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CULTURA DO ARROZ PLANTAS DE LAVOURA AGONOMIA ULBRA ITUMBARA-GO IMPORTÂNCIA ECONÔMICA Agrolink • Cultivado e consumido em todos os continentes, o arroz destaca-se pela produção e área de cultivo, desempenhando papel estratégico tanto no aspecto econômico quanto social. • Cerca de 150 milhões de hectares de arroz são cultivados anualmente no mundo, produzindo 590 milhões de toneladas, sendo que mais de 75% desta produção é oriunda do sistema de cultivo irrigado. • É alimento básico para cerca de 2,4 bilhões de pessoas e, segundo estimativas, até 2050, haverá uma demanda para atender ao dobro desta população. • É um dos mais importantes grãos em termos de valor econômico. • É considerado o cultivo alimentar de maior importância em muitos países em desenvolvimento, principalmente na Ásia e Oceania, onde vivem 70% da população total dos países em desenvolvimento e cerca de dois terços da população subnutrida mundial. • O arroz possui pouco glúten, e por isso não é utilizado para a fabricação de pães. • Em certos países, como o Japão, a palha de arroz é empregada na confecção de esteiras, cestas e calçados, mas no Ocidente - e, cada vez mais, em todo o mundo - tem aplicações econômicas importantes: ótimo componente para a ração animal é também usada em indústrias de bebidas, para fermentação, e na agricultura, como fertilizante e cobertura em plantações. • Fabrica-se ainda uma bebida com o arroz, o saquê, muito apreciada no Japão, e de elevada graduação alcoólica. • Usa-se também na fabricação de vinagres. • O arroz é um dos alimentos com melhor balanceamento nutricional, fornecendo 20% da energia e 15% da proteína per capita necessária ao homem, e sendo uma cultura extremamente versátil, que se adapta a diferentes condições de solo e clima, é considerado a espécie que apresenta maior potencial para o combate a fome no mundo. • Aproximadamente 90% de todo o arroz do mundo é cultivado e consumido na Ásia. • A América Latina ocupa o segundo lugar em produção e o terceiro em consumo. • Assim como na Ásia, o arroz é um produto importante na economia de muitos dos países latino-americanos pelo fato de ser item básico na dieta da população, como nos casos do Brasil, Colômbia e Peru, ou por ser um produto importante no comércio internacional, como no de Uruguai, Argentina e Guiana, como exportadores, e de Brasil, México e Cuba, entre outros, como importadores. • A produção mundial de arroz não vem acompanhando o crescimento do consumo. • Nos últimos seis anos, a produção mundial aumentou cerca de 1,09% ao ano, enquanto a população cresceu 1,32% e o consumo 1,27%, havendo grande preocupação em relação a estabilização da produção mundial. • O Brasil está entre os dez principais produtores mundiais de arroz, com cerca de 11 milhões de toneladas para um consumo de 11,7 milhões de toneladas base casca, destacando-se como o maior produtor de fora do continente Asiático. • Em 2008, a produção Brasileira representou 2% do total mundial, e cerca de 55% da América Latina. • Em termos de receita, a lavoura orizícola tem grande importância econômica para o Brasil. • No ano 2000 a produção no valor de R$ 3,34 bilhões, representou 6,7% do valor bruto da produção agrícola nacional (R$ 49,75 bilhões). • Apenas a soja, milho, café e cana de açúcar têm valor bruto maior do que a orizicultura. • Essa produção é oriunda de dois sistemas de cultivo: irrigado e de sequeiro. Arroz irrigado • A orizicultura irrigada é responsável por 60% da produção nacional, porém, com baixa rentabilidade, devido ao alto custo de produção e distorções de mercado. • O cultivo do arroz irrigado presente em todas as Regiões brasileiras, destaca-se na Região Sul, sendo insignificante nas demais regiões. • As várzeas subtropicais estão presentes nos estados do Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC) e Paraná (PR). • No RS, são encontrados cerca de 5,4 milhões de hectares de várzeas e em SC, aproximadamente 684 mil hectares. • No PR, estima-se que existem cerca de 400 mil hectares, o que totaliza uma área de cerca de 6,5 milhões de hectares de várzeas na Região Sul do Brasil. • Nessas várzeas, anualmente, são cultivados com arroz irrigado cerca de 1,1 milhão de hectares, cuja produção supre mais de 50% da demanda nacional. • Na região do Brasil Central, ha cerca de 12 milhões de hectares de várzeas, sendo a maior parte ainda sob mata ou pastagem nativa. • No Tocantins, existe, atualmente, cerca de 40 mil hectares de terras sistematizadas para o cultivo de arroz irrigado. • A lavoura de arroz irrigado no RS é considerada estabilizadora da safra nacional deste cereal, representando 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) e gerando R$ 175 milhões em ICMS (Imposto para Circulação de Mercadorias e Serviços) e 250 mil empregos no Estado. • Cultivado em cerca de 1.079 mil hectares, apresenta uma produtividade média em torno de 6.400 kg ha-1 (CONAB, 2010), próxima das obtidas em países