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Estratégias de gestão social e ambiental

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DESCRIÇÃO
Histórico do desenvolvimento sustentável e das principais estratégias e instrumentos da gestão social e
ambiental, além de sua imprescindibilidade na consolidação de práticas de governança sustentáveis e
no alcance da competitividade requerida para as organizações.
PROPÓSITO
Compreender os desafios do desenvolvimento sustentável mediante a identificação do meio ambiente
como problema ou oportunidade para os negócios a partir do histórico desse desenvolvimento e dos
instrumentos de diagnóstico social e ambiental aplicáveis a diversos segmentos empresariais.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer o meio ambiente como oportunidade para os negócios no contexto da sustentabilidade
aliada à alta competitividade requerida
MÓDULO 2
Descrever os instrumentos de diagnóstico de gestão social e ambiental aplicáveis a diversos segmentos
empresariais
INTRODUÇÃO
É um consenso que sustentável, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável são termos
consagrados e oportunos em nível global. No entanto, os significados advindos dessas expressões
variam em função de perspectivas e associações relativas tanto a contextos internos e externos quanto
a necessidades, expectativas, interesses e conflitos das partes interessadas (stakeholders) envolvidas.
Até em função disso, essas questões, para algumas dessas partes interessadas, podem se transformar
em problemas ou oportunidades nesse cenário de alta competitividade.
Ao longo dos últimos anos, vêm sendo desenvolvidos e aplicados diversos modelos e instrumentos de
diagnóstico de gestão social e ambiental pertinentes a diversos segmentos empresariais. Tais modelos e
instrumentos incluem, por exemplo, certificações voluntárias, como ISO 14001, ISO 50001, ISO 26000,
SA 8000, NBR 16001 e AA 1000; modelos mais específicos desenvolvidos por outros tipos de
organizações, como o balanço social, ou pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); e, por
fim, modelos internacionais de financiamentos, como os Princípios do Equador e o International Finance
Corporation (IFC), que são instituições globais que oferecem serviços de investimento, consultoria e
administração de ativos para incentivar o desenvolvimento do setor privado em países menos
desenvolvidos.
Ao longo deste tema, discorreremos sobre o histórico do desenvolvimento sustentável e os instrumentos
de diagnóstico social e ambiental aplicáveis a diversos segmentos empresariais.
MÓDULO 1
 Reconhecer o meio ambiente como oportunidade para os negócios no contexto da
sustentabilidade aliada à alta competitividade requerida
LIGANDO OS PONTOS
CASO BANCO DO BRASIL
Você compreende o conceito de sustentabilidade? Uma organização financeira, que tem a rentabilidade
de ativos como um de seus objetivos, pode atuar de forma integrada nas questões ambientais e sociais?
Vislumbre o caso do Banco do Brasil para compreender essas dúvidas.
Imagem: Gandvik/Wikimedia commons/Domínio Público
 Os 10 compromissos do Banco do Brasil (extraído da Agenda 30 BB).
O Banco do Brasil (BB) é uma instituição financeira tradicional, que tem como um de seus acionistas o
Governo Federal. No desenvolvimento de suas atividades, vem se notabilizando como o banco de maior
sustentabilidade de ações em todo o mundo, conforme pesquisa conduzida pela Corporate Knights,
organização especializada no acompanhamento de desenvolvimento sustentável.
Nesta pesquisa, referente ao ano de 2021, o BB aparece na 3ª posição geral (Em pesquisa anterior,
ocupava a 9ª posição) e na 1ª colocação no segmento financeiro. Junto à Natura (42º lugar), são as
únicas organizações brasileiras que encontram-se entre as 100 empresas mais sustentáveis do mundo,
de acordo com o citado instituto de pesquisa.
Para continuidade nesta linha de atuação, o BB estabeleceu 10 compromissos de longo prazo, que
contemplam negócios que priorizem a sustentabilidade, investimento responsável em organizações que
atuam de forma sustentável, sustentação de ações que contribuam para uma matriz energética limpa e
maior inclusão social, por meio de boas práticas de governança.
