunta, e para garantir o uso fluente de habilidades estabelecidas. Não tem 
padronização brasileira. 
AFLS: Do mesmo autor do ABLLS-R, geralmente utilizado em adolescentes e adultos, avalia 
habilidades funcionais, de vida diária, autocuidado,nível de suporte maior, nível 2 e 3 
 Essencial for living: Geralmente utilizado para pessoas com TEA nível 3 
PEAR: Pouco utilizado no Brasil, avalia dificuldade de linguagem 
Socially Savvy: Geralmente utilizado para o desenvolvimento de habilidades sociais de crianças. 
M-chat-R: É uma escala bastante utilizada no Brasil (Rede Pública de Saúde, SUS). Ele é uma 
escala de triagem, para que os pais possam encaminhar seus filhos aos especialistas. Nela 
existem três riscos definidos: 
 Baixo (0 a 2) - Indica que o paciente não desenvolveu a condição do TEA, mas é 
importante repeti-lo caso seja feiro antes de 24 meses. 
 Moderado (3 a 7) – Devem seguir com outras etapas (entrevista, outros testes), 
caso seja alcançada a pontuação padrão, já será encaminhado para um 
especialista, que confirmará ou não o diagnóstico e organizará a forma de 
tratamento. 
 Alto risco (8 a 20) – Não há necessidade de entrevista, o paciente já será 
encaminhado diretamente ao especialista, que confirmará ou não o diagnóstico 
e organizará a forma de tratamento. 
Protea-R: É um instrumento interdisciplinar que sistematiza as entrevistas com os responsáveis 
e a observação clínica do desenvolvimento infantil, através de situações semiestruturadas de 
brincadeira, com o objetivo de rastreamento da presença de comportamentos inerentes à 
sintomatologia do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para crianças em torno de 24 a 60 
meses de idade, especialmente àquelas não verbais, com suspeita de TEA e outros transtornos 
da comunicação. Este teste tem padronização brasileira e é validado pelo Conselho Federal de 
Psicologia. A avaliação é realizada através de brincadeiras e busca identificar se esses pacientes 
possuem ou não o transtorno. 
 
Cars: Escala para identificar o espectro autista, foi criada baseada nas definições de Rutter, Ritvo 
e Freeman. Que avaliam três pontos principais: 
 Desenvolvimento social 
 Distúrbio da linguagem e habilidades cognitivas 
 Início precoce do transtorno, antes de 30 meses de idade 
 Escala é um instrumento para observações comportamentais, sendo administrada na primeira 
sessão de diagnóstico, composta por 15 itens, que avaliam a condição da criança, somando-se a 
pontuação tem-se o resultado. A pontuação varia de 15 a 60 pontos, chagando a 30 pontos o 
autismo é caracterizado. Caso a criança atinja a pontuação maior que 37 é considerado um 
autismo nível 3. 
ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO DE AUTISMO NA INFÂNCIA ™ – CARS ™ – 2 – SEGUNDA EDIÇÃO 
POR ERIC SCHOPLER, PHD, MARY E. VAN BOURGONDIEN, PHD, 2010: Não temos padronização 
brasileira, para comprá-lo somente em sites americanos em língua inglesa 
ADI-R: É uma escala considerada de alto padrão na avaliação do autismo. A análise é realizada 
em conjunto com os pais, e tem como objetivo ter o maior número de detalhes sobre o 
comportamento da criança. A versão atual pode ser realizada com crianças a partir de 18 meses 
até a fase adulta. A escala possui um questionário com 93 questões, que são perguntadas 
diretamente aos pais. Existem quatro áreas analisadas nessa avaliação: 
 Linguagem e comunicação 
 Interação social recíproca 
 Comportamentos repetitivos ou estereotipados. 
 Humor e comportamentos anormais não específicos 
 Normalmente a ADI-R são aplicadas em conjunto com o ADOS. 
ADOS-2: Também considerada uma escala padrão para avaliação do autismo. Ela é estruturada 
e padronizada utilizando ferramentas de comunicação com interações sociais e jogos, ou o uso 
criativo de diversos objetos para as crianças que estão sendo observadas. Esse protocolo pode 
ser aplicado em crianças a partir de 3 anos, mas pode ser avaliar adultos. O principal objetivo é 
observar características que tem relação como DSM-V, conforme as áreas de interação social, 
comunicação social, linguagem, comportamentos repetitivos e/ou estereotipias. Através de um 
roteiro, o profissional indica oito tarefas para o paciente. O tempo de duração é de 
aproximadamente 30 minutos, e a variação do jogo será de acordo com a faixa etária e/ou 
desenvolvimento do paciente. A classificação é a seguinte: 
 0= dentro dos limites 
 1= anormalidade rara ou possível 
 2= anormalidade clara 
 É um teste de alto valor financeiro, podendo chegar a 4 mil euros e não existe em uma versão 
brasileira. Em português somente português de Portugal, ou em espanhol. Tanto o teste ADOS 
ou ADOS-2 quanto ADIR não são permitidos no Brasil pelo Conselho Federal de Psicologia, 
somente em casos de pesquisa, e ou autorizados no SATEPSI, pois não há padronização em nossa 
população brasileira e não são vendidos no Brasil 
 
Importante: 
 É melhor dominar um protocolo e aplicá-lo muito bem, dentro da área que irá atuar 
 Pode ser utilizado mais de um protocolo, que se associem 
 Devolutivas devem ser dadas em até 60 dias, com plano de intervenção pronto. 
Contando o primeiro contato. Válido por um ano e revisado a cada seis meses. 
 
