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Pares de Nervos Cranianos

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 Pares de Nervos Cranianos 
Problema 1; 5º período; “Boca torta”.
Anatomofisiologia 
Os doze pares de nervos cranianos têm 
esse nome porque se originam no encéfalo, 
dentro da cavidade craniana, e passam através 
de vários forames do crânio. Assim como os 31 
pares de nervos espinais, eles integram a parte 
periférica do sistema nervoso (SNP). Cada nervo 
craniano tem um número – indicado por um 
numeral romano – e um nome. Os números 
indicam a ordem, de anterior para posterior, na 
qual os nervos se originam no encéfalo. Os nomes 
designam a distribuição ou a função dos nervos. 
Três nervos cranianos (I, II e VIII) contêm 
axônios de neurônios sensitivos e são, portanto, 
chamados de nervos sensitivos especiais. Na 
cabeça, eles são exclusivos e estão associados 
aos sentidos especiais do olfato, da visão e da 
audição, respectivamente. Os corpos celulares da 
maioria dos nervos sensitivos estão localizados 
em gânglios situados fora do encéfalo. 
Cinco nervos cranianos (III, IV, VI, XI e XII) 
são classificados como nervos motores, pois eles 
contêm apenas axônios de neurônios motores 
quando deixam o tronco encefálico. 
Os axônios que inervam músculos 
esqueléticos são de dois tipos: 
A. Axônios motores branquiais inervam 
músculos esqueléticos que se desenvolvem 
a partir dos arcos faríngeos (branquiais). 
Estes neurônios deixam o encéfalo por meio 
de nervos cranianos mistos e pelo nervo 
acessório. 
B. Axônios motores somáticos inervam 
músculos esqueléticos que se desenvolvem 
a partir dos somitos da cabeça (músculos dos 
olhos e da língua). Estes neurônios saem do 
encéfalo por meio de cinco nervos 
cranianos motores (III, IV, VI, XI e XII). 
Axônios motores que inervam músculos 
lisos, músculos cardíacos e glândulas são 
chamados de axônios motores autônomos e 
fazem parte da divisão autônoma do 
sistema nervoso. 
Os quatro nervos cranianos restantes (V, VII, 
IX e X) são nervos mistos – contêm axônios de 
neurônios sensitivos que entram no encéfalo e de 
neurônios motores que deixam o encéfalo. 
1  Nervo Olfatório 
O nervo olfatório é totalmente sensitivo; ele 
contém axônios que conduzem impulsos nervosos 
relacionados com o olfato. O epitélio olfatório 
ocupa a parte superior da cavidade nasal, 
cobrindo a face inferior da lâmina cribriforme e 
se estendendo inferiormente ao longo da concha 
nasal superior. Os receptores olfatórios do 
epitélio olfatório são neurônios bipolares. Cada 
um apresenta um dendrito sensível a odores que 
se projeta de um lado do corpo celular e um 
axônio não mielinizado que se projeta do outro 
lado. 
Os nervos olfatórios terminam no encéfalo 
em massas pares de substância cinzenta 
conhecidas como bulbos olfatórios, duas 
projeções do encéfalo que repousam sobre a 
lâmina cribriforme. Nos bulbos olfatórios, as 
terminações axônicas fazem sinapse com os 
dendritos e corpos celulares dos próximos 
neurônios da via olfatória. Os axônios destes 
neurônios formam os tratos olfatórios, que se 
estendem posteriormente a partir dos bulbos 
olfatórios. Os axônios dos tratos olfatórios 
terminam na área olfatória primária, localizada no 
lobo temporal. 
 
 
 
 
 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. O epitélio olfatório está localizado na face inferior da lâmina 
cribriforme e nas conchas nasais superiores. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2016. 
2  Nervo Óptico 
O nervo óptico (II) é totalmente sensitivo: 
ele contém axônios que conduzem os impulsos 
nervosos relacionados com a visão. Na retina, os 
bastonetes e os cones iniciam os sinais visuais, 
transmitindo-os para as células bipolares, que 
enviam estes sinais para células ganglionares. Os 
axônios de todas as células ganglionares da retina 
de cada olho se unem para formar o nervo óptico, 
que passa pelo forame óptico. Cerca de 10 mm 
atrás do bulbo do olho, os dois nervos ópticos se 
cruzam e formam o quiasma óptico. No quiasma, 
os axônios da metade medial de cada olho 
cruzam para o lado oposto; os axônios da metade 
lateral permanecem no mesmo lado. 
Posteriormente ao quiasma, estes axônios 
reagrupados formam os tratos ópticos. A maioria 
dos axônios dos tratos ópticos termina no núcleo 
geniculado lateral do tálamo. Lá eles fazem 
sinapse com neurônios cujos axônios se 
estendem até a área visual primária no lobo 
occipital (área 17). 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Na sequência, os sinais visuais são transmitidos dos bastonetes e 
cones para células bipolares, e então para células ganglionares. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2016. 
3, 4 e 6  Nervos Oculomotor, Troclear, 
e Abducente 
Os nervos oculomotor, troclear e abducente são nervos 
cranianos que controlam os músculos responsáveis pelo 
movimento dos bulbos dos olhos. Todos são nervos motores 
e, quando saem do encéfalo, contêm apenas axônios. Os 
axônios sensitivos dos músculos extrínsecos do bulbo do 
olho começam seu curso em direção ao encéfalo em cada 
um destes nervos, mas eles acabam se unindo ao ramo 
oftálmico do nervo trigêmeo. Os axônios sensitivos não 
chegam ao encéfalo pelos nervos oculomotor, troclear ou 
abducente. Os corpos celulares dos neurônios sensitivos 
unipolares se situam no núcleo mesencefálico e entram no 
encéfalo pelo nervo trigêmeo. Estes axônios transmitem 
impulsos nervosos dos músculos extrínsecos do bulbo do 
olho relacionados com a propriocepção – a percepção dos 
movimentos e da posição do corpo independente da visão. 