tradicionais no cultivo de arroz irrigado, ficando pouco abaixo das obtidas nos EUA, Austrália e Japão. • Considerando os últimos dez anos, a área de cultivo do cereal no RS passou de 856 mil (1991/92) para 1.079 mil ha (2009/10). • A produção total de arroz no Estado oscilou entre 3,5 milhões de toneladas em 1997/98 para 6,4 milhões em 2009/2010, com produtividade média variando de 5.843 kg ha-1, em 1998/99, para 6.400 kg ha-1. • Em Santa Catarina, o cultivo de arroz é realizado 100% no sistema pré-germinado, alcançando uma produtividade ao redor de 7.200 kg ha-1, em uma área de 149 mil hectares. • O Estado ocupa o segundo lugar na produção de arroz irrigado, com cerca de 1.077 mil toneladas anuais. • No Paraná, na safra 2009/2010, a área de cultivo foi de 40 mil hectares, produzindo cerca de 170 mil toneladas e apresentando uma produtividade de 4.184 ha-1. • A quase totalidade do arroz produzido no Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresenta tipo de grão longo fino de alta qualidade de cocção, características exigidas no mercado brasileiro, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. • Cerca de 12% do arroz produzido no RS e 30% da produção de Santa Catarina são consumidos nos respectivos Estados, o restante é exportado para os demais centros consumidores. Vídeo • Arroz pré germinado COPERJA 4’ • https://www.youtube.com/watch?v=QmhJaYvHy_o Arroz de sequeiro • A cultura do arroz de sequeiro, pouco exigente em insumos e tolerante à solos ácidos, teve um destacado papel como cultura pioneira durante o processo de ocupação agrícola dos cerrados, iniciado na década de 60. • Este processo de abertura de área teve seu pico no período 75-85, em que a cultura chegou a ocupar área superior a 4,5 milhões de ha. • O sistema de exploração caracterizava-se pelo baixo custo de produção, devido à baixa adoção das práticas recomendadas, incluindo plantios tardios. • A significativa ocorrência de veranicos fazia com que a cultura apresentasse uma produtividade média baixa, ao redor de 1.000 kg ha-1, sendo considerada como de alto risco e gerando centenas de casos de pedidos de Proagro. • Apesar desse panorama pouco promissor, a pesquisa nesse período já oferecia um leque de alternativas para minimização da adversidade climática, incluindo cultivares tolerantes à seca, classificação do grau de risco dos municípios produtores, adequação da época de semeadura e do ciclo da cultivar, preparo de solo e manejo de fertilizantes visando aprofundamento radicular e aumento da reserva útil de água do solo, além de técnicas do manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas. • Com a progressiva redução das áreas de abertura, em meados da década de 80, a área cultivada com arroz sob o sistema de cultivo de sequeiro, foi sendo gradativamente reduzida, ao mesmo tempo em que a fronteira agrícola se moveu no sentido sudeste-noroeste.• A consequência desse movimento foi a redução do risco climático, o que tornou mais propícia a aplicação das tecnologias recomendadas pela pesquisa. • Para estas novas e promissoras áreas, a criação de cultivares de tipo de planta moderno (estatura e perfilhamento intermediários, folhas eretas), de maior potencial produtivo e grão do tipo "agulhinha", além do crescimento do nível de insumos aplicados, motivado pela melhor relação custo/benefício, trouxe também um substancial aumento da aceitação do produto pela indústria e consumidores. • Apesar da expressiva redução da área cultivada (-50%), que hoje perfaz apenas 2,2 milhões de ha, a produção manteve-se nos mesmos níveis da década de 70, devido ao grande aumento da produtividade, que cresceu para 2.500 kg ha-1. • Este aumento da produtividade média é bastante animador, sendo, contudo, ainda muito aquém do que é possível obter com a nova cultura, ora denominada de "arroz de terras altas". • Em lavouras bem conduzidas, em áreas favorecidas quanto à distribuição de chuvas, como no Centro-Norte do MT, pode-se alcançar mais de 4.500 kg ha-1, enquanto em nível experimental, tem-se obtido até 6.000 kg ha-1. • A inserção do arroz como componente de sistemas agrícolas de sequeiro vem ocorrendo de forma gradual, especialmente na região Sudoeste e Centro-Norte do Mato Grosso. • Além do bom rendimento nessas condições, o arroz promove o desempenho de outras culturas, como a soja, quando utilizado em rotação e/ou sucessão. • Atualmente, a pesquisa com a cultura do arroz de terras altas, prioriza ações, que visam consolidar a presença da cultura em sistemas de produção de grãos nas regiões favorecidas dos cerrados e, especialmente, adaptá-la ao sistema de plantio direto, que oferece vários desafios. • Sistema de cultivo - Embrapa • O arroz é considerado o produto de maior importância econômica em muitos países em desenvolvimento, constituindo-se alimento básico para cerca de 2,4 bilhões de pessoas. • É uma cultura que apresenta grande capacidade de se adaptar a diferentes condições de solo e clima. • Cultivado e consumido em todos os