 
Planejamento das intervenções 
 Metas de longo prazo 
 Metas de curto prazo (passo a passo para se chegar as metas de longo prazo 
 Estratégias de generalização (envolvem a família, a escola) 
 Lições 
 Esvanecimento de ajuda (retirada de ajuda) 
 Critérios para a aprendizagem 
 Folha de registro 
Montando/ escrevendo objetivos: 
 Pensar em um objetivo que seja necessário para alcançar essas habilidades e deve ser 
escrito pensando que se a criança conseguir todas essas estimulações e reforçadores 
seria nota dez, perfeito! 
 Ela deve ser realista, não se pode traçar um objetivo que não será alcançado 
 Mensurável, que ser possa analisar, quantificar, medir 
 Dividir os objetivos em áreas (programas), dentro da carga horária entre 15h e 40h 
semanais. 
Dessa forma deverá ser desenvolvido: 
 Um programa estruturado de intervenção, com tarefas de ensino em contextos mais 
estruturados (DTT) 
 Ou em contextos mais naturais (Ensino Naturalístico) 
 Normalmente são usados esses dois formatos no trabalho com a maioria das crianças. Também 
são utilizadas: 
 dicas físicas, verbais ou visuais para ajudar a criança a ter sucesso nas tarefas de ensino 
 faz-se uso de itens preferidos (brinquedos, por exemplo) para reforçar essas respostas 
e garantir que elas vão aumentar de frequência no repertório do paciente. 
Podemos começar com o ensino de repertórios que são pré-requisitos da fala, no entanto, o 
trabalho é individualizado e personalizado. Se uma criança, já chega para avaliação com 
respostas de falante, pedindo e nomeando coisas, por exemplo, vamos elaborar um plano de 
ensino para ampliar essas habilidades, para que elas sejam as mais próximas do repertório de 
uma criança neurotípica da mesma faixa etária. Assim, trabalhamos com diversos 
comportamentos de acordo com a avaliação feita de cada criança. Os dados são coletados 
continuamente para avaliar o procedimento e o comportamento alvo da intervenção ou precisa 
de ambientes mais controlados. 
 Muitos comportamentos-alvo podem ser ensinados: a imitação, a compreensão auditiva, a 
vocalização, entre muitos outros. Inclusive habilidades mais refinadas como o ensino ocorre 
através de dicas físicas, visuais, vocais e gestuais, e pela apresentação de itens preferidos pela 
criança. Por exemplo, quando estamos ensinando a imitação "dar tchau" e a criança permanece 
imóvel, pegamos sua mão e balançamos como se ela estivesse dando tchau (essa é uma dica 
física), depois apresentamos a consequência da imitação feita por ela, que pode ser comestíveis, 
brinquedos, desenhos animados, enfim, itens que a criança mais gosta 
 
 Plano de ensino individualizado – PEI ou PDI 
Legislação brasileira – Leis de inclusão 
 Lei de inclusão brasileira: Estabelece matrícula obrigatória a pessoa com deficiência em 
escolas regulares, públicas ou particulares, não limitando número de alunos por sala de 
aula 
 Lei 12.764/12 – Lei Berenice Piana: Defende os direitos dos autistas ao diagnóstico 
precoce, tratamento, terapias, medicaçõesfornecidas pelo SUS, acesso a educação, 
proteção social, trabalho e serviços que proporcionem a igualdade de oportunidades. E 
nela também está incluso o direito a matrícula em escola regular, independentemente 
de ser particular ou pública, possuindo um especialista em sala de aula, o acompanhante 
terapêutico (AT) 
 
Objetivos do PEI: 
 Deve abranger objetivos de curto, médio e longo prazo, com as devidas estratégias 
 Deve conter dados da história de vida da criança, avaliações, capacidades, interesses, 
dificuldades de habilidades do indivíduo que foi avaliado 
 Deve ter linguagem acessível a todos que forem atuar com a criança, para que os 
objetivos sejam entendidos e trabalhados da mesma forma 
 A partir do PEI é que o programa ABA é estabelecido e elaborado de forma adequada 
 Deve ser avaliado a cada semestre e deve conter o nome de todos os profissionais 
envolvidos. 
Montando um PEI ou PDI 
Parte I – Informações e avaliação do aluno com autismo 
 Identificação 
 Dados familiares 
 Informação escolar 
 Avaliação geral 
 Âmbito familiar - Características do ambiente familiar, Convívio familiar, 
Condições do ambiente para a aprendizagem escolar 
 Âmbito escolar – Em relação à cultura e a filosofia da escola, em relação a 
organização da escola, em relação aos recursos humanos, em relação as 
atitudes frente ao aluno, em relação ao professor da sala de aula regular 
 Avaliação do aluno 
 Condição geral de saúde 
 Necessidades educacionais especiais do aluno 
 Desenvolvimento do aluno – Função cognitiva (memória, raciocínio lógico, 
linguagem), função motora (desenvolvimento e capacidade), função pessoal e 
social (área, emocional, afetiva e social) 
Parte II – Plano pedagógico especializado para o aluno com autismo 
 Ações necessárias para atender às necessidades educacionais especiais do aluno 
 Âmbito escolar – Ações necessárias já existentes, ações necessárias que ainda 
precisam ser desenvolvidas, responsáveis pelas ações 
 Âmbito sala de aula – Ações necessárias já existentes, ações necessárias que 
ainda precisam ser desenvolvidas, responsáveis pelas ações 
 Âmbito família – Ações necessárias já existentes, ações necessárias que ainda 
precisam ser desenvolvidas, responsáveis pelas ações 
 Âmbito saúde - Ações necessárias já existentes, ações necessárias que ainda 
precisam ser desenvolvidas, responsáveis pelas ações 
 Organização do atendimento educacional especializado 
 Tipo do AEE 
 Frequência semanal 
 Tempo de atendimento 
 Composição do atendimento 
 Outros profissionais envolvidos 
 Orientação a serem realizadas pelo professor do AEE 
 Sala de recuso multifuncional 
 Áreas a serem trabalhadas na sala de recurso multifuncional (are cognitiva, 
motora, social) 
 Atividades diferenciadas 
 Metodologia de trabalho 
 Recursos materiais e equipamentos 
 Critérios de avaliação 
 Avaliação do período 
 
