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HTP PRATICO

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Apostila para fins didáticos 
 
Universidade de Cuiabá (UNIC) 
 
Disciplina Medidas e Avaliação em Psicologia III 
 
Professora Ms. Rosangela Kátia Sanches Mazzorana Ribeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Método Projetivo 
 
HTP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Março/2009 
 
 2
 
Sumário 
 
 
Fundamentação teórica----------------------------------------------------------------------3 
 
Aplicação--------------------------------------------------------------------------------------6 
 
Manejo Clínico-------------------------------------------------------------------------------7 
 
Interpretação – Fase Cromática-----------------------------------------------------------11 
 
Interpretação – Avaliação do desenho---------------------------------------------------14 
 
Interpretação – Aspectos gerais do desenho--------------------------------------------14 
 
Interpretação – Características gerais do desenho-------------------------------------17 
 
Interpretação – Características específicas do desenho da casa----------------------26 
 
Interpretação – Características específicas do desenho árvore-----------------------32 
 
Interpretação – Características específicas do desenho da pessoa-------------------37 
 
Interpretação – Indicadores de Conflitos (adicional)---------------------------------46 
 
Alguns significados qualitativos gerais-------------------------------------------------47 
 
Laudo psicológico – Modelo-------------------------------------------------------------50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3
CASA-ÁRVORE-PESSOA - HTP 
 
 
1) NOME ORIGINAL: House-Tree-Person Test - HTP 
 
2) DADOS HISTÓRICOS 
Autor: JOHN N. BUCK 
Divulgado em 1946, publicado em 1948. 
No Brasil: revisado em 2003 por Iraí Cristina Boccato Alves; editado pela VETOR Editora. 
 
3) ESCOLHA DA CASA-ÁRVORE-PESSOA COMO CONCEITOS GRÁFICOS 
→ por serem familiares a todas as pessoas, inclusive crianças pequenas; 
→ melhor aceitação para sujeitos de todas as idades; 
→ estimulavam uma verbalização mais livre e espontânea; e ainda, 
→ por serem conceitos simbolicamente férteis em termos de significação inconsciente. 
 
3.1- Como análise quantitativa: Buck propôs como uma estimativa da inteligência do 
sujeito. 
3.2- Como técnica projetiva: Buck propôs como uma medida qualitativa de personalidade. 
Considerar cada desenho tanto como auto-retrato, como um desenho de tal objeto. 
Morris – não ficou demonstrado que cada desenho completo pode ser como um auto-retrato. 
Hammer – observou que sujeitos representam, embora não intencionalmente, imagem de si 
mesmo: tal como são, 
 tal como temem que poderiam ser, 
 tal como queriam ser. 
 
4) OBJETIVOS E APLICAÇÕES 
4.1- Na Clínica: 
→ Avaliação "da personalidade do sujeito, em si mesma e em suas interações com o ambiente"; 
→ Complementação de dados obtidos com outras técnicas projetivas, para o entendimento 
dinâmico do caso individual; 
→ Rapport. 
 
4.2- Para propósitos diagnósticos: 
→ Aliadas à entrevista e outros instrumentos de avaliação, fornece informações que podem 
revelar conflitos e interesses gerais dos ∆s; 
→ Dá indicações dos aspectos específicos do ambiente que o ∆ ache problemáticos. 
 
4.3- Na terapia em andamento: pode refletir mudanças globais no estado psicológico do ∆. 
 
 
 
 
 
 
 4
5) ORGANIZAÇÃO: teste projetivo, gráfico e verbal, que utiliza lápis e papel. 
→ Técnica gráfica porque é solicitado ao sujeito que desenhe uma casa, uma árvore e uma 
pessoa. 
 
→ Técnica verbal porque se solicita que o sujeito fale sobre cada desenho, havendo uma série de 
perguntas preparadas para este fim. 
 
5.1) Como técnica gráfica: pode incluir uma fase acromática e uma fase cromática (recurso para 
explorar camadas mais profundas da personalidade). 
5.2) Material: 
Acromático – 3 fls. papel sulfite, lápis preto nº 2, borracha e apontador. 
Cromático – 3 fls. papel sulfite, borracha e apontador, caixa de lápis de cor (8 cores: vermelho, 
verde, amarelo, azul, marrom, preto, roxo e laranja). 
Protocolo para Desenho 
Protocolo de Interpretação 
Protocolo de Inquérito Posterior ao Desenho 
Relógio ou cronômetro – anotar tempo de latência e total 
5.3) Tarefa solicitada: somente uma superfície é apresentada de cada vez ao sujeito, que é 
solicitado a desenhar: 
Casa: em folha colocada horizontalmente diante dele. 
Árvore e Pessoa: pedidos nessa ordem, serão feitos em folhas na vertical diante dele. 
 
6) FORMA DE ADMINISTRAÇÃO: individual. 
 
7) TEMPO DE ADMINISTRAÇÃO: variável, recomendando-se que não exceda 1 hora. Após 
a coleta dos desenhos, procede-se a um inquérito. 
 
8) POPULAÇÃO: mais adequado para ∆s acima de 8 anos de idade. 
 
9) ANALISE QUALITATIVA 
→ Reporta-se à verificação dos aspectos gerais e dos detalhes essenciais, ou significativos, em 
cada um dos desenhos. 
→ São interpretados em face do que representam para a estrutura e a dinâmica da personalidade. 
→ O uso projetivo dos desenhos foi considerado útil isoladamente porque os conflitos profundos 
são mostrados mais prontamente durante o desenho do que em outras atividades. 
→ Os desenhos avaliam predominantemente processos expressivos. 
 
Zucker (1948): “Os desenhos são os primeiros indicadores clínicos a mostrar sinais de 
psicopatologia e os últimos a perder os sinais de doença, à medida que o indivíduo se recupera. 
Os desenhos são mais fortemente sensíveis a tendências psicopatológicas do que as outras 
técnicas projetivas”. 
 
Wyatt (1949), BELLAK (1953) E Symonds (1953): “Os desenhos fornecem um quadro 
grosseiro da personalidade, que é completado pelo inquérito posterior ao desenho”. 
 
Stern (in: Hammer, 1969): “A técnica usada atinge o nível do pensamento primitivo pictórico. 
Ele está no mesmo plano que o do próprio pensamento inconsciente... Parece que o afeto 
proveniente de uma figura alcança mais profundamente o inconsciente do que a linguagem, 
 5
devido ao fato da expressão pictórica ser mais adequada ao estágio de desenvolvimento em que 
o trauma ocorreu (...)”. 
 
→ Para a interpretação dos desenhos, considera-se que a: 
 
PESSOA: reflete o ajustamento ∆al em um nível psicossocial. 
“Estimula mais associações conscientes, incluindo a expressão direta da imagem corporal. 
Reflete a capacidade do ∆ para atuar em relacionamentos e submeter o ‘self’ e as relações 
interpessoais à avaliação crítica objetiva”. 
 
ÁRVORE: parece revelar sentimentos intrapsíquicos básicos, mais duradouros e mais profundos 
e atitude em relação à si próprio. 
 
• É menos suscetível a mudanças em retestes do que o da pessoa 
 
• É mais fácil retratar material emocionalmente perturbador ou carregado de conflitos no desenho 
da árvore do que no da pessoa: pq é mais difícil para o ∆ tratar a árvore como um auto-retrato. 
 
• Sentimentos mais profundos e menos aceitáveis podem ser revelados mais facilmente pelo 
desenho da árvore, sem medo de revelar a si próprio ou a necessidade de manobras defensivas do 
ego. 
“Parece estimular mais associações subcs e incs do que os outros desenhos. É uma expressão 
gráfica da experiência de equilíbrio sentida pelo ∆ e da visão de seus recursos de 
personalidade para obter satisfação no e do seu ambiente”. 
 
 
CASA: situa-se entre a pessoa e a árvore neste contínuo. 
“Parece estimular uma mistura de associações cs e incs referentes ao lar e às relações 
interpessoais íntimas”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
# PESQUISAS têm mostrado que, enquanto o desenho da ÁRVORE representa um nível mais profundo de 
integração da personalidade, os desenhos da CASA e da PESSOA, apontam para um nível mais superficial. 
 
 
 6
APLICAÇÃO (pg.6 Manual) 
 
Munido de uma folha de papel, deverá anotar tudo o eu vai acontecendo de forma muito 
discreta. Deverá escrever tempo de latência e total, toda verbalização do cliente, tiques, traços 
feitos com a mão direita ou com a esquerda, movimentos, etc. 
 
VALOR DAS ANOTAÇÕES 
 
# Além dos desenhos, os movimentos e verbalizações oferecemindicações de seus traços de 
personalidade. 
# Ele se entrega confortavelmente à tarefa? Expressa dúvidas direta ou indiretamente, 
verbalmente, ou através de atividades motoras? Exibe expressões verbais que revelam: 
insegurança, ansiedade, suspeita, arrogância, hostilidade, negativismo, relaxamento, tensões 
emocionais, humores, autocrítica, cautela impulsividade, etc. 
# Mesmo que as atitudes do examinando se tornem ridículas, o examinador não deve demonstrar 
choque, deve mostrar-se uma pessoa neutra. 
# O examinador poderá dizer palavras de estímulo, quando sentir necessário, sem alterar as 
instruções específicas do teste. 
 
INQUÉRITO 
 
Principal objetivo: compreender o cliente extraindo o maior número possível de informações 
sobre o conteúdo e o contexto de cada desenho. 
 
# Detalhes que forem acrescentados durante o inquérito devem ser identificados. 
# Solicitar ao sujeito para desenhar um sol e uma linha de base nos desenhos que não possuem 
esses detalhes. 
 
FASE CROMÁTICA do H T P, solicita-se ao examinando que realize uma nova série de 
desenhos. Deve-se recolher os desenhos já realizados, apresentar novas folhas de papel e os lápis 
de cor ou crayons nas cores: vermelho, verde, amarelo, azul, marrom, preto, violeta e laranja. 
Retira-se o lápis preto nº 2 para que o examinando não seja tentado a fazer o esboço a lápis e 
depois colorir. 
 
As instruções iniciais são as seguintes: “Agora, por favor, desenhe uma CASA colorida”, depois 
pede-se a ÁRVORE e a PESSOA. Não deve falar ao examinando para desenhar “outra” CASA 
ou “outra” ÁRVORE, pois para a maioria das pessoas a palavra “outra” implicaria em não poder 
duplicar seus desenhos acromáticos. O objetivo é dar ao examinando a maior liberdade de 
escolha possível. 
 
Na série cromática não se permite o uso da borracha. 
 
 
 
 
 
 
 7
MANEJO CLÍNICO 
 
 
 O HTP é uma técnica projetiva de desenho que visa penetrar na personalidade do indivíduo. 
 