O nervo oculomotor (III) tem seu núcleo 
motor localizado na parte anterior do 
mesencéfalo. Este nervo se projeta anteriormente 
e se divide em ramos superior e inferior, ambos 
os quais passam pela fissura orbital superior em 
direção à órbita. Os axônios do ramo superior 
inervam os músculos reto superior (músculo 
extrínseco do bulbo do olho) e o levantador da 
pálpebra superior. Os axônios do ramo inferior 
suprem os músculos reto medial, reto inferior e 
oblíquo inferior – todos músculos extrínsecos do 
bulbo do olho. Estes neurônios motores somáticos 
controlam os movimentos do bulbo do olho e da 
pálpebra superior. 
O ramo inferior do nervo oculomotor 
também supre axônios motores parassimpáticos 
dos músculos intrínsecos do bulbo do olho, 
formados por músculos lisos. Dentre eles estão 
os músculos ciliares do bulbo do olho os músculos 
circulares (músculo esfíncter da pupila) da íris. Os 
impulsos parassimpáticos se propagam de um 
núcleo mesencefálico (núcleo oculomotor acessório) 
para o gânglio ciliar, um centro de transmissão 
sináptica para os dois neurônios motores da parte 
parassimpática da divisão autônoma do sistema 
nervoso. A partir do gânglio ciliar, alguns axônios 
motores parassimpáticos se projetam para o 
músculo ciliar, responsável pelo ajuste da lente 
para a visão de objetos próximos do observador 
(acomodação). Outros axônios motores 
parassimpáticos estimulam os músculos 
circulares da íris a se contrair quando uma luz 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
intensa estimula o olho, causando diminuição do 
tamanho da pupila (constrição). 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. O nervo oculomotor (III) é o que inerva a maior parte dos músculos 
extrínsecos do olho. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
O nervo troclear (IV) é o menor dos doze 
nervos cranianos e o único que emerge da face 
posterior do tronco encefálico. Os neurônios 
motores somáticos se originam de um núcleo 
mesencefálico (núcleo troclear), e os axônios deste 
núcleo cruzam para o lado oposto quando deixam 
o encéfalo por sua face posterior. A seguir, o 
nervo circunda a ponte e sai pela fissura orbital 
superior em direção à órbita. Estes axônios 
motores somáticos inervam o músculo oblíquo 
superior, outro músculo extrínseco do bulbo do 
olho que controla sua movimentação.Neurônios do nervo abducente (VI) se 
originam em um núcleo pontino (núcleo 
abducente). Os axônios motores somáticos se 
projetam deste núcleo em direção ao músculo 
reto lateral, um músculo extrínseco do bulbo do 
olho, pela fissura orbital superior. O nervo 
abducente tem esse nome porque é responsável 
pela abdução (rotação lateral) do bulbo do olho. 
5  Nervo Trigêmeo 
O nervo trigêmeo (V) é um nervo craniano 
misto e o maior dos nervos cranianos. Ele emerge 
a partir de duas raízes na face anterolateral da 
ponte. A grande raiz sensitiva apresenta uma 
protuberância conhecida como gânglio trigeminal 
(semilunar), localizado em uma fossa na face 
interna da parte petrosa do temporal. O gânglio 
contém corpos celulares da maior parte dos 
neurônios sensitivos primários. Os neurônios da 
5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
raiz motora, menor, se originam em um núcleo 
pontino. 
Como indica seu nome, o nervo trigêmeo 
apresenta três ramos: oftálmico, maxilar e 
mandibular. O nervo oftálmico, o menor dos 
ramos, passa pela órbita na fissura orbital 
superior. O nervo maxilar tem um tamanho 
intermediário entre os ramos oftálmico e 
mandibular e passa pelo forame redondo. O nervo 
mandibular, o maior ramo, passa pelo forame oval. 
Os axônios sensitivos do nervo trigêmeo 
transmitem impulsos nervosos de tato, dor e 
sensações térmicas (calor e frio). O nervo 
oftálmico contém axônios sensitivos da pele da 
pálpebra superior, da córnea, das glândulas 
lacrimais, da parte superior da cavidade nasal, da 
parte lateral do nariz, da fronte e da metade 
anterior do escalpo. O nervo maxilar contém 
axônios sensitivos da túnica mucosa do nariz, do 
palato, de parte da faringe, dos dentes superiores, 
do lábio superior e da pálpebra inferior. O nervo 
mandibular contém axônios dos dois terços 
anteriores da língua (não relacionados com a 
gustação), da bochecha e sua túnica mucosa, dos 
dentes inferiores, da pele sobre a mandíbula e 
anterior à orelha e da túnica mucosa do assoalho 
da boca. Os axônios sensitivos dos três ramos 
entram no gânglio trigeminal, onde seus corpos 
celulares estão localizados, e terminam em 
núcleos pontinos. O nervo trigêmeo também 
recebe axônios sensitivos de proprioceptores 
(receptores que fornecem informações sobre a posição 
e os movimentos do corpo) localizados nos músculos 
da mastigação e extrínsecos do bulbo do olho; no 
entanto, os corpos celulares destes neurônios 
estão localizados no núcleo mesencefálico. 
Os neurônios motores branquiais do nervo 
trigêmeo fazem parte do nervo mandibular e 
suprem músculos da mastigação (masseter, 
temporal, pterigoide medial, pterigoide lateral, o ventre 
anterior do músculo digástrico e o músculo milo-hióideo, 
bem como os músculos tensor do véu palatino no palato 
mole e tensor do tímpano na orelha média). Estes 
neurônios motores controlam principalmente os 
movimentos mastigatórios. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Os três ramos do nervo trigêmeo deixam o crânio pela fissura orbital 
superior, pelo forame redondo e pelo forame oval. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2016.
