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WBA0185_v2.0
APRENDIZAGEM EM FOCO
DEFICIÊNCIA AUDITIVA E AEE
2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Gleidis Roberta Guerra
Leitura crítica: Branca Monteiro Camargo
A disciplina Deficiência Auditiva e AEE tem como principal objetivo 
fazê-lo compreender a surdez, o surdo e a Língua Brasileira de Sinais 
(Libras), considerando as políticas públicas e a obrigatoriedade do 
Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Para que isso ocorra, você conhecerá a história da educação de 
pessoas com surdez, que foram, por muito tempo, estigmatizados e 
sua língua proibida, saberá as correntes comunicativas pelas quais 
passou até chegarmos a proposta atual: oralismo, comunicação total 
e bilinguismo.
Mais do que entender a pessoa com surdez e a surdez, você 
também compreenderá de que maneira se dá a aprendizagem 
deste aluno, conhecerá as estratégias educacionais diferenciadas 
e as adaptações curriculares necessárias para que a inclusão deste 
alunado ocorra com qualidade. De que maneira a pedagogia surda, 
ou bilíngue, pode influenciar no processo de ensino e aprendizagem 
também serão materiais estudadas nessa disciplina. 
Ao adentramos na ceara da Língua Brasileira de Sinais (Libras), essa 
língua será pontuada pela perspectiva de uma língua completa, viva 
e autônoma, buscando sua importância na construção do sujeito 
com surdez e no processo de conhecimento dessas pessoas. Desse 
modo, será possível compreender um pouco o funcionamento da 
língua, sua gramática e sua independência da gramática da Língua 
Portuguesa.
Por fim, você verá as especificidades do Atendimento Educacional 
Especializado para o aluno com surdez dentro de uma perspectiva 
3
pedagógica bilíngue. Na proposta do Ministério da Educação, o 
AEE para o aluno surdo deve ser subdividido em três momentos 
pedagógicos: o AEE de Libras, o AEE em Libras e o AEE de língua 
portuguesa. 
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira 
direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática 
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar 
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática 
profissional. Vem conosco!
O surdo e a surdez: conceitos 
e políticas públicas 
______________________________________________________________
Autoria: Gleidis Roberta Guerra 
Leitura crítica: Branca Monteiro Camargo
TEMA 1
5
DIRETO AO PONTO
O trabalho com o aluno surdo, na sala de aula ou no Atendimento 
Educacional Especializado, requer do professor alguns 
conhecimentos que vão além do domínio da Língua de Sinais. 
Nesse contexto, o profissional deve entender como ocorre a 
surdez, saber que para diferentes graus terá diferentes respostas 
auditivas e de aprendizagem do seu aluno.
Dessa forma, podemos pontuar que existe dois tipos de perdas 
auditivas: as condutivas e as neurossensoriais. As condutivas são 
as perdas tratáveis, com medicação ou cirurgia e que podem ser 
reversíveis. Esse aluno, embora possa ter algumas dificuldades na 
aprendizagem, não utilizará um aparelho auditivo ou, até mesmo, 
usar a Língua de Sinais.
No caso das perdas auditivas neurossensoriais, que ocorre em 
células e nervos no ouvido interno, elas são irreversíveis e podem 
ocorrer também de maneira diferente. 
Em relação aos graus de perda auditiva, eles variam de leve 
a profundo. Os graus leves e moderados apesentam um bom 
resultado com o uso da prótese auditiva, chegando à audição 
muito próxima da normalidade. Assim, essas pessoas terão 
pequenas dificuldades de compreensão de fala, necessitando de 
ajuda ou intervenção.
Já os graus severos e profundos de perdas auditivas 
comprometem a escuta dos sons da fala e, até mesmo, com o 
uso de aparelho auditivo dificilmente poderão ouvir a voz com 
nitidez suficiente para compreender a fala. Essas perdas auditivas 
são mais facilmente detectadas e a criança apresentará um 
importante atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem, 
6
bem como necessitará de apoio especializado na escola e em 
terapias.
Retomando a história do surdo, de como sua educação e forma 
de comunicação foram se modificando através dos tempos, 
pode-se dizer que a educação do surdo começa propriamente a 
partir do século XVIII, quando são abertas as primeiras escolas 
de surdos principalmente na Europa. Durante esse período e até 
o ano de 1880, cada escola trabalhava com a metodologia que 
achava mais interessante para seus alunos, algumas usavam 
apenas a linguagem oral, outras usavam o alfabeto digital ou a 
língua de sinais e outras ainda utilizavam métodos mistos.
Com o Congresso de Milão, que ocorreu no ano de 1880 e reuniu 
representantes de escolas de surdos de todo o mundo, e por 
motivos muito mais políticos do que educacionais, com exceção 
dos Estados Unidos, os países votaram pela proibição das línguas 
de sinais e pelo uso exclusivo da fala na educação do surdo.
Assim começa a primeira corrente comunicativa, o oralismo, 
que oficialmente durou até o ano de 1970, mas na prática vai 
muito mais além. No oralismo, acredita-se que a fala deve ser 
a única maneira de educação do surdo e não lhe é dada outra 
oportunidade para se desenvolver. Desse modo, a surdez é vista 
como uma doença que precisa ser curada e entende-se que quem 
não fala não pensa. 
