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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO DIREITO CONSTITUCIONAL Segundo JAS direito constitucional configura-se como direito público fundamental. Superação da dicotômicos entre direito público e privado fica mais evidente diante da tendência de descodificação do direito civil. Despatrimonializacao do direito civil como consequência de sua constitucionalizacao. A CONSTITUIÇÃO A Constituição é um produto cultural, vale dizer, é fruto da criação do homem. A Constituição derivou de um movimento denominado Constitucionalismo. É o elemento fundamental de um Estado, que organiza os elementos essenciais um determinado objeto, que é o Estado. Segundo JAS Em síntese, a constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado”. Sentimento constitucional é aquilo que alguém entende por ser Constituição- Karl Loewenstein. No Brasil, Luiz Roberto Barroso entende como sentimento constitucional “o resultado útil do entranhamento da Constituição na vivência diária dos cidadãos, criando uma consciência comunitária a respeito da preservação da Constituição como símbolo maior de valor afetivo e pragmático” Esse sentimento inclui a ideia de Constituição formal (documento escrito), que é fruto do Constitucionalismo. CONCEITO IDEAL DE CONSTITUIÇÃO (surgiu no século XIX por Carl Schmitt) não corresponde a nenhum movimento concreto, e abrange três elementos (de acordo com Canotilho): 1) Documento escrito (formal) 2) Garantia das liberdades (previsão de direitos fundamentais) e da participação política do povo (participação popular no parlamento) 3) Limitação do Poder (separação de poderes) por meio de programas constitucionais – ex.: Freios e contra pesos. Organismo vivo que traduz o pacto fundante do ordenamento supremo de um povo (Uadi Lammêgo Bulos). Ademais, é a lei fundamental/maior de um país, já que constitui, define, apresenta e concebe o próprio Estado (ponto de vista jurídico), bem como, adaptação a nova ordem constitucional. Além disso, consiste no conjunto de normas que visa, além de organizar os Estados e os poderes, a implementação dos direitos fundamentais. Quais são os elementos constitutivos do Estado? a) Território – elemento territorial ou geográfico; b) povo – elemento humano; c) soberania – elemento político. Obs.:alguns autores sustentam um 4º elemento, que é a finalidade. CONSTITUCIONALISMO Pressupõe a existência de uma constituição Oposto do absolutismo Garantia dos direitos humanos e a limitação do poder Constitucionalismo é a história das constituições, analisada através da busca pela limitação do poder. Nesse sentido, a ideia de constitucionalismo se opõe/ contrapõe ao absolutismo (em que o poder é absoluto e arbitrário). André Ramos Tavares identifica 4 sentidos diferentes de constitucionalismo: CANOTILHO diz o seguinte: “O constitucionalismo é uma teoria normativa da política”, vale dizer, O constitucionalismo é o repositório das decisões políticas fundamentais. SÍNTESE DO CONCEITO DE CONSTITUCIONALISMO: Movimento histórico-cultural de natureza jurídica, política, filosófica e social, com vista à limitação do poder e à garantia de direitos, que levou à adoção de constituições pelos Estados. PERÍODOS: CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO Antiguidade CONSTITUCIONALISMO ANTIGO sec XIII até o sec xviii CONSTITUCIONALISMO MODERNO sec xviii até a seg guerra hebreu – ideia de hierarquia lei divina superior a lei dos homens sec XIII até o sec xviii constituições baseadas em costumes constituições escritas formais e dotadas de supremacia 1 constituição escrita da constitucionalismo grego – ideia embrionária de democracia direta, antigona e a hierarquia da lei divina constitucionalismo romano – ideia de separação dos poderes O marco do constitucionalismo se deu no século XIII, com a Magna Carta libertatum de 1215, que era um documento escrito pertencente ao constitucionalismo inglês no qual o monarca reconhece limites. história: const americana de 1787 CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO OU NEOCONSTITUCIONALISMO Pós 2 guerra mundial O pós-positivismo é o marco filosófico do neoconstitucionalismo (Luiz Roberto Barroso) Segundo Barroso, há 3 marcos fundamentais que definem a trajetória do direito constitucional para o estágio atual: 1 Histórico formação do estado constitucional de direito (final do sec 20); 2 Filosófico pós positivismo centralidade dos direitos fundamentais e a reaproximação do direito e ética. Atribuição de normatividade aos princípios e a definição de sua relação com os valores e regras. Razão prática e argumentação jurídica. Nova hermenêutica constitucional. Desenvolvimento dos direitos fundamentais; 3 Teórico conjunto de mudanças que incluem a força normativa da constituição e o desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional. Supremacia da constituicao. Presunção de constitucionalidade das normas e atos do pp. Interpretação conforme a constituição. Unidade. Razoabilidade. Efetividade. Segundo uadi lamego bulos, o constitucionalismo contemporâneo está centrado no totalitarismo constitucional, consectário da noção de constituição programática e dirigente. Segundo Canotilho, o constitucionalismo consiste em uma técnica específica de limitação do poder com fins garantisticos. André Ramos Tavares entende como um movimento político social que pretende limitar o poder arbitrário. Imposição de que haja cartas constitucionais escritas. Evolução histórico constitucional de determinado estado. Segundo Walber moura, o neoconstitucionalismo tem como uma de suas marcas a concretização das prestações materiais prometidas a sociedade, servindo como uma ferramenta para implantação do estado democrático de direito. Tribunal de Nuremberg – cumprimento da lei e o abuso dos nazistas No neoconstitucionalismo há valorização dos princípios. As normas são agora: normas regras e normas princípios. Com isso, discute-se não só a subsunção de algo à regra, mas também a ponderação de princípios. Além disso, o Poder Judiciário vai ganhar destaque. Teremos um Poder Judiciário mais ativo, com mais poder, podendo inclusive anular atos administrativos, interferir na política. A Constituição tem como fundamento a dignidadade da pessoa humana, e, sendo assim, a Constituição passa a ocupar um lugar central na sociedade. Tudo passará pela Constituição, surgindo com isso o fenômeno da centralidade da Constituição. A Constituição será onipresente. Teremos ainda o fenômeno da filtragem constitucional, onde todas as questões constitucionais passam pela Constituição. Teremos ainda a Constitucionalização do direito, os demais ramos do direito desembocam na Constituição (ex.: civil, processo civil, penal etc – todos devem ser relidos à luz da Constituição). Junto à matéria tipicamente Constituiconal, passa-se a incluir direitos fundamentais, valores, opções políticas, diretrizes dirigidas aos Poderes do Estado, que podem dar ensejo a Constituições dirigentes, Constituições prolixas, programáticas, ou até mesmo a um outro modelo de Constituição denominada de “Constituição Total”. Há o fenômeno da filtragem constitucional, em que todos os ramos do direito têm que ser vistos à luz da Constituição, dando ensejo à ideia de onipresença da Constituição. A decisão judicial prevalece inclusive sobre a análise do mérito legislativo, e a Constituição passa a ocupar lugar de destaque na teoria das fontes, desbancando o chamado legicêntrico (o lugar central da Constituição na teoria das fontes era um lugar ocupado pelo Poder Legislativo), mas agora o Poder Judiciário passa a ocupar lugar central. Críticas ao neoconstitucionalismo: a) excesso de ativismo judicial; b) desvalorização da política. tem como características a forca normativa da constituição, rematerialização dos textos constitucionais, dignidade da pessoa humana como valor axiológico Adveio a constitucionalização do direito: inserção de outros ramos de direito na cf, interpretação conforme a cf (filtragem constitucional – lei ser analisada a luz da cf), eficacia horizontal da cf e fortalecimento do pj e jurisdiçãoconst estado democrático de direito ou estado constitucional democrático – principio da soberania popular, efetivação dos direitos fundamentais , limitação do poder legislativo, democracia substancial (vontade da maioria sem deixar de garantir direitos as minorias) Positivismo Jurídico: Para esta concepção, não existe uma conexão necessária entre direito e moral (princípio da autonomia – autonomia entre direito e moral). Hoje, o positivismo jurídico se subdivide em 2 concepções:Positivismo Jurídico Exclusivo → É positivismo jurídico exclusivo pois exclui qualquer possibilidade de se incorporar argumentos morais ao Direito. Os argumentos morais não fazem parte do direito; Positivismo Jurídico Inclusivo → A incorporação de argumentos morais é possível, mas não necessária. Então, pode até haver uma relação entre direito e moral para essa concepção, desde que o próprio direito incorpore esse argumento moral. * Não Positivismo: Para o não-positivismo, há uma relação necessária entre direito e moral.O não positivismo também pode ser dividido em duas correntes distintas: “Tese-Forte” (Não-positivismo exclusivo) → Sustenta que os defeitos morais sempre têm como efeito a perda da validade jurídica. O direito não vale se não tiver validade moral, devendo, então, ser excluído. A validade das leis depende da sua compatibilidade com os valores morais. Essa tese-forte é chamada no Brasil de jusnaturalismo (se o direito não corresponder aos valores morais, ao direito natural, ele será inválido) “Tese-Fraca” (Não-positivismo inclusivo) (Robert Alexy) → Robert Alexy fala que ele é não-positivista. A tese-fraca adota a “Fórmula de Radbruch”, segundo a qual “o direito extremamente injusto não é direito”. Então, aqui, não é qualquer defeito moral que leva à invalidade a lei (perde a validade). É só o direito extremamente injusto que invalida a lei. O direito que é só injusto continua tendo validade jurídica. Isso significa que, entre uma ponderação entre a segurança jurídica e a justiça, prevalecerá a segurança jurídica. A segurança jurídica só deixará de prevalecer quando ela (e a norma) for extremamente injusta, insuportavelmente injusta.A tese-fraca é conhecida no Brasil como pós-positivismo. 