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00.1 - Ética - Simplificado

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1 
ÉTICA. 
 
Sumário 
Ética ........................................................................................................................................... 5 
1 – Ética, Moral, Valores e Virtudes .................................................................................................. 5 
1.1 – Ética ....................................................................................................................................... 5 
1.2 – Moral ..................................................................................................................................... 6 
1.3 – Valores ................................................................................................................................... 7 
1.4 – Virtudes ................................................................................................................................. 8 
1.4.1 – Virtudes Morais x Virtudes Intelectuais ........................................................................ 9 
2 – Ética x Moral ................................................................................................................................ 9 
3 – Teorias que explicam os Conceitos Éticos ................................................................................ 11 
4 – Classificações da Ética............................................................................................................... 12 
4.1 – Ética do Fim x Ética do Móvel ............................................................................................. 12 
4.2 – Ética Empírica x Ética dos Bens x Ética Formal x Ética Valorativa .................................... 12 
5 – Ética Profissional, Empresarial e Gestão da Ética .................................................................... 14 
5.1 – Código de Ética ................................................................................................................... 15 
6 – Ética na Administração Pública ................................................................................................ 16 
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 - Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal ................................................................................. 17 
1- Capítulo I ..................................................................................................................................... 19 
1.1 - Seção I - Das Regas Deontológicas ..................................................................................... 19 
1.2 - Seção II - Dos Principais Deveres do Servidor Público ....................................................... 25 
1.3 - Seção III - Das Vedações ao Servidor Público ..................................................................... 29 
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 2 
2 - Capítulo II - Das Comissões de Ética .......................................................................................... 32 
Resumo Estratégico ................................................................................................................. 34 
Questões Comentadas ............................................................................................................. 39 
Lista de Questões ..................................................................................................................... 74 
Gabarito ................................................................................................................................... 92 
 
 
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ÉTICA 
1 – Ética, Moral, Valores e Virtudes 
1.1 – Ética 
A ética é um assunto estudado e definido por diversos estudiosos, desde a antiguidade até os dias 
atuais. A palavra ética deriva do grego (ethos) e significa caráter, qualidade do ser, morada do ser, 
ou modo de ser. 
Para Boff1, “a ética é parte da filosofia. Considera concepções de fundo acerca da vida, do 
universo, do ser humano e de seu destino, estatui princípios e valores que orientam pessoas e 
sociedades. Uma pessoa é ética quando se orienta por princípios e convicções. Dizemos, então, 
que tem caráter e boa índole.” 
Segundo Vaz2, a ética se origina do saber ético de determinada cultura. 
A ética “é uma característica intrínseca a todo e qualquer ato humano, tornando-se um 
componente indispensável para a formação do convívio social.”3 
Crisostomo4 explica que a ética “trata de princípios, um pensamento reflexivo sobre as normas e 
valores que regem as condutas humanas. Essas regras não estão acabadas ou postas em definitivo. 
A ética como ciência da moral vive num eterno pensar, refletir e construir para o bem da 
humanidade.” 
Para Cohen e Segre5, “a pessoa não nasce ética; sua estruturação ética vai correndo juntamente 
com o seu desenvolvimento. De outra forma, a humanização traz a ética no seu bojo.” 
Ou seja, a ética é um aspecto que vem de “dentro” do indivíduo, e está relacionada aos princípios 
que fundamentam as condutas e ações do indivíduo, com base em valores individuais ou 
coletivos. Em outras palavras, a ética é pessoal (dimensão subjetiva). 
A ética busca estudar e entender as ações dos indivíduos com o objetivo de classificá-las como 
“aceitáveis” ou “não aceitáveis” (tendo como base de comparação um “código de ética” ou então 
os “princípios éticos”). A ética pode ser entendida como o estudo dos juízos de valor da conduta 
humana, a qual está sujeita à qualificação do ponto de vista do “bem” e do “mal”. 
 
1 BOFF, Leonardo. Ética e moral: a busca dos fundamentos. / Petrópolis, Vozes: 2003. p.37 
2 VAZ, Henrique C. de Lima. Escritos de filosofia IV: Introdução à ética filosófica 1. / Belo Horizonte, Loyola:1999. p.57 
3 RODRIGUES, William Gustavo, SALVI, Taísa Lúcia, SOUTO, Fernanda Ribeiro, TEIXEIRA, Juliana Kraemer Micelli, BONFADA, Elton. Ética geral e jurídica. / Porto 
Alegre, SAGAH: 2018. p.19 
4 CRISOSTOMO, Alessandro Lombardi, VARANI, Gisele, PEREIRA, Priscila dos Santos, OST, Sheila Beatriz. Ética. / Porto Alegre, SAGAH: 2018. p.47 
5 COHEN, Claudio, SEGRE, Marco. Breve discurso sobre valores, moral, eticidade e ética. / São Paulo. Disponível em:< 
https://www.fct.unesp.br/Home/Administracao/TecnicaAcademica/Comite%20de%20Etica%20-%20conceito%20de%20etica.pdf> 
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 6 
Conforme explicam Bortoleto e Muller, pode-se dizer, de modo geral, que a “ética é o 
conhecimento que oferta ao homem critérios para a eleição da melhor conduta, tendo em conta o 
interesse de toda a comunidade humana! Se o objetivo do homem é a vida feliz e harmônica, a 
realização do bem comum, o alcance de tal objetivo depende do modo como o homem escolhe e 
determina quais ações podem ser consideradas como as melhores: a ética, desta forma, é a 
reflexão sobre quais ações são virtuosas (boas) e quais não o são.”6 
 
1.2 – Moral 
Crisostomo explica que “enquanto a ética assume uma posição questionadora das atitudes e 
comportamentos do homem na qual há a possibilidade da escolha por meio da racionalização, a 
moral é mais prática, assumindo a característica de regular o comportamento humano, uma 
experimentação no cotidiano, na vivência e interação com os outros, fazendo com que sejam 
criadas novas normas e regras de convivência.”7 
Para Boff8, a moral é parte da vida concreta e trata da prática real das pessoas que se expressam 
por costumes, hábitos e valores culturalmente estabelecidos. Nesse sentido, uma pessoa é moral 
quando age em conformidade com os costumes e valores consagrados. 
Em outras palavras, a moral (mos, mores ou moralis, do latim) está relacionada aos costumes, 
hábitos e valores considerados“corretos” e “aceitáveis” na sociedade em determinado momento 
histórico (em determinado período de tempo). 
Em outras palavras a moralidade pode ser definida como um conjunto valores que norteiam a 
conduta e as decisões de um indivíduo, fazendo com que esse indivíduo seja capaz de julgar o que 
é certo e o que é errado. A moral tem um caráter normativo e está relaciona a prescrição de 
conduta (ou seja, trata-se de um “conjunto de normas/regras” que indicam de que maneira o 
indivíduo deve se comportar). 
Bortoleto e Muller destacam que “a moral é, portanto, pragmática. As normas morais são 
fórmulas e elaboradas pelo homem para ordenar e regular seu comportamento.” 9 
Vejamos a visão de alguns grandes filósofos sobre moral10: 
Adam Smith: Para Adam Smith, os princípios morais derivam das experiências históricas. 
Nesse sentido, as regras estabelecidas pela sociedade passam a ser aplicadas à medida que 
se tornaram eficientes e úteis. 
 
