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TCC - SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE A influência das certificações ISO no valor das organizações brasileiras do ranking Global 100

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
Janiane Mayra Valério 
 
 
 
 
 
 
SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE 
A influência das certificações ISO no valor das organizações brasileiras do 
ranking Global 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro – RJ 
2020
 
ii 
 
Janiane Mayra Valério 
 
 
 
SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE 
A influência das certificações ISO no valor das organizações brasileiras do 
ranking Global 100 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Universidade Veiga de 
Almeida como parte dos requisitos 
necessários para a obtenção do grau de 
Bacharel em Engenharia de Produção. 
 
Orientador: Justino Sanson Wanderley da 
Nóbrega, M.Sc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro – RJ 
2020 
 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Este trabalho reflete a opinião do autor, e não necessariamente a da Universidade Veiga 
de Almeida. Autorizo a difusão deste trabalho” 
 
 
 
164 
Valério, Janiane Mayra 
Sustentabilidade e qualidade: a influência das certificações 
ISO no valor das organizações brasileiras do ranking global 10 
/ por Janiane Mayra Valério. – 2020. 
124 p.: il. color.; 30 cm. 
 
Orientação: Prof. M. Sc. Justino Sanson Wanderley da 
Nóbrega. 
1. Engenharia de Produção. 2. Sustentabilidade. 
3. Certificação. 4. Valor (Economia). 5. Controle de 
Qualidade Total. I. Nóbrega, Justino Sanson Wanderley da 
(Orientador). II. Universidade Veiga de Almeida. Graduação 
em Engenharia de Produção. III. Título 
 
 
iv 
 
Janiane Mayra Valério 
 
 
SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE 
A influência das certificações ISO no valor das organizações brasileiras do 
ranking Global 100 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Universidade Veiga de 
Almeida como parte dos requisitos 
necessários para a obtenção do grau de 
Bacharel em Engenharia de Produção. 
 
Aprovado em 16 de Junho de 2020. 
 
 
____________________________________________ 
Justino Sanson Wanderley da Nóbrega, M.Sc. (Orientador) 
Universidade Veiga de Almeida 
 
 
____________________________________________ 
Antônio Carlos Sarquis, M.Sc. 
Universidade Veiga de Almeida 
 
 
____________________________________________ 
Lais Amaral Alves, M.Sc. 
Centro de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET/RJ 
 
 
 
 
 
v 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico com muito amor à minha avó 
Marcelina Adelino (in memorian), que 
sempre será um exemplo de mulher forte e 
guerreira. 
 
 
vi 
 
AGRADECIMENTOS 
 
É chegado ao fim um ciclo de muito aprendizado, choro, risadas, felicidade 
e superação. Sendo assim, agradeço aos que fizeram parte desta etapa de minha 
vida: 
Agradeço inicialmente a Deus por ter me ter me dado saúde e força para 
superar as dificuldades e principalmente por ter iluminado meus caminhos. 
Agradeço à minha mãe Jaciran Cezário e madrinha Verusca Reis pelo 
amor, apoio e incentivo incondicional. 
Em especial aos meus amigos Deyci Souza e Matheus Mota por nunca me 
deixarem desistir, por me apoiarem, pela leal parceria até aqui e que em breve serão 
meus amigos de profissão. Aos familiares e a todos os colegas que conquistei 
nesses cinco anos de curso. 
Ao meu orientador Justino da Nóbrega, pelo suporte, correções e incentivos 
no pouco tempo que lhe coube, e a todo o corpo docente da Universidade Veiga de 
Almeida por todo o ensinamento e boa vontade em contribuir para o meu 
crescimento oportunizando a janela que hoje vislumbro. 
Por fim, sou eternamente grata a todos que, direta ou indiretamente, foram 
parte da minha formação e participaram dessa realização, deixando aqui o meu 
muito obrigado. 
Agradeço ao universo por ter me concedido essa oportunidade. 
 
 
 
 
vii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Aprender é uma coisa de que a mente 
nunca se cansa, nunca tem medo e nunca 
se arrepende.” (Leonardo da Vinci) 
 
 
 
viii 
 
RESUMO 
 
O cenário atual apesenta uma crescente preocupação acerca da 
concorrência austera entre empresas do mesmo segmento econômico, do impacto 
causado pelas mudanças do meio empresarial, da preocupação em manter-se no 
mercado e principalmente da necessidade de melhor atender o cliente. É necessário 
compreender os conceitos de sustentabilidade e qualidade, discutir suas 
abordagens técnicas e apresentar modelos alternativos de gestão responsável 
explorando a relação do homem com o meio ambiente. Exposto isso, este estudo 
partiu da necessidade de compreensão e entendimento da importância da 
sustentabilidade, através da definição e uso de indicadores e, relacioná-la, 
respeitando seus diferentes aspectos, à gestão da qualidade organizacional com 
foco no crescimento sustentável, certificando se a sustentabilidade e a qualidade 
são ou não uma fonte capaz de gerar retorno financeiro e de imagem (utilizando 
como métrica seu valor de mercado), para as organizações. Tendo por base a 
evolução das certificações ISO 9001, ISO 14001, ISO 26000 e ISO 45001 procurou-
se analisar a importância que as empresas brasileiras atribuem à certificação de 
uma forma geral, se estas possuem relação entre si e agregam real valor às 
envolvidas. Os dados foram coletados nas Demonstrações Financeiras e Relatórios 
Administrativos Anuais das respectivas organizações brasileiras integrantes do 
ranking Global 100 da Corporate Knights. Com isso, concluiu-se que as certificações 
demonstraram influenciar a situação financeira das empresas, ainda que estas 
dependam de inúmeros fatores, sejam eles internos e ou externos. 
 
 
 
 
Palavras-Chave: Certificação, Sustentabilidade, Qualidade, Valor de Mercado. 
 
 
 
 
ix 
 
ABSTRACT 
 
The current scenario raises a growing concern about austere competition 
between companies in the same economic segment, the impact caused by changes 
in the business environment, the concern to remain in the market and especially the 
need to better serve the customer. It is necessary to understand the concepts of 
sustainability and quality, discuss their technical approaches and present alternative 
models of responsible management exploring the relationship between man and the 
environment. Having said that, this study started from the need to understand and 
understand the importance of sustainability, through the definition and use of the 
indicators and, relating it, respecting its different aspects, to the management of 
organizational quality with a focus on sustainable growth, making sure that 
sustainability and quality are or are not a source capable of generating financial and 
image return (using their market value as a metric) for organizations. Based on the 
evolution of ISO 9001, ISO 14001, ISO 26000 and ISO 45001 certifications, we 
sought to analyze the importance that Brazilian companies attach to certification in 
general, if they are related to each other and add real value to those involved. The 
data were collected in the Financial Statements and Annual Administrative Reports 
of the respective Brazilian organizations included in the Global 100 ranking of 
Corporate Knights. As a result, it was concluded that the certifications have been 
shown to influence the financial situation of the company, even though they depend 
on numerous factors, whether internal or external. 
 
 
Keywords: Certification, Sustainability, Quality, Market Value. 
 
 
 
 
 
x 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Dia da Sobrecarga 1970-2019_________________________ 25 
Figura 2 - Fluxograma do tratamento dos dados___________________ 33 
Figura 3 - Print da Página Periódicos Capes para pesquisa de 
publicações envolvendo os termos “sustainability” e “quality 
management” _____________________________________ 
 
 
34 
Figura 4 - Sustentabilidade e as suas dimensões __________________47 
Figura 5 - Relação do Ciclo PDCA com a estrutura da norma ISO 
14001:2015_______________________________________ 
 
51 
Figura 6 - Resumo dos conceitos, barreiras e motivadores relacionados 
à ISO 26000 ______________________________________ 
 
54 
Figura 7 - Logística Reversa __________________________________ 56 
Figura 8 - Ondas da Gestão da Qualidade 60 
Figura 9 - Modelo de Sistema de Gestão da Qualidade da ISO 9001:2015 63 
Figura 10 - Diagrama de causa e efeito___________________________ 65 
Figura 11 - Folha de verificação de um sistema de um item de controle de 
processo__________________________________________ 
 
65 
Figura 12 - Folha de verificação para a classificação de defeitos________ 66 
Figura 13 - Gráfico de Pareto___________________________________ 66 
Figura 14 - Histograma________________________________________ 67 
Figura 15 - Diagrama de dispersão: correlação positiva (a), negativa (b) e 
inexistente (c)______________________________________ 
 
68 
Figura 16 - Ilustração dos gráficos da média e amplitude _____________ 68 
Figura 17 - Print da Página SciELO para pesquisa de publicações 
envolvendo a expressão “indicadores de sustentabilidade” ___ 
 
72 
Figura 18 - Palavras-chave mais empregadas pelos autores ___________ 76 
Figura 19 - Premiações do BB 2018 _____________________________ 87 
Figura 20 - Benefícios para Gestão Ambiental Santander 2016 _________ 89 
Figura 21 - Prêmios e reconhecimentos Santander 2019 90 
Figura 22 - Certificações, prêmios e reconhecimentos CEMIG 2018 93 
Figura 23 - Print do Website da ENGIE – Seção Sustentabilidade 95 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xi 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Publicações envolvendo sustentabilidade e gestão da 
qualidade_______________________________________ 
 
35 
Gráfico 2 - Quantidade de artigos publicados por ano na base SciELO_ 75 
Gráfico 3 - Percentual de artigos publicados por classificação Qualis-
CAPES dos periódicos_____________________________ 
 