3) Neoconstitucionalismo – Concepção teórica do Direito: Trata-se de um termo que possui várias acepções diferentes, quais sejam: Há uma diferença entre pós-positivismo e neoconstitucionalismo, tendo em vista que o primeiro é concepção filosófica e o segundo é concepção teórica do direito. Existem autores (ex. Ferrajoli) que são positivistas e neoconstitucionalistas. Outros autores são pós-positivistas e neoconstitucionalistas. Por isso foi dito que o pós-positivismo é o marco filosófico da teoria neoconstitucionalista. Teoria Neoconstitucionalista → Caráter Descritivo e Prescritivo (Neoconstitucionalismo Metodológico ou pós-positivismo metodológico): A teoria do direito deve ter tanto um caráter descritivo (dizendo como o direito é), quanto um caráter prescritivo (dizer como o direito deve ser). Para o positivismo, a teoria do direito deve apenas descrever como o direito é. O neoconstitucionalismo metodológico e o pós-positivismo metodológico deve, também, dizer como o direito deve ser. Então, a teoria neoconstitucionalista diferencia-se da concepção positivista, pois, segundo esta, a teoria do direito deve ter um caráter meramente descritivo (princípio da neutralidade – a teoria deve ser neutra, não devendo ter juízos de valor; não podendo dizer se o direito está certo ou errado, se deve ser assim ou de outra maneira). Já os pós-positivistas e os neoconstitucionalistas dizem que não se pode apenas dizer o que o direito é, mas sim como o direito deve ser, tendo o caráter descritivo (dizer o que é) e também prescritivo (dizer como o direito deve ser). Caráter Descritivo do neoconstitucionalismo – descreve as mudanças ocorridas no modelo de constituição e de estado. Caráter Prescritivo do neoconstitucionalismo – prescreve mecanismos aptos para operar um novo modelo. O neoconstitucionalismo diz assim: tendo em vista as características e transformações descritas, prescrevem-se mecanismos para se lidar com essas transformações e mudanças que ocorreram. 3.2) Neoconstitucionalismo como modelo de Estado e de Constituição – Caráter Descritivo: Características do neoconstitucionalismo como modelo de Estado: Reconhecimento definitivo da força normativa da Constituição Obs: Só há uma parte da CF que não tem caráter normativo – é o preâmbulo. Superioridade Formal e Material → Hoje a CF é vista como documento vinculante também no aspecto material (em relação ao conteúdo das leis). Rematerialização das Constituições (Prolixas) → As constituições atuais tratam, além de vários direitos fundamentais, diretrizes (vinculantes) e opções políticas impostas ao legislador. Aproximam-se, então, da Constituição francesa, que é prolixa, extensa. Centralidade da Constituição e dos direitos fundamentais → Essa centralidade, aqui no Brasil, é conhecida como “constitucionalização do direito”, que reflete a centralidade da Constituição, e se caracteriza por 3 aspectos fundamentais: 1. Consagração de um grande número de normas de outros ramos do direito nas Constituições, o que é uma tendência (Ex. na CRFB - normas de direito administrativo, tributário, previdenciário). 2. Interpretação conforme a Constituição - A interpretação das leis é feita à luz da Constituição. 3. Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais - Quando os direitos fundamentais surgiram nas constituições, eles foram criados para proteger o indivíduo em face do Estado (relação vertical). Hoje, os direitos fundamentais são oponíveis também aos outros particulares, sendo aplicados nas relações horizontais. Fortalecimento do Poder Judiciário (judicialização das relações políticas e sociais) - O Poder Judiciário, por dar a última palavra sobre como a Constituição deve ser interpretada, acaba se fortalecendo. O judiciário passou a tratar de certos temas que antes não eram levados até ele. CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO José Roberto Dromi Segundo JOSÉ ROBERTO DROMI, as constituições serão guiadas por determinados valores fundamentais: a) Verdade terá compromisso com a verdade, vale dizer, a Constituição não trará promessas não factíveis em seu texto. O Constitucionalismo do Futuro então trará dois grandes grupos: i) normas inalcançáveis – que devem ser retiradas da Constituição; ii) normas que não se concretizam por problemas da vivência política, por falta de motivação ou vontade política b) Solidariedade - compromisso com a igualdade material c) Continuidade - seguirá a lógica das Constituições anteriores a ela, inclusive dando continuidade aos direitos fundamentais alcançados. d) Participação - participação sempre mais ativa, mais integral e mais equilibrada do povo e da sociedade nos processos político-decisórios, promovendo a democracia participativa em seu mais elevado grau e) Integração - trará previsão da integração dos povos, através de órgãos supranacionais e de políticas transnacionais. f) Universalização - positivará os direitos fundamentais internacionais, com destaque para a dignidade da pessoa humana, que se transformará em um tópico universal Constitucionalismo Globalizado Tem relação com a fase de universalização que o José Roberto Dromini faz referência. Traz a ideia da ampliação dos ideais e princípios jurídicos ocidentais para todos os povos. Deve ser analisada sempre à luz do relativismo cultural. Cross-constitucionalismo (Constitucionalismo Cruzado) – significa a utilização de argumentos, teorias e decisões judiciais pertencentes ao constitucionalismo de um determinado Estado com contexto diverso, na prática constitucional de um outro Estado. É utilizado no âmbito dos direitos fundamentais. É uma Característica também do constitucionalismo do futuro, segundo José Roberto Dromini. Segundo André Ramos Tavares, passamos do dirigismo estatal para o dirigismo comunitário. VERTENTES DO CONSTITUCIONALISMO MODERNO NO MUNDO: DIREITOSDE PRIMEIRA GERAÇÃO: Constitucionalismo inglês: Documentos Magna Carta 1215 – impôs limites ao rei e contem o direito ao devido processo legal Petition of Rights – 1628 Habeas Corpus Act – 1679 Bill of Rights– 1689 – É o primeiro documento de origem parlamentar que impõe limites ao Rei. Obs.: a Magna Carta impôs limites ao rei, mas não era um documento do parlamento. Constitucionalismo Norte Americano: Documentos Pacto do Mayflower – O Mayflower foi um navio que levou imigrantes para o Novo Mundo (América), e já abordo do Mayflower foi feito um pacto que disciplinava alguns direitos que deveriam ser observados na nova fase da vida daqueles imigrantes. Declaração da Virgínia de 12/06/1776 – que foi a primeira declaração de direitos humanos em sentido moderno Declaração de independência dos Estados Unidos de 04/07/1776 Constituição de 1787 Bill of Rights (10 primeira emendas) de 1791 Em 1786 as 13 colônias tornaram-se independentes, reunindo-se primeiramente na forma de uma Confederação (reunião de Estados soberanos), e em 1787 veio a primeira Constituição escrita, que abandonou o passado para inaugurar uma nova era: Federação em sentido moderno (reunião de Estados autônomos com a soberania entregue a um ente central). Esta Constituição escrita inaugurou a ideia de presidencialismo. É com base nesta Constituição escrita que tiveram a formatação do controle de constitucionalidade. Nos Estados Unidos há uma democracia dualista, formada por decisões do povo (nos momentos constituintes) e decisões cotidianas dos governantes (executivo e legislativo). Aqui há um choque entre Constituições e leis, devendo prevalecer a Constituição, pois esta é fruto de uma decisão rara do povo, ao passo que a lei é fruto de uma decisão cotidiana dos governantes. Temos aqui a ideia de supremacia da Constituição. Os norte-americanos, portanto, deixaram claro a possibilidade de limitar o poder do parlamento e isso gerou o controle de constitucionalidade, que vem depois da Constituição dos Estados Unidos, com o caso do julgado Marbury vs. Madson em decisão proferida pelo juiz Marshall da Suprema Corte (a Constituição torna nula qualquer lei inferior que a contrarie e a sua guarda é entregue ao Poder Judiciário). E ai nós teremos um controle judicial e difuso de constitucionalidade (denominado de modelo judicial review), que influenciou o sistema brasileiro com a primeira Constituição da República. Ainda no constitucionalismo Norte-Americano, não há poderes absolutos, os Poderes derivam da Constituição que estabelecem regras de limitação recíproca (freios e contrapesos ou check and balances). A Constituição norte-americana tem por função garantir direitos e limitar Poderes (é o que se denomina de Constituição garantia).A Constituição norte-americana não estabelece projetos para o futuro, como ocorre com a nossa (Constituição dirigente ou programática). Constitucionalismo francês (individualista) Temos neste constitucionalismo os seguintes principais documentos históricos: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 Constituição Francesa de 1791 Constituição Francesa de 1793 Constituição Francesa de 1799 Na França havia três estamentos: 1º estamento ou 1º Estado: Clero; 2º estamento ou segundo estado: Nobreza; 3º estamento ou terceiro estado: todos os demais. Os 1º e 2º estamentos (clero e nobreza) tinham tratamentos jurídicos diferenciados com relação