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PATOLOGIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES Profª Divana Parente Lira Internet SIALOLITÍASE SIALOLITÍASE (Cálculo Salivar; Pedras Salivares) •Sialolitos - estruturas calcificadas que se desenvolvem no interior do sistema ductal salivar •Origem – deposição de sais de cálcio em volta de restos orgânicos (muco espesso, bactéria, cél epiteliais ou corpos estranhos) acumulados no lúmen do ducto • Etiologia desconhecida – pode ser provocada por sialadenite crônica e obstrução parcial do ducto SIALOLITÍASE Características Clínicas: • Mais freqüente no sistema ductal da glândula submandibular (ducto de Wharton: longo, tortuoso e ascendente / secreção espessa ) • Podem ocorrer nas glândulas salivares menores: glândulas do lábio superior e da mucosa jugal • Adultos Jovens e de meia-idade Sialolito de glândula salivar menor: nódulo duro no lábio superior. SIALOLITÍASE Características Clínicas: • Glândulas salivares menores – assintomáticos (aumento de volume local ou dor na glândula) • Glândulas salivares maiores - em geral causa dor ou tumefação na glândula afetada (refeições) • Sialolito na porção terminal do ducto – massa dura à palpação, abaixo da mucosa Massa dura no orifício do ducto de Wharton SIALOLITÍASE Características Radiográficas: • Massas radiopacas • Encontradas em qualquer ponto do ducto ou dentro da glândula • Radiografia oclusal – sialolitos na porção terminal do ducto submandibular • Radiografias panorâmicas ou periapicais – calcificação superposta à mandíbula pode assemelhar-se a uma lesão intra-óssea Radiografia oclusal mostrando uma pedra radiopaca no ducto de Wharton. Radiopacidade superposta à mandíbula. SIALOLITÍASE Características Histopatológicas Macroscopia: • Massas duras • Redondas, ovais ou cilíndricas • Caracteristicamente amarelos • Usualmente solitários. SIALOLITÍASE Características Histopatológicas Microscopia: • Massas calcificadas com laminações concêntricas circundando restos orgânicos amorfos • Ducto com metaplasia escamosa ou mucosa • Inflamação periductal • Obstrução do ducto: associada a Sialadenite aguda ou crônica da glândula envolvida Massa calcificada intraductal mostrando laminações concêntricas . O ducto apresenta metaplasia escamosa. SIALOLITÍASE Tratamento e Prognóstico: • Sialolitos pequenos das glândulas salivares maiores: - Massagens leves: ordenhar o cálculo - Sialogogos, calor úmido e aumento da ingestão de líquidos SIALOLITÍASE Tratamento e Prognóstico: • Sialolitos grandes: - Remoção cirúrgica - Remoção da glândula: caso ocorra dano inflamatório significativo - Endoscopia / Litotripsia • Sialolitos das glândulas salivares menores: - Remoção cirúrgica, incluindo a glândula associada TUMORES DAS GLÂNDULAS SALIVARES TUMORES DAS GLÂNDULAS SALIVARES Considerações Gerais: • São incomuns, mas não tão raros • Incidência anual no mundo: de 1,0 a 6,5 casos por 100.000 pessoas (Neville et al.,2009) • Sítio mais comum – glândula parótida (64% a 80%): cerca de 15% a 32% dos tumores da parótida são malignos TUMORES DAS GLÂNDULAS SALIVARES Considerações Gerais: • 8% a 11% dos tumores salivares ocorrem na glândula submandibular: 37% a 45% de malignidade • Tumores da glândula sublingual são raros (1%): 70% a 90% são malígnos • 9% a 23% dos tumores ocorrem nas glândulas salivares menores – cerca de 50% são malígnos TUMORES DAS GLÂNDULAS SALIVARES Considerações Gerais: • “Quanto menor a glândula, maior a probabilidade de malignidade” (excluindo os raros tumores da glândula sublingual) • Tumores das glândulas salivares menores: palato (42% a 54%), lábios (21% a 25%) e mucosa jugal (11% a 15%) • Lábio inferior: sítio raro para tumor, porém 50% a 90% são malígnos ADENOMA PLEOMÓRFICO ADENOMA PLEOMÓRFICO (Tumor Misto Benigno) • Tumor de glândula salivar mais comum • 53% a 77% dos tumores da