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Recurso de Apelação em Ação Condenatória

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Caso prático II
Acácia celebrou com o Banco XXG contrato de empréstimo, no valor de R$ 
480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais), a ser quitado em 48 parcelas 
mensais de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para aquisição de um apartamento 
situado na cidade de Vitória, Espírito Santo, concedendo em garantia, mediante 
alienação fiduciária, o referido apartamento, avaliado em R$ 420.000,00 
(quatrocentos e vinte mil reais). Após o pagamento das primeiras 12 parcelas 
mensais, totalizando R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), Acácia parou de 
realizar os pagamentos ao Banco XXG, que iniciou o procedimento de 
execução extrajudicial da garantia fiduciária, conforme previsto na Lei nº 
9.514/97. Acácia foi intimada e não purgou a mora, e o imóvel foi a leilão em 
duas ocasiões, não havendo propostas para sua aquisição, de modo que 
houve a consolidação da propriedade do imóvel ao Banco XXG, com a 
quitação do contrato de financiamento. Acácia ajuizou, em seguida, ação 
condenatória em face do Banco XXG, distribuída para a 1ª Vara Cível de 
Vitória e autuada sob o nº 001234, sob a alegação de que, somados os valores 
do imóvel e das parcelas pagas, o Banco XXG teria recebido R$ 540.000,00 
(quinhentos e quarenta mil reais), mais do que o valor concedido a título de 
empréstimo. Acácia formulou pedido condenatório pretendendo o recebimento 
da diferença, ou seja, R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), assim como postulou 
a concessão dos benefícios da justiça gratuita, alegando não possuir condições 
financeiras para arcar com as custas processuais e os honorários 
sucumbenciais. O Banco XXG, citado, apresentou sua contestação, afirmando 
que a pretensão não encontraria respaldo jurídico, à luz do regime previsto na 
Lei nº 9.514/97, requerendo a improcedência da pretensão. Demonstrou que 
Acácia possuiria 4 (quatro) imóveis, além de participação societária em 3 (três) 
empresas, e condição financeira apta ao pagamento das custas e dos 
honorários, requerendo o indeferimento da justiça gratuita à Acácia. O juiz 
concedeu o benefício da justiça gratuita que havia sido postulado na inicial em 
decisão interlocutória e, após, julgou procedentes os pedidos, condenando o 
Banco XXG a restituir o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e a arcar 
com as custas processuais e os honorários sucumbenciais em 10% do valor da 
condenação. A sentença foi publicada em 03/05/2021, segunda-feira, sendo 
certo que não possui omissão, obscuridade ou contradição.
Considerando apenas as informações expostas, elabore, na qualidade de 
advogado(a) do Banco XXG, a peça processual cabível para defesa dos 
interesses de seu cliente, que leve o tema à instância superior, indicando 
seus requisitos e fundamentos, nos termos da legislação vigente. O 
recurso deverá ser datado no último dia do prazo para apresentação
A peça processual cabível é o recurso de apelação (Art. 1.009 do CPC), interposto no prazo de 
15 dias úteis, ou seja, em 24/05/2021. O examinando deverá interpor o recurso em petição 
dirigida ao juízo de primeiro grau (Art. 1.010), contendo o nome e a qualificação das partes, 
além de requerer a intimação para apresentação de contrarrazões e a remessa ao tribunal 
indepedentemente do juízo de admissibilidade. Nas razões recursais, deverá indicar os fatos 
ocorridos, bem como fundamentar juridicamente seu pleito. Inicialmente, caberá formular 
pedido de revogação do benefício da justiça gratuita (Art. 1.009, §1º), porque não sujeita a 
recurso de Agravo (Art. 1.015). Deverá indicar que Acácia possui 4 imóveis e participação 
societária em 3 empresas, possuindo condições de arcar com custas e honorários, não sendo 
hipótese de incidência do Art. 98 do CPC. No mérito, o examinando deverá alegar que o Banco 
XXG seguiu estritamente o procedimento previsto no Art. 26 e no Art. 27, ambos da Lei nº 
9.514/97, que prevê expressamente o “perdão legal” no Art. 27, §§ 5º e 6º, in verbis: § 5º Se, no 
segundo leilão, o maior lance oferecido não for igual ou superior ao valor referido no § 2º, 
considerarse-á extinta a dívida e exonerado o credor da obrigação de que trata o § 4º. § 6º Na 
hipótese de que trata o parágrafo anterior, o credor, no prazo de cinco dias a contar da data do 
segundo leilão, dará ao devedor quitação da dívida, mediante termo próprio. O examinando 
deverá formular o pedido de reforma da decisão que concedeu a justiça gratuita e da sentença, 
para julgar improcedente o pedido, com a condenação de Acácia ao pagamento integral das 
custas e honorários, majorados para fase recursal (Art. 85 do CPC). Deve, a seguir, proceder ao 
encerramento da peça.
AO JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA -ES.
