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processo saude e doença, indicadores

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Epidemiologia 
e Saúde Pública
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Sérgio Ricardo Boff
Profa. Ms. Gizela Faleiros
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Processo Saúde e Doença e Indicadores de Saúde
• História Natural da Doença
• Atenção à Saúde
• Níveis de Prevenção
• Promoção da Saúde na Modernidade
• Relação Prevalência Versus Incidência
 · Compreender, através do estudo do processo saúde e doença, o 
referencial teórico da saúde no Brasil.
 · Entender a história natural das doenças, a definição de atenção à 
saúde e os níveis de prevenção adequados a cada fase.
 · Reconhecer a influência que os determinantes sociais de saúde 
exercem na condição geral de vida e saúde da população.
 · Refletir sobre o tema dos indicadores de saúde e a importância destes 
para o planejamento de ações na saúde.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Processo Saúde e Doença 
e Indicadores de Saúde
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Processo Saúde e Doença e Indicadores de Saúde
História Natural da Doença
É o nome dado às inter-relações entre o agente, o susceptível e o meio ambiente, 
formando o que se chama de tríade da saúde. Portanto, engloba desde o estímulo 
patológico no meio ambiente, a resposta do homem a esse estímulo, até as altera-
ções que podem resultar em um defeito, invalidez, morte ou recuperação.
Tradicionalmente, a história natural de qualquer processo mórbido pode ser 
dividida em dois períodos sequenciais: epidemiológico e patológico. No epidemio-
lógico, chamado também de pré-patogênico, são englobadas as relações entre o 
agente – hospedeiro – meio ambiente, antes de o indivíduo adoecer; no patológico, 
relacionam-se as modificações fisiopatológicas que se passam no organismo vivo.
Período epidemiológico – pré-patogênese – interesse dirigido à relação 
suscetível-ambiente. Fatores sociais e ambientais, os quais:
Fatores sociais:
• Fatores socioeconômicos: os grupos sociais de maior poder aquisitivo estão 
menos sujeitos a determinados tipos de doenças. Exemplo: as parasitoses, a 
frequência de nascimento de crianças de baixo peso e a mortalidade infantil 
são mais prevalentes em grupos economicamente menos favorecidos;
• Fatores sociopolíticos: conceitos relacionados à decisão política, à participação 
popular e ao acesso à informação podem contribuir positiva ou negativamente 
na prevalência de determinadas doenças. Exemplo: comunidades onde o 
acesso às informações relativas à educação sexual é mais efetivo, tendem a ter 
menor incidência de doenças sexualmente transmissíveis;
• Fatores socioculturais: a propagação de uma doença pode estar relacionada 
aos hábitos, comportamentos, crendices de um grupo populacional. Exemplo: 
grandes centros, onde há consumo excessivo de fastfood, exibem maior índice 
de obesidade e problemas cardiovasculares;
• Fatores psicossociais: a convivência em um ambiente com estímulos 
psicossociais adversos pode influenciar negativamente no processo saúde-
doença. Entre esses estímulos, pode-se citar marginalidade, relações familiares 
instáveis, condição de trabalho estressante, desemprego, entre outros. 
Exemplo: pessoas com cargas de trabalho excessivas, que sofrem assédio 
psicológico no ambiente profissional ou com funções que demandem grande 
responsabilidade, são propensas a problemas de saúde física, tais como lesões 
cardiovasculares ou musculoesqueléticas.
Fatores ambientais:
• Fatores genéticos: dizem respeito à susceptibilidade individualizada frente à 
exposição a um mesmo agente etiológico. Exemplo: algumas mulheres têm 
predisposição genética ao desenvolvimento de câncer de mama;
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• Multifatorialidade: o estado final provocador de doença é o resultado do 
sinergismo de fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, psicológicos, 
genéticos, biológicos, físicos e químicos. Exemplo: doenças cardiovasculares 
podem advir do somatório dos diversos fatores citados acima.