81 
Gráfico 4 - Quantidade de artigos publicados por área_____________ 82 
Gráfico 5 - PL, LL e Rentabilidade do PL - Banco do Brasil__________ 105 
Gráfico 6 - Lucro Líquido por Ação – Banco do Brasil______________ 105 
Gráfico 7 - PL, LL e Rentabilidade do PL – CEMIG________________ 106 
Gráfico 8 - Lucro Líquido por Ação – CEMIG_____________________ 107 
Gráfico 9 - Valor de Mercado – CEMIG_________________________ 107 
Gráfico 10 - PL, LL e Rentabilidade do PL-Natura Cosméticos________ 108 
Gráfico 11 - Lucro Líquido por Ação – Natura Cosméticos____________ 109 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xii 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Classificação das ferramentas_______________________ 69 
Tabela 2 - Principais finalidades das ferramentas da qualidade______ 70 
Tabela 3 - Significado das palavras do 5S ______________________ 71 
Tabela 4 - Leis que regem estudos bibliométricos_________________ 74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xiii 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Abordagens da qualidade ___________________________ 61 
Quadro 2 - Classificação A Qualis-CAPES dos artigos conforme 
publicação_______________________________________ 
 
78 
Quadro 3 - Classificação B Qualis-CAPES dos artigos conforme 
publicação_______________________________________ 
 
79 
Quadro 4 - Classificação dos periódicos, conforme publicação, segundo 
Qualis-CAPES____________________________________ 
 
83 
Quadro 5 - Premiações, reconhecimentos e certificações BB 2019_____ 88 
Quadro 6 - Resumo das certificações a serem consideradas__________ 98 
Quadro 7 - Ano de certificação baseado em informações divulgadas 
pelas empresas___________________________________ 
 
102 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xiv 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ASQC – American Society of Quality Control – Sociedade Americana de Controle 
de Qualidade 
ASQ – American Society of Quality – Sociedade Americana de Qualidade 
BIREME – Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências de 
Saúde 
BS – Barometer of Sustainability – Barômetro da Sustentabilidade 
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
CEP – Controle Estatístico do Processo 
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
CNUDS – Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável 
CNUMAD – Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento 
COP-13 – Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas 
COP-15 – Conferência Climática de Copenhagen 
Cp – Controle do Processo 
Cpk – Índice de Capacidade do Processo 
CQ – Controle de Qualidade 
CSCMP – Council of Suplly Chain Management Proffesionals – Conselho de 
Profissionais de Gestão da Cadeia de Suprimentos 
DS – Desenvolvimento Sustentável 
DS – Dashboard of Sustainability – Painel da Sustentabilidade 
DSR – Driving Force, State, Response – Força Dirigida, Estado, Resposta 
EFM – Ecological Footprint Method - Método da Pegada Ecológica 
EUA – Estados Unidos da América 
FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo 
GEE – Gases de Efeito Estufa 
GFN – Global Footprint Network 
GRI – Global Reporting Initiative 
HDI – Human Development Index - Índice de Desenvolvimento Humano 
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano 
 
xv 
 
INMETRO – Instituto Navional de Meteorologia, Normalização e Qualidade 
Industrial 
ISO – International Organization Standardization – Organização Internacional de 
Padronozação 
JUSE – Japan Union of Scientists and Engineers União dos Cientistas e 
Engenheiros Japoneses 
KPI – Key Performance Indicator - Indicadores Chave de Desempenho 
LL – Lucro Líquido 
ODM – Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 
ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 
OHSAS – Ocupational Health and Safety Assement Series – Série De Avaliação de 
Segurança e Saúde Ocupacional 
PDCA – Plan, Do, Check, Action – Planejar, Executar, Verificar, Agir 
PL – Patrimônio Líquido 
PNQ – Prêmio Nacional de Qualidade 
PNUMA – Programa Nacional das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
PPL – Pessoas, Planeta, Lucro 
PSR – Pressure, State, Response – Pressão, Estado, Resposta 
P+L – Produção Mais Limpa 
RSC – Responsabilidade Social Corporativa 
RS – Responsabilidade Social 
SGA – Sistema de Gestão Ambiental 
SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade 
SciELO – Scientific Eletronic Library Online 
SIG – Sistemas Integrados de Gestão 
SMS – Saúde, Meio Ambiente e Segurança 
TBL – Triple Bottom Line – Tripé da Sustentabilidade 
TQC – Total Quality Control – Controle da Qualidade Total 
TQM – Total Quality Management – Gestão Da Qualidade Total 
UNEP – United Nations Enviroment Programe 
WCED – Word Commission on Environment an Development 
3P – People, Planet, Profit – Pessoas, Planeta, Lucro 
 
 
xvi 
 
SUMÁRIO 
 
 
 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 18 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................... 18 
1.2 PROBLEMA ..................................................................................................... 22 
1.3 OBJETIVOS .................................................................................................... 26 
1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................... 26 
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................ 26 
1.3.3 Delimitação do Estudo .............................................................. 27 
1.4 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 28 
1.5 METODOLOGIA ..............................................................................................30 
1.5.1 Quanto aos fins ......................................................................... 30 
1.5.2 Quanto aos meios ..................................................................... 31 
1.5.3 Universo e Amostra ................................................................... 32 
1.5.4 Coleta de dados ........................................................................ 32 
1.5.5 Tratamento dos dados .............................................................. 33 
1.5.6 Limitações do método ............................................................... 33 
1.6 BIBLIOMETRIA ............................................................................................... 34 
1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................ 36 
 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 37 
2.1 SUSTENTABILIDADE ..................................................................................... 37 
2.1.1 Desenvolvimento Sustentável ................................................... 40 
2.1.2 Indicadores de desenvolvimento sustentável ............................ 42 
2.1.3 Sustentabilidade sob a ótica do Triple Bottom Line .................. 46 
2.1.4 Âmbito Normativo ...................................................................... 49 
2.1.4.1 Norma de Gestão Ambiental ISO 14001 ............................. 50 
2.1.4.2 Produção Mais Limpa (Cleaner Production) ....................... 52 
2.1.4.3 Norma de Responsabilidade Social ISO 26000 .................. 53 
2.1.5 Logística Reversa ..................................................................... 55 
2.1.6 OSHAS 18001 e a nova ISO 45001 .......................................... 57 
2.2 QUALIDADE .................................................................................................... 57 
2.2.1 Abordagens da qualidade ......................................................... 61 
 
xvii 
 
2.2.2 ISO 9001:2015 .......................................................................... 62 
2.2.2.1 Requisitos do sistema da qualidade ISO 9000:2015 .......... 62 
2.2.4 Ferramentas da qualidade ........................................................ 64 
 DESENVOLVIMENTO .................................................................................. 72 
3.1 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ...................................................... 72 
3.2 EMPRESAS BRASILEIRAS E O RANKING GLOBAL 100 DA CORPORATE 
KNIGHTS .............................................................................................................. 82 
3.2.1 Banco do Brasil S.A .................................................................. 84 
3.2.2 Banco Santander Brasil S.A ...................................................... 88 
3.2.3 CEMIG - Concessionária Estatal de Energia Elétrica de Minas 
Gerais.....................................................................................................................91 
3.2.3 ENGIE Brasil Energia S.A ......................................................... 93 
3.2.4 Natura Cosméticos S.A ............................................................. 95 
3.3 CERTIFICAÇÕES ........................................................................................... 97 
3.4 VARIAÇÕES FINANCEIRAS ......................................................................... 103 
 CONCLUSÃO ............................................................................................. 111 
4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 111 
4.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .................................. 112 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 114 
 
 
 
18 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
Uma das principais fontes de recursos dos processos produtivos das 
organizações é o meio ambiente, portanto o tema sustentabilidade vem sendo cada 
vez mais abordado na esfera empresarial, uma vez que existem crescentes dúvidas 
em relação ao futuro no que tange ao meio ambiente e a humanidade (PEREIRA, 
2019). 
Scandelari et.al (2016) evidenciam que existe um impasse provocado pelo 
conflito entre desenvolvimento econômico e a proteção ao meio ambiente, sendo o 
grande desafio torná-lo sustentável. 
Grande parte das organizações estão convencidas de que a busca pela 
sustentabilidade é a chave para o progresso e em resposta à pressão sofrida pelo 
mercado, estas organizações empresariais começaram a desenvolver estratégias 
sustentáveis baseadas no Triple Bottom Line (TBL), buscando alcançar sucesso: 
ambiental, social e econômico (ROCHA; SEARCY; KARAPETROVIC, 2007; 
STREIMIKIENE; SIKSNELYTE, 2016). A teoria do TBL, no português Tripé da 
Sustentabilidade, foi desenvolvida na década de 90, conhecida pela sigla 3P: 
People (pessoas), Planet (planeta) e Profit (lucro) e surgiu de um estudo realizado 
por Elkington em 1994 (OLIVEIRA et.al, 2010). 
A qualidade possui o viés de item inseparável da sustentabilidade, já que 
esta vem a ser um fator determinante na tomada de decisão por um produto ou 
serviço. Preserva-se o foco no cliente, visto que está fortemente relacionada com a 
satisfação de suas necessidades e expectativas, porém considera os impactos 
desta relação com o meio ambiente (BORN, 2011). 
Lima et.al (2018) levantam, em seu estudo, que os consumidores estão 
alterando seus hábitos e seu comportamento, buscando cada vez mais, investir e 
adquirir produtos ou serviços que interfiram menos no aquecimento global, 
prejudiquem menos as terras agriculturáveis, causem menos desmatamento, 
menos poluição de corpos de d’água e utilizem menos recursos não renováveis, 
enfim, produtos que apresentem noções de sustentabilidade na produção e na 
logística, inclusive a reversa. 
19 
 
