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SAÚDE-E-SEGURANÇA-DO-TRABALHO

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1 
 
19 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 HISTÓRIA DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO .......................... 5 
3 SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO ....................... 7 
3.1 Relações trabalho/doença .................................................................... 8 
3.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA ...................... 10 
3.3 Equipamento de Proteção Individual – EPI ........................................ 11 
3.4 Equipamento de Proteção Coletivo – EPC ......................................... 14 
3.5 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO ..... 17 
3.6 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRAO ................. 18 
3.7 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho................. 21 
3.8 Sinalização de segurança .................................................................. 22 
3.9 Segurança e saúde do trabalho em espaços confinados ................... 23 
3.10 Matriz de risco ................................................................................. 24 
4 ERGONOMIA ............................................................................................ 25 
4.1 Ergonomia cognitiva ........................................................................... 27 
4.2 Ergonomia organizacional .................................................................. 28 
4.3 Ergonomia física ................................................................................. 29 
5 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) ......................................... 30 
6 DOENÇAS OCUPACIONAIS .................................................................... 32 
7 REGULAMENTAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR.......................... 34 
7.1 Constituição Federal........................................................................... 34 
7.2 Lei Orgânica da Saúde ....................................................................... 35 
8 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO - CLT ............................... 36 
9 INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE ................................................. 37 
9.1 Adicional de insalubridade .................................................................. 39 
9.2 Adicional de periculosidade ................................................................ 40 
 
3 
 
9.3 Da cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade ....... 41 
9.4 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres ...................................... 41 
9.5 NR 16 – Atividades e Operações Perigosas ...................................... 46 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado(a) aluno(a)! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
5 
 
2 HISTÓRIA DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com 
O trabalho, enquanto fator determinante do desenvolvimento humano, tem 
representado um papel de grande importância na história da humanidade. Que o 
trabalho é fonte de lesões, adoecimento e morte é fato conhecido desde a 
Antiguidade. Embora de modo esparso, há citações de acidentes de trabalho em 
diversos documentos antigos. Há inclusive menção a um deles no Novo Testamento 
de Lucas (o desabamento da Torre de Siloé), no qual faleceram dezoito prováveis 
trabalhadores. Além dos acidentes de trabalho, nos quais a relação com a atividade 
laboral é mais direta, também existem descrições sobre doenças provocadas pelas 
condições especiais em que o trabalho era executado. Mais de dois mil anos antes da 
nossa era, Hipócrates, conhecido como o Pai da Medicina, descreveu muito bem a 
intoxicação por chumbo encontrada em um trabalhador mineiro. 
Descrições do sofrimento imposto aos trabalhadores das minas foram feitas 
ainda no tempo dos romanos. Em 1700, o médico Bernardino Ramazzini publicou seu 
famoso livro De Morbis Artificum Diatriba, no qual descreve minuciosamente doenças 
relacionadas ao trabalho encontradas em mais de 50 atividades profissionais 
existentes na época. Apesar dessas evidências, não há informação de qualquer 
política pública que tenha sido proposta ou implementada para reduzir os riscos a que 
esses trabalhadores estavam submetidos. Nesses períodos, as vítimas dos 
acidentes/doenças relacionadas ao trabalho eram quase exclusivamente escravos e 
pessoas oriundas dos níveis considerados como os mais inferiores da escala social 
(CHAGAS et al, 2011). 
 
6 
 
Durante a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do século 
XVIII, houve um aumento notável do número de agravos relacionados ao trabalho. 
Isso decorreu do uso crescente de máquinas, do acúmulo de operários em locais 
confinados, das longas jornadas laborais, da utilização de crianças nas atividades 
industriais, das péssimas condições de salubridade nos ambientes fabris, entre outras 
razões. Embora o assalariamento tenha existido desde o mundo antigo, sua 
transformação em principal forma de inserção no processo produtivo somente ocorreu 
com a industrialização. 
A conjunção de um grande número de assalariados com a percepção coletiva 
de que o trabalho desenvolvido era fonte de exploração econômica e social, levando 
a danos à saúde e provocando adoecimento e morte, acarretou uma inevitável e 
crescente mobilização social para que o Estado interviesse nas relações entre patrões 
e empregados, visando à redução dos riscos ocupacionais. Surgem então as 
primeiras normas trabalhistas na Inglaterra (Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, de 
1802), que posteriormente foram seguidas por outras semelhantes nas demais nações 
em processo de industrialização. A criação da Organização Internacional do Trabalho 
(OIT), em 1919, logo após o final da Primeira Grande Guerra, mudou acentuadamente 
o ritmo e o enfoque das normas e práticas de proteção à saúde dos trabalhadores, 
sendo atualmente a grande referência internacional sobre o assunto (CHAGAS et al, 
2011). 
No Brasil, o mesmo fenômeno ocorreu, embora de forma mais tardia em 
relação aos países de economia central. Durante o período colonial e imperial (1500-
1889), a maior parte do trabalho braçal era realizada por escravos (índios e negros) e 
homens livres pobres. A preocupação com suas condições de segurança e saúde no 
trabalho era pequena e essencialmente privada. O desenvolvimento de uma 
legislação de proteção aos trabalhadores surgiu com o processo de industrialização, 
durante a República Velha (1889-1930). Inicialmente esparsa, a legislação trabalhista 
foi ampliada no Governo Vargas (1930-1945) com a Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), instituída pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943 (BRASIL, 
1943). 
Dentro da linha autoritária, com tendências fascistas, que então detinha o 
poder, essa legislaçãobuscou manter as demandas sociais e trabalhistas sob o 
controle do Estado, inclusive com a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e 
Comércio, em 26 de novembro de 1930. Boa parte dessa legislação original foi 
 
7 
 
modificada posteriormente, inclusive pela Constituição da República Federativa do 
Brasil (CRFB), de 10 de outubro de 1988 (BRASIL, 1988c). Porém, muitos dos seus 
princípios e instituições continuam em vigor, tais como os conceitos de empregador e 
empregado, as características do vínculo empregatício e do contrato de trabalho, a 
Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, a unicidade e a contribuição 
sindical obrigatória, entre outros. A fiscalização do trabalho, então formalmente 
instituída, só passou a ter ação realmente efetiva vários anos depois. 
A prevenção de acidentes e de doenças no trabalho evoluiu com a 
industrialização, pois, a relação entre as mudanças tecnológicas associadas ao 
progresso e desenvolvimento da sociedade também está associada à produção de 
efeitos perversos para os/as trabalhadores/as. Nesse sentido, destaca-se o 
importante papel da Engenharia de Segurança do Trabalho que, sustentada pela 
legislação vigente e exercida por Engenheiros especializados e pelos demais 
profissionais integrantes da equipe de segurança e saúde (médicos, enfermeiros, 
técnicos, ergonomistas, etc), torna-se um importante instrumento de adequação do 
ambiente de trabalho às necessidades do/a trabalhador/a e à melhoria de sua 
qualidade de vida no trabalho (CHAGAS et al, 2011). 
3 SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
Fonte: gestaodesegurancaprivada.com.br 
Priorizar a segurança do trabalhador, seja dentro ou fora da organização, deve 
ser visto como uma maneira de desenvolvimento e, consequentemente, valorização 
 
8 
 
do ser humano, respeito à saúde e ao bem-estar, proporcionando uma boa relação 
entre o empregado e o empregador, e não apenas pela obrigatoriedade de cumprir a 
legislação imposta. Com o intuito de desenvolver um parâmetro para cumprir as 
atuações necessárias nas instituições, o Ministério do Trabalho criou, por meio da 
Portaria n° 3.214, de 8 de junho de 1978 (BRASIL, 1978), as Normas 
Regulamentadoras (NR), disposições complementares ao capítulo V da CLT, de “[...] 
observância obrigatória pelas organizações e pelos órgãos públicos da administração 
direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e 
Ministério Público, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do 
Trabalho – CLT” (BRASIL, 2020, p. 2), “ [...] consistindo em obrigações, direitos e 
deveres a serem cumpridos por empregadores e trabalhadores com o objetivo de 
garantir trabalho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de 
trabalho” (BRASIL, 2019). 
Para Martinez (2016, p. 547-548), “Os órgãos de segurança e saúde do 
trabalhador são entidades que integram a estrutura patronal com o propósito de 
garantir um meio ambiente laboral livre de riscos ocupacionais ou, ao menos, 
minimamente ofensivos.” Há um esforço de esferas diversas para que segurança e 
saúde ocupacional sejam postos em prática, sendo vários os instrumentos que tratam 
do assunto, tais como: a CLT, a Constituição Federativa, as Normas 
Regulamentadoras, as convenções e os acordos coletivos de trabalho, e outros. 
Ter saúde, proteção e dignidade no âmbito laboral é uma forma de transformar 
um dever em uma relação prazerosa de cuidado entre o empregador e o empregado, 
podendo ser vista uma cooperação simultânea entre os sujeitos da relação. No 
entanto, nem sempre esse cenário positivo é encontrado nas relações estabelecidas 
entre empregadores e trabalhadores (SILVA CARVALHO et al., 2018). 
3.1 Relações trabalho/doença 
O conhecimento em matéria de relações trabalho/ doença tem sido muito mais 
rápido do que a sua aplicação às condições reais de trabalho. São exemplos disso: 
as situações em que o mercado de trabalho determina relações desproporcionadas 
entre a procura e a oferta; o que, por vezes, incentiva o não cumprimento de 
disposições elementares em matéria de prevenção dos riscos profissionais, de 
acidentes de trabalho e de doenças profissionais. Um exemplo paradigmático desse 
 