Período patológico – patogênese – inicia-se com as primeiras ações que 
os agentes patogênicos exercem sobre o homem. Engloba todas as alterações 
fisiológicas, bioquímicas, histológicas decorrentes do curso da doença no orga-
nismo e culmina com uma das opções: morte, invalidez, cronicidade ou recu-
peração. A saber:
• Interação estímulo-suscetível: presença de todos os fatores necessários para 
o aparecimento da doença, sem que essa esteja presente. Exemplo: presença 
de sedentarismo, hipercolesterolemia e fumo aumentam a probabilidade de 
desenvolvimento de doença coronariana;
• Alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas: já existe a implan-
tação da doença, porém em um estado subclínico, de modo que pode ser 
percebida através de exames clínicos minuciosos ou laboratoriais. Exemplo: 
suspeita da presença de diabetes quando o paciente relata na anamnese di-
ficuldade de cicatrização;
• Sinais e sintomas: antes confusos, tornam-se nítidos. É chamado de estágio 
clínico e a evolução poderá culminar em morte, invalidez, cronicidade ou recu-
peração. Exemplo: em uma amigdalite, o paciente relata dificuldade de deglu-
tição, febre, mal-estar, dor de garganta, caracterizando claramente a doença;
• Cronicidade: a doença pode persistir por um longo período de tempo e pode, 
em algum momento, evoluir para uma situação de cura, invalidez ou até morte. 
Exemplo: asma, diabetes, doenças autoimunes etc.
O livro de Rita de Cássia Barradas Barata (2009), intitulado Como e por que as desigualdades 
sociais fazem mal à saúde?, é rico em refl exões e questionamentos. No seu contexto, 
enfatiza que o enfrentamento das desigualdades sociais em saúde não é possível apenas 
pelo levantamento e análise quantitativa/epidemiológica, mas sim pela associação aos 
aspectos subjetivos existentes por trás de cada determinante da saúde-doença.
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Atenção à Saúde
Atenção seria um conjunto de atividades com o objetivo de manter a condição 
de saúde, solicitando ações sobre todos os determinantes do processo saúde-
adoecimento.Essas atividades não se limitam apenas ao setor da saúde, portanto, 
são intersetoriais e incluem tanto a assistência individual como aquelas prestadas a 
grupos populacionais. Devem ser pautadas nas necessidades da população e são 
expressas pela atuação dos serviços de saúde, tanto os de saúde pública, quanto os 
de saúde suplementar.
9
UNIDADE Processo Saúde e Doença e Indicadores de Saúde
Ao se mencionar atenção à saúde, é preciso destacar que há uma clássica opo-
sição entre essa e a assistência à saúde. Portanto, para esclarecimento é preciso 
definir que a assistência é um conjunto de procedimentos clínico-cirúrgicos presta-
dos aos indivíduos, estando estes doentes ou não.
Ações da Atenção à Saúde
As ações propostas pela atenção à saúde devem buscar a integralidade, com foco 
no atendimento de todas as necessidades de saúde, englobando desde a prevenção 
até a reabilitação, sendo necessário para isso estender as atividades para setores 
extra saúde, através de atividades intersetoriais.
Como dito, as ações preventivas ou terapêuticas podem ser destinadas tanto 
à assistência individual, por exemplo, vacina, restauração dentária, sutura etc.; 
como aos grupos populacionais, de caráter coletivo, ações essas exemplificadas 
por atividades de educação em saúde através de palestras, dinâmicas de grupo, 
debates, propagandas publicitárias, entre outras.
Eis alguns exemplos de programas de atenção à saúde criados pelo Ministério 
da Saúde:
• Programa de Atenção Integral à Saúde do Adulto (Paisa);
• Programa de Atenção à Saúde da Mulher (Paism);
• Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança (Paisc);
• Programa de Atenção à Saúde do Adolescente (Prosad);
• Programa de Atenção à Saúde do Trabalhador (Past);
• Programa de Assistência Integral à Saúde do Idoso (Paisi).
Níveis de Prevenção
Correspondem ao conjunto de procedimentos que visam prevenir a ocorrência 
ou evolução de uma doença e melhorar a saúde de uma população, a partir do 
entendimento de sua história natural.