 
Uma abordagem sustentável do sistema de gestão da qualidade a partir da 
adoção de procedimentos sustentáveis permite que as organizações construam um 
grande diferencial em seu sistema permitindo que se tornem mais competitivas, 
reduzindo custos, fortalecendo a imagem dos negócios e dela mesma, melhorando 
a relação com os clientes além de deixar legados positivos para o planeta 
(HEPPER, 2015). 
A utilização de indicadores com foco e enfoque em sustentabilidade parece 
ser indispensável para que haja um maior controle sobre os processos de execução 
e para um sistema de gestão que atenda a requisitos especificados nas 
organizações, permitindo a otimização das atividades. 
A sustentabilidade tornou-se ponto de destaque para a qualidade dos 
processos e dos produtos das organizações, demandando que sejam 
desenvolvidas técnicas de mensuração, acompanhamento e controle focados na 
obtenção de resultados favoráveis à competitividade empresarial. 
Nidumolu, Prahalad e Rangaswani (2009), expõem estudo efetuado com 
trinta empresas norte americanas, destaques em seus ramos de atuação, definidas 
como grandes corporações, explicitando que a sustentabilidade é uma rica fonte de 
inovações tecnológicas e organizacionais capaz de gerar retorno considerável, 
financeiro e de imagem. De acordo com estes autores, uma empresa 
ambientalmente correta tende a ter custos menores, pois utiliza melhor e mais 
racional e eficientemente os insumos, além de gerar receita adicional por produtos 
melhores e novos negócios criados pela organização. 
Bellen (2006) apud Nidumolu, Prahalad e Rangswani (2009), ao observar 
os indicadores de desenvolvimento sustentável, afirma que “a emergência da 
temática ambiental está fortemente relacionada à falta de percepção da ligação 
existente entre ação humana e suas principais consequências [...]” o que força as 
empresas a mudar sua maneira de pensar sobre as tecnologias, os produtos, 
processos e modelos de negócios visando a busca pela sustentabilidade. 
De acordo com Kemerich,Ritter e Borba (2014), os indicadores de 
sustentabilidade precisam ser construídos a partir da realidade e dos problemas 
existentes em cada cenário organizacional, possibilitando uma visão de conjunto 
que viabilize compreender não só seus aspectos críticos assim como seu verdadeiro 
potencial com enfoque integrador para a consolidação de uma sociedade 
sustentável. 
20 
 
 
As primeiras abordagens sobre qualidade e meio ambiente tiveram maior 
força e apelo após a Segunda Guerra Mundial. Os indicadores ambientais 
começaram a ser desenvolvidos nos anos 80 por países europeus principalmente, 
entretanto, o marco foi a assinatura da Agenda 21, na qual representantes de 179 
países afirmaram a necessidade de desenvolverem indicadores de 
desenvolvimento sustentável (DS), na Segunda Conferência da ONU Sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento que foi realizada no Rio de Janeiro em 1992, a ECO-
92 (BELLEN, 2003). 
O Relatório Brundtland, que recebeu o título de “Nosso Futuro Comum”, foi 
formulado pela Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento das 
Organizações das Nações Unidas, definindo desenvolvimento sustentável como o 
atendimento das necessidades da geração atual sem o comprometimento da 
capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades 
(WCDE,1988). Tal definição é a que mais se difundiu pelo mundo abordando 
explicitamente dois conceitos chave de acordo com Bellen (2006). Para este autor, 
tem-se o conceito de necessidade, referindo-se às necessidades dos países mais 
subdesenvolvidos, e, a ideia de limitação imposta pelo estado da tecnologia e de 
organização social, para atender às necessidades do presente e do futuro. 
Desta forma, agregar conceitos de sustentabilidade aos de qualidade vem 
a ser um passo natural na gestão empresarial. 
A norma NBR ISO 9001:2015 define qualidade como “o grau que um 
conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos”, que nada mais é que 
satisfazer as expectativas e necessidades do cliente ou consumidor, que cada vez 
mais está preocupado com questões ambientais e geração de poluição e resíduos. 
A qualidade, enquanto referencial de mercado, permite que as empresas vejam 
seus níveis de eficiência aumentados assegurando sua sobrevivência mesmo 
quando inseridas em ambiente instável e mutante. Estas empresas, de acordo com 
Rodrigues e Costa (2013), têm na qualidade o elemento fundamental para a 
competitividade e a sustentabilidade e não somente um diferencial competitivo. A 
sustentabilidade e a qualidade são dois grandes pilares que regem a boa gestão 
empresarial. 
O presente estudo aborda a importância da sustentabilidade, pautada em 
indicadores de sustentabilidade, na gestão da qualidade nas organizações. A 
responsabilidade socioambiental pode ser traduzida por seus indicadores e seu uso 
21 
 
 
e implantação podem permitir uma melhor otimização e utilização dos recursos com 
foco total na qualidade. Relacionar estas duas vertentes importantes, 
Sustentabilidade e Qualidade, auxiliará na análise e compreensão da permanência 
das organizações, consideradas exemplos a serem seguidos, no mercado atual. 
Os benefícios e os resultados positivos, analisados sob o prisma de 
indicadores dos processos de gestão da qualidade nos processos, garantem maior 
eficácia e eficiência em longo prazo refletindo em melhoria dos resultados 
operacionais, graças a uma política de qualidade bem estruturada baseada em 
indicadores efetivos. Em uma empresa sustentável, todos saem ganhando, seguem 
os destaques para: os colaboradores, o proprietário, a comunidade, o planeta e as 
futuras gerações (RODRIGUES e COSTA, 2013). 
É necessário compreender os conceitos de sustentabilidade e qualidade, 
discutir suas abordagens técnicas e apresentar modelos alternativos de gestão 
responsável explorando a relação do homem com o meio ambiente. 
Discutir a sustentabilidade justifica-se pela necessidade de rever os 
impactos das atividades produtivas no modelo capitalista tradicional de exploração 
dos recursos naturais. Empresas e grupos sociais podem alcançar benefícios a 
partir da mudança de postura das organizações, com base na implantação de 
modelos de gestão sustentável e de responsabilidade socioambiental, conforme 
Quadros e Tavares (2014, p. 46) que mencionam: 
 
Diversos estudos apontam a sustentabilidade como peça 
fundamental da inovação. Reduzir a quantidade de matérias-primas 
usadas na produção ou repensar processos para eliminar o impacto 
ambiental de certas substâncias traduzindo-se, cada vez mais, em 
melhoria nos indicadores financeiros da empresa. Em um futuro 
próximo, as empresas que não adotarem práticas sustentáveis não 
conseguirão mais competir no mercado. 
 
Exposto isso, este estudo partiu da necessidade de compreensão e 
entendimento da importância da sustentabilidade, através da definição dos 
indicadores de sustentabilidade e, relacioná-la, respeitando seus diferentes 
aspectos, à gestão da qualidade organizacional com foco no crescimento 
sustentável, certificando se a sustentabilidade e a qualidade são ou não uma fonte 
capaz de gerar retorno financeiro e de imagem (corroborando utilizando como 
métrica seu valor de mercado), para as organizações. Tal ação visa que os 
22 
 
 
gestores, empresários e empreendedores não só compreendam a necessidade de 
assumir uma postura responsável nas suas relações com a sociedade, como 
inclusive possam avaliar os processos de mudança necessários à manutenção 
competitiva das suas organizações diante de um novo cenário de consciência 
econômica, social e ambiental. Em suma, evidenciar a existência da relação entre 
a Sustentabilidade e a Qualidade no que se refere a impactar em ampliação no valor 
das organizações diante do mercado. 
 
 
1.2 PROBLEMA 
 
No Brasil e no mundo, empresas do mesmo ramo ou segmento econômico 
preocupam-se com questões relacionadas à melhoria de seus processos para o 
aumento da produtividade e a melhor conceituação de suas atividades frente ao 
mercado, com vistas à competitividade. Os indicadores de sustentabilidade são um 
ponto crucial que levam estas empresas a abrir vantagem competitiva frente às 
demais na corrida empresarial e tal ação é vista, pelos consumidores, como 
diferencial da qualidade do produto ou serviço oferecido (CARVALHO; GUEDES, 
2018; WWF, 2018). 
De acordo com estudo realizado pelo SEBRAE (2016), 18,3% dos 
empresários acreditam que a falta de informações sobre sustentabilidade é a 
principal barreira para adotar ações sustentáveis na empresa. Em seguida, estão a 
dificuldade em encontrar parceiros para cooperação (16,6%) e o preço a pagar para 
adotar ações (11,2%). 
As organizações têm questionamentos e preocupações sobre a real 
necessidade de programar e implementar práticas sustentáveis, e assim, parte 
destas cogitam que não é tão imprescindível e até argumentam que essas ações 
demandam muitos esforços e recursos humanos e financeiros (SEBRAE, 2016; 
SPALENZA; AMARAL, 2018). Isso gera perda do market share, diminuição da 
lucratividade e até possível extinção da organização (SPALENZA; AMARAL, 2018). 
A oportunidade atrelada ao atual cenário é compreender que a mudança de 
mentalidade na forma de executar os processos operacionais, requer um grande 
esforço por parte dos colaboradores e dos gestores destas organizações. Ações em 
23 
 