Relembrando o que foi estudado até aqui 
ABA é uma ciência baseada em aprendizado e comportamento. Ela ajuda a entender como: 
 O comportamento funciona 
 O comportamento afeta o ambiente 
 O ensino toma lugar do comportamento anterior 
E ele tem como objetivo: 
 Ensinar novas habilidades (comunicação e linguagem, habilidades sociais, autocuidado, 
o brincar e o lazer, habilidades motoras, aprendizagem e habilidades acadêmicas) e 
minimizar comportamentos problemas que trazem prejuízo a vida do indivíduo. Sempre 
de forma simples, passo a passo, para alcançar passos mais complexos 
E ela possibilita: 
 Aumentar as habilidades da linguagem e comunicação 
 Aumentar a atenção, concentração, habilidades sociais, memória, habilidades 
pedagógicas 
 Diminuir comportamentos inadequados 
E funciona da seguinte forma: 
 É uma ciência e seu tratamento é flexível e deve ser adaptado a pessoa 
 Pode ser aplicado em ambientes diferenciados como a escola, casa, consultório, na rua 
 Ensina habilidades que tenham valor social significativo, contribuindo para a autonomia, 
sendo utilizado no dia a dia 
 O ensino pode ocorrer de um para um ou em grupo 
 É realizado através de técnicas, planejamento e com profissionais capacitados 
 O reforço positivo é a principal estratégia, quando o comportamento é seguido de algum 
estímulo motivador (recompensa), assim o comportamento fica mais propenso a 
ocorrer novamente, possibilitando a mudança comportamental 
 Para que tudo aconteça de forma exitosa, deve envolver planejamento e avaliação 
contínua 
Mas como saber qual comportamento deve ser trabalhado? Utilizaremos todas as informações 
coletadas através de entrevistas, observações e também, para isso utilizaremos a avaliação 
funcional. 
Através da folha ABC, entende-se o porquê da ocorrência do comportamento. Antes de 
modificar qualquer comportamento é importante realizar uma análise funcional, isso ultrapassa 
a topografia, precisamos identificar as variáveis de controle (antecedente e consequente) 
4 principais funções do comportamento disruptivo: 
Comportamento Função 
Sensorial Se coça porque foi picado, chora porque sente dor 
Tangível Função de obter itens, algo, ter ganho 
Fuga Se comporta de uma determinada forma para sair de algum local, 
para fugir 
Atenção Comportamento está sendo reforçado ou mantido pela atenção de 
alguém 
Elaborado pela autora 
 
Por exemplo, vai pegar o mesmo comportamento em contextos diferentes: 
Antecedente Resposta Consequência 
Chegar à padaria Jogou-se no chão e chorou Ganhou um sonho 
Chegar à porta da escola Jogou-se no chão e chorou Não entrar na escola 
A professora está 
conversando com outro 
aluno 
Jogou-se no chão e chorou A professora olhou para a 
criança 
 
Como trabalhar comportamentos inapropriados (Folha de dados ABC) 
Data Início 
Fim 
Ambiente 
Atividade 
Pessoa 
envolvida 
Antecedente Comportamento Consequência Possível 
função 
 Atenção 
Sensorial 
Tangível 
Fuga 
 Atenção 
Sensorial 
Tangível 
Fuga 
 Atenção 
Sensorial 
Tangível 
Fuga 
Fonte: Elaborado pela autora 
Assim, observa-se como essa consequência afeta o comportamento da criança e como podemos 
identificá-lo e ativar uma função apropriada para esse comportamento. Porque assim 
compreendemos: 
 A causa de um comportamento acontecer 
 E como diferentes consequências podem afetar repetição ou não (probabilidade) desse 
comportamento 
Registrando podemos visualizar e avaliar melhor esses comportamentos, por isso é importante 
o preenchimento da folha ABC (antecedente – behavior – consequente) 
 
Escala FAST (Ferramenta de triagem de análise funcional) 
Existem instrumentos padronizados que podem ser utilizados para que essa triagem seja feita. 
Um desses instrumentos é a FAST (Ferramenta de triagem de análise funcional), composta por 
16 questões, com respostas SIM, NÂO ou não sabe N/A. Ao final realiza-se o Score. 
Pois para MATOS (1999), “[...] um comportamento estranho jamais é dito “patológico”, pelo 
analista do comportamento; se ele ocorre é porque de alguma maneira ele é funcional, tem um 
valor de sobrevivência” 
 