O modelo de Leavell e Clark foi proposto em 1976 para explicar a história 
natural da doença, através de três níveis de prevenção: primário – dois níveis de 
prevenção –, secundário – um nível de prevenção – e terciário – dois níveis de 
prevenção. Na proposta de Leavell e Clark consta:
• Prevenção primária: primeiro nível (promoção à saúde) – relaciona-se com 
medidas de ordem geral e educativas para criar condições favoráveis para 
a melhoria da resistência e do bem-estar do indivíduo durante a fase de 
susceptibilidade do período pré-patológico. Está relacionada diretamente à 
qualidade de vida do ser humano. Exemplos: hábitos alimentares, atividade 
física, boas condições de moradia, lazer etc.;
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• Prevenção primária: segundo nível (proteção específica) – é quando são 
aplicadas medidas dirigidas especificamente contra um determinado agravo à 
saúde, a fim de que os indivíduos resistam às agressões dos agentes. Ocorre 
durante a fase de susceptibilidade do período pré-patológico. Exemplos: 
imunizações, iodo no sal, flúor na água de abastecimento, aconselhamento 
genético, combate aos criadouros de mosquitos causadores da dengue etc.;
• Prevenção secundária: terceiro nível (diagnóstico precoce e tratamento ime-
diato) – nos agravos à saúde que foram impossibilitados de serem evitados, deve-
-se detectar os mais precocemente possíveis processos patogênicos já instalados 
para que o tratamento se inicie o mais cedo possível. Relaciona-se à fase pa-
tológica pré-clínica do período patológico. Exemplos: exame de Papanicolau, 
autoexame de mama ou oral, dosagem de glicemia, isolamento para evitar pro-
pagação de doenças, tratamento para evitar a progressão de doença etc.;
• Prevenção secundária: quarto nível (limitação do dano) – o cuidado é aplicado 
aos casos em que o processo de adoecimento está completamente instalado, a 
fim de que seja possível a cura ou, na impossibilidade dessa, que as sequelas ou 
complicações sejam as menores possíveis. Exemplos: amputações em trombo-
ses, evitar futuras complicações em enfermidades crônicas como diabetes melli-
tus, hipertensão, problemas psiquiátricos, doenças autoimunes, Aids etc.;
• Prevenção terciária: quinto nível (reabilitação) – no último nível de 
prevenção, o processo saúde-doença alcançou uma estabilidade a longo 
prazo com a cura, porém acompanhada de sequelas, portanto, o objetivo é 
conseguir a manutenção em equilíbrio funcional para que as limitações afetem 
minimamente a qualidade de vida dos indivíduos e do meio em que se inserem. 
Exemplos: reabilitação física através do uso de próteses ou fisioterapia, apoio 
psicoemocional, terapia ocupacional, inserção no mercado de trabalho.
Quadro 1
Período pré-patológico Período patológico
Fase de susceptibilidade Fase patológica Fase clínica Fase residual
Promoção à saúde Proteção específica
Diagnóstico e 
Tratamento precoce Limitação do dano Reabilitação
1º nível 2º nível 3º nível 4º nível 5º nível
Nutrição, 
atividade física Vacinas, flúor
Papanicolau, 
autoexame bucal
Amputação, 
endodontia, exodontia Próteses, fisioterapia
Atenção/prevenção primária Atenção/prevenção secundária Atenção/prevenção terciária
Os profi ssionais de saúde são responsáveis por estimular, em situações de incerteza, a 
análise conjunta ao paciente antes da tomada de decisão. No auxílio existe atualmente um 
tema bastante explorado, que é a epidemiologia clínica, fundamento da “Medicina baseada 
na evidência”, ou “Medicina baseada na prova”, ou seja, qualquer intervenção deve ser 
ponderada e analisada frente aos seus riscos.