 
sinergia visando à melhoria contínua organizacional nas três esferas de atuação: 
estratégica, tática e operacional, trarão consequências satisfatórias. 
Programar e implementar práticas sustentáveis tende a trazer resultados a 
médio e longo prazo, esta implementação requer tempo e por esse motivo, é preciso 
entender a importância dos indicadores de sustentabilidade e confiar que tal 
implementação gerará frutos e benefícios que só serão colhidos no futuro caso as 
ações sejam implementadas de modo imediato. 
Otimizar os recursos, ou seja,produzir gastando menos, diminuir o 
desperdício, conscientizar os colaboradores e a alta gestão possibilita que as 
empresas entrem em sintonia com a sociedade, que cada vez mais exige a 
participação ativa das instituições, optando por empresas com as quais está 
disposta a fechar negócio com base em valores como a responsabilidade ambiental, 
que considera cruciais. 
Não é tão simples concluir o processo de implementação de práticas 
sustentáveis e pode sim ser difícil projetar possíveis resultados, todavia para isso é 
primordial entender a importância e como incitar ideias que proponham soluções 
relacionadas à sustentabilidade e como aplicá-las com foco na obtenção de 
vantagem competitiva através da qualidade. 
A sustentabilidade empresarial se equilibra em três pilares: o social, o 
econômico e o ambiental. Sendo assim as organizações devem buscar o bem-estar 
social, a viabilidade financeira e trabalhar para a conservação do planeta. 
Infelizmente, muitas empresas estão preocupadas apenas em obter lucro. 
Verifica-se o descaso com o meio ambiente e a sociedade através de 
notícias que são recebidas diariamente em todos os lugares do mundo por 
diferentes meios de comunicação, independente do segmento da organização, do 
fato de o país ser desenvolvido ou subdesenvolvido, do nível educacional e renda 
familiar dos atores envolvidos. É triste a realidade em que toda a sociedade vive e 
toda e quaisquer atitudes e ações tomadas com o objetivo de modificar esse quadro, 
tende a trazer benefícios ao meio ambiente que está suplicando por socorro. 
Dentro deste processo estão os colaboradores, fornecedores, acionistas e 
o proprietário, porém, fora estão a comunidade, agências reguladoras 
governamentais, instituições públicas de fomento/desenvolvimento, instituições 
privadas e/ou mistas de crédito/financiamento, associações, federações e 
confederações empresariais ligadas à indústria, sindicatos e federações, ou 
24 
 
 
confederações de trabalhadores, associação de consumidores, agências e 
organismos públicos de defesa dos direitos do consumidor, associações 
comunitárias, associações de moradores, sem esquecer o planeta e as futuras 
gerações. 
Os riscos atuais caracterizam-se por ter consequências, em geral de alta 
gravidade, desconhecidas em longo prazo e que não podem ser avaliadas com 
precisão dependendo do nicho de atividade da organização. 
O WWF- Brasil, uma organização que trabalha em defesa da vida com o 
propósito de mudar a atual trajetória de degradação socioambiental, relatou que o 
crescimento do padrão mundial de consumo e da população irá dobrar a demanda 
mundial por recursos naturais e alimentos. 
Em 1961, quando foi fundado, a sigla WWF significava “World Wildlife Fund” 
e foi traduzido como “Fundo Mundial da Natureza” em português. No entanto, com 
o crescimento da organização ao redor do planeta nas décadas seguintes, a 
atuação da instituição mudou de foco e as letras passaram a simbolizar o trabalho 
de conservação da organização de maneira mais ampla. Com isso, a sigla ganhou 
sua segunda tradução: "World Wide Fund For Nature" ou “Fundo Mundial para a 
Natureza” (WWF-Brasil, 2018). 
É preciso muita atenção e ação, pois no ano de 2019, a entidade 
internacional Global Footprint Network (GFN), organização pioneira no cálculo da 
Pegada Ecológica, realizado desde 1986, divulgou o chamado Dia da Sobrecarga 
que marca a data a partir da qual o consumo de recursos naturais ultrapassa a 
capacidade de regeneração dos ecossistemas para o ano. 
Neste cálculo, a instituição revelou que o planeta entrou em déficit, ou seja, 
no vermelho. A população mundial já consumiu todos os recursos naturais (água, 
terra, ar limpo) que o planeta oferece, além da capacidade de regeneração dos 
ecossistemas. Esse dia chegou dois meses antes quando comparado a 20 anos 
atrás, e de acordo com a instituição, se adianta a cada ano no calendário, o que é 
alarmante. 
Atualmente, é exercida uma procura 1.75 vezes superior à capacidade de 
regeneração dos ecossistemas, ou seja, atualmente a humanidade usa os recursos 
equivalentes de 1.75 planetas Terra como apresentado na Figura 1. 
 
 
25 
 
 
Figura 1 – Dia da Sobrecarga 1970-2019. 
 
Fonte: Global Footprint Network (2019). 
 
A proposta é entender a importância da sustentabilidade, através de seus 
indicadores, e relacioná-la à gestão da qualidade organizacional com foco no 
crescimento sustentável diante de um novo cenário de consciência econômica, 
social e ambiental. 
Portanto, emerge a seguinte questão de pesquisa motivadora deste estudo: 
Existe ampliação do valor de mercado das empresas brasileiras catalogadas no 
ranking Global 100, ano referência 2020, da revista Corporate Knights que possuem 
certificações socioambientais (ISO 14001, ISO 26000 e ISO 45001) e/ou 
certificações de qualidade (ISO 9001)? 
O aumento do número de empresas certificadas no Brasil e no Mundo tem 
demonstrado que as certificações são cada vez mais encaradas como objetivos 
estratégicos. Ao aderir as certificações socioambientais e de qualidade pode-se, ou 
não, afirmar que estas geram maior competitividade, aumento da quota de mercado 
ou simplesmente a melhoria da imagem organizacional. Tendo por base a evolução 
das certificações ISO 9001, ISO 14001, ISO 26000 e ISO 45001 procurou-se 
analisar a importância que as empresas brasileiras atribuem à certificação de uma 
forma geral, se estas possuem relação entre si e agregam real valor às envolvidas. 
26 
 
 
A fim de ajustar os rumos que as empresas vêm tomando em relação à sua 
interação com o meio ambiente natural, busca-se de fato, evidenciar que aplicar 
sistemas de indicadores ou ferramentas de sustentabilidade, na busca pela 
melhoria contínua nos serviços e produtos para melhor enfrentar a competitividade 
do mercado, está diretamente relacionada com a gestão da qualidade empresarial 
e a consequente valorização do valor de tais empresas no mercado, culminando em 
retorno financeiro e de imagem. 
O desenvolvimento sustentável pode ser definido e operacionalizado para 
que seja utilizado como ferramenta da qualidade. Evidenciar se as empresas que 
possuem certificações de sustentabilidade possuem em conseguintes certificações 
de qualidade e se tal critério atua na ampliação de seus valores de mercado. 
 
 
1.3 OBJETIVOS 
 
Este trabalho tem como objetivo verificar se existe ampliação do valor de 
mercado das empresas brasileiras catalogadas no ranking Global 100 2020, da 
revista Corporate Knights, que possuem certificações socioambientais e/ou 
certificações de qualidade. 
 
 
1.3.1 Objetivo Geral 
 
Tomando como base o cenário até aqui apresentado, o cerne deste estudo 
é identificar o conceito e a importância da sustentabilidade, através do uso de 
indicadores e relacioná-la à gestão da qualidade organizacional, verificando a 
existência de evidências de relação e associação entre a Sustentabilidade, a 
Qualidade e o Valor de mercado. 
 
 
1.3.2 Objetivos Específicos 
 
Dentre os objetivos específicos destacam-se: 
⎯ Verificar a importância dos indicadores de sustentabilidade; 
27 
 
 
⎯ Demonstrar a existência da relação entre a sustentabilidade e o 
desempenho de sistemas de gestão da qualidade das empresas 
brasileiras catalogadas no ranking Global 100 2020 da revista 
Corporate Knights, que lista as 100 empresas mais sustentáveis do 
mundo; 
⎯ Analisar as vantagens e desvantagens desta relação, se esta existir; 
⎯ Identificar, através da verificação da existência de certificações 
socioambientais e certificações de qualidade, se tais dimensões são 
convergentes para a ampliação do valor de tais organizações no 
mercado. 
 
 
 1.3.3 Delimitação do Estudo 
 
O estudo, ora em projeto, delimita-se a promover uma análise sobre a 
importância da sustentabilidade, através de seus indicadores, na gestão da 
qualidade nas organizações brasileiras, demodo a evidenciar a relação entre as 
duas variáveis/dimensões, qualidade e sustentabilidade. Essa amostra contempla 
as empresas brasileiras catalogadas no ranking Global 2020, das 100 empresas 
mais sustentáveis do mundo, da revista canadense Corporate Knights, e verifica-se 
a existência de certificações socioambientais e/ou de qualidade e se tais são 
convergentes para a ampliação do valor de mercado destas organizações. Tal 
objetivo será alcançado através da discussão de abordagens, respeitando os 
diferentes aspectos. 
O índice Global 100 é gerenciado pela empresa canadense Corporate 
Knights, ligada ao mercado editorial, e utiliza uma variedade de diferentes fontes de 
informação para formar o indicador Global 100. O universo de partida para o projeto 
é determinado usando os dados encontrados em declarações de empresas 
financeiras, relatórios de sustentabilidade, Bloomberg (empresa de tecnologia e 
dados para o mercado financeiro e agência de notícias operacionais em todo o 
mundo com sede em Nova York) e outras fontes de terceiros. Como uma primeira 
amostra, eliminam-se todas as empresas que não divulgam pelo menos 75% dos 
“indicadores prioritários” em seu respectivo grupo da indústria para o ano de 
desempenho. 
28 
 
 
O modelo de pesquisa é composto por 21 Key Performance Indicator (KPI), 
no português indicadores-chave de desempenho. As empresas só são pontuadas 
nos KPI prioritários para seus respectivos grupos industriais. Para a elaboração do 
ranking os especialistas consideram 21 KPI como: gestão financeira, de pessoal e 
de recursos; receita obtida de serviços/produtos com benefícios ambientais e/ou 
sociais; desempenho da cadeia de fornecedores, dentre outros (CORPORATE 
KNIGHTS, 2020). 
 