 É um instrumento que é considerado especialmente sensível a aspectos inconscientes ou 
velados do comportamento, que permite ou encoraja, uma ampla variedade de respostas no 
sujeito. 
 
 Hammer (1981) amplia o conceito de projeção de Freud e a define como: 
“A colocação de uma experiência interna ou de uma imagem interna, no mundo exterior”. 
E completa: “... a projeção é o processo psicológico de se atribuir qualidades, sentimentos, 
atitudes e anseios próprios, aos objetos do ambiente (pessoas, outros organismos ou coisas). O 
conteúdo da projeção pode ou não ser conhecido pelo sujeito como parte de si próprio”. 
 
 Atualmente os desenhos são considerados um meio privilegiado para a descoberta do mundo 
interno e da psicodinâmica da pessoa revela muito do inconsciente daquele que desenha. 
 
Os sentimentos e conflitos dos pacientes, freqüentemente, infiltram-se em seus desenhos, 
involuntária e/ou inconscientemente. 
 
 Os desenhos são representações, e não reproduções da realidade. Os desenhos não 
constituem uma reprodução fiel da realidade. São, antes, uma interpretação da realidade, uma 
maneira de ver as coisas e de se colocar diante delas. 
 
No HTP, os desenhos representam um reflexo da personalidade do seu autor e mostram mais 
sobre o artista do que sobre o objeto retratado. 
 
 As atividades psicomotoras do sujeito ficam gravadas no papel. O princípio básico da 
interpretação dos mesmos é que: 
• A folha de papel representa o ambiente, e 
• O desenho, o próprio sujeito, 
⇓ 
É a partir dessa interação simbolizada que são realizadas as interpretações. 
 
 Para interpretar o HTP, é necessário que o psicólogo: 
 
• Tenha uma vasta experiência clínica, 
• Conhecimentos de psicopatologia, psicossomática e psicanálise, 
• Estudos sobre movimentos expressivos da personalidade, 
• Uma reflexão sobre os mitos e as lendas populares, 
• Saber se as características dos desenhos são comuns ao mesmo grupo etário, sexual, cultural, 
etc. 
 A metodologia do examinador precisa ser tanto intuitiva como analítica, e confiar apenas em 
detalhes específicos pode ser enganador. 
 
 8
 Para uma análise substanciosa é importante uma relação dos detalhes com o todo, pois um 
traço gráfico isolado não significa muita coisa: é apenas um sinal, que adquire uma importância 
máxima quando existem muitos elementos apontados na mesma direção. 
 
 Além disso, o examinador deve ter bom senso, pois alguns detalhes são mais incomuns e mais 
significativos que outros, como o retratamento explícito dos órgãos sexuais, a falta de telhado ou 
a porta em uma casa ou uma árvore de espinhos. 
 
 Não se trata somente de uma questão de números de detalhes, mas também da qualidade 
destes. Após a primeira visão global dos desenhos, encaminha-se para a avaliação das partes 
individuais. 
⇓ 
As partes individuais são significativas em sua inter-relação com o todo, afetando reciprocamente 
o contexto global. 
 
A seguir, segue um Breve Roteiro da Utilização do HTP: 
(1) Como estimativa da inteligência adulta 
(2) Diagnóstico 
(3) Prognóstico 
 
1 – COMO ESTIMATIVA DA INTELIGÊNCIA ADULTA – não é uma abordagem nova 
apesar de ser menos divulgada. Foi desenvolvida por Buck e, segundo Morris, com base numa 
divisão tripla: 
 
1.1- Pode se fazer uma estimativa da inteligência, a partir: 
• de uma informação elementar (os detalhes); 
• das relações espaciais (proporção e perspectiva); e 
• da formação de conceitos (organização e qualidade do conjunto e dos comentários do 
sujeito, espontâneos ou introduzidos). 
 
1.2- O problema colocado para o sujeito, na fase não-verbal, implica na reprodução de uma 
imagem mnemônica de 3 dimensões em forma bidimensional. 
 
1.3- Devido aos aspectos relativamente primitivos do método empregado, os sujeitos que 
experienciam dificuldades de verbalizações, têm ocasião de demonstrar sua capacidade ou 
potencial intelectual elevado, se o possuem. 
→ Permite observar se o sujeito tem ou não comprometimento intelectual. 
 
2 – DIAGNÓSTICO – o HTP tem sido utilizado por Deabler na triagem de pacientes 
psiquiátricos. Estudo acerca de 3.000 casos relacionou uma série de indicadores diagnósticos para 
detectar a presença de casos de: Neurose, Psicose, Organicidade e Transtornos de Personalidade. 
 
2.1- Indicadores NEURÓTICOS – em geral, a nível neurótico, raramente são encontradas 
produções bizarras. Não há comprometimento do teste de realidade, nem distorções irracionais. 
NOTA-SE: 
→ Irregularidade na produção, sendo a CASA e a ÁRVORE de boa qualidade. 
→ Observa-se má qualidade no desenho da PESSOA, sugerindo, assim, o conflito pessoal 
envolvido. 
 9
→ A irregularidade da produção reflete "perturbação apenas de certas áreas de ajustamento, 
com envolvimento só parcial das funções da personalidade". 
 
2.2- Indicadores PSICÓTICOS – em geral são encontradas produções bizarras, com distorções 
importantes e aparecimento de figuras ilógicas e irrealistas. 
→ Os esquizofrênicos, com exceção de alguns casos paranóides bem integrados, apresentam um 
HTP bastante comprometido. 
→ Nota-se a presença de uma ou mais das seguintes características: 
 
CASA com dupla perspectiva, numa tentativa de apresentar 3 ou mais lados simultaneamente. 
• Transparência: tanto o interior como exterior da casa são apresentados num único desenho, 
e/ou, nos desenhos da PESSOA, as partes corporais são mostradas através da roupa. 
• Desenhos situados consideravelmente acima do chão ou da linha do solo, refletindo uma perda 
de contato com a realidade. 
• Desenhos compostos inteiramente pelo telhado, que sugerem estados de fantasia excessivos. 
• Com uma extremidade fendida, que implica numa quebra com a realidade e num medo da 
extensão de si mesmo no ambiente e/ou, possivelmente, no futuro. 
• Sem janelas ou portas (ou, se desenhadas, colocadas habitualmente no alto). Isso sugere 
inacessibilidade e uma falta de desejo de contato com o ambiente e com pessoas do mesmo. 
• Parede extrema maior que a parede principal; especialmente se o paciente é de inteligência 
média ouacima desta. 
 
ÁRVORE desenhada com a estrutura dos galhos reduzida ou mínima em tamanho; o que sugere 
uma falta de contato satisfatório com o ambiente e a presença de tendências de afastamento do 
mesmo. 
• Um tronco fendido reflete a cisão interior ou desorganização da personalidade. 
 
PESSOA sem cabelo, rosto parecido com máscara e um físico magro, rígido, desvirilizado. 
• Ambivalência do perfil: o corpo virado numa direção e a cabeça na direção oposta. 
• Olho acentuado (um sinal paranóide clássico). Ausência de um olho (ou olhos) é encontrada 
freqüentemente em desenhos de esquizofrênicos catatônicos. 
• Superacentuação da orelha ou omissão, muitas vezes, é indicativo de alucinações auditivas. 
• Omissão da roupa ou superacentuação dos órgãos sexuais, raramente encontrada em pacientes 
não esquizofrênicos, porém, encontrada nos que apresentam transtornos de personalidade. Revela 
uma quebra marcante em relação aos costumes sociais e/ou reflete mecanismos regressivos. 
• Omissão das partes do corpo, como: mãos, pés, braços, ombros, algumas vezes, mesmo da 
cabeça, da pélvis ou do corpo todo, e reflete uma falta de totalidade da personalidade e/ou 
fraqueza, impotência ou completa incapacidade para lidar com os problemas da vida. 
 
2.3- Indicadores ORGÂNICOS 
• Nota-se muita rasura e, nas novas tentativas de redesenhar, o desempenho piora. Queixam-se, 
estes pacientes, de que não se sentem capazes de realizar a tarefa. 
• As figuras são simples, concretas. A qualidade da linha está comprometida e o desenho é feito 
com linhas quebradas, esboçadas, irregulares. O desenho dos ângulos é difícil. Os pacientes 
epiléticos produzem figuras sem equilíbrio. Por outro lado, a fadiga faz com que piore o 
desempenho nos últimos desenhos, principalmente quando é usada a fase cromática. 
 
 10
• O desenho da casa é o que mostra, mais precocemente sinais de organicidade, mas, em todos, 
há problemas referentes à organização do desenho, principalmente na organização das partes no 
todo. 
• Os desenhos são geralmente de tamanho pequeno e notam-se sinais de estereotipia e 
perseveração, além de rigidez, dificuldade de fazer qualquer mudança ou de variar os desenhos. 
 
2.4- Indicadores de TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE – O HTP não é um 
instrumento especialmente sensível a este tipo de problema, mas demonstra algumas tendências: 
• Incluem um mínimo de elementos, sendo esquemáticos (figuras em palito). 
• Raramente usam sombreado e, a não ser ocasionalmente (nas figuras humanas, refletindo 
tendências exibicionistas e narcisistas) não ornamentam seus desenhos. 
• Tendência a usar "temas degradados", isto é, podem incluir uma privada, um animal urinando 
ou um nu grotesco. 
• As posturas são freqüentemente agressivas, inclusive com representações de instrumentos de 
agressão (armas, espingardas, serrotes, facas, motosserras, etc). 
• A imaturidade se manifesta na representação de heróis da fantasia infantil, como cowboy, etc., 
e o amarelo é a cor mais freqüente na série cromática. 
 
 
3 – PROGNÓSTICO – Segundo Hammer: 
 
BOM PROGNÓSTICO 
 
→ Árvore indica melhor ajustamento que o desenho da casa. 
→ Os desenhos cromáticos indicam melhor ajustamento que os acromáticos. 
 
MAU PROGNÓSTICO 
 
→ Os desenhos cromáticos apresentam mais indicadores psicopatológicos do que os acromáticos. 
→ A árvore dá uma impressão menos sadia que a pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11
INTERPRETAÇÃO - CROMÁTICO 
 
Segundo Hammer (1981), “o HTP cromático permite derrubar as defesas e mostrar a nu 
um nível mais profundo da personalidade do que é possível com o conjunto de desenhos 
acromáticos, e desta maneira é possível derivar uma hierarquia grosseira dos conflitos e 
defesas do sujeito, obtendo-se uma descrição mais rica de sua personalidade”. 
 
