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SEMINÁRIO TEMÁTICO
Nome: Eliane Pereira da Fonseca
RGM:23362570
Curso: Pedagogia (Licenciatura) 5º semestre
 UNIDADE 4:Linguagens Plásticas e Visuais
 
“PAREDE DA MEMÓRIA”: Rosana Paulino.
As linguagens Plásticas e Visuais, nos faz entender a leitura de obras através da imagem a 
partir da nossa observação , onde nossa análise se baseia na proposta que o artista nos 
passa. Cada pessoa pode ter um entendimento a partir da ideia que o próprio artista nos 
propõe.
Assim, analisando a obra de Rosana Paulino: ‘Parede da Memória”, podemos ter uma 
ideia de sua produção visual , que nos passa muitas interações com as memórias 
familiares vividas pela própria artista.
Seu trabalho mostra a condição sócio-histórica brasileira e, ao mesmo tempo aborda as 
memórias coletivas e individuais. Nessa obra ela trabalha com a imagem de uma 
sensibilidade feminina culturalmente determinante, mas sobretudo questiona os lugares 
sociais destinados as mulheres negras e pobres.
A obra: “Parede da Memória”, nos traz a proposta visual de Rosana Paulino, que por ela 
foi vivida em todas as imagens costuradas no grande painel. Observamos as estratégias 
representativas de cada imagem que nos dá significados importantes para a construção da 
diferença étnico-racial dentro de sistemas de representações e de relações de poder.
As fotografias que compõem sua obra , nos dá uma ideia histórica vivida por ela, onde 
cada fotografia ali costurada representa um momento único vivido por ela, seja na 
infância ou vida adulta. Onde uma família negra, humilde lutou e passou por muitos 
desafios ao longo de sua história familiar e social.
Através de cada imagem costuradas uma a uma, a mão e com pontos de costura 
grosseiros, nos fazem ter uma ideia que Rosana acreditava ser possível mostrar quem ela 
era, de onde vieram seus antecedentes, pai, mãe, avós, etc. Através dessa proposta da 
artista, acredito ter sido sua motivação para a criação da obra: “Parede da Memória”.
Para a confecção dessa obra a artista utilizou 11 fotografias de seu acervo pessoal, 
multiplicadas chegando a um total de 1500 peças impressas no tecido, costuradas em 
tecido rústico em linhas de cores diferentes e com espaçamento entre cada patuá, 
formando pequenas almofadinhas quadradas nos dando a compreensão e comparação com 
patuás, amuletos que eram usados na religião africana, o candomblé. Os patuás eram 
símbolos de proteção para essa religião.
Como uma grande tela, formando um jogo da memória da vida da artista, sendo utilizadas 
variações nos números das almofadinhas utilizadas em sua montagem. Também nos dá 
uma ideia de “ multidão “, com as multiplicações das fotografias, mostrando através de 
seus familiares, todos os que eram ignorados, esquecidos, dados como invisíveis perante a 
sociedade, onde os negros só serviam para o trabalho escravo.
Rosana Paulino em sua obra, trata questões relacionadas a sua origem humilde, onde a 
costura a mão se tornava representativa a fase em que sua mãe costurava dia e noite, para 
custear seus estudos e de suas irmãs. Sua costura em cada peça, um lado a lado, numa 
espécie de pedido de proteção à todos os “esquecidos” da sociedade, representados por 
seus familiares negros. Revela também afetos maternos e familiares, pensado no gesto da 
costura, do bordado, como tarefa doméstica, feminina e artesanal.
O bordado, o jogo intercalado das fotos, a confecção dos patuás, as cores neles contidas, 
tudo confeccionados a mão e toda memória ali simbolizada se interrelaciona e dialoga de 
forma intensa. De sua sutileza à evidência da invisibilidade, do gesto doméstico da 
costura, à pluralidade coletiva, do posicionamento das fotografias, nos tras efetivamente o 
tecer de muitas histórias, muitos afetos e conflitos de raças.
Portanto, a leitura visual da obra, podemos adentrar nas questões políticas e sociais que 
consolidam o racismo estrutural presente na sociedade. Esse racismo que produz e 
atualiza as desigualdades e opressões até os dias atuais.
Analisar a obra de Rosana Paulino, me permitiu compreender aspectos importantes e 
fundamentais da representação cultural, considerando que as coisas não possuem um 
sentido fixo, mas que o significado é construído por meio de símbolos presentes nas 
linguagens plásticas e visuais sempre utilizadas pela artista em suas obras de 
representação e classificação. Podemos chamar de estética denúncia ou imagem denúncia, 
que em momentos abordam o vigor e a competência plástica, onde portanto, um fervoroso 
modo de representação de grupos e indivíduos historicamente marginalizados e 
esquecidos possa trazer reflexão e sensibilidade ao analisar suas obras.
Entendemos que muito mais que respostas, a arte nos inspira perguntas. As teorias e 
abordagens, ainda que divergentes em algum aspectos, foram aqui utilizadas em paralelo, 
ressignificando e dando corpo a uma leitura dinâmica e relacional da produção artística de 
Paulino.
REFERÊNCIAS:
Material teórico unidade 4, vídeo aula 1.
SIMIONI, Ana Paula, Bordado e transgressão: questões de gênero na arte de Rosana 
Paulino e Rosana Palazyan. Revista Proa,nº02, vol.01,2010.pp.1-20.

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