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UNIDADE Processo Saúde e Doença e Indicadores de Saúde
Promoção da Saúde na Modernidade
O modelo de níveis de prevenção de Leavell e Clark foi mantido durante décadas, 
porém, após a Conferência Internacional de Promoção à Saúde, em Ottawa, 
Canadá (1986), o entendimento de promoção da saúde sofreu algumas alterações, 
passando a relacionar as doenças às condições e modos de vida de uma população, 
deixando para trás um modelo preventivista tradicional.
A Carta de Ottawa propôs também cinco campos de ação principais para a 
promoção da saúde (DEMARZO; AQUILANTE, 2008), descritos a seguir:
• Implementação de políticas públicas saudáveis: priorização da saúde por 
parte dos políticos e dirigentes em todos os níveis e setores, buscando maior 
equidade e distribuição mais equitativa de renda e políticas sociais. A adoção 
das políticas públicas saudáveis deve ser estabelecida por qualquer setor da 
sociedade, mesmo naqueles que não estão diretamente ligados à saúde, devem 
demonstrar potencial para produzir saúde socialmente;
• Criação de ambientes saudáveis: a saúde, por ser socialmente produzida 
enquanto modo de vida, de trabalho e de lazer, está intimamente ligada à cons-
trução de uma sociedade saudável. Portanto, a promoção da saúde deve gerar 
condições de trabalho e de vida gratificantes, agradáveis, seguras e estimulan-
tes. Além disso, a proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos 
naturais devem fazer parte de qualquer estratégia de promoção da saúde;
• Reforço da ação comunitária: a elaboração de estratégias para alcançar um 
melhor nível de saúde deve contar com a participação social, tanto do Estado 
como da sociedade civil, os quais são responsáveis pelas ações de promoção 
à saúde. A comunidade deverá passar por um processo de empoderamento, 
onde terá acesso às informações e se tornará capaz de participar das decisões 
e da elaboração e desenvolvimento de estratégias;
• Desenvolvimento de habilidades individuais e coletivas: proporcionar o 
desenvolvimento pessoal e social através da divulgação de informação, educação 
à saúde por meio de programas de formação e atualização que capacitem os 
indivíduos à participação e criação de ambientes de apoio à promoção da 
saúde.Assim, a população terá maior controle sobre sua própria saúde e sobre 
o meio ambiente e terá opções que conduzam a estilos de vida saudáveis. As 
ações devem se realizar através de organizações educacionais, profissionais, 
comerciais e voluntárias, bem como pelas instituições governamentais;
• Reorientação de serviços de saúde: a responsabilidade pela promoção da 
saúde por parte dos serviços sanitários deve ser dividida entre os indivíduos, 
grupos comunitários, profissionais da saúde, instituições e serviços sanitários 
e governos. Os serviços de saúde devem ampliar seu acesso com equidade, 
porém respeitando as peculiaridades culturais, focando nas necessidades 
globais do indivíduo em sua integralidade, estimulando a comunidade a ter 
uma vida mais saudável, criando meios de comunicação entre o setor sanitário 
e os setores sociais, políticos e econômicos.
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Princípios Modernos da Promoção da Saúde
Desde a Carta de Ottawa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem promo-
vendo diversas conferências para a construção de uma Nova Promoção de Saúde 
(NPS), no sentido de reforçar, aprimorar e aprofundar as ações e os conceitos 
discutidos em 1986, na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da 
Saúde – em Ottawa, Canadá. Progressos diversos foram alcançados nessas confe-
rências, os quais são sintetizados em sete princípios, a saber:
• Concepção holística de saúde: as ações devem ser dirigidas não apenas a 
questões médicas, mas a necessidades relacionadas ao dia a dia das populações. 