I – OBSERVAÇÕES NA AVALIAÇÃO DO HTP CROMÁTICO 
 
 É importante observar como o examinando usa os lápis de cor ou crayons. As pessoas 
psicologicamente mais sãs lançam-se com confiança à tarefa cromática (as crianças na maioria 
das vezes mostram imenso prazer), utilizam cores mais cálidas, aplicam uma pressão firme e 
segura, refletindo assim maior auto-afirmação e confiança nas áreas emocionais que as cores 
representam. 
 Em outro extremo do contínuo desta posição intermediária mais sã, estão os examinandos 
que utilizam uma pressão quase selvagem (acalcam com tanta força o crayon que muitas vezes 
chegam a quebrá-los), e em seus desenhos as cores geralmente estão em desarmonia. Este grupo é 
caracterizado por um estado de tensão com excessiva labilidade de humor ou emoções 
turbulentas com necessidades internas discordantes. 
 Um outro grupo pega o crayon com certa ansiedade, mostrando traços fracos e incertos, 
preferindo cores escuras, como o preto ou marrom (cores menos perigosas), revelando assim 
restrições da personalidade, incertezas e dificuldade em se posicionar no mundo. 
 
A escolha quanto mais vagarosa e indecisa a escolha das cores por parte do examinando, 
maior é a possibilidade de o item que está sendo produzido ter um significado especial para ele. 
 
Emprego da cor pelo examinando deve-ser observar se ele usa a cor somente para produzir 
linhas (como faz com o lápis preto), sombrear áreas maiores ou sombrear algumas áreas e outras 
não. 
 
Cor usada somente para o contorno timidez emocional (sugere transtorno depressivo). 
 
Cor usada para sombrear sombreado leve indica, na maioria das vezes, sensibilidade. 
Sombreado forte, geralmente, implica ansiedade. 
 
Área da página sombreada o esperado é que o examinando pinte menos de ¾ da página. 
Quando ultrapassa esse limite, mesmo que seja um colorido bem controlado, indica uma certa 
emotividade. Quanto mais colorido for o fundo e quanto mais esse colorido invadir o desenho, 
maior a problemática. 
 
Controle é avaliado pela qualidade das linhas e pela habilidade do examinando em manter um 
sombreado uniforme e dentro das linhas periféricas. Um colorido que ultrapassa as linhas 
periféricas sugere uma resposta impulsiva aos estímulos. 
 
Consistência grande inconsistência de desenho para desenho no uso da cor, pede uma 
investigação cuidadosa. 
 
 12
Nº de cores empregadas para cada desenho o esperado é de 3 a 5 cores para a CASA, de 2 a 
3 para a ÁRVORE e de 3 a 5 para a PESSOA. 
 
Uso inferior a esse nº de cores corresponde a examinandos incapazes de estabelecer 
livremente relações interpessoais quentes e compartilhadas, são pessoas mais tímidas 
emocionalmente (tendem a usar o crayon ou lápis de cor como se fosse o lápis preto, não 
colorindo os desenhos). 
 
Uso excessivo de cores especialmente quando combinado com o uso não convencional, é 
comum em indivíduos que manifestam uma incapacidade para exercer um controle adequado 
sobre seus impulsos emocionais (o psicótico pode desenhar 8 janelas e pintar cada uma de uma 
cor, revelando sua falta de controle e de contato com a realidade). 
 
Uso de muitas cores em crianças normal. Em geral as crianças tendem a fazer um uso maior 
e mais indiscriminado de cores que o adulto. Isto vem de encontro à crença que a resposta 
emocional precede à resposta intelectual no desenvolvimento da maturidade. Crianças mais 
velhas tendem a diminuir a necessidade do uso de muitas cores, sugerindo que o autocontrole 
aumenta com a idade. 
 
Uso de muitas cores em adultos descontrole das emoções (comum em esquizofrênicos, que 
geralmente usam muitas cores e sem muita crítica, indicando a falta de controle das emoções). 
 
Adaptação às convenções é interessante observar se as cores usadas obedecem às cores 
convencionais dos elementos. Em geral usa-se preto ou marrom para a fumaça, vermelho ou 
marrom para o telhado, etc. 
Adaptação à realidade deve-se lembrar que no desenho da PESSOA é muito difícil adaptar-
se à realidade com as 8 cores mencionadas, como por exemplo para produzir uma cor de pele. A 
maior parte dos examinandos simplesmente usa o lápis preto para delinear todas as partes 
descobertas da pessoa. Isto é uma quebrada realidade, mas não é sério porque é um método 
popular de representação. 
 
II – DISPOSIÇÃO DAS CORES 
 
Cores separadas expansão, porém com emoções controladas ou dirigidas, desejo de ordem e 
equilíbrio. 
Cores entrelaçadas, mescladas menor controle emocional. 
Cores superpostas regressão, conflito emocional e conflito na relação eu-mundo. 
Cores desordenadas, justapostas de modo confuso, com negligência confusão mental, 
descontrole, sem noção de limite e desorganização psíquica. 
Cores cuidadosamente dispostas, ocupando toda a área disponível desejo de perfeição e 
disciplina rígida (comum em Neurose Obsessivo-Compulsiva). 
 
 
III – SIMBOLISMO DAS CORES 
 
 Segundo E. Hammer (1981), deve-se sempre oferecer 8 cores ao examinando: amarelo, 
azul, laranja, marrom, preto, verde, vermelho e violeta. 
 13
 Da mesma forma que o H T P acromático, não existe uma universalidade dos símbolos 
para a interpretação dos desenhos. A simbologia das cores varia de cultura para cultura, 
ocorrendo uma diversidade de interpretações. No entanto, quanto mais bizarro for o emprego da 
cor, maior a probabilidade de ter um significado representativo. 
 
Amarelo é a cor da luz, do ouro e do sol. É a cor preferida por pessoas alegres, desinibidas, 
flexíveis e espontâneas. Quando usada com muita ênfase sugere agressividade ou hostilidade; em 
crianças, um C/ mais dependente e emocional. 
 
Azul é a cor do céu, do espírito. A contemplação do azul determina profundidade, sentimento 
de penetração no infinito, sensação de leveza e contentamento. É a cor preferida por pessoas 
calmas, seguras, equilibradas e mais controladas. 
 
Laranja é a cor que está a meio caminho entre o amarelo e o vermelho, simboliza o ponto de 
equilíbrio entre o espírito e a libido. É a cor preferida por pessoas confiantes, perseverantes, 
independentes e extrovertidas. Quando usado com muita ênfase no adulto sugere superestima de 
si mesmo ou projeção de problemas e afetos no exterior; já nas crianças, desejo de conseguir algo 
e se valorizar. 
 
Marrom é a cor da terra, da força de estruturação do ego, da resistência psíquica, da 
perseveração emocional e do fanatismo. Escurecido ele possui a vitalidade e a força impulsiva do 
vermelho, só que de forma atenuada. É a cor preferida de pessoas passivas, indiferentes, 
inseguras e observadoras das regras. Quando usado com muita ênfase por crianças sugere 
inibição ou repressão. 
 
Preto é a ausência de todas as cores, transmite a sensação de renúncia, entrega, abandono e 
introspecção. No Ocidente é a cor do luto por expressar melhor a eternidade em seu sentido mais 
profundo: a não existência. As pessoas que usam o preto nos desenhos demonstram tristeza, 
conflitos não solucionados, inibição, repressão ou vida interior sombria. Em crianças reflete 
repressão da vida emocional ou ansiedade. 
 
Verde é a cor da natureza, do crescimento, da criação, da reprodução, é chamada a cor do 
equilíbrio. É a cor preferida por pessoas sensíveis, sociáveis e com facilidade de inter-relação 
com os outros. Quando usado com muita ênfase nas crianças sugere dificuldade de expressão nas 
emoções 
 
Vermelho universalmente considerado como o símbolo fundamental do princípio da vida, é a 
cor do sangue. É uma cor ativa e estimulante, que produz emoções rápidas e fortes. Quando 
usado com muita ênfase por adultos sugere alta excitabilidade, infantilidade ou falta de 
autocrítica. O interesse pelo vermelho decresce à medida que a criança supera a fase impulsiva e 
ingressa na fase da razão. 
 
Violeta ou roxo é a cor resultante da mistura do vermelho com o azul, conservando as 
propriedades de ambos, embora seja uma cor distinta. Quando usada com muita ênfase por 
adultos sugere fortes impulsos para o poder; já nas crianças reflete um temperamento mais 
sombrio ou tristeza. 
 
 
 14
INTERPRETAÇÃO – AVALIAÇÃO DO DESENHO 
 
Examinar o desenho em relação à localização, ao tamanho, à orientação, e a qualidade geral, bem 
como os desvios nas áreas gerais apresentadas na lista de características do desenho que tenham 
algum possível significado clínico. Faça um sinal (٧) próximo a qualquer área em que as 
características do desenho pareçam ser desviantes. 
 
INTERPRETAÇÃO – ASPECTOS GERAIS DO DESENHO 
 
 
ATITUDE – Fornece uma medida grosseira sobre a disposição global para rejeitar uma tarefa 
nova e, talvez, difícil. A atitude comum é de uma aceitação razoável. Os desvios variam entre 2 
extremos: 
 
1) Aceitação total ao hiperegotismo – tendência em pensar apenas em si mesmo e considerar a 
si mesmo melhor e mais importante do que as outras pessoas. Tendência a monopolizar a 
atenção, mostrando desconsideração pelas opiniões alheias. 
 
2) Indiferença, derrotismo e abandono à rejeição aberta – raro em casos de distúrbios 
orgânicos e/ou indivíduos hostis. 
 Normalmente o desenho mais rejeitado é o da pessoa. Razões: 
a) Muitos ∆s desajustados têm suas maiores dificuldades nas relações interpessoais. 
b) O desenho da pessoa parece despertar + associações no nível consciente do que os da casa ou 
da árvore. 
c) A consciência corporal acentuada torna os ∆s desajustados pouco à vontade. 
 
TEMPO, LATÊNCIA, PAUSAS – Fornece informações valiosas sobre os significados dos 
objetos desenhados e de suas partes respectivas para o ∆. 
 O nº de detalhes e seu método de apresentação devem justificar o tempo gasto na produção 
dos desenhos. 
 
 Os 3 desenhos levam, normalmente, entre 2 e 30 min. para serem completados. 
Rapidez incomum → tentativa de se livrar de uma tarefa desagradável 
Tempo excessivo em um desenho → relutância em produzir algo e/ou por causa do significado 
emocional intenso do símbolo envolvido. 
 
∆s maníacos → podem demorar muito mais tempo em função da riqueza dos detalhes 
irrelevantes desenhados. 
 
∆s obsessivo-compulsivos → também gastam muito tempo pela tendência a produzir 
meticulosamente todos os detalhes relevantes. 
 