 
1.4 JUSTIFICATIVA 
 
Explorar a relação do homem com o meio ambiente a partir da tomada de 
consciência a respeito da crise ambiental é de suma importância. O conceito de 
sustentabilidade cada vez mais vem sendo abordado com enfoques mercadológicos 
e econômico-sociais, uma preocupação essencial considerada pelas empresas 
para corresponder às expectativas da sociedade de um modo geral. 
Atuando com base em preceitos de sustentabilidade, as empresas podem 
contribuir para a exploração mais consciente dos recursos naturais, evitando a 
escassez dos mesmos e contribuindo inclusive para a redução dos impactos 
ambientais da atividade produtiva. Assim, a própria sobrevivência das populações 
do globo pode ser menos ameaçada. 
A produtividade e a qualidade de uma empresa são medidas através de 
indicadores com o foco em utilizar os recursos disponíveis de maneira adequada e 
verificar a capacidade da empresa em atender às expectativas dos clientes, 
respectivamente (SEBRAE, 2015). Os indicadores de produtividade estão 
relacionados à eficiência, pois tratam da utilização e dos processos dos recursos 
para a geração de produtos e serviços, enquanto que os indicadores da qualidade 
estão vinculados diretamente ao conceito de eficácia, que nada mais é que a 
maneira como o produto é percebido pelo cliente conforme os seus requisitos. 
A utilização de indicadores de sustentabilidade e a consequente mudança 
de postura nas empresas que aderem viés sustentável vêm ganhando espaço nos 
planos de gestão da qualidade das organizações e pode diagnosticar, dentro de um 
processo, as interferências ambientais, a fim de valorizar o ciclo produtivo e diminuir 
impactos nos processos produtivos através da busca por alternativas que levem em 
29 
 
 
conta o equilíbrio de novas filosofias e propostas de abordagem referentes ao tema. 
(CASTRO et.al, 2016) 
No âmbito profissional, existe a necessidade de que a capacidade produtiva 
se torne mais eficiente no uso dos recursos naturais, com isso através de um 
monitoramento rigoroso, um controle adequado e uma análise correta dos itens 
utilizados como indicadores nos processos, este trabalho pode beneficiar as 
empresas representando como melhorias o aumento de produtividade, melhor 
organização, a diminuição de custos e desperdícios e a possível ampliação de seu 
valor no mercado. 
É necessário, por conseguinte integrar as dimensões da sustentabilidade 
na empresa e ao longo da cadeia produtiva para que o negócio se mantenha e se 
perpetue, resultando em mais qualidade oferecida ao mercado e mais 
competitividade dentro do segmento empresarial. A sustentabilidade é essencial 
para a permanência da vida, de negócios e de ganhos no mercado, e para atuar de 
maneira competitiva em mercados com concorrência cada vez mais acirrada, as 
empresas precisam coordenar os esforços com bases em preceitos de 
sustentabilidade. 
Em relação aos ganhos à sociedade, que são expressivos, destacam-se o 
fato de os colaboradores encontrarem um bom ambiente de trabalho, a comunidade 
que se desenvolve no entorno da organização sustentável, o planeta que é 
preservado e os recursos naturais são que disponibilizados com qualidade e as 
futuras gerações que encontram um ambiente equilibrado. 
Evidenciar para a sociedade a importância de adquirir produtos e serviços 
de empresas que possuem o viés de responsabilidade socioambiental mostrando 
que tal viés está diretamente associado à qualidade dos produtos e serviços por 
esta oferecidos. 
A comunidade científica leva como legado o conhecimento agregado, que 
esse trabalho possa servir de base para futuros estudos relacionados métodos 
voltados à aplicação da sustentabilidade como medida estratégica na 
implementação de sistemas de gestão da qualidade com foco em ampliação do 
valor de mercado das organizações. Tal assunto pode ser útil para integrantes de 
todos os níveis do meio acadêmico que buscam verificar e discutir acerca da relação 
entre sustentabilidade e qualidade, da importância dos indicadores de 
30 
 
 
sustentabilidade e da possível ampliação do valor de mercado ao se assumir tais 
práticas. 
Como justificativa pessoal, o objeto do estudo será de suma importância 
para integrar valores e possibilitar trazer o futuro para o presente, levando ao 
conhecimento de que é possível realizar nossos sonhos hoje sem comprometer os 
sonhos daqueles que ainda nem nasceram. Muitos não querem tratar do assunto, 
têm dificuldade de pensar no futuro, mas para a autora é uma grande questão que 
precisa ser resolvida. É preciso reinventar, criar uma nova consciência, pois o 
investimento é medido em longo prazo e para isso é preciso ter um começo. 
 
 
1.5 METODOLOGIA 
 
A metodologia fundamenta-se no estudo dos métodos e suas limitações. 
Avaliam-se as técnicas de pesquisa que possam conduzir a elaboração de novos 
métodos, de como processar e fornecer informações em meio investigativo 
(BARROS; LEFHELD, 2007). 
Tem como principal objetivo esclarecer tudo o que foi feito durante a 
elaboração do estudo, bem como os instrumentos utilizados, seus métodos, os 
atores envolvidos, dentre outros (MASCARENHAS, 2012). 
Para classificação da pesquisa, toma-se como base a taxionomia de 
Vergara (2016), que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto 
aos meios. 
 
 
1.5.1 Quanto aos fins 
 
De acordo com Perovano (2016), o objetivo da definição do tipo de estudo 
é poder estabelecer as estratégias que serão utilizadas e que poderão ser 
desenvolvidas na pesquisa e apontarão o nível científico sobre o tema em questão. 
Quanto aos fins, a pesquisa apresentada é descritiva, explicativa e aplicada. 
Para Vergara (2016) tais pesquisas denominam-se conforme as definições a seguir: 
 Pesquisa descritiva é aquela que expõe características claras de 
uma determinada população ou fenômeno, que podem ainda 
31 
 
 
estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza, 
envolvendo técnicas padronizadas e bem estruturadas de coleta 
de seus dados. 
 Pesquisa explicativa tem como principal objetivo tornar as ações 
estudadas em algo inteligível, como dados de fácil compreensão, 
justificandoe explicando os seus principais motivos, 
esclarecendo quais fatores contribuem para a ocorrência de 
determinado fenômeno. 
 Pesquisa aplicada é aquela motivada pela necessidade de 
resolver problemas que já existem na prática, de forma imediata 
ou não, tem, portanto, finalidade prática. 
Sendo assim, o trabalho em questão é de caráter descritivo e explicativo 
visto que descreverá a importância dos indicadores de sustentabilidade e a relação 
destes com a gestão da qualidade dentro das organizações e aplicado, uma vez 
que é motivado pela necessidade de resolver um problema que já existe. 
Esse trabalho serve de instrumento para empresas que visam 
sustentabilidade como diferencial de qualidade e notória elevação de valor frente ao 
mercado e buscam por um estudo introdutório que evidencie a relação entre 
sustentabilidade e qualidade nesse viés. Além de ser um legado para o universo 
acadêmico e para os próximos estudos que almejam realizar um aprofundamento 
do tema em questão. 
 
 
1.5.2 Quanto aos meios 
 
Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado que ocorre a partir da 
tentativa de resolver problemas baseando-se a partir de informações advindas de 
material gráfico, sonoro e informatizado: literatura, revistas, jornais, redes 
eletrônicas, ou seja, materiais onde o público em geral tem facilidade no acesso a 
essas informações (BARROS; LEHFELD, 2007 e VERGARA, 2016). 
Desta forma, este trabalho caracteriza-se por realizar pesquisa bibliográfica, 
pois é elaborado a partir da revisão literária, incluindo livros, artigos e teses 
relacionados ao tema. Para a fundamentação teórico-metodológica será realizada 
32 
 
 
investigação sobre os seguintes assuntos: indicadores de sustentabilidade, 
sustentabilidade, qualidade, existência de certificações socioambiental e de 
qualidade e valor de mercado (considerando indicadores) das organizações em 
questão para o estudo. 
 
 
1.5.3 Universo e Amostra 
 
Vergara (2016) define população como conjunto de elementos, no caso 
deste estudo empresas, que possuem as características que serão objeto de estudo 
e define ainda População amostral ou Amostra como parte do universo (população) 
escolhida segundo algum critério de representatividade. 
O Universo de estudo engloba a importância dos indicadores de 
sustentabilidade na gestão da qualidade das organizações de forma a evidenciar a 
relação entre a sustentabilidade e o desempenho de sistemas de gestão da 
qualidade com viés de ampliar valor de mercado. Para seleção das Amostras, foram 
selecionadas as empresas brasileiras catalogadas no ranking 2020 da revista 
Corporate Knights, que lista as 100 empresas mais sustentáveis do mundo. 
 
 
1.5.4 Coleta de dados 
 
Os dados foram coletados por meio de pesquisa bibliográfica a fim de 
sustentar e justificar os conceitos de indicadores de sustentabilidade, 
sustentabilidade e qualidade. 
Foram levantados a partir da análise dos Relatórios Anuais e 
Demonstrações Financeiras das respectivas organizações e a partir da revisão da 
literatura na base SciELO em que, direta ou indiretamente, contemplem dados 
pertinentes a assuntos relacionados ao tema através de livros, revistas 
especializadas, artigos, anais de congresso, teses, dissertações, jornais e internet. 
As pesquisas bibliográficas justificam-se, à medida que contribuem para maior 
compreensão do fenômeno da possível relação de empresas que possuem 
certificações socioambientais e/ou de qualidade e sua ampliação de valor no 
mercado. 
33 
 
 
1.5.5 Tratamento dos dados 
 
Os dados são tratados de forma qualitativa e de acordo com os objetivos 
estabelecidos para este estudo será elencada a importância da sustentabilidade, 
considerando sua dimensão através de indicadores de sustentabilidade, analisar a 
existência da possível relação entre a sustentabilidade e o desempenho dos 
sistemas de gestão da qualidade das empresas brasileiras catalogadas no ranking 
2020 Global 100; verificar, caso exista, as vantagens e desvantagens da relação 
entre a sustentabilidade e os sistemas de gestão da qualidade a partir verificação 
da existência de certificações das empresas em questão evidenciando se tais 
dimensões, sustentabilidade e qualidade, são convergentes para a ampliação do 
valor destas organizações no mercado. A Figura 2 ilustra o fluxograma do processo 
de tratamento dos dados. 
 