parótida • 44% a 68% dos tumores submandibulares • É o tumor de glândula salivar menor mais comum: 33% a 43% de todos os casos ADENOMA PLEOMÓRFICO (Tumor Misto Benigno) Origem: • Derivados de uma mistura de elementos ductais e células mioepiteliais • Diversificação microscópica de um tumor para outro e em diferentes áreas do mesmo tumor ADENOMA PLEOMÓRFICO Características Clínicas: • Massa firme, de crescimento lento e indolor • Adultos jovens e de meia idade: entre 30 a 60 anos de idade (pode ocorrer em qualquer idade) • Leve predileção pelo sexo feminino • Glândula parótida: - Lobo superficial – tumefação sobre o ramo mandibular, à frente da orelha - Lobo profundo (10%) – abaixo do nervo facial. Tumor de crescimento lento na glândula parótida. Adenoma Pleomórfico da glândula submandibular ADENOMA PLEOMÓRFICO Características Clínicas: -Dor e paralisia do nervo facial são raras - Inicialmente móvel, mas pode se tornar firme • Glândulas menores: - Palato (50%) – massa plana, firme, de formato arredondado, localizado na porção póstero-lateral - Lábio superior (27%) - Mucosa jugal (17%) Massa firme no palato duro, lateral a linha mediana ADENOMA PLEOMÓRFICO Características Histopatológicas: • Tumor encapsulado e bem circunscrito • Composto por uma mistura de epitélio glandular e células mioepiteliais (anguladas, fusiformes ou arredondadas: plasmocitoides) • Epitélio forma ductos e estruturas císticas, ou pode ocorrer na forma de ilhas ou cordões celulares ADENOMA PLEOMÓRFICO Características Histopatológicas: • Presença de células escamosas produtoras de ceratina e células produtoras de muco • Pode ocorrer extensa acumulação de material mucóide entre as células do tumor, resultando em um fundo mixomatoso • Degeneração vacuolar das células pode produzir uma aparência condróide Ductos e células mioepitelias estão circundados por alterações hialinas, com fundo eosinofilico Células mioepiteliais plasmocitóides ADENOMA PLEOMÓRFICO Tratamento e Prognóstico: • Excisão cirúrgica • Glândula parótida: - Lobo superficial – parotidectomia superficial, com preservação do nervo facial - Lobo profundo - parotidectomia total, com preservação do nervo facial ADENOMA PLEOMÓRFICO Tratamento e Prognóstico: • Tumores da submandibular: remoção total da glândula com o tumor • Tumores do palato duro: excisão subperióstica, incluindo a mucosa sobrejacente • Outras localizações orais – excisão local • Prognóstico excelente (95% de cura) • Transformação maligna em cerca de 5% dos casos (carcinoma ex-adenoma pleomórfico) TUMOR DE WARTHIN (CISTADENOMA PAPILAR LINFOMATOSO) Tumor de Warthin Ocorre quase exclusivamente na parótida: 5% a 14% de todas as neoplasias desta glândula Segundo tumor benígno mais comum da parótida Patogênese incerta: - Origem no tecido glandular heterotrópico, encontrado no interior dos linfonodos da glândula parótida - Proliferação do epitélio do ducto da glândula salivar, associada à formação de tecido linfóide - Associação com o fumo (8 x mais) Tumor de Warthin Características Clínicas: Nódulo Indolor, de crescimento lento Firme ou flutuante à palpação Maior incidência na cauda da parótida (ângulo da mandíbula) Raramente em gl. Submandibular ou salivares menores Ocorrência bilateral metacronológica (5% a 17%) Prevalência em adultos idosos (6ª e 7ª décadas) Predileção por brancos do sexo masculino (10:1) Massa tumoral na cauda da glândula parótida Tumor de Warthin Características Histopatológicas: Mistura de epitélio ductal e estroma linfóide Epitélio formando fileiras uniformesde células que circundam espaços císticos Células dispostas em 2 camadas: - Camada luminal interna com células colunares altas, núcleos centrais e hipercorados - Segunda camada de células cuboidais ou poligonais, núcleo mais vesicular Revestimento epitelial mostrando uma fila dupla de células, circundando espaço cístico