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CASOS CONCRETOS 01 - 04- DIREITO ADM

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Caso Concreto 01 
 
Maria, jovem integrante da alta sociedade paulistana, apesar de não trabalhar, reside 
há dois anos em um dos bairros nobres da capital paulista, visto que recebe do Estado 
de São Paulo pensionamento mensal decorrente da morte de seu pai, ex-servidor 
público. Ocorre que, após voltar de viagem ao exterior, foi surpreendida com a 
suspensão do pagamento da referida pensão, em razão de determinação judicial. Em 
razão disso, deixou de pagar a conta de luz de sua casa por dois meses consecutivos 
o que acarretou, após a prévia notificação pela concessionária prestadora do serviço 
público, o corte do fornecimento de luz em sua residência. 
Considerando a narrativa fática acima, responda aos itens a seguir, empregando os 
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
A) À luz dos princípios da continuidade e do equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato de concessão de serviço público, é lícito o corte de luz realizado pela 
concessionária? 
 
R: Sim, O princípio da continuidade do serviço público consiste na exigência de que o 
serviço seja prestado de forma permanente, ou seja não pode parar, sem qualquer 
interrupção, visando o assegurar estabilidade para os usuários por meio de sua 
manutenção de forma ininterrupta. Com tudo, a interrupção do serviço, após prévio 
aviso, quando houver inadimplemento do usuário, não caracteriza descontinuidade do 
serviço. Isto porque, a continuidade da prestação do serviço facultativo pressupõe o 
cumprimento de deveres por parte do usuário, notadamente o pagamento da tarifa. 
 
Porém a falta de remuneração adequada, ante a aceitação do inadimplemento pelo 
usuário, poderia levar ao próprio colapso do serviço, o que afetaria a própria sociedade 
como um todo. Do mesmo modo, o equilíbrio econômico-financeiro do contrato restaria 
abalado caso a concessionária fosse obrigada a prestar o serviço ao consumidor 
inadimplente. 
 
B) O Código de Defesa do Consumidor pode ser aplicado irrestritamente à relação 
entre usuários e prestadores de serviços públicos? 
 
R: Nesse caso concreto, de acordo com os fatos narrados, estamos diante de um 
conflito. Contudo, esse conflito já se encontra pacificado na doutrina e jurisprudência, 
pela aplicação do critério da especialidade, haja vista que a lei busca disciplinar relação 
especial de consumo (usuário de serviço público). Sendo assim, o CDC não se aplica 
irrestritamente aos serviços públicos, apenas de forma subsidiária. 
 
Caso Concreto 02 
O Estado W resolve criar um hospital de referência no tratamento de doenças de pele. 
Sem dispor dos recursos necessários para a construção e a manutenção do? Hospital 
da Pele? pretende adotar o modelo de parceria público privada. O edital de licitação 
prevê que haverá a seleção dos particulares mediante licitação na modalidade de 
pregão presencial, em que será vencedor aquele que oferecer o menor valor da 
contraprestação a ser paga pela Administração estadual. 
Está previsto também, no instrumento convocatório, que a Administração deverá, 
obrigatoriamente, deter 51% das ações ordinárias da sociedade de propósito específico 
a ser criada para implantar e gerir o objeto da parceria. Esta cláusula do edital foi 
impugnada pela sociedade empresária XYZ, que pretende participar do certame. Diante 
disso, responda, justificadamente, aos itens a seguir. 
A) A modalidade e o tipo de licitação escolhidos pelo Estado W são juridicamente 
adequados? 
 
R: Não, uma vez que a Lei Prevê obrigatoriamente que a licitação ocorra na forma de 
concorrência, porém o critério de julgamento está correto uma vez que a lei faculta a 
adoção desse critério de julgamento. 
 
B) A impugnação ao edital feita pela sociedade empresária XYZ procede? 
 
Sim, considerando que a lei 11.079/2004 veda expressamente a administração pública 
ser titular da maioria do capital votante das sociedades de proposito especifico criadas 
para implantar e gerir o objeto de parceria. 
 
