Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Teoria das Estruturas I Profª Ma. Tayla Castilho Criado Linhas de Influência ▪ Sobre uma estrutura qualquer atuam carregamentos que podem ser classificados em dois grandes grupos: carregamentos permanentes e carregamentos de utilização (variáveis). ▪ Os carregamentos permanentes são aqueles que atuam constantemente na estrutura, não devendo sofrer variações em função do tempo (peso próprio, etc.); ▪ A determinação de esforços provocados por esses carregamentos não apresenta maiores dificuldades, pois os mesmos têm posição e valor conhecidos. Introdução ▪ Já os carregamentos de utilização são aqueles que podem ou não atuar sobre a estrutura, ou então atuar parcialmente em determinados trechos, sofrendo variações em função do tempo (ação do vento, variação de temperatura, peso de materiais armazenados, cargas móveis, etc) ▪ Em particular, as cargas móveis são devidas às cargas que percorrem uma estrutura, como é o caso do veículo tipo trafegando sobre uma ponte rodoviária. Introdução Introdução ▪ Para se quantificar os esforços provocados pelas cargas móveis em uma determinada seção de uma estrutura, deve-se sempre pesquisar o seguinte: ▪ para uma determinada seção, quais são os esforços solicitantes máximos e mínimos; ▪ quais seções estão sujeitas aos maiores valores, em módulo, dos esforços solicitantes; ▪ no caso das ligações e das vinculações da estrutura, quais são os esforços máximos e mínimos que as solicitam. ▪ No sentido de facilitar o cálculo de valores extremos de um determinado esforço, é interessante fazer o uso de um diagrama auxiliar, correspondente a esse esforço, chamado de Linha de Influência, definida por : ▪ Linha de Influência de um determinado esforço EC de uma seção C de uma estrutura, para uma força percorrendo uma determinada linha S (x) associada à estrutura, é a representação gráfica do valor desse esforço naquela seção C, produzido por uma força unitária vertical concentrada, orientada de cima para baixo, que percorre a linha S(x) da estrutura analisada. Definição de Linha de Influência ▪ Como ilustração, supõe-se conhecida a Linha de Influência dos momentos fletores da seção C de uma estrutura: ▪ Com isso, variando-se a posição de P, os valores de Mc são dados por: ▫ p/ P=1 em A → 𝑀𝑐 = −𝛿𝐴: Tração fibra superior ▫ p/ P=1 em 𝐵 → 𝑀𝑐 = +𝛿𝐵: Tração fibra inferior δB δA P=1 x Definição de Linha de Influência ▪ Força unitária vertical percorrendo a linha S(x); ▪ LI do esforço Mc. ▪ Seja uma viga biapoiada sob ação de uma força unitária móvel dada por: ▪ O objetivo é determinar as LIs das reações RVA e RVB, do momento fletor MC e da força cortante VC. Determinação das Linhas de Influência de vigas biapoiadas P=1 A B a b l x Linha de Influência de RVA ▪ O equilíbrio de momentos em B é dado por: 𝑀𝐵 = 0 → 𝑅𝑉𝐴. 𝑙 − 𝑃. 𝑙 − 𝑥 = 0 𝑅𝑉𝐴 = 1 − 𝑥 𝑙 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑖𝑚𝑎 P=1 b a A B C RVA l x ▪ As condições de contorno são dadas por: 𝑅𝑉𝐴 = 1 − 𝑥 𝑙 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 0 → 𝑅𝑉𝐴 = 1 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 𝑙 → 𝑅𝑉𝐴 = 0 ▪ Portanto a LI de RVA é dada por: 1 Linha de Influência de RVA Linha de Influência de RVB ▪ O equilíbrio de momentos em A é dado por: 𝑀𝐵 = 0 → 𝑅𝑉𝐵 . 𝑙 − 𝑃. 