6 
Khilver Doanne Sousa Soares 
7  Nervo Facial 
O nervo facial (VII) é um nervo craniano 
misto. Seus axônios sensitivos se projetam a 
partir dos calículos gustatórios dos dois terços 
anteriores da língua, entrando no temporal para 
se unir ao nervo facial. Deste ponto, os axônios 
sensitivos passam pelo gânglio geniculado, grupo 
de corpos celulares de neurônios sensitivos do 
nervo facial dentro do temporal, e terminam na 
ponte. A partir da ponte, os axônios de estendem 
até o tálamo, e dali para áreas gustativas do 
córtex cerebral. A parte sensitiva do nervo facial 
também apresenta axônios da pele do meato 
acústico externo que transmitem sensações 
táteis, álgicas e térmicas. 
Os axônios dos neurônios motores 
branquiais se originam de um núcleo pontino e 
saem pelo forame estilomastóideo para inervar 
músculos da orelha média, da face, do escalpo e 
do pescoço. Impulsos nervosos que se propagam 
por estes axônios causam a contração dos 
músculos da mímica facial, bem como do 
músculo estilohióideo, ventre posterior do 
músculo digástrico e músculo estapédio. O nervo 
facial inerva mais músculos do que qualquer 
outro nervo do corpo. 
Axônios de neurônios motores percorrem 
ramos do nervo facial e se terminam em dois 
gânglios: o gânglio pterigopalatino e o gânglio 
submandibular. Por meio de transmissões 
sinápticas nos dois gânglios, os axônios motores 
parassimpáticos se projetam para as glândulas 
lacrimais (que secretam as lágrimas), as glândulas 
nasais, as glândulas palatinas, as glândulas 
sublinguais e as glândulas submandibulares (estas 
duas últimas produtoras de saliva). 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. O nervo facial (VII) é responsável pela contração dos músculos da 
mímica facial. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 
7 
Khilver Doanne Sousa Soares 
8 Nervo Vestibulococlear 
O nervo vestibulococlear (VIII) era 
antigamente conhecido como nervo acústico ou 
auditivo. Ele é um nervo sensitivo e tem dois 
ramos, o vestibular e o coclear. O ramo vestibular 
transmite impulsos relacionados com o equilíbrio 
e o ramo coclear, com a audição. 
Na orelha interna, os axônios sensitivos do 
ramo vestibular se projetam a partir dos canais 
semicirculares, do sáculo e do utrículo para os 
gânglios vestibulares, onde os corpos celulares 
destes neurônios estão localizados, e se 
terminam nos núcleos vestibulares da ponte e do 
cerebelo. Alguns axônios sensitivos também 
entram no cerebelo via pedúnculo cerebelar 
inferior. 
Os axônios sensitivos do ramo coclear se 
originam no órgão espiral (órgão de Corti), 
localizado na cóclea. Os corpos celulares destes 
neurônios se situam no gânglio espiral da cóclea. 
A partir daí os axônios se projetam até núcleos 
bulbares e terminam no tálamo. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. O ramo vestibular do nervo vestibulococlear (VIII) transmite impulsos 
relacionados com o equilíbrio, enquanto o ramo coclear envia impulsos responsáveis pela audição. Princípios de Anatomia 
e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
9 Nervo Glossofaríngeo 
O nervo glossofaríngeo (IX) é um nervo 
craniano misto. Os axônios sensitivos deste nervo 
se originam (1) dos calículos gustatórios do terço 
posterior da língua; (2) de proprioceptores de 
alguns músculos de deglutição que são inervados 
pela parte motora; (3) de barorreceptores 
(receptores de pressão) do seio carótico que 
monitoram a pressão sanguínea; (4) de 
quimiorreceptores (receptores que monitoram os 
níveis sanguíneos de oxigênio e de gás carbônico) nos 
glomos caróticos, situados próximo das artérias 
carótidas, e nos glomos paraórticos, localizados 
perto do arco da aorta; e (5) da orelha externa 
para transmitir impulsos táteis, álgicos e térmicos 
(calor e frio). Os corpos celulares destes neurônios 
sensitivos estão localizados nos gânglios superior 
e inferior. A partir destes gânglios, os axônios 
sensitivos passam pelo forame jugular e 
terminam no bulbo. 
Os axônios dos neurônios motores do nervo 
glossofaríngeo partem de núcleos bulbares e 
saem do crânio pelo forame jugular. Os neurônios 
motores branquiais inervam o músculo 
estilofaríngeo, que auxilia na deglutição, e os 
axônios dos neurônios motores parassimpáticos 
estimulam a secreção de saliva pela glândula 
8 
Khilver Doanne Sousa Soares 
parótida. Os corpos celulares pós-ganglionares 
dos neurônios motores parassimpáticos situam-
se no gânglio ótico. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Os axônios sensitivos do nervo glossofaríngeo suprem os calículos 
gustatórios. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
10  Nervo Vago 
O nervo vago (X) é um nervo craniano misto 
que passa pela cabeça e pelo pescoço até o tórax 
e o abdome. Ele temeste nome devido a sua 
ampla distribuição no corpo. No pescoço, ele é 
medial e posterior à veia jugular interna e à 
artéria carótida comum. 
Os axônios sensitivos do nervo vago se 
originam da pele da orelha externa para enviar 
informações sensitivas táteis, álgicas e térmicas; 
de alguns receptores gustativos na epiglote e na 
faringe; e de proprioceptores em músculos do 
pescoço e da faringe. Além disso, este nervo 
apresenta axônios sensitivos derivados de 
barorreceptores no seio carótico e de 
quimiorreceptores nos glomos paraórticos. A 
maior parte dos neurônios sensitivos se origina 
de receptores da maioria dos órgãos situados nas 
cavidades torácica e abdominal, transmitindo 
sensações (como fome, plenitude e desconforto) 
destes órgãos. Os corpos celulares destes 
neurônios sensitivos estão localizados nos 
gânglios superior e inferior; seus axônios então 
passam pelo forame jugular e terminam no bulbo 
e na ponte. 