ao 3º estamento (a lei não era igual para todos). Dentre os privilégios do primeiro e do segundo estado era o não pagamento de impostos (só quem pagavam impostos eram aqueles inseridos no terceiro estado, especialmente a burguesia). Isso caiu com a revolução francesa, em que se promove a igualdade formal de todos na lei e perante a lei, e para isso foi fundamental que Emanuel Abade de sieyes (O que é o terceiro estado?), que sustentou que essa forma de arranjo do Estado Francês é uma forma histórica que pode não pode ser alterada pelos Poderes ordinários, mas pode ser alterada por uma assembleia nacional constituinte, no qual a nação que é titular de um poder especial poderá mudar essa forma de organização do Estado Francês. Os Poderes Constituídos não poderiam fazer essa modificação, mas o poder constituinte sim. O regime de privilégio foi extinto no bojo da Revolução Francesa, e todos passaram a ser iguais na lei e perante a lei, e isso ficou claro na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que inaugura uma primeira geração ou dimensão de direitos fundamentais. Quais são os grandes legados do movimento constitucionalista Francês? O próprio “conceito ideal” de Constituição já estava presente no art. 16 da Declaração, que dizia que “toda sociedade (caráter universal) na qual não está assegurada a garantia dos direitos nem determinada a separação de poderes, não tem constituição” (estão presentes os elementos de Constituição delineados por CANOTILHO, que já foi estudado anteriormente). Temos os ideais de direitos individuais, universais e naturais das pessoas (1ª geração dos direitos fundamentais); liberdade e igualdade das pessoas (os homens são iguais e livres em direitos e obrigações – as diferenciações feitas pelos estamentos do antigo regime são deixadas para trás). Temos a ideia de HOBBES de artificialidade da ordem dos homens, que tem como base um acordo ou contrato social (modernamente plasmado na Constituição). Tivemos também como legados o surgimento de novas categorias políticas, expressas em palavras de ordem como: nação, poder constituinte, soberania nacional, Constituição escrita, formatação teórica do poder constituinte (como poder originário que pertence à nação capaz de criar de maneira autônoma e independente a Constituição escrita), a separação entre poder constituinte e poderes constituídos, a limitação do poder por meio da separação dos Poderes (MONTESQUIE – 1748, Espírito das Leis), formatação do modelo do Estado Liberal e os direitos fundamentais de 1ª geração (como já dito). O Constitucionalismo Inglês, o Norte-americana e o Francês foram fundamentais para a nossa sociedade, para o nosso sentimento constitucional, contribuíram para que a sociedade entendesse a Constituição à luz deste nosso sentimento. Duas ideias: separação dos poderes e garantia de direitos. Revolução francesa. Influência dos EUA adoção de um único diploma escrito. Manutenção da monarquia com limitações ao poder do rei. Distinção entre Poder Constituinte Originário e Derivado. Constituição austríaca 1920 – surgimento do controle concentrado de constitucionalidade. Desenvolvido por Hans Kelsen. DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO 1ª FASE - Constituições liberais 2ª FASE - Constituições sociais Const mexicana de 1917 estado de direito abstenção do estado direitos da burguesia – direitos politicos e civis de 1 geração limitação de poder principio da legalidade const weimar de 1919 intervenção do estado direitos sociais econômicos e culturais – 2 geração governo tem papel decisivo na produção e distribuição de bens garantia de bem estar minimo CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO SENTIDOS DE CONSTITUIÇÃO Concepção Sociológica Ferdinand Lassale Distinção entre a constituição: 1) Real: fruto do reflexo social, bem como, corresponde à própria realidade social (prevalência); 2) Jurídica ou escrita: fruto da racionalidade humana/dever-ser, destoa da realidade (utópica) Caso não haja uma correspondencia do que está escrito e o real, a const será apenas uma folha de papel. Ademais, sustentava esse autor que “os problemas constitucionais não são problemas de Direito, mas do poder; a verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais e efetivos do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade social”. O autor citado mencionava que “de nada serve o que escreve numa folha de papel se não se ajusta à realidade, aos fatores reais de poder”. Concepção Jurídica Constituição constitui no fruto da vontade racional doshomens (plano do dever – ser), e não fruto da realidade social. A constituição não precisa se socorrer de outras fontes, é um conjunto de normas com fundamento jurídico Vertentes: I) Lógico – Jurídico: norma hipotética fundamental (hipótese/plano lógico/ideal, ou seja, plano das ideias / consiste no fundamento de validade da Constituição jurídico – positiva. Ademais, sua função é servir de fundamento lógico-transcendental de validade da Constituição jurídico-positiva, isto é, no “plano do suposto”); II) Jurídico – Positivo: norma positivada (Constituição – norma pura, suprema e positivada/fruto da vontade racional dos homens – plano do dever – ser, isto é, no “plano do posto”/ fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico, dessa forma, os diplomas normativos devem buscar fundamento de validade na Constituição. Vale salientar que a Constituição busca fundamento de validade na norma hipotética fundamental). Hans Kelsen dispôs que o ordenamento jurídico está organizado por normas escalonadas “em degraus” – teoria do escalonamento da ordem jurídica. Com base nisto, a Carta Magna encontra-se no patamar mais elevado. Logo, todas as manifestações normativas devem coadunar com referida Lei Suprema, que, nos dizeres de Gomes Canotilho, possui autoprimazia normativa, ou seja, recolhe o fundamento de validade em si própria.Segundo Canotilho: “A autoprimazia normativa significa que as normas constitucionais não derivam a sua validade de outras normas com dignidade hierárquica superior. Pressupõe-se, assim, em termos pragmáticos, que a constituição formada por normas democraticamente feitas e aceitas (legitimidade processual democrática) e informadas por "estruturas básicas de justiça" (legitimidade material) é portadora de um valor normativo formal e material superior.” Concepção Política Carl Smichtt o fundamento da constituição está na vontade política que a antecede Carl Schmitt sempre defendeu o conceito de que a Constituição é a decisão política fundamental de um povo, visando sempre dois focos estruturais básicos: organização dos Estados, dos Poderes e efetiva proteção dos Direitos e Garantias Fundamentais. Diferencia a constituição das leis constitucionais – a constituição é a decisão politica fundamental (rege os direitos fundamentais, estrutura dos estado e organização dos poderes); as leis constitucionais é tudo que não decorre das decisões politicas fundamentais, seriam aqueles assuntos tratados na Constituição, mas que materialmente não tinham natureza de norma constitucional. As duas são formalmente iguais, porem materialmente distintas. Concepção Normativa Konrad Hesse Em contraposição a concepção sociológica para Hesse, a constituição é submetida aos fatores reais de poder podendo conformá-la a realidade por meio da imposição de tarefas que levem a isso, ou seja, a Constituição jurídica não pode ser reduzida a uma fotografia da realidade. Além de obedecer e traduzir a constante mutação social é necessário que esta seja um dever ser, isto é, aponte na direção de um horizonte onde prevaleça maior justiça social. De acordo com o princípio da força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante em relação a ela. Concepção culturalista Meirelles teixeira a const contempla vários fatores políticos, sociológicos, econômicos... tais concepções são complementares e não antagônicas condicionada e condicionante desta cultura Concepção de Constituição Aberta A idéia de uma constituição aberta, no sentido de que ela possa permanecer dentro do seu tempo e, assim, evitar risco de desmoronamento de sua força normativa. Levam em consideração que a Constituição tem objeto dinâmico e aberto, para que se adapte às novas expectativas e necessidades do cidadão. Se for aberta, admite emendas formais (EC) e informais (mutações constitucionais), está repleta de conceitos jurídicos indeterminados Constituição Simbólica A atividade legislativa, onde se inclui a atividade legislativa constituinte. Por vezes a atividade legislativa é meramente simbólica, cujo objetivo não é criar uma norma jurídica, mas sim atender a outros objetivos políticos diversos, o que dá origem a uma Constituição de cunho simbólico. A constitucionalização simbólica tem por objetivos: a) confirmar a prevalência dos valores de determinados grupos, por meio de uma vitória legislativa (ex.: criminalização do aborto na Alemanha – confirmar a vitória de um determinado grupo, e não necessariamente levar à cadeia) b) criação de uma legislação ou Constituição álibi – fortalecer a confiança do cidadão no Governo. O Governo com essa legislação álibi esvazia uma determinada pressão política, embora não queira dar efetividade àquilo. Seria uma forma de manipulação ou ilusão. Talvez possamos dizer que afirmar que o salário mínimo vai atender educação, saúde, lazer, alimentação etc é uma forma de legislação álibi. c) adiar a solução de compromissos sociais para o futuro (compromisso dilatório). Há aspectos negativos, pois a Constituição não é concretizada de maneira suficiente e adequada. Contudo, pode haver aspectos positivos, pois pode provocar uma vontade de mudança (já que tem previsão na Constituição), e isso pode despertar lutas sociais pela concretização do texto