No Brasil, somente na década de 1990 surge a segunda corrente 
comunicativa, a Comunicação Total. Vista como uma filosofia, essa 
corrente defende a efetividade da comunicação do surdo, a partir 
do uso de todas as formas de comunicação possíveis. Em razão 
de usar a língua de sinais e a fala simultaneamente, observou-se 
que não houve evolução no aprendizado escolar do surdo, visto 
7
que destituía a Libras como língua e a utilizava apenas como 
apoio.
Após estudos que comprovaram ser a língua de sinais uma língua 
completa, com todos os elementos que uma língua oral possuía e, 
portanto, suficiente para dar o aporte necessário ao pensamento. 
Além disso, há a comprovação de que crianças filhas de pais 
surdos que desenvolviam a Libras desde o nascimento tinham 
um rendimento muito melhor na escola, assim, surge uma nova 
corrente comunicativa, o bilinguismo.
No bilinguismo, acredita-se que o surdo necessita aprender as 
duas línguas, mas de maneira separada. A primeira língua (L1) 
será sempre a língua de sinais, e a segunda língua (L2), a língua 
do seu país na modalidade escrita. Nesta visão, a surdez é vista 
como uma diferença que precisa ser respeitada e a fala uma 
oportunidade, não uma obrigatoriedade. 
Figura 1 – Linha do tempo abordagens de educação dos surdos
Fonte: elaborada pela autora.
8
PARA SABER MAIS
Além do aparelho auditivo convencional, hoje existe a possibilidade 
do uso de um Implante Coclear (IC). Contudo, muitos mitos cercam 
a cirurgia e o implante propriamente dito. O importante é que fique 
claro que o IC não é um ouvido biônico como muitos dizem ou um 
novo ouvido, trata-se de um aparelho eletrônico, em que uma parte 
fica externa, como os aparelhos convencionais, para captar os sons 
do ambiente e outra fica interna, são eletrodos colocados na cóclea 
com o objetivo de fazerem a função das células ciliadas que não 
funcionam mais. 
Não é qualquer pessoa com perda auditiva que pode fazer o 
implante coclear, existe uma série de critérios que devem ser 
seguidos para que a criança se torne candidata ao uso dele. Além 
disso, deve ficar claro que até o IC estar em seu modo de maior 
eficiência leva quase 1 ano para sua ativação. Se considerarmos 
uma criança que já nasceu surda, deve-se pensar que o cérebro não 
tem construída a rota da audição, ou seja, todo o processamento 
auditivo, que em uma criança ouvinte leva cerca de 7 anos para 
estar completo, terá que ser construído pela criança surda. Em 
outras palavras, o uso do IC dá à pessoa uma audição muito próxima 
ao normal, mas isso não é garantia de desenvolvimento da fala. 
A comunidade surda, de uma maneira em geral, é contra o uso 
do IC, primeiro porque lhes falta informações sobre como de fatoeste aparelho funciona, mas principalmente porque temem que, 
com o uso do Implante Coclear e uma possibilidade maior de 
desenvolvimento da linguagem oral, retornemos ao período do 
oralismo, época em que as Línguas de Sinais eram proibidas.
Embora a legislação vigente garanta o uso da Libras como língua da 
comunidade surda brasileira e dê ao surdo o direito de aprender em 
9
sua língua e ter intérpretes em todos os locais de acesso público, 
ainda há uma dualidade a esse respeito.
Dessa forma, muitos profissionais da área médica e fonoaudiológica, 
principalmente os que trabalham com IC, acreditam ainda que 
a fala deve ser a única forma de comunicação dos surdos, o que 
leva as famílias, responsáveis por essa escolha, a uma situação de 
indecisão. O que de fato será melhor para o meu filho, fala ou sinais?
Uma criança surda com perda auditiva profunda desde o 
nascimento fica cerca de 10 a 12 anos em terapia fonoaudiológica 
para desenvolver a oralidade, ainda assim, não são todas que 
conseguem um fala inteligível e fluente. Já o aprendizado da Libras 
é natural para ela e aprenderá, da mesma maneira, que a criança 
ouvinte aprende a falar, cumprindo as mesmas etapas. 
Dessa forma, a aprendizagem precoce da Língua de Sinais, como 
L1, e a oportunidade posterior do desenvolvimento do português 
escrito e se possível oral, como L2, parece de fato ser a melhor 
opção para o desenvolvimento social e escolar desta criança. 
TEORIA EM PRÁTICA
Como professor de uma escola regular, você recebe uma família 
que tem uma criança surda com perda auditiva profunda, de 5 
anos de idade, diagnosticada aos 4 anos de idade e com uso de 
Implante Coclear, e ainda possui muitas dúvidas em relação ao 
desenvolvimento social, cognitivo e escolar do seu filho. 
Então, a família lhe pede para explicar um pouco sobre a diferença 
entre o desenvolvimento da oralidade e do aprendizado da Libras 
para a criança surda, na verdade questionando se deve ou não o 
deixar desenvolver a Língua de Sinais, visto que ouviu falar que 
10
a criança que aprende sinais fica preguiçosa para falar, e que os 
sinais não são suficientes para dar o aporte necessário para seu 
pensamento.