Os neurônios motores branquiais, que 
percorrem uma curta distância junto com o nervo 
acessório, se originam de núcleos bulbares e 
suprem músculos da faringe, da laringe e do 
palato mole que são utilizados na deglutição, na 
vocalização e na tosse. Historicamente estes 
neurônios motores foram chamados de nervo 
acessório craniano, mas, na verdade, estas fibras 
pertencem ao nervo vago (X). 
Os axônios de neurônios motores 
parassimpáticos do nervo vago se originam de 
núcleos bulbares e inervam os pulmões, o 
coração, glândulas do trato gastrintestinal (TGI) 
e músculos lisos das vias respiratórias, do 
esôfago, do estômago, da vesícula biliar, do 
intestino delgado e de boa parte do intestino 
grosso. Os axônios motores parassimpáticos 
estimulam a contração dos músculos lisos do TGI, 
para auxiliar na motilidade deste trato, e na 
secreção das glândulas digestórias; ativam 
músculos lisos das vias respiratórias para diminuir 
seu calibre; e diminuem a frequência cardíaca. 
9 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. O nervo vago (X) tem uma ampla distribuição – está presente na 
cabeça, no pescoço, no tórax e no abdome. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2016.
11  Nervo Acessório 
O nervo acessório (XI) é um nervo craniano 
branquial. Seus neurônios motores se originam 
dos cornos anteriores dos primeiros cinco 
segmentos da parte cervical da medula espinal. 
Seus axônios deixam a medula espinal 
lateralmente, unindo-se mais adiante; sobem 
pelo forame magno, e então saem pelo forame 
jugular junto com os nervos vago e glossofaríngeo. 
O nervo acessório transmite impulsos motores 
para os músculos esternocleidomastóideo e 
trapézio com o objetivo de coordenar os 
movimentos da cabeça. Os axônios sensitivos 
deste nervo, derivados de proprioceptores dos 
músculos esternocleidomastóideo e trapézio, 
começam seu curso em direção ao encéfalo no 
nervo acessório; entretanto, eles acabam 
deixando este nervo para se juntar a nervos do 
plexo cervical. A partir do plexo cervical, estes 
axônios entram na medula espinal por meio das 
raízes posteriores dos nervos cervicais; seus 
corpos celulares estão localizados nos gânglios 
sensitivos destes nervos. Na medula espinal, os 
axônios então ascendem em direção a núcleos 
bulbares. 
 
 
10 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. O nervo acessório deixa o crânio pelo forame jugular. Princípios de 
Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
12  Nervo Hipoglosso 
O nervo hipoglosso (XII) é um nervo 
craniano motor. Seus axônios motores somáticos 
se originam de um núcleo bulbar (núcleo do nervo 
hipoglosso), saem do bulbo pela sua face anterior, 
e passam pelo canal do nervo hipoglosso para 
então inervar os músculos da língua. Estes 
axônios conduzem impulsos nervosos 
relacionados com a fala e a deglutição. Os axônios 
sensitivos não voltam para o encéfalo pelo nervo 
hipoglosso. Em vez disso, os axônios sensitivos 
que se originam de proprioceptores de músculos 
da língua, embora comecem seu curso em 
direção ao encéfalo no nervo hipoglosso, deixam 
o nervo para se juntar a nervos espinais cervicais 
e terminam no bulbo, entrando na parte central 
do sistema nervoso pelas raízes posteriores dos 
nervos espinais cervicais. 
 
Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. O nervo hipoglosso (XII) sai do crânio pelo canal do nervo hipoglosso. 
Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
11 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Alterações Clínicas dos Nervos Cranianos 
Nervo olfatório (1) 
Hiposmia  diminuição do olfato 
Anosmia  perda completa do olfato 
 Afastadas as condições que impeçam o 
reconhecimento do odor (resfriado, atrofia da 
mucosa), dependem de distúrbios neurológicos, 
como sífilis nervosa, fratura do andar anterior da 
base do crânio e neoplasia da goteira olfatória. 
+ lesões corticais que alteram a olfação: 
Parosmia  falta de sensibilidade do olfato 
depois de um período conturbado 
Alucinações olfatórias 
Cacosmia  sensação de odores desagradáveis 
que pode ser subjetiva quando só o indivíduo 
sente 
Nervo óptico (2) 
Acuidade Visual: pede-se ao paciente que diga o 
que vê na sala de exame, na parede ou na mesa, 
ou leia alguma coisa. Examina-se cada olho 
separadamente e havendo diminuição da 
acuidade fala-se em: 
Ambliopia  distúrbio do desenvolvimento da 
visão em que um olho não consegue atingir a 
acuidade visual normal 
Amaurose  perda temporária ou permanente 
da visão 
 Ambas podem ser uni ou bilaterais e 
costumam ser causadas por neurite óptica, 
neoplasias e hipertensão intracraniana; 
Campo Visual  o examinador desloca um 
objeto nos sentido horizontal e vertical, e o 
paciente dirá até que ponto está percebendo o 
objeto nas várias posições. 
Hemianopsia  perda de percepção de metade 
do campo visual 
Amaurose  perda temporária ou permanente 
da visão 
Quadrantanopsia  Cegueira de um quadrante 
do campo visual 
Nervo Oculomotor (3), Nervo Troclear (4) e 
Nervo Abducente (6) 
Paresia  perda parcial da motricidade de um 
ou mais músculos do corpo 
Paralisia  perda da capacidade de movimento 
voluntário de um músculo 
Visão Dupla ou Diplopia  é uma situação em 
que a pessoa enxerga o mesmo objeto duas vezes 
 As causas mais frequentes de lesões dos 
nervos oculomotores são traumatismos, diabetes 
melito, aneurisma intracraniano, hipertensão 
intracraniana e neoplasias da região selar. 