6 BORTOLETO, Leandro. MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. 2ª Edição. São Paulo, Juspodivm: 2016. p. 13 
7 CRISOSTOMO, Alessandro Lombardi, VARANI, Gisele, PEREIRA, Priscila dos Santos, OST, Sheila Beatriz. Ética. / Porto Alegre, SAGAH: 2018. 
p.88 
8 BOFF, Leonardo. Ética e moral: a busca dos fundamentos. / Petrópolis, Vozes: 2003. p.37 
9 BORTOLETO, Leandro. MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. 2ª Edição. São Paulo, Juspodivm: 2016. p. 17 
10 https://www.engwhere.com.br/empreiteiros/Etica-Moral.pdf 
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David Hume: David Hume passou a observar a moral de forma empírica (baseado na 
experiência e na observação). O autor demonstrou que a moral está intimamente ligada à 
paixão (e não à razão) e que não haveria um bem “superior” pelo qual a humanidade se 
pautasse. Para Hume, o impulso básico para as ações humanas consiste em obter prazer e 
impedir a dor. Em relação à moral, o filósofo defende que a experiência (empírica) 
promove o entendimento humano. O desejo sugere impressão, ideia e, portanto, é 
provocado pela necessidade, induzindo à liberdade. 
Immanuel Kant: Diferentemente de Hume, Kant defendia a ideia de que a base da moral é a 
razão. Partindo do princípio de identidade, Kant sugere que a ação das pessoas influencia o 
comportamento de outros indivíduos. Ou seja, o comportamento estaria relacionado com a 
identificação do outro. O comportamento seria, portanto, uma lei universal. 
O “imperativo categórico” é um dos principais conceitos da filosofia de Kant. Segundo o 
autor, o imperativo categórico consiste no dever de os indivíduos agirem de acordo com os 
princípios morais. Ou seja, as práticas consideradas moralmente aceitáveis e boas, devem 
ser praticadas pelos indivíduos e, consequentemente, tornarem-se “universais”. Em outras 
palavras, os indivíduos deveriam apenas tomar atitudes as quais eles próprios consideram 
que deveriam ser “universais” (por serem “atitudes moralmente boas”). 
Se faz necessário, ainda, que saibamos a diferença entre senso moral e consciência moral. 
Senso Moral: O senso moral permite que o indivíduo faça a distinção entre o justo e o 
injusto, o bom e o mau, o certo e o errado. 
Consciência Moral: A consciência moral, por sua vez, revela e impõe ao indivíduo a 
responsabilidade decorrente das consequências de suas ações e escolhas. 
 
1.3 – Valores 
A todo tempo estamos fazendo “juízos de valor” das coisas, não é mesmo? Por exemplo: “esse 
material em PDF é excelente”; “aquela mulher é muito bonita”; “o concurso X é ótimo, pois o 
serviço é engrandecedor e o salário é excelente”; “esse lápis é ruim, pois a ponta quebra com 
facilidade”; etc. 
Portanto, o valor é atribuído pelo ser humano e pode variar entre indivíduos diferentes, de acordo 
com os “critérios” que cada pessoa utiliza (por exemplo: um colecionador de antiguidades atribui 
muito valor a artefatos antigos; por outro lado, um jovem apaixonado por tecnologia não atribui 
qualquer valor a “antiguidades”). 
Conforme explicam Aranha e Martins, “os valores são, num primeiro momento, herdados por nós. 
O mundo cultural é um sistema de significados já estabelecidos por outros, de tal modo que 
aprendemos desde cedo como nos comportar à mesa, na rua, diante de estranhos, como, quando 
e quanto falar em determinadas circunstâncias: como andar, correr, brincar; como cobrir o corpo e 
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quando desnudá-lo; qual o padrão de beleza; que direitos e deveres temos. Conforme atendemos 
ou transgredimos os padrões, os comportamentos são avaliados como bons ou maus”.11 
Para Thums12, valores são “o elemento mais importante da vida de qualquer pessoa por serem os 
princípios que formam o caráter de cada ser humano.” Os valores definem a identidade do 
indivíduo em sua intimidade real e existencial, pois qualificam e ampliam os horizontes. 
Segundo Menin13, valores “são determinados por culturas particulares e em função de certos 
momentos históricos, variando, portanto, de acordo com cada sociedade e período de sua 
existência. As ações humanas seriam, assim, avaliadas de acordo com os costumes locais; algo 
considerado um dia como correto e justo poderia ser, em outra época, considerado errado ou 
injusto.” 
Ou seja, os valores representam o conjunto de características de um indivíduo, que formam a base 
de seu comportamento. São os valores que servem de sustentação para as decisões e para as 
justificativas das ações dos indivíduos. 
 
1.4 – Virtudes 
A palavra virtude decorre do latim (virtus), que significa poder, potência, energia, vigor. 
Segundo Taille14, virtudes “não somente remetem a uma leitura valorativa da pessoa humana, 
como referem-se a qualidades desejadas. Portanto, não é a presença ou a ausência do pensar 
sobre virtudes que diferencia pessoas ou culturas, mas sim a qualidade desse pensar.” 
Rosa explica que “cada indivíduo desenvolverá a sua formação moral de acordo com as virtudes 
valorizadas individualmente e, também, no seu entorno, na sua comunidade, grupo e tradição.”15 
Conforme explicam Aranha e Martins, “em moral, a virtude do homem é a força com a qual ele se 
aplica ao dever e o realiza. A virtude é a permanente disposição para querer o bem, o que supõe a 
coragem de assumir os valores escolhidos e enfrentar os obstáculos que dificultam a ação.” 16 
Ou seja, as virtudes se referem às qualidades do indivíduo de praticar o bem (isto é, de “agir” 
corretamente, de acordo com o justo e com o “moral”). As virtudes estão relacionadas às atitudes 
reconhecidas pela sociedade como “atitudes morais”. 
 
 
11 ARANHA, Maria Lucia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando, Introdução à Filosofia. 2ª Edição. São Paulo, 
Moderna: 1993. 
12 THUMS, Jorge. Ética na educação: filosofia e valores na escola. / Canoas, , ULBRA: 2003. p.354 e 359 
13 MENIN, Maria Suzana de Stefano. Valores na escola. / v.28, n.1. São Paulo, Educação e Pesquisa: 2002. p.93 
14 TAILLE, Yves de La. Para um estudo psicológico das virtudes morais. / / v.26, n.2. São Paulo, Educação e Pesquisa: 2000. p.111 
15 ROSA, Aléssio da. A ética das virtudes de Alasdair Macintyre: implicações para a moralidade contemporânea. / v.9, n.2. Porto Alegre, 
Intuitio: 2016. p.33-45 
16 ARANHA, Maria Lucia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando, Introdução à Filosofia. 2ª Edição. São Paulo, Moderna: 1993. 
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 9 
1.4.1 – Virtudes Morais x Virtudes Intelectuais 
Para Aristóteles, as virtudes se dividem em17: 
Virtudes Morais: são fundamentadas na vontade e nas paixões. Elas decorrem dos 
movimentos espontâneos do caráter humano. Ou seja, as virtudes morais decorrem dos 
costumes, hábitos e ações repetitivas. Em outras palavras,a virtude moral decorre da 
repetição das ações do indivíduo (isto é, a virtude moral não surge “do nada”; ela decorre 
do hábito do indivíduo de agir de determinada maneira). 
São exemplos de virtudes morais: a coragem, a generosidade, a magnificência, a doçura, a 
honra, a amizade e a justiça. 
Por exemplo: O homem se torna corajoso, através da repetição de atitudes corajosas. Ou 
seja, o homem se torna corajoso quando age, habitualmente, de forma corajosa. 
Virtudes Intelectuais (Dianoéticas): são baseadas na razão, e dependem do intelecto do 
indivíduo. As virtudes intelectuais são resultado do ensino e demandam experiência. Estão 
relacionadas à capacidade de aprendizagem. 
São exemplos de virtudes intelectuais: a sabedoria, a temperança, a inteligência, a 
prudência e a verdade. 
Nesse passo, uma ação pode ser considerada virtuosa quando existe o equilíbrio das virtudes 
morais e quando alcança as virtudes intelectuais. O agir virtuoso impõe, ainda, que as virtudes 
morais sejam controladas pelas virtudes intelectuais. 
 
2 – Ética x Moral 
Em sentido “amplo”, tanto a ética quanto a moral buscam compreender os comportamentos 
considerados “corretos” e “aceitáveis” na sociedade. Por isso, em sentido “amplo”, esses dois 
conceitos acabam até mesmo se confundindo. 
Contudo, em sentido “estrito”, esses conceitos são diferentes! Ou seja, moral e ética são coisas 
diferentes! 
Pode-se dizer que a ética consiste na ciência que estuda a moral. Ou seja, a ética busca 
compreender as “causas” que levam determinados comportamentos serem considerados 
“corretos” (“aceitáveis”) ou “errados” (“inaceitáveis”) na sociedade. 
 