Banco XXG, já qualificado nos autos, por seu advogado (a) devidamente 
constituído nos autos da ação Condenatória que lhe move Acácia, também já 
qualificada, inconformado com a r. sentença, vem, respeitosamente, à presença de 
V. Exa., com fundamento nos artigos 1.009 e seguintes, do CPC/2015, interpor, 
tempestivamente, a presente APELAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito que 
ficam fazendo parte integrante desta.
Destaca o recorrente o cabimento deste recurso, já que, nos termos do 
artigo 1.009 do CPC/2015, da sentença cabe apelação. 
Outrossim, nos termos do artigo 1.012 do CPC/2015, o presente recurso 
deve ser dotado dos efeitos devolutivo e suspensivo. 
Requer ainda que, após os trâmites legais, sejam os autos encaminhados ao 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, esperando-se que o recurso, uma 
vez conhecido o processado na forma da lei, seja integralmente provido. 
Informa, outrossim, que, nos termos do artigo 1.007 do CPC/2015, foram 
recolhidos o porte de remessa e retorno e o devido preparo, o que se comprova pela 
guia devidamente quitada que hora se junta aos autos.
Termos em que requer deferimento.
Vitória, 24/05/2021
Advogado
OAB/GO
RAZÕES DE RECURSO
Apelante: (Banco XXG)
Apelado: (Acácia)
Autos nº 001234
Vara de origem: 1ª VARA CÍVEL DE VITÓRIA 
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Nobre julgadores
I- BREVE SÍNTESE DOS FATOS
Acácia, ora Apelada, celebrou com o Banco XXG contrato de 
empréstimo, no valor de R$ 480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais), a ser 
quitado em 48 parcelas mensais de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para 
aquisição de um apartamento situado na cidade de Vitória, Espírito Santo, 
concedendo em garantia, mediante alienação fiduciária, o referido 
apartamento, avaliado em R$ 420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais), 
porém após o pagamento das primeiras 12 parcelas mensais, totalizando R$ 
120.000,00 (cento e vinte mil reais), a Apelada parou de realizar os 
pagamentos ao Banco XXG. 
O Banco XXG, ora Apelante, devidamente citado, iniciou o 
procedimento de execução extrajudicial da garantia fiduciária, conforme 
previsto na Lei nº 9.514/97.
A Apelada ajuizou, em seguida, ação condenatória em face do 
Banco XXG, distribuída para a 1ª Vara Cível de Vitória e autuada sob o nº 
001234, sob a alegação de que, somados os valores do imóvel e das parcelas 
pagas, o Banco XXG teria recebido R$ 540.000,00 (quinhentos e quarenta mil 
reais), mais do que o valor concedido a título de empréstimo. A Apelada 
formulou pedido condenatório pretendendo o recebimento da diferença, ou 
seja, R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), assim como postulou a concessão dos 
benefícios da justiça gratuita, alegando não possuir condições financeiras para 
arcar com as custas processuais e os honorários sucumbenciais. Foi requerida 
pelo réu apelante a contradita de uma das testemunhas, ao argumento de que 
mesma seria amiga íntima do autor/ apelado (CPC/2015, artigo 447 §3º I) 
contudo a contradita foi indeferida pelo juíz de primeiro grau. 
O Apelado, citado, apresentou sua contestação, afirmando que a 
pretensão não encontraria respaldo jurídico, à luz do regime previsto na Lei nº 
9.514/97, requerendo a improcedência da pretensão. Demonstrou que Acácia 
possuiria4 (quatro) imóveis, além de participação societária em 3 (três) 
empresas, e condição financeira apta ao pagamento das custas e dos 
honorários, requerendo o indeferimento da justiça gratuita à Acácia. 
O juiz concedeu o benefício da justiça gratuita que havia sido 
postulado na inicial em decisão interlocutória e, após, julgou procedentes os 
pedidos, condenando o Banco XXG a restituir o valor de R$ 60.000,00 
(sessenta mil reais) e a arcar com as custas processuais e os honorários 
sucumbenciais em 10% do valor da condenação. 
Tal r. decisão, todavia, não merece prosperar, devendo ser anulada 
caso assim não se entenda, reformada, consoante se demonstrará.
II. DAS RAZÕES DO INCONFORMISMO/IRRESIGNAÇÃO
a) Preliminarmente: revogação do benefício da justiça gratuita 
(CPC/2015 artigo 1.009 §1º.
O art. 98 do CPC/15 trata-se de situações em que uma pessoa pode 
ser beneficiada com a gratuidade da justiça. Em seu Caput apresenta as 
situações de quem solicita a gratuidade, sendo que é apontado: “pessoas com 
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os 
honorários advocatícios”.
No momento da audiência, o réu, ora apelante, requereu a contradita 
sob o argumento de que a pretensão não encontraria respaldo jurídico, 
demonstrando que Acácia possuiria 4 (quatro) imóveis, além de participação 
societária em 3 (três) empresas, e condição financeira apta ao pagamento das 
custas e dos honorários, requerendo o indeferimento da justiça gratuita à 
Acácia
Nos termos dos documentos ora anexados, percebe-se que a 
Apelada possui sim condições financeiras para arcar com as custas 
processsuais.