De que maneira explicaria para essa família as diferenças entre o 
aprendizado da oralidade e da Libras para uma criança surda, e 
como justificaria a importância de que aprendesse os sinais o mais 
precocemente possível?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Indicações de leitura
11
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
A Nova Política Nacional de Educação Especial (2020) trouxe mudanças 
importantes na forma de entendermos a inclusão e, até mesmo, 
repensarmos o retorno das crianças com deficiência às classes e 
escolas especiais. Desse modo, faz-se indispensável a leitura crítica 
deste documento para compreender qual é a verdadeira proposta que 
ele traz. 
BRASIL. Decreto nº 10.502, de 30 de setembro de 2020. Política 
Nacional de Educação Especial. Brasília, DF: Presidência da República, 
[2020]. 
Indicação 2
O livro Libras - Língua Brasileira de Sinais de Kate Mamhy Oliveira 
Kumada traz, em seus capítulos 1 e 2, toda a história da educação 
do surdo, bem como os modelos de educação propostos durante 
o tempo. Além disso, ele levanta aspectos biológicos da surdez e a 
construção da identidade surda. 
KUMADA, K. M. O. Libras - Língua Brasileira de Sinais. Londrina: 
Editora e Distribuidora Educacional, 2016.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
12
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. O Congresso de Milão, que ocorreu em 1880, tomou uma 
decisão que mudo a vida dos surdos do mundo inteiro. Que 
decisão foi essa?
a. Proibiu o uso da fala nas escolas.
b. Liberou as línguas de sinais nas escolas.
c. Proibiu as línguas de sinais nas escolas
d. Fundou a primeira escola para surdos.
e. Fechou as escolas para surdos.
2. As correntes comunicativas na educação do surdo 
são o __________, que proibiu o uso das línguas de 
sinais, a __________ que usava a língua de sinais e a 
fala simultaneamente e o __________ que propunha o 
aprendizado de duas línguas, sendo a primeira sempre a de 
sinais. 
a. Oralismo; Língua de Sinais; Bilinguismo.
b. Oralismo; Comunicação Total; Bimodalismo.
c. Bimodalismo; Comunicação Total; Oralismo.
d. Bilinguismo; Comunicação Total; Oralismo.
e. Oralismo; Comunicação Total; Bilinguismo.
13
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: O Congresso de Milão decide, quase por 
unanimidade, que a única forma de educação do surdo deveria 
ser a fala, proibindo o uso da Língua de Sinais. 
Questão 2 - Resposta E
Resolução: As correntes comunicativas na educação do surdo 
são o Oralismo, que proibiu o uso das línguas de sinais, 
a Comunicação Total que usava a língua de sinais e a fala 
simultaneamente e o Bilinguismo que propunha o aprendizado 
de duas línguas, sendo a primeira sempre a de sinais.
Desenvolvimento e aprendizagem do 
aluno surdo: Estratégias educacionais e 
português como segunda língua 
______________________________________________________________
Autoria: Gleidis Roberta Guerra 
Leitura crítica: Branca Monteiro Camargo 
TEMA 2
15
DIRETO AO PONTO
Ao chegar na escola, o aluno surdo terá um grande desafio: 
aprender a ler e escrever uma língua que não é a sua. A partir 
dessa frase, podemos começar a pensar sobre o aluno surdo na 
escola. Nesse contexto, sabe-se que o diagnóstico da surdez no 
Brasil é tardio e, com isso, muitas crianças chegam à escola ou, até 
mesmo, ao período de alfabetização, sem dominar uma língua, 
pois não conseguem acessar a língua portuguesa oral e não teve 
a oportunidade de ser exposta à Libras, língua que aprenderia 
naturalmente.
Posto isso, pode-se levantar algumas questões importantes para o 
desenvolvimento e aprendizagem do aluno surdo. A primeira delas é 
relacionada às funções da linguagem, que vão além da comunicação 
e do intercâmbio social, mas adentram pelo desenvolvimento das 
funções psicológicas superiores e do pensamento generalizante.
Pelo uso de uma língua de base somos capazes de organizar 
as informações que recebemos pelos nossos sentidos e que 
inicialmente nos chegam de maneira caótica. A linguagem organiza, 
categoriza e forma conceitos que darão ao nosso pensamento 
a estrutura necessária para o aprendizado. Sem a linguagem, o 
pensamento não é capaz de elaborar seu raciocínio lógico, de 
planejar e se organizar.
Sendo assim, é preciso ter claro a importância e a necessidade da 
criança surda aprender Libras o mais precocemente possível, língua 
que está viva e completa, capaz de dar o aporte cognitivo para a 
aprendizagem e todo o desenvolvimento.
A surdez na infância pode levar a vários comprometimentos e, 
por sua vez, isso ocorre, na verdade, pelo atraso significativo no 
desenvolvimento dalinguagem que acometerá a maioria dos surdos, 
16
filhos de pais ouvintes. Esse atraso na linguagem poderá levar a um 
atraso no desenvolvimento social, psíquico e escolar dessa criança.