17 Ética a Nicômaco, de Aristóteles. Revista Diálogo Educacional. PUCPR. 
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 10 
A ética tem caráter científico, filosófico e teórico. Trata-se de uma disciplina filosófica que tem por 
objetivo estudar e analisar os comportamentos, os costumes e as condutas para determinar se 
eles são ou não aceitáveis (“corretos”). Ou seja, está relacionada com a “essência” do indivíduo (é 
“pessoal” / dimensão subjetiva) e com princípios. Por ter um caráter científico, a ética tende a ser 
“permanente” e “universal”. 
A moral, por sua vez, é a “prática”. Trata-se de um conjunto de costumes, hábitos, valores, e 
“regras de convivência” que são considerados aceitáveis por determinada sociedade em 
determinado momento histórico (período de tempo). A moral tem um caráter “normativo” e 
“prescritivo”, e está relacionada a condutas específicas. A moral, por ser tida como algo 
“particular” (isso é, variar de acordo com o tempo, o espaço e a cultura), tende a ser “temporária” 
e “cultural”. 
Por exemplo: no século XVIII, a escravidão no Brasil era considerada algo “normal” (ou seja, não 
era uma atitude “imoral”). Contudo, nos dias de hoje, a escravidão é considerada uma atitude 
imoral (inclusive, é considerada crime). Esse exemplo ilustra que a moral é “temporária”. 
A mesma ideia se aplica a culturas diferentes. Por exemplo: existem países em que as mulheres são 
obrigadas a “cobrirem” o rosto e o cabelo com um véu. Ou seja, nesses países, se a mulher sair à 
rua com o rosto “descoberto”, ela estará praticando uma atitude imoral. Esse exemplo ilustra que 
a moral é “cultural”. 
 
Fonte: Baseado especialmente em BORTOLETO, Leandro. MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. 2ª Edição. São Paulo, Juspodivm: 2016. pp. 16-17 
 
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 11 
3 – Teorias que explicam os Conceitos Éticos 
Existem algumas teorias que buscam explicar os conceitos éticos. Vejamos quais são elas18: 
Teoria do Fundamentalismo: de acordo com essa Teoria, os preceitos éticos são externos 
ao indivíduo. Ou seja, para essa Teoria o indivíduo não consegue, por si só, distinguir o 
“certo” do “errado”. Em outras palavras, os preceitos éticos funcionam como “regras a 
serem seguidas”, sem a possibilidade de os indivíduos questionarem essas regras. 
Por exemplo: a Bíblia Sagrada e o Alcorão, os quais funcionam como livros de regra de fé e 
prática para aqueles que depositam a sua confiança nos seus escritos; os seguidores 
cumprem as determinações externas sem questionar. 
Teoria do Utilitarismo: o utilitarismo se caracteriza por considerar “bom” apenas o que é 
“útil”. Nesse sentido, em termos éticos, significa dizer que a conduta ética desejável é a 
conduta ética útil. De acordo com essa Teoria, o conceito ético deve ser elaborado com 
base no critério do maior bem para a sociedade como um todo. Com base nessa teoria, o 
indivíduo deverá agir, diante de determinada situação, da maneira que gere um maior bem 
para a sociedade. Em outras palavras, busca-se, prioritariamente, a maior felicidade para o 
maior número de pessoas. 
Por exemplo: a Guerra do Iraque, em que o Presidente dos Estados Unidos, George Bush, 
poderia afirmar que as suas condutas estavam dentro dos melhores padrões éticos, pois a 
presença de Saddam Hussein causava um mal para toda a sociedade. 
Teoria do Dever Ético: proposta por Emanuel Kant, essa Teoria propõe que o conceito ético 
seja extraído do fato de que cada um deve se comportar de acordo com os princípios 
universais. De acordo com Kant, esses conceitos éticos devem ser alcançados através da 
aplicação de duas regras: a) Qualquer conduta aceita como padrão ético deve valer para 
todos os que se encontrem na mesma situação, sem exceções. b) Só se deve exigir dos 
outros o que exigimos de nós mesmos. 
Teoria Contratualista: os precursores dessa Teoria são John Locke e Jean Jacques Rousseau. 
Essa Teoria parte do princípio de que o ser humano assume com os seus semelhantes a 
obrigação de se comportar de acordo com regras morais estabelecidas para o convívio 
social. Dessa forma, a Teoria propõe que os conceitos éticos são extraídos das regras 
morais que conduzem à perpetuação da sociedade, da paz e da harmonia do grupo social. 
Teoria do Relativismo: de acordo com essa Teoria, cada indivíduo deve decidir, por si 
mesmo, sobre o que é ou não é ético, com base nas suas próprias convicções e na sua 
própria concepção sobre o “bem” e o “mal”. Nesse sentido, o que é ético para um indivíduo 
pode não ser para o outro. 
 
18 SILVA, Antonio Carlos Ribeiro, et al. Abordagens éticas para o profissional contábil. Conselho Federal de Contabilidade. Brasília, CFC: 2003. pp.-15.16 
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 12 
 
4 – Classificações da Ética 
4.1 – Ética do Fim x Ética do Móvel 
De outra forma, a ética pode ser classificada em: 
Ética do Fim: na ética do fim, as ações dos indivíduos são julgadas de acordo com a direção 
que o indivíduo imprimiu em sua ação. Ou seja, as ações dos indivíduos são julgadas de 
acordo com as suas intenções.19 
Em outras palavras, a ética do fim prescreve que as ações do indivíduo são orientadas para 
determinado “objetivo” específico. Nesse sentido, cabe à ética revelar que objetivo deveria 
ser esse (ou seja, o papel da ética é revelar quais os “fins” que devem orientar o 
comportamento dos indivíduos). 
Por exemplo: o homem toma determinadas atitudes com o fim de alcançar a felicidade. 
Ética do Móvel (Ética do Móbil): na ética do móvel, as ações dos indivíduos são julgadas de 
acordo com a eficiência dessas ações em produzir o bem-estar, a felicidade, etc. 
De acordo com a ética do móvel, as ações dos indivíduos são movidas por “forças” 
específicas. Ou seja, o homem não age com o objetivo de atingir determinado fim; o homem 
age, pois, existe uma “força” (um motivo) que o impulsiona. Nesse sentido, cabe a ética 
buscar encontrar quais são essas forças (motivos) que movem o comportamento humano. 
Por exemplo: o homem toma determinadas atitudes por prazer; o prazer é o “móvel”habitual da conduta humana. 
 
4.2 – Ética Empírica x Ética dos Bens x Ética Formal x Ética Valorativa 
De acordo com Maynez, a ética pode ser classificada de acordo com 04 “escolas éticas”:20 
Ética Empírica: de acordo com a filosofia empírica, o conhecimento advém da experiência. 
Nesse sentido, a ética empírica se baseia no exame da vida moral. Não se deve questionar o 
que o indivíduo “deve fazer”, mas sim o que ele, de fato, faz. Isso, pois, o homem deve agir 
“naturalmente” (e não como as normas querem que ele se comporte). 
A ética empírica busca extrair seus princípios e valores éticos da mera “observação” dos 
fatos. 
 