9 
 
“fosso” entre o conhecimento daquelas interdependências e o seu in suficiente 
resultado prático é o que se relaciona com a prevenção dos acidentes de trabalho e 
das doenças profissionais no setor da Construção Civil e na indústria transformadora. 
A aplicação generalizada de programas de prevenção alicerçados no conhecimento 
científico das condições de ocorrência desses riscos profissionais certamente 
determinaria a sua redução (UVA; SERRANHEIRA, 2013) 
De fato, paralelamente à emergência de “novos” fatores de risco de natureza 
profissional, os riscos de acidente de trabalho e de doença profissional “dose-
dependentes”, relacionados essencialmente com a exposição a fatores de natureza 
química e física, mantêm-se ainda muito elevados, apesar da importante aquisição de 
conhecimentos científicos e técnicos no domínio da sua prevenção. As más condições 
“ambientais” de trabalho continuam, por isso, a ocupar os primeiros lugares nas 
preocupações dos atuais instrumentos de política de Saúde e Segurança do Trabalho 
(SST) das organizações nacionais ou supranacionais. São exemplos disso as metas 
de SST baseadas na redução de acidentes de trabalho do atual programa em tal 
domínio da União Europeia. 
Os efeitos negativos para a saúde associados a riscos profissionais, como o 
cancro profissional e a alergia profissional, vão colocando novos, e ainda mais 
complexos, desafios à prevenção dessa patologia do trabalho, designadamente no 
que diz respeito às estratégias ambientais da sua prevenção. De facto, a sua natureza 
estocástica determina a impossibilidade de estipular concentrações máximas 
admissíveis com a segurança que se obtém na prevenção de efeitos determinísticos, 
uma vez que parece não ser possível traçar níveis de exposição completamente 
seguros (UVA; SERRANHEIRA, 2013) 
Outras relações entre o trabalho e a saúde/doença, quase sempre esquecidas 
pela menor importância “legal”, atribuem ao trabalho uma importância crescente na 
matriz causal de muitas doenças, denominadas civilizacionais, não se confinando ao 
papel etiológico determinante, classicamente reconhecido por exemplo na ocorrência 
dos referidos acidentes de trabalho ou das doenças profissionais. 
 
10 
 
3.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA 
 
Fonte: data:image/jpeg 
O principal objetivo da constituição da CIPA é de prevenir acidentes e 
doenças decorrentes do trabalho, atualmente está regulamentada pelos artigos 162 e 
165 da CLT e NR 5 do MTE, cujas instruções trazem diversos ensinamentos a todos 
os envolvidos em segurança do trabalho e prevenção de acidentes (BARSANO, 
2012). 
De acordo com Brasil (2007), a CIPA deve ser composta por 
representantes do empregador e trabalhador. Os representantes do empregador 
serão por ele designados, enquanto os dos trabalhadores serão escolhidos através 
de eleição direta, na qual o voto deverá ser secreto, o mandato terá duração de 
um ano. O treinamento possui carga horaria de vinte horas e deverá ser efetuado 
durante a jornada de trabalho, sendo no máximo oito horas por dia. O treinamento 
poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de 
trabalhadores ou por profissionais que possua conhecimentos sobre: estudo de 
ambiente, condições de trabalho, riscos originados do processo produtivo e 
investigações e análise de acidentes. 
 
11 
 
3.3 Equipamento de Proteção Individual – EPI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: img.interempresas.net 
A referida norma é uma das principais que envolvem todas as outras diretrizes 
do atual Ministério da Economia, antigo Ministério do Trabalho, a qual dá a proteçãodireta, mais eficaz na percepção do trabalhador, sendo mais fácil de ser identificada a 
sua proteção, 4 diferentemente do EPC (Equipamento de Proteção Coletiva) no qual, 
nem todas as pessoas têm o entendimento deste equipamento genérico como 
exemplo: ar condicionado e placas de sinalização. 
 Para explicar o que é um EPI através da norma: 
6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-
se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de 
uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos 
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (BRASIL, 2018). 
Em relação à obrigatoriedade do seu fornecimento aos trabalhadores: 
6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI 
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas 
seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de ordem geral não 
ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de 
doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção 
coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) para atender a situações de 
emergência (BRASIL, 2018). 
Para o controle e proteção ao trabalhador existem os EPI, que são os 
equipamentos de proteção individual e pessoal. Quando há a impossibilidade de um 
controle mais afetivo, que levaria a eliminação de um risco e acidente de trabalho, 
esses aparelhos representam um recurso alternativo para minimizar a ação do risco 
 
12 
 
ao trabalhador. É importante deixar claro que o EPI não evita o acidente, mas sim a 
lesão minimiza a gravidade. 
Responsabilidade de quem fornecer o EPI: De acordo com a NR 6, os “EPIs 
devem ser fornecidos gratuitamente pelas empresas, sempre adequado aos riscos da 
função e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Cabe ainda à empresa 
exigir aos seus funcionários o uso dos EPIs durante a jornada de trabalho, realizar 
orientações e treinamentos sobre o uso adequado e a devida conservação, além de 
substituir imediatamente quando danificado ou extraviado.” 
Para fins de evidência para a empresa, o fornecimento e troca de qualquer EPI 
deve ser registrado por meio de um formulário, que deverá ser preenchido sem 
rasuras e assinado pelo empregado. Obrigações do empregado quanto ao uso do EPI: 
É de responsabilidade dos empregados usar corretamente o EPI durante o trabalho, 
mantendo sempre em boas condições de uso e conservação, comunicar a empresa 
qualquer alteração que o torne impróprio para uso e cumprir as determinações sobre 
o uso adequado. A falta de registro de treinamento, distribuição e reposição do 
EPI caracterizam a omissão do empregador, sendo considerada como um ato 
faltoso, neste caso passível das penalidades previstas na NR 28, que é multa 
tabelada conforme a infração (MTE, 2010). 
Vale ressaltar que todos os EPIs precisam ter a indicação do Certificado de 
Aprovação - C.A, que vem descrito nas embalagens, ou no próprio equipamento, 
expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no 
trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. O uso do EPI é de uso exclusivo e 
individual, regido pela norma regulamentadora NR-6 Equipamento de proteção 
individual, por regulamentação é por obrigação do empregador oferecer a cada 
empregado, faz parte do padrão também, todo empregado utilizar o equipamento de 
proteção individual entregue pelo empregador. Fica alerta a má utilização do mesmo, 
advertências verbais e escrita e, em último caso demissão por justa causa. Para cada 
atividade um EPI especial será fornecido ao empregado, dessa forma buscando o 
êxito na execução da atividade, guardando a saúde dos envolvidos e neutralização 
dos riscos ambientais que serão evitados pelo uso adequado do equipamento de 
proteção. 
Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção 
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças ocupacionais ou enquanto 
 
13 
 
as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas. Será necessário o uso 
intensivo do EPI. 
Quanto ao EPI cabe ao empregador; 
 Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade; 
 Fornecer ao empregado EPI´s aprovados pelo órgão nacional competente em 
matéria de segurança e saúde no trabalho; 
 Orientar e capacitar o empregado quanto ao uso adequado acondicionamento 
e conservação; 
 Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; 
 Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; 
 Comunicar ao TEM (Ministério do trabalho e emprego) qualquer irregularidade 
observada. 
Quanto ao EPI cabe ao empregado; 
 Utilizar apenas para a finalidade a que se destina; 
  Responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação; 
 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; 
 Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. 
São nove os tipos de Equipamentos de Proteção Individual – EPI, previstos na 
NR-06: 
a) PROTEÇÃO DA CABEÇA: É dividido entre capacete e capuz, de acordo com 
a NR-06, sendo destinados à proteção do crânio e pescoço contra quedas de objetos, 
choques elétricos, agentes térmicos, respingos de produtos químicos e agentes 
abrasivos ou escoriantes. 
b) PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE: Equipamentos destinados à proteção 
contra elementos que venham a prejudicar o trabalhador na região facial e olhos, dos 
riscos como impactos de partículas volantes, luminosidade intensa, radiação 
ultravioleta, radiação infravermelha e riscos de origem térmica. Ex.: óculos, protetores 
faciais e máscara de solda. 
c) PROTEÇÃO AUDITIVA: Equipamento destinado a minimizar as 
consequências de ruídos prejudiciais à audição. 
d) PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA: Equipamentos destinados à utilização em 
áreas confinadas ou onde ocorram emissão de gases, materiais particulados, vapores, 
poeiras, névoas e fumos. 
 