Na escola, é importante que o professor entenda que uma criança 
surda não pode aprender a ler e a escrever da mesma maneira 
que uma criança ouvinte. Isto fica claro se pensarmos em um 
aluno estrangeiro que acabou de chegar ao país e terá que ser 
alfabetizado em uma língua diferente da sua. Desse forma, para que 
se possa trabalhar a leitura e escrita do surdo, deve-se ter claro que 
a leitura, na cadeia do desenvolvimento, antecede a escrita, e que o 
aluno deve aprender com aquilo que é significativo para ele. Além 
da Libras ser a mediadora do conhecimento, a língua de instrução, 
a escrita deve ser concebida como atividade discursiva, ou seja, o 
ensino deve partir do texto do que é compreensível para o surdo.
Todo o trabalho voltado para famílias silábicas, letras iniciais das 
palavras ou outras estratégias que usam a oralidade como base 
não funcionarão com o aluno surdo, visto que as duas línguas 
(português e Libras) possuem sistemas diferentes de significação, 
como se você pudesse comparar as línguas alfabéticas ocidentais 
com os ideogramas orientais, não há uma relação direta. Por isso, 
o professor deve saber ensinar a língua portuguesa para o surdo 
como segunda língua e fazer as adaptações necessárias para que 
isso ocorra. 
Nesse sentido, pode-se destacar três níveis de adaptação: os 
referentes ao Projeto Político Pedagógico, as feitas em sala de aula 
e as realizadas individualmente, de acordo com as necessidades de 
cada aluno.
17
Figura 1 - Níveis de adaptação
Fonte: elaborada pela autora.
PARA SABER MAIS
Embora a Libras tenha sido reconhecida como língua da 
comunidade surda brasileira, ainda há um grande dualismo em 
relação a maneira como deve ser feita a educação do surdo. Ainda 
hoje, alguns profissionais da área da saúde, como médicos e 
fonoaudiólogos, acreditam que o surdo deva ter a língua oral como 
sua única forma de comunicação e isso acaba por influenciar as 
famílias, que muitas vezes não possuem a informação necessária 
para poder escolher o que é melhor para o seu filho.
Posto isso, há também um questionamento se o surdo deve estudar 
em uma escola apenas para surdos, em uma escola bilíngue ou em 
18
uma escola inclusiva. Cada uma dessas escola possuem princípios e 
orientações educativas diferentes.
A Escola de Educação Especial para surdos, embora algumas 
renomeadas como bilíngues, trazem em seu bojo a visão da surdez 
como incapacidade e acabam oferecendo ao aluno muito menos do 
que ele poderia dar. Em outras palavras, a escola especial tem como 
característica subestimar o aluno, principalmente no que se refere 
ao aprendizado da língua portuguesa, e assim oferece um estímulo 
menor do que o que deveria.
Nas escolas inclusivas, a língua de instrução é a língua portuguesa 
e, embora o princípio seja de não discriminação e da presença de 
um profissional de Libras que acompanhe o aluno surdo, o que é 
garantido por lei, ela não tem em suas orientações pedagógicas um 
trabalho voltado para a valorização da língua e da cultura surda, 
deixando a desejar nesse sentido.
Já a escola bilíngue, que deve ser um ambiente em que alunos 
surdos e ouvintes estudem juntos, e juntos aprendam a Libras e a 
língua portuguesa, a proposta e de valorização da cultura surda. 
Dessa forma, a Libras é a língua de instrução, em que surdos e 
ouvintes aprendem a se comunicar por meio dela.
A proposta bilíngue parece ser a mais adequada para o 
desenvolvimento e aprendizagem do aluno surdo, mas por ser 
ainda muito recente, a primeira escola bilíngue para surdos abriu no 
município de São Paulo, no ano de 2010, ainda não se tem estudos 
suficientes no Brasil para estatisticamente afirmarmos isso. O que 
podemos fazer é olhar para países como a Suécia, que já adota essa 
forma de educação para os surdos há mais tempo, e nos basearmos 
no sucesso que tem sido esta proposta pedagógica para os seus 
alunos. 
19
TEORIA EM PRÁTICA
Você, professor, recebe uma criança surda, com perda auditiva 
profunda no segundo ano do Ensino Fundamental e terá que dar 
início ao processo de alfabetização desse aluno. Desse modo, você 
necessitará trabalhar com o ensino do português como segunda 
língua. De antemão, já se sabe que o aluno surdo não aprende 
da mesma maneira que o ouvinte, pois as línguas de sinais e as 
línguas orais têm representações diferentes. Além disso, considera-
se também que é necessário o ensino da escrita como atividade 
discursiva e do uso da Libras como mediadora do conhecimento. 
Isso posto, que atividade você pode propor a esse aluno a fim de 
estimular o seu processo de alfabetização?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
Indicações de leitura
20
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
A obra indicada é de uma autora fundamental para os estudos 
sobre surdez e Libras no Brasil. Em seu conteúdo, além dos aspectos 
relacionados à aquisição da linguagem pelo surdo e da Língua 
Brasileira de Sinais, esse livro traz uma discussão importante sobre a 
Educação Bilíngue. 
QUADROS, R. M. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. 
São Paulo: Artmed, 2008
Indicação 2
A obra indicada traz em seus capítulos aspectos relevantes do 
letramento e da surdez, além de levantar aspectos sobre estigmas, 
preconceitos e a própria Língua Brasileira de Sinais (Libras). 