As causas primárias dos problemas podem estar relacionadas à situação 
econômica e/ou social, portanto, à saúde física, mental, social e espiritual, de 
modo que essas têm estreitos laços com as determinações social, econômica 
e ambiental;
• Empoderamento: apresenta-se como um processo que deve ser construído e 
conquistado aos poucos, a fim de que as pessoas possam ter entendimento e 
controle sobre suas forças pessoais, sociais, econômicas e políticas, de modo 
que tenham efetivo poder para transformar as diversas situações sociais que 
restringem ou ameaçam sua saúde, proporcionando melhoria na própria 
qualidade de vida;
• Equidade: garantir acesso universal à saúde, considerando as especificidades 
dos diferentes grupos sociais e reconhecendo que a manutenção da saúde sofre 
interferência de determinantes como renda, habitação, educação e, portanto, 
não se pode pensar em ações universais, mas sim em políticas embasadas 
nas particularidades de cada comunidade, pois só assim se poderá alcançar a 
equidade em termos de distribuição da saúde;
• Intersetorialidade: articulação de diferentes setores de atividade social 
integrando esforços, experiências e saberes, visando alcançar melhores 
resultados em situações complexas. Para isso, faz-se necessária alteração nas 
práticas e na cultura organizacional das administrações que ainda seguem o 
modelo tradicional de fragmentação e desarticulação das ações;
• Participação social: deve ser articulada ao empoderamento para que a 
população seja capaz de discutir, elaborar e avaliar os projetos em saúde;
• Ações multiestratégicas: referem-se a um variado elenco de disciplinas, saberes 
e ações de abordagens distintas que são chamadas a contribuir positivamente 
nos processos de saúde-doença. Entre essas ações, podem ser citadas: 
desenvolvimento de políticas, mudanças organizacionais, desenvolvimento 
comunitário, questões legislativas, educacionais e do âmbito da comunicação;
• Sustentabilidade: a promoção de saúde deve estimular o desenvolvimento 
econômico sustentável que não prejudique os recursos naturais e socioculturais 
das populações. Almeja-se ainda que a saúde seja pensada como fundamental 
para a vivência em um ambiente preservado e saudável.
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UNIDADE Processo Saúde e Doença e Indicadores de Saúde
Prevenção Quaternária
Proposto por Jamoulle, médico de família e comunidade belga, o conceito de 
prevenção quaternária visa atenuar o excesso de intervenção e medicalização, tanto 
diagnóstica quanto terapêutica. Esse nível de prevenção, conhecido também como 
prevenção da iatrogenia, prevenção da prevenção, busca capacitar a população 
para tomar decisões autônomas, proteger-se de intervenções inapropriadas e optar 
por alternativas eticamente aceitáveis. Em suma, os cuidados médicos devem ser 
científica e medicamente aceitáveis, garantindo o máximo de qualidade com o 
mínimo de intervenção possível.
Assista ao vídeo, produzido pelo Canal Saúde, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz 
(Fiocruz), sobre o livro Promoção da saúde – conceitos, reflexões, tendências.
https://youtu.be/iFdRj5BIRS8
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Determinantes Sociais de Saúde
Os fatores sociais, econômicos, étnicos/raciais, culturais, psicológicos e com-
portamentais que influenciem a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de 
risco na população constituem os Determinantes Sociais de Saúde (DSS).
De maneira resumida, são definidos pela OMS como as condições sociais em 
que as pessoas vivem e trabalham. Em decorrência disso, não se pode explicar da 
mesma forma as diferenças no estado de saúde dos indivíduos expostos a diferentes 
condições de vida e trabalho. Isso implica no fato de que as diferenças de saúde entre 
grupos humanos resultam de hábitos e comportamentos construídos socialmente 
– e não por fatores biológicos. Dito de outra forma, são as desigualdades sociais 
as mais determinantes no processo saúde-doença, principalmente na produção 
das iniquidades em saúde, que é o principal foco de estudo em se tratando dos 
determinantes sociais em saúde.
As iniquidades podem ser produzidas por diversos mecanismos, de acordo com 
o enfoque dado em:
• Aspectos físicos e materiais, onde as diferenças de renda influenciam a 
saúde devido à escassez de recursos e falta de infraestrutura comunitária. 