14 
 
e) PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES: Equipamentos destinados à 
proteção de membros superiores contra agentes abrasivos e escoriantes, cortantes e 
perfurantes; choques elétricos; agentes térmicos; agentes biológicos; agentes 
químicos; vibrações; umidade e radiações ionizantes. Ex.: luvas, creme protetor, 
manga, braçadeira e dedeira. 
f) PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES: Utilizados para proteger os pés 
e pernas do operador contra agentes provenientes de energia elétrica; impactos de 
quedas de objetos; agentes térmicos; agentes abrasivos e escoriantes, cortantes e 
perfurantes; umidade; respingos de produtos químicos e baixas temperaturas. Ex.: 
calçado, meia, perneira e calça. 
g) PROTETOR DE TRONCO: Vestimentas utilizadas com o propósito de 
proteger o funcionário contra riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa, 
meteorológica e contra umidade e usos com água. O colete contra bala de arma de 
fogo também é considerado, pela norma NR-06, um equipamento de proteção 
individual. 
h) PROTETOR DE CORPO INTEIRO: É dividido entre macacão e vestimenta, 
ambos destinados à proteção contra agentes térmicos, respingos de produtos 
químicos, umidade e choques elétricos. 
I) PROTETOR CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL: Equipamento 
utilizado para trabalhos em altura. Ex.: dispositivo trava quedas e cinturão. 
3.4 Equipamento de Proteção Coletivo – EPC 
 
Fonte: mundodaeletrica.com.br 
 
15 
 
Equipamento de proteção coletivo é todo equipamento utilizado para atender a 
vários trabalhadores ao mesmo tempo, destinado à proteção do trabalhador a riscos 
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. É importante que você 
saiba que o equipamento de proteção coletivo (EPC) se caracteriza em beneficiar um 
grupo de trabalhadores indistintamente. Eles eliminam ou reduzem os riscos na 
própria fonte, como é o caso do dispositivo de silenciador instalado nos automóveis 
para reduzir o ruído produzido pelo motor. Os EPC´s podem intervir nos métodos e 
processos de trabalhoe ações dentro da empresa. Nesse caso, podemos citar a 
música ambiente, que ajuda a reduzir o nível de estresse no trabalhador. 
Um exemplo de intervenção os métodos e processos de trabalho se refere à 
diminuição da velocidade de operação de uma máquina, com o objetivo de reduzir o 
número de acidentes. 
Equipamentos de proteção coletivos são os produtos ou dispositivos que se 
destinam a neutralizar o risco na sua própria fonte, oferecendo proteção aos 
trabalhadores (BRASIL, 2012). 
São exemplos de EPC: 
a) conjunto de aterramento; 
b) proteção em partes móveis de máquinas; 
c) cones e bandeiras de sinalização, entre outros; 
d) limpeza e organização dos locais de trabalho; 
e) sistema de exaustão colocado em um ambiente de trabalho onde há 
poluição; 
f) isolamento ou afastamento de máquina muito ruidosa; 
g) proteção nas escadas através de corrimão, rodapé e pastilha antiderrapante; 
h) instalação de avisos, alarmes e sensores nas máquinas, nos equipamentos 
e elevadores; 
i) instalação de para-raios; 
j) iluminação adequada. Confira a seguir alguns equipamentos e sistemas de 
proteção coletiva. 
Bandeirola de sinalização 
É importante verificar: 
a) se está rasgada ou desgastada; 
b) se a mesma é bem-amarrada nas escadas; 
c) se a mesma está no padrão utilizado pela empresa. 
 
16 
 
Caixa de primeiros socorros 
É importante verificar: 
a) se a relação dos medicamentos está junto à caixa; 
b) se a quantidade e qualidade são satisfatórias; 
c) se os estados resultantes do uso e da conservação estão adequados; 
d) se o medicamento não está com data vencida; 
e) se a mesma está guardada em local de fácil acesso e que não permita a 
deterioração dos medicamentos. 
Cones de sinalização 
É importante verificar: 
a) se há rachaduras ou partes quebradas; 
b) se as cores estão em condições de serem vistas à distância; 
c) se as condições de conservação e limpeza estão adequadas; 
d) se os cones estão guardadas adequadamente na viatura. 
Fita refletiva 
É importante verificar: 
a) se a fita está corroída ou rasgada; 
b) se a pintura fosforescente pode ser vista a distância e no escuro; 
c) se o comprimento é adequado; 
d) o estado de conservação e limpeza na faixa de segurança. 
Tapete de borracha 
É importante verificar: 
a) se o tapete está limpo e conservado; 
b) se há trincas ou rasgos que possam comprometer o isolamento elétrico; 
c) se o tamanho está de acordo com o estabelecido pela empresa; 
d) se os testes de isolamento estão atualizados. 
Placa de sinalização “NÃO LIGAR HOMENS NA LINHA’’: 
É importante verificar: 
 a) se está quebrada ou amassada; 
b) se o letreiro é visível a distância; 
c) se o dispositivo de fixação está funcionando (BRASIL, 2012). 
 
17 
 
3.5 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO 
Conforme Brasil (2013), a NR 7 (2013) estabelece a obrigatoriedade da 
elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –PCMSO, 
por parte de todos os empregadores, tendo o objetivo de preservação da saúde 
de seus trabalhadores. Todos os trabalhadores devem ter o controle de sua saúde 
de acordo com os riscos a que estão expostos. Além de ser uma exigência legal 
prevista no art. 168 da CLT, está respaldada na Convenção 161 da Organização 
Internacional do Trabalho -OIT, respeitando princípios éticos, morais e técnicos. É de 
responsabilidade da empresa contratante de mão-de-obra ou prestadora de serviços 
informarem os riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do 
PCMSO, nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados 
(HOEPPNER, 2012). 
Da contratação a demissão do empregado, as empresas são obrigadas a 
realizarem uma série de exames médicos em seus funcionários, para verificar o 
estado de saúde que o empregador apresenta e diagnosticar se há existência de 
alguma doença (ZANETTE et al., 2018). 
Segundo Brasil (2013), a NR 7(2013), para cada exame realizado o médico 
emitirá um atestado de saúde ocupacional, com os seguintes requisitos mínimos: 
a) Os riscos ocupacionais específicos passíveis de causarem doenças, 
existentes na atividade do empregado; 
b) Indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador; 
c) Definição de apto ou inapto para a função especifica. 
 
18 
 
3.6 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRAO 
 
Fonte: admforte.com.br 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (2017) tem como 
objetivo garantir a preservação da saúde dos trabalhadores frente aos riscos dos 
ambientes de trabalho (BRASIL, 2017). A NR 9 (2017) considera riscos ambientais 
os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, 
em função de sua natureza, intensidade e tempo de exposição, são capazes de 
causar danos à saúde dos trabalhadores. Os trabalhadores devem conhecer suas 
tarefas e os riscos a que estão expostos, para que trabalhem com segurança 
(GUIMARÃES, 2012). 
Classificação dos Riscos 
 
Fonte: ZANETTE et al., (2018). 
O PPRA deverá incluir as seguintes etapas (GUIMARÃES, 2012): 
- antecipação e reconhecimentos dos riscos; estabelecimento de prioridades 
e metas de avaliação e 
 
19 
 
- controle; avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; implantação 
de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; monitoramento de exposição 
aos riscos; registro e divulgação dos dados. 
Riscos ambientais são agentes presentes nos ambientes de trabalho, capazes 
de afetar o trabalhador a curto, médio e longo prazo, provocando acidentes com 
lesões imediatas, que se equiparam a acidentes do trabalho. 
As necessidade e importância da área de segurança do trabalho só existem 
devido à presença natural de riscos nos ambientes de trabalho. Vale ressaltar que é 
comum confundir riscos ambientais com riscos ao meio ambiente. Os riscos 
ambientais abordam os agentes (ruídos, vibrações, vírus, produtos químicos entre 
outros que serão apresentados e que podem causar danos à saúde, segurança e bem-
estar dos trabalhadores e que são originais do próprio trabalho. Identificar os riscos 
ambientais no ambiente de trabalho é uma tarefa de todos, estabelecer parâmetros 
de saúde e higiene do trabalho para deixar à atividade laboral tranquila e agradável. 
Para isso é necessário que tenhamos conhecimento dos riscos no local onde 
desenvolvemos as nossas atividades (PINTO, 2018). 
De um modo geral, devendo haver uma análise mais detalhada, caso a caso, e 
que consequências os tais riscos podem causar. Reunir as informações necessárias 
para estabelecer o diagnóstico da situação é fundamental. 
Os agentes ambientais ou riscos ambientais são aqueles que podem causar 
diretamente uma grave lesão aos trabalhadores envolvidos nas atividades. São 
conhecidos e reunidos a grupos, apresentando cada um uma cor e suas 
consequências ao trabalhador. 
Riscos físicos (Verde) 
Ruídos: Cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição; 
Vibrações: Cansaço, irritação, dores nos membros, dores na coluna, lesões 
ósseas, lesões dos tecidos; 
Calor: Taquicardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação, fadiga; 
Umidade: Doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças da pele, 
doenças circulatórias; 
Pressões anormais: Mal-estar, dor de ouvido, dor de cabeça, doença 
descompressiva ou embolia traumática 
Riscos Químicos (vermelho) 
 