BOTELHO, P. Linguagem e letramento na educação dos surdos: 
ideologias e práticas pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
21
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Os métodos de alfabetização utilizados para os ouvintes, na 
maioria das vezes, são inacessíveis para o surdo, que utilizará sua 
memória visual para aprender a ler e escrever, visto que não tem 
acesso à informação auditiva. Dessa maneira, a melhor forma de 
trabalhar a alfabetização é partir de: 
a. Famílias silábicas.
b. Letras iniciais.
c. Escrita do nome.
d. Leitura.
e. Alfabeto digital.
2. Ana é diretora de uma escola de Ensino Fundamental I e 
recebeu uma aluna surda no primeiro ano escolar. Sabendo 
das suas responsabilidades com a inclusão e da proposta 
bilíngue de educação do surdo do Ministério da Educação e 
Cultura, ela convoca uma reunião com os professores para 
pontuar algumas adaptações que deverão ser realizadas na 
escola a partir da matrícula dessa aluna. Nessa reunião, ela 
deve deixar claro para todos que:
a. Apenas o professor do primeiro ano é responsável pela aluna 
e deverá fazer todas as adaptações.
b. Todos os colaboradores deverão se envolver e seria 
importante a formação em Libras para todos.
22
c. Será disponibilizado um auxiliar que se responsabilizarápelas 
adaptações da aluna, sem o professor titular.
d. A escola a receberá a aluna, mas nenhuma adaptação será 
feita, isso é responsabilidade da família.
e. A mãe foi orientada que deverá providenciar um professor 
para auxiliar a aluna que ser responsabilizará pelas 
adaptações
GABARITO
Questão 1 - Resposta D
Resolução: A leitura antecede a escrita na cadeia da 
aprendizagem, tornando-a mais natural, além disso, o aluno 
surdo deve ser alfabetizado a partir da compreensão da 
escrita como atividade discursiva, e não por metodologias que 
enfatizam a oralidade. 
Questão 2 - Resposta B
Resolução: Todos na escola são responsáveis por todos 
os alunos e pelas adaptações necessárias para atendê-los. 
Para melhor adaptação da aluna, a formação em Libras para 
colaboradores e outros alunos é essencial.
Atendimento Educacional 
Especializado para o aluno com 
surdez e intervenção educacional 
______________________________________________________________
Autoria: Gleidis Roberta Guerra 
Leitura crítica: Branca Monteiro Camargo 
TEMA 3
24
DIRETO AO PONTO
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) foi instituído pela 
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva (BRASIL, 2008) como uma forma de atendimento ao aluno 
com deficiência, distúrbios globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação com o intuito de promover um apoio 
dentro e fora da sala de aula, garantindo a equidade da educação.
Com a publicação da Nova Política Nacional de Educação Especial 
(BRASIL, 2020), o direito ao AEE é mantido e transferido para os 
Centros de Atendimento Educacional Especializado (CAEE).
O AEE se diferencia dos atendimentos realizados em sala de aula 
e não pode, de nenhuma maneira, ser substitutivo à essa, por 
isso, deve ocorrer sempre no contraturno da aula, ou ainda de 
maneira colaborativa. Desse modo, ele pode ser complementar ou 
suplementar, dependendo da especificidade do alunado, e deve 
sempre estar articulado com as atividades que ocorrem em sala de 
aula.
Os objetivos do Atendimento Educacional Especializado é “organizar 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as 
barreiras e configurem meios para o acesso ao currículo visando 
a independência para a realização das tarefas e a construção da 
autonomia” (BRASIL, 2008, p. 3).
No caso do aluno surdo, a proposta é que ele tenha acesso a três 
tipos de atendimentos diferentes: AEE em Libras, AEE de Libras e 
AEE de português. 
25
Figura 1 – Tipos de atendimento educacional especializado para 
pessoas com surdez
Fonte: elaborada pela autora.
Além dos atendimentos propostos, para que o aluno surdo seja 
de fato incluído e possa aprender e se desenvolver com equidade, 
é importante que a proposta pedagógica também seja adaptada, 
utilizando recursos de tecnologia assistiva, recursos visuais e 
comunicação alternativa.
Nesse sentido, a compreensão da proposta da pedagogia surda 
(também denominada bilíngue ou visual) dará ao professor 
subsídios para trabalhar com esse aluno.
Na pedagogia surda, a proposta é que todo o trabalho pedagógico 
seja centrado no aluno surdo, na sua língua e na sua cultura. Ela 
valoriza os recursos visuais e criam ferramentas que favoreçam o 
aprendizado. 
Logo, o professor surdo é fundamental neste contexto, pois será 
um modelo linguístico e cultural para o aluno surdo, mas devemos 
lembrar que não basta ele ser fluente em Libras, precisa ter 
formação adequada para atuar na área. 
26
Referências
BRASIL. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação 
inclusiva. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2008.
BRASIL. PNEE: Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e 
com Aprendizado ao Longo da Vida. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2020. 
PARA SABER MAIS
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é garantido pela 
legislação e pode ocorrer de duas maneiras: no contraturno da aula, 
na sala de recursos multifuncionais ou, ainda, na forma de ensino 
colaborativo, dentro da sala de aula do aluno com toda a turma, 
em colaboração entre o professor especialista do AEE e o professor 
titular da turma.