Discoria  desigualdade da reação pupilar ou 
deformidade da pupila 
Midríase  dilatação que a pupila sofre em 
decorrência de causas não fisiológicas 
Miose  condição que ocorre quando as pupilas 
permanecem contraídas, não respondendo à 
quantidade de luz que chega aos olhos 
Isocoria  pupilas isocóricas são aquelas que 
possuem o mesmo diâmetro e reagem 
igualmente à luz 
Anisocoria  tamanho desigual de pupila 
Nervo Trigêmeo (5) 
Neuralgia ou Nevralgia  condição caracterizada 
pela dor aguda, intensa e incessante presente em 
um ou mais nervos de nosso corpo 
 As alterações do trigêmeo podem ser 
consequência do herpes-zoster, traumatismo e 
neoplasias. 
Nervo Facial (7) 
Lagoftalmia  estado em que o paciente não 
consegue abaixar a pálpebra superior quando 
tenta cerrar os olhos 
12 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Epífora  lacrimejamento involuntário e 
contínuo devido à obstrução nas vias lacrimais 
Prosopoplegia  Paralisia facial 
Diplegia facial  paralisia que acomete as 
mesmas partes de ambos os lados 
Frigore  Fraqueza súbita nos músculos de uma 
metade do rosto 
Nervo Vestibulococlear (8) 
Hipoacusia  perda parcial ou total da acuidade 
auditiva 
Hiperacusia  hipersensibilidade a sons 
Nistagmo  movimento involuntário e 
oscilatório dos olhos, que pode acontecer mesmo 
que a cabeça esteja parada 
Nervo Glossofaríngeo (9), Nervo Vago (10) 
Hipogeusia  diminuição (congênita ou 
patológica) da sensação relacionadaao paladar, 
ao gosto 
Ageusia  perda do sentido do paladar 
Disfagia  dificuldade para engolir 
Disfonia  dificuldade na emissão vocal que 
impeça ou dificulte a produção natural da voz 
Nervo Acessório (11) 
Essencialmente motor de origem medular 
cervical de trajeto ascendente que penetra na 
cavidade craniana pelo forame occipital e dela 
sai pelo forame jugular juntamente com os 
nervos 9 e 10. 
Nervo Hipoglosso (12) 
Disartria  alteração na capacidade de 
pronunciar as palavras 
Atrofia  diminuição de peso e volume de órgão, 
tecido ou membro por nutrição insuficiente das 
células ou imobilização 
Fasciculação  são contrações musculares 
rápidas, envolvendo uma pequena área e poucas 
fibras musculares 
Paralisia  perda da capacidade de movimento 
voluntário de um músculo, originada por problema 
neurológico 
------------------------------------------------- 
Paresia: déficit motor parcial ƒ 
Plegia: déficit motor completo 
Hemiplegia: forma de paralisia cerebral que 
atinge um dos lados do corpo 
Hemiparesia: paralisia branda de uma das 
metades do corpo 
Parkinsonismo: refere-se aos sintomas da doença 
de Parkinson (como movimentos lentos e 
tremores) que são causados por outro quadro 
clínico 
Coréia: síndrome caracterizada por movimentos 
involuntários arrítmicos, rápidos, abruptos, não 
repetitivos no tempo e com distribuição variável, 
preferentemente distal 
Balismo: distúrbio do movimento, hipercinético, 
raro, caracterizado por um movimento 
involuntário anormal, do tipo coréico, de grande 
amplitude, violento, em arremesso, envolvendo a 
musculatura apendicular proximal e axial 
Distonia: distúrbio caracterizado por contrações 
musculares involuntárias e espasmos 
incontroláveis, que são muitas vezes repetitivos 
Atetose: perturbação nervosa, geralmente devido 
a uma lesão cerebral, caracterizada por 
movimentos involuntários contínuos e lentos, em 
especial dos dedos 
Tique: correspondem a ação motora ou vocal 
realizada de forma repetitiva e involuntária 
Estereotipia: repetições e rituais que podem ser 
linguísticos, motores e até de postura 
Acatisia: sensação de tremor muscular, agitação 
e incapacidade de ficar sentado e parado 
Tremor: tremores ou movimentos involuntários 
que variam de leve a grave e costumam afetar 
as mãos, os pés, o rosto, a cabeça ou as cordas 
vocais 
13 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Ataxia: conjunto de sintomas que são 
caracterizados, principalmente, pela falta de 
coordenação dos movimentos de diferentes 
partes do corpo 
Mioclonia: é a palavra usada para definir uma 
contração muscular brusca, involuntária e de 
brevíssima duração 
Hiperekplexia: doença neurológica rara, 
caracterizada por hipertonia no Recém-Nascido e 
resposta exagerada a estímulos 
Pseudoatetose: movimento dos dedos das mãos 
ou dos pés devido à perda da propriocepção 
Espasmo hemifacial: contração muscular 
involuntária dos músculos de uma metade do 
rosto 
Discinesias paroxísticas: constituem um grupo 
heterogéneo de doenças do movimento 
hipercinéticas. Podem apresentar-se como 
movimentos de duração variável podendo ser 
coreicos, balísticos, distônicos ou uma mistura 
destes movimentos 
Discinesias hipnogênicas: podem ser classificadas 
como uma forma de epilepsia, não de distonia 
 
Principais sinais e sintomas das afecções 
do SN 
Os principais sinais e sintomas das afecções 
do sistema nervoso são distúrbios da consciência, 
cefaleia, dor na face, tonturas e vertigens, 
convulsões, ausências, automatismos, amnésia, 
transtorno do movimento, distúrbios visuais, 
distúrbios auditivos, náuseas e vômito, disfagia, 
distúrbios da marcha, paresias, paralisias, 
distúrbios da sensibilidade, dores radiculares, 
distúrbios esfincterianos, distúrbios do sono e 
distúrbios das funções cerebrais superiores. 