Tal cuidado reflete-se nas ações internas, que visam legitimar sua atuação como agente de
transformação na sociedade, de forma sustentável em todas as linhas estratégicas definidas. Destaca-
se, dentre elas, a internalização dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030,
proposto pela Organização das Nações Unidas. Tais objetivos permeiam o eixo condutor dos
compromissos firmados pelo BB para o período compreendido entre os anos 2020 e 2030.
Tendo a rentabilidade de suas atividades como um dos seus pilares de atuação, o BB atua de forma a
contemplar uma economia de baixo carbono e uma criação de valor para a sociedade. O BB posicionou-
se em 2020, de acordo com o Banco Central, como um dos cinco maiores bancos que atuam no
mercado de crédito, com parcela conjunta de 81,8% em relação às demais instituições financeiras.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
O BANCO DO BRASIL, COMO TODA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA, DEVE TER FOCO NA MAIOR RENTABILIDADE
DE ATIVOS PARA QUE POSSA SE POSICIONAR FRENTE À
CONCORRÊNCIA. NESSE SENTIDO, SOB SUA ÓTICA DE
OBSERVAÇÃO, É POSSÍVEL A CONCILIAÇÃO DE
ATIVIDADES ECONÔMICAS E A PREOCUPAÇÃO COM
QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS?
RESPOSTA
Organizações financeiras que visam maior rentabilidade de ativos devem primar pela maior eficiência de seus
processos organizacionais, com menor aplicação de recursos e maior entrega de resultados. De forma
complementar, comprova-se, pelo estudo de caso do BB, que o posicionamento de uma instituição de forma
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sustentável não interfere em sua posição no mercado. O BB, que foi avaliado como uma empresa financeira
com maiores práticas sustentáveis em todo o mundo, posiciona-se, sob a ótica de mercado, como uma das
maiores organizações que contribui para a oferta de crédito no Brasil.
1. O BB POSICIONA-SE COMO UM BANCO QUE ATUA DE FORMA
SUSTENTÁVEL. QUAL SERIA UM INDICATIVO DE SEU COMPROMISSO COM AS
QUESTÕES QUE PERMEIAM A SUSTENTABILIDADE EM SUA ESTRATÉGIA
ORGANIZACIONAL?
A) Abertura do capital para investidores de outros países.
B) Oferta de serviços financeiros com foco no cliente.
C) Internalização dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030.
D) Aquisição de empresas sustentáveis.
E) Gestão de recursos ambientais.
2. UMA ORGANIZAÇÃO DEVE SER RESPONSÁVEL PELAS AÇÕES QUE
DESENVOLVE EM SEU AMBIENTE INTERNO. TODAVIA, SUA ATUAÇÃO EFETIVA
DEVE CONTEMPLAR, TAMBÉM, O AMBIENTE EXTERNO, QUE DEVE ESTAR
ALINHADO ÀS BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO SUSTENTÁVEL. NESSA LINHA DE
ENTENDIMENTO, QUAL SERIA UMA MEDIDA ADOTADA PELO BB NA
CONDUÇÃO DE SEUS NEGÓCIOS QUE CONTEMPLA A ESTRATÉGIA
ORGANIZACIONAL DE PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE?
A) Promoção de funcionários alinhados às práticas sustentáveis.
B) Investimento em empresas sustentáveis.
C) Divulgação de práticas sustentáveis.
D) Participação em eventos promovidos em prol da sustentabilidade.
E) Contratação de insumos recicláveis.
GABARITO
1. O BB posiciona-se como um banco que atua de forma sustentável. Qual seria um indicativo de
seu compromisso com as questões que permeiam a sustentabilidade em sua estratégia
organizacional?
A alternativa "C " está correta.
A internalização dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030, pelo BB, demonstra que
essa organização apresenta, em sua estratégia, diretrizes alinhadas aos compromissos firmados pelo
Brasil com as demais nações, quanto à necessidade de promover o desenvolvimento econômico, social
e ambiental, de forma integrada.
2. Uma organização deve ser responsável pelas ações que desenvolve em seu ambiente interno.
Todavia, sua atuação efetiva deve contemplar, também, o ambiente externo, que deve estar
alinhado às boas práticas de gestão sustentável. Nessa linha de entendimento, qual seria uma
medida adotada pelo BB na condução de seus negócios que contempla a estratégia
organizacional de promoçãoda sustentabilidade?