Organizando o momento da aplicação, iniciando a prática 
Ao iniciar sua prática, devem-se observar alguns pontos: 
 Para quem possui os cabelos longos, deve-se prendê-los 
 Não utilizar nenhum tipo de adereço 
 Cuidado com roupas decotadas ou de alcinha 
 Se o atendimento for domiciliar, cada criança deve possuir sua própria caixa 
organizadora (plástica, fosca) e uma pasta catálogo ou com divisórias (para colocar 
anamneses, observações, registros, programas, mas tenha também esse material na 
nuvem) 
 A caixa deve conter tudo o que será trabalhado com a criança naquela sessão. A caixa 
deve ser fosca, para que a criança não veja o que tem dentro e para que não queira 
mexer em tudo ao mesmo tempo e perca a motivação. 
 O material deve ser comprado pela família, caso o profissional compre, deve cobrar 
através de notas fiscais os valores investidos 
 A folha de programa deve conter: Nome, objetivo, procedimento, dicas,data de início e 
término, folha de registro 
 Atenção ao atender em ambiente familiar, deve-se envolver muita ética, você está 
adentrando o ambiente do outro. Muitas famílias permanecem com suas rotinas e 
hábitos da mesma forma. 
 Manter postura profissional 
 Local de aplicação: deve ser calmo, tranquilo, longe de estímulos, em um quarto, nunca 
na sala de estar, onde há trânsito de pessoas, deve ser um ambiente controlado, e você 
deve ter esse controle. 
 Usar um timer ou cronômetro, tenha todo o seu material a mão, evite interromper a 
sessão para pegar material (isso quebra a concentração da criança) 
 
Elaboração de Programas ABA 
Após ter realizado todos os protocolos, como entrevistas, observações avaliações, análises 
funcionais, está na hora de organizar a Elaboração de programas ABA. Os programas estão 
dentro do currículo que possui áreas específicas para habilidades distintas. Estudos (mais de 20) 
estabelecem uma terapia intensiva e de longo prazo, programas que fornecem de 25 a 40 horas 
semanais no período de um a três anos. Essas atividades não são aplicadas somente em sessão 
de terapia ou em casa, elas devem ser aplicadas também em eventos atividades de esporte e 
lazer, locais onde o treino de habilidades (linguagem e comportamento) sejam adequadas. Em 
conjunto com o capítulo de habilidades básicas, seguem alguns programas para que sejam 
realizados de acordo com o programa ABA. 
Currículo 
É possível desenhar um currículo comportamental, mostrando o que e como ensinar, levando 
em conta que a execução de um comportamento complexo, como por exemplo, desenhar, 
envolve uma série de outros comportamentos simples, como olhar, imitar, seguir instruções, 
pegar o giz e desenhar. Isto é denominado de fragmentação da tarefa. Abaixo segue um exemplo 
de fragmentação da tarefa: 
 
 
Como os currículos são individuais, cada família deve desenvolver junto a profissionais (Analistas 
do comportamento) as atividades e devem entrar como fragmentação de tarefa, respeitando a 
peculiaridade de cada indivíduo. Os currículos são compostos por vários programas, que devem 
descrever, o procedimento de ensino e após deve ser registrado o desempenho da criança 
(BAGAIOLO; GUILHARDI; ROMANO, 2011). 
Dentro dos currículos existem programas que serão utilizados conforme a necessidade. Como 
por exemplo: 
 
 
Fonte: Lear (2004, pg. 7) 
 
Lear (2004), ressalta a importância de se trabalhar as várias áreas do desenvolvimento que o 
currículo abrange: 
 
Fonte:Lear (2004, pg. 4) 
 
Segundo LEAR (2004, pag. 4-5) cada currículo possui um programa com conteúdo programático, 
com uma organização específica: 
Autocuidado 
 Usa independentemente xícara, colher e garfo. 
 Veste e tira a roupa independentemente. 
 Habilidades de toalete. 
 Habilidades de higiene – pentear cabelos, escovar os dentes, 
 lavar o rosto e as mãos, tomar banho. 
 
Motora (Fina e Ampla) 
 Desenhar, colorir. 
 Copiar, escrever. 
 Cortar, amarrar. 
 Usar o teclado, usar o mouse. 
 Correr, andar, pular, balançar. 
 Usar equipamentos (bolas, raquetes etc.). 
Social 
 Responde a saudações. 
 Responde perguntas sociais (ex. “Como vai você?”, “Qual é o seu nome?”). 
 Imita colegas. 
 Inicia brincadeiras com colegas. 
 Interage verbalmente com colegas (comenta, pergunta, oferece 
 ajuda). Responde às propostas dos amigos. 
Linguagem/Comunicação 
 Receptiva – identifica objetos, partes do corpo e figuras; segue instruções de 1, 2 e 3 
passos... 
 Expressiva – faz pedidos, nomeia figuras, objetos, pessoas e verbos; pede itens 
desejados; diz “sim” e “não”; repete frases; permuta informações; responde a perguntas 
do tipo “por quê”. 
 Abstrata – conversa sobre coisas ausentes, responde questões do tipo “por quê?”, 
antecipa consequências, explica ações, relata estórias, inventa estórias. 
Brincar 
 Brincar sozinho de modo apropriado com brinquedos. 
 Brincar em paralelo – brincar ao lado de outras crianças, sem interação. 
 Brincar com foco compartilhado – brincar com os mesmos itens, tal como as outras 
crianças, sem interação. 
 Brincar com ação compartilhada – brincar que demanda alguma colaboração com 
outras crianças (ex.: construir torre, empurrar balança). 
 Brincar de faz-de-conta – capaz de assumir uma outra identidade. 
 Brincar com colegas de faz-de-conta e de representar papéis. 
Acadêmica (e Pré-acadêmica) 
 Habilidades de imitação. 
 Identificação de números e letras. 
 Leitura – palavra inteira e fônica. 
 Soletração. 
 Habilidades de matemática e números. 
 Habilidades de uso do computador. 
 Habilidades escolares – participa de um grupo, espera a vez, recita em uníssono. 
 