O processo para que um aluno com surdez ou outra deficiência faça 
parte do AEE se inicia com a indicação do professor titular da sala. 
Após essa indicação, a equipe determina um dos seus profissionais 
para realizar a avaliação dessa criança é feito um estudo de caso e, 
então, construído um plano de atendimento individualizado, que 
constará dos encaminhamentos necessários para que esse aluno 
tenha o melhor desenvolvimento e aprendizagem possível. 
Dessa forma, sabe-se que cada município se organiza de uma 
maneira diferente em relação aos atendimentos prestados. Algumas 
cidades ainda trabalham com as chamadas salas de recursos, em 
que um mesmo profissional atende aos diversos tipos de deficiência. 
No entanto, outras utilizam as salas de recursos multifuncionais em 
que existe uma sala determinada para cada tipo de deficiência, com 
seu professor especialista para aquela condição.
Há salas de AEE para surdos, alunos com deficiência visual e alunos 
com deficiência intelectual. Contudo, ainda, não existem salas 
27
específicas para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), 
que acabam sendo encaminhados para a mesma sala de quem 
tem déficit intelectual, mesmo não tendo necessariamente essa 
comorbidade.
Além da diferença já posta, alguns municípios possuem na própria 
equipe de AEE profissionais da área da saúde, como psicólogos, 
fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, o 
que auxilia no processo de avaliação e de estudo de caso. Para 
outras localidades, há uma parceria entre Secretaria de Educação 
e Secretaria da Saúde, local em que os profissionais das áreas 
terapêuticas são lotados.
O mais importante é que toda criança com deficiência possa ter 
garantido o seu direito ao AEE, para que possa estar, de fato, 
incluída com qualidade de desenvolvimento e aprendizagem.
TEORIA EM PRÁTICA
Você, professor especialista do AEE para o aluno surdo, recebe 
a indicação do professor da sala titular para avaliar uma criança 
e ver quais são suas necessidades de atendimento, sempre com 
o objetivo de eliminar barreiras, dar autonomia e equidade no 
aprendizado.
Nesse contexto, descreva um caso (fictício ou real) que aponte as 
principais características de desenvolvimento e aprendizagem desse 
aluno, criando para ele um plano de atendimento individualizado 
e fazendo os encaminhamentos necessários para que ele tenha o 
apoio que precisa na escola.
28
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
A obra indicada é do Ministério da Educação e Cultura e fala sobre 
as especificidades do Atendimento Educacional Especializado do 
aluno surdo. 
BRASIL. Atendimento Educacional Especializado para pessoas 
com surdez. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2008.
Indicações de leitura
29
Indicação 2
A obra indicada traz em seu capítulo Pedagogia visual, pedagogia 
bilíngue e pedagogia surda: faces de uma mesma perspectiva didática? 
um importante debate sobre a educação do surdo na perspectiva 
bilíngue.DIGIAMPIETRI, M. C. C.; MATOS, A. H. Pedagogia visual, pedagogia 
bilíngue e pedagogia surda: faces de uma mesma perspectiva 
didática? In: ALBRES, N. A.; NEVES L. S. G. (org.). Libras em estudo: 
política educacional. São Paulo: FENEIS, 2013.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. O Atendimento Educacional Especializado (AEE), conforme 
descrito no Decreto nº 7.611/2011, tem como objetivo 
principal de: 
a. Atuar de maneira substitutiva ao ensino regular, pois conta 
com professores especializados.
30
b. Atuar de maneira complementar, ocorrendo no mesmo 
horário da escola regular.
c. Atuar de maneira complementar ou suplementar à escola, no 
contraturno dela.
d. Atuar de maneira apenas complementar à escola, no 
contraturno dela.
e. Apresentar proposta pedagógica no contraturno da escola e 
desvinculada dessa.
2. Dentro do projeto bilíngue de educação, é imprescindível a 
presença do professor surdo, que, para assumir o seu posto: 
a. Deve apenas ter conhecimento de sinais.
b. Não precisa ter formação específica.
c. Não precisa ter formação pedagógica.
d. Precisa ter sólida formação pedagógica.
e. Essa presença não é necessária na escola.
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: O AEE deve atuar de maneira complementar 
(para os casos de deficiência e transtornos globais do 
desenvolvimento) e suplementar (para os casos de altas 
habilidades/superdotação) sempre no contraturno da escola e 
articulado com essa. 
Questão 2 - Resposta D
Resolução: O professor surdo deve ter sólida formação 
pedagógica para atuar nas escolas bilíngues, sendo sua 
presença imprescindível.
O papel da Língua Brasileira de Sinais 
na educação dos surdos e práticas 
pedagógicas bilíngues 
______________________________________________________________
Autoria: Gleidis Roberta Guerra 
Leitura crítica: Branca Monteiro Camargo 
TEMA 4
32
DIRETO AO PONTO
As línguas de sinais receberam status de língua na década de 1960, 
após os estudos do linguista americano Willian Stokoe, que publicou 
uma obra comprovando cientificamente que a Língua Americana 
de Sinais era uma língua completa, com todos os elementos 
necessários para assim se constituir.
Após esse primeiro estudo, muitos outros vieram, as línguas de 
sinais foram se espalhando cada vez mais pelo mundo e sendo cada 
vez mais utilizadas pelas comunidades surdas. 