20 
 
Poeira minerais (sílica, amianto, carvão mineral): Silicose (quartzo), 
pneumoconiose (minérios do carvão); 
Poeiras vegetais (algodão, bagaço de cana-de-açúcar): Bissinose 
(algodão), bagaços (cana-de-açúcar); 
Poeiras alcalinas (calcário): Doença pulmonar obstrutiva crônica, enfisema 
pulmonar. 
Riscos biológicos (marrom) 
Vírus: Hepatite, poliomielite, herpes, varíola, febre amarela, raiva (hidrofobia), 
rubéola, aids, dengue, meningite;Bactérias: Hanseníase, tuberculose, tétano, febre tifoide, pneumonia, difteria, 
cólera, leptospirose, disenterias; 
Protozoários: Malária, mal de chagas, toxoplasmose, disenterias, teníase; 
Fungos: Alergias, micoses, pé de atleta; 
Parasitas: Infecções parasitárias diversas, vermes intestinais. 
Riscos ergonômicos (amarelo) 
Esforço físico intenso, levantamento e transporte, manual de peso, exigência 
de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos 
excessivos, trabalho em turno ou noturno, jornada prolongada de trabalho, monotonia 
e repetitividade, outras situações causadoras de “stress” físico e/ou psíquico. Podem 
causar como consequência: cansaço, dores musculares, fraquezas, doenças como 
hipertensão arterial, úlceras, doenças nervosas, agravamento do diabetes, alterações 
do sono, da vida social com reflexos na saúde e no comportamento, agravamento da 
asma, tensão, ansiedade, medo (PINTO, 2018). 
Riscos de acidentes (azul) 
Arranjo físico inadequado: acidente, desgaste físico excessivo; 
Máquinas e equipamentos sem proteção: Acidentes graves; 
Ferramentas inadequadas ou defeituosas: acidentes principalmente com 
repercussão nos membros superiores; 
Iluminação inadequada: Desconforto, fadiga e acidentes; 
Eletricidade: Curto-circuito, choque elétrico, incêndio, queimaduras, acidentes 
fatais; 
 
21 
 
Probabilidade de incêndio ou explosão: Danos materiais, pessoais, ao meio 
ambiente, interrupção do processo produtivo; 
Armazenamento inadequado: Acidentes, doenças profissionais, queda da 
qualidade de produção. Animais peçonhentos: Acidentes, intoxicação e doenças. 
Os riscos ambientais são existentes em todos os tipos de atividades, cabe ao 
empregador, colaborador e as demais autarquias do setor, identifica-los e prevenir ou 
eliminar da melhor forma possível. O uso do EPI - Equipamento de proteção individual 
é tão importante quanto a atenção do trabalhador que desenvolve as usas atividades 
diárias (PINTO, 2018). 
3.7 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho 
De acordo com Ministério do Trabalho e Emprego (1993) a NR 24 exige 
que as condições sanitárias devam atender as dimensões mínimas essências, 
possuir aparelho sanitário, mictório, chuveiros, vestiário feminino/masculino e 
refeitório, permanentemente possuir higienização e manter o ambiente limpo e 
desprovido de qualquer cheiro, durante toda a jornada de trabalho. Os locais onde as 
instalações sanitárias estão instaladas deverão possuir papel toalha e deverá ser 
separado por sexo, devem ser submetidos a processo permanente de higienização, 
para que sejam mantidos limpos e desprovidos de quaisquer odores, durante toda a 
jornada de trabalho. 
As áreas destinadas aos sanitários deverão atender as dimensões mínimas 
essenciais. Considera-se aceitável a metragem de 1 (um) m² para cada sanitário 
a cada 20 (vinte) trabalhadores em atividade (HOEPPNER, 2012). A NR 26 (2015) 
tem como objetivo a fixação decores que devem ser usadas no local de trabalho para 
alertar sobre a prevenção de acidentes, assim identificando os equipamentos de 
segurança, delimitando áreas e indicando os riscos. As cores são utilizadas com a 
finalidade de indicar e advertir acerca dos riscos existentes, porém somente o uso das 
cores não atende a norma, pois a comunicação básica de segurança e saúde 
ocupacional requer a necessidade de utilização de diferentes formas para o 
entendimento do que se refere a norma (REIS, 2010). É recomendada a instalação de 
placas nos locais de maior risco e fluxo, pois a facilidade de esquecimento da 
informação recebida, morre se não é repetido ou visto. 
 
22 
 
3.8 Sinalização de segurança 
Conforme Portaria 3.214 de 08/06/1978, Norma regulamentadora Nº 26 
Sinalização de Segurança, cabe às empresas a implementação de sinalização de 
segurança nos locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos 
existentes, assim como a orientação de seus empregados quanto a importância de 
obedecer a sinalização e orientações de segurança disposta nas frentes de trabalho. 
A importância das sinalizações no ambiente de trabalho, tem um grande papel 
e interação para evitar acidentes, como identificação de canalizações, equipamentos 
de segurança, placas de advertência de riscos, delimitação das áreas e 
recomendações de medidas (PINTO, 2018) 
 Para cada cor é designado um objetivo; 
Cor Vermelha 
É a cor empregada para identificar e distinguir equipamentos de proteção e 
combate a incêndio, e sua localização, inclusive portas de saída de emergência. 
Cor Amarela 
É a cor usada para indicar “cuidado! ” 
É utilizada, por exemplo, em: partes baixas de corrimões, parapeitos, pisos e 
portas de elevadores que fecham verticalmente. 
Cor Branca 
Esta é a cor empregada em: 
 a) faixas para demarcar passadiços, passarelas e corredores pelos quais 
circulam exclusivamente pessoas; 
 b) setas de sinalização de sentido e circulação; 
c) localização de coletores de resíduos; 
d) áreas em torno dos equipamentos de socorros de urgência e outros 
equipamentos de emergência; 
e) abrigos e coletores de resíduos de serviços de saúde. 
Cor Azul 
É a cor utilizada para indicar uma ação obrigatória, como: 
a) determinar o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual) (por exemplo: 
“Use protetor auricular”); 
 
23 
 
 b) impedir a movimentação ou energização de equipamentos (por exemplo: 
“Não ligue esta chave”, “Não acione”). 
Cor Verde 
É a cor usada para caracterizar “segurança”. É empregada para identificar: 
a) localização de caixas de equipamentos de primeiros socorros; 
b) caixas contendo equipamentos de proteção individual; 
c) faixas de delimitação de áreas seguras quanto a riscos mecânicos; 
f) faixas de delimitação de áreas de vivência (áreas para fumantes, áreas de 
descanso, etc.) 
Cor Laranja 
 É a cor empregada para indicar “perigo”. É utilizada, por exemplo, em: 
 a) partes móveis e perigosas de máquinas e equipamentos; 
b) faces e proteções internas de caixas de dispositivos elétricos que possam 
ser abertas; 
c) equipamentos de salvamento aquático, como boias circulares, coletes salva-
vidas, flutuadores salva-vidas e similares. 
Cor púrpura 
 É a cor usada para indicar os perigos provenientes das radiações 
eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares (PINTO, 2018). 
3.9 Segurança e saúde do trabalho em espaços confinados 
 O objetivo da NR 33 (2012) é estabelecer os requisitos mínimos para 
identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento 
e controle de riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a 
segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes 
espaços (REIS, 2010). O empregador deve garantir que os trabalhadores possam 
interromper suas atividades e abandonar o local de trabalho, sempre que suspeitarem 
da existência de risco grave para sua segurança e saúde de todos os trabalhadores 
(REIS, 2010). 
A NR 35 (2016) estabelece as medidas de proteção para o trabalho em 
altura, abrangendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir 
 
24 
 
a segurança e a saúde dos trabalhadores que estão envolvidos direta ou 
indiretamente com esta atividade (BRASIL, 2016). Pode-se considerar trabalho em 
altura toda atividade executada acima de 2,00 metros do nível inferior, onde haja 
qualquer risco de queda (HOEPPNER, 2012). 
3.10 Matriz de risco 
A matriz de risco consiste em um processo onde se busca verificar os efeitos 
da combinação de duas variáveis, por ser resultado de uma mensuração com a 14 
definição do nível de risco hipotético e sua frequência. Todas as variáreis 
correlacionadas a acidentes em conexão dentro de uma organização, são 
determinadas. 
 No caso dos armazéns, são todos os riscos de acidentes que ocorre 
internamente, adicionandoa probabilidade que ela ocorra e a severidade que podem 
ocorrer, conforme ilustração a seguir: 
Matriz de risco dos acidentes de trabalho: 
 