Figura 2 – Fluxograma do tratamento dos dados. 
 
Fonte: Elaborado pela Autora (2020). 
 
 
1.5.6 Limitações do método 
 
O método escolhido para o estudo apresenta certas limitações que serão 
apresentadas a seguir: 
34 
 
 
⎯ A delimitação da abrangência da pesquisa às empresas 
brasileiras catalogadas no ranking Global 100 2020 deixando à 
parte outras empresas importantes e tradicionais em função do 
tempo disponível e da importância a nível mundial que tal 
Relatório possui, não permite generalização das conclusões 
extraídas do estudo. 
⎯ Dados das empresas serão coletados por meio de bases de 
pesquisa à internet e órgãos responsáveis pelas certificações. 
 
 
1.6 BIBLIOMETRIA 
 
A bibliometria é uma importante ferramenta que possibilita analisar como 
está a produção intelectual sobre um determinado tema ou assunto. De acordo com 
pesquisa realizada nos periódicos CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior), a varredura foi feita a partir de dissertações, teses e 
artigos que abordam “Sustentabilidade” e “Gestão da Qualidade” e contemplou o 
período de 1980 até 2019. 
Conforme evidenciado na Figura 3, foram utilizadas, em inglês, as palavras-
chave “Sustainability” e “Quality management”, pois a quantidade de documentos é 
maior neste idioma, o que facilitou a busca e a posterior análise. 
 
Figura 3 - Print da Página Periódicos Capes para pesquisa de publicações envolvendo os 
termos “sustainability” e “quality management”
Fonte: Periódicos CAPES (2020). 
35 
 
 
No Gráfico 1 é possível observar a evolução do número de publicações 
envolvendo os temas sustentabilidade e gestão da qualidade que ocorreram entre 
1980 e 2019 a partir de consulta realizada na base de dados Periódicos CAPES. 
 
Gráfico 1 - Publicações envolvendo sustentabilidade e gestão da qualidade. 
 
Fonte: Elaborado pela Autora a partir dos dados Periódicos CAPES (2020). 
 
As primeiras abordagens sobre o tema tiveram início a partir de 1991, após 
a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento definirem 
Desenvolvimento Sustentável. Nos anos seguintes ocorreram expressivos 
aumentos, destacando-se os que aconteceram após 2000, 2005 e 2010. Em 2015 
as publicações reduziram significativamente em 7,79%, porém, nos anos 
subsequentes, ocorreu uma valorização de enfoque do tema que permaneceu em 
uma crescente evolução até o ano de 2018. Em 2019 houve uma queda nas 
publicações de 6,27%. 
Com isso pode-se verificar a relevância da Sustentabilidade diretamente 
relacionada à Gestão da Qualidade dentro das empresas. A cada ano o número de 
publicações aumenta evidenciando que o assunto visa garantir vantagem 
competitiva no atual cenário de globalização em que a concorrência está cada vez 
mais acirrada. 
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
36 
 
 
1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO 
 
Este trabalho será apresentado em quatro capítulos, conforme descrição a 
seguir: 
O capítulo 1 contempla introdução, objetivos geral e específicos, 
justificativa, delimitação do estudo em questão. Descreve metodologia aplicada e 
as partes que a compõem, sendo o tipo de pesquisa aplicado, o universo e a 
amostra selecionada. Aborda o tratamento e a análise dos dados coletados, assim 
como as limitações no método aplicado. Por fim, tem-se a bibliometria para justificar 
a relevância do assunto e a estrutura de apresentação do trabalho. 
No capítulo 2 é apresentada a fundamentação teórica acerca do trabalho 
proposto, que é compostapor referencial teórico e definição dos métodos e das 
ferramentas incluindo conceitos referentes à sua abordagem. 
O capítulo 3 descreve identificação, verificação e posterior discussão sobre 
o tema, tratando em suma do desenvolvimento dos objetivos específicos. 
No capítulo 4 são apresentadas as considerações finais e propostas para 
futuros trabalhos. 
 
37 
 
 
 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Para legitimar este conteúdo e trazer uma melhor compreensão sobre o 
papel dos temas abordados neste estudo analisam-se a Sustentabilidade e a 
Qualidade relacionando-as com o objetivo desta pesquisa. Composta por 
referencial teórico que abrange de forma clara uma visão histórica da trajetória da 
Sustentabilidade e contempla ainda o desenvolvimento sustentável, seus 
indicadores, o tripé da sustentabilidade, a ISO 14001:2015, Produção Mais Limpa 
(lean production), ISO 26000, OSHAS 18001 e a nova ISO 45001 e Logística 
Reversa. Com o viés complementar aos temas abordados neste estudo, este 
referencial teórico abrange ainda uma visão histórica da trajetória da Qualidade, a 
ISO 9001:2015 e discorre sobre as ferramentas da qualidade. 
 
 
2.1 SUSTENTABILIDADE 
 
Para se atentar à relevância de Sustentabilidade precisa-se permear um 
pouco pelo passado através de uma visão histórica da trajetória buscando 
interpretar conceito e evolução desta área, para o consenso da percepção de 
sobrevivência da organização, que de acordo com a WCED (1988) é preciso 
sobreviver sem comprometer as futuras gerações. 
A discussão sobre o desenvolvimento sustentável vem de longa data, pois 
em suas várias dimensões o tema tem sido abordado sob diferentes aspectos e com 
conotações distintas (BARBIERI, 2004; SEIFFERT, 2005). 
O primeiro encontro ocorreu na Suécia em 1972 com a Conferência sobre 
o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. Pode-se mencionar que a preocupação 
ambiental foi primeiramente abordada pelo Clube de Roma, um órgão colegiado 
liderado por empresários que, por meio da publicação intitulada “Limites do 
Crescimento”, contemplou em termos trágicos o futuro mundial caso a sociedade 
mantivesse os padrões de produção e consumo vigentes à época (MEADOWS et.al, 
1972). Deste encontro surgiu o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA). 
No ano de 1983 reuniu-se, a pedido do secretário-geral das Nações Unidas, 
Javier Pérez de Cuéllar (Peru) – 1982/1991, a Comissão Mundial sobre o Meio 
38 
 
 
Ambiente e Desenvolvimento para avaliar os avanços dos processos de 
degradação ambiental e a eficácia das políticas ambientais para enfrentá-los. Este 
evento teve como ponto alto a publicação do Relatório de Brundtland, que recebeu 
este nome em homenagem à Gro Harlem Brundtland, ex-primeira ministra da 
Noruega (AMATO NETO, 2011; ONU, 2020). 
Em 1987 ocorreu novo encontro, que gerou um documento intitulado 
Protocolo de Montreal, também conhecido como o relatório “Nosso futuro comum” 
(WECD,1988), o qual foi responsável por disseminar o conceito de desenvolvimento 
sustentável, definido como aquele que atende às necessidades das gerações atuais 
sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atenderem às suas 
(WILKINSON; HILL; GOLLAN, 2001). Este evento reuniu um número expressivo de 
países (180 nações), que se comprometeram com as metas de redução da 
produção de gases causadores do estreitamento da camada de ozônio (BELLEN, 
2003). 
Já em 1992, tem-se a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como ECO-92, na 
cidade do Rio de Janeiro. Nesta conferência estabeleceu-se a Agenda 21 – Agenda 
de Desenvolvimento Sustentável, assinada por 179 países. A ECO-92 reforçou a 
necessidade de a sociedade como um todo engendrar o desenvolvimento 
sustentável, cuja base está alicerçada em mudanças paradigmáticas no modo de 
conceber e implementar ações econômicas, políticas e sociais que considerem os 
impactos dessas atividades sobre o meio ambiente (SEIFFERT; LOCH, 2005). 
Um dos mais importantes eventos internacionais para se discutirem as 
perspectivas das nações em relação aos problemas ambientais globais foi o 
Protocolo de Kyoto, no Japão, em 1997. Neste encontro estabeleceu-se o protocolo 
de um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da 
emissão dos gases que provocam o efeito estufa e o esforço necessário para se 
evitar o aquecimento global. Após longa discussão e negociação entre os 
representantes dos países participantes, foi aberto para assinaturas em 11 de 
dezembro de 1997 e ratificado em 15 de março de 1999 entrando em vigor em 2005 
(LEFF, 2015). 
No ano de 2000, líderes mundiais reuniram-se na sede das Nações Unidas 
em Nova Iorque para estabelecer uma agenda de compromissos mínimos pela 
humanidade e definir uma visão abrangente para combater a pobreza nas suas 
39 
 