da Constituição (efeitos emancipatórios). TEORIAS DA CONSTITUIÇÃO ”constituição dúctil” a cf deve acompanhar a perda do centro ordenador do estado e refletir o pluralismo político e econômico, reconhecendo-se a importância de uma dogmática fluida. Constituição como não acabado nem findo, mas como um conjunto de materiais de construção. “Constituição chapa branca” destinada a assegurar posições de poder a corporações, nessa constituição são preservados interesses do setor público. “Constituição ubíqua” normas e valores estão presentes na constituição. Essa panconstitucionalizacao deve-se ao caráter detalhista da constituicao. “Constituição liberal patrimonialista” objetiva garantir direitos individuais e limita a intervenção estatal. “Constituição subconstitucional” excesso de temas constitucinais eleva formalmente normas que demonstram preocupações momentâneas. “Constituição plástica” para prof pinto Ferreira é a constituição flexível; para raul Machado horta, grande quantidade de normas de conteúdo aberto. “Mutação constitucional” uadi lamego processo informal de mudança da CF por meio do qual são atribuídos novos sentidos quer através de interpretação, quer por intermédio da construção, bem como do usos e costumes constitucionais. A mutação para ser legítima precisa ter lastro democrático. A mutação e a nova interpretação não poderão afrontar os princípios estruturantes da CF sob pena de ser considerados inconstitucionais. Mecanismo de mutação constitucional, segundo Barroso. Interpretação (mudança na interpretação jud ou Adm); atuação do legislador (mudança na compreensão do direito) e por costume (mudança na realidade social) Teoria subjetiva do direito adquirido – nem toda retroatividade é censurável, mas aquela que interfere em direitos subjetivos surgidos anteriormente. Teoria da Constituição dirigente - substancialista valorização do conteúdo material da CF. Relevante o papel do PJ. - procedimentalista instrumento de participação democrática. Papel do PJ é tão somente assegurar a observância do processo. Constituição plurinominal andino – Grijalva o const plurinacional só pode ser profundamente intercultural, uma vez que a ele corresponde constituir-se no âmbito da relação de igual e respeitosa de distintos povos, a fim de manter as diferenças legítimas e eliminar as ilegítimas, mantendo a unidade como garantia da diversidade. Papel da Constituição segundo Virgílio Afonso da Silva: Constituição lei - a constituição não está acimado PL mas a disposição dele (politização da constituição) Constituição fundamento ou total – constituição é lei fundamental. Aproximação da ideia de constituição dirigente. Judicializacao excessiva. Constituição moldura – apenas serve de limites para a atividade legislativa.lustra os limites dos quais a atividade legislativa pode ser exercida. Compete ao judiciário fiscalizar se a atividade legislativa foi exercida dentro dos limites mas não importa controlar como ela foi exercida pois o legislador é livre dentro do seu poder de conformação legislativa para editar leis respeitando os limites da constituição moldura. Constituição dúctil ou maleável – dogmática fluida para assegurar a esponteaneidade da vida social. “Crowdsourced Constitution” – participação popular por meio da internet. Ideia de constituição colaborativa. “Constituição simbólica” marcelo Neves discrepância entre a função hipertroficamente simbólica e a insuficiente concretização jurídica de diplomas constitucionais. Tipologia da legislação simbólica: confirmar valores sociais; demonstrar a capacidade de ação do estado e adiar a solução de conflitos sociais através de compromissos dilatórios. A legislacao álibi traz um sentimento de bem estar, servindo a lealdade das massas. Sentido negativo da leg álibi: ineficácia normativa e descrença no OJ Sentido positivo da leg álibi: produção de efeitos políticos “Constituição expansiva” temas novos e ampliação conferidas a temas permanentes na CF (conteúdo estrutural da CF, comparação constitucional interna e externa). “Pensamento jurídico do possível ou pensamento pluralista de alternativas” abre suas perspectivas para nova realidade. Busca-as alternativas. Segundo Gilmar Mendes, é expressão, consequência pressuposto e limite para uma interpretação constitucional aberta. “Pamprincipiologismo” julgamento de modo arbitrário é inaceitável de decisionismo a fragilizar a isonomia. HERMENEUTICA CONSTITUCIONAL A interpretação das normas constitucionais é um conjunto de métodos e princípios desenvolvidos pela doutrina e jurisprudência com base em critérios ou premissas diferentes, mas, em geral, reciprocamente complementares, o que reforça o caráter unitário da atividade interpretativa. IMPORTANTE: Correntes: Embora o nome possa induzir ao contrário, na corrente interpretativista é onde o juiz possui menor autonomia para exercer a atividade interpretativa, ele não pode transcender os limites do texto legal. Já na corrente não-interpretativista, é onde o juiz possui uma maior autonomia para ir além do texto e empregar valores pessoais, substantivos, na atividade interpretativa. Ademais, Não existe relação hierárquica fixa entre os diversos critérios de interpretação da CF, pois todos os métodos conhecidos conduzem sempre a um resultado possível, nunca a um resultado que seja o unicamente correto. Essa pluralidade de métodos se converte em veículo da liberdade do juiz, mas essa liberdade é objetivamente vinculada, pois não pode o intérprete partir de resultados preconcebidos e, na tentativa de legitimá-los, moldar a norma aos seus preconceitos, mediante a utilização de uma pseudo-argumentação. PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO Unidade da Constituição harmonizar as tensões e contradições existentes conflitantes não há hierarquia entre normas constitucionais Esse princípio afasta a tese da “hierarquia das normas constitucionais”. [Essa tese foi defendida por um autor chamado de Otto Bachof, em seu livro “Normas constitucionais inconstitucionais?” Efeito Integrador nas resoluções jurídico problematicas, deve-se dar primazia aos critérios que favoreçam a integração politica e social – integração comunitária - produzindo efeito criador e conservador da unidade Concordância Prática coordenar e combinar os bens jurídicos em conflito realizando redução proporcional a cada um deles – modelo de sopesamento de princípios Força Normativa deve ser dada preferencia as normas mais eficazes e permanentes – afasta-se decisões divergentes (ação rescisória para reforma da decisão, salvo o juiz tenha decidido conforme Stf na época) atualização eficácia e permanência da lei maior Máxima efetividade possível conferida no âmbito dos direitos fundamentais, impõe que confirma a maior efetividade possível, com vistas a garantia da função social O princípio da máxima efetividade seria um princípio exclusivo dos direitos fundamentais. Segundo alguns autores, esse princípio estaria implícito no art.5º, §1º, da CF. Conformidade funcional orienta a agir no limite das suas funções, evitando decisões que subvertam ou perturbem o esquema organzatório funcional previamente estabelecido O principal destinatário desse princípio é o intérprete maior da constituição (ao Tribunal Constitucional – STF). Interpretação conforme normas plurivocas. Situação constitucional imperfeita. Atenua a declaração de nulidade. É compatível com a manutenção dos atos produzidos em lei inconstitucional, admitindo-se a modulação dos efeitos da decisão Relatividade ou convivencia das liberdades publicas Esse princípio parte da premissa de que “não existem direitos absolutos”, pois todos encontram limites em outros direitos ou interesses coletivos também consagrados na Constituição. Se se entendesse um direito como absoluto, dever-se-ia entender, também, que ele sempre deveria prevalecer em qualquer conflito. Mas, se deve haver coordenação entre os princípios e sua relativização, é porque eles não são absolutos. Segundo a doutrina, mesmo alguns direitos que são tidos como absolutos, são relativizáveis. Ex. Dignidade da pessoa humana. Norberto Bobbio sustenta duas exceções à relatividade. Ele considera como tendo caráter absoluto os direitos a não ser torturado e o direito a não ser escravizado. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL Jurídico ou Hermeneutico Classico uso dos elementos tradicionais de savigny seriam suficientes para a interpretação das normas constitucionais METODO GRAMATICAL – se utilia tanto do sentido leigo como do sentido científico para conseguir interpretar o dispositivo METODO HISTÓRICO – busca a razão da legislação na época em que foi feita METODO DE INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA – procura coordenar e pacificar os diversos subsistemas dentro do oj METODO TELEOGICO – procurar ver qual a finalidade da lei METODO LOGICO – procura trabalhar com determinadas premissas (politicas, sociais...) de compreensão logica de raciocínio mais cartesiano. pesquisa o espírito da disposição, dessume-se de fatores racionais, da gênese histórica, da conexão com outra norma e com o inteiro sistema, isto é, procura a harmonia das normas constitucionais; Popular – parte da participação popular Autêntica – feito pelo próprio legislador Genético – busca investigar as origens dos conceitos utilizados pelo legislador Evolutivo – segue a linha da mutação constitucional Cientifico espiritual o interprete deve considerar, ao interpretar a constituição, os valores subjacentes a ela. É o principal elemento de integração da comunidade, deve-se buscar soluções que favoreçam a unidade. Deve levar em consideração os fatores extrajurídicos na interpretação da constituição. É um método de cunho sociológico, baseando-se na premissa de que o intérprete deve levar