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A EUROPA NO SÉCULO XIX - Parte 1

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A EUROPA NO SÉCULO XIX 
Durante o século XIX ocorreu uma série de mudanças na sociedade européia, que viveu momentos 
tensos de avanços liberais, regressos absolutistas, conquistas democráticas, revoluções socialistas 
e movimentos nacionalistas de unificação. 
 
 
 
 
 
O PERÍODO DE AVANÇOS E CHOQUES ENTRE LIBERAIS E ABSOLUTISTAS 
A Santa Aliança e a Restauração Absolutista evidenciaram o retorno dos princípios conservadores 
da sociedade. Mas, até 1848, houve muitos embates entre absolutistas, liberais e socialistas, Nesse 
contexto, surgiram os primeiros rumores de unificação italiana e alemã, trazendo á tona o 
nacionalismo. Na França e na Grã-Bretanha o capitalismo monopolista se impôs, com o triunfo da 
burguesia liberal e de governos parlamentares. 
A Santa Aliança e a Restauração Absolutista 
Para compreender boa parte dos acontecimentos do século XIX, é necessário retomar a Santa 
Aliança, que defendia os princípios da monarquia absolutista, em nome da religião cristã, como forma 
de conter os movimentos nacionalistas e liberais que despontavam em algumas regiões da Europa 
e nas colônias latino-americanas. 
O chanceler austríaco, Metternich, transformou-se no mais acirrado defensor do princípio de 
intervenção, ou seja, os Estados Europeus tinham o direito de intervir nos países ameaçados por 
revoluções liberais-burguesas, por se constituírem numa ameaça à ordem absolutista e 
conservadora. A maioria dos governos europeus era favorável á Santa Aliança, com exceção da 
Inglaterra, defensora do princípio da não-intervenção. 
A França: da Restauração á Revolução Liberal de 1830 
Após a queda de Napoleão, em 1815, voltou ao poder francês a dinastia Bourbon, com o rei Luís 
XVIII (1815-1812). Esse monarca admitiu o sistema de governo parlamentar, governando com duas 
câmaras. Uma, formada por políticos nomeados pelo próprio rei – a Câmara dos Pares -, e a outra, 
por deputados escolhidos pelo voto censitário, que excluía a maioria dos franceses. 
Como a ordem monárquico-conservadora estava restaurada, as grandes potências decidiram retirar 
suas tropas militares da França e também aceitara que o país participasse da Santa Aliança. 
O reinado de Luís XVIII foi marcado por diversas agitações políticas. Três grupos digladiavam-se: os 
ultrarealistas, defensores do absolutismo; os bonapartistas, desejosos da volta de Napoleão; e os 
liberais radicais, que discordavam do Retorno dos Bourbons e defendiam a adoção de um governo 
republicano. 
Com a morte do rei, o trono foi ocupado por seu irmão, Carlos X (1024-1830), que com o apoio dos 
ultraconservadores, adotou uma política antiliberal, marginalizando a burguesia. Entretanto, seu 
governo foi perturbado por uma crise econômica que assolou o país, caracterizada por: 
• Subprodução agrícola, o que acarretava a alta de preços dos gêneros alimentícios; 
• Subconsumo industrial, levando à falência das fábricas e ao desemprego do proletariado; 
“As relações que a Europa mantém com o reto do mundo, entre 1814 e 1914, são dominadas por 
sua expansão e suas tentativas de domínio do globo, o traço mais evidente é a frequência de 
choques revolucionários. Esse século, por direito, pode ser chamado o século das revoluções, 
por que nenhum – até agora – foi tão fértil em levantes, insurreições, guerras civis, ora vitoriosas, 
ora esmagadoras.” 
 
 
 
 
 