 
 
Relembrando dicas e acrescentando mais 
 Mantenha as coisas simples: Não queira fazer algo que a criança não possua repertório 
ou não prenda seu interesse. Pois ela perderá rapidamente a motivação e isso causará 
frustração. Comece com o simples e vá deixando com o passar do tempo mais complexo. 
 Pequenas doses de reforço, podem ajudar que a criança saia de sua zona de conforto e 
conquiste mais autonomia 
 Dê a criança motivos para que ela queira se comunicar. Nem tudo deve estar disponível 
a todo tempo 
 
Como medir comportamentos 
Por ele ser observável e mensurável, podemos medi-lo a partir de sua: 
Duração Quanto tempo o indivíduo levou para executar a atividade, a realizar 
o comportamento 
Frequência Qual a frequência para que o comportamento ocorra dentro de qual 
período de tempo 
Intensidade Qual intensidade, força, energia foi empregado para a realização 
desse comportamento 
Fonte: Elaborado pela autora, de acordo com a obra de MOREIRA (2019) 
 
A partir dessa observação é mais fácil estabelecer se esse comportamento está em déficit ou se 
ele ocorre em excesso. E como realizar essa observação: 
Observação direta Observar e registrar 
Métodos de contagem Marcas de verificação 
Avaliação indireta Entrevistas, questionários, escalas 
Experimentos Testando o comportamento (psicólogos) 
Fonte: Lear (2004) 
 
Reforçadores e reforçamentos 
Para encontrarmos reforçadores ideais, é preciso realizar a avaliação de preferências. Dessa 
forma associaremos todos os reforçadores sociais, que se tornarão reforçadores em potencial. 
Como realizar a avaliação de preferências? 
 Lembra da aula sobre o passo a passo para a avaliação, há uma entrevista com os 
familiares e uma das questões levantadas na coleta de informações era sobre o que a 
criança gosta, quais são suas preferências (primeira forma de se descobrir sobre 
reforçadores) 
 Observar a criança também te trará informações sobre suas preferências, dê uma 
atenção voltada só para a criança. 
 Deixe a criança escolher. Dê duas opções e peça que ela escolha uma, a que achar mais 
interessante (escolha forçada). Ou mostre uma caixa com muitos reforçadores e peça 
que ela pegue só um (testagem) 
 Dê um reforçador por vez e veja o que ela mais gostou ou deu mais resultado. 
 
 
Prós e contras 
 Dependência do reforçador. Algumas crianças podem ficar condicionadas. Cuidado ao 
dar um reforçador sem necessidade (Aí deve-se entrar em um processo de extinção) 
 Deixa a criança mais motivada. Aumenta a motivação, dando-se uma chance para uma 
maior aprendizagem 
 Variedade: Precisa-se ter uma grande variedade de motivadores 
 Eletrônicos 
 Vídeos 
 Comestíveis 
 Tangíveis 
 Ações 
 Sociais (são os mais importantes e devem estar sempre atrelados aos outros 
reforçadores) 
O que é o reforço: 
 Qualquer consequência que aumente a probabilidade de um comportamento específico 
ocorrer no futuro novamente 
 Reforço positivo: Quando algo é adicionado ao ambiente (o que a criança ganha quando 
realiza a tarefa) 
 Reforço negativo: Quando tiramos algo aversivo do ambiente (som, luz) 
 Em ambos pode aumentar a probabilidade de ocorrer novamente no futuro 
Tipos de reforçamento, de acordo com LEAR (2007): 
 Contínuo (CRF): A cada resposta certa dada, o reforçador é dado imediatamente Intermitente: O reforçador é entregue dentro de uma frequência. A cada X vezes que 
que houver a resposta certa, será entregue o reforçador. São eficazes na manutenção 
de comportamentos. Tipos de reforçadores intermitentes: 
 Razão fixa (FR): o reforçamento é dado depois de um número fixo de 
respostas corretas. Por exemplo, uma criança pode receber uma figurinha 
depois de cada 10 respostas corretas a questões de matemática. 
 Razão Variável (VR) – similar a Razão Fixa, mas aqui o reforçador é dado 
depois de um número médio de respostas corretas. Por exemplo, se a razão 
variável é 25, o reforçamento pode variar de 10 a 50, mas se você tomar a 
média, verá que a criança foi reforçada para um comportamento positivo, na 
média, a cada 25 vezes. Isto é comumente usado em situações de ensino 
em que as habilidades já foram aprendidas. 
 Intervalo Fixo (FI) – O reforçamento é dado para a primeira resposta correta 
depois que um intervalo específico de tempo tenha se passado. Por exemplo, 
um professor checa se os alunos estão estudando na biblioteca a cada 30 
minutos e dá uma estrela na ficha de comportamento por estudarem em 
silêncio. O problema com o padrão de Intervalo Fixo de reforçamento é que os 
alunos rapidamente aprenderão que só precisam “dar a resposta correta” 
(estudar em silêncio) ao final de cada período de 30minutos. 
 Intervalo Variável (VI) – similar ao Intervalo Fixo, mas aqui o reforçamento é 
ministrado depois de decorrido um intervalo variável de tempo. Por 
exemplo, o professor verifica os alunos na biblioteca a intervalos variados 
de tempo, que seriam imprevisíveis. Ele poderia aparecer após 10 minutos, 
depois após 35, então após 15 minutos, etc. Porque os alunos não sabem 
quando ele virá, tenderão a estudar mais silenciosamente. 
 Economia de fichas ou painel de recompensas 
 