Se o ∆ não começar a desenhar dentro de 30 seg. após receber as instruções → o potencial para 
a psicopatologia está presente. 
 
Atraso → sugere forte conflito. Investigar durante o inquérito os fatores que produziram esse 
conflito. 
 15
 
Pausa maior de 5 segundos em cada desenho e/ou durante comentários ou nas respostas durante 
inquérito → conflito. A parte desenhada pode representar a origem. Investigar durante o 
inquérito. 
 
CAPACIDADE CRÍTICA E RASURAS 
 
 A capacidade para ver o trabalho de alguém objetivamente, para criticá-lo e aprender com a 
crítica é uma das primeiras funções intelectuais a ser afetada na presença de forte emotividade 
e/ou de processos orgânicos. 
 
 É comum verbalizações sobre a capacidade artística, tais como: “Nunca aprendi a 
desenhar”; “Isto aqui está fora de proporção”. Quando excessivas → potencial para patologia, 
especialmente se não houver tentativas para corrigir as falhas identificadas verbalmente. 
 
 C/s indicativos de autocrítica incluem: 
1) Abandono de um objeto não completado, recomeçando o desenho em outro lugar da página, 
sem apagar o desenho abandonado. 
2) Apagar sem tentar redesenhar. Geralmente é restrito a um detalhe que despertou forte 
conflito. O ∆ pode fazer o detalhe uma vez, mas não duas. 
3) Apagar e redesenhar. 
• Se o novo desenho for melhor → sinal favorável. 
• Se a tentativa de correção representar meticulosidade exagerada, tentativa inútil de obter 
perfeição ou se a rasura for seguida de uma deterioração da qualidade da forma → indícios de 
patologia. 
- Deterioração da qualidade da forma: reação emocional extremamente forte em relação ao objeto 
desenhado, seu significado simbólico e/ou presença de deterioração orgânica. 
 
Apagar e redesenhar persistentemente qualquer parte do desenho → forte conflito em 
relação ao detalhe ou ao que ele representa para o indivíduo. 
 
O uso da borracha só tem valor quando o sujeito mostra capacidade de melhorar o seu 
desempenho. 
Apagar o desenho sem aperfeiçoá-lo não é bom sinal e quanto o torna pior é mais significativo 
ainda. 
Aconstante necessidade de apagar na maioria das vezes significa conflito. 
 
Normal – autocrítica. 
Não usa – falta de crítica ou autoconfiança no desempenho. 
Uso exagerado – insegurança, excesso de autocrítica, indecisão, insatisfação consigo mesmo, 
falta de controle e fuga. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Comentários escritos feitos pelo ∆, durante a fase de desenho (nomes de pessoas, ruas, árvores, 
números, figuras geométricas, rabiscos, etc) → necessidade compulsiva para: 
 
a) Estruturar a situação o mais completamente possível (insegurança), ou 
 16
 
b) Compensar uma idéia/sentimento obsessivo, ativado por alguma coisa no desenho. 
 
Obs supérfluas → parecem ajudar um ∆ inseguro a estruturar a situação. 
Ex: “Eu vou colocar esta gravata nele”. 
 
Obs irrelevantes → parecem ter a função de facilitar a situação de entrevista. 
Ex: “Você disse que hoje é o seu primeiro dia aqui?” 
 
Nº excessivo de comentários, comentários irrelevantes ou bizarros → indicam preocupação. 
 
Verbalizações durante a fase do desenho freqüentemente incluem conteúdos que foram 
reprimidos durante uma entrevista anterior, incluindo idéias de orientação e perseguição. 
⇓ 
Parece que a tarefa de desenhar emprega energias, que estiveram envolvidas na defesa do ego, 
reprimindo a verbalização deste material. 
 
Obs espontâneas são normalmente mais significativas, quando avaliadas em relação à parte do 
desenho que acabou de ser completada, que estava sendo feito quando a observação foi feita ou 
que foi desenhado logo após a observação. 
 
Muitos ∆s ficam altamente emotivos enquanto estão desenhando ou sendo questionados → 
expressão do material reprimido até então. 
 
 É comum o ∆ exibir sintomas de ansiedade. 
 
Expressões emocionais persistentes de menor ou maior intensidade ou repressão da expressão 
sempre indicam desequilíbrio da personalidade, desajustamento ou problema orgânico. 
 
 
OS MOVIMENTOS DADOS AO PAPEL INDICAM OS SEGUINTES TRAÇOS 
PSICOLÓGICOS 
 
# Ainda deverão ser anotados os movimentos que o examinando der ao papel: movimento para 
cima, para baixo, para a esquerda, para a direita. Se virar a folha para o dorso, também se deve 
anotar. 
 
1) Oposição – não se acha bem ajustado ao meio e o número de vezes que virar indicará o grau 
de oposição. 
 
2) Dissimulação – poderá ser uma reação para se refazer do choque sentido, quando descobriu 
que iria ser testado. 
 
3) Verbalização – quando acompanha o virar do papel, pode indicar uma fuga ao meio ambiente. 
 
 
 
 
 17
INTERPRETAÇÃO - CARACTERÍSTICAS GERAIS DO DESENHO 
 
 Proporção – Perspectiva – Detalhes → podem fornecer informações sobre o funcionamento de 
um ∆ no contexto de seu nível de funcionamento esperado. Em geral: 
 
Detalhes é a 1ª característica que se estabiliza no desenvolvimento. Fornecem: 
• Um índice das capacidades do ∆ para reconhecer os elementos da vida diária e empregá-los 
convencionalmente 
• A capacidade de avaliar criticamente os elementos da realidade em geral. 
 
Proporção é a 2ª característica que se estabiliza no desenvolvimento. 
• Reflete a capacidade do ∆ para julgar, eficientemente, a solução de problemas mais básicos, 
concretos e imediatos da vida diária apresentados pelo seu ambiente. 
 
Perspectiva é a 3ª capacidade que se estabiliza no desenvolvimento. 
• Mostra a capacidade de reconhecer as relações de cada parte do todo no tempo e espaço 
simbólicos em relação aos outros objetos do ambiente. 
• Indica a capacidade do ∆ para agir com visão crítica nos relacionamentos mais abstratos e 
amplos da vida diária. 
 
PROPORÇÃO_________________________________________________________________ 
 
 Freqüentemente revelam os valores atribuídos pelo ∆ aos objetos, situações e pessoas. 
 Fornecem, também, um índice grosseiro da capacidade do ∆ para atribuir valores objetivos aos 
elementos da realidade e realizar julgamentos com facilidade e flexibilidade. 
 
Entre a figura desenhada e a folha do desenho 
 
• Os desenhos ocupam, em média, de 1 a 2/3 da área padrão de desenho. 
• Área extremamente pequena → sentimento de inadequação, tendência de se afastar do 
ambiente ou uma rejeição do tema principal do desenho. 
• Desenho ocupa quase todo o espaço disponível ou, por causa de seu tamanho, tem uma 
parte cortada pela margem do papel → sentimento de frustração. Em geral, o ∆ está sentindo 
hostilidade em relação a um ambiente restrito. Grande tensão e irritabilidade com sentimento de 
imobilidade desamparada. Visão egocêntrica da importância do pp ∆. 
 
Detalhes na figura desenhada 
 
• De tamanho maior do que a média → implica muito interesse e preocupação com o que o 
item simboliza para o indivíduo que produziu o desenho. 
• De tamanho menor do que a média → implica uma rejeição ou um desejo de rejeitar o que 
pode simbolizar para o indivíduo. 
 
O tamanho das figuras fornece: 
• Um paralelo entre a dinâmica, o ambiente e as figuras parentais. 
• Pistas a respeito da auto-estima, auto expansividade, fantasia de auto-inflação. 
• Grau de adequação e a forma como está reagindo às pressões ambientais. 
 18
 
Médio 
• Inteligência; boa auto-estima 
• Adequação ao meio; capacidade de abstração 
• Equilíbrio emocional. 
 
Grandes podem indicar tanto expansividade como inibição. 
• Sugerem reação às pressões ambientais, com sentimentos de expansão e agressão • Falta de 
controle ou inibição e idéias de grandeza, para encobrir sentimentos de inadequação. 
• Podem também simbolizar sentimentos de rejeição social e inferioridade a respeito do corpo. 
• O desenho bem centrado pode indicar ambições e força de expansão do ego, porém preso pelo 
mundo da fantasia. 
 
Muito grandes que chegam a ultrapassar o limite da folha 
• Sentimentos de constrição por parte do ambiente, com fantasias compensatórias de auto-
expansão. 
• Evidência de agressividade com possível descarga motora no meio ou controle ineficiente. 
 
Pequenas 
• Sentimento de inferioridade com dificuldade em se colocar no meio. 
• Inibição, timidez; repressão da agressividade. 
• C/ emocionalmente dependente e ansioso. 
• Sugere, eventualmente, inteligência elevada, mas com problemas emocionais por sentimentos 
de inadequação, baixa auto-estima, insignificância, excesso de auto controle e reação de maneira 
não adequada às pressões ambientais. 
 
Muito pequenas, Minúsculas 
• Sentimento de inadequação e rejeição pelo ambiente 
• Tendência ao isolamento 
• Cçs: as relações com o meio são sentidas como esmagadoras. 
 
Criança que desenha figuras Pequenas e Grandes 
• Dificuldade em responder de forma plenamente saudável às experiências, ou 
• Percepção tendenciosa de si mesmo e dos outros. 
 
Relação das partes do desenho em relação ao todo 
• Quanto maior a disparidade, maior a possibilidade de desajuste. 
 
 
PERSPECTIVA________________________________________________________________ 
 
 Indica a capacidade do ∆ para compreender e reagir com sucesso a aspectos mais complexos, 
mais abstratos e mais exigentes da vida. Também pode ser vista como uma medida da 
compreensão do ∆. 
Locação horizontal na página. 
 
A folha de papel simboliza o ambiente, e a localização do desenho revela: 
1) A adaptação do sujeito ao meio e como ele o manipula, assim como 
 19
2) A maneira de estar no mundo, suas atitudes ante a vida intelectual, instintiva, etc. 
 
Meio da Página ou Centro 
• C/ emocional e adaptativo em equilíbrio e segurança. 
• As cçs cujo trabalho não é centralizado tendem a apresentar pouco controle e maior 
dependência. 
• Quanto todos os desenhos são colocados rigidamente no meio da página, podemos pensar 
também em ansiedade, inflexibilidade ou insegurança. 
 