A alimentação, por exemplo, é um dos mais importantes determinantes 
sociais da saúde e seu acesso e qualidade sofrem influência direta dos fatores 
socioeconômicos, comportamentais e culturais;
• Aspectos psicossociais, que levam os indivíduos a perceberem de modo 
diferente as desigualdades sociais, baseados em suas experiências distintas;
• Integração de aspectos pessoais e grupais, sociais e biológicos de maneira 
dinâmica, onde se consideram as características individuais, relacionamento 
com o grupo, com o mundo e com a natureza;
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• Relações e contatos que os indivíduos possuem, condição chamada de “capital 
social”, analisando a saúde das populações em torno da coesão social, 
solidariedade e confiança entre as pessoas e grupos. O desgaste dessas relações 
é um mecanismo importante, pelo qual as iniquidades socioeconômicas 
impactam de maneira negativa na situação da saúde.
Diversos são os modelos que procuram esquematizar a rede de relações entre 
os diversos fatores estudados através desses multiplos enfoques. O modelo de 
Dahlgren e Whitehead exemplifica bem, já que inclui os DSS dispostos em diferentes 
camadas, desde uma camada mais próxima ao indivíduo, relacionado aos fatores 
comportamentais e de estilos de vida, até uma camada mais distante, relacionada 
às políticas de saúde em um âmbito mais abrangente.
Assista à entrevista com Rita Barradas Barata sobre como e porque as desigualdades sociais 
fazem mal à saúde.
https://youtu.be/nBWdUkQe6Q0
Ex
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Indicadores de Saúde
Os indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante 
sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem 
como do desempenho do sistema de saúde. Vistos em conjunto, devem 
refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das 
condições de saúde. A construção de um indicador é um processo cuja 
complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de 
determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices 
mais sofisticados,como a esperança de vida ao nascer.
Fonte: <https://goo.gl/sbBD78>.
Os indicadores devem ser capazes de analisar a situação atual de saúde, 
possibilitar fazer comparações, avaliar tanto as mudanças ocorridas ao longo do 
tempo, como a execução das ações em saúde. Alguns exemplos de indicadores em 
saúde são aqueles que:
• Traduzem diretamente a situação de saúde em um grupo populacional.
Exemplo: mortalidade e morbidade;
• Referem-se às condições ambientais que influenciam a área de saúde.
Exemplo: abastecimento de água, rede de esgotos;
• Medem os recursos materiais e humanos relacionados às atividades de saúde. 
Exemplo: número de profissionais de saúde e de leitos hospitalares em relação 
à população.
Destaque será dado para aqueles que traduzem diretamente a situação de saúde 
em um grupo populacional, conforme o Quadro abaixo:
15
UNIDADE Processo Saúde e Doença e Indicadores de Saúde
Quadro 2
Indicador Definição Indicador Definição
Morbidade
Indivíduos que adquirem determinada 
doença em um certo período de 
tempo em certa população.
Analisa uma situação existente, avalia 
o cumprimento dos objetivos, metas e 
mudanças ao longo do tempo.
Mortalidade
Indivíduos que morreram em um 
dado intervalo de tempo. Risco ou 
probabilidade de pessoas morrerem.
Incidência
Número de casos novos da doença 
em um determinado local e período. 
Mede a frequência ou probabilidade 
de riscos novos.
Coeficiente de 
mortalidade geral
Relação entre o total de óbitos de um 
determinado local pela população 
exposta ao risco de morrer.
Prevalência
Número total de casos de uma 
doença, os quais existentes em um 
determinado local e período.
Coeficiente de 
mortalidade infantil
Mede a proporção de crianças que 
morrem antes de um ano de vida em um 
dado local e período.
Taxa de ataque
Investiga um surto de doença em uma 
população definida. É expressa em 
percentual.
Coeficiente de 
mortalidade por causa
Mede os riscos de morrer por uma 
determinada causa.
Acesse o site da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa). Há neste link uma 
série de documentos de grande interesse sobre indicadores e informações em saúde.
http://www.ripsa.org.br
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Quadro 3 – Morbidade
Número de casos de uma doença em uma população em determinado período x 10n
Total da população
Exemplo: no Município de Franca, SP, que tem uma população de 318.640 
habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 
(2010), ocorreram 980 internações por doenças no ano de 2010. Calcule, então, 
a taxa de morbidade hospitalar desse munícipio:
980 / 318640 = 3,07 x 103
Taxa de morbidade = 3,07 indivíduos doentes a cada 1.000 habitantes.