Reforçador Como implementar 
Contínuo Sempre ao início das intervenções 
Intermitente Manutenção de comportamento, criança já habituada 
a sessão 
Não é combinado com a criança, ela normalmente não 
sabe quando vai ganhar 
Economia de fichas/ 
 painel de recompensas 
Quando a criança estiver adaptada e não puder ter 
acesso todo tempo ao reforçador 
Fonte: Lear (2004) 
 
Como usar reforçadores: 
 O reforçador deve sempre estar associado a uma fala, um “soquinho”, um “hi five” 
 Seja você mesmo o reforço positivo. Se você se liga a criança e ela gosta de você, aquele 
momento será reforçador, pois ela gostará de ter aquele momento com você. 
 O ambiente também deve ser motivador, se o momento de aplicação for divertido o 
local da aplicação será alegre e motivador 
 Passe de um reforçamento contínuo para um reforçamento intermitente 
 Quando a recompensa for contínua, a recompensa deve ser dada imediatamente, que 
quer dizer agora, nesse momento 
 Mude o grau de reforçamento de acordo com o nível de realização 
 A criança fez certo de primeira: Grande festa! 
 A criança realizou a atividade com dica: Recebe o reforçamento, mas é menor 
 A criança requer ajuda total, recebe apenas um reforçador verbal 
 A entonação da voz deve vir conforme a mensagem 
 Seja consistente com a forma de reforçar a criança 
 Sempre ao início de novo programa ou criança nova, reforce mais 
 Seja específico ao que está reforçando 
 Monitore a eficácia dos reforçadores e varie-os 
 Tenha sempre muitos reforçadores 
 Reforce a criança também em seu ambiente natural 
 Não se realiza nenhum tipo de punição dentro da Análise do Comportamento 
Aplicada, nem positivo, nem negativo, em ABA usa-se somente o reforço! 
 Tenta-se extrair o maior aprendizado possível enquanto a criança está motivada. 
 Quando se pensa em reforçador, ele sempre estará pareado ao elogio! Segue abaixo 
uma lista que utiliza a fala (elogio) em conjunto ao reforçador 
 
Esta lista foi desenvolvida em janeiro de 2005 por participantes da Comunidade Virtual autismo no Brasil. A versão original, em 
inglês, “98 Ways to say very good” foi desenvolvida principalmente por pais, num projeto em conjunto da Canadian Child Day Care 
Federation e a Canadian Associaton of Toy Libraries and Parent Resouurce Centres. Baseado na obra de LEAR, K. (2004, pg. 37) 
 
Descobrindo as preferências da pessoa 
Já vimos que os reforçadores são importantes aliados na prática da ABA e que são estímulos 
utilizados a todo o tempo pra ajudar no momento da aprendizagem. 
Para sabermos qual o melhor reforçador devemos saber as preferências que a criança tem e 
essas preferências podem ser descobertas através de medida direta ou indireta. 
 Direta: Realizada por meio de observação direta, assim como na avaliação funcional 
 Indireta: Realizada através de check list ou questionários. 
Existem vários protocolos para a avaliação de preferências, aqui vamos mostrar dois: 
 RAISD (Reinforcement Assessment for Individuals with Severe Disabilities: Forma 
indireta, através de um questionário que será dado aos responsáveis para que eles 
discorram sobre as preferências da criança. Ela está dividida por categorias (olfativas, 
visuais, táteis, ...), são 10 questões no total, onde serão respondidas sobre as 
preferências da criança. Ao final, possui um check list com 16 itens, onde fará uma lista 
hierárquica (do item que mais gosta para o que menos gosta). Instrumento bem simples 
e intuitivo. 
 Por tentativa com múltiplos estímulos, sem reposição: Observação direta onde o 
indivíduo se comporta em relação aos objetos apresentados a ele. Como acontece, 
coloca-se cinco objetos (normalmente brinquedos) a sua frente, com uma pequena 
distância entre um e outro, e peça para que a criança escolha um objeto. Nessa avaliação 
podemos fazer até duas tentativas. Se o indivíduo não responde, suspende-se a 
atividade, invalidando-a. A escolha dos itens será feita a partir da idade, o nível de apoio 
e acometimento e características que essa pessoa apresenta. Ao ser colocados os cinco 
objetos de frente ao indivíduo será dado o comando, “escolha um objeto!”. Após a 
escolha, os objeto serão reorganizados, sempre da esquerda para a direita e em seguida 
anotamos na folha de registro a escolha feita pelo indivíduo. 
 