 
Fonte: LOBATO (2016) 
 
25 
 
4 ERGONOMIA 
 
Fonte: solinemoveis.com.br 
A Ergonomia, Segurança e Saúde no Trabalho atuam como um conjunto de 
medidas adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, as doenças 
ocupacionais, bem como para proteger a integridade física e mental de cada 
trabalhador e trabalhadora. Nesse sentido a prática da Segurança e Saúde no trabalho 
precisa evoluir de uma postura baseada apenas no atendimento da legislação para 
objetivar resolver os graves problemas sociais e econômicos oriundos de ambientes 
de trabalho inadequados, por meio de alternativas que visem a melhor maneira de 
executar o trabalho, modificando os sistemas organizacionais para adequar as 
atividades às características, habilidades e limitações dos/as trabalhadores/as, a fim 
de promover seu desempenho eficiente, confortável e seguro (ROSA & QUIRINO, 
2018). 
Ainda que o termo Ergonomia seja relativamente recente, a utilização de seus 
conhecimentos é bastante antiga, remonta à criação das primeiras ferramentas. A 
Ergonomia, no sentido de adaptar o ambiente natural e construir objetos artificiais para 
atender às suas conveniências, surge na pré-história, quando o homem pré-histórico 
escolheu uma pedra de formato que melhor se adaptasse à forma e movimentos de 
sua mão e descobriu que as ferramentas proporcionavam poder e facilitavam as 
tarefas como caçar, cortar e esmagar. Também Paschoarelli e Silva (2010) constatam 
que há contribuições para a Ergonomia em estudos de Leonardo da Vinci (1452-
1519), principalmente os estudos anatômicos e fisiológicos. A antropometria atual, 
conhecimento das formas e medidas do corpo aplicado em projetos, originou-se nos 
 
26 
 
estudos de Da Vinci que combinou, em um mesmo desenho, o homem inserido no 
círculo e no quadrado, promovendo estudos acerca das dimensões e movimentos 
humanos. No século XVII, de forma mais intensificada a partir da Primeira Revolução 
Industrial, principalmente em construções, já se observavam preocupações em 
poupar a saúde e integridade física dos/as trabalhadores/as com a inserção das 
máquinas nos postos de trabalho pesados. Destacam-se os estudos de Bernard 
Forest de Belidor, engenheiro civil militar, que se dedicou ao planejamento do trabalho 
e das interfaces ergonômicas na organização do trabalho, construindo instrumentos 
que facilitavam o carregamento de peso (PASCHOARELLI e SILVA, 2010, p.18). 
A Ergonomia ampliou suas bases cientificas, de um lado em direção à Biometria 
e à Biomecânica e, de outro, em direção à Psicologia Social e à Sociologia. 
Contribuindo para as duas vertentes da Ergonomia, chamadas de: 
(i) Ergonomia Americana, anglo-saxônica ou human factors (“fatores 
humanos”) e a 
(ii) Ergonomia Francesa. 
A Ergonomia Americana surgiu formalmente com a criação da Human Factors 
Society, em 1957 e foca nos aspectos físicos da relação humano/máquina, utilizando-
se bastante de pesquisas em laboratório. Essa vertente é amplamente criticada por 
trabalhar com resultados obtidos por meio de experimentos, afastando e excluindo as 
atividades realizadas pelos (as) trabalhadores (as). A Ergonomia francesa, por sua 
vez, realiza estudos das atividades reais dentro da indústria, preocupa-se com o 
estudo da situação humano/atividade, buscando a adequação dos postos de trabalho 
com base na análise da situação existente (ROSA & QUIRINO, 2018). 
Conforme Vidal (2010), em sua atividade de trabalho, o ser humano interage 
com os diversos componentes do sistema de trabalho, com os equipamentos, 
instrumentos, mobiliários, e questões subjetivas como hierarquia e gestão 
organizacional. Observa-se que os/as trabalhadores/as toleram mal as tarefas 
fragmentadas, com tempos curtos para execução, principalmente quando esse tempo 
é imposto por uma máquina ou pela gerência, e sentem-se bem quando são 
solicitados a resolverem problemas ligados à execução das tarefas. Logo, na visão do 
autor, a Ergonomia busca tratar o/a trabalhador/a como um ser que pensa e age, não 
apenas como mero executor de tarefas fragmentadas e apêndice das máquinas. 
 Com o propósito de regular as condições de trabalho que devem ser adaptadas 
ao trabalhador foi criada a norma regulamentadora nº 17 (Ergonomia) do Ministério do 
 
27 
 
Trabalho e Emprego, regulamentada pela Portaria Nº 3.214, de 08 de junho de 1978, 
que aprova as normas regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da Consolidação das 
Leis do Trabalho – CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Assim o 
trabalhador irá ter um ambiente de trabalho melhor adaptado a sua condição e 
dificilmente irá se afastar do trabalho por motivos de doenças relacionadas à sua 
função, e irá também apresentar um rendimento melhor. Existem algumas práticas 
para solucionar e/ou amenizar esses fatores adversos causados pelo não uso da 
ergonomia, para isso é necessário que as organizações contratem colaboradores ou 
uma consultoria externa com alto nível de instrução para analisar os riscos 
ergonômicos. 
É possível estabelecer a aplicação da ergonomia no ambiente de trabalho 
através dos seguintes passos: 
1) – Elaboração do Programa de Ergonomia, que consiste no levantamento dos 
riscos ergonômicos e na concepção do programa de ergonomia; 
2) – Conscientização dos Funcionários, que se dá através de treinamentos e 
palestras a conscientização dos funcionários acerca dos riscos ergonômicos e sua 
prevenção; 
3) – Aperfeiçoamento do Programa de Ergonomia, que se dá através da 
correção e aperfeiçoamento do programa de ergonomia aplicado no ambiente de 
trabalho (GOULART, 2017). 
É importante citar que infelizmente existem alguns obstáculos para a aplicação 
da ergonomia como: anarquia gerencial, falta de conhecimento das vantagens da 
ergonomia aplicada, assessoria inadequada, valores da empresa, custos iniciais e 
durante a realização do projeto. Atualmente, a Associação Internacional de 
Ergonomia divide o tema em três domínios específicos: ergonomia física, ergonomia 
cognitiva e ergonomia organizacional. 
4.1 Ergonomia cognitiva 
A ergonomia cognitiva tem como assunto a mobilização operatória das 
capacidades mentais do ser humano em situação de trabalho. Este campo da 
ergonomia tem como programa mínimo: 
- Inovações nos equipamentos, sobretudo que no que tange à usabilidade das 
interfaces entre o operador e os equipamentos; 
 
28 
 
- Confiabilidade humana na condução de processos, prevenindo as 
consequências dos erros humanos no controle de sistemas complexos e perigosos; 
- Otimização na operação de equipamentos informatizados e seus softwares, 
prevenindo seu funcionamento inadequado ou bloqueios; 
 - A construção da formação de novos empregados na implantação de novas 
tecnologias e/ou novos sistemas organizacionais; 
- Estabelecimento e manutenção de sistemas seguros, confiáveis e eficientes 
de comunicação e de cooperação. 
Em dois campos se divide a ergonomia cognitiva: a cognição individual e a 
cognição coletiva ou social. No campo da cognição individual se reúnem os vários 
estudos sobre o raciocínio e tomada de decisão que têm serventia na elaboração de 
procedimentos e normas operacionais. Na cognição coletiva, especialmente nos 
sistemas de interconecção de múltiplos agentes. Os sistemas de controle em rede que 
envolve a intervenção simultânea de vários operadores comuns, por exemplo, no 
controle de trafego aéreo, têm se disseminado em outras situações industriais e de 
serviços, numa tendência de integração que parece substituir a filosofia de 
centralização em voga há bem pouco tempo atrás. O indivíduo com problemas 
cognitivos pode apresentar dificuldades de percepção, absorção e retenção de 
informações se submetido a fatores como carga mental, estresse, pressão 
psicológica, entreoutros que fazem parte do cotidiano das empresas. 
4.2 Ergonomia organizacional 
 