 
Lado Esquerdo da Página 
 
Introversão 
Controle 
Satisfação controlada dos impulsos 
 
 
Lado Direito da Página 
 
Extroversão 
Impulsividade 
Necessidade de satisfação imediata 
 
 
 
Metade Superior 
 
Tendência a buscar satisfação na fantasia 
Criatividade 
Objetivos muito altos e possivelmente inatingíveis 
Tendência a manter-se distante e inacessível 
 
 
Metade InferiorOrientação para o concreto, preso à realidade 
Insegurança 
Auto-envolvimento 
Humor mais deprimido 
 
 
Canto Superior Esquerdo 
 
Passividade 
Reserva 
Inibição 
 
 
Canto Superior Direito 
 
Contato ativo com a realidade 
Projetos para o futuro 
 
 
Canto Inferior Esquerdo 
 
Regressão 
Conflitos 
Fixação em estágios mais primitivos 
 
 
Canto Inferior Direito 
 
Impulsividade, teimosia 
Predominância de desejos instintivos 
(é pouco usado) 
 
Figuras presas à Margem do papel falta de confiança, medo de ações independentes e 
necessidade de apoio. 
 
Em Diagonal perda de equilíbrio e insegurança. 
 
• Quanto mais afastado para a esquerda (pt médio da figura em relação ao pt médio da folha) 
→ tendência a se comportar impulsivamente, buscar satisfação emocional imediata e direta de 
suas necessidades e impulsos. Muito preocupado com o passado, interessado principal e 
fortemente em si mesmo. 
 
 20
• Quanto mais afastado para a direita → maior a probabilidade de o ∆ mostrar um C/ estável, 
rigidamente controlado, de estar propenso a adiar a satisfação de suas necessidades e impulsos 
imediatos; e de preferir satisfações intelectuais a emocionais. Preocupação excessiva com o 
futuro. Tende a se preocupar muito com aqueles que compartilham de seu ambiente e de suas 
opiniões. 
 
Localização vertical na página (quanto mais abaixo do pt médio da folha estiver localizado o pt 
médio do desenho) → maior a probabilidade de o ∆ se sentir inseguro e inadequado, e de esse 
sentimento produzir uma depressão no humor. Tende a ser concreto e buscar satisfação mais na 
realidade do que na fantasia. 
 
• Desenho continuando para além da margem inferior → ∆ pode se sentir esmagadoramente 
oprimido. 
 
• Acima do pt médio → ∆ tende mais a buscar satisfação na intelectualização ou na fantasia, do 
que na realidade. 
 
• Quanto mais acima do pt médio → sentimentos de luta por objetivos inatingíveis. 
 
Localização central na página → o ∆ geralmente é rígido para compensar a ansiedade e 
insegurança 
 
Mudança de posição da página → tendências agressivas e/ou negativistas. Potencial para 
psicopatologia. 
 
Quadrantes da página: 
 
• Superior direito → “quadrante da regressão”: deterioração psicótica ou orgânica; baixo nível 
de maturidade conceitual. 
 
• Inferior direito → “quadrante incomum”: raramente um desenho é colocado inteiro dentro 
dele. 
 
Margens da página → usos desviantes da margem (ns) são sempre significativos. 
 
• Desenho cortado pelo papel (amputação de parte do desenho por uma ou mais margens)→ 
associações desagradáveis; pode ser indicador de lesões orgânicas. 
 
• Desenho cortado na base da página → repressão (para manter a integridade da 
personalidade); forte potencial para ações explosivas. 
 
• Desenho cortado na margem esquerda → fixação no passado e medo do futuro. 
 
• Desenho cortado na margem direita → desejo de escapar para o futuro. 
 
• Desenho na borda do papel (parte do desenho toca a margem, mas não parece se estender para 
além dela): 
 
 21
- Uso da margem superior: fixação no pensamento e na fantasia como fonte de satisfação. 
 
- Uso da margem inferior: depressão e tendência a comportar-se de maneira concreta e 
desprovida de imaginação. Menos patológico dos 4 usos desviantes da margem. 
 
 
Relação com o observador → os desenhos são usualmente representado como se estivessem no 
mesmo nível do observador. Desvios: 
 
- “visão de pássaro”: desenho visto de cima → rejeição e distanciamento da situação, com 
sentimento compensatório de superioridade. 
 
- “visão de minhoca”: desenho visto de baixo → sensação de rejeição, perda de valor, baixa 
auto-estima e inferioridade. 
 
 
Distância aparente em relação ao observador (normalmente sugerida pelo tamanho muito 
pequeno do desenho, localização do desenho no alto de uma colina ou em um vale profundo, ou 
por grande número de detalhes localizados entre o observador e o objeto desenhado) → forte 
necessidade de manter o “self” afastado e inacessível. 
 
Posição → os desenhos geralmente estão de frente para o observador, mas com uma sugestão de 
profundidade ou, alternativamente, são desenhados em perfis parciais. 
 
• Ausência de qualquer sugestão de profundidade → estilo rígido e intransigente, que 
compensa sentimentos de inadequação e de insegurança. 
 
• Perfil completo, sem sugestão de que existe um outro lado → fortes tendências 
oposicionistas e de afastamento. 
⇓ 
Mais freqüentemente produzidos por ∆s que experienciam estados paranóicos. 
Linha de solo: 
 
• Desenhada como uma colina → pode representar sentimentos de isolamento e exposição, 
dependência materna ou exibicionismo. 
 
• Inclinada para baixo e para a direita → o ∆ pode sentir que o futuro é incerto e talvez 
perigoso. 
 
Transparências → falha grave no teste de realidade, na função crítica. Em ∆s sem deficiência 
mental indica a extensão em que a organização da personalidade está rompida por fatores 
funcionais, orgânicos ou ambos. O significado patológico pode ser avaliado pelo seu número e 
gravidade. 
 
Movimento → a interpretação envolve a intensidade ou a violência do movimento, o prazer ou 
desprazer envolvidos no movimento e o grau em que o movimento é voluntário. 
 
 22
Consistência → espera-se que a qualidade geral de cada desenho seja semelhante. O significado 
da variação na qualidade do desenho depende dos detalhes desviantes e da magnitude da variação 
entre os desenhos ou entre os detalhes dos desenhos. 
 
• Deterioração progressiva da casa para a árvore e para a pessoa → geralmente acompanha 
cansaço ou negativismo crescente. 
 
• Melhora na qualidade da casa para a árvore e para a pessoa → medo inicial ou dificuldade 
de adaptação à situação de entrevista. 
 
DETALHES___________________________________________________________________ 
 
 O tipo e número de detalhes, o método de apresentação, a ordem de produção e a ênfase 
colocada sobre eles → podem ser considerados como um índice de reconhecimento, de interesse 
e de reação aos elementos da vida diária. 
 
Detalhes ESSENCIAIS: mesmo a ausência de apenas um detalhe essencial deve ser vista como 
séria. Quanto mais detalhes essenciais estiverem faltando e mais desenhos estiverem envolvidos, 
maiores são as implicações patológicas. 
 
Uso mínimo (ou abaixo da média) → particularmente na casa e árvore: retraimento e/ou conflito 
na área representada ou simbolizada pelo detalhe/desenho associado. Comum em ∆s retardados, 
com lesão cerebral, ∆s retraídos ou deprimidos. 
 
Uso excessivo → preocupação exagerada com o que pode ser representado ou simbolizado pelo 
detalhe em questão. 
 
 
Detalhes NÃO ESSENCIAIS 
 
Uso limitado → bom contato com a realidade e uma interação sensível, provavelmente bem 
equilibrada com o ambiente. 
• Cortinas nas janelas, folhas nas árvores, roupas nas pessoas, etc. 
 
Uso excessivo → preocupação exagerada com o ambiente ou com a área simbolizada ou 
representada pelos detalhes usados ou por suas associações. Os obsessivo-compulsivos tendem a 
desenhar maior número de detalhes deste tipo. 
 
Detalhes IRRELEVANTES 
 
Usados de forma limitada → insegurança básica moderada ou uma necessidade de estruturação 
da situação de maneira mais segura. 
• Arbustos desenhados próximo à casa; pássaros em árvores ou no céu; animal de estimação com 
a pessoa. 
 
 23
Usados excessivamente → ansiedade “flutuante livre” existente ou potencial na área simbolizada 
pelo detalhe. Pode indicar forte necessidade de afastamento, especialmente se tendem a suplantar 
o tema principal do desenho. 
 
• Nuvens, p.e., representam uma ansiedade generalizada em relação ao objeto desenhado. 
 
• ∆s em estado maníaco geralmente desenham grande nº de detalhes irrelevantes e, 
freqüentemente, incluem palavras, comentários e títulos. Quanto melhor esses detalhes estiverem 
organizados e quanto + próximos estiverem do objeto do desenho, maior a probabilidade de que a 
ansiedade esteja bem canalizada e bem controlada. Quanto + sobrepujarem o objeto do desenho, 
maior aindicação de potencial para a patologia. 
 
• Sol: parece representam a figura de maior autoridade ou de maior “valência” emocional dentro 
do ambiente do ∆, especialmente quando o sol for muito grande. 
 
Detalhes BIZARROS: contato com a realidade gravemente comprometido e presença de grave 
psicopatologia. 
• Pernas sustentando uma casa ou traços faciais desenhados no sol. 
 
DIMENSÃO do detalhe: uni e bidimensionais tendem a indicar baixa capacidade mental ou 
lesão cerebral. Exceção: “figura palito” da árvore ou da pessoa. 
 
SOMBREAMENTO do detalhe 
• Saudáveis: produzidos de forma rápida, leve e com poucos rabiscos casuais envolvem 
abstração e certa quantidade de sensibilidade ao ambiente. O ∆ não volta a sombrear ou a 
reforçar. 
 
• Indicação de patologia na forma de ansiedade e conflito produzidos lentamente com atenção 
e força excessivas ou sem respeitar os contornos. 
 
SEQUENCIA do detalhe: qualquer desvio em relação à seqüência do desenho indica patologia 
potencial. 
 
• Desvios: ordem de apresentação pouco comum, retorno compulsivo para algo que foi 
previamente desenhado, apagar e redesenhar algo previamente desenhado ou repetição de um 
detalhe. 
 
• Regra: não se retorna aos detalhes que já foram completados. Se vários detalhes parecidos 
forem desenhados – como uma série de janelas – eles serão finalizados antes que outro tipo de 
detalhes seja introduzido. 
 
ÊNFASE no detalhe: ansiedade ou conflito relacionados ao detalhe em questão. 
 
• Comentários ou expressões emocionais claras, seqüências pouco comuns em volta daquele 
detalhes, excesso de rasuras, lentidão ao desenhar o detalhe, combinações bizarras e por lesões 
desenhadas (cicatrizes, p.e.) 
 
 24
• Omissão ou não completamento de um detalhe ou a recusa em comentar sobre ele também pode 
ser interpretada como ênfase naquele detalhe. 
 