E deixa-se a criança ficar com objeto por 20”. A partir daí retira-se o objeto e peça para 
que ela escolha outro objeto. E continua até que os objetos acabem. 
 
Quando tiver apenas um objeto, peça que a criança escolha. 
Ao final, dê o primeiro objeto escolhido, como forma de reforço. 
Pode-se ter algumas situações: a criança querer escolher mais de um objeto (recomeça-
se a atividade, sempre de forma lúdica) 
 
Estratégias de ensino 
Modelagem, modelação e vídeomodelação 
Modelagem é um procedimento de reforçamento diferencial de aproximação sucessivas de um 
comportamento alvo. O resultado desse procedimento é um novo comportamento construído 
a partir de combinações topográficas de respostas já presentes no repertório comportamental 
do organismo. 
Exemplo: Ensinar a uma criança não verbal a pedir utilizando comunicação alternativa (figuras 
ou aplicativo). 
Passos: 
 Ensinar a identificar a imagem do leite 
 Identificar a imagem do leite dentre outras imagens 
 Obter atenção do outro para a imagem (pedir para o adulto) 
 Mostrar a imagem quando ver alguém bebendo leite 
 Ensinar a entregar a imagem do leite quando estiver com fome 
A cada passo, é importante que a criança seja reforçada. Em alguns momentos será necessário 
um reforço diferencial (a cada etapa concluída se dará um reforço diferente para a nova etapa) 
para que a modelagem (aprendizagem de um novo comportamento) aconteça. 
Para realizar a modelagem é preciso: 
 Ter claro, entender qual comportamento será ensinado (comportamento alvo) 
 Avaliar quais serão os reforçadores ideais e os arbitrários 
 E deve ser um ensino gradativo, dividir o comportamento alvo em pequenos passos, 
ensinar uma coisa de cada vez e só avançar quando aquele passo estiver sido concluído 
Modelação é a aprendizagem a partir de um modelo (aprendizagem social):Ele seá mais eficaz 
se o modelo apresentar semelhanças com o aprendiz. Pré-requisitos para a modelação: 
 Habilidades de imitação (base da aprendizagem social) 
 Linguagem receptiva (comportamento de ouvinte – capacidade de ouvir comandos e 
atender a eles) 
 Contato visual 
 Atenção compartilhada 
Vídeomodelação á a aprendizagem utilizando vídeos como ferramenta, possui os mesmos 
princípios da modelação e é motivador a criança. Utilizar vídeos de interesse da criança com o 
comportamento que se quer ensinar 
Ensino por tentativas discretas (DTT – Em inglês para Discrete Trial Training) É uma metodologia 
de ensino, tem configuração estruturada, comandada pelo professor, e evidencia-se em uma 
forma de ensinar novas habilidades, dividindo sequências complicadas de aprendizagem em 
pequenos (discretos) passos (separados) ensinados um de cada vez durante várias tentativas, 
junto com o reforçamento positivo (premiação) e o grau de ajuda que necessário para que o 
objetivo seja alcançado (SILVA, 2019). Não é sinônimo de ABA, mas está dentro de uma 
estratégia de ensino de ABA. Produz resultados e efetivos e possui evidências científicas. 
Passo a passo: (Tríplice contingência) 
 Estímulo discriminativo: Estímulo antecedente, apresentação do material de ensino 
(estímulos diversos) e a instrução do terapeuta (FAGGIANI,2014). Deve ser aplicado 
sobre um ambiente controlado 
 Ajudas e dicas: Ajuda física, verbal e gestual. Vai diminuindo conforme for conseguindo 
realizar sozinha. 
 Resposta esperada: Pode ser verbal ou não verbal, essa resposta será o comportamento. 
Considerar a resposta de acordo com a dificuldade, tipo de comportamento e a 
quantidade, deve ser mensurável 
 Consequência: Acontece após a emissão da resposta correta (os reforçadores) 
 Intervalo entre uma tentativa e outra: 3s a 5s entre as tentativas, devem ocorrer de 
forma rápida em um período curto, resultando em oportunidade de ensino 
Estratégias de ensino naturalísticas ou Ensino incidental é a aprendizagem onde a criança 
possui o controle da situação e normalmente acontecem atividades que são reforçadoras para 
ela. Aproveitar a oportunidade onde a criança está num local ou em uma atividade que gosta 
muito para proporcionar a aprendizagem, pois pode ser mais motivador. Mesmo sendo algo 
mais livre, mais natural, deve ser planejado e registrado, pois tudo em ABA deve ser planejado 
e registrado. O reforço vem da atividade que está senso realizada, não se utiliza reforço a cada 
acerto realizado. Onde utilizaremos um comportamento pivotal (alvos de ensino). 
Comportamento pivotal em ABA são comportamentos centrais para o desenvolvimento de 
muitas habilidades, alvo, que são centrais para amplas áreas de funcionamento (KOEGEL, 1989). 
Um método usado para se trabalhar o comportamento pivotal é o PRT (Treinamento de 
respostas pivotais) em que se treina, desenvolve a linguagem e a socialização. 
É um modelo de intervenção comportamental fundamentado nos princípios do ABA. Ele pode 
ser aplicado no dia a dia dentro da rotina em várias ocasiões (naturalista). Pode ser utilizado no 
ambiente escolar (Classroom PRT). A literatura estrangeira ensina e direciona em como 
professores podem utilizá-la para potencializar, estimular e adequar os comportamentos 
necessários para diminuir as dificuldades da criança e aumentar sua resposta a aprendizagem e 
a socialização nos locais onde ela convive (casa, escola). 
Componentes do PRT: 
 Estimular a atenção do aluno com autismo antes de providenciar a intervenção 
 Aplicar a instrução clara e apropriada de acordo com o nível de desenvolvimento real 
da criança 
 Providenciar uma mistura de intervenção mais fácil com uma mais difícil e mais 
motivadora 
 Implementar um controle compartilhado de ações, direcionando a criança para a 
escolha de atividades, e um diálogo para definir qual será a atividade escolhida 
 Utilizar múltiplos exemplos de materiais e conceitos para garantir um amplo 
entendimento e aguardar as respostas da criança para definir como foi seu 
entendimento e o cumprimento das ações 
 Garantir que o aluno responda, conclua e se manifeste 
 Estimular, pela mediação e pelo reforço positivo, uma resposta estruturada de acordo 
com o contexto natural da situação 
 Aguardar a resposta da criança e apresentar a consequência imediata com base no 
retorno dela 
 Recompensar a criança com algo ou assunto de que ela gosta e repetir o mesmo 
processo no futuro. 
Pode ser aplicado em crianças menores, porém será aplicado em conjunto com o modelo 
Denver. 
Estrutura básica para se situações de aprendizagem (de acordo com Skinner) 
 Apresentação da oportunidade de resposta, pode vir através de um professor, de AT, do 
terapeuta, de um familiar, pode vir em forma de instrução, de uma questão. 
 Resposta da criança 
 Consequência 
 Exemplos: 
 Uma criança brinca no parque e o tempo muda, a AT diz: Fulano, pegue seu 
casaco azul na mochila. A criança vai até a mochila e pega o casaco e veste e 
continua a brincadeira. 
 Em casa, a história de Dam e Lisa 
Uma criança pega uma bola no consultório terapêutico, a criança adora bola ( e a terapeuta sabe 
disso, pois fez uma entrevista e uma avaliação de preferências e de reforçadores com a criança). 
A terapeuta pega a bola e pergunta:” você quer brincar de bola?” Aqui surge a apresentação de 
oportunidade de resposta, e a criança responde “Quer brincar de bola!” (emissão da resposta). 
Então a terapeuta pega a bola e joga para ele (consequência), é um reforçador natural, pois é 
algo que já está no contexto, não precisa dar um outro reforçador, se a bola já reforça 
 Uso de dicas é permitido (ajuda física, dica verbal e gestual) 
 Planejamento minucioso e o registro 
 Obter a atenção da criança, garantir que ela está atenta, então é dada a instrução. Iniciar 
somente quando ela estiver atenta 
 Propor o estímulo que melhor se encaixe ao contexto e/ou objeto escolhido por ela 
 