Assim, esta preliminar deverá ser acolhida para que se reconheça a 
revogação do benefício da justiça gratuita.
 
b) Da nulidade da decisão por não se enquadrar estritamente no 
procedimento previsto no Art. 26 e no Art. 27, ambos da Lei nº 
9.514/97
A r. Sentença impugnada não pode prevalecer: o “perdão legal não 
será possível, pois assim a quitação de sua dívida já foi realizada através da 
aquisição do imóvel pelo leilão nos termos da da Lei nº 9.514/97, que prevê 
expressamente o “perdão legal” no Art. 27, §§ 5º e 6º, in verbis: § 5º Se, no 
segundo leilão, o maior lance oferecido não for igual ou superior ao valor 
referido no § 2º, considerar se-á extinta a dívida e exonerado o credor da 
obrigação de que trata o § 4º. § 6º Na hipótese de que trata o parágrafo 
anterior, o credor, no prazo de cinco dias a contar da data do segundo leilão, 
dará ao devedor quitação da dívida, mediante termo próprio.
Tendo em vista que a Apelada não purgou a mora, e o imóvel foi a 
leilão em duas ocasiões, não havendo propostas para sua aquisição, de modo 
que houve a consolidação da propriedade do imóvel, assim, faz-se de rigor o 
reconhecimento da nulidade da sentença, devendo esta ser anulada, com a 
remessa dos autos ao primeiro grau para nova decisão, ou então, que esse E. 
Tribunal simplesmente afaste aquilo que exorbita do pedido (CPC/15, art. 
1.013,§ 3º, II).
c) Do mérito: da necessária reforma da sentença condenatória.
Ademais, ainda que a r. Sentença seja considerada formalmente em 
ordem, o que se admite somente para argumentar, cumpre ressaltar que o 
juízo de primeiro grau não aplicou de forma correta o direito material ao 
reconhecer a responsabilidade da apelante.
Em sentido oposto ao que conta na sentença, afirma o art. 99 do 
CPC que o juiz somente poderá indeferir o pedido de gratuidade de justiça se 
houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais 
para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, 
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos 
pressupostos, sendo que os elementos comprobatórios de sua renda estão nos 
autos, tento assim conhecimento que a Apelada tem condições financeiras 
para arcar com as custas e mesmo assim foi deferido seu pedido de 
gratuidade.
Quanto à aplicação de determinado dispositivo legal, houve claro 
Error in procedendo do magistrado, devendo este Egrégio Tribunal reformar a 
decisão para adequá-la ao ordenamento vigente. Como demonstrativos da 
melhor prestação em situações semelhantes, merecem transcrição excertos 
doutrinários e decisórios. NCIA JUDICIÁRIA - INDEFERIMENTO DO PEDIDO 
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA POR FALTA DE PROVA DA NECESSIDADE - 
PRESUNÇÃO JURIS TANTUM - PENHORA - TRATOR - IMPLEMENTO 
UTILIZADO EM ATIVIDADE AGRÍCOLA - CONSTRIÇÃO JUDICIAL 
DESCABIDA. APELAÇÃO PROVIDA. 1-Restando comprovado que o apelante 
é agricultor e utiliza o trator para atividade agrícola em sua propriedade, da 
qual retira, presumivelmente, o seu sustento, há que ser reconhecida a sua 
impenhorabilidade, "ex vi" do disposto no artigo 649 , VI do CPC , eis que se 
trata de instrumento necessário ao exercício de sua profissão. 2-Para a 
concessão do benefício da gratuidade da justiça não se exige prévia 
demonstração da necessidade, bastando a simples afirmação do estado de 
pobreza, que se presume até prova em contrário (artigo 4º e seu § 1º , da Lei 
nº 1060 /50).
Sendo assim, solicito que a Apelada cumpra com os termos do Art. 
85, I, II e III do CPC, na qual a sentença condenará o vencido a pagar 
honorários ao advogado do vencedor.
III. dos pedidos e requerimentos
c) Preliminarmente, revogação do benefício da justiça gratuita por 
não existir comprovação de renda baixa. 
d) Diante da existência de decisão, seja anulada a r. Sentença ora 
combatida, por violação aos limites do pedido, remetendo-se os autos ao 
primeiro grau de jurisdição para que a presente demanda possa ser 
novamente julgada ou, então, seja afastado os pedidos da Apelada.
e) Caso não haja a devolução dos autos à origem, requer seja reformada a 
r. Sentença, julgando totalmente improcedente o pedido de justiça 
gratuita estando comprovada nos autos as condições da autora
f) Requer, outrossim, a condenação da Apelada ao pagamento integral 
das custas e honorários, majorados para fase recursal.
 
Termos que requerem deferimento.
Vitória, 24/05/2021, assinatura, OAB.

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