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aula 4 - mamona

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Grandes Culturas 2 
Aula 4 – Mamona 
Mamona – Ricinus Cmmunis L. 
Produto principal: óleo de mamona ou óleo de rícino. Esse óleo diferente dos outros 
suporta vários processos durante a sua industrialização. É um óleo muito funcional. 
São diversos os produtos industrializados que utilizam o óleo de mamona. 
Consumo mundial: China, França, EUA, Brasil, etc. 
Atualmente o Brasil produz apenas 1% da produção mundial de mamona. 
O Brasil já foi o maior produtor de óleo de rícino no mundo, porém atualmente a 
produção não supre a demanda do território brasileiro. 
Maior produtor mundial: Índia (85% da produção mundial) 
Principal região produtora no Brasil: Irecê, Bahia. Houve um desenvolvimento eficaz 
da cadeia produtiva da mamona o que fez com que a cidade de Irecê fosse a maior 
produtora de mamona do país. 
Potencial de crescimento: Mato Grosso e Oeste Baiano. Essas regiões apresentam 
um alto potencial produtivo não só pelas condições edafoclimáticas, mas também 
pelo nível de desenvolvimento da cadeia produtiva. 
Cadeia produtiva – utilização de novas práticas, aplicação de novas tecnologias, 
organização da produção, etc. 
Uma cadeia produtiva bem desenvolvida: favorece o aumento da produção da cultura; 
proporciona condições de aumentar e organizar a produção; aumenta a oferta para 
o mercado, fazendo com que o Brasil tanto consiga suprir a demanda nacional quanto 
também exporte o produto para outros países. 
Mamona e Biodiesel 
O óleo de mamona tem mais valor agregado do que o biodiesel 
A qualidade do biodiesel de mamona é inferior ao biodiesel produzido de outras fontes. 
Produto potencial: biolubrificantes – Em pesquisas recentes tem se procurado aplicar 
o óleo de mamona na produção de outros produtos. 
Farelo de mamona – 45% da semente é óleo e 55% é o farelo de mamona. Em 
pesquisas recentes tem se proposto utilizar eles farelo para alimentação de 
ruminantes. 
Mamoneira 
Planta heliófila (boa insolação) 
Clima tropicais e subtropicais 
Vegeta bem em climas tropicais e subtropicais 
Dias longos 
Adapta-se bem ás regiões com fotoperíodos curtos 
Dias longos = flores femininas 
Dias curtos = flores masculinas 
Além da alteração em relação as flores femininas e masculinas, bem como o número 
médio de flores femininas por cacho. 
Tolerante à seca 
Embora a mamona consiga se manter bem em condições de seca, ela não alcança 
uma alta produção nessa condição. 
 Crescimento de raízes em profundidade 
 Aumento da cerosidade 
 Redução do tamanho das folhas 
 Ajuste osmótico 
No entanto, a planta não é capas de ter alta produtividade se não houver 
disponibilidade adequada de água, seja chuva ou irrigação. 
Maior exigência de água = fase vegetativa 
Enchimento dos frutos = 500 mm 
Brotação e floração – Maior demanda hídrica (400mm) 
Escassez – reduz a produtividade 
Entre a floração e a maturação dos frutos, é desejável que a umidade relativa do ar 
seja baixa para que se evite o desenvolvimento de doenças nas folhas e o mofo 
cinzento (que se desenvolve com alta umidade e temperatura amena). 
Temperatura 
Faixa de temperatura variando de 20°C a 35 °C 
Temperatura ideal 28°C 
Temperatura maior do que 40°C: No período de floração podem apresentar 
senescência das flores, prejudicando a produção de frutos, podendo ocorrer ainda a 
reversão sexual das flores, aumentando a quantidade de flores masculinas e 
diminuindo a quantidade de flores femininas. 
Temperatura menor que 10°C: Podem apresentar pólen danificado, comprometendo 
a produção de sementes. 
Temperatura noturna 30°C: Aumenta a respiração e diminuem a fotossíntese, 
reduzindo o crescimento e a produção. 
Temperatura menor que 0°C: Não suporta, embora possa resistir a uma geada leve 
e de curta duração. 
Temperatura entre 15° a 20°C: Podem também tornar lento o enchimento das 
sementes. 
Solo 
 Vários tipos de solo 
 Solos profundos 
 Boa drenagem e aeração 
 Textura franca 
 Fertilidade média a alta 
 pH = 5,5 a 6,5 
O solo para o plantio de mamona deve ser bem drenado, pois a planta é 
extremamente sensível ao encharcamento, mesmo que temporário. 
Para a escolha do local de implantação da cultura da mamona deve-se considerar 
também: 
 Áreas com pouca declividade; 
 Sistema conservacionista como o cultivo mínimo ou plantio direto; 
 Solo deve ser fértil; 
 Solos ricos em matéria orgânica; 
 Solo devidamente corrigido; 
 Em caso de cultivo em áreas declivosas, as operações de preparo do solo e 
semeadura devem ser realizadas seguindo o sentido das curvas de nível do 
terreno. 
A mamoneira é exigente em nutrientes. 
Cultivares 
BRS Paraguaçu 
Ciclo: média de 250 dias entre o plantio e a maturação dos últimos cachos. 