19 ABBOGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª Edição. São Paulo, Martins Fontes: 2007. p.576 
20 NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. 7ª edição. São Paulo, Revista dos Tribunais LTDA: 2009. pp. 26-72 
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 13 
A ética empírica se divide em 04 vertentes: 
Ética Anarquista: a ética anarquista pode ser considerada uma expressão nítida do 
individualismo da sociedade contemporânea. Ou seja, não existem regras! A única 
regra a ser seguida é a “determinação” individual. 
Ética Utilitarista: conforme vimos, o utilitarismo se caracteriza por considerar “bom” 
apenas o que é “útil”. Nesse sentido, em termos éticos, significa dizer que a conduta 
ética desejável é a conduta ética útil. A ética empírica utilitarista considera que a 
“produção de prazer” e a “produção de benefício” são a origem do comportamento 
humano. O conceito ético deve ser elaborado com base no critério do maior bem 
para a sociedade como um todo. 
Ética Ceticista: o cético é aquele que não acredita e nem desacredita em coisa 
alguma; é aquele que se abstém de julgar. Nesse sentido, a ética ceticista se baseia 
na crença de que não existem métodos racionais para determinar a validade de 
juízos valorativos ou morais. 
Ética Subjetivista: para e ética subjetivista, o indivíduo é a fonte da conduta moral. 
Ou seja, as ações do indivíduo devem ser encaradas por um ângulo estritamente 
“pessoal”. Em outras palavras, cada indivíduo deve adotar para si a conduta ética 
mais conveniente com a sua própria “escala de valores”. Não existe uma única 
“conduta objetiva” a ser adotada (ou seja, cada indivíduo tem a sua própria 
“verdade”). A origem do subjetivismo advém de Protágoras, segundo o qual: “o 
homem é a medida de todas as coisas”. 
Ética dos Bens: essa corrente defende a existência de um valor fundamental denominado 
“bem supremo”, que deve ser perseguido pelo comportamento humano. Ou seja, o 
comportamento humano deve ser orientado pela busca do “bem supremo”. 
Esse “bem supremo” será sempre um “fim” (e não um “meio”). Sendo assim, quando um 
indivíduo se deparar com um bem que não pode ser “meio” de qualquer outro, então, esse 
será o seu “bem supremo”. 
Em outras palavras, a ética dos bens preceitua que o comportamento humano é orientado 
pela busca de um fim específico (por exemplo: o bem comum). 
Ética Formal: Diferentemente da Ética Empírica e da Ética dos Bens (que se “prendem” aos 
resultados das ações humanas), a ética formal se preocupa com a relação estabelecida 
entre as ações do indivíduo e os fins desejados. 
Ou seja, a moral não deve levar em consideração apenas os “resultados obtidos”; mas sim a 
pureza da vontade, a bondade da intenção, e a retidão dos propósitos do indivíduo em 
atuar de determinada maneira. 
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A boa vontade não é boa pelos seus “resultados”; ela é boa simplesmente pelo seu “querer 
bem”. A moralidade é medida pelo “foro íntimo” das pessoas. Ou seja, a moralidade é 
medida pelas “boas intenções” das condutas dos indivíduos, independentemente dos 
resultados obtidos. 
Ética Valorativa (Ética dos Valores): valor pode ser entendido como a qualidade que o 
indivíduo atribui a determinada coisa. Para a filosofia valorativa, o valor moral não se baseia 
na ideia de dever, mas sim ao contrário: todo dever encontra fundamento em um valor. 
Nesse sentido, só se “deve ser” aquilo que é valioso; e tudo que é valioso se ”deve ser”. 
 
5 – Ética Profissional, Empresarial e Gestão da Ética 
De acordo com Maximiano, a ética nas organizações envolve 04 níveis (categorias)21: 
Ética no Nível Social: trata-se da ética relacionada à sociedade. As questões éticas se 
relacionam à “presença”, ao papel e ao efeito das organizações na sociedade. Algumas das 
questões éticas envolvidas neste nível são as seguintes: 
-É justo os executivos ganharem o equivalente a dezenas de salários dos 
trabalhadores operacionais? 
-Pode-se aceitar a influência das empresas nas decisões governamentais, como das 
construtoras na preparação do orçamento das obras da União? 
-É correto empresas e interesses privados participarem da escolha de governantes e 
dirigentes, por meio do financiamento de campanhas políticas? O que esses 
patrocinadores pedem, em troca de seu apoio, aos candidatos que ajudaram a 
eleger? 
Ética no Nível dos Stakeholders: os stakeholders são as “partes” interessadas de uma 
organização. Tratam-se de grupos ou pessoas que possuem algum interesse nos processos 
ou resultados gerados pela organização ou que são afetadas por ela (clientes, fornecedores, 
distribuidores, funcionários, etc.). 
Nesse nível, alguns aspectos da administração das organizações que envolvem questões 
éticas, são os seguintes: 
-Quais são as obrigações da empresa no que tange à necessidade de informar sobre 
os riscos de seus produtos para o consumidor (álcool, tabaco, por exemplo)? 
-Como se deve pautar as relações dos funcionários com os usuários, especialmente 
no caso dos funcionários públicos, em suas relações com os contribuintes? 
 
21 MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana à Revolução Digital, 8ª edição. São Paulo, Atlas: 2018. pp. 342-343 
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-Quais são as obrigações da empresa com relação ao impacto da operação e 
desativação de fábricas sobre a comunidade, os fornecedores e os distribuidores? 
Ética no Nível da Administração e Políticas Internas: nesse nível, a discussão sobre a ética 
tem por foco as relações da empresa com seus funcionários. Muitas decisões que as 
organizações tomam são afetadas por essas questões éticas. Por exemplo: liderança, 
motivação, planejamento de carreira, movimentação de pessoal e conduta profissional são 
assuntos que envolvem questões éticas. 
Algumas questões relevantes nesse nível são as seguintes: 
-Quais são as obrigações da empresa com seus funcionários? 
-Que tipos de compromissos a empresa pode exigir de seus funcionários? 
-Qual o impacto sobre a força de trabalho das decisões sobre redução de produção 
ou desativação de operações? 
-Que participação os funcionários devem ter nas decisões que afetam a empresa? 
Ética no Nível Individual: nesse nível, a discussão sobre a ética diz respeito à maneira como 
os indivíduos devem tratar uns aos outros. As decisões tomadas nesse nível têm forte 
impacto sobre o clima organizacional e a qualidade de vida percebida pelos funcionários, 
uma vez que os atingem “mais de perto” em seus assuntos pessoais. 
Algumas questões relevantes, nesse nível, são as seguintes: 
-Quais obrigações e direitos as pessoas têm como seres humanos e trabalhadores? 
-Quais as obrigações em relação aos empregadores, funcionários e colegas? 
-Que normas de conduta devem orientar as decisões que envolvem ou afetam outras 
pessoas? 
 
5.1 – Código de Ética 
Os códigos de ética podem ser entendidos como um conjunto de normas e valores que tem por 
objetivo orientar os indivíduos em suas ações e decisões, através do fornecimento de “diretrizes” 
que buscam diferenciarcondutas e ações “certas” de condutas e ações “erradas”. 
Conforme explica Maximiano, “os códigos de ética fazem parte do sistema de valores que 
orientam o comportamento das pessoas, dos grupos e das organizações e seus administradores. A 
noção de ética e as decisões pessoais e organizacionais que são tomadas com base em 
qualquer código de ética refletem os valores vigentes na sociedade.” 22 
Chiavenato, por sua vez, explica que “muitas organizações têm o seu código de ética como uma 
declaração formal para orientar e guiar o comportamento de seus parceiros” (internos e 
 
22 MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana à Revolução Digital, 8ª edição. São Paulo, Atlas: 2018. pp. 341 
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externos). De acordo com o autor, “para que o código de ética estimule decisões e 
comportamentos éticos das pessoas, são necessárias duas providências”23: 
a) As organizações devem comunicar o seu código de ética a todos os seus parceiros, isto é, 
às pessoas dentro e fora da organização. 
b) As organizações devem cobrar continuamente comportamentos éticos de seus 
parceiros, pelo respeito a seus valores básicos ou adotando práticas transparentes de 
negócios. 
Ou seja, além de produzir um código de ética, a organização deve dar pleno conhecimento deste 
código de ética a todos seus parceiros (internos e externos), bem como deve “cobrar” 
continuamente que seus parceiros atuem de forma ética. 
 
