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Com base nessa consideração, quais seriam, nos dias de hoje, as possibilidades propiciadas pelas novas tecnologias oriundas dos autômatos finitos determinísticos e dos autômatos finitos não determinísticos que poderiam impactar positivamente os próximos anos? Um dos maiores passos dados pela humanidade no quesito comunicação é resultado direto dos estudos das linguagens formais. O desenvolvimento da Web, pode-se dizer, é um resultado amplo dos estudos dos autómatos, e temos outros exemplos como no caso do autômato finito determinístico, que possibilitou o emprego prático na criação de hardwares e softwares para a resolução de problemas específicos como modelar um software que valida a entrada de um usuário num servidor através de e-mail, reconhecendo exatamente o conjunto de linguagens regulares que são úteis para a análise léxica e para o reconhecimento de padrões. Já para os próximos anos impactarão positivamente nos campos de inteligência artificial, aprendizado de máquina e computação quântica entre outros. Em que medida o avanço tecnológico pode derivar nos cenários, nos quais teríamos, por exemplo, autômatos não mais finitos, mas autômatos com infinitos estados possíveis? Numa possível situação de autómatos com infinitos estados possíveis teríamos uma máquina de estados infinitos apresentando recursos infinitos. Essa possível evolução tecnológica teria como ser feita dentro da computação quântica, sendo que nesse caso os autômatos desempenhariam um papel importante em teoria da computação, com o uso da teoria quântica, na elaboração de compiladores mais complexos, o processamento da inteligência artificial em casos mais exigentes, análise sintática e verificação formal. Como isso se adere à computação quântica? Na computação quântica, o autômato quântico finito ou QFA é uma analogia quântica do autômato probabilístico. Autómatos probabilísticos estão relacionados à computação quântica da mesma maneira que o autômato finito está relacionado à máquina de Turing. Muitos tipos de autômatos podem ser definidos, incluindo measure-once (Medir uma vez) e measure-many (Medir várias vezes). Autómatos quânticos de estados finitos podem ser entendidos como uma quantização das sub mudanças de tipo finito, ou uma quantização das cadeias de Markov, que pressupõe que, a distribuição de probabilidade do próximo estado depende apenas do estado atual e não na sequência de eventos que o precedem. QFA é, de certa maneira, um caso especial de autômato geométrico finito ou autômato topológico finito. Em resumo a computação quântica, está baseada nos princípios da superposição da matéria e no entrelaçamento quântico para desenvolver uma computação diferente à tradicional. Em teoria, seria capaz de armazenar muitíssimos mais estados por unidade de informação e operar com algoritmos muito mais eficientes a nível numérico, como o de Shor ou o temple quântico. Ela utiliza como unidade básica de informação o qubit no lugar do bit convencional. A principal característica deste sistema alternativo é que admite a superposição coerente de zeros e uns, os dígitos do sistema binário sobre os quais se assenta toda a computação, diferentemente do bit, que só pode adotar um valor ao mesmo tempo: um ou zero. Esta particularidade da tecnologia quântica faz com que um qubit possa ser zero e um ao mesmo tempo e, além disso, em diferentes proporções e portanto está alinhado com os conceitos dos autómatos com infinitos estados possíveis aqui apresentados. Quando houver uma forma dos autômatos receberem outros tipos de linguagens aumentando ainda mais a sua complexidade e suas possibilidades de possíveis transições, não estando presos à lógica binária das máquinas de hoje em dia, acredito que haverá um salto de possibilidades e capacidades e tudo mudará.
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