em conta os valores subjacentes ao texto constitucional, integrando o sentido de suas normas a partir da “captação espiritual” da realidade da comunidade. Tópico problemático necessário que haja um problema a ser resolvido e será analisado com argumentos favoráveis e contrários a uma determinada solução. Após os argumentos mais convincentes prevalecerão. parte do problema concreto para a norma Hermenêutico concretizador interpretação e aplicação possuem um processo unitário mediante a existência de uma norma a ser concretizada, compreensões previas do interprete e problema a ser resolvido. Parte da CF para o caso concreto (inverso do tópico problemático). Ademais, destaca-se os seguintes pressupostos interpretativos: 1) pressupostos subjetivos: o interprete vale-se desuas pré-compreensões sobre o tema para obter o sentido da norma; 2) pressupostos objetivos: o interprete atua como mediador entre a norma e a situação concreta, tendo como “pano de fundo” a realidade social; 3) círculo hermenêutico: é o “movimento de ir e vir” do subjetivo para o objetivo, até que o intérprete chegue a uma compreensão da norma. O fato de partir das pré-compreensões do interprete pode distorcer não somente a realidade, como também o próprio sentido da norma. Normativo estruturante Esse método dá relevância ao fato de não haver identidade entre norma jurídica e texto normativo. Destarte, a norma é composta por programa normativo (texto) e domínio normativo (realidade social). A Teoria Estruturante do Direito trabalha com a Teoria da Ação. Nesse sentido, opera indutivamente e não dedutivamente, tendo recebido influência da Semântica Prática. A teoria surge da necessidade de superar a fase positivista do desenvolvimento jurídico. Conforme Friedrich Müller, para esse fim é que foi desenvolvido o método normativo-estruturante. Segundo o método citado, o texto da norma é produto da atividade do legislador, e não se confunde com a norma. Portanto, faz-se necessária a distinção entre texto e norma. Embora a interpretação do teor literal seja um dos elementos mais importantes no processo de concretização, é somente um elemento, pelo que a normatividade não é uma qualidade substancial (estática e dada pelo legislador) dos textos de normas, e sim um processo efetivo, temporalmente estendido e cientificamente estruturável, que parte dos textos de normas e encontra neles seus limites. O texto da norma é o conjunto de símbolos linguísticos. É apenas um enunciado. Já a norma é o resultado da interpretação do texto. Ainda para o método normativo-estruturante, o texto da norma e realidade são coisas distintas, sendo, pois, incabível se falar em interpretação. O correto é concretização para se atingir a norma de decisão. Primeiramente, para concretizar o texto da norma, o operador do direito retira os elementos do texto (possibilidades de sentidos do texto da norma) e conforma-os com dados que transcendem (dados extrajurídicos, axiológicos, políticos, doutrinários, precedentes). Em seguida, em confrontação com a realidade, é estruturado a o programa da norma para concretização por meio dos elementos clássicos (gramatical, histórico, teleológico, sistemático etc). Por fim, superada a etapa acima, constrói-se a norma jurídica, que diante do caso será aplicada (norma de decisão). Em conclusão, antes o juiz decidia subsumindo o caso aos conceitos da previamente fixados, estabelecidos, sendo suposto que para cada caso a solução fosse uma, num sistema manuseável sem dificuldades. Mas pelo método o texto da norma não se confunde com a norma, pois enquanto aquele é o dado de entrada do processo de concretização, ao lado do caso, e a norma será o produto da atividade concretizante do jurista, buscando a norma de decisão. Aceita a distinção entre texto constitucional e norma constitucional, conclui-se que a norma constitucional não é o pressuposto da interpretação constitucional, mas o seu resultado.estabelece uma estrutura de elementos normativos a ser utilizada na interpretação const elemento metodológico (engloba os elementos de savigny e também os instrumentais) elemento dogmático analisar a doutrina e a jurisprudência elemento teórico – compreendem as terias subjacentes a cf elemento da politica constitucional – não se pode interpretar sem levar em consideração os fatores politicos a norma jridica não se identifica com seu texto expresso, pois ela é um resultado do processo de concretização concretista da constituição aberta a const deve ser concretizada por um circulo aberto de interpretes e não apenas certos interpretes. A interpretação se torna um processo aberto e público. Comparativo Comparação entre vários ordenamentos jurídicos Partindo dos 04 métodos ou elementos desenvolvidos por Savigny (gramatical, lógico, histórico e sistemático), Peter Haberle sustenta a canonização da comparação constitucional como um quinto método de interpretação. Fontes (formas de manifestação da norma jurídica): I) Escritas: Leis constitucionais; Leis complementares e regulamentares; Prescrições administrativas; Regimentos das casas do Poder Legislativo e Judiciário; Tratados Internacionais; Jurisprudência; Doutrina. II) Não escritas: costumes (reiterados); Usos Constitucionais. ANTINOMIAS JURÍDICAS É o choque de duas normas jurídicas emanadas de autoridade competente. São três os critérios para a solução do conflito: a)cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior (fraco); b)especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral (médio); c) hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior (forte). Maria Helena Diniz classifica as antinomias, quanto aos critérios de colisão, em: a)de primeiro grau: o choque envolve apenas um dos critérios de solução de conflito; b)de segundo grau: o choque envolve dois critérios de solução de conflito. Quanto à possibilidade ou não de solução do conflito, as antinomias se classificam em: a)aparente: quando, de acordo com os três critérios de solução, há possibilidade de resolução do conflito; b) real: não se consegue resolver o conflito. Havendo conflitos de segundo grau, envolvendo os critérios: cronológico e da especialidade, prevalecerá o da especialidade; envolvendo os critérios cronológico e hierárquico, prevalecerá o hierárquico; (nesses casos o conflito é aparente). Contudo, havendo conflito de segundo grau, envolvendo os critérios da especialidade e hierárquico, haverá conflito real, pois a doutrina tradicional (v.g. Bobbio) aponta o hierárquico como o critério mais forte e, ao seu turno, o critério da especialidade está na CF/88 (princípio da isonomia). No caso de conflito real, Maria Helena aponta duas soluções: 1- Legislativa (a edição de uma terceira norma para estabelecer qual norma em conflito prevalecerá); 2- Judicial (o aplicador do direito escolherá uma das duas normas, tendo como base os art. 4º e 5º da LINDB – analogia, princípios gerais do direito e função social da norma). TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO Principios e Regras ROBERT ALEXY PRINCÍPIOS REGRAS Mandados de otimização Mandados de definição Logica do mais ou menos (aplicado em maior ou menor extensão) Lógica do tudo ou nada Peso relativo Medida exata Ponderação Subsunção Segundo Barroso, Regras podem ser ponderados e a aplicação do tudo ou nada aos principios. Segundo Humberto Ávila, a derrotabilidade das regras de Dwork possuem os seguintes requisitos: material – a derrotabilidade em um caso individual não pode prejudicar a concretização dos valores inerentes às regras. Procedimental – a derrotabilidade deve ter justificativa condizente, fundamentação condizente e comprovação condizente. A mera alegação não pode ser suficiente para superar uma regra. ATENÇÃO: Apesar de os princípios servirem como balizadores do ordenamento jurídico (devendo ser observados inclusive pelos legisladores), caso haja, em um caso concreto, conflito entre estes e uma regra, é esta que deve prevalecer, uma vez que é dotada de maior especificidade. Os princípios são dotados de generalidade e vagueza, das quais decorre a plasticidade que apresentam, permitindo-lhes amoldarem-se às diferentes situações. Para solucionar tal conflito, adota-se a cláusula de exceção. Como exemplo, Rothenburg citou o artigo 33 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, estabelecendo um prazo de 08 anos para o pagamento dos precatórios judiciais pendentes na data da promulgação da Constituição de 1988, em notória discrepância com o modelo de pagamento dos débitos do Estado, expresso no artigo 100, 5º, XXIV e 182, §3º da Constituição Federal. DWORKIN – não admite que os princípios sejam objeto de ponderação HAGE – as regras são aplicadas e já se sabe o resultado que irá ocorrer. Porem, não é absoluto: fenômeno chamado derrotabiidade da regra, casos em que a regra será afastada. Postuladosnormativos: específicos – igualdade razoabilidade e proporcionalidade; inespecíficos – ponderação, concordância prática e proibição de excesso. Postulados Normativos São normas de segundo grau que estabelecem a estrutura de aplicação e prescrevem o modo de raciocínio em relação à outras normas. Não atribuem direitos, em outras palavras, não se aplicam diretamente, mas servem para interpretar outros direitos (por isso de segundo grau). O “postulado normativo aplicativo”, segundo Humberto Ávila, é norma de segundo grau (metanorma) que estabelece a estrutura de interpretação e aplicação de outras normas. Então, num caso concreto, a solução se dará por normas de primeiro grau, que são as regras e os princípios. Mas a maneira de conjugação e aplicação dessas regras e princípios será feita por meio das normas de segundo grau (metanormas). Postulados normativos: específicos – igualdade razoabilidade e proporcionalidade; inespecíficos – ponderação, concordância prática e proibição de excesso. Proporcionalidade: Técnica de ponderação de direitos fundamentais que estejam em conflito num caso concreto. Vale destacar que a proporcionalidade, que não é regra, nem princípio (divergências doutrinárias), é uma técnica de interpretação constitucional que segue um procedimento peculiar de análise de requisitos excludentes, quais sejam: a) adequação (uso do meio adequado para se atingir um objetivo); b) necessidade (escolha dentre os meios disponíveis do que menos agride os direitos fundamentais); c) proporcionalidade em sentido estrito (É a ponderação propriamente dita. Correlação entre os meios e fins. O sopesamento entre a intensidade da restrição que o direito fundamental irá sofrer e o benefício que irá gerar a decisão). Por exemplo, conforme o Paulo Bonavides, que classifica como princípio, a proporcionalidade: “Fica assim erigido em barreira ao arbítrio, em freio à liberdade de que, à primeira vista, se poderia supor investido o titular da função legislativa para estabelecer e concretizar fins políticos. Em rigor, não podem tais fins contrariar valores e princípios constitucionais, um destes princípios vem a ser precisamente o da proporcionalidade, princípio não escrito, cuja observância independe de explicitação em texto constitucional, porquanto pertence à natureza e essência mesma do Estado de Direito”. Princípios específicos da Interpretação Constitucional (Princípios Instrumentais ou Postulados Normativos/ Metanormas/ Princípios Interpretativos): Outras denominações para os princípios instrumentais: postulados normativos ou metanormas ou princípios interpretativos. Os princípios materiais estabelecem um estado ideal de coisas a ser realizado (ex. princípios que estabelecem direitos e deveres, como, p.ex., p. da isonomia, liberdade, dignidade humana, etc.). Os princípios instrumentais são aqueles utilizados na interpretação e aplicação de outras normas. O sistema jurídico, segundo Robert Alexy, é formado por 3 níveis distintos: argumentação jurídica, princípios e regras. Os princípios instrumentais entram no nível da argumentação jurídica. Conceito de metanorma - Situadas no nível da argumentação jurídica, as metanormas (ou princípios instrumentais ou postulados normativos) não estabelecem diretamente um dever de adotar determinadas condutas (regras) nem de promover um estado ideal de coisas (princípios), mas sim o modo como esse dever deve ser realizado. APLICABILIDADE DAS NORMAS Eficácia jurídica – capacidade de produzir efeitos Eficácia social – efeito causado na sociedade Não há norma constitucional destituída de eficácia Eficácia – é a aptidão da norma para produzir os efeitos que lhes são próprios – a eficácia positiva é a aptidão da norma para ser aplicada aos casos concretos; a eficácia negativa é a aptidão da norma para invalidar outras normas incompatíveis com ela, ou seja, implica a paralisação de qualquer norma ou ato jurídico que contrarie um princípio; é também conhecida como eficácia jurídica; Efetividade (ou eficácia social) Eficácia (eficácia jurídica) Validade Ocorre qdo a norma cumpre a sua finalidade, atinge o objetivo para o qual ela foi criada. A questão da efetividade é muito comum nos direitos sociais. “A lei pegou”. Ex. Direito de greve do servidor público. É a aptidão da norma para cumprir os efeitos que lhe são próprios. Não interessa se a norma cumpre ou não seus efeitos. Interessa saber se ela tem APTIDÃO para produzir esses efeitos. Toda norma constitucional possui eficácia; mas nem toda possui efetividade. Ex. Normas de eficácia plena, limitada ou contida. Então todas as normas têm eficácia, pois todas têm aptidão. Eficácia positiva – é a aptidão da norma para ser aplicada ao caso concreto, independentemente de outra vontade intermediadora. Nem toda norma constitucional possui. (Norma pode ser aplicada diretamente ao caso concreto). Ex. Art. 53, CF - Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Art.37, VII, CF – Direito de greve do servidor público – Esse dispositivo não possui eficácia positiva. Ele necessita de outra vontade (lei regulamentadora). Essa outra vontade pode ser suprida por um mandado de injunção. Eficácia negativa – Consiste na aptidão da norma para invalidar outras normas que lhe sejam contrárias. Toda norma constitucional possui. Se uma lei infraconstitucional violar uma norma constitucional, ela será inválida. Trata da relação de conformidade de uma determinada norma com aquelas que estabelecem o seu procedimento de elaboração e limitam o seu conteúdo. Quando se fala em validade, deve se ter em mente aquela relação entre norma superior e norma inferior. Ex. Relação CF e lei, pois o procedimento de elaboração da lei é estabelecido pela CF. Além disso, o conteúdo da lei não pode violar o conteúdo de uma norma constitucional. A validade está relacionada ao controle de constitucionalidade. PLENA – direta, imediata e integral art. 2º, 19, 20, 21, 22, 24, etc.). Ex: A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil; Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei – princípio da legalidade (É/SÃO) CONTIDA – direta, imediata e possivelmente não integral - restringida pelo próprio constituinte, por lei ou norma supralegal. (É/SÃO + expressão lei, visando à redução do direito; Ex: “contém os previstos em lei específica ou atendidos os requisitos estabelecidos em lei” - sempre será contida). ATENÇÃO: Para Maria Helena Diniz utiliza a nomenclatura “norma com eficácia restringível”. obs: não é possível a prisão do depositário infiel uma vez que o pacto sao jose da costa rica - norma supralegal restringiu o alcance da norma constitucional. Porém é indevido falar que a norma se tornou inconstitucional porque nós não aceitamos a figura das normas constitucionais inconstitucionais (ou inconstitucionalidade de normas originárias) São normas de eficácia contida: art 5 XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996) XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; LIMITADA – indireta, mediata e depende da vontade do legislador http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9296.htm (Verbo da norma é voltado para o futuro /Ex: será, estabelecerá/ + nos termos/ segundo/ de acordo com a lei Ex: “nos termos da lei, definidos em lei específica”). ATENÇÃO: Para Maria Helena Diniz utiliza a nomenclatura “norma com eficácia relativa complementável”. obs: é norma de eficácia limitada o art 7 XI que trata da possibilidade dos trabalhadores terem participação no lucro da empresa. art 7 XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;” As normas de eficácia limitada se dividem em dois grupos: A) Princípio Institutivo/Organizativo – cunho meramente organizacional (estrutura). São aquelas que englobam a organização dos poderes e do Estado. Ex. art. 33, 88, 91, § 2º da CF. São normas que contêm esquemas gerais de estruturação de instituições, órgãos ou entidades. Ex. art. 18, §2º, 33, 102, §1º. B) Princípio Programático – se revestem de promessas/programas a serem implementados pelo Estado, para a consecução de fins sociais (políticas públicas). As normas programáticas, por serem princípios, também possuem eficácia interpretativa. São aquelas que se revestem sob a forma de promessas ou programas a serem desempenhados pelo Estado para a consecução dos seus fins sociais. São políticas públicas a serem adotadas pelo Estado, que dependem de um orçamento estabelecido. Não é porque é programática que não é imperativa. Elas também são cogentes e devem ser efetivadas. Ex. art. 3º da CF (objetivos fundamentais), art 4 (princípios nas relações internacionais), direito à saúde, educação, cultura, ciência e tecnologia, entre outros. SUPEREFICAZES ou ABSOLUTA – Segundo Maria Helena Diniz, assim são chamadas porque contêm uma força paralisante de toda e qualquer legislação que explicita ou implicitamente vier a contrariá-las. ex: clausulas pétreas EXAURIDA – eficacia extinta Ex ADCT ATENÇÃO: A doutrina clássica dividia as normas em autoaplicáveis (autoexecutáveis, isto é, são completas, produtoras de plenos e totais efeitos, sem necessidade de regulamentação, a partir da entrada em vigor da Constituição) e não autoaplicáveis (não autoexecutáveis, isto é, não têm plena eficácia, exigindo, portanto, complementação, a partir de norma infraconstitucional). Classificação de Celso Bastos e Ayres de Brito Normas de aplicação - já estão aptas a produzir efeito dispensando regulamentação ou até mesmo permitindo-a mas sem qualquer restrição do conteúdo. Normas de integração - contam com a atuação do legislador infrac que pode vir para completa-la ou restringí-la CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Divisão Clássica: Constituição material - Versam sore a organização do Estado, a estrutura dos Poderes, as garantias fundamentais, etc. A este conjunto de normas (regras ou princípios) que cuidam das questões realmente constitucionais, estejam em documento escrito ou não, denominamos de Constituição em sentido material. Constituição formal - É o conjunto de normas (regras ou princípios) que estão escritas em um documento solene denominado de Constituição. Tudo aquilo que estiver escrito em uma Constituição, independentemente de dizer respeito à matéria estritamente constitucional (diga ou não respeito à estrutura do Estado, direitos fundamentais, ao modo de aquisição do Poder etc) será considerado Constituição em sentido formal. É um objeto que nasce no final do século XVIII com o Constitucionalismo. Origem: - outorgada (1924, 37,67 e 69) - promulgada ( 1891, 34, 46 e 88) - cesarista sem participação popular, porém após criação há referendo ou plebiscito. - pactuada combinação de forças opostas de poder Forma: Escrita Codificada – um único texto Não codificada ou legal – espalhada por diversos textos - Não escrita ou costumeira – costumes, jurisprudência, textos escritos ou convenções. Estados que utilizam constituição não escrita possuem texto escrito fundamental. Elaboração: - Dogmática – elaborada por órgão instituído. + estável Ortodoxa (uma ideologia dominante) Eclética (ideologias distintas) - Histórica – elaborada ao longo da história e decorrem da evolução de valores políticos. – estável As Constituições classificadas, quanto ao modo de elaboração, como Constituições históricas, apesar de serem juridicamente flexíveis, são, normalmente, politicamente rígidas. Conteúdo: - Formal elaborada segundo o procedimento legislativo especial. Não importa o conteúdo. - Material não importa se está ou não no texto constitucional. Importa a essência constitucional do conteúdo. Estabilidade: - Fixas ou silenciosas - Só podem ser alteradas por quem as criou. - Imutável – não muda - Rígida – procedimento mais rigoroso - Flexível – procedimento menos rigoroso - semirrígida – uma parte do texto exige procedimento mais rigoroso 1824 Sistemática: - Reduzidas – um só código - Variadas – vários textos Correspondência à realidade ou ontológica: - Normativa – corresponde à realidade político social. Regula a sociedade. 