 
várias dimensões, a fome, doenças transmissíveis e evitáveis, a desigualdade de 
gênero, a destruição do meio ambiente e as condições precárias de vida. Essa visão 
foi traduzida em Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e foi, nos 
últimos 15 anos, o quadro de desenvolvimento dominante para o mundo (IPEA; SPI, 
2014; ONU, 2016). 
No ano de 2002 ocorreu o encontro Rio +10, Cúpula Mundial sobre o 
Desenvolvimento Sustentável, em Joanesburgo, África do Sul. Este encontro teve 
por objetivo principal checar se os objetivos da Agenda 21 estavam sendo 
alcançados (BELLEN, 2006). 
Posteriormente, em 2007, aconteceu a Conferência de Bali – Conferência 
das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-13), envolvendo 187 países, 
que ratificaram seus compromissos com a redução dos gases-estufa até 2050. 
O encontro de Bangkok em 2008 foi o evento que serviu primordialmente 
para preparar as negociações de um novo tratado internacional para o período pós-
Kyoto, a partir de 2012, com vistas à redução das emissões de gases-estufa entre 
25% e 40% (em relação aos níveis de 1990). 
Já em 2009 ocorreu a Conferência Climática de Copenhagen, capital da 
Dinamarca (COP-15). O encontro foi considerado o mais importante da história 
recente dos acordos multilaterais ambientais, pois teve por objetivo estabelecer o 
tratado que substituiria o Protocolo de Kyoto, vigente de 2008 a 2012. Neste evento 
foram debatidas questões como o impasse entre países desenvolvidos e em 
desenvolvimento para se estabelecerem metas de redução de emissões e as bases 
para um esforço global de mitigação e adaptação. Cabe destacar, ainda, que essa 
conferência foi marcada pela chegada de Barack Obama ao poder nos Estados 
Unidos, prometendo uma nova postura dos EUA face às questões ambientais 
(AMATO NETO, 2011). 
Em 2011 ocorreu a 16ª Conferência sobre as Mudanças Climáticas, ou 
Cimeira de Cancun, México. Essa conferência ocorreu após o fracasso verificado 
em 2009 na COP-15, onde a presença de mais de 150 chefes de Estado e Governo 
não foi suficiente para se chegar a um entendimento sobre a redução das emissões 
de gases de efeito estufa (GEE). A conferência de 2009 resultou apenas em um 
acordo mínimo, concluído e assinado às pressas por 20 chefes de Estado que se 
comprometeram a limitar, de maneira voluntária, o aquecimento global a dois graus 
40 
 
 
Celsius sem, contudo, especificarem os meios para atingir essa meta (BELLEN, 
2003). 
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável 
(CNUDS), no Rio de Janeiro, em 2012 conhecida como Rio +20, teve como foco a 
renovação do compromisso sobre o desenvolvimento sustentável formalizado em 
diversos países em conferências anteriores. Dessa conferência surgiu o documento 
intitulado The future we Want, com foco principalmente nas questões da utilização 
de recursos naturais, e em questões sociais como a falta de moradia (UNSCD, 
2012). 
Com o fim da vigência da Declaração do Milênio das Nações Unidas foi 
elaborada uma agenda pós-2015 para o desenvolvimento sustentável,tendo em 
vista a continuidade das ações para avanço em todos os níveis. O plano de ações 
intitulado “Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável”, com vistas ao cumprimento em 2030, possui dezessete objetivos de 
desenvolvimento sustentável (ODS) e 169 metas sendo “integradas e indivisíveis, e 
mesclam de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: 
a econômica, a social e a ambiental” (ONU, 2016). 
 
 
2.1.1 Desenvolvimento Sustentável 
 
Para Amato Neto (2011), o tema sustentabilidade faz parte de uma 
significativa parcela da agenda de chefes de estado, de estratégias corporativas de 
grandes empresas no Brasil e no mundo e vem ocupando espaços cada vez mais 
importantes na mídia, nos meios empresariais, no debate acadêmico e em muitas 
outras esferas de discussão da sociedade mundial. 
De acordo com Sachs (1993 p. 23), 
 
A sustentabilidade ambiental pode ser alcançada por meio da 
intensificação do uso dos recursos potenciais [...] para propósitos 
socialmente válidos; da limitação do consumo de combustíveis 
fósseis e de outros recursos e produtos facilmente esgotáveis ou 
ambientalmente prejudiciais, substituindo-se por recursos ou 
produtos renováveis e/ou abundantes e ambientalmente 
inofensivos; redução do volume de resíduos e de poluição...; 
intensificação da pesquisa de tecnologias limpas. 
41 
 
 
O conceito de sustentabilidade é bastante amplo e integra a parte 
econômica (capital, vendas, custo, rentabilidade, taxa de retorno), social (trabalho, 
oportunidade, dignidade, saúde e segurança, ergonomia) e ambiental (terreno, 
materiais, destino dos efluentes, resíduos, conforto, qualidade do ar). Tais partes 
precisam ser analisadas de maneira integrada, pois a garantia do desenvolvimento 
sustentável para preservação do patrimônio natural depende de um 
desenvolvimento econômico e social pleno, em que a busca por alternativas deve 
buscar equilíbrio entre a utilização dos recursos naturais e a geração de resíduos 
(KAZAZIAN, 2005; AGOPYAN et.al, 2011). 
O termo Desenvolvimento Sustentável manifestou-se nas últimas décadas 
do século XX para tornar inteligível ideias e preocupações advindas dos graves 
problemas que ocasionam riscos às condições de vida no planeta. Bellen (2003) 
sustenta que o conceito de desenvolvimento sustentável resulta de um processo 
histórico relativamente longo que inclui a reavaliação crítica da relação entre a 
sociedade civil e seu meio natural e ainda que a noção de desenvolvimento 
sustentável tem sua origem mais remota no debate acerca do conceito de 
desenvolvimento, quando da sua relação ao crescimento. 
Alguns pontos importantes na discussão dos riscos do crescimento 
contínuo foram: o relatório sobre os limites do crescimento, publicado em 1972 pelo 
Clube de Roma; o surgimento do conceito de eco desenvolvimento que abrange as 
questões sociais, econômicas, culturais, políticas e ambientais, formulada por 
intelectuais como Sachs, Leff e Strong, em 1973; a declaração de Cocoyok, em 
1974; o relatório da Fundação Dag-Hammarkskjöld, em 1975, e finalmente a 
Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, em 1992, no Rio de Janeiro (BELLEN, 2003; LEFF, 2005; SILVA, 
2018). 
O conceito de DS é relativamente recente e surgiu inicialmente com o nome 
de Eco desenvolvimento na década de 1970 (SACHS, 2009), este conceito 
demonstra pontos básicos que devem considerar, de maneira harmônica, o 
crescimento econômico, uma maior percepção com impactos sociais decorrentes e 
o equilíbrio ecológico na utilização dos recursos naturais (MEYER, 2000). 
Vizeu, Meneghetti e Seifert (2012, p. 580) propõem a uma reflexão ao 
conceito de desenvolvimento sustentável: 
 
42 
 
 
Baseada na teoria tradicional, a proposta de desenvolvimento 
sustentável apresenta-se também como concepção aparente, que 
mascara as contradições da relação dialética 
destruição/sustentabilidade: a sustentabilidade torna-se cada vez 
mais importante na medida em que a destruição econômica e da 
natureza se intensificam. É por esse movimento dialético que não 
teve sentido a concepção de sustentabilidade em contextos 
históricos em que a destruição econômica e da natureza não se 
faziam presentes. 
 
Para Barbieri e Silva (2011), existe um entendimento de que o termo 
desenvolvimento sustentável vem sendo substituído por sustentabilidade. É 
necessário esclarecer que a sustentabilidade foca a responsabilidade das 
organizações e seus impactos ambientais, sociais e econômicos, com vistas em 
identificar práticas capazes de prejudicar, nessas dimensões, e propor melhorias 
para o bem-estar das comunidades e para a manutenção dos ecossistemas 
(AHMIĆ; ŠUNJE; KURTIĆ, 2016). O “desenvolvimento sustentável é aquele que 
atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações 
futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991, p. 46). 
 
 
2.1.2 Indicadores de desenvolvimento sustentável 
 
Indicador é um termo originário do latim indicare, que significa descobrir, 
estimar, apontar, anunciar (HAMMOND et.al, 1995; MEIRA, 2009). A partir da ação 
de medirmos o que nos preocupa e de nos preocuparmos com o que podemos 
medir, geramos valores (MEADOWS, 1998), que são instrumentos dinâmicos 
importantes na construção e consolidação de juízos sobre condições de um 
sistema, seja ele passado, atual ou futuro possibilitando construir trajetórias 
possíveis (QUIROGA, 2001; ARAUJO, FERNANDES e RAUEN, 2015). 
No contexto da sustentabilidade, Quiroga (2001) divide indicadores em três 
gerações: indicadores ambientais a partir da década de 1980; indicadores das 
dimensões de desenvolvimento sustentável, mas sem a devida articulação, no final 
da década de 1980 e início de 1990; e a partir da década de 1990, indicadores de 
sustentabilidade, ou seja, indicadores cujas dimensões de desenvolvimento 
sustentável passam a ser articuladas. 
43 
 