Hierarquia de dicas, generalização, hierarquia de dicas é uma estratégia onde as dicas são 
retiradas gradualmente. Começa-se com dicas intrusivas (pegar na mão, apontar junto) e depois 
dicas mais leves (apontar). Dessa forma impedimos que a criança cometa erros e se desmotive, 
pois a aprendizagem sem erros é uma premissa da ABA. E como isso acontece? Cria-se um 
contexto para que a aprendizagem aconteça com o mínimo de erros, planeja-se uma forma em 
que o erro não ocorra, que seja altamente favorável ao acerto, que a criança acerte (por isso as 
dicas são importantes). Pois a dicas irão proporcionar essa aprendizagem sem erro, mas para 
que isso aconteça, essas dicas também precisam ser planejadas (Como tudo em ABA!), para que 
eu tenha controle das variáveis e que as respostas estão ocorrendo devido ao estímulo 
antecedente em conjunto com o estímulo extra que eu estou apresentando. 
As dicas podem ser em nível de hierarquia: 
 Físicas: 
 Gestuais 
 Verbais 
E deve ir da mais intrusiva para a mais complexa (para que ela crie autonomia): 
 Ajuda total (física – com a ajuda das mãos, e verbal – falo o que vou fazer ou o que ela 
deve saber) 
 Ajuda parcial (só colocar a mão da criança em cima do objeto) 
 Dica gestual (só aponto para o objeto) 
 Sem dica 
Generalização é a capacidade de reproduzir o comportamento aprendido em diversos 
contextos. Que é o objetivo final de toda a intervenção. Ela precisa entender que aquilo que ela 
aprendeu no consultório, por exemplo, deve ser utilizado em qualquer local onde tenha aquilo 
mesmo contexto. Ter autonomia e aplicar aquele aprendizado. Treinar os pais é uma forma de 
trabalhar aquela habilidade aprendida 
 
Ensino de habilidades básicas 
Para realizar uma intervenção eficaz, deve-se ensinar de forma sistemática, de forma organizada 
e intensiva, com muitas horas de treino semanais e várias vezes ao dia, dentro de variados 
ambientes. Mas o que ensinar? Relembrando o que estudamos até aqui, é de suma importância 
conhecermos o

Outros materiais