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com 
 
29 
 
Também conhecida como macroergonomia, a ergonomia organizacional parte 
do pressuposto que todo o trabalho ocorre no âmbito de organizações. 
A ergonomia organizacional pretende potencializar os sistemas existentes na 
organização, incluindo a estrutura, as políticas e processos da organização. Algumas 
das áreas específicas são: trabalho em turnos, programação de trabalho, satisfação 
no trabalho, teoria motivacional, supervisão, trabalho em equipe, trabalho à distância 
e ética. Concerne à otimização dos sistemas sócio técnicos, incluindo suas estruturas 
organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem 
comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (domínio aeronáutico), 
projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto 
participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura 
organizacional, organizações em rede, tele trabalho e gestão da qualidade. 
Segundo VIDAL (2010), aplicações que a ergonomia pode trazer para o plano 
organizacional se fundamentam na sabida determinação da tecnologia física sobre a 
organização do trabalho e as condições de trabalho, elementos que irão compor a 
equação dos resultados da empresa. As maiores aplicações da ergonomia no campo 
organizacional têm sido: 
- Modelagem de processos para a elaboração de cenários e roteiros para as 
mudanças organizacionais; 
- Análise dos requisitos das novas propostas organizacionais em termos de 
capacidades, limitações e demais características, especificando necessidades de 
treinamento e de novas competências; 
 - Construção de roteiros de implementação para evitar a descapitalização ou 
desaproveitamento do capital de competência (know-how) existente sobretudo no 
nível operacional; 
 - Perícia e prevenção de acidentes. 
4.3 Ergonomia física 
Por ergonomia física se entende o foco da ergonomia sobre os aspectos físicos 
de uma situação de trabalho, e eles são inegavelmente reais: trabalhar engaja o corpo 
do trabalhador exigindo-os de várias formas ao longo da jornada de trabalho. 
A ergonomia física busca adequar estas exigências aos limites e capacidades 
do corpo, através do projeto de interfaces adequadas para o relacionamento físico 
 
30 
 
homem-máquina. Para tanto são necessários diversos conhecimentos sobre o corpo 
e o ambiente físico onde a atividade se desenvolve. (VIDAL,2010). Do ponto de vista 
de sua aplicabilidade, o campo da ergonomia física irá se concretizar na realização de 
especificações relativas ao posto e ao método de trabalho, bem como sobre o 
ambiente. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio 
de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueletais relacionados ao 
trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde. 
5 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) 
 
Fonte: googleusercontent.com 
 A promoção da qualidade de vida no trabalho é um campo incipiente que 
privilegia o respeito e a valorização da vida individual e coletiva (SAUER & 
RODRIGUEZ, 2014). Apesar de ser um termo amplamente utilizado na literatura e na 
prática das organizações, percebe-se algumas divergências teóricas e metodológicas 
acerca do que caracteriza a qualidade de vida no trabalho. Sampaio (2012) afirma que 
não existe um conceito chave para o termo e segundo o autor o que há é uma “noção 
de qualidade de vida no trabalho, ou seja, um ‘guarda-chuva teórico’ com 
consequências práticas, associado a outros fenômenos organizacionais e 
relacionados à saúde mental”. 
 Nessa mesma direção, ao constructo qualidade de vida no trabalho foi herdada 
a amplitude da definição mais gera de qualidade de vida, utilizada pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS), que se refere a um estado de pleno bem-estar físico, mental 
 
31 
 
e social e que, por isto, engloba aspectos diversos como motivação, satisfação, 
condições de trabalho, estresse, estilos de liderança, entre outros. Além disso, há 
quatro ênfases nos estudos sobre qualidade de vida no trabalho: a preocupação com 
o bem-estar e satisfação do trabalhador aliado ao aumento da produtividade; o 
envolvimento dos trabalhadores nas decisões e problemas do trabalho; a 
humanização do trabalho; e a forma de pensar sobre pessoas, trabalho e 
organizações (FARSEN et al., 2018). 
Algumas correntes teóricas dão ênfase aos fatores pessoais que interferem na 
qualidade de vida. Guimarães (2015), por exemplo, afirma que a percepção da 
qualidade de vida é individual e subjetiva tendo relação com as percepções culturais 
e sociais dos seres humanos. Existem, oito dimensões que interferem na qualidade 
de vida. 
 - A primeira é a compensação adequada e justa, que descreve aspectos 
relacionados à equidade salarial interna e externa e aos benefícios oferecidos pela 
empresa; 
- A segunda abarca as condições de trabalho, que devem ser seguras e 
saudáveis; 
- A terceira refere-se às oportunidades de desenvolvimento das capacidades, 
que trata da autonomia, da possibilidade de aplicar habilidades variadas e obter 
informações sobre o processo total do trabalho; 
- A quarta dimensão considera as oportunidades de crescimento e segurança, 
de se desenvolver na carreira e ter segurança no emprego; 
- A quinta abrange a integração social na organização de trabalho, marcada 
pela ausência de preconceitos, pelo apoio dos grupos primários, o senso de 
comunidade, a abertura interpessoal e o igualitarismo; 
- A sexta demarca a importância das normas e regras, respeito à privacidade 
pessoal e à adesão a padrões de igualdade; 
- A sétima relaciona-se ao trabalho e espaço total da vida, mostrando que para 
haver qualidade de vida deve-se ter uma relação equilibrada entre o papel do trabalho 
e os outros níveis de vida do empregado, com possibilidade de tempo livre para a 
família, para os seus hobbies e atividades cívicas; 
- A oitava e última dimensão envolve a relevância social da vida no trabalho, ou 
seja, a forma como a organização se posiciona frente ao ambiente onde atua, se é 
 
32 
 
socialmente responsável, etc., fator que pode afetar o valor que os trabalhadores dão 
para o seu trabalho. 
Em termos históricos, o conceito de qualidade de vida no trabalho tem como 
base de origem dois movimentos: a saúde do trabalhador e a gestão da qualidade e 
da produtividade (LIMONGI-FRANÇA, 2015). O termo vem sendo utilizado desde 
1970, em empresas estadunidenses, além de terem sido realizados estudos e 
pesquisas no Canadá e na França. Conforme sua concepção, a qualidade de vida no 
trabalho é “a percepção de bem-estar pessoal no trabalho, composta de dimensões 
relativas às necessidades humanas, biológicas, psicológicas, sociais e 
organizacionais” (LIMONGI-FRANÇA, 2015). 
Essa percepção pode ser alterada por meio de condições intrínsecas e 
extrínsecas. A primeira está relacionada a fatores pessoais como personalidade, 
história de vida e autoestima, enquanto as condições extrínsecas referem-se à 
comparação com grupos e pares ocupacionais, fatores socioeconômicos e às políticas 
e práticas de gestão de pessoas utilizadas nas organizações (LIMONGI-FRANÇA, 
2015). 
6 DOENÇAS OCUPACIONAIS 
 
Fonte: data.aptosmed.com.br 
Com o crescimento da competitividade no mercado também cresce o aumento 
de doenças relacionadas ao trabalho. As pessoas passam grande parte do dia 
envolvidas com as atividades no trabalho e muitas vezes passam despercebidos 
 
33 
 
os cuidados com a sua saúde. Algumas das doenças que podem ser 
desenvolvidas no trabalho são LER , PAIR, Catarata, Lombalgia, Intoxicação 
química, Dermatite de contato, Insolação e Queimadura solar, Conjuntivite por 
radiação, Doenças Psicossociais e Estresse. 
Moraes (2014) relata causas e sintomas de algumasdoenças: 
PAIR - Causas: exposição prolongada a ruídos altos. Sintomas: dificuldades 
de audição; 
Conjuntivite por radiação - Causas: exposição a fontes de luz ultravioleta 
(como a do sol ou de soldas) ou infravermelha (como as de fornos). Sintomas: 
vermelhidão e ardor nos olhos; 
Lombalgia -Causas: carregamento de peso de forma inadequada. Sintomas: 
dores na musculatura vertebral, musculatura endurecida; 
LER - Causas: execução constante de movimentos repetitivos por longos 
períodos. Sintomas: dores, sensação de formigamento e fisgadas, fadiga muscular e 
perda de força; 
Intoxicação química - Causas: exposição prolongada a tintas, solventes 
e outros componentes químicos. Sintomas: fraqueza, náusea. Como prevenir: 
seguir a orientação de uso dos produtos indicada pelo fabricante; usar máscara; 
Dermatite de contato - Causas: pode ser desencadeada por substâncias 
presentes em solventes, tintas, resinas e ácido sulfúrico ou o contato com cimento ou 
cal. Sintomas: coceira na pele e formação de bolhas que podem estourar, 
formando crostas e descamações; 
Insolação e queimadura solar - Causas: exposição prolongada aos raios 
solares ou outras fontes de calor. Sintomas: bolhas, vermelhidão e queimaduras na 
pele. 
Em alguns casos, a insolação pode provocar tontura, falta de ar, náuseas, dor 
de cabeça. Essas doenças podem ser evitadas com o uso de equipamentos de 
proteção individual (EPI) como protetores auriculares, óculos, máscaras, luvas, botas, 
capacetes de segurança, o uso de protetor solar, não carregar pesos excessivos, 
trabalhar com a postura adequada para não afetar a coluna, fazer pausas para 
alongamentos, além da importante participação do técnico de segurança do 
trabalho que deve fazer um laudo sobre todos os riscos no ambiente de 
trabalho e a partir daí realizar ações para prevenir ou reduzir as consequências 
negativas que podem acontecer ao colaborador. 
 