Caso Concreto 03 
Recentemente, 3 (três) entidades privadas sem fins lucrativos do Município ABCD, que 
atuam na defesa, preservação e conservação do meio ambiente foram qualificadas pelo 
Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. 
Buscando obter ajuda financeira do Poder Público para financiar parte de seus projetos, 
as 3 (três) entidades apresentaram requerimento à autoridade competente, 
expressando seu desejo de firmar um termo de parceria. 
Com base na narrativa fática, responda às indagações abaixo, empregando os 
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
A) O poder público deverá realizar procedimento licitatório (Lei n. 8666/93) para 
definir com qual entidade privada irá formalizar termo de parceria? 
 
R: Não será preciso realizar processo licitatório, uma vez que o termo de parceria não 
possui natureza jurídica de contrato administrativo, o que há nesse caso no termo de 
parceria é realização de objetivos comuns, porém não tendo processo licitatório, a lei 
prevê que seja feito um processo seletivo simplificado. 
 
B) Após a celebração do termo de parceria, caso a entidade privada necessite 
contratar pessoal para a execução de seus projetos, faz-se necessária a realização 
de concurso público? 
 
Não, visto que as OCIP`S não integram a administração pública direta ou indireta dessa 
forma não há necessidade de realização de concurso público, se for preciso escolher 
seus empregados a organização irá fazer o contrato desses trabalhos através de um 
processo celetista. 
Caso Concreto 04 
Uma determinada microempresa de gêneros alimentícios explora seu estabelecimento 
comercial, por meio de contrato de locação não residencial, fixado pelo prazo de 10 
(dez) anos, com término em abril de 2011. Entretanto, em maio do ano de 2009, a 
referida empresa recebe uma notificação do Poder Público municipal com a ordem de 
que deveria desocupar o imóvel no prazo de 3 (três) meses a partir do recebimento da 
citada notificação, sob pena de imissão na posse a ser realizada pelo Poder Público do 
município. Após o término do prazo concedido, agentes públicos municipais 
compareceram ao imóvel e avisaram que a imissão na posse pelo Poder Público iria 
ocorrer em uma semana. Desesperado com a situação, o presidente da sociedade 
empresária resolve entrar em contato imediato com o proprietário do imóvel, um 
fazendeiro da região, que lhe informa que já recebeu o valor da indenização por parte 
do Município, por meio de acordo administrativo celebrado um mês após o decreto 
expropriatório editado avisaram que a imissão na posse pelo Poder Público iria ocorrer 
em uma semana. Desesperado com a situação, o presidente da sociedade empresária 
resolve entrar em contato imediato com o proprietário do imóvel, um fazendeiro da 
região, que lhe informa que já recebeu o valor da indenização por parte do Município, 
por meio de acordo administrativo celebrado um mês após o decreto expropriatório 
editado pelo Senhor Prefeito. Indignado, o presidente da sociedade resolve ajuizar uma 
ação judicial em face do Município, com o objetivo de manter a vigência do contrato até 
o prazo de seu término, estipulado no respectivo contrato de locação comercial, ou seja, 
abril de 2011; e, de forma subsidiária, uma indenização pelos danos que lhe foram 
causados. 
A partir da narrativa fática descrita acima, responda aos itens a seguir, utilizando os 
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
A) É juridicamente correta a pretensão do locatário (microempresa) de impor ao 
Poder Público a manutenção da vigência do contrato de locação até o seu termo 
final? 
 
R: 
Não há possibilidade, visto que a desapropriação se encontra destacado em diversos 
princípios e supremacia do interesse público sobre o interesse privado, sendo assim, é 
assegurado ao poder público, cumprindoexigências legais, exigir o bem expropriado 
livre de qualquer ônus real ou pessoal que incidia sobre a propriedade expropriada. 
 
B) Levando-se em consideração o acordo administrativo realizado com o 
proprietário do imóvel, é juridicamente correta a pretensão do locatário 
(microempresa) em requerer ao Poder Público municipal indenização pelos danos 
causados? 
 
R: Sim, pois a responsabilidade civil do ente público, decorre do fato administrativo 
que produziu o fim da atividade desenvolvida pela sociedade empresarial ainda que 
inexista culpa ou ato ilícito do poder público.

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