Nesse sentido, os linguistas afirmam que a língua de sinais é a única 
língua natural do surdo, ou seja, aquela que ele pode aprender 
espontaneamente, sem necessitar nenhum treinamento para isso. 
Assim, basta que utilizemos sinais com uma criança surda para que 
ela aprenda essa língua, nas mesmas etapas de desenvolvimento 
que o ouvinte adquire a linguagem oral.
Do ponto de vista neurológico, comprova-se que não há diferença 
entre o uso de uma língua oral ou de sinais, ou seja, ambas 
podem dar o aporte cognitivo necessário ao desenvolvimento do 
pensamento e da aprendizagem. Porém, devemos lembrar que, 
assim como outras aprendizagens, há um período crítico para que o 
cérebro desenvolva essa habilidade até os 5 anos de idade, esse é o 
período ideal para o desenvolvimento de língua materna, por isso, 
quanto antes a criança surda for exposta aos sinais, melhor será o 
seu desenvolvimento linguístico e cognitivo.
Por ser uma língua completa, viva e autônoma, a língua de sinais 
tem uma gramática própria, o que chamamos de palavra na língua 
oral, aqui é chamado de sinal na língua de sinais. Para formar um 
sinal de maneira adequada é preciso conhecer os 5 parâmetros que 
33
o formam: configuração de mão (CM), que é a posição da mão no 
momento da articulação do sinal; ponto de articulação (PA) que é o 
local do corpo ou do espaço ao redor do corpo que o sinal acontece; 
movimento (M) que pode ser relacional ao tipo de movimento 
realizado ou ainda a parte do corpo que se movimenta; orientação 
(O) que determina para qual direção o sinal vai e finalizando a 
expressão facial/corporal que indica as expressões não manuais, ou 
seja, os movimento de corpo, de cabeça e da face realizados para 
executar um sinal.
Figura 1 – Cinco parâmetros das Línguas de Sinais
Fonte: elaborada pela autora.
Por ser um povo com uma língua própria, os Surdos também 
possuem uma cultura diferenciada. Na verdade, pode-se dizer que 
eles são sujeitos bilíngues e biculturais, pois, além da cultura da sua 
região/país desenvolvem uma cultura surda, marcada pelo seu jeito 
visual de compreender e modificar o mundo em que vivem.
34
Mais do que uma deficiência, a surdez deve ser vista como uma 
diferença, uma minoria linguística que chega à escola sem dominar a 
língua em que se dará todo o processo de aprendizagem.
Por isso, é fundamental que as práticas pedagógicas estejam 
pautadas em uma perspectiva bilíngue de educação. A educação 
bilíngue é mais do que expor o surdo a duas línguas, mas envolve o 
respeito e a valorização da sua cultura e do seu modo de aprender.
Não se pode ensinar ao surdo da mesma maneira que se ensina 
o ouvinte. No processo de alfabetização e letramento, fonemas, 
sílabas e, às vezes, até palavras não fazem parte do universo da 
criança com surdez. Ela deve aprender de maneira textual, utilizando 
metodologias sociointeracionistas que visem a apropriação da 
escrita a partir da leitura de textos.
O bilinguismo na educação do surdo foi assumido desde o ano 
2000 pelo Ministério da Educação e Cultura, mas, ainda, não temos 
escolas bilíngues na maioria dos municípios brasileiros. Assim, 
transformar a sala de aula regular em uma sala bilíngue é tarefa do 
professor que recebe um aluno surdo.
Desde a educação infantil podemos trazer a Libras para dentro 
da sala de aula, fazendo rotinas em português e Libras, contando 
histórias ou cantando com o uso da Língua de Sinais, valorizando 
a língua e a cultura surda. Para que isso ocorra, a formação do 
professor é fundamental e se deve ocorrer na formação inicial de 
maneira mais efetiva, mas também na formação continuada do 
profissional.
A escola deve optar pelo uso da Libras como mediadora do 
conhecimento, não ser apenas inclusiva, pois essa opção não resolve 
as dificuldades do aluno surdo, mas mudar o ambiente linguístico 
35
da sala de aula e da escola de modo que todos os alunos, surdos e 
ouvintes possam desenvolver a Língua de Sinais. 
PARA SABER MAIS
A formação docente de qualidade do professor é fundamental para 
que a inclusão do aluno com surdez ocorra de maneira eficiente.
Há, ainda, uma grande polêmica nas comunidades surdas sobre o 
surdo ir para uma escola regular ou continuar segregado nas escolas 
especiais para surdos. Isso ocorre por entenderem que, ao chegar a 
uma escola em que a sua língua não será utilizada como mediadora 
do conhecimento, as dificuldades de aprendizagem serão ainda 
maiores para esse alunado.
Dessa forma, ser bilíngue significa ter domínio de duas línguas, 
mas no caso do surdo, pressupõe-se que a língua portuguesa seja a 
sua segunda língua, e que deve ser aprendida obrigatoriamente na 
modalidade escrita. Isto é, falar o português oralmente não deve ser 
uma imposição à pessoa com surdez.
Para que a escola bilíngue aconteça, é necessário que o professor 
e todos os profissionais da escola sejam também bilíngues. Assim, 
podemos afirmar que as crianças possuem dois grupos sociais 
predominantes: a família e a escola.