6 – Ética na Administração Pública 
A sociedade está em constante mutação, e a administração pública precisa acompanhar essa 
mudança, no intuito de oferecer serviços públicos da melhor forma possível à população. 
A administração pública passou por muitas mudanças ao longo dos anos. Em 1994, foi instituído o 
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. 
O Código de Ética é uma importante ferramenta que tem por objetivo nortear a moral e a conduta 
dos indivíduos, sendo dever do servidor público atuar de acordo com os princípios previstos no 
Código de Ética. 
Segundo Mendes24, “as Comissões de Ética Setoriais dos órgãos, ou qualquer órgão ou entidade 
que exerça atribuições delegadas pelo poder público, têm o objetivo de orientar e aconselhar 
sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, 
competindo-lhes conhecer concretamente de imputação ou de procedimento/conduta suscetível 
de censura”. 
A conduta ética na administração pública aumenta a produtividade, incentiva o desenvolvimento 
profissional e a harmonia no ambiente de trabalho, gerando resultados positivos para a Entidade 
Pública e para a sociedade. 
O art. XXIV do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal 
descreve o servidor público como “todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato 
jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem 
 
23 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014. p.614 
24 MENDES, Annita Valléria Calmon. Ética na administração pública federal: a implementação de comissões de ética setoriais – entre o desafio e a 
oportunidade de mudar o modelo de gestão. / Brasília, FUNAG: 2010. p.38 
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retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder 
estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas 
e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do 
Estado.”25 
O objetivo do servidor público é servir ao público, sem atender a interesses pessoais ou 
particulares. 
Conforme explicam Bortoleto e Muller, “o servidor público, no exercício de seu cargo ou função, e 
ainda fora dele, materializa o próprio poder do Estado, ou seja: suas ações, mais do que a qualquer 
outro indivíduo, devem influenciar positivamente toda a comunidade, reforçando valores 
socialmente relevantes e servindo de exemplo aos seus concidadãos. Portanto, deve o servidor 
público passar cada uma de suas ações pelo crivo de sua consciência moral, a fim de verificar, por 
si, se pratica a ética para si mesmo, já que é grande a expectativa da sociedade com relação à 
conduta dos que desempenham funções ou gestão de bens públicos”. 26 
De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, 
“a dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados 
maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, 
já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e 
atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.” 
Atualmente, a administração pública tem investido em preparação e treinamento de servidores 
públicos e elaboração de códigos de ética, para que a conduta adotada pelos servidores seja ética 
e moral. Além disso, a cobrança e fiscalização por parte cidadãos é fundamental para uma boa 
administração pública. 
 
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 - CÓDIGO DE ÉTICA 
PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL 
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal é aplicável aos 
servidores do Poder Executivo Federal. Contudo, esse Código de Ética também serve de norte para 
a atuação dos servidores públicos de todos os Entes Federativos e de todos os Poderes. 
O Código de Ética é composto por 02 Capítulos: 
-O Capítulo I é composto por 03 Seções, quais sejam: 
-Seção I - Das Regras Deontológicas 
 
25 BRASIL. Código de ética profissional do servidor público civil do poder executivo federal. / Decreto1.171, de 22 de junho de 1994. Brasília, Comissão de Ética 
Pública: 1994 
26 BORTOLETO, Leandro. MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. 2ª Edição. São Paulo, Juspodivm: 2016. pp. 15-16 
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-Seção II - Dos Principais Deveres do Servidor Público 
-Seção III - Das Vedações ao Servidor Público 
-O Capítulo II é composto pelo seguinte item: 
-Das Comissões de Ética. 
Vale destacar que os dispositivos do código de ética estão organizados sob a forma de incisos. 
As diretrizes do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal 
deverão ser seguidas por todos os servidores públicos pertencentes à Administração Pública 
Direta e Indireta do Poder Executivo Federal. Quando o código de ética utiliza o termo “servidor 
público”, ele está se referindo ao servidor público em sentido amplo (ou seja, englobando tantos 
os servidores públicos em “sentido estrito”, quando os empregados públicos). 
Vejamos, a seguir, 03 artigos constantes do Decreto n.° 1.171/94, que antecedem o Código de 
Ética. 
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder 
Executivo Federal, que com este baixa. 
 
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta 
implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do 
Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, 
integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego 
permanente. 
 
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da 
Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos 
membros titulares e suplentes. 
 
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília, 22 de junhode 1994, 173° da Independência e 106° da República. 
ITAMAR FRANCO 
Romildo Canhim 
Comentários: 
Conforme se observa, o Decreto fixou o prazo de 60 dias (contados a partir da data de publicação 
do Decreto, que ocorreu em 22 de junho de 1994) para que os órgãos e entidades da 
Administração Pública Federal direta e indireta, constituíssem suas respectivas Comissões de ética, 
integradas por 03 servidores ou empregados públicos. 
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A seguir, adentraremos ao estudo do Código de Ética propriamente dito! Irei comentar todos os 
incisos do código de ética, ressaltando os pontos mais importantes, OK? 
 
1- Capítulo I 
1.1 - Seção I - Das Regas Deontológicas 
A palavra deontologia significa um “conjunto de deveres profissionais” de determinada categoria 
profissional. 
Nesse sentido, a Seção I - Regras Deontológicas compreende um conjunto de princípios, deveres e 
regras de conduta que devem ser seguidas e adotadas pelos servidores e empregados públicos da 
Administração Direta e Indireta do Poder Executivo Federal. 
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são 
primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou 
função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. 
Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e 
da tradição dos serviços públicos. 
Comentários: 
O inciso I enfatiza que o servidor deverá guiar-se de acordo com a dignidade, o decoro, o zelo a 
eficácia e a consciência dos princípios morais tanto no exercício de seu cargo/função, quanto fora 
dele (ou seja, em sua vida “privada”), uma vez que o servidor/empregado público representa o 
Serviço Público face à sociedade. 
 
A banca tentará de enganar dizendo que o Código de Ética orienta as ações do servidor 
público somente/exclusivamente quando do exercício de seu cargo/função. 
 
Não caia nessa!!!! O Código de ética orienta as condutas do servidor durante o exercício 
de seu cargo/função, como também fora dele. 
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. 
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o 
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o 
honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da 
Constituição Federal. 
PEGADINHA!
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 20 
Comentários: 
O Inciso II destaca que o servidor público não poderá, jamais, deixar de lado o elemento ético em 
sua conduta. Nesse sentido, o inciso ressalta que o servidor deverá decidir, especialmente, entre o 
honesto e o desonesto. 
Para reforçar a importância deste assunto, o inciso menciona o caput do artigo 37 da CF/88, o qual 
trata dos princípios Constitucionais explícitos da Administração Pública, quais sejam: Legalidade, 
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (“LIMPE”). 
Além disso, o Inciso II também cita o § 4° do artigo 37 da CF/88, que trata das consequências 
decorrentes dos atos de improbidade administrativa. Vejamos: 
Art. 37, § 4º, CF/88: Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento 
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
“Stefan, não entendi! Por que o Código de Ética cita um artigo que fala sobre a improbidade 
administrativa?” 
Veja só, meu amigo. Os atos de improbidade administrativa podem ser classificados em uma 
destas 03 categorias: atos que importam em enriquecimento ilícito; atos que causam prejuízo ao 
erário; e atos que, sem causar enriquecimento ilícito ou dano material, atentam contra os 
princípios da Administração Pública. 
O princípio da moralidade (previsto no caput do art. 37 da CF/88) está relacionado com atuar de 
forma ética, honesta e proba. Ou seja, não basta que o agente público faça exatamente o que a lei 
determina (princípio da legalidade). Mais que isso, ele deve praticar seus atos com integridade, 
honestidade, probidade, retidão e boa-fé. 
Portanto, caso o servidor público atente contra o princípio da moralidade, poder-se-á configurar 
um ato de improbidade administrativa. 
 
As bancas adoram tentar enganar os candidatos dizendo que “os atos de improbidade 
administrativa ensejarão perda dos direitos políticos”. Isso está errado! 
 