 Consciência 
Entre o estado de vigília ou plena 
consciência e o estado comatoso, no qual o 
paciente perde completamente a capacidade de 
identificar seu mundo interior e os 
acontecimentos do meio que o circunda, é 
possível distinguir diversas fases intermediárias 
em uma graduação, cujo principal elemento 
indicativo é o nível da consciência. 
Quando a consciência é comprometida de 
modo pouco intenso, mas seu estado de alerta é 
discreto a moderadamente comprometido, 
chama-se obnubilação. 
Na sonolência, o paciente é facilmente 
despertado, responde mais ou menos 
apropriadamente e volta logo a dormir. 
A confusão mental configura-se por perda 
de atenção, o pensamento não é claro, as 
respostas são lentas e não há percepção normal 
temporoespacial, podendo surgir alucinações, 
ilusões e agitação. 
Se a alteração de consciência é mais 
pronunciada, mas o paciente ainda é despertado 
por estímulos mais fortes, tem movimentos 
espontâneos e abre os olhos, caracteriza-se o 
estupor ou torpor. Se não há despertar com essa 
estimulação, e o paciente está sem movimentos 
espontâneos, ocorre o estado de coma 
Obs.: por contradições em noções de profissionais nas 
classificações acima tem-se usado a escala de coma de 
Glasgow (EG) como avaliadora não só de traumas, mas 
de alterações no nível da consciência. 
 
Fonte: Faiko Jalecos. Escala de coma de Glasgow: 13-
15trauma leve; 9-12trauma moderado; 3-8grave. 
Acesso em 04/08/2021. 
14 
Khilver Doanne Sousa Soares 
https://faikojalecos.com.br/escala-de-coma-de-glasgow-
aprenda-a-utilizar/ 
Cefaleia significa dor de cabeça e é uma 
das queixas mais frequentes na prática médica. 
Pode ser motivada por causas diversas e 
apresentar-se sob diferentes tipos, de 
intensidade variável. Tipos: cefaleia vascular, 
cefaleia da hipertensão intracraniana 
Podem ocorrer diversos tipos de dor facial, 
com variações de intensidade, caráter, irradiação 
e localização, conforme a etiologia (que podem 
ser afecções odontológicas, sinusais, oculares, 
distúrbios da articulação temporomandibular e do 
septo nasal). 
Tontura (“estonteamento”, “tonteira”, 
“tontice”, “zonzeira”, “zonzura”, “cabeça vazia”) é 
uma queixa comum, observada em quase todas 
as faixas etárias. 
Tontura e vertigem confundem-se 
frequentemente, em decorrência da dificuldade 
de rigorosa definição dos sintomas por parte dos 
pacientes, os quais não conseguem descrever 
com precisão as manifestações, ou, então, 
fornecem vagas informações sobre o sintoma - 
Tontura com nítida sensação de rotação é representada 
pela vertigem, na qual o paciente tem a sensação de 
girar em torno do ambiente, ou vice-versa. 
Movimentos involuntários ou transtornos do 
movimento: convulsões, tetania e fasciculações 
As convulsões são descritas pelos pacientes 
com as expressões acesso e congestão. 
As crises epilépticas são manifestações 
decorrentes de descargas bioelétricas, originadas 
em alguma área cerebral. As crises epilépticas 
podem ser generalizadas ou focais. 
As crises generalizadas ocorrem quando as 
descargas afetam a maior parte do córtex 
cerebral. Isso determina vários tipos de 
manifestações clínicas, sendo as convulsivas e 
não convulsivas as mais importantes. 
As crises convulsivas são movimentos musculares 
súbitos e incoordenados, involuntários e 
paroxísticos, que ocorrem de maneira 
generalizada ou eventualmente em segmentos do 
corpo. 
O quadro mais típico se constitui de perda 
abrupta da consciência com queda ao solo, 
seguido de uma fase de enrijecimento global 
(fase tônica), substituída, por sua vez, por 
contrações musculares sucessivas, generalizadas 
e intensas (fase clônica). Ao final de 2 a 5 
minutos, a crise cessa, e o paciente entra em 
relaxamento total e sono profundo, do qual 
dificilmente é despertado. Acorda após algum 
tempo, confuso e atordoado, sem noção do que 
aconteceu (crises tônicoclônicas generalizadas). 
Durante o episódio convulsivo, observam-se, 
em geral, cianose, sialorreia, incontinência de 
esfíncteres, mordedura da língua e ferimentos 
diversos. 
Já nas manifestações não convulsivas, há 
classicamente as chamadas ausências. São 
breves períodos de perda de consciência(de 5 a 
30 segundos), que podem passar despercebidos 
pelo próprio paciente e pelos familiares. 
Fasciculações são contrações breves, 
arrítmicas e limitadas a um feixe muscular. Não 
devem ser confundidas com as mioquimias. 
Fasciculações acontecem em virtude da 
perda da inervação muscular, ocorrendo nas 
neuropatias periféricas e, principalmente, em 
doenças do corno anterior da medula. 
Amnésia significa perda da memória, 
podendo ser não somente permanente, como nos 
idosos, mas também transitória, em crises, 
confundindo-se, às vezes, com alguns tipos de 
perda da consciência. Bastante característica é a 
amnésia pós-traumática, quando o paciente 
permanece por tempo indeterminado sem se 
lembrar de alguns fatos (amnésia parcial), ou 
mesmo de toda a sua vida pregressa (amnésia 
total). 
Náuseas e vômitos. As náuseas, ou enjoo, 
correspondem a uma sensação de mal-estar, 
tanto na região epigástrica como na faríngea. São 
acompanhadas de palidez cutânea, bradicardia, 
sudorese, repulsa à ingestão de alimento e quase 
https://faikojalecos.com.br/escala-de-coma-de-glasgow-aprenda-a-utilizar/
https://faikojalecos.com.br/escala-de-coma-de-glasgow-aprenda-a-utilizar/
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Khilver Doanne Sousa Soares 
sempre precedem os vômitos. Ambas as 
manifestações são frequentes em distúrbios do 
sistema digestório, nas labirintopatias e na 
enxaqueca, mas podem ser encontradas em 
doenças neurológicas, agudas ou crônicas, que 
aumentam a pressão intracraniana (meningite, 
neoplasia, hemorragia, traumatismo 
cranioencefálico). 