 
• Declínio do comércio; 
Essa situação dificultou o pagamento dos impostos, aumentando o descontentamento do 
proletariado urbano, devido ao desemprego, aos salários baixos e á alta do custo de vida. A 
burguesia, atingida pela crise econômica, se apegava á ideologia liberal (“O liberalismo é um dos 
grandes fatos do século XIX, século que ele domina por inteiro e não apenas no período onde todos 
os movimentos alardeiam explicitamente a filosofia liberal”) e nacionalista. 
Em meio à crise econômica e social, Carlos X determinou, em 1030, uma repressão política. Foram 
modificados os critérios que fixavam o censo eleitoral, houve censura na imprensa e dissolução da 
Câmara dos Deputados, composta, em sua maioria, por políticos liberais. 
Imediatamente, os jornalistas do jornal Le National reagiram ´´as medidas impopulares do rei e o 
protesto se converteu em revolução – as Jornadas Gloriosas (de 27 a 29 de junho). O povo 
construiu barricadas nas ruas de Paris e tomou o Palácio das Tulherias. O rei fugiu para a Inglaterra 
e o líder dos liberais, o duque Luís Felipe de Orleans, assumiu o poder, apoiado pela alta burguesia. 
O novo rei, constitucional e liberal, foi cognominado de “o rei burguês”. 
O sucesso da revolução liberal contra Carlos X serviu de exemplo para ouros países. Os belgas 
levantaram-se contra o domínio holandês e tornaram-se independentes e os gregos separaram-se 
do dono do Império Turco. 
Os liberais italianos sonham com a unificação 
Também inspirados pelos bons resultados que vinham da França, os liberais italianos do norte, de 
Parma e Módena, tentaram, na década de trinta, pôr fim, á influência austríaca. Nessa região, as 
ideias liberais ganhavam corpo, amadurecidas dentro do movimento ‘Jovem Itália’, grupo nacionalista 
liderado por Mazzini e Garibaldi, que defendia a implantação de uma república democrática. Os 
revolucionários sonhavam com a unificação de península Itálica. 
O Deutsch Zollverein, a unidade econômica dos alemães: uma revolução liberal na economia 
Desde o Congresso de Viena, o território alemão se encontrava dividido em trinta e nove estados, 
que formavam a Confederação Germânica, sob a presidência da Áustria e vice-presidência da 
Prússia, o Estado mais desenvolvido da Confederação. 
Na década de 1930, também ocorreram algumas revoltas liberais em alguns Estados, porém foram 
reprimidas pela intervenção austríaca. Nesse período, a burguesia e o governo prussiano criaram o 
Deutsch Zollverein, que consistia na eliminação das barreiras alfandegárias entre os Estados que 
participavam da Confederação. O Zollverein constituía-se numa unificação econômica e social dos 
Estados germânicos, mas também estimulou o desenvolvimento econômico da Prússia, com o 
aumento da produção agrícola e industrial, com repercussões no comércio. A Áustria, excluída dessa 
união, viu-se ameaçada e passou a intervir com rigor nos Estados. 
Na Alemanha, a unificação econômica precedeu a política. Na década de setenta, 12 mil km de 
estradas de ferro interligava os Estados da Zollverein, aproximado os fortes distritos industriais, com 
fábricas de ponta da Europa, como a siderúrgica, a metalúrgica e a mecânica. 
Na Inglaterra, quem reivindicava eram os operários 
Desde o século XVII, no Parlamento britânico dois partidos políticos se defrontavam, os whigs – 
críticos ferrenhos da autoridade real e composto pela burguesia liberal e na maioria calvinista -, e os 
tories – defensores da autoridade real, constituído por nobres conservadores e católicos. A eleição 
dos representantes era mediante voto censitário. 
A Restauração Absolutista européia favoreceu aos tories, que se tornaram maioria no Parlamento. 
Os whigs, a minoria, defensores do avanço liberal, pregavam a reforma eleitoral, o que significava 
uma possibilidade de ampliar a representação parlamentar dos políticos do norte do país, que era 
industrializado e capitalista. 
A influência da queda de Carlos X, na França, foi o estopim para aflorasse a longa luta interna no 
Parlamento, pois os whigs obtiveram a maioria absoluta nas eleições, elegendo o primeiro-ministro. 
Os tories se revoltaram e o ministro se viu obrigado a dissolver o Parlamento. Tal situação gerou, 
no final de 1831, motins populares, que tomaram conta dos principais centros urbanos. 
Em 1832, o Parlamento se viu obrigado a fazer uma reforma eleitoral, por meio da qual aumentou a 
representação da burguesia industrial. Entretanto, a maioria da população continuou excluída do 
poder. Novos motins ocorreram, em que a classe operária,já organizada em associações e 
sociedades ilegais, lutou pelos seus direitos políticos. Esses motins foram reprimidos pelo governo. 
Nos anos que se seguiram, as associações operárias transformaram-se num movimento coeso de 
reivindicações. Dessa forma, surgia o Movimento Cartista, assim chamado por ter apresentado a 
Carta do Povo ao Parlamento Britânico, em 1837. Por ele a classe operária exigia a abolição do voto 
censitário e adoção do sufrágio universal masculino e secreto, também propuseram que a legislatura 
fosse anual. 
O movimento acabou se destacando entre radicais, defensores da greve geral, e moderadores, 
operários das grandes indústrias que recebiam salários razoáveis e temiam perder o emprego. 
Porém, o Cartismo teve como resultado a regulamentação das associações políticas, do trabalho 
infantil e feminino, e a fixação da jornada de trabalho, e a fixação da jornada de trabalho, em dez 
horas diárias. 
A CONSOLIDAÇÃO DO LIBERALISMO, DO NACIONALISMO E O AVANÇO SOCIALISTA 
No final de década de quarenta, liberais, nacionalistas e socialistas transformaram o Ocidente no 
palco de disputas pelas suas ideias. 
Na França, liberais e socialistas na Revolução de 1848 
No reinado de Luís Felipe (1830-1848), ocorreu o desenvolvimento pleno do capitalismo, o que 
garantiu grandes lucros às burguesias industrial e financeira. Esse período com a expansão colonial 
francesa na África e na Oceania. 
O governo de Luís Felipe foi caracterizado pela monarquia constitucional, na qual a atuação no 
ministro Soult-Guizot foi acentuadamente conservadora. O monarca se uniu aos setores 
conservadores do Parlamento, assegurando a concentração de poderes para a alta burguesia, 
excluindo os socialistas, os liberais, os republicanos e a classe operária. A revolução era iminente. 
A crise econômica de 1845, ocasionada pelas más colheitas, pela falta de alimento e pelo aumento 
dos preços, agravou a situação do povo. A crise financeira atingiu os capitalistas, que não receberam 
mais dividendos, pois a burguesia esvaziou seus depósitos bancários. Havia plenas condições para 
que aumentasse a oposição do rei. 
Em fevereiro de 1848, a burguesia liberal e a classe operaria uniram-se contra o governo, por meio 
de um levante, as barricadas populares de Paris. O rei Luís Felipe fugiu para a Inglaterra e foi 
instalado um governo provisório, republicano e socializante. Foi provocada, em 1848, a Segunda 
República Francesa. Aboliu-se a pena de morte, o voto passou a ser universal e uma Assembleia 
Constituinte foi convocada. Os socialistas exigiram mudanças profundas na sociedade, propondo 
medidas que beneficiaram a classe operária.

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