 
Bellen (2006) elenca alguns dos indicadores ou sistemas de indicadores 
mais conhecidos e Rodrigues e Rippel (2015) pontuam suas vantagens e 
desvantagens: 
⎯ Índice de Desenvolvimento Humano – IDH (Human Development Index – 
HDI) (1990) – que sugere a medida do desenvolvimento humano focado em 
três elementos: longevidade, conhecimento e padrão de vida decente (um 
padrão que, atualmente, já vai além do produto interno bruto ou da renda per 
capita). 
✓ Vantagens: Fácil aplicação e compreensão; Auxilia na 
tomada de decisão. 
✓ Desvantagens: É um índice ponderado por valores que 
são determinados arbitrariamente. 
⎯ Pressão, Estado, Resposta (Pressure, State, Response – PSR) (1993) - 
que assume implicitamente uma causa na interação dos diferentes 
elementos da metodologia, sendo Pressão (P) a descrição da pressão das 
atividades humanas exercidas sobre o meio ambiente, incluindo recursos 
naturais; Estado (S) sendo referente a qualidade e quantidade de recursos 
naturais e qualidade do ambiente; e Resposta (R) a extensão e intensidade 
das reações da sociedade em responder às preocupações e alterações 
ambientais; 
✓ Vantagens: Fácil aplicação e compreensão; Auxilia na 
tomada de decisão; Fornece informações específicas 
sobre o estágio de desenvolvimento. 
✓ Desvantagens: Fornece uma visão parcial do 
desenvolvimento sustentável. 
⎯ Pegada Ecológica (Ecological Footprint Method – EFM) (1993). A 
ferramenta auxilia a compreensão dos limites da biosfera e a reorientação da 
vida para uma direção mais sustentável. Quando inseridos os dados 
referentes ao tipo de consumo, o EFM converte as características em uma 
área medida em hectares proporcional ao impacto do consumo. 
✓ Vantagens: Auxilia na tomada de decisão e fortalece a 
visão de sistema integrado; Auxilia na formação de uma 
consciência ambiental. 
44 
 
 
✓ Desvantagens: É um método estatístico e não aborda as 
demais dimensões do desenvolvimento sustentável(econômica e social). 
⎯ Força Dirigida, Estado, Resposta (Driving Force, State, Response – DSR) 
(1996), possui a função de organizar informações sobre desenvolvimento e 
avaliações setoriais sendo desenvolvido a partir do sistema PSR alterando 
Pressão por Força dirigida (D); 
✓ Vantagens: Fácil aplicação e compreensão; Auxilia na 
tomada de decisão; Fornece informações específicas 
sobre o estágio de desenvolvimento. 
✓ Desvantagens: Fornece uma visão parcial do 
desenvolvimento sustentável. 
⎯ Barômetro da Sustentabilidade (Barometer of Sustainability – BS) (1997) – 
é um projeto destinado às agências governamentais e não governamentais, 
tomadores de decisão e pessoas envolvidas com questões relativas ao 
desenvolvimento sustentável, em qualquer nível do sistema, do local ao 
global. O sistema apresenta conclusões em formato visual e fornece um 
retrato do bem-estar humano e tecnológico. 
✓ Vantagens: Auxilia na tomada de decisão; Apresenta as 
informações de forma clara; Fácil aplicação e 
compreensão; A queda de um índice não afeta o 
crescimento do outro. 
✓ Desvantagens: O processo de determinação das 
escalas de desempenho, estão sujeitas à subjetividade, 
o que influencia a avaliação final do desenvolvimento 
sustentável. 
⎯ Painel da sustentabilidade (Dashboard of Sustainability – DS) (1999) 
projetado para informar os tomadores de decisão, a mídia e o público em 
geral sobre a situação de desenvolvimento de um determinado sistema, 
público ou privado, de pequena ou grande escala, nacional, regional, local ou 
setorial em relação à sua sustentabilidade. Foi criada uma representação 
gráfica como metáfora ao painel de um automóvel. Os indicadores vão 
acelerando no painel à medida que os dados são inseridos. 
45 
 
 
✓ Vantagens: Fácil aplicação e compreensão. Rápida 
avaliação dos pontos positivos e negativos do 
desenvolvimento. Auxilia na tomada de decisão. 
✓ Desvantagens: Complexidade em alcançar a interação e 
demonstrar as tendências para os sistemas, econômico, 
social, ambiental e institucional. 
A Iniciativa Relatório Global (Global Reporting Iniciative – GRI), criado em 
1997, é uma ferramenta de comunicação do desempenho social, ambiental e 
econômico das organizações, com difusão global. A GRI é um processo de 
acreditação ao qual as empresas se submetem, tendo como objetivo ter sua 
sustentabilidade avaliada. A GRI se posiciona como padrão internacional para 
desenvolvimento de perspectivas sólidas para a publicação e divulgação do 
desempenho socioambiental das empresas através de relatórios cujo objetivo é 
certificar, após medições, as empresas com parâmetros que vão além da questão 
da transparência e da governança corporativa (BENITES; PÓLO, 2013; CALIXTO, 
2013; CARREIRA; PALMA, 2013; Global Reporting Initiative [GRI], 2013). 
A adesão às diretrizes da GRI é voluntária, gratuita, de livre acesso e visa 
atender a necessidade de uma comunicação transparente e clara, todavia é 
complexo e trata de indicadores organizados em três categorias tratadas na quarta 
geração do modelo GRI: a econômica, a ambiental e a social que se subdivide em 
outras quatro subcategorias: práticas trabalhistas e trabalho decente, direitos 
humanos, sociedade e responsabilidade pelo produto (CARREIRA; PALMA, 2013; 
ROSA et.al, 2013; SANTOS; SANTOS; SEHNEM, 2016). 
Kemerich, Ritter e Borba (2014), ao analisar os indicadores de 
sustentabilidade ambiental observam em seu estudo seus pontos fortes e fracos e 
evidenciam que devem possibilitar uma visão de conjunto sendo construídos a partir 
dos problemas e da realidade existente para que se possa entender seus aspectos 
críticos e aproveitar seu verdadeiro potencial. 
 
 
 
 
46 
 
 
2.1.3 Sustentabilidade sob a ótica do Triple Bottom Line 
 
A visão mais ampla de sustentabilidade manifestou-se em uma perspectiva 
tridimensional. A teoria do Triple Bottom Line (TBL), no português Tripé da 
Sustentabilidade, foi desenvolvida na década de 90, conhecida pela sigla 3P: 
People (pessoas), Planet (planeta) e Profit (lucro) e surgiu de um estudo realizado 
por Elkington em 1994 (OLIVEIRA et.al, 2010). Corroborando com este 
pensamento, Pizzetti (2017) defende em seu estudo que o TBL veio para trazer 
equilíbrio para a sociedade ao englobar as dimensões ambiental (planet), social 
(people) e econômica (profit) com o foco em transformar os empreendimentos 
viáveis considerando as três esferas. 
Barreto (2018) salienta que estas dimensões devem agir de maneira 
holística para que, de fato, possam ser atribuídos o título de sustentável a seus 
resultados. 
Para Oliveira et.al (2010 p.73): 
 
O Triple Bottom Line surgiu do estudo realizado por Elkington 
(1994), no inglês, é conhecido por 3P (People, Planet e Profit); no 
português, seria PPL (Pessoas, Planeta e Lucro). Analisando-os 
separadamente, tem-se: Econômico, cujo propósito é a criação de 
empreendimentos viáveis, atraentes para os investidores; 
Ambiental, cujo objetivo é analisar a interação de processos com o 
meio ambiente sem lhe causar danos permanentes; e Social, que 
se preocupa com o estabelecimento de ações justas para 
trabalhadores, parceiros e sociedade. 
 
A figura 4 demonstra a sinergia entre as três dimensões do TBL conforme 
a concepção de Alledi Filho (2003). Para este autor, a interseção formada dois a 
dois entre si resulta em três aspectos possíveis: vivível, viável e justo. Seguindo 
esta lógica, o alcance da sustentabilidade acontece quando os três aspectos 
ocorrem juntos: 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
Figura 4 – Sustentabilidade e as suas dimensões. 
 
Fonte: Alledi Filho (2003). 
 
É necessário que as estratégias das organizações estejam completamente 
conectadas e alinhadas com os clientes e contemplem as dimensões econômica, 
social e ambiental conforme descrito na figura 4 anteriormente apresentada. 
Para Carvalho e Rabechini (2011) esse tripé vem responder ao processo 
de exaustão dos recursos naturais, em grande medida consequência de uma visão 
deturpada da dimensão econômica e da visão de curto prazo. De acordo com essa 
visão sucedida no passado, a hipótese que geria a ação é que as questões sociais 
e ambientais gerariam impacto negativo na dimensão econômica, algo que tem sido 
impugnado nestas últimas décadas, pelas claras evidências de que as três 
dimensões se integram e se reforçam, constituindo um ciclo virtuoso. 
A sustentabilidade sob o panorama corporativo aparece frequentemente 
abordando o TBL, cuja matriz é a busca da continuidade no mercado e no 
crescimento da organização a partir de sua viabilidade econômica, além da 
simultaneidade harmônica com o meio ambiente e sociedade (ELKINGTON, 2001; 
HART; MILSTEIN, 2004; BENITES; PÓLO, 2013). 
Para Barbieri et.al (2010, p. 50), as três dimensões da sustentabilidade são 
descritas pelas suas características dimensionais: 
a) Dimensão social: preocupação, tendo um olhar dentro e fora da 
organização, com os impactos sociais que as inovações podem 
causar nas comunidades humanas (exclusão social, aumento do 
48 
 
 
nível de desemprego, pobreza, diversidade organizacional, dentre 
outros.); 
b) Dimensão ambiental: preocupação com os impactos ambientais 
causados pela emissão de poluentes e pelo uso dos recursos 
naturais; 
c) Dimensão econômica: preocupação com a eficácia e eficiência 
econômica. É de suma importância pois sem elas, as organizações 
não perpetuariam, uma vez que essa dimensão significa geração de 
vantagens competitivas no mercado onde atuam e obtenção de 
lucro. 
Seguindo a ótica do TBL, Martins e Oliveira (2005 p. 122) definem as três 
dimensões da seguinte forma: (1) Sustentabilidade social: Dimensão a ser guiada 
pelo propósito de busca pela igualdade de distribuição de bens e de renda, com 
vistas a nivelar os padrões de vida dos indivíduos de classes diferentes e promover 
a equidade de acesso a serviços sociais e ao emprego pleno. (2) Sustentabilidade

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