O que a improbidade administrativa poderá ensejar é a suspensão dos direitos 
políticos. 
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o 
mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio 
PEGADINHA!
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 21 
entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá 
consolidar a moralidade do ato administrativo. 
Comentários: 
O inciso III destaca que o servidor deverá buscar sempre o equilíbrio entre a legalidade e a 
finalidade, buscando, assim, consolidar a moralidade dos atos administrativos. O “fim” a ser 
buscado deverá ser sempre o “bem comum”. 
Vale dizer que a moralidade é um pressuposto de validade dos atos administrativos. 
IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou 
indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, 
que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de 
sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de 
legalidade. 
Comentários: 
O inciso IV destaca que a fonte de custeio do salário do servidor são os tributos (pagos 
diretamente ou indiretamente por todos). Portanto, como contrapartida, o servidor deve atuar 
sempre com moralidade. 
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser 
entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante 
da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. 
Comentários: 
O inciso V, por sua vez, enfatiza o papel do servidor enquanto parte integrante da sociedade. Ou 
seja, o dispositivo tem por objetivo destacar que o servidor também é parte da sociedade. 
Portanto, o dispositivo menciona que o trabalho desenvolvido pelo servidor deve ser entendido 
como um acréscimo de seu próprio bem-estar. Em outras palavras, o servidor também será 
benefício pelo seu próprio trabalho. 
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na 
vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta 
do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na 
vida funcional. 
Comentários: 
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 22 
Mais uma vez, o Código de Ética reforça que o servidor deve agir com ética inclusive em sua vida 
privada (ou seja, no seu dia-a-dia). 
O incisivo VI prevê, ainda, que os fatos e atos praticados no dia-a-dia da vida particular do servidor 
poderão interferir (acrescentar ou diminuir) em sua vida funcional. 
Lembrem-se que quando você tomar posse em seu cargo, você representará a administração 
Pública dentro e fora do exercício de seu cargo. Portanto, mesmo que você esteja em um 
“churrascão” com a família, publicando uma foto em suas redes sociais, em um jogo de futebol 
com os amigos ou em uma viagem de férias em Nova York, você terá o dever de agir de forma 
ética, de modo honesto e com integridade. 
VII - Salvo os casos de segurançanacional, investigações policiais ou interesse superior 
do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente 
declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo 
constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento 
ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. 
Comentários: 
O princípio da publicidade está relacionado ao dever que a Administração Pública possui de 
informar os atos praticados à coletividade, e ao direito que a sociedade possui de tomar ciência 
dos atos da administração, e exercer o respectivo controle desses atos. 
Na realidade, a publicidade dos atos administrativos é um verdadeiro mecanismo de controle da 
administração. Isso porque, é por meio da obediência a este princípio que a sociedade tem a 
possibilidade de verificar se os demais princípios estão sendo atendidos ou não, bem como, na 
hipótese de verificarem a inobservância de atendimento aos princípios, poderão exigir do poder 
público (em certos casos, até mesmo do Poder Judiciário), a anulação de determinado ato. 
A Constituição Federal estabelece que “todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no 
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado”. Trata-se de um direito fundamental, previsto no art. 5°, 
XXXIII, da Carta Maior de 1988. 
Em outras palavras, qualquer pessoa tem o direito de solicitar e receber dos órgãos públicos, 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral. 
Assim, no intuito de regulamentar esse direito fundamental de “acesso à informação”, foi criada a 
Lei de Acesso à Informação - LAI (Lei nº 12.527/2011). 
É importante ressaltar que a publicidade das informações é a regra; contudo, existem exceções. 
Em outras palavras, o princípio da publicidade não é absoluto, tendo em vista que admite algumas 
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exceções. Nesse sentido, a LAI prevê algumas exceções ao acesso de dados e informações (que não 
serão objeto de nosso estudo nesse momento). 
No mesmo sentido, o Código de Ética elenca os casos de restrição à publicidade (os quais 
dependem de processo previamente declarado sigiloso), quais sejam: 
-casos de segurança nacional 
-casos investigações policiais 
-casos interesse superior do Estado e da Administração Pública 
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, 
ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração 
Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do 
hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a 
dignidade humana quanto mais a de uma Nação. 
Comentários: 
O inciso VIII destaca que todos tem direito a verdade! Ou seja, mesmo que a informação seja 
contrária aos interesses da Administração Pública, o servidor não poderá omiti-la ou falseá-la. 
Conforme vimos anteriormente, a publicidade de determinadas informações até poderá ser 
“restrita” em determinados casos (de acordo com a lei). Contudo, jamais será permitido que a 
verdade seja omitida ou falseada! 
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público 
caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos 
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano 
a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má 
vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao 
Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu 
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. 
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor 
em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra 
espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética 
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos 
serviços públicos. 
Comentários: 
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 24 
Conforme vimos anteriormente, a fonte de custeio do salário do servidor são os tributos (pagos 
diretamente ou indiretamente por todos). Portanto, como contrapartida, o servidor deve atuar 
sempre com moralidade. 
Nesse sentido, os cidadãos e os usuários de serviços públicos devem ser tratados com cortesia, 
boa vontade, cuidado e presteza. Caso o servidor trate mal uma pessoa, estará lhe causando dano 
moral. Da mesma forma, se o servidor contribuir para atrasos na prestação de serviços públicos, 
estrará causando dano moral aos usuários de serviços públicos. 
Além disso, o inciso IX prevê que se o servidor causar dano a qualquer bem pertencente ao 
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, constituirá ofensa ao 
equipamento e às instalações ou ao Estado, e também a todos os homens de boa vontade que 
dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. Em 
outras palavras, nesse caso o servidor estará agindo com falta ética. 
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, 
velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. 
Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de 
corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. 
Comentários: 
Os Órgãos e as Entidades Públicas possuem estruturas hierárquicas. Portanto, o servidor deve 
respeitar a estrutura hierárquica e, em regra, deve cumprir às ordens de suas chefias (exceto se 
essa ordem for manifestadamente ilegal). 
Em outras palavras, em regra, é dever do servidor público cumprir as ordens de seus superiores 
hierárquicos, exceto se essas ordens forem manifestamente ilegais. 
Por exemplo: se o chefe de determinada repartição pública der a ordem para que o servidor 
desempenhe determinada atividade que esteja prevista na lei e também em seu escopo de 
atuação, o servidor deverá cumprir a ordem. Por outro lado, se o chefe der a ordem para que o 
servidor receba dinheiro do cidadão em troca de prestar-lhe um atendimento mais rápido (ou seja, 
uma ordem manifestadamente ilegal), o servidor não deverá cumprir tal ordem. 
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de 
desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas 
relações humanas. 
Comentários: 
O servidor público tem o dever de ser pontual (não atrasar) e assíduo (não faltar) no exercício de 
sua função. 
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 25 
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando 
seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua 
atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da 
Nação. 
Comentários: 
É dever do servidor exercer sua função de forma harmônica com a estrutura organizacional, 
tratando com respeito seus colegas e os cidadãos. 
As atividades e o desempenho de uma nação dependem diretamente dos serviços públicos do País. 
Portanto, a boa conduta e a atuação eficiente dos servidores públicos refletem diretamente no 
crescimento e engrandecimento da nação. 
O Inciso XIII finaliza a Seção I, que trata das regras deontológicas. Agora, daremos início ao estudo 
Seção II, que trata dos principais deveres do servidor público. 
1.2 - Seção II - Dos Principais Deveres do Servidor PúblicoXIV - São deveres fundamentais do servidor público: 
 
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que 
seja titular; 
Comentários: 
A “alínea a” reforça o que vimos no começo da aula. Ou seja, quando o código de ética utiliza o 
termo “servidor público”, ele está se referindo ao servidor público em sentido amplo, englobando 
tantos os servidores públicos em “sentido estrito” (ocupantes de cargo público), quanto os 
empregados públicos (ocupantes de emprego público). 
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou 
procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente 
diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo 
setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; 
Comentários: 
Procrastinar significa “deixar para depois”, “protelar”, “demorar”. A “alínea b” reforça o fato de 
que o servidor deve exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, de forma que a 
evitar atrasos e demoras na prestação do serviço público (os quais podem causar danos morais ao 
usuário). Nesse sentido, o servidor deve dar prioridade à resolução de situações procrastinatórias 
(situações que já foram deixadas “para depois”, situações que já foram “proteladas”, situações que 
já estão “atrasadas). 
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c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, 
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa 
para o bem comum; 
Comentários: 
A “alínea c” prevê que quando um servidor público, durante o exercício de sua função, estiver 
diante de duas opções, ele deverá escolher sempre aquela opção que seja mais vantajosa para o 
bem comum. 
 