QUALIDADE DA LINHA_______________________________________________________ 
 
• Uma pessoa média tem pouca dificuldade para desenhar linhas relativamente retas. Os ângulos 
são geralmente bem definidos e as linhas curvas fluem livremente e de modo controlado. Em 
geral: 
 
• A Casa requer apenas linhas retas. A Pessoa necessita de muitas linhas curvas. A Árvore 
requer uma combinação de ambas. Variações para o desenho todo: indicadoras de patologia. 
Linhas rabiscadas: deterioração orgânica. 
 
Falhas na coordenação motora → desajustamento funcional da personalidade ou desordem do 
SNC. 
 
Traçados fortes, desenhados com linhas pretas fortes sugerem tensão; quando usadas em todo 
desenho, essas linhas indicam problemas orgânicos. Se forem usadas em um detalhe específico, 
sugere uma fixação no objeto desenhado. Se formarem o contorno da maior parte do desenho, e 
outras linhas dentro do desenho não são tão fortes, o ∆ pode estar lutando para manter a 
integridade do ego e estar desconfortavelmente consciente do fato. Se forem as linhas de solo 
e/ou as mais altas, o ∆ pode estar tentando estabelecer contato com a realidade e reprimir a 
tendência de obter satisfação na fantasia. Linha de solo muito forte: sentimentos de ansiedade nos 
relacionamentos. 
• Excesso de energia, vitalidade, iniciativa, decisão, confiança em si mesmo, ou 
• Medo, tensão, insegurança, agressividade e hostilidade para com o ambiente, aguda consciência 
da necessidade de autocontrole, falta de adaptação com esforço para manter o equilíbrio da 
personalidade, ou ainda, 
• Expressão de isolamento com necessidade de proteger-se de pressões externas. 
 
Traçados extremamente leves usados em todo o desenho: sentimento de inadequação, indecisão 
ou medo de derrota. Linhas que se tornam mais fracas à medida que a sessão progride: ansiedade 
ou depressão generalizadas. Linhas fracas usadas somente para certos detalhes: relutância do ∆ 
para desenhar esses detalhes, por causa do que simbolizam. 
• Baixo nível de energia. 
• Insegurança. 
• Timidez. 
• Sentimento de incapacidade. 
• Falta de confiança em si mesmo. 
• Em alguns casos: repressão dos impulsos. 
 
Traçados interrompidos → indecisão. 
 
Linhas muito contínuas → rigidez interna. 
 
Linhas que são interrompidas e nunca são unidas → falha incipiente do funcionamento do 
ego. 
 25
Analise o nível de energia do ∆. O tipo de linha e a pressão do traçado indicam, em um extremo, 
energia, vitalidade, decisão e iniciativa e, no outro, insegurança, falta de confiança em si ou 
ansiedade. 
 
Pressão Média – boa energia, equilíbrio e vitalidade. 
 
Variação na Pressão 
• Flexibilidade, capacidade de adaptação, ou 
• Labilidade de humor, instabilidade e impulsividade. 
COR_________________________________________________________________________ 
 
 Fornece dados adicionais de diagnóstico e prognóstico. São significativas apenas quando não 
obedecerem à convenção ou realidade, quando dominarem a forma do detalhes no qual foram 
usadas ou quando forem usadas espalhadas de forma não usual. 
 
 Se a organização dos desenhos coloridos for melhor do que os acromáticos, o prognóstico será 
melhor do que se os desenhos acromáticos estiverem melhor organizados. Em crianças isto é 
especialmente verdade porque indica uma resposta positiva ao calor humano. 
 
Escolha → quanto mais lento e indeciso o ∆ para escolher a cor, maior a probabilidade de que o 
item tenha uma significação maior do que a média. 
 
Aplicação: 
 
• Usar crayon apenas preto ou marrom e usá-lo como lápis tendência para evitar emoções. 
• ∆s fortemente emotivos usam muitas cores. 
• Cçs usam mais cores do que os adultos. 
• ∆s regredidos usam cores mais livremente e com menos crítica. 
• Mais de ¾ da página colorida falta de controle adequado da expressão emocional. 
• Se as cores ultrapassarem as linhas periféricas tendência a responder impulsivamente a 
estímulos adicionais. 
• Sombreamento usado mais freqüentemente nos desenhos coloridos do que nos acromáticos 
e, geralmente, são usadas mais cores no desenho da Pessoa do que nos da Casa e da Árvore. 
 
Adequação: 
 
• Contornos geralmente em preto e marrom. 
• Violação na coloração de certos detalhes irrelevantes significativa (pq há uma convenção) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26
INTERPRETAÇÃO - CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO DESENHO DA CASA 
 
 Estimula uma mistura de associações conscientes e inconscientes referentes ao lar e às 
relações interpessoais íntimas. 
 
 Cçs: parece salientar ajustamento aos irmãos e aos pais, especialmente a mãe. 
 Adultos: ajustamento às situações domésticas em geral e, mais especificamente ao cônjuge e 
aos filhos (se tiver) 
 
 Dá uma indicação da capacidade do ∆ para agir sob estresse e tensões nos relacionamentos 
humanos íntimos e para analisar criticamente problemas criados pela situação do lar. Evidencia a 
acessibilidade, nível de contato com a realidade e grau de rigidez do ∆. 
 
PROPORÇÃO_________________________________________________________________ 
Telhado grande em relação ao resto da casa ∆ pode dedicar muito tempo procurando 
satisfação na fantasia. 
 
Parede 
• Dimensão horizontal superenfatizada em relação à vertical ∆ pode estar funcionando 
ineficientemente porque o passado ou futuro interferem em sua atenção. Pode ser vulnerável às 
pressões ambientais. 
• Dimensão vertical superenfatizada satisfação obtida na fantasia e evitação do contato com a 
realidade. 
 
Portas 
• Muito pequenas sentimentos de inadequação do ∆ e relutância em fazer contatos. 
• Muito grandes superdependência dos outros. 
 
Janelas 
• Disparidade de tamanho entre as janelas é normal, com a janela da sala de estar sendo 
geralmente maior e a do banheiro, a menor. 
• Janela do banheiro maior a função do banheiro deve estar perturbando o ∆; conflitos 
referentes às funções sexuais e/ou excretoras. 
• Janela da sala de estar menor do que as outras rejeição a relações sociais. 
 
Chaminé 
• Em pessoas bem ajustadas, via de regra, representa apenas um detalhe à representação da casa. 
Também simboliza afeto, tensão interior ou no lar. 
• Muito grande preocupações sexuais e possível exibicionismo.• Desproporcionalmente pequena ∆ sente falta de calor na situação do lar. No homem: dúvidas 
a respeito de sua masculinidade. 
 
Caminho muito estreito na junção com a casa, mas largo no lado oposto tentativa de ocultar 
um desejo de se manter distante com uma amabilidade aparente, mas superficial. 
 
 
 
 27
PERSPECTIVA________________________________________________________________ 
 
∆s mentalmente deficientes e cçs pequenas → desenham casas com “perspectiva dupla”, 
mostrando uma parede principal com paredes dos dois lados (normalmente menores do que a 
principal). 
 
Esquizofrênicos → paredes das duas extremidades maiores do que a principal. 
 
Esquizóides → podem perder a perspectiva completamente. Desenho incongruente. 
 
Quatro lados aparecem simultaneamente → ∆ experenciando exposição debilitante a pressões 
ambientais e muito preocupados com o que os outros pensam. 
 
Apenas um esquema ou planta, vários cômodos, alteração do tamanho dos cômodos ou sua 
localização geral → ∆ vivenciando conflitos severos na situação do lar. 
 
Margens da página 
• Telhado cortado pela margem superior necessidade patológica de procurar satisfação na 
fantasia. • 
• Uso dos lados da página como uma linha da parede lateral insegurança generalizada. 
 
Relação com o observador 
• “Visão de minhoca” (vista de baixo) sentimento de rejeição em relação à casa, esforço para 
obter uma situação inatingível no lar ou desejo de se afastar. 
 
Distância aparente do observador é mais provável que a casa seja desenhada como distante 
do observador do que a árvore ou a pessoa, particularmente se a distância for obtida pela 
colocação de detalhes entre o todo e o observador desejo de se afastar da sociedade 
convencional, para agir da forma como agrada e sem medo de crítica. 
 
Posição 
• Perfil parcial, com uma parede lateral e uma principal tendência para se comportar de modo 
sensível e flexível. 
• Perfil completo forte retraimento e tendências oposicionistas. 
 
Transparências → presentes apenas em ∆s seriamente perturbados ou retardados. 
• Chaminé dos fundos vista através das paredes (da frente e dos fundos) o ∆ pode estar 
vivenciando uma preocupação fálica sufocante e sente que esta preocupação é óbvia para os 
outros. 
• Chaminé transparente ou não tiver profundidade negação fálica, representando sentimentos 
de impotência e/ou medo de castração. 
 
Movimento → a casa geralmente é desenhada vertical e intacta. Qualquer representação de 
movimento é patológica e expressiva de um colapso do ego sob ataque das pressões extra e/ou 
intrapessoais. 
• Fumaça sentimentos de pressões ambientais. Em vez de sair em direção ao céu, desvia para 
um lado, indicando que o vento está soprando. A magnitude da pressão pode ser expressa pelo 
grau de desvio da fumaça de um curso direto ou quase direto para cima e pela quantidade de 
 28
fumaça. Normalmente é desenhada soprando da esquerda para a direita da página. Soprando da 
direita para a esquerda ∆ vê o futuro com pessimismo. Soprando para os dois lados 
apresentação bizarra, produzida apenas por psicóticos. 
 
 
DETALHES___________________________________________________________________ 
 
Detalhes ESSENCIAIS 
 
 A casa deve ter, no mínimo: 
- uma porta (a menos que seja desenhada apenas a lateral – o que sugere patologia) 
- uma janela 
- uma parede 
- um telhado (a menos que seja identificada como uma casa tropical ou outra habitação sem 
telhado), e - uma chaminé ou um meio de saída para a fumaça. 
 
 Cçs pequenas e ∆s regredidos podem organizar os detalhes essenciais da cada de modo 
antropomórfico, de modo que eles lembrem uma pessoa. 
 
O telhado e as paredes → representam, de forma rudimentar, o ego do ∆. 
• Os limites periféricos da personalidade são representados pelos limites periféricos da parede e 
do telhado. 
• Muita ênfase nessas linhas periférica ou de “contenção” esforço consciente para manter o 
controle. 
• Linhas periféricas fracas e inadequadas sentimento de colapso iminente e fraco controle do 
ego. 
• Quando a casa é considerada um auto-retrato, o telhado representa as áreas do pensamento e da 
fantasia. 
• Telhado estendido até o chão característico do ∆ esquizofrênico – enfatizando o fato de que 
seu mundo é em grande parte fantasia. 
• Ênfase no beiral do telhado (reforçamento ou extensão para além das paredes) atitude de 
desconfiança usual excessivamente defensiva. 
 