Tumor de Warthin Características Histopatológicas: Epitélio de revestimento exibindo múltiplas projeções papilíferas em direção aos espaços císticos Áreas focais de metaplasia escamosa Tumor de Warthin Tratamento e Prognóstico: Remoção cirúrgica: - Ressecção local conservadora ou - Parotidectomia superficial 6 a 12% de recidiva (recidiva ou sítios secundários ? – natureza multicêntrica) Malignização rara: carcinoma ex- cistadenoma papilífero linfomatoso CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE Carcinoma Mucoepidermóide Um dos mais comuns tumores malignos das glândulas salivares Potencial biológico variável Diferenças geográficas na prevalência: - EUA: 10% dos tumores das glândulas maiores e 15% a 23% das menores - Inglaterra: 1% a 2% das neoplasias das glândulas salivares maiores e 9 % das menores Carcinoma Mucoepidermóide Características Clínicas: Tumefação assintomática dor e paralisia facial (tumores de alto grau) Leve predileção pelo sexo feminino Incidência da 2ª à 7ª década de vida Tumor maligno de glândula salivar mais comum em crianças, embora raro n 1ª década História prévia de radioterapia na região de cabeça e pescoço. Carcinoma Mucoepidermóide Características Clínicas: Mais comum na gl. parótida 2º sítio mais comum glândulas salivares menores do palato : tumefação assintomática, azulada ou vermelha, na região póstero-lateral Massa tumoral azulada na região póstero-lateral do palato duro Carcinoma Mucoepidermóide Características Clínicas: Tumor salivar mais comum em sítios incomuns para neoplasias de gl. salivares : lábio inferior, soalho da boca, língua e área retromolar. Massa tumoral na língua Carcinoma Mucoepidermóide Características Histopatológicas: Mistura de células produtoras de muco e células epidermóides (escamosas) Células mucosas: variam na forma e possuem citoplasma espumoso abundante Células epidermóides: semelhante às celulas escamosas, formato poligonal e, raramente, ceratinização Células Intermediárias : progenitora das células mucosas e epidermóides Tumor moderadamente bem diferenciado, mostrando espaços ductais e císticos circundados por células mucosas e escamosas Tumor com numerosas células mucosas circundando um espaço cístico Ninho de células escamosas , com algumas células produzindo muco Carcinoma Mucoepidermóide Características Histopatológicas: Classificados em 3 graus histológicos de acordo com: - Quantidade de formação cística - Grau de atipia celular - Número relativo de células mucosas, escamosas (epidermóides) e intermediárias Carcinoma Mucoepidermóide Características Histopatológicas: Tumores de BAIXO grau: formação cística proeminente, atipia celular mínima, proporção elevada de células mucosas Tumores de ALTO grau: ilhas de células escamosas (epidermóides) e intermediárias (pleomorfismo e atividade mitótica), poucas células produtoras de muco Tumores de grau INTERMEDIÁRIO: formação cística menos proeminente, presença dos três principais tipos celulares com predominância de células intermediárias, presença ou não de atipias celulares Carcinoma Mucoepidermóide Tratamento e Prognóstico: Baseado em: - Localização - Grau histopatológico - Estágio clinico Baixo grau: remoção de pequena margem de segurança do tecido adjacente normal Alto grau: ampla ressecção Destruição do osso subjacente: excisão do osso Pacientes com metástase: dissecção radical do pescoço Radioterapia pós-operatória: tumores agressivos Carcinoma Mucoepidermóide Tratamento e Prognóstico: Prognóstico depende do grau e estadiamento do tumor Tumor na Submandibular: pior prognóstico - Baixo grau: 90% a 98% dos pacientes são curados, recidiva local ou presença de metástase regionais são incomuns - Grau Intermediário: ligeiramente pior - Alto grau: Prognóstico reservado -30% a 54% dos pacientes sobrevivem Obrigada !!!
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