Quadro 4 – Incidência
Número de casos novos de uma doença, ocorridos em uma população em determinado período x 10n
Total da população
Exemplo: em uma população de 13.432 habitantes, o estudo epidemiológico 
da dengue demonstrou para o ano de 2016:
• Janeiro: 12 casos de dengue;
• Janeiro + fevereiro: 146 casos de meningite.
16
17
Calcule, então, a incidência mensal da dengue:
Entre janeiro e fevereiro houve 134 novos casos.
134 / 13432 = 0,0099 = 9,9 x 103
Quadro 5 – Prevalência
Número de casos existentes de uma doença, ocorridos em uma população em determinado período x 10n
Total da população
Exemplo: há no Brasil, 12.054.827 diabéticos. Sabendo-se que a população 
brasileira é de 210.519.434, calcule a prevalência:
12054827 / 210519434 = 5,72 x 102
Taxa de morbidade = 5,72 indivíduos diabéticos a cada 100 habitantes.
Quadro 6 – Coefi ciente de mortalidade geral
Número total de óbitos, no período X 1000
População total, no mesmo período
Exemplo: no ano de 2016, morreram 1.112.520 pessoas no Brasil. Sabendo que 
a população do nosso país é de 210.519.434, calcule o coeficiente de mortalidade:
1112520 / 210519434 = 5,28 x 103
Taxa de mortalidade = 5,28 indivíduos a cada 1.000 habitantes.
Quadro 7 – Coefi ciente de mortalidade por causa
Número de óbitos por determinada causa (ou grupo de causas), no período x 100000
População no mesmo período
Exemplo: no Brasil, que conta com 210.519.434 habitantes, morrem 200.000 
pessoas por causa do hábito de fumar. Qual é a taxa de mortalidade causada pelo fumo:
200000 / 210519434 = 9,5 x 104
Taxa de mortalidade por causa (tabagismo) = 9,5 indivíduos 
fumantes foram a óbito a cada 10.000 habitantes.
Quadro 8 – Coefi ciente de mortalidade infantil
Número de óbitos de crianças menores de um ano de idade, no período x 1000
Número de nascidos vivos, no mesmo período
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UNIDADE Processo Saúde e Doença e Indicadores de Saúde
Exemplo: no ano de 2005, em um município do interior de Minas Gerais, ocor-
reram 12 óbitos de menores de 1 ano. Nesse mesmo ano, nasceram 569 crianças. 
Calcule, então, o coeficiente de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos:
12 x 1000 / 569 = 21,08
Taxa de mortalidade infantil = 21,08 crianças menores 
de 1 ano foram a óbito a cada 1.000 habitantes.
Outros coeficientes de mortalidade infantil podem ser utilizados, porém, a 
fórmula de cálculo é semelhante à apresentada acima – o único detalhe é o período 
de idade que se diferencia:
Mortalidade neonatal precoce (0 a 6 dias), neonatal tardia (7 a 27 dias) e pós-
neonatal (28 a 364 dias).
Que o governo do Estado de São Paulo anunciou, em outubro de 2016, que a taxa de 
mortalidade infantil caiu 65% nos últimos 25 anos? A queda da taxa é uma tendência em todo 
o País, segundo o IBGE. Em 2014, foram 11,4 óbitos por 1.000 crianças nascidas, enquanto 
em 2015, foram 10,7 mortes por 1.000 crianças nascidas, uma redução considerável.