A alternativa "B " está correta.
Apesar de todos os demais itens contemplarem atividades operacionais sustentáveis, o BB definiu,
como uma de suas prioridades estratégicas, o investimento responsável em empresas que atuam de
forma sustentável.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL,
SUSTENTABILIDADE E SUSTENTÁVEL
Mas, afinal, de onde surgiram as primeiras definições sobre sustentabilidade?
Um dos primeiros marcos relacionados ao termo sustentável está registrado no livro Sylvicultura
oeconomica oder anweisung zur wilden baumzucht, publicado por Carlowitz em 1713. Influenciada pelas
ideias de Evelyn (1664) e de Colbert (1669) sobre a acelerada devastação florestal da Europa, essa
publicação contemplava o binômio ecologia-natureza, além de dois pilares: o econômico e o da ética
social.
Na primeira metade do século XVIII, a ideia de rendimento sustentado chegou à vários países da
Europa, mais especificamente à Dinamarca, à Noruega, à Rússia e à França. Em sequência, a evolução
do processo de civilização ocidental atingiu o seu ápice entre 1750 e 1900. Nesse período, consolidou-
se o desenvolvimento em conjunto com a ciência, sendo atribuído a ela o domínio da natureza.
Entretanto, já no final desse século (1798), surgiram, em um primeiro momento, os efeitos negativos
advindos da Revolução Industrial, como o desemprego, a pobreza e as doenças.
JÁ EM 1974, EM UMA SÉRIE DE CONFERÊNCIAS SOBRE
QUESTÕES FLORESTAIS, O TERMO SUSTENTABILIDADE
FOI UTILIZADO PELA PRIMEIRA VEZ NO CONTEXTO DE
DESENVOLVIMENTO. EXISTEM DIVERSAS OUTRAS
REFERÊNCIAS CRONOLÓGICAS AO TERMO POR
DIFERENTES AUTORES EM ÉPOCAS DISTINTAS, MAS
PODEMOS CITAR QUE A IDEIA DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL FOI ENTENDIDA INICIALMENTE DA
SEGUINTE FORMA: “[...] UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL É
AQUELA QUE PODE SATISFAZER AS SUAS NECESSIDADES
SEM COMPROMETER AS CHANCES DE SOBREVIVÊNCIA
DAS GERAÇÕES FUTURAS”.
(BROWN, 1981)
Pela abrangência de sociedade, não devemos considerar apenas a civilização humana, e sim a
consolidação complexa de aspectos ambientais, sociais e econômicos em busca de seu equilíbrio.
Podemos destacar que a compreensão da sustentabilidade nas organizações está alicerçada em três
pilares de desempenho: econômico, social e ambiental. Conforme frisaremos a seguir, a integração
entre eles é fundamental. Dessa forma, o triple bottom line ficou também conhecido como os 3 Ps
(people, planet and profit) – ou, em português, pessoas, planeta e lucro (PPL).
Fonte: Adaptada de: (ELKINGTON, 2001)
 Dimensões da sustentabilidade empresarial.
MARCOS HISTÓRICOS
Dando sequência à evolução anteriormente descrita, verificamos que esses conceitos foram utilizados,
em 1987, no Relatório Brundtland. Intitulado Nosso futuro comum, ele ofereceu uma definição para a
expressão desenvolvimento sustentável. Esse relatório é seguramente uma das principais referências
nos debates sobre esse desenvolvimento.
Elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, ele compôs uma série
de iniciativas anteriores à Agenda 21 que reafirmavam a visão crítica do modelo de desenvolvimento
adotado pelos países industrializados e em desenvolvimento. O Relatório Brundtland ainda ressaltava as
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ameaças e os riscos decorrentes do uso excessivo dos recursos naturais caso uma capacidade de
resposta e suporte dos ecossistemas não fosse levada em consideração.