34 
 
Ter uma ocupação no mercado de trabalho para muitas pessoas é uma 
realização pessoal e profissional, principalmente quando o ambiente de trabalho é 
harmonioso, com coleguismo e satisfação. O trabalho também pode ser um lugar de 
grande insatisfação, acarretando problemas de saúde, que se não for identificado 
em tempo pode causar enfermidades até com grandes prejuízos psíquicos. 
 A relação entre saúde mental e o trabalhador é um assunto pouco 
estudado e pesquisado no Brasil. De outro modo, o alcoolismo, o 
consumo de drogas, o surgimento de fobias e doenças psicossomáticas-
úlceras, gastrites, hérnia de hiato, problemas cardíacos etc.- são alguns 
dos distúrbios que podem se manifestar em virtude de desajustes mentais do 
indivíduo em seu ambiente de trabalho (CARVALHO, 2013, p.291). 
São vários os fatores que podem causar doenças psicológicas no 
trabalhador, como o aumento da carga de trabalho, os conflitos diários com colegas 
de trabalho por agir ou pensar de forma diferente, cobranças excessivas que o 
trabalhador pode não suportar, o autoritarismo da chefia, a realização de atividades 
inadequadas com desvios de função, comunicação ineficaz, falta de apoio da parte 
de chefias e colegas, estresse com clientes, monotonia das tarefas, falta de 
participação na tomada de decisões, insatisfação pessoal e desvalorização 
profissional, que influenciam negativamente no desempenho do profissional, levando 
muitas vezes à dependência do álcool, das drogas ou à depressão (MOTA & 
MARTINS, 2018). 
 
7 REGULAMENTAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR 
7.1 Constituição Federal 
A Carta Magna traz o tema saúde do trabalhador em dois artigos diferentes: no 
art. 7º, que aborda os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais; e no art. 200, que 
versa sobre as competências do Sistema Único de Saúde (SUS). Apresenta os 
seguintes dispositivos acerca do tema: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as 
atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 
 
35 
 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem 
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou 
culpa; 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos 
termos da lei: 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as 
de saúde do trabalhador; (grifos nossos) 
7.2 Lei Orgânica da Saúde 
A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que “Dispõe sobre as condições 
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento 
dos serviços correspondentes e dá outras providências” – conhecida como Lei 
Orgânica da Saúde –, inclui a saúde do trabalhador no âmbito do SUS. 
Além de definir saúde do trabalhador, como visto anteriormente, estabelece 
sua abrangência: Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do 
Sistema Único de Saúde (SUS): 
c) de saúde do trabalhador 
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de 
atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e 
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, 
assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores 
submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, 
abrangendo: 
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de 
doença profissional e do trabalho; 
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde 
(SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos 
potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; 
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde 
(SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, 
extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de 
substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam 
riscos à saúde do trabalhador; 
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; 
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às 
empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do 
trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e 
exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os 
preceitos da ética profissional; 
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de 
saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; 
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo 
de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; 
e 
 VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão 
competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente 
de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde 
dos trabalhadores. 
 
36 
 
8 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO - CLT 
 
 
Fonte: googleusercontent.com 
O Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, que “aprova a Consolidação 
das Leis do Trabalho”, aborda o tema segurança e medicina do trabalho em seu 
Capítulo V, cuja redação foi dada pela Lei nº 6.514, de 1977. Nas disposições gerais 
desse Capítulo, que compõem sua Seção I, a Lei obriga todas as empresas às normas 
que estatui,explicitando que isso não as desobriga de seguir também outras regras 
constantes de códigos de obras ou regulamentos sanitários dos estados ou 
municípios, bem como oriundas de convenções coletivas de trabalho (ANDRADE et 
al., 2014). 
Ainda em suas disposições gerais, determina o papel a ser exercido por todos 
os atores envolvidos. Atribui às Delegacias Regionais do Trabalho (DRT) competência 
especial para fiscalizar o cumprimento das normas de segurança e medicina do 
trabalho, adotar as medidas necessárias para corrigir eventuais situações em 
desacordo com tais normas e impor as penalidades cabíveis por seu descumprimento. 
Todavia, mediante convênio autorizado pelo MTE, tais atribuições poderão ser 
delegadas a outros órgãos federais, estaduais ou municipais. 
Quanto às empresas, afirma que devem cumprir e fazer cumprir as normas de 
segurança e medicina do trabalho, instruindo os empregados quanto às precauções a 
tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. Além 
disso, devem adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional 
competente e facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. 
 
37 
 
Cabe aos empregados, em contrapartida, observar as normas de segurança e 
medicina do trabalho e colaborar com a empresa em sua aplicação. A Lei classifica 
como ato faltoso do empregado a recusa injustificada à observância das instruções 
expedidas pelo empregador ou ao uso dos equipamentos de proteção individual (EPI) 
fornecidos pela empresa (ANDRADE et al., 2014). 
A CLT opta por delegar ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tanto a 
regulamentação quanto a execução de medidas e políticas específicas acerca da 
saúde e da segurança no trabalho, bem como sua fiscalização: 
Art. 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de 
segurança e medicina do trabalho: 
I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação 
dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200; 
II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais 
atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo 
o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de 
Acidentes do Trabalho; 
III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das 
decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de 
segurança e medicina do trabalho. 
O Ministério regulamenta as questões de saúde e segurança no trabalho por 
meio das Normas Regulamentadoras (NR), constantes da Portaria n.º 3.214, de 1978, 
que será descrita posteriormente. Apesar dessa delegação expressa, a CLT trata 
alguns temas específicos nas várias seções do Capítulo V, listadas a seguir. Na 
maioria das vezes, contudo, o faz de forma sucinta e pouco aprofundada, deixando 
que a regulamentação infralegal os detalhe e pormenorize (ANDRADE et al., 2014). 
9 INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
 
 
38 
 
 
Fonte: googleusercontent.com 
É extenso a demanda de processos que requerem a execução de perícia para 
averiguar a ocorrência ou não de insalubridade e/ou periculosidade nos postos de 
trabalho, sendo o tema instituído pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) no 
artigo 195, no qual: 
Art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da 
periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão 
através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, 
registrados no Ministério do Trabalho. 
 Sendo assim, as perícias para apuração da insalubridade e periculosidade, 
presididas na portaria 3.214/78, respectivamente nas normas – NR 15 Atividades e 
Operações Insalubres e NR 16 Atividades e Operações Perigosas, responsabilizam o 
Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho, podendo as 
mencionadas perícias serem impugnadas por assistentes técnicos. 
Com a normatização do direito do trabalho, relativo à Segurança e Medicina do 
Trabalho, a Constituição Federal de 1988, garantiu em seu art. 7º, inciso XXIII, a 
concessão do adicional de penosidade, insalubridade e periculosidade. Desse modo, 
alguns adicionais foram integrados ao direito dos trabalhadores antes mesmo de 
serem empregados expressamente na Constituição Federal como direitos 
fundamentais dos trabalhadores, através da promulgação da Lei Federal n.º 6.514 de 
1977 (BRASIL, 1977). 
 
39 
 
9.1 Adicional de insalubridade 
 As atividades que tipificam o adicional de insalubridade foram estabelecidas 
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, conforme previsto no art. 190 da CLT, visto 
que, expõem os empregados a agentes físicos, químicos ou biológicos nocivos à 
saúde. Conquanto o texto do art. 192 da CLT tenha definido o adicional de 
insalubridade para a exposição aos agentes nocivos acima do limite de tolerância 
(critério quantitativo), a indicação da insalubridade se dá também por critério 
qualitativo, como nos casos de insalubridade por exposição a agentes biológicos, que 
indefere de apropriação a limite de tolerância (critério qualitativo). Desse modo, a 
caracterização e a classificação da insalubridade resulta de perícia, de acordo com o 
art.195 da CLT (REZENDE & ALONSO, 2019). 
A ocupação que exponha o trabalhador a condições insalubres, mesmo que 
intermitentemente, deve ser remunerado com o acréscimo do adicional de 
insalubridade, consoante entendimento fixado pelo Súmula nº47 do Tribunal Superior 
do Trabalho – Insalubridade: “O trabalho executado em condições insalubres, em 
caráter intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do 
respectivo adicional. ” Logo, a atividade que ensejar o pagamento do adicional de 
insalubridade, nos termos fixados pela Portaria n. º 3.214/78 do Ministério do Trabalho 
e Emprego, será remunerado com o acréscimo de 10%, 20% ou 40% sobre o salário-
mínimo, equivalente à insalubridade em graus mínimo, médio e máximo. 
De acordo com a Norma Regulamentadora – NR 15, da Portaria n. º 3.214/78, 
do Ministério do Trabalho, quando o trabalhador está condicionado a mais de um 
agente nocivo, deve ser considerado apenas o fator de insalubridade em maior grau. 
Ressalta-se, ainda, que o fornecimento do Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
validado pelo órgão competente do Poder Executivo pode retirar o agente agressivo 
gerador do adicional de insalubridade, conforme a Súmula n. º 80 do TST. Apesar 
disso, a exclusão do pedido de insalubridade não basta o fornecimento de EPI, deve 
ser considerado também o uso eficaz (Súmula n. º 89 do TST) e a troca dentro do 
prazo de validade do Equipamento de Proteção Individual (BRASIL, 2018). 
O enquadramento da insalubridade está classificada a todo e qualquer agente 
químico, físico, biológico, com a devida previsão legal que, direta e indiretamente 
produza danos à saúde do trabalhador. Segundo o artigo 189, da CLT2: Art. 189 – 
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua 
 