https://goo.gl/XLJmCP
Ex
pl
or
Relação Prevalência Versus Incidência
A Prevalência (P) varia proporcionalmente com o produto da Incidência (I) pela 
Duração (D):
Quadro 9
P = I . D
I = P / D
D = P / I
Risco relativo é o cálculo dos riscos de expostos e não expostos a virem a ser atin-
gidos pela doença-objeto de um estudo. Pode ser apresentado pelo seguinte Quadro:
Quadro 10
População Atingidos Não atingidos Total
Expostos a b a + b
Não expostos c d c / c + d
Total a + c b + d a + c / t
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Quadro 11
Incidência nos expostos (IE)
a
a + b
Quadro 12
Incidência nos não expostos (INE)
c
c + d
Quadro 13
Risco Relativo (RR)
Inc. expostos → a / (a + b) / c / (c + d)
Não expostos
Exemplo: um estudo feito em 150 indivíduos para avaliar a relação de 
causalidade entre o hábito de fumar e câncer de pulmão revelou que entre as 80 
pessoas que fumavam, 35 apresentaram câncer de pulmão; enquanto nas 70 que 
não fumavam, foram somente 10 casos desse tipo de câncer.
Quadro 14 – Câncer de pulmão
Fumantes Sim Não Total
Sim 35 45 80
Não 10 60 70
Total 45 105 150
Quadro 15
IE= 35 / 80 = 43,75%
INE= 10 / 70 = 14,28%
RR = IE / INE = 43,75 / 14,28 = 3,06
Há, portanto, 3 vezes mais chance de ocorrer câncer de pulmão em fumantes. 
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UNIDADE Processo Saúde e Doença e Indicadores de Saúde
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Indicadores e Dados Básicos para a saúde no Brasil (IDB)
https://goo.gl/OYQ1KD
 Livros
Epidemiologia – Indicadores de Saúde e Análise de Dados
Capítulos 3, 6 e 7 do livro Epidemiologia – indicadores de saúde e análise de dados, de 
Tatiana Brassea Galleguillos (2014);
Epidemiologia
Capítulos 2 e 3 do livro Epidemiologia, de Roberto A. Medronho e Adaulto José 
Gonçalves Araújo (2006).
 Vídeos
Como e Porque as Desigualdades Sociais Fazem Mal à Saúde – Entrevista com Rita Barradas Barata
https://youtu.be/nBWdUkQe6Q0
Promoção da Saúde Conceitos, Reflexões, Tendências
vídeo do Canal Saúde, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
https://youtu.be/iFdRj5BIRS8Leitura
Política Nacional de Promoção da Saúde – Do Ministério da Saúde
https://goo.gl/8R3brd
Prevenção Quaternária na Atenção Primária à Saúde: Uma Necessidade do Sistema Único de Saúde (SUS)
https://goo.gl/oEFwwO
As Redes de Atenção à Saúde
https://goo.gl/jGw7b5
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Referências
ALMEIDA, L. M. Da prevenção primordial à prevenção quaternária. Revista 
Portuguesa de Saúde Pública, Lisboa, v. 23, n. 1, p. 91-96, 2005.
BONITA, R.; BEAGLEHOLE, R.; KJELLSTRÖN, T. Epidemiologia básica. 2. 
ed. São Paulo: Santos, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Promoção da saúde: Declaração de Alma-Ata, 
Carta de Otawa, Declaração de Adelaide, Declaração de Sundsvall, Declaração de 
Santafé de Bogotá, Declaração de Jacarta, Rede de Megapaíses e Declaração do 
México. Brasília, DF, 2001.
DEMARZO, M. M. P.; AQUILANTE, A. G. Saúde escolar e escolas promotoras de 
saúde. In: Programa de atualização em Medicina de família e comunidade. v. 
3. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008. p. 49-76.
FRANCO, L. J. Fundamentos de epidemiologia. Barueri, SP: Manole, 2005.
GALLEGUILLOS, T. B. Epidemiologia – indicadores de saúde e análise de dados. 
São Paulo: Érica, jun. 2014. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/#/books/9788536520889>. Acesso em: jan. 2017.
MEDRONHO, R. A.; ARAÚJO, A. J. G. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2006.
NARVAI, P. C.; PEDRO, P. F. S. Práticas de saúde pública. In: ______. et al. 
Saúde pública: bases conceituais. São Paulo: Atheneu, 2008. p. 269-297.
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