1824, 91,34, 46 e 88. - Nominativa – não corresponde à realidade político social. Não consegue regular a sociedade. Semântica – não possui intenção de regular a vida do estado, apenas os interesses do titular do poder. 1937, 67 e 69. Quanto ao papel desempenhado: Constituição-lei - É aquela que está no mesmo nível das leis ordinárias, não havendo hierarquia e nem supremacia da Constituição. A Constituição não vincula o legislador. É a Constituição flexível. Costituição fundamento - É aquela Constituição que serve como uma lei fundamental do Estado e da vida social, dominando este Estado e esta sociedade em todos os seus aspectos. Reduz o espaço de atuação do legislador. A atividade do legislador é dominada pela Constituição-fundamento. A atuação do legislador é estreita. A Constituição total domina os espaços de discricionariedade. Constituição moldura - Temos um meio termo entre as duas primeiras. Na Constituição-moldura temos no documento constitucional um limite para o legislador. É como se a Constituição fosse uma tela sem preenchimento, e o preenchimento desta tela fica a critério do legislador, que tem um grau de discricionariedade e de atuação maior. Caberá à jurisdição constitucional (controle de constitucionalidade) fazer com que o legislador atue nos limites da moldura (tem liberdade dentro da moldura). Constituição em branco É aquela que não veicula limitações explícitas ao poder de reforma, que fará as suas próprias regras de atuação. Não há limites formais, nem materiais e nem circunstanciais.. Origem de decretação: - Autoconstituicao ou homoconstituição – são elaboradas pelo próprio estado. - Heteroconstituicao – não são elaboradas pelo próprio estado. Extensão: - Sintética – essencial para organização do estado 1891 - Analítica – extensa com diversos outros temas. Finalidade: - Constituição garantia – limita poder do estado. Costuma ser sintética. - constituição balanço – registra o momento político do estado - constituição dirigente ou compromissoria – estabelece objetivos sociais. Costuma ser analítica e programática. Dirige a atuação do estado para fins sociais.Sistema: - Principiológico – predomina princípios - Preceitual – predomina regras CF de 88: promulgada, escrita codificada, dogmática eclética, formal, rígida, reduzida, normativa, homoconstituicao, analítica, dirigente e principiológico. HISTÓRICO DE CONSTITUIÇÕES NO BRASIL 1824 1891 1934 1937 1946 1964 1967 1969 Outorgada Semirrigid a Durou mais tempo Poder moderador – absolut Marcante mente liberal Forma de estado Unitario Centralism o adm e político Eleições indiretas Capital RJ Republica na, presidenci alista e federada Capital DF Estado laico Poder moderador extinto Bicamerali smo federativo Eleições diretas Previsão do HC Direitos de segunda geração Deus no preâmbulo Sistema proporcion al e sufrágio universal Voto feminino e secreto Previsão MS e ação popular Legislação trabalhista Estado autoritário Ditadura censura tortura Interventor es federais PL e PJ esvaziado s Sufrágio indireto Mandato de 6 anos Bicamerali smo Sufragio direto Mandato de 5 anos MS e ação popular restabeleci dos Direito de greve Vedação a pena de morte Golpe militar Eleições indiretas Eleições indiretas Direitos trabalhista s Direitos políticos podem ser suspensos por 10 anos CN foi fechado HC suspenso em alguns casos Mandato de 5 anos O prenúncio da redemocratização do Brasil foi, em 1984, o movimento civil Diretas Já, de reivindicação por eleição presidencial direta no Brasil, com a rejeição da proposta de Emenda Constitucional Dante de Oliveira, (PEC) nº 05/1983, que permitiria os civis votassem diretamente, houve a eleição indireta de Tancredo Neves, 1985. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO ELEMENTO CONCEITO EXEMPLO ORGÂNICO Contêm normas que regulam a estrutura do estado e do poder ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ORGANIZAÇÃO DOS PODERES FORÇAS ARMADAS E SEGURANÇA PÚBLICA TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO LIMITATIVOS Consagram o elenco de direitos e garantias fundamentais DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS, exceto direitos sociais SOCIOIDEOLÓGOCIOS Revelam o caráter de compromisso das constituições modernas entre o estado individualista e o estado social DIREITOS SOCIAIS DA ORDEM ECONOMICA E FINANCEIRA DA ORDEM SOCIAL ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL Assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da cf e das instituições democráticas PROCESSO DE EMENDA A CF CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE FORMAIS DE APLICABILIDADE Estabelecem regras de aplicação de normas constitucionais PREAMBULO ADCT ART 5 PAR 1 – NORMAS DEFINIDORAS DE DIREITO TEM APLICABILIDADE IMEDIATA PRINCÍPIOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Principio federativo Estado unitário – centralizado Estado complexo – descentralizado (brasil) Ente federativo não possui soberania, mas possui autonomia – poder de autoorganizacao (CE e LÓ) autogoverno (chefes de governo), autoadministração (gerir contas) e autolegislação (criar normas próprias) Características de preservação do pacto federativo 1 existência de CF 2 proibição de secessão 3 não existe hierarquia entre entes federativos 4 existência de um guardião da CF o STF Princípio democrático “É o governo do povo pelo povo e para o povo” Abraham Lincoln É um princípio sensível Democracia direta é constituída de mecanismos de participação do povo como referendo plebiscito iniciativa pop e ação pop Democracia indireta é aquela feita através da escolha de representantes do povo. Democracia semi direta ou participativa = Brasil Forma de governo segundo filósofos: Para Maquiavel (monarquia e república) Para aristoteles normais (monarquia, aristocracia e democracia) e anormais (tirania, oligarquia é demagogia) Para Jean Bodin (soberania significa poder supremo) Para Hobbes, poder não pode ser misto, dividido. Princípio Republicano É um princípio sensível Para o STF é cláusula pétrea implícita Tem como características a res pública (governo deve zelar pela coisa pub), temporariedade, eletividade, responsabilidade e igualdade formal. Presidencialismo Relação entre o PE e PL Independência e harmonia entre eles ESTRUTURA DA CF Preambulo Para o STF, o preâmbulo encontra-se no âmbito da política, constituindo manifestação de índole filosófica, sociológica e(ou) ideológica do legislador constituinte. Ora, se o preâmbulo não integra o Direito Constitucional, se não é norma constitucional em sentido jurídico, é certo que ele não dispõe da eficácia jurídica própria das normas constitucionais (afinal, repita-se, não é ele norma constitucional). Sobre o preâmbulo, portanto, é importante saber que, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal: (a) não se trata de norma constitucional; (b) situa-se no âmbito da política, constituindo manifestação de cunho filosófico, sociológico e(ou) ideológico; (c) não possui a mesma força normativa das demais normas constitucionais; (d) não serve de parâmetro para a declaração da inconstitucionalidade das leis; (e) não impõe limite ao poder constituinte derivado ao emendar a Constituição; e (f) não é de observância obrigatória pelo Estado-membro na elaboração de sua Constituição (o Estado não precisa nem mesmo criar preâmbulo na Constituição Estadual). Tese da irrelevância jurídica – insere no domínio da política Tese da plena eficácia – mesma eficácia das normas jurídicas Tese da relevância jurídica indireta – intermediário entre as teses Não é norma de reprodução obrigatória nos Estados. ADCT Segundo Raul Machado horta, classificam-se em: Normas exauridas, normas pendentes de execução e legislação , normas dotadas de duração temporária expressa, normas de recepção, normas sobre benefícios e direitos e normas com prazos const ultrapassados. Segundo o autor, norma permanente nas disposições transitórias é norma anômala. Segundo Barroso, classificam-se em: disposição transitória propriamente dita, disposição de efeito instantâneo e definitivo e disposição de efeitos diferidos. O ADCT tem natureza jurídica constitucional. Por isso, se a norma transitória já tiver exaurido não parece razoável o constituinte reformador modificar o sentido da transição já concretizada. Por outro lado, se se não tiver realizado e a disposição não tiver produzido seus efeitos, entende-se possível a alteração desde que sejam observados os princípios inatingíveis e os limites do poder de reforma. O ADCT poderá excepcionar regras gerais do corpo, por apresentar a mesma natureza jurídica delas, podendo ser modificado via Emenda Constitucional. Possui eficácia exaurida, já que representa a transição de um Estado Constitucional pretérito para o atual de 1988. Importante lembrar que as normas constantes do ADCT possuem o mesmo grau de eficácia que as demais normas constitucionais. PODER CONSTITUINTE Segundo Ivo Dantas, denomina-se Hiato Constitucional ou revolução quando há um choque entre o conteúdo da CF e a realidade social. Consequências: convocação da assembleia nacional constituinte, mutação constitucional, reforma constitucional e hiato autoritário. PARTE TEÓRICA Emmanuel Joseph Sieyès no bojo do constitucionalismo francês fez a distinção entre Poder Constituinte e Poderes Constituídos (SISTEMATIZAÇÃO TEÓRICA DO PODER CONSTITUINTE). Sistematização teórica do Poder Constituinte: - Abade Emmanuel Joseph Sieyès - “Qu’es-ce que le Tiers État?” (“O que é o terceiro Estado?”; “A Constituinte Burguesa”) – 1788 Distinção entre: a) Poder constituinte (que pertence à nação); b) Poderes constituídos (derivam do poder constituinte). Emmanuel Joseph Sieyèsfez algumas propostas para alterar a forma de composição e deliberação. Quais foram essas propostas? 