A porta e janelas → usualmente representam acessibilidade. 
• Portas dos fundos e laterais parecem enfatizar evasão 
• Ênfase no revestimento, fechadura e/ou dobradiça da porta sensibilidade defensiva. 
• Ênfase na maçaneta excesso de consciência da função da porta e/ou preocupação fálica. 
• As janelas constituem formas menos diretas e imediatas de interação com o ambiente do que a 
porta. 
• Janela sem vidraças, grades ou indicação de materiais de vidro tendências negativistas (“Eu 
tornarei impossível você ver dentro”). 
• Grande nº de grades sentimento de que o quarto atrás da janela é uma prisão. 
• Fechaduras nas janelas atitude manifestamente defensiva. 
• Grande nº de janelas descobertas C/ áspero e direto. 
• Janelas do andar térreo mais freqüentemente omitidas/distorcidas no tamanho/localização do 
que a dos andares superiores. 
 29
• ∆s sexualmente desajustados mostram a tendência para ver portas e janelas como substitutos 
oral, vaginal ou retal. 
 
Casa descrita como ocupada → alto grau de acessibilidade tranqüila. 
 
Casa descrita como desocupada → extraordinária falta de defesa do ego. 
• A interpretação está sujeita a modificações pela descrição sobre o tempo. 
 
Chaminé → desenhada com facilidade e sem distorções ou ênfases maturidade e equilíbrio 
sensual satisfatórios. 
• Omissão/ênfase excessiva não representam sério desajustamento. 
• ∆s desajustados sexualmente tendem a tratar a chaminé como um símbolo fálico. 
• Abundância de fumaça considerável tensão interna, presumivelmente ocasionada por 
relações insatisfatórias com aqueles com quem vive. 
• Cçs pequenas comumente desenham a chaminé em ângulo reto com um telhado triangular. 
 
 
Detalhes NÃO ESSENCIAIS 
 
Cortinas e indicadores de materiais de construção → comuns para a casa. 
• Venezianas, sombreamento e cortinas que não estiverem completamente fechadas interação 
com o ambiente conscientemente controlada, acompanhada por alguma ansiedade. 
• Se os 3 forem usados ∆ muito defensivo. 
• Se algumas janelas forem mostradas com sombras, cortinas ou vidraças e outras não 
investigar no Inquérito qual o cômodo, tipo e quem ocupa. As respostas podem explicar o desvio. 
• Grande nº de janelas sombreadas ou com cortinas preocupação excessiva relativa à interação 
com o ambiente. 
 
Materiais do telhado → desde contorno meticuloso de cada telha até rabiscos dispersos 
sugerindo a presença do material. 
• Materiais fácil e não compulsivamente desenhados consciência moderada de diferenciação 
da superfície e boa capacidade para interação equilibrada com o ambiente. 
• Detalhes meticulosos tendências obsessivo-compulsivas. 
• Canos (para escoamento da água no telhado e calhas) atitude defensiva, e normalmente 
suspeita, com esforço concomitante para canalizar estímulos desagradáveis. 
 
Detalhes IRRELEVANTES 
 
Arbustos e caminhos → comuns para a casa. 
• Arbustos desenhados perto da casa necessidade de erguer barreiras defensivas do ego ou de 
estabelecer contato com os outros de maneira mais formal. 
• Arbustos também podem representar pessoas do ambiente do ∆. 
 
Árvores → muitas vezes representam pessoas que possuem fortes valências positivas/negativas 
p/ ∆. 
• Uma árvore irrelevante desenhada próximo à casa geralmente representa o ∆ pode retratar 
seus fortes sentimentos de rejeição pelos pais e grande necessidade de sua afeição. 
 30
• Perto da casa e na proximidade imediata dos arbustos (mais tarde identificados como irmãos) 
pode expressar necessidade de aceitação por parte de seus irmãos/irmãs. 
Tulipas ou flores semelhantesa margaridas → ∆s esquizóides ou cçs muito pequenas. 
 
Caminho 
• Facilmente desenhado e bem proporcional ∆ exerce controle e tato no seu contato com os 
outros. 
• Um longo caminho acessibilidade diminuída. 
 
Linha no meio da parede, desenhada para enfatizar o fato da casa ter 2 andares → 
compartimentalização indesejável da personalidade com ênfase somática. 
 
Degraus, às vezes conduzindo a uma parede vazia → forte ambivalência em fazer contato com 
pessoas muito próximas. 
 
Detalhes degradantes → hostilidade agressiva. (banheiro externo, lata de lixo) 
 
Sem linha de solo ou casa suspensa acima da linha do solo → tênue contato com a realidade. 
 
Nuvens → ansiedade generalizada. 
 
Montanhas → atitude defensiva e necessidades de dependência. 
 
Chuva e Neve → forte necessidade em expressar sentimentos de estar sendo submetido a 
pressões ambientais fortes e opressivas. A neve tem mais implicações patológicas do que a 
chuva. 
 
DIMENSÃO do detalhe 
 
• A casa quase nunca inclui características unidimensionais. 
• ∆ com lesão orgânica começa a casa como se fosse fazer um desenho convencional em 3 
dimensões, mas termina produzindo o equivalente a um esquema. 
 
SOMBREAMENTO do detalhe 
 
• Sombreamento normal inclui a representação do material da parede e linhas cruzando a janela 
para representar vidro. 
• Sombras desenhadas espontaneamente e antes que o sol seja desenhado → situação de conflito 
na qual a ansiedade é vivida no nível consciente. 
 
SEQUÊNCIA do detalhe 
 
• Telhado, paredes, uma porta e uma janela ou linha de solo, paredes e um telhado. 
• ∆s inseguros desenham, às vezes, simetricamente (2 janelas, 2 chaminés, 2 portas, etc.). 
• ∆s gravemente desajustados, às vezes, desenham de forma segmentada (detalhe por detalhe sem 
considerarem as relações dos detalhes entre si ou com o todo). 
 
 
 31
ADEQUAÇÃO DA COR________________________________________________________ 
 
• Pode ser produzida em qualquer cor sem violar a realidade do ponto de vista cromático. 
 
• Tipicamente: 
- a chaminé é vermelha, preta ou marrom. 
- a fumaça é preta ou marrom. 
- o telhado é preto, verde, vermelho ou marrom. 
- as paredes são pretas, marrons, verdes, vermelhas, amarelas ou azuis. 
- as portas e as molduras das janelas são pretas, marrons, verdes, vermelhas ou azuis. 
- as venezianas são pretas, verdes, marrons, azuis ou vermelhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32
INTERPRETAÇÃO - CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO DESENHO DA 
ÁRVORE 
 
 Estimula mais as associações subconscientes e inconscientes. 
 
 É uma expressão gráfica da experiência de equilíbrio sentida pelo ∆ e da visão de seus 
recursos de personalidade para obter satisfação no e do seu ambiente. 
 
 A qualidade do desenho reflete a capacidade do ∆ para avaliar criticamente suas relações com 
o ambiente. 
 
 Áreas adicionais de interpretação: 
- quadro subconsciente do ∆ em relação ao seu desenvolvimento, 
- contato com a realidade, 
- sentimento de equilíbrio interpessoal, e 
- pressões interpessoais (quando a árvore representa outra pessoa. 
 
 
PROPORÇÃO_________________________________________________________________ 
 
Muito pequena → fortes sentimentos de inadequação para lidar com o ambiente. 
 
Muito grande → busca de satisfação supercompensatória e/ou fantasia e conota, na melhor das 
hipóteses, hipersensibilidade (particularmente uma que é cortada 
pelas margens da folha). 
 
Tronco 
• Muito fino ou muito pequeno e com grande estrutura de galhos (ou copa) equilíbrio precário 
da personalidade por causa de excessiva busca de satisfação (15b). 
• Muito grande e pequena estrutura de galhos equilíbrio precário da personalidade por causa 
da frustração gerada pela incapacidade de satisfazer fortes necessidades básicas (12b). 
• Base larga, mas que se torna muito fino a uma pequena distância acima da base ambiente 
anterior sem estimulação calorosa e saudável. 
• Mais estreito na base do que em um ponto mais alto forte indicação de patologia. Esforço 
além das forças do ∆, com possível colapso do controle do ego. 
 
 
PERSPECTIVA________________________________________________________________ 
 
Localização vertical na página → normalmente a árvore é desenhada mais para cima no eixo 
vertical da folha do que a casa ou a pessoa. 
 
Margens da página → uso do lado do papel como um lado do tronco: tendências agressivas 
reativas à constrição de espaço. Podem ser reprimidas ou não. 
 
Relação com o observador 
• Abaixo do observador sentimento de depressão ou derrota. 
 33
• Desenhada como se estivesse parcialmente no alto de uma montanha sentimento de esforço 
ou uma necessidade de proteção e segurança. 
• Desenhada no topo de uma montanha nem sempre significa sentimento de superioridade 
pode representar um sentimento de isolamento concomitante à luta por autonomia. 
 
Transparências → raízes que estão obviamente abaixo do solo, mas mesmo assim são visíveis: 
falha patológica no contato com a realidade (14b). 
 
MOVIMENTO_________________________________________________________________ 
 
• Quando é óbvio que um forte vento está soprando (árvore curvada para um lado) ∆ pode 
estar sujeito a fortes pressões ambientais, mas ainda resiste e luta para manter o equilíbrio. 
• Folhas caindo impressão do ∆ de que está sendo psicologicamente despido, perdendo a 
capacidade para ocultar pensamentos, emoções e fortes sentimentos de culpa. Perda da 
capacidade de fazer ajustamentos mais refinados e delicados ao ambiente. 
• Galhos caídos/caindo certeza do ∆ de que está perdendo a capacidade para lidar com as 
pressões ambientais. 
• Cçs pequenas dependentes freqüentemente desenham macieiras e mostram seu sentimento de 
rejeição ao desenharem as maçãs caídas ou caindo. 
 
DETALHES___________________________________________________________________ 
 
Detalhes ESSENCIAIS 
 
 Deve ter um tronco e pelo menos um galho. 
 
 A árvore, particularmente seu tronco, é vista como um substituto fálico para indivíduos 
desajustados sexualmente. 
 
Tronco → sentimento básico de poder do ∆. 
 