Disfagia: trata-se da alteração do transporte 
do alimento da boca ao estômago, a qual pode 
ou não culminar na entrada de alimento na via 
respiratória. Quando tem saída espontânea ou 
forçada, é representada pelo termo penetração 
laríngea. Se não houver saída do alimento, mas 
direcionamento para os pulmões, ultrapassando o 
nível das pregas vocais, denomina-se aspiração. 
Existem várias causas de disfagia: 
neurológicas, mecânicas e, mais raramente, 
psicológicas. De forma geral, quando a disfagia 
tem causa neurológica, é mais intensa para 
sólidos e líquidos, notadamente para a ingestão 
destes sob a forma de goles contínuos. Ao ingerir 
líquidos, há tendência de refluxo pelo nariz e/ou 
penetração na árvore traqueobrônquica. Assim, o 
paciente diz que consegue engolir melhor 
alimentos pastosos e líquidos com colher. As 
principais alterações localizam-se nos nervos 
cranianos bulbares, isolados ou não, surgindo, 
então, paralisia da língua (XII nervo craniano) e 
do palato faríngeo (IX e X nervos cranianos). 
Distúrbios da marcha (disbasia), da 
motricidade voluntária (paresias ou paralisias) e 
da sensibilidade. Estão expostos adiante, neste 
mesmo capítulo. 
Dores radiculares: as raízes nervosas, dentro 
do canal raquidiano ou nas suas emergências, são 
muito sensíveis e desencadeiam dores quando 
submetidas a quaisquer fatores nocivos, 
especialmente a compressão e a inflamação. 
As dores radiculares mais frequentes são as 
cervicobraquialgias, as nevralgias intercostais e as 
lombocitalgias 
A bexiga neurogênica é formada por fibras 
musculares lisas, a bexiga é inervada pelo sistema 
nervoso autônomo (SNA) simpático (trígono), 
SNA parassimpático (músculo detrusor) e pelos 
plexos intramurais, os quais têm atividade bem 
menor nos casos em que a bexiga se desliga do 
sistema nervoso. 
O sono pode ser definido como um estado 
complexo de aparente repouso normal e 
periódico, qualitativa e quantitativamente variável, 
caracterizado pela suspensão parcial da 
percepção dos fatores ambientais e da 
motricidade voluntária. Constitui-se em um 
estado peculiar de consciência, diverso do coma, 
por ser fisiológico e periódico, isto é, 
espontaneamente reversível e recorrente. 
Distúrbios da comunicação: 
Disfonia: consiste principalmente na 
alteração do timbre da voz, que se torna rouca 
ou bitonal, e depende da disfunção das cordas 
vocais por lesão do nervo acessório (XI nervo 
craniano). Quando a lesão for bilateral, o paciente 
torna-se afônico. A disfonia pode também ocorrer 
por lesões estruturais das cordas vocais. 
Disartria: caracteriza-se por alteração da 
articulação da palavra falada ou fala, decorrente 
de algumas doenças neurológicas centrais e/ou 
periféricas. Dentre as primeiras, sobressaem: 
paralisia pseudobulbar (misto de anasalada e 
explosiva), parkinsonismo (arrastada, lenta), 
síndrome cerebelar (escandida, explosiva). 
Quanto à disartria por problemas periféricos, 
mencionasse a lesão dos nervos cranianos VII, 
IX, X e XII (voz fanhosa). 
Dislalia: é a perturbação da articulação da 
palavra falada, sem que as causas estejam 
localizadas no sistema nervoso. Existem tipos 
diversos de dislalia. A fisiológica observa-se na 
criança até 4 anos de idade e consiste na troca 
de sílabas ou letras (“papato” por sapato, “potão” 
por portão); a que é acompanhada de retardo 
psicomotor, prolongando-se, em geral, até os 10 
anos de idade; a secundária a lesões do palato, 
língua, dentes, lábios e mandíbula, de interesse 
da fonoaudiologia. 
16 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Disritmolalia: trata-se da perturbação do 
ritmo da fala, destacando-se (a) taquilalia, na 
qual se observa a alteração do ritmo da fala, 
muito rápida, tornando-a imprecisa, e (b) 
gagueira, em que há interrupção do ritmo da fala, 
observando-se a gagueira fisiológica ou evolutiva, 
até os 3 anos de idade, e a que se prolonga pela 
idade adulta. Nesse caso, existem nítido fator 
genético e envolvimento de fatores psíquicos que 
se agravam com o tempo, causando no paciente 
reações de ansiedade. 
Dislexia: condição de natureza genética, 
consiste na dificuldade de capacitar-se para a 
leitura convencionalmente ensinada. É comum a 
inexistência de alterações neurológicas e 
psíquicas, mas boa parcela das crianças disléxicas 
tem antecedentes de retardo na aprendizagem 
da fala. A alteração reflete desorganização 
temporoespacial, e a dificuldade se mostra mais 
na composição das palavras do que na 
identificação das letras isoladas. O grau máximo 
dessa condição denomina-se alexia. 
Disgrafia: como indica o próprio termo, a 
grafia é basicamente irregular, fragmentada, a 
ponto de, muitas vezes, tornar-se ilegível. Existem 
a disgrafia espacial ou de evolução, na qual não 
se observam distúrbios neurológicos, e a disgrafia 
secundária a problemas orgânicos, como o 
parkinsonismo (micrografia) e a cerebelopatia 
(macrografia). 