1) Propõe que o Terceiro Estado fosse composto por verdadeiros representantes do 3º Estado; 2) Que houvesse uma igualdade entre o número de representantes do 3º Estado e o número de representantes da soma das classes privilegiadas (1º e 2º Estado); 3) que fosse adotado na Assembleia o voto por cabeça, e não o voto por Estado. Aqueles que eram contrários à ideia de Emmanuel Joseph Sieyès alegaram que a forma pela qual o Estado Francês constitui-se e a forma pelaqual a Assembleia dos Estados Gerais do rei existe não admite qualquer mudança. Assim, Emmanuel Joseph Sieyèsdefende a necessidade de uma Assembleia Nacional Constituinte para fundar um novo contrato social, vale dizer, Emmanuel Joseph Sieyèsfaz distinção entre a lei fundamental (que é a Constituição) – uma expressão do direito natural- ,que é fruto de um Poder Constituinte, e os Poderes Constituídos. Emmanuel Joseph Sieyès traz a ideia de que a nação não é escrava da Constituição, e por isso a nação pode alterar a Constituição por meio de representantes extraordinários em uma Assembleia Nacional Constituinte. Sieyès faz menção expressa ao “Poder Constituinte” pela primeira vez na história na seguinte passagem: “A nação existe antes de tudo, ela é a origem de tudo. Sua vontade é sempre legal, é a própria lei. Antes dela e acima dela só existe o direito natural. (...) Em cada parte, a Constituição não é obra do poder constituído, mas do poder constituinte”. Embora o Syeyès tenha toda importância, é certo que no constitucionalismo inglês nós encontramos a colaboração de John Locke. O professor Canotilho lembra que embora o Poder Constituinte não apareça na obra de Locke, os pressupostos teóricos do Poder Constituinte já se encontravam na obra de Locke. Locke não falava em Poder Constituinte, mas sim em Supreme Power (Poder Supremo) no livro “Dois tratados sobre o Governo” de 1689. Quais são os pressupostos do Supreme Power de John Locke (“Dois Tratados sobre o Governo”, 1689) identificados com o Poder Constituinte (Canotilho): a) O poder supremo é conferido à sociedade ou comunidade não a qualquer soberano (Locke). Obs.: Já na obra de Syeyès o Poder Constituinte pertence à nação. b) Por meio do contrato social o povo confere ao legislador poderes limitados e específicos, nunca arbitrários (Locke). Obs.: Já na obra de Syeyès é a Constituição que vai permitir ao legislador o exercício do Poder Constituinte de forma limitada e nunca arbitrária. c) Só o corpo político reunido no povo pode estabelecer a constituição política da sociedade (Locke). Obs.: Já na obra de Syeyès a nação por meio de uma assembleia nacional constituinte poderá mudar toda a conformação do Estado Francês e escrever a Constituição. DIVISÃO DO PODER CONSTITUINTE Divisão clássica do PC Divisão atual do PC Divide-se em Poder Constituinte e Poder Constituído: Poder Constituinte – o Poder Constituinte é um só, não havendo que se falar em Poder Constituinte originário e derivado. É aquele que quando aparece, aparece ao mesmo tempo com a força do poder desconstituinte. O Poder Constituinte é aquele que dá uma nova Constituição ao Estado, ao mesmo passo em que desconstitui tudo que havia juridicamente antes dele. É aquele que tem ao seu lado não só a força de constituir, mas também a força de desconstituir tudo que juridicamente preexiste a ele. Poder Desconstituinte Segundo o Ministro Carlos Ayres de Britto, o Poder Constituinte é aquele que com uma mão em giz constituí, e com a outra mão tem um apagador desconstituindo a ordem anterior. Segundo a divisão atual, a expressão Poder Constituinte Originário é redundante, pois todo o Poder Constituinte é originário (pode desconstituir tudo que havia antes). E para esta corrente, a expressão Poder Constituinte “derivado” é contraditória, pois se é constituinte não é derivado de nenhuma força jurídica, haja vista que desconstitui todas as forças jurídicas anteriores. O Poder Constituinte é um só. É aquele que tem ao seu lado o Poder “desconstituinte”. São duas faces da mesma moeda. Outra divisão atual Poder Constituinte Poderes Constituídos: a) Reformador: a.1) por emenda; a.2) por revisão; a.3) por tratados internacionais de Direitos Humanos; b) Decorrente (aquele com base no qual as Constituições Estaduais são elaboradas); c) Outros poderes (Poder Legislativo, Poder Executivo, Poder Judiciário, Ministério Público, etc.). OUTRAS CLASSIFICAÇÕES PC material – poder de decidir antecede o poder constituinte formal PC formal – poder de formalizar, de escrever PC Fundacional ou histórico - é aquele que se manifesta na fundação do estado quando da primeira constituição. PC reconstituinte ou Revolucionário – é aquele que reconstroi o estado com uma nova cf Momentos de ruptura: Belicosos: conflito armado a) Golpe de Estado – tomada de poder por aqueles que já exercem o poder b) Revolução – quem toma o poder está fora do poder b.1) Conservadora; b.2) Social. Não Belicosos (“Transição constitucional”) sem conflito armado Formas de “Transição Constitucional”: 1ª forma: Independência da colônia planejada pela metrópole. 2ª forma: Abandono de período ditatorial pela evolução política rumo à democracia. Obs.: A nossa CF/88 é fruto de transição constitucional decorrente do abandono de um período ditatorial para evolução política rumo à democracia. A Assembleia Constituinte, que deu origem a nossa CF atual, foi convocada no momento de transição constitucional pela Emenda Constitucional 26/85 à Constituição anterior (CF/67), com a seguinte redação: “A Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do art. 49 da CF, promulgam a seguinte Emenda ao texto Constitucional: art. 1º Os Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal reunir-se-ão, unicameralmente, em Assembleia Nacional Constituinte, livre e soberana (= aquela que não está limitada por plebiscito, e cujo resultado não submetido a referendo), no dia 1º de fevereiro de 1987, na sede do Congresso Nacional. Art. 2º O Presidente do STF instalará a Assembleia Nacional Constituinte e dirigirá a sessão de eleição do seu Presidente. Art. 3º A Constituição será promulgada depois da aprovação de seu texto, em dois turnos de discussão e votação, pela maioria absoluta dos Membros da Assembleia Nacional Constituinte.” Há alguns problemas nesta Emenda Constitucional n. 26. A CF/88. Problema 1: a Assembleia foi convocada para escrever uma Constituição por meio de uma emenda à Constituição anterior, e emenda é fruto do Poder de Reforma. Então, tecnicamente há um descompasso. O Poder Constituinte não revoga a Constituição. Na verdade o nome não importa, mas sim a natureza jurídica. Trata-se na realidade de um Poder Constituinte. Problema 2: não tivemos uma Assembleia Constituinte exclusiva, afinal os membros do Poder Constituinte coincidiam com os representantes eleitos para o Poder Constituído Legislativo. Problema 3: havia Senadores que estavam no meio do mandato que não foram eleitos para exercer Poder Constituinte. Tinham mandatos de 8 anos, mas estavam no meio do mandato. Este tema foi enfrentado logo como tema de abertura da Assembleia Nacional Constituinte, oportunidade em que esta deliberou no sentido da participação destes senadores que estavam no meio de um mandato. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO é o primeiro, originário – a partir do qual o estado surge Surge um novo estado a cada nova constituição. No poder constituinte originário, a constituição formal materializa a constituição e a constituição material dá o conteúdo a constituição. O material precede o formal. É importante notar, contudo, que, em que pese o poder constituinte originário ser autônomo, as escolhas de Direito que cabem a ele poderão ser legítimas ou não, de acordo com a correspondência entre o conteúdo escolhido para ser consagrado e os valores da comunidade (legitimidade objetiva – correspondência entre os valores escolhidos e os valores que a sociedade realmente considera importante) e correspondência no que tange aos responsáveis pela elaboração da Constituição (legitimidade subjetiva – a Constituição deve ser feita por pessoas que são efetivamente representantes do povo). atuar novamente a qualquer momento. NATUREZA Para os Jusnaturalistas (tomas de aquino), o pco deve se ser limitado pelos direitos naturais (poder de direito ou jurídico) enquanto que para os positivistas (Hans kelsen) não há qualquer tipo de limitação ao pco (poder de fato), é uma força fática (histórico) que não tem como base norma jurídica.
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