𝑥 = 0 𝑅𝑉𝐴 = 𝑥 𝑙 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑖𝑚𝑎 P=1 b a A B C RVB l x ▪ As condições de contorno são dadas por: 𝑅𝑉𝐵 = 𝑥 𝑙 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 0 → 𝑅𝑉𝐵 = 0 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 𝑙 → 𝑅𝑉𝐵 = 1 ▪ Portanto a LI de RVB é dada por: Linha de Influência de RVA 1 MC b a A B RVB C x P=1 l Linha de Influência de MC ▪ Para força unitária à esquerda da seção C (0 ≤ x ≤ a), com corte em C e olhando-se para a direita, por facilidade, o equilíbrio de momentos em C é dado por: 𝑀𝐶 = 0 → +𝑀𝐶 − 𝑅𝑉𝐵 . 𝑏 = 0 → 𝑀𝑐 = 𝑏. 𝑥 𝑙 ▪ As condições de contorno são dadas por: 𝑀𝑐 = 𝑏. 𝑥 𝑙 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 0 → 𝑀𝐶 = 0 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 𝑙 → 𝑀𝐶 = 𝑏 ▪ Portanto a LI parcial de MC é dada por: ▪ para 0 ≤ x ≤ a. b Linha de Influência de MC ▪ Para força unitária à direita da seção C (a ≤ x ≤ l), com corte em C e olhando-se para a esquerda, por facilidade, o equilíbrio de momentos em C é dado por: 𝑅𝑉𝐴 = 1 − 𝑥 𝑙 𝑀𝐶 = 0 → −𝑀𝐶 + 𝑅𝑉𝐴. 𝑎 = 0 → 𝑀𝑐 = 𝑎. 1 − 𝑥 𝑙 P=1 b a A B C l R VA C x Linha de Influência de MC ▪ As condições de contorno são dadas por: 𝑀𝑐 = 𝑎. 1 − 𝑥 𝑙 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 0 → 𝑀𝐶 = 𝑎 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 𝑙 → 𝑀𝐶 = 0 ▪ Portanto a LI parcial de MC é dada por: ▪ para a ≤ x ≤ l. Linha de Influência de MC a Linha de Influência de MC ▪ Superpondo-se as equações tem-se: 𝜃1 = tan 𝜃1 = 𝑏 𝑙 𝑒 𝜃2 = tan𝜃2 = 𝑎 𝑙 𝜃 = 𝜃1 + 𝜃2 = 𝑏 𝑙 + 𝑎 𝑙 → 𝜃 = 1 ▪ Portanto a LI final de MC é dada por: ▪ com M + para tração na fibra inferior 1 a 1 b Linha de Influência de MC R VB V C b a A B C x P=1 l Linha de Influência de VC ▪ Para força unitária à esquerda da seção C (0 ≤ x ≤ a), com corte em C e olhando-se para a direita, por facilidade, o equilíbrio das forças verticais é dado por: 𝑅𝑉𝐵 = 𝑥 𝑙 𝐹𝑉 = 0 → 𝑉𝐶 + 𝑅𝑉𝐵 = 0 → 𝑉𝐶 = − 𝑥 𝑙 ▪ As condições de contorno são dadas por: 𝑉𝐶 = − 𝑥 𝑙 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 0 → 𝑉𝐶 = 0 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 𝑙 → 𝑉𝐶 = −1 ▪ Portanto a LI parcial de VC é dada por: ▪ para 0 ≤ x ≤ a. Linha de Influência de VC P=1 b a A B C x l R VA V C Linha de Influência de VC ▪ Para força unitária à direita da seção C (a ≤ x ≤ l), com corte em C e olhando-se para a esquerda, por facilidade, o equilíbrio das forças verticais é dado por: 𝑅𝑉𝐴 = 1 − 𝑥 𝑙 𝐹𝑉 = 0 → −𝑉𝐶 + 𝑅𝑉𝐴 = 0 → 𝑉𝐶 = 1 − 𝑥 𝑙 ▪ As condições de contorno são dadas por: 𝑉𝐶 = 1 − 𝑥 𝑙 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 0 → 𝑉𝐶 = 1 ▪ 𝑒𝑚 𝑥 = 𝑙 → 𝑉𝐶 =0 ▪ Portanto a LI parcial de VC é dada por: ▪ para a ≤ x ≤ l. Linha de Influência de VC 1 1 ▪ Superpondo-se as equações, a LI final de VC, + se horário sobre a seção transversal, é dada por: ▪ Conferindo: 1 A C 1 B C Linha de Influência de VC 𝑅𝑉𝐴 = 1 − 𝑥 𝑙 𝑉𝐶 = 𝑥 𝑙 𝑉𝐶 = 1 − 𝑥 𝑙 𝑅𝑉𝐵 = 𝑥 𝑙 Determinação das Linhas de Influência de vigas biapoiadas - Processo das Cadeias Cinemáticas ▪ A determinação das Linhas de Influência pode ser feita através do Processo das Cadeias Cinemáticas. ▪ Tal Processo consiste na retirada de um único vínculo de uma estrutura isostática, passando-se a ter uma cadeia cinemática com somente um grau de liberdade. ▪ Dessa forma , o problema estático é transformado em um problema geométrico, podendo-se, então, utilizar o Princípio dos Trabalhos Virtuais. ▪ Seja uma viga biapoiada dada por: ▪ Retirando-se o vínculo que transmite o esforço EC procurado, obtém-se uma cadeia cinemática com um grau de liberdade, com isso pode-se impor um deslocamento unitário, suposto positivo, no sentido contrário ao esforço