Afasia: melhor seria a denominação disfasia, 
mas a força do uso torna difícil restringir o 
vocábulo afasia apenas aos casos de perda total 
da linguagem. Assim, deve ser entendida como 
disfasia a maior parte das alterações rotuladas 
de afasia. 
A análise clínica da linguagem compreende: 
(a) os distúrbios da expressão verbal (fala e/ou 
escrita), em que se observa desintegração dos 
mecanismos que propiciam a palavra falada e/ou 
escrita; (b) da recepção verbal (áudio e/ou 
visual), nos quais é evidente a dificuldade de 
compreensão das ideias símbolos; (c) da 
atividade gestual, também denominada 
linguagem corporal, excluindo-se, todavia, os 
distúrbios mentais patentes. 
Afasia motora ou verbal. É conhecida como afasia 
de Broca, em que há dificuldade de variável 
intensidade para expressar-se pela fala ou escrita 
e, habitualmente, associasse a hemiparesia ou 
hemiplegia direita, por lesão do opérculo frontal 
e da área motora adjacente do hemisfério 
esquerdo. 
Afasia receptiva ou sensorial. Denominada afasia 
de Wernicke, na qual o paciente apresenta de 
leve a extrema dificuldade para a compreensão 
da fala e da escrita desacompanhada de outro 
déficit motor, por comprometimento do giro 
superior e posterior do lobo temporal esquerdo. 
Nessa forma clínica, o paciente pode apresentar 
parafasia, na qual os vocábulos ou as frases estão 
erroneamente colocados; perseveração, que é a 
repetição de um mesmo vocábulo; jargonofasia, 
cuja manifestação é o uso de palavras novas e 
incompreensíveis. 
Afasia global. Decorrente de lesão das duasregiões anteriormente mencionadas, constitui-se 
na forma mais importante de afasia, em virtude 
de sua gravidade. A compreensão e a expressão 
da linguagem ficam amplamente reduzidas. A 
hemiparesia ou hemiplegia direita está presente. 
Afasia de condução. Trata-se de um tipo de 
afasia em que a maior dificuldade é a repetição 
de palavras. Embora consiga ler e falar 
razoavelmente, o paciente não é capaz de repetir 
frases que lhe são ditas. Há também componente 
amnéstico. Ocorre, geralmente, por 
comprometimento do giro supramarginal 
dominante. 
Afasia amnéstica. Admite-se que decorra de lesão 
de pequena área na junção dos lobos parietal, 
temporal e occipital esquerdos. O paciente 
apresenta incapacidade para designar ou nomear 
os vocábulos ou o nome de objetos, conservando, 
contudo, sua finalidade. Assim, o indivíduo sabe 
para que se destina o pente, por exemplo, mas 
não consegue lembrar-se da palavra pente nem 
a expressar. 
17 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Afasia transcortical. Nas afasias transcorticais, o 
achado mais relevante é uma repetição 
conservada, apesar de existirem outros sintomas 
de afasia. 
Gnosia significa reconhecimento, função 
específica do córtex cerebral. À sua perda dá se 
o nome de agnosia, cujas manifestações mais 
importantes são para o reconhecimento dos sons 
(agnosia auditiva), da visão de objetos (cegueira 
cortical ou psíquica), dos objetos colocados em 
sua mão ao ser suprimida a visão 
(estereoagnosia), do próprio corpo em relação ao 
espaço (somatoagnosia), da fisionomia alheia 
(prosopoagnosia) ou de sua própria 
(autoprosopoagnosia). 
Praxia significa atividade gestual consciente 
e intencional, e a dificuldade ou incapacidade 
dessa atividade denomina-se apraxia, sem que 
haja paralisias, ataxias ou hipercinesias. 
Apraxia construtiva. Corresponde à perda dos 
gestos normalmente organizados, tais como: 
desenhar, modelar ou copiar modelos. 
Apraxia ideomotora. Reflete a dificuldade ou a 
incapacidade para a execução de gestos simples, 
permanecendo inalteradas a atividade 
automática e a ideia do ato a ser realizado. Assim, 
quando se ordena que o paciente segure a sua 
orelha ou bata três vezes na porta ou sobre a 
mesa, ele, apesar do entendimento, não consegue 
realizar os atos determinados ou os faz com 
dificuldade variável. 
Apraxia ideatória. Ocorre quando diferentes 
gestos simples, realizados isoladamente, ao serem 
constituídos em um ato mais complexo, perdem 
ou reduzem a sua sequência lógica e harmoniosa. 
Dê ao paciente, por exemplo, uma caixa de 
fósforos e um maço de cigarros, e ele terá 
dificuldade ou incapacidade para executar todos 
os atos que o levariam a fumar: retirar o palito 
da caixa de fósforos e o cigarro do maço, levar o 
cigarro à boca, riscar o palito, acender o cigarro 
e fumar. 
Apraxia do vestir. É caracterizada pela dificuldade 
ou incapacidade para executar os atos habituais 
de despir-se ou vestir-se. O paciente apresenta 
dificuldade variável para abotoar a camisa, vestir 
a manga da camisa, dar o nó na gravata – ou a 
coloca antes da camisa. As lesões ocupam a 
topografia retrorrolândica direita. 
Apraxia da marcha. Causada pela lesão frontal de 
ambos os hemisférios, que propicia o 
aparecimento de dificuldade da marcha, em 
especial o seu início. 
Apraxia bucolinguofacial. Consiste na alteração 
dos gestos da mímica facial, da boca e da língua, 
permanecendo inalterado o automatismo. Decorre 
de lesões frontais e do hemisfério esquerdo. O 
paciente não consegue realizar adequadamente 
atos simples, como mostrar a língua ou os dentes, 
colocar a língua em diversas posições, reproduzir 
a mímica de sorrir, chorar ou beijar. 
 
REFERÊNCIAS 
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. 
Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
PORTO, Celmo Celeno; PORTO, Arnaldo Lemos. 
Semiologia Médica. 8. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2019. 
 
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