Produtividade: 1500kg/há em sequeiro 
Altura de planta: em média, tem apresentado 160 cm 
Sementes: as sementes têm cor única preta. Sob estresse hídrico, podem apresentar 
pequenas pontuações brancas, sem padrão definido. A presença de sementes de 
cor marrom ou avermelhada é indicativo de colheita antecipada ou deficiência 
nutricional. 
Teor de óleo: em média 48%. 
BRS Nordestina 
Ciclo: média de 250 dias entre o plantio e a maturação dos últimos racemos. 
Produtividade: 1500kg/há em sequeiro 
Altura de planta: em média, tem apresentado 190 cm 
Sementes: as sementes têm cor única preta. Sob estresse hídrico, podem apresentar 
pequenas pontuações brancas, sem padrão definido. A presença de sementes de 
cor marrom ou avermelhada é indicativo de colheita antecipada ou deficiência 
nutricional. 
Teor de óleo: em média 48%. 
BRS Energia 
Ciclo: média de 120 dias, variando entre 110 a 150 dias, entre germinação e a maturação 
dos últimos racemos. 
Produtividade: 1800 kg/há em sequeiro 
Altura da planta: média de 140 cm 
Sementes: rajada com as cores bege e marrom 
Teor de óleo: em média 48%. 
As plantas rústicas de mamona tinham um porte alto e poucas sementes, através do 
melhoramento genético se diminuiu o porte de planta e foi aumentado o número de 
sementes/frutos. 
BRS Gabriela 
Ciclo: média de 150 dias, entre o plantio e a maturação dos últimos racemos. 
Produtividade: 1900 kg/há em sequeiro 
Altura da planta: média de 160 cm 
Sementes: rajada com as cores bege e marrom avermelhado. 
Teor de óleo: em média 50%. 
Semeadura 
Semeadura tanto de forma manual (pequenos produtores) como mecanizada 
Manual: covas e matracas 
Mecânica: semeadora de discos horizontais. Uma das vantagens é a diminuição dos 
custos com mão de obra. 
Época de semeadura: planejar a semeadura de forma que planta tenha água 
disponível durante grande parte do ciclo. 
Ausência ou excesso de chuva: influencia negativamente na floração e frutificação = 
redução na produtividade. 
Alta precipitação = mofo cinzento 
Entretanto quando as chuvas de uma região se aproximam do mínimo exigido (500 
mm), o ideal é efetuar a semeadura no início da estação chuvosa, para maximizar o 
aproveitamento hídrico. 
Desbaste: recomenda-se uma planta por cova. 
Espaçamento e densidade de semeadura 
O espaçamento irá variar de acordo com o porte da planta 
Porte médio: 2m a 3m entre linhas e 1m entre plantas. 
Esse espaçamento possibilita o cultivo da entre linha em cultivadores mecânicos ou 
o consórcio com culturas alimentares de baixo porte. 
Porte baixo: 0,70 a 1,0m entre linhas e 0,30 a 1m entre plantas. 
Para o plantio mecanizado, cultivares que suportam altas populações de plantas são 
mais adequadas, pois facilitam o plantio. 
Cultivo Isolado 
Para cultivares de porte baixo ou anão, que são mais adequadas as áreas 
mecanizadas, normalmente utiliza-se espaçamento entre linhas de 0,70 a 1,0m. O 
espaçamento entre plantas na linha varia de 0,30 m a 1,0m, dependendo da cultivar. 
Para o plantio mecanizado, cultivares que suportam altas populações de plantas são 
mais adequadas, pois facilitam o plantio. 
Para cultivares de porte médio, recomenda-se espaçamentos que variam de 1,5a 3m 
entre linhas e de 0,5m a 1,0 entre plantas. 
Cultivo consorciado 
O sistema consorciado é recomendado para pequenas áreas nas quais os tratos 
culturais são manuais e feitos com a mão de obra familiar. 
Nos cultivos de mamoneira consorciada se utilizam cultivares com ciclo longo (200 
dias ou maior) e porte médio a alto. A densidade populacional da mamoneira 
consorciada deve ser inferior a 4000 plantas/há, em arranjos espaciais de 3,0m x 
1,0m, em fileiras simples, ou 4,0m x 5,0m; 4,0m x 0,8m e 4,0m x 1,0m, conforme 
solos de baixa, média e alta fertilidade, respectivamente, distribuindo-se de 3 a 5 linhas 
intercaladas de feijão (caupi ou comum) ou amendoim. 
Observação: 
A mamona tem um baixo índice de área foliar e quando ela é cultivada em grandes 
espaçamentos, o solo fica desprotegido = Erosão. 
Solução = O aumento da cobertura vegetal, o preparo adequado do solo com plantio 
em curvas de nível, a adoção do sistema de plantio direto, a rotação de culturas, o 
controle de capinas e a calagem e adubação adequadas. 
Colheita 
Manual - alto custo com mão de obra e menos perdas na produção. 
Mecânica – baixo custo com mão de obra, porém tem grandes perdas na produção. 
Avanço 
 Cultivares de alta produtividade e baixo porte 
 Manejo químico de plantas daninhas 
 Mecanização da colheita 
Atrativos da mamona 
 Produto de alto valor e grande mercado 
 Benefício no manejo de nematoides 
 Alta resistência à seca (opção para 2a safra)

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