EC procurado. b a C A B Processo das Cadeias Cinemáticas l 1 Linha de Influência de RVA RVA B RVB 1 Linha de Influência de RVB C MC MC 1 1 a b Linha de Influência de MC C VC VC 1 1 Linha de Influência de VC Atenção ▪ Convém notar o seguinte: ▪ A Geometria dos Pequenos Deslocamentos deve ser mantida quando da imposição do deslocamento unitário; ▪ O diagrama formado pela posição inicial e a posição deslocadada estrutura é a Linha de Influência procurada; ▪ Uma vez definida a Linha de Influência, pode-se aplicar o PTV, ou seja, a soma dos trabalhos externos é igual a zero, e determinar o valor do esforço procurado. ▪ Seja uma viga biapoiada com balanço nas extremidades dada por: Determinação das Linhas de Influência de vigas biapoiadas com balanço A β a b B α d LI Mα LI Mβ LI Vα Linhas de Influência LI Vβ LI RA LI RB Linhas de Influência ▪ Viga Gerber é uma viga isostática, que contém vários apoios e articulações internas. Essa viga se origina de uma viga contínua, na qual são criadas articulações tornando-a isostática: ▪ com NBS=0; BG=3; BN=9 e BE=9, portanto isostática. Determinação das Linhas de Influência de vigas Gerber α A B I II C RVA RVB RVC Linhas de INfluência Mα MA MB Linhas de Influência Vα VB Esq VB Dir Linhas de Influência VI VII Linhas de Influência Determinação de esforços solicitantes utilizando Linhas de Influência ▪ A determinação de um esforço qualquer de uma estrutura, baseado no conceito de Linhas de Influência, pode ser dividido em duas fases distintas: ▪ Para uma determinada seção C, pode-se determinar a Linha de Influência correspondente ao esforço EC procurado; ▪ Conhecido o carregamento e a Linha de Influência, obtém-se o esforço EC devido a esse carregamento. ▪ Determinar a Linha de Influência de um esforço EC(x) na seção C. ▪ Para força unitária em x tem-se: 𝐸𝑐 = 𝐸𝑐 𝑥 ▪ Para força F em x tem-se: 𝐸𝑐 = 𝐹. 𝐸𝑐 𝑥 Procedimento 𝐸𝑐 𝑥 → + → 𝑎𝑏𝑎𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝐸𝑐 𝑥 → − → 𝑎𝑐𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 Procedimento ▪ Para forças Fi em xi tem-se: 𝐸𝑐 = 𝐹𝑖 . 𝐸𝑐 𝑥 𝑖 𝑛 𝑖=1 ▪ Para força distribuída p(x) tem-se: ▪ Convém observar que pode ser utilizada a tabela formulada por KURT BEYER para a resolução da integral acima. 𝑑𝐸𝑐 = 𝑝 𝑥 . 𝑑𝑥. 𝐸𝑐 𝑥 𝐸𝑐 = 𝐸𝑐 𝑥 . 𝑝 𝑥 𝑑𝑥 𝑥𝐵 𝑥𝐴 Exemplo 1 Exemplo 1 ▪ Dada a estrutura, determinar VD: ▪ Determinação de VD via Isostática: ▪ Calcular as reações de apoio; ▪ Fazer o diagrama da Força Cortante. 40 kN 20 kN/m B 5m 2,5m A C D 10m Do diagrama extrair VD: 120 kN 120 kN 20 kN 20 kN + - 2,5m 120 kN 120 kN 20 kN 2,5m 20 kN + - VD=+70 kN Diagrama da Força Cortante ▪ Determinar a Linha de Influência de VD: ▪ Obter medidas de interesse: 0,25 2,5m C 0,75 1 + 0,75 + 0,5 Determinação de VD via Linha de Influência 0,25 - - + 0,5 5m 0,75 2,5m Aplicar o carregamento: 40 kN 20 kN/m 0,25 Da tabela: - + 0,5 5m 0,75 2,5m Efetuar o cálculo de VD: 40 kN 20 kN/m 0,25 - 𝑉𝐷 = − 1 2 . 2,5.0,25.20 + 1 2 . 7,5.0,75.20 + 40.0,5 = 70 𝑘𝑁 Obrigada! Alguma dúvida? Vocês podem me encontrar em: tayla.criado@unifran.edu.br Referências ▪ Este material foi desenvolvido a partir de notas de aula elaboradas pelo Prof. Dr. Rogério de Oliveira Rodrigues (UNESP- ILHA SOLTEIRA). ▪ MARTHA, Luiz Fernando. Análise de estruturas: conceitos e métodos básicos. Rio de Janeiro: Campus, 2010. 524 p. ISBN 9788535234558. ▪ CAMPANARI, Flavio Antonio. Teoria das estruturas : V 1. Rio de Janeiro Guanabara dois 1985 1274 ISBN 8570300476. 49
Compartilhar