continentes, o arroz se destaca pela produção e área de cultivo, desempenhando papel estratégico tanto em nível econômico quanto social para os povos das nações mais populosas da Ásia, África e América Latina. • Comparado com as demais culturas, o arroz se destaca em segundo lugar em extensão de área cultivada e é superado apenas pelo trigo. Ecossistemas • São considerados dois grandes ecossistemas para a cultura, que são o de várzeas e o de terras altas, englobando todos os sistemas de cultivo de arroz no país, sendo os principais o irrigado por inundação e o de terras altas. • Esse último é caracterizado pela condição aeróbica de desenvolvimento da raiz da planta, ao passo que, sob condições de solo inundado, a consequente criação de uma condição anaeróbica implica uma série de transformações que influenciam não só o desenvolvimento da planta de arroz como também a absorção de nutrientes e o manejo do solo. Ecossistemas várzeas • No Brasil, a maior parcela da produção de arroz do país é proveniente do ecossistema várzeas, onde a orizicultura irrigada é responsável por 75% da produção nacional, sendo considerada um estabilizador da safra nacional, uma vez que não é tão dependente das condições climáticas como no cultivo de sequeiro. • Na região subtropical do Brasil, na qual se localizam os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, nas últimas safras, foram cultivados cerca de um milhão e trezentos mil hectares de arroz irrigado, por ano. • Esses dois estados contribuíram com mais de 63% para a formação do estoque nacional de arroz, algo ao redor de 12,5 milhões de toneladas. • A orizicultura gaúcha caracteriza-se pela predominância do cultivo irrigado extensivo, dentro de um sistema empresarial, exercido principalmente por grandes e médios produtores, onde é tradicionalmente conduzida em rotação com pastagem. • Além do sistema tradicional de cultivo, são empregados o cultivo mínimo, o plantio direto e o pré-germinado. • No Rio Grande do Sul, o arroz irrigado é cultivado nas seguintes regiões: Fronteira Oeste, Depressão Central (Figura 1), Campanha, Sul, Costa Externa da Lagoa dos Patos e Costa Interna da Lagoa dos Patos. • Figura 1 -Vista geral de lavouras de arroz irrigado na região da Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul, Município de Agudo. • O cultivo no Estado de Santa Catarina concentra-se no baixo e médio vale do Itajaí e no litoral norte e ocupa o segundo lugar na produção de arroz irrigado. • Contrária à orizicultura gaúcha, a catarinense caracteriza-se pela presença de pequenas propriedades e pelo sistema de plantio com sementes pré-germinadas, 98%, que apresenta como vantagens: permite o preparo do solo e a semeadura mesmo em dias chuvosos; controle do arroz vermelho; menor requerimento de herbicidas devido ao melhor controle das plantas daninhas; maior eficiência no uso de máquinas; e redução dos tratos culturais pela sistematização e nivelamento do solo. • Na região tropical (Figura 2), a área cultivada com arroz irrigado é ao redor de 13% apenas, o que proporciona cerca de 11% da produção total brasileira nesse ecossistema. Figura 2 - Cultivo de arroz irrigado na região tropical, município de Lagoa da Confusão, no Tocantins. • A planície sedimentar da Bacia do Araguaia, no Tocantins, ocupa cerca de 1,2 milhão de hectares. • O vale do Araguaia constitui-se em uma das regiões mais promissoras para a expansão da orizicultura brasileira, com condições para atendimento do mercado das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. • O cultivo da soca tem se mostrado como uma das alternativas viáveis para aumentar a produtividade de grãos na região tropical. • Nos perímetros irrigados da Região Nordeste são empregados os sistemas de plantio com semente seca, pré-germinada e o transplantio (Figura 3). • Figura 3 - Cultivo de arroz irrigado por transplantio na vazante do Açude de Orós, no Ceará. Ecossistema terras altas • No sistema de terras altas, o arroz pode ser cultivado com irrigação suplementar por aspersão (Figura 4) ou sem irrigação (Figura 5), ou seja, a disponibilidade de água para a cultura é totalmente dependente da ocorrência de chuva. Figura 4 – Cultivo de arroz de terras altas com irrigação por aspersão. • Figura 5 – Cultivo de arroz de sequeiro sem irrigação. • O sistema de cultivo de arroz com irrigação por aspersão caracteriza-se pelo intenso uso do solo, com rotação de culturas e elevado uso de tecnologia. • Os plantios feitos na estação chuvosa, durante os meses de outubro a maio, fazem uso da irrigação de forma suplementar. • No início do período “das águas”, a ocorrência de chuva é incerta e, em janeiro e fevereiro, podem acontecer períodos de estiagem, denominados veranicos. Referências: • AGROLINK - https://www.agrolink.com.br/culturas/arroz/informacoes/imp ortancia_361560.html • EMBRAPA - https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/ CONT000g1wcnzza02wx5ok0ha2lipwbeel46.html
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