A banca tentará te enganar dizendo que quando o servidor estiver diante de duas 
opções, ele deverá escolher aquela mais vantajosa para a administração pública. NÃO 
CAIA NESSA!!! 
 
Quando o servidor estiver diante de duas opções, ele deverá escolher sempre aquela 
opção que seja mais vantajosa para o bem comum. 
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos 
bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; 
Comentários: 
O servidor público jamais deverá retardar a prestação de contas. A prestação de contas é uma 
forma de controle essencial para a gestão de bens, direitos e serviços da coletividade. 
 
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de 
comunicação e contato com o público; 
Comentários: 
O servidor deve buscar manter uma comunicação que seja de fácil entendimento ao público. Ou 
seja, a linguagem e os símbolos utilizados devem ser de fácil compreensão por parte dos 
usuários/cidadãos. 
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam 
na adequada prestação dos serviços públicos; 
 
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as 
limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de 
PEGADINHA!
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preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político 
e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; 
Comentários: 
Mais uma vez, o Código de Ética destaca que o servidor público deverá tratar a todos de forma 
digna, com cortesia, urbanidade, disponibilidade e atenção. 
O servidor deve, ainda, respeitar as limitações individuais das pessoas. Além disso, o servidor não 
deve ter qualquer tipo de preconceito ou fazer qualquer tipo de distinção entre as pessoas 
(situações que podem causar dano moral no usuário/cidadão). 
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer 
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; 
 
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e 
outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em 
decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; 
Comentários: 
Conforme vimos anteriormente, em regra, é dever do servidor público cumprir as ordens de seus 
superiores hierárquicos, exceto se essas ordens forem manifestamente ilegais. 
Mais uma vez, a “alínea h” reforça essa ideia, prevendo que o servidor deve ter respeito à 
hierarquia, porém, sem nenhum medo de representar contra qualquer comprometimento 
indevido. Ou seja, se o superior hierárquico agir de forma ilegal, imoral ou antiética, o servidor terá 
obrigação de representá-lo contra qualquer ilegalidade ou abuso de poder. 
Da mesma forma, o servidor deve resistir às pressões decorrentes de ações ilegais, imorais e 
antiéticas que tenham por objetivo obter quaisquer tipos de “favores”, benesses ou vantagens 
indevidas, bem como deverá denunciar essas ações. 
Por exemplo: aquele “presentinho” que o cidadão oferece ao servidor para ter sua solicitação 
atendida com prioridade. Ou, então, a pressão do chefe para que o servidor aceite um “agrado” 
para aliviar a situação de determinado cidadão. O servidor deve resistir a todas essas ações, bem 
como deverá denunciá-las. 
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida 
e da segurança coletiva; 
Comentários: 
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A “alínea j” destaca que, mesmo no exercício do direito de greve, os servidores devem zelar pelos 
serviços de saúde e segurança (os serviços essenciais devem ser mantidos). 
 
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao 
trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; 
Comentários: 
A “alínea l” reforça a ideia de que o servidor público tem o dever de ser pontual (não atrasar) e 
assíduo (não faltar) no exercício de sua função. 
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário 
ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; 
Comentários: 
Caso o servidor se depare com alguma situação contrária ao interesse público, ele deverá, 
imediatamente, comunicar esse fato aos seus superiores hierárquicos. Além disso, ele deverá exigir 
que as devidas providências sejam tomadas para sanar a situação. 
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais 
adequados à sua organização e distribuição; 
Comentários: 
O servidor deve zelar pelo seu ambiente de trabalho, mantendo-o limpo, organizado e em perfeita 
ordem. 
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício 
de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; 
 
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função; 
 
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação 
pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; 
Comentários: 
O servidor público deve manter-se atualizado. Portanto, ele deve buscar participar de estudos, 
palestras e cursos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções. Além disso, ele 
deve atualizar-se com as normas, leis, instruções, etc. O objetivo de o servidor manter-se 
atualizado é o bem comum. 
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r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de 
seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, 
mantendo tudo sempre em boa ordem. 
 
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; 
Comentários:De acordo com a “alínea s”, o servidor não deve dificultar ou criar obstáculos durante a realização 
de um processo de fiscalização (decorrente de fiscalizações internas ou externas). O servidor 
deverá facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços. 
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, 
abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço 
público e dos jurisdicionados administrativos; 
 
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com 
finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades 
legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; 
 
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste 
Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. 
Comentários: 
Além de divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência do Código de 
Ética, o servidor deve estimular o seu integral cumprimento. 
A “alínea v” finaliza a Seção II, que trata dos principais deveres do servidor. Agora, daremos início 
ao estudo Seção III, que trata das vedações ao servidor público. 
1.3 - Seção III - Das Vedações ao Servidor Público 
XV - E vedado ao servidor público; 
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para 
obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; 
Comentários: 
A alínea a do inciso XV enfatiza que é vedado ao agente público obter qualquer favorecimento 
(para si ou para outra pessoa), em decorrência da utilização de seu cargo ou função, de facilidades, 
de amizades, de tempo, de sua posição ou de influências. Trata-se de uma situação que pode ser 
enquadrada como crime. 
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b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que 
deles dependam; 
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este 
Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; 
Comentários: 
O servidor não pode ser conveniente com erros ou infrações ao Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal ou ao Código de Ética de sua profissão. 
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por 
qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; 
Comentários: 
O servidor não pode “atrasar”/”deixar para depois” ou dificultar que as pessoas exerçam seus 
direitos. Essa situação pode causar dano moral ou material aos usuários/cidadãos. 
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu 
conhecimento para atendimento do seu mister; 
Comentários: 
É vedado ao servidor público deixar de utilizar avanços técnicos e científicos que estejam ao seu 
alcance (ou ao seu conhecimento) para o atendimento de sua função. Busca-se, com isso, dar 
atendimento ao princípio da eficiência. 
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de 
ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos 
ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; 
Comentários: 
O servidor não pode deixar que aspectos “pessoais” ou “interesses pessoais”, interfiram em seus 
relacionamentos com os cidadãos, com os usuários de serviços públicos ou com os demais colegas 
de trabalho. O servidor deve ser impessoal. 
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, 
gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, 
familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar 
outro servidor para o mesmo fim; 
Comentários: 
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Perceba que a “alínea g” utiliza diversas expressões: pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou 
receber. Portanto, o simples fato de um servidor “solicitar” o recebimento de alguma vantagem de 
qualquer espécie (mesmo que não a tenha, de fato, recebido), já é uma situação vedada pelo 
código de ética e que, inclusive, configura o crime de Corrupção Passiva, previsto na legislação 
penal. 
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; 
Comentários: 
O servidor público que altera ou deturpa o teor de documentos está incorrendo no crime de 
falsidade, previsto na legislação penal. 
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços 
públicos; 
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; 
Comentários: 
O servidor não pode “desviar” outro servidor público para que esse outro servidor atenda a 
interesses pessoais. 
Por exemplo: o chefe de determinada repartição pública não pode pedir ao servidor público que 
ocupa o cargo de contador da repartição, para que ele faça o seu imposto de renda (e de toda a 
sua família) durante o horário de trabalho. Nesse caso, ele estará “desviando” o servidor público (o 
contador) para realização de atendimento de interesse particular. 
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, 
livro ou bem pertencente ao patrimônio público; 
Comentários: 
O servidor não poderá, sem a devida autorização legal, retirar das repartições públicas qualquer 
documento ou bem que pertença ao patrimônio público, sobe pena de incorrer no crime de 
Peculato. 
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em 
benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; 
Comentários: 
Se o servidor fizer uso de informações privilegiadas obtida no âmbito interno de seu serviço 
púbico, para benefício próprio ou de terceiros, estará cometendo o crime de violação de sigilo 
funcional. 
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n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; 
Comentários: 
O servidor não pode apresentar-se embriagado no serviço; isso é óbvio, não é mesmo? 
Da mesma forma, o servidor não pode apresentar-se embriagado, com habitualidade, fora do 
serviço. 
Em outras palavras, a embriaguez habitual é vedada mesmo “fora do serviço”. 
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade 
ou a dignidade da pessoa humana; 
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de 
cunho duvidoso. 
Comentários: 
O servidor não pode, mesmo que fora do serviço (rora do ambiente de trabalho), ligar o seu nome 
a instituições que atentem contra a moral, contra a honestidade ou contra a dignidade da pessoa 
humanada. Da mesma forma, o servidor não pode ligar seu nome a empreendimentos de cunho 
“duvidoso”. 
A “alínea p” finaliza a Seção III, que trata das vedações ao servidor público. Agora, daremos início 
ao estudo do Capítulo II, que trata das Comissões de Ética. 
2 - Capítulo II - Das Comissões de Ética 
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta 
autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições 
delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de 
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as 
pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de 
imputação ou de procedimento susceptível de censura. 
Comentários: 
Fique atento, meu amigo. O inciso XVI destaca que todos os órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal (até mesmo aqueles órgãos e entidades que exerçam atribuições delegadas pelo 
Poder Público) deverão criar uma Comissão de Ética. 
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregadosda 
execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, 
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para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais 
procedimentos próprios da carreira do servidor público. 
Comentários: 
O inciso XVIII destaca que os registros sobre as condutas éticas do servidor poderão, inclusive, 
servir de base para promoções e outros procedimentos relacionados à carreira do servidor. Busca-
se, com isso, valorizar o trabalho realizado pelas Comissões de Ética. 
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua 
fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, 
com ciência do faltoso. 
Comentários: 
A pena que as Comissões de Ética podem aplicar é a pena de censura. 
 