Para que a língua de sinais seja consolidada como primeira língua e 
a criança tenha a oportunidade de aprender a língua escrita do seu 
país como segunda língua, logo, é preciso que ela possa ser utilizada 
nesses dois espaços.No entanto, sabe-se que a maioria das famílias não desenvolve a 
fluência na Libras e, quando isso ocorre, geralmente, quem tem 
36
o domínio da comunicação é apenas a mãe ou algum irmão mais 
próximo. Contudo, cerca de 90% das crianças surdas nascem em 
famílias ouvintes, visto que a hereditariedade só ocorre em 10% dos 
casos. Em geral, o restante dos casos acontecem por problemas na 
gestação e no parto.
Assim, é essencial que haja políticas públicas sérias para a 
capacitação dos docentes e dos outros profissionais da escola 
em Libras, e que também haja incentivo para que os familiares 
desenvolvam essa forma de comunicação.
Só assim, teremos de fato uma escola bilíngue, um surdo que pode 
se comunicar fluentemente em casa e, na escola, um aprendizado 
para essa população que valorize a língua e a cultura surda. 
TEORIA EM PRÁTICA
Você, professor de uma turma de primeiro ano do Ensino 
Fundamental de uma escola pública, recebe em sua sala de aula 
um aluno surdo. Sua escola não é bilíngue, mas você teve formação 
para trabalhar dentro dessa perspectiva, aprendeu Libras e possui 
nível intermediário nesta língua, ou seja, consegue se comunicar 
com uma certa facilidade, embora ainda tenha que ganhar mais 
vocabulário e velocidade na execução dos sinais.
A proposta é que você transforme a sua sala de aula em uma sala 
bilíngue, em que a Libras seja a mediadora do conhecimento e 
a cultura surda seja respeitada. A direção da escola, consciente 
desta necessidade, te apoia nessa mudança, inclusive colocando-a 
de modelo para que os outros professores, ao receberem alunos 
surdos, possam executar as mesmas ações.
37
Agora, sua tarefa é traçar um planejamento do que modificará 
na sua sala de aula para transformar esse ambiente em bilíngue. 
Lembre-se que, conforme a legislação vigente, você terá na sua 
classe um profissional de Libras, que te auxiliará e apoiará nas 
decisões tomadas, mas não tomará a responsabilidade do aluno 
única e exclusivamente para ele. 
Descreva quais seriam as suas primeiras atitudes para a 
transformação da sala inclusiva em sala bilíngue.
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicações de leitura
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Indicação 1
A obra indicada traz elementos importantes que foram discutidos 
durante esse tema, como a Língua Brasileira de Sinais e a Educação 
Bilíngue. 
BOTELHO, P. Linguagem e letramento na educação dos surdos: 
ideologias e práticas pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. 
Indicação 2
Nesta obra, a autora traz a perspectiva sociointeracionista para a 
aprendizagem da criança surda, envolvendo discussões importantes 
sobre a linguagem e a cognição.
GOLDFELD, M. A. Criança surda: linguagem e cognição numa 
perspectiva sociointeracionista. São Paulo: Plexus, 2002.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
39
1. Desde 2002, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) propõe a 
abordagem bilíngue como a maneira mais adequada de educar 
o aluno surdo. Em relação a essa proposta pedagógica, é correto 
afirmar que:
a. A escola deve se pautar no reconhecimento das dificuldades e 
inabilidades do aluno surdo devido à surdez.
b. A escola deve se basear no reconhecimento das capacidades e 
especificidades do aluno surdo.
c. A escola deve se basear na educação do ouvinte, utilizando a 
linguagem oral como língua de instrução.
d. A língua portuguesa deve ser a base da educação na escola 
bilíngue, visto ser a majoritária.
e. A escola deve adotar metodologia específica de aprendizagem de 
português como primeira língua.
2. Muito se discute em relação à cultura surda. Nesse contexto, 
alguns autores acreditam que os surdos têm sua própria 
cultura, enquanto outros entendem que não. De acordo com o 
estudado na aula, podemos afirmar que:
a. O surdo tem uma única cultura, e essa é a cultura surda.
b. O surdo tem uma única cultura, e essa é a cultura ouvinte.
c. O surdo tem influência de várias culturas, inclusive a surda.
d. Não é possível determinar se há ou não culturas diferentes.
e. Não há evidência de uma cultura denominada de surda.
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: A escola deve se basear no reconhecimento das 
capacidades e especificidades do aluno surdo, respeitando a 
sua língua e a sua cultura. 
40
Questão 2 - Resposta C
Resolução: Assim como os ouvintes, os surdos sofrem 
influência de diversas culturas, dentre elas a da cultura surda, 
que é marcada principalmente pela sua maneira visual de 
compreender e transformar o mundo em que vive.
BONS ESTUDOS!
	Apresentação da disciplina
	Introdução
	TEMA 1
	Direto ao ponto
	Para saber mais 
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 2
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 3
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 4
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Quiz
	Gabarito
	Inicio 2: 
	Botão TEMA 4: 
	Botão TEMA 1: 
	Botão TEMA 2: 
	Botão TEMA 3: 
	Botão TEMA 9: 
	Inicio :

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