Segundo o Relatório da Comissão Brundtland (2018), uma série de medidas deve ser tomada pelos
países para promover o desenvolvimento sustentável. Entre elas, destacam-se as seguintes:
AGENDA 21
A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92 (ou Rio-92) ocorrida no Rio de
Janeiro em 1992. Trata-se de um documento que estabelecia a importância de cada país se
comprometer a refletir global e localmente sobre a forma pela qual governos, empresas,
organizações não governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo
de possíveis soluções para os problemas socioambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda
21; no Brasil, as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento
Sustentável (CPDS) e pela Agenda 21 Nacional.
Fonte: Dome LifeThibaan/Shutterstock
1
2
3
4
5
6
7
Limitação do crescimento populacional.
Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) em longo prazo.
Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas.
Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com o uso de fontes energéticas
renováveis.
Aumento da produção industrial nos países não industrializados com base em tecnologias
ecologicamente adaptadas.
Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores.
Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola e moradia).
Em âmbito internacional, as metas propostas são:
1
2
3
4
Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de desenvolvimento (órgãos e
instituições internacionais de financiamento).
Proteção dos ecossistemas supranacionais, como a Antártica e os oceanos, pela comunidade
internacional.
Banimento das guerras.
Implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Organização das Nações Unidas
(ONU).
De forma sintetizada, podemos definir que esse relatório reforça a tese sobre a incompatibilidade entre o
desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes.
NOVO OLHAR PARA A SUSTENTABILIDADE
Observa-se que o tópico sustentabilidade ganhou luz mais intensa com base nas discussões sobre os
tipos de fontes energéticas e a premente necessidade de preservação dos recursos naturais. Dessa
forma, se consolidaram de maneira definitiva as relações entre o modo de vida dos seres
humanos e o meio ambiente – e, mais especificamente, os problemas de deterioração na relação
entre a ecologia global e o desenvolvimento econômico.
Relacionando tais temas, podemos descrever que a sustentabilidade mensura o nível da qualidade
desse sistema com o objetivo de avaliar seu grau de distanciamento em relação ao que seria
sustentável. Já o desenvolvimento sustentável atua por meio de estratégias para aproximar o nível de
sustentabilidade ao sistema ambiental humano sustentável.
Apesar de essa conceituação ser clara, nos últimos tempos, tem se proliferado globalmente um estado
de inquietação pública diante das revelações sobre as condições reais do meio ambiente e das enormes
desigualdades sociais geradas pelos modelos econômicos e de produção convencionais.
De um tempo para cá, a sociedade passou a lidar com preocupações que não existiam em outras
épocas. Entre elas, podemos citar a proteção ecológica, a defesa do consumidor, a qualidade dos
produtos/serviços, o respeito às práticas trabalhistas e aos direitos humanos, além de outras questões
sociais.
Pautado na função econômica como geradora de lucros, salários e impostos, o papel social da
organização já não é suficiente para nortear os negócios diante dos novos valores requeridos pela
sociedade e pelas demais partes interessadas.
Em decorrência desse contexto, as expectativas relativas ao comportamento, aos valores e à conduta
organizacional adequada tornaram-se mais intensas.
Qual é o resultado dessa evolução?
Ela fez com que as organizações passassem por reivindicações pertinentes a mudanças em suas
práticas e comportamentos.
Sob a ótica ambiental, essas práticas de governança e gestão levaram à adoção, por exemplo, de P+L
(produção mais limpa), que também é conhecida como ecoeficiência; ecodesign de produtos;
contabilidade e valoração ambiental; avaliação de origem (cadeia de custódia) e composição da matéria-
prima; análise de alternativas de produtos recicláveis ou de menor impacto ambiental; e
desenvolvimento de provedores externos (fornecedores e distribuidores) ambientalmente responsáveis.

Já certas questões e aspectos sociais passaram a ser considerados de forma mais diligente e
apropriada. Isso ocorreu, por exemplo, na não contratação de mão de obrainfantil; na utilização de
campanha de mídia relacionada a questões corporativas e responsáveis de interesse público; no
respeito aos direitos humanos e à diversidade étnico-racial e religiosa no ambiente organizacional; na
ética empresarial; na definição de diretrizes contra qualquer tipo de assédio; e no compromisso pela
recolocação de trabalhadores demitidos.
NA VISÃO ATUAL, PODEMOS CONSIDERAR QUE
UMA ORGANIZAÇÃO SUSTENTÁVEL É AQUELA
QUE...