Galhos → recursos de obtenção de satisfação do ∆. 
• Parcialmente bidimensionais e sombreados e galhos com sombreamento desenhado fácil e 
rapidamente ajustamento mais maduro. 
• Que se dirigem para o centro da árvore, em vez de convencionalmente para fora fortes 
tendências ruminativas (∆ obsessivo-compulsivo). 
• Grossos e curtos, como se fossem cortados perto do tronco tendências suicidas. 
• Quebrados ou mortos eventos traumáticos vividos pelo ∆. 
• Reforçados sentimentos de inadequação na busca de satisfação. 
 
Detalhes NÃO-ESSENCIAIS 
 
Folhagem → freqüentemente desenhada empregando sombreamento e, às vezes, com detalhe 
cuidadoso. Um sistema de galhos e a casca da árvore são comuns. 
 
Casca 
• Desenhada facilmente interação bem equilibrada. 
 34
• Desenhada com linhas muito pesadas e consistentes ansiedade. 
• Desenhada meticulosa e cuidadosamente preocupação compulsiva com sua relação com o 
ambiente presente. 
 
Cicatrizes → devem ser investigadas durante o Inquérito (Questão 43). 
 
Folhas: podem ser cosméticas ou funcionais. 
• Enfeites (cosméticas): decoram e cobrem o esqueleto da árvore. 
• Funcionais: servem para estabelecer o contato mais imediato e direto com o ambiente. 
• Desenhadas meticulosa e cuidadosamente características obsessivo-compulsivas. 
 
Trepadeiras no tronco ou casca tipo trepadeira → sentimento de que se está perdendo ou já 
perdeu o controle de impulsos constrangedores e/ou os outros estão cientes de que se tem idéias 
ou necessidades proibidas. 
 
Frutas → desenhadas normalmente por cçs e, ocasionalmente, por mulheres grávidas. 
• Cçs e adolescentes desejo de realizar, prosperar, de obter sucesso rápido, procura de boas 
recompensas, oportunismo, luta ou impaciência. 
• Adultos fixação na infância ou adolescência, oportunismo, desejo de ver resultados 
imediatos, impaciência e necessidade de auto-estima (comum em mulheresgrávidas). 
•Se a fruta está caindo ou já está caída significa perda, sentimento de rejeição, de sacrifício, de 
renúncia, de frustração e de morte. 
 
Raiz → Em nível superficial representa a fonte de satisfação elementar e a estabilidade das forças 
da personalidade. Em nível mais profundo, representa impulsos básicos, elementares. 
• Que penetram fácil e delicadamente no solo bom contato com a realidade. 
• Como garras que parecem agarrar o solo presença de atitudes agressivas e paranóicas. 
 
 
Detalhes IRRELEVANTES 
 
Pássaros ou animais → nos galhos ou na grama ao redor da base do tronco são comuns. 
Ocasionalmente podem representar uma pessoa com forte valência pra o ∆. 
• Cabeça de um animal saindo de um buraco no tronco sentimento obsessivo de culpa 
resultando em falta de controle e com potencialidades destrutivas. 
 
Linha de solo 
• Formato de arco convexo dependência materna, com sentimentos de isolamento e desamparo, 
se a árvore for relativamente pequena ou estiver inadequadamente organizada. 
• Sob uma árvore grande e vigorosa fortes necessidades para dominação e exibicionismo. 
• Forma de uma caixa sem nenhuma relação com a árvore contato inadequado com a realidade. 
 
Árvore de Natal 
• Comum para crianças. 
• Adultos narcisismo, tendências regressivas e forte necessidade de cuidado e proteção. 
 
 35
Árvores adicionais 
• Cçs: identificadas como sendo o pai e a mãe (comum) 
• Em geral indicam patologia. 
 
Pessoa desenhada perto da árvore ou face humana na estrutura dos galhos → geralmente 
revela patologia. 
 
Cercada com estacas, suportes, grades ou cercas → insegurança, falta de independência e 
necessidade de apoio. 
 
Ninhos → desejo de proteção, imaturidade, dependência, imersão na fantasia e concepção 
infantil do mundo. 
 
Formas impróprias, pessoas, dizeres, versos, rabiscos sem significado → incerteza, 
insegurança e falta de confiança em si (comum em pessoas brincalhonas, irônicas e em alguns 
casos de esquizofrenia). 
 
 
DIMENSÃO do detalhe 
 
Tronco/galhos unidimensionais → recursos de busca de satisfação inferiores (8b). Lesão 
orgânica. 
 
Galhos bidimensionais desenhados como dedos ou bastões e com organização limitada → 
forte hostilidade. 
 
Galhos bidimensionais fálicos → temor de castração. 
 
Galhos bidimensionais, mas sem fechamento nas extremidades → falta de controle na 
expressão dos impulsos (12b). 
 
Árvore com forma de um buraco de fechadura, sem linhas fechando a base circular, sem 
sombreamento dos galhos e sem linha fechando a base do tronco → fortes tendências 
oposicionistas, personalidade rígida e compartimentalizada. 
 
SOMBREAMENTO do detalhe 
 
 
• Galhos e folhagem são geralmente indicados por sombreamento total. 
• Casca é normalmente representada por sombreamento parcial. 
 
Sombras brancas → pensamentos esquizóides (galhos indicados como tendo partes 
bidimensionais mostradas através do espaço branco, e sem que a área das folhas seja desenhada). 
 
Galhos sem sombreamento → tendências oposicionistas. 
 
 
 36
SEQUÊNCIA do detalhe 
 
Tronco – sistema de galhos – folhagem (copa) ou 
 
Copa – galhos – tronco – base do tronco. 
 
Desajustamento → ∆ começa fazendo de forma adequada, mas termina desenhando galhos 
unidimensionais ou bidimensionais de forma vaga, sem apagar a produção original. 
 
Patologia → 2 galhos bidimensionais desenhados um abaixo do outro (à esquerda) começando 
do topo da árvore, seguido de galhos parecidos à direita, mas que não se unem entre si ou ao 
tronco. As 2 linhas do tronco não são unidas no topo ou na base, e que não tocam os galhos são, 
então, desenhadas, seguidas de uma linha periférica unindo as pontas externas dos galhos. 
 
 
ÊNFASE no detalhe 
 
Nos galhos do lado esquerdo (n°/tamanho) → desequilíbrio da personalidade ocasionado por 
uma forte tendência de busca de satisfação emocional direta e imediata, introversão, reserva, 
inibição. 
 
Do lado direito → desequilíbrio produzido também por forte tendência a evitar ou adiar 
satisfação emocional e a procurar satisfação através do esforço intelectual. 
 
Simetria absoluta na estrutura dos galhos → sentimentos de ambivalência e incapacidade em 
aceitar dominância para qualquer forma de ação. Apego a esquemas fixos, necessidade de 
equilíbrio íntimo, falta de adaptação intelectual ou rigidez. 
 
 
ADEQUAÇÃO DA COR________________________________________________________ 
 
• Troncos tendem a ser desenhados em marrom ou preto. 
• Galhos: marrom e preto 
• Folhagem: verde, amarelo, vermelho, marrom e preto 
• Frutas: vermelho, amarelo e verde. 
• Flores: vermelho, laranja, azul e violeta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37
INTERPRETAÇÃO - CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO DESENHO DA PESSOA 
 
 Estimula mais associações conscientes, incluindo a expressão direta da imagem corporal. 
Desperta sentimentos tão intensos que ∆s paranóicos ou psicopatas podem se recusar a fazê-los. 
 
 A qualidade do desenho reflete a capacidade do ∆ para atuar em relacionamentos e para 
submeter o “self” e as relações interpessoais à avaliação crítica objetiva. 
 
 Áreas adicionais de interpretação podem se referir ao conceito do ∆ de seu papel e atitude 
sexuais em relacionamento interpessoal específico ou a relacionamentos interpessoais em geral. 
 
 Manifesta 3 tipos de projeções: 
 
1) Auto-retrato 
 
• O ∆ desenha o que ele acredita ser. Se é obeso ou magro, alto ou baixo, nariz grande, orelhas 
pontiagudas, olhos pequenos, barriga saliente, etc. 
 
• Os defeitos ou falhas físicas são projetados somente quando apresentam alguma influência 
sobre o conceito que o ∆ faz de si mesmo ou quando este tenha criado uma área de sensibilidade 
psicológica. O ∆ também pode projetar suas qualidades: ombros largos, desenvolvimento 
muscular, cintura fina, pernas longas, rosto atrativo, etc. 
 
• Além do auto-retrato físico, o ∆ pode projetar um quando do eu psicológico – auto-retrato 
psicológico. Pode acontecer que um ∆ de altura adequada/superior desenhe figuras pequenas, 
com braços caídos em atitude de derrota ou desvalia, pés um para cada lado mostrando 
ambivalência, olhos vazados (cegos) ou boca com um traço tenso. Neste caso, projeta a idéia 
psicológica que tem de si mesmo, isto é, se vê como um ser pequeno, impotente, insignificante, 
desvalido, dependente e necessitado de apoio, apesar de não corresponder a seu real aspecto 
físico. 
 
• O auto-retrato pode ser distorcido da realidade porque, muitas vezes, tal imagem associa-se a 
aspectos idealizados ou patológicos que geralmente refletem dificuldades profundas com o 
próprio corpo. 
 
2) Eu ideal ou Ideal do ego 
 
• É comum pessoas frágeis fisicamente desenharem atletas ou levantadores de peso; pessoas 
obesas desenharem bailarinas esguias; crianças espancadas produzirem armas, espadas, 
projetando sua necessidade de força, a fim de evitar danos para si mesmo. 
 
• Em cçs observa-se grande influência dos personagens das histórias em quadrinhos e dos 
desenhos da televisão. 
3) Pessoas Significativas: Pais, professores, tios e outras figuras significativas do meio social, 
em contraste com a percepção que tem de si mesmo – maior freqüência em desenhos de crianças 
do que de adolescentes e adultos. 
 
 38
PROPORÇÃO_________________________________________________________________ 
 
Diferença acentuada entre o lado esquerdo e o direito → confusão no papel sexual, 
especificamente, e desequilíbrio da personalidade, em geral. 
 
Cabeça 
• Muito grande ∆s desajustados que colocam ênfase indevida na inteligência ou na fantasia 
como fonte de satisfação. 
 
• Desproporcionalmente pequena ∆s obsessivo-compulsivos e podem representar uma negação 
do lugar de pensamentos dolorosos e sentimentos de culpa. 
Olhos pequenos → desejo de ver o mínimo possível. 
 
Boca muito grande → erotismo oral e/ou tendências agressivas orais. 
 
Pescoço longo e fino → características esquizóides. 
 
Tronco 
• Desproporcionalmente grande impulsos insatisfeitos que o ∆ pode sentir intensamente. 
• Desproporcionalmente pequeno

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