40 
 
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes 
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da 
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. 
9.2 Adicional de periculosidade 
Por meio do significado de perigo é realizável diferenciar o risco ou ameaça a 
que se expõe o trabalhador sujeito às condições periculosas, de acordo a definição 
fixada pela Norma Regulamentadora – NR 16, do Ministério do Trabalho, 
diversamente da insalubridade (BRASIL, 2018). 
O adicional de periculosidade é concedido aos empregados que atuam em 
contato permanente ou intermitente com explosivos ou inflamáveis, em condições de 
risco intensificado, conforme art. 193 da CLT. Aos empregados que desempenham 
suas atividades laborais nas condições descritas na lei e comprovado por meio de 
perícia, deve ser pago o adicional de periculosidadeno percentual de 30% sobre o 
salário-base. Caso o adicional de insalubridade for pago de forma habitual, este 
integrará o cálculo da indenização, das férias, do 13º, aviso prévio e do FGTS, além 
de repercutir também para o cálculo das horas extras e noturnas (REZENDE & 
ALONSO, 2019). 
A aplicabilidade da Portaria n. º 518 do MTE foi pacificada pela orientação 
jurisprudencial n. º 345 da SDII do TST. Por fim, a Lei 12. 704/12 expandiu o rol de 
atividades perigosas para introduzir os profissionais de segurança pessoal ou 
patrimonial expostos a roubo ou outras espécies de violência. Ainda, o trabalhador 
exposto à substância radioativa ou radiação ionizante tem direito ao pagamento do 
adicional de periculosidade (BRASIL, 2012). 
O Enquadramento da periculosidade a fim de compensar a exposição ao risco 
inerente ao exercício com agentes e condições consideradas pela CLT como 
“perigosas”, o legislador estabeleceu a concessão do adicional de periculosidade. Seu 
fundamento pode ser extraído a partir da interpretação do disposto no art. 193, da 
CLT: 
Art. 193: São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da 
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas 
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado 
em virtude de exposição permanente do trabalhador a: 
 
41 
 
I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; II – roubos ou outras espécies 
de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou 
patrimonial. 
9.3 Da cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade 
 A Consolidação das Leis do Trabalho, prevê o pagamento do adicional de 
insalubridade pelo exercício da atividade em condições insalubres, bem como a 
concessão do adicional de periculosidade para tais trabalhadores que ficam expostos 
a agentes perigosos. Ainda assim, caso o trabalhador exerça profissão em ambiente 
de trabalho em que os dois agentes estejam presentes, conforme dispõe o artigo 193, 
§2º da CLT4, (BRASIL, 1943) haverá este escolher entre um dos adicionais 
pertinentes. 
 No mesmo âmbito, a Portaria n. º 3.214/1978 do MTE, no item 15.3 da NR 15 
– Atividades e Operações Insalubres, define que: “no caso de incidência de mais de 
um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para 
efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa”. 
O trabalhador que exerça sua atividade em um ambiente que configure o direito 
a adquirir ambos os adicionais serão tratados da mesma forma daquele que tem direito 
a embolsar somente um destes, não podendo fazer gozo dos dois adicionais 
simultaneamente. Não obstante a Jurisprudência predominante ainda seja no sentido 
de não acatar a cumulação entre os referidos adicionais, a 7ª Turma do Tribunal 
Superior do Trabalho5, permitiu a cumulação desses no processo em grau de recurso 
de n.º RR-1072-72.2011.5.02.0384, perante o fundamento de que as normas 
constitucionais e supralegais são hierarquicamente superiores à CLT, e que, por conta 
disso, admitiram a cumulação dos adicionais (REZENDE & ALONSO, 2019). 
9.4 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres 
ANEXO 1 e 2 - RUÍDO 
De acordo com o autor Saliba (2015), o ruído é o fenômeno físico vibratório 
com características indefinidas de variações de pressão em função da frequência, isto 
é, para uma dada frequência podem existir, em forma aleatória através do tempo, 
variações de diferentes pressões. 
Conforme estabelecido na NR 15, o anexo 1 aponta: 
 
42 
 
 
Os anexos 1 e 2 estabelecem o tempo em que se pode estar exposto aos 
respectivos limites de tolerância, onde a aferição quantitativa do ruído se faz 
necessária para a caracterização, quando procedente, em grau médio. Em casos 
onde a exposição a níveis de ruído acima de 115 dB (A), é necessário que exista 
proteção adequada, e quando na discordância desta orientação, a atividade passa a 
oferecer risco grave e iminente, conforme expõe o §7 deste anexo. 
ANEXO 3 – CALOR 
O anexo terceiro aborda o fator calor, estabelecendo limites de tolerância em 
função do tempo em que se é exposto, embasado no IBUTG e necessitando de uma 
avaliação quantitativa que analisará a configuração ou não da insalubridade. 
Para aferição, neste caso se utilizam três aparelhos: termômetro de bulbo 
úmido natural, termômetro de globo, e termômetro de mercúrio comum. A partir do 
índice obtido, em trabalhos intermitentes, o quadro 1 estabelece: 
 
43 
 
 
Para limites de tolerância, o quadro 2 orienta: 
 
Por classificar o tipo de atividade, o quadro 3 dispõe: 
 
ANEXO 5 - RADIAÇÕES IONIZANTES 
 
44 
 
Em atividades ou operações onde existe a exposição às radiações ionizantes, 
os limites de tolerância estão estabelecidos pelo órgão regulamentador de atividades 
nucleares no país, o CNEN, constando na Resolução N. 12/88. 
ANEXO 6 - TRABALHO SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS 
Este anexo aborda normas relativas a trabalhos sob pressão hiperbárica, 
podendo ser trabalhos em ar comprimido, e trabalhos submersos. O descumprimento 
da norma se classifica como de grave risco e iminente, conforme consta na NR 3, 
Portaria n. 3.124, sendo considerado grau máximo quando não houver neutralização 
ou eliminação, descumprindo as conformidades exigidas. 
Ainda que enquadrada na norma que aborda a insalubridade, os trabalhos 
sobre pressões hiperbáricas poderiam ser interpretados como atividades perigosas, 
remetendo à NR 16, sendo esta a interpretação de Saliba (2015). 
ANEXO 7 – RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES 
A norma referente a radiações não-ionizantes considera as microondas, o laser 
e o ultravioleta como tal, e em caso de exposição do trabalhador a estas radiações, 
serão consideradas insalubres, tendo como exceção quando se tratar da luz negra 
(ultravioleta na faixa – 400 – 320 nanômetros), onde não se caracteriza atividade 
insalubre. 
No caso deste anexo, a norma brasileira não seguiu o padrão adotado pela 
ACGIH, onde se pode encontrar limites à exposição a este tipo de radiação, 
diferenciando em relação aos outros anexos desta norma. 
Quando caracterizada, a insalubridade neste caso é de grau médio. 
ANEXO 8 - VIBRAÇÃO 
O anexo que trata da vibração toma por base os parâmetros de tolerância 
estabelecidos pela norma ISO, necessitando de avaliação quantitativa para análise de 
enquadramento e caracterização de insalubridade ou não, conforme consta na norma. 
Se caracterizada, a insalubridade é de grau médio. 
ANEXO 9 - FRIO 
O frio é abordado de forma clara pelo anexo 9: 
 
45 
 
1. As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, 
ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores 
ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de 
laudo de inspeção realizada no local de trabalho (BRASIL, 2016). 
A análise é qualitativa, somando-se com o Art. 253 da CLT, que considera 
artificialmente o frio, em zonas climáticas do mapa oficial do MTE. 
Quando caracterizada, a insalubridade em casos de exposição ao frio é de grau 
médio. 
ANEXO 10 - UMIDADE 
Em semelhança quanto ao que dispõe o anexo 9, tal anexo traz a informação: 
1. As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, 
com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão 
consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de 
trabalho. (BRASIL, 2016). 
Quando atendendo a esta descrição, a insalubridade evidenciada é tida em 
grau médio. 
ANEXO 11 – AGENTES QUÍMICOS CUJA INSALUBRIDADE É 
CARACTERIZADA POR LIMITE DE TOLERÂNCIA E INSPEÇÃO NO LOCAL DE 
TRABALHO 
O anexo 11 explicita em quadros com limites de tolerância para a maioria de 
agentes químicos insalubres, constando na forma de quadros, as referidas 
quantidades que podem vir a classificar por inspeção no ambiente de trabalho. 
Integrado ao quadro, existem

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