A banca tentará te enganar dizendo que as Comissões de Ética podem aplicar penas de 
advertência, suspensão, demissão, exoneração e multa. NÃO CAIA NESSA!!! 
 
A única pena que as Comissões de Ética podem aplicar é a pena de censura. 
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor 
público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste 
serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem 
retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do 
poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde 
prevaleça o interesse do Estado. 
Comentários: 
Perceba que o Código de Ética deixa bastante claro que, para fins de apuração do 
comprometimento e conduta ética, a expressão “servidor público” é utilizada de forma bastante 
ampla (em sentido amplo, lato sensu), alcançando, inclusive, aqueles que prestam serviços ou 
exercem funções públicas de maneira excepcional, ainda que sem retribuição financeira. 
 
PEGADINHA!
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RESUMO ESTRATÉGICO 
Ética x Moral 
 
 
 
ÉTICA
ethos (grego): caráter, morada do ser, modo de ser, 
qualidade do ser
disciplina filosófica (parte da filosofia) que estuda a 
moral
Tem caráter ciêntífico
os fundamentos da moralidade e princípios ideais da 
ação humana 
ponderação da ação, intenção e circunstâncias sob o 
manto da liberdade 
é teórica, especulativa, investigativa, reflexiva 
fornece os critérios para eleição da melhor conduta
tende a ser permanente (atemporal / perene / 
absoluta) e universal (geral)
Relacionada com princípios
MORAL
mos, mores, moralis (latim): costume 
regulação (normatização) de comportamentos 
considerados como adequados a determinado grupo 
social
é prática (pragmática), prescritiva e normativa
"particular"
Tende a ser temporária e cultural 
dependência espaço-temporal (relativa); caráter 
histórico e social
Relacionada à prática e condutas específicas
Conjunto de costumes, hábitos, valores, e “regras de 
convivência”
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Valores x Virtudes 
 
Senso Moral x Consciência Moral 
 
Virtudes Morais x Virtudes Intelectuais 
 
Valores
•Formam o caráter e a identidade do indivíduo
•Conjunto de características que formam a base do 
comportamento
•Servem de sustentação para as decisões e para as 
justificativas das ações
Virtudes
•virtus (latim): poder, potência, energia, vigor.
•Qualidades desejáveis
•Qualidades consideradas “boas” pela sociedade 
•Relacionadas a atitudes consideradas “morais”
Senso Moral
permite que o indivíduo faça a 
distinção entre o justo e o 
injusto, o bom e o mau, o certo
e o errado.
Consciência Moral
revela e impõe ao indivíduo a 
responsabilidade decorrente das 
consequências de suas ações e 
escolhas.
Virtudes Morais
são fundamentadas na vontade e nas
paixões. Elas decorrem dos movimentos 
espontâneos do caráter humano. Ou seja, as 
virtudes morais decorrem dos costumes, 
hábitos e ações repetitivas. Por exemplo: 
coragem, generosidade, magnificência, 
doçura, honra, amizade e justiça. 
Virtudes Intelectuais
são baseadas na razão, e dependem do intelecto
do indivíduo. As virtudes intelectuais são 
resultado do ensino e demandam experiência. 
Estão relacionadas à capacidade de 
aprendizagem. Por exemplo: sabedoria, 
temperança, inteligência, prudência e verdade.
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 36 
Teorias que explicam os Conceitos Éticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teorias que 
explicam os 
Conceitos 
Éticos
Fundamentalismo
de acordo com essa Teoria, os preceitos éticos são externos ao indivíduo. Ou seja, 
para essa Teoria o indivíduo não consegue, por si só, distinguir o “certo” do 
“errado”. Em outras palavras, os preceitos éticos funcionam como “regras a serem 
seguidas”, sem a possibilidade de os indivíduos questionarem essas regras.
Utilitarismo
o utilitarismo se caracteriza por considerar “bom” apenas o que é “útil”. Nesse 
sentido, em termos éticos, significa dizer que a conduta ética desejável é a conduta 
ética útil. De acordo com essa Teoria, o conceito ético deve ser elaborado com base 
no critério do maior bem para a sociedade como um todo. Com base nessa teoria, o 
indivíduo deverá agir, diante de determinada situação, da maneira que gere um 
maior bem para a sociedade. Em outras palavras, busca-se, prioritariamente, a maior 
felicidade para o maior número de pessoas.
Dever Ético
proposta por Emanuel Kant, essa Teoria propõe que o conceito ético seja extraído do 
fato de que cada um deve se comportar de acordo com os princípios universais. De 
acordo com Kant, esses conceitos éticos devem ser alcançados através da aplicação 
de duas regras: a) Qualquer conduta aceita como padrão ético deve valer para todos
os que se encontrem na mesma situação, sem exceções. b) Só se deve exigir dos 
outros o que exigimos de nós mesmos.
Contratualista
os precursores dessa Teoria são John Locke e Jean Jacques Rousseau. Essa Teoria parte do 
princípio de que o ser humano assume com os seus semelhantes a obrigação de se comportar 
de acordo com regras morais estabelecidas para o convívio social. Dessa forma, a Teoria 
propõe que os conceitos éticos são extraídos das regras morais que conduzem à perpetuação 
da sociedade, da paz e da harmonia do grupo social.
Relativismo
de acordo com essa Teoria, cada indivíduo deve decidir, por si mesmo, sobre o que é 
ou não é ético, com base nas suas próprias convicções e na sua própria concepção
sobre o “bem” e o “mal”. Nesse sentido, o que é ético para um indivíduo pode não 
ser para o outro.
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 37 
Classificações da Ética 
 
 
 
 
Classificações 
da Ética
Ética do Fim x 
Ética do Móvel
Ética do Fim
na ética do fim, as ações dos indivíduos são julgadas de acordo com a direção
que o indivíduo imprimiu em sua ação. Ou seja, as ações dos indivíduos são 
julgadas de acordo com as suas intenções. Em outras palavras, a ética do fim 
prescreve que as ações do indivíduo são orientadas para determinado 
“objetivo” específico. Nesse sentido, cabe à ética revelar que objetivo deveria 
ser esse.
Ética do Móvel 
na ética do móvel, as ações dos indivíduos são julgadas de acordo com a 
eficiência dessas ações em produzir o bem-estar, a felicidade, etc. De acordo 
com a ética do móvel, as ações dos indivíduos são movidas por “forças” 
específicas. Ou seja, o homem não age com o objetivo de atingir determinado 
fim; o homem age, pois, existe uma “força” (um motivo) que o impulsiona.

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