RESPOSTA
RESPOSTA
... Segundo Savitz (2007), “gera lucro para os acionistas (shareholders) ao mesmo tempo que
protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com quem mantém relações”.
A sustentabilidade empresarial está, portanto, relacionada à gestão responsável da empresa.
Essas novas práticas de conduta e governança por parte das organizações contribui para a superação
das crises sociais e ambientais. Dessa forma, gera-se o consenso de que a conduta socioambiental
responsável é a forma pela qual as organizações buscam o desenvolvimento sustentável combinado da
sociedade e do próprio negócio, proporcionando, com isso, benefícios para as partes interessadas
(stakeholders), como, por exemplo, uma melhor qualidade de vida e acesso a benefícios por parte dos
empregados, clientes, parceiros de negócios e comunidades em que atuam.
Apresentaremos a seguir a interação entre alguns conceitos-chave:
Gestão responsável
Capacidade da empresa de atender simultaneamente aos interesses dos diferentes públicos com os
quais ela se inter-relaciona, conseguindo, assim, incorporá-los ao planejamento de suas atividades.
Fonte: Instituto Ethos

Gestão sustentável
Consiste em assegurar o sucesso do negócio em longo prazo e, ao mesmo tempo, contribuir para o
desenvolvimento econômico e social da comunidade com o propósito de assegurar um meio ambiente
saudável e uma sociedade estável.
Fonte: Instituto Ethos
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
Gestão responsável e sustentável
É a atividade econômica orientada para a geração de valor econômico-financeiro, ético, social e
ambiental, cujos resultados são compartilhados com os públicos afetados. A produção e a
comercialização dela são organizadas de modo a reduzir continuamente o consumo de bens materiais e
de serviços ecossistêmicos, conferindo competitividade e continuidade à própria atividade, além de
promover e manter o desenvolvimento sustentável da sociedade.
Interação entre alguns conceitos-chave. / Fonte: Adaptada de: (ALIGLERI; ALIGLERI; KRUGLIANSKAS,
2016)
Na busca constante pelo equilíbrio, a gestão socioambiental não questiona o propósito do crescimento
econômico, que é o principal elo a impulsionar as atuais políticas econômicas. Infelizmente, esse
crescimento também potencializa a deterioração do ambiente global.
Embora saibamos que vivemos em um mundo eminentemente capitalista, isso, por si, não nos obriga a
buscar cegamente um crescimento econômico irrestrito. Ele não deve ser analisado apenas sob
métricas meramente quantitativas, como a maximização dos lucros, estando isolado de um conceito
mais abrangente.
Refletir sob o olhar da gestão socioambiental implica o reconhecimento de que o crescimento econômico
ilimitado em um planeta com recursos naturais finitos, cuja capacidade de carga deve ser preservada, só
pode levar a um desastre. Por isso, o conceito de crescimento precisa ser controlado – e isso pode ser
feito com a introdução da premissa de sustentabilidade ecológica como um parâmetro fundamental de
todas as atividades de negócios.
Neste vídeo, entenderemos como o meio ambiente constitui, de fato, uma oportunidade para os
negócios – e não um problema – no contexto de uma sustentabilidade aliada à alta competitividade
requerida.
ONDAS DE INOVAÇÃO NO CONCEITO DE
SUSTENTABILIDADE
Fonte: Arthimedes/shutterstock
Em meio a tantos desafios e externalidades distintas, a inovação deve ser considerada fundamental
para o avanço consistente da gestão sustentável. Essa inovação será cada vez mais alcançada
mediante sucessivas trocas de experiências entre os elos que compõem a cadeia de valor. Trocas de
experiências do tipo requerem também uma mudança nas práticas de governança corporativa, gerando,
com isso, consequentes alterações no modelo e na estratégia dos negócios.
Levando em consideração que as questões externas e internas presentes no atual sistema de operação
das organizações estão recheadas de turbulências e complexidades, as variáveis ambientais e sociais
constituem pontos-chave para a inovação.
Consideraremos as ecoinovações qualquer inovação que reduza o uso de recursos naturais e a
liberação de substâncias nocivas em todo o ciclo de vida do produto ou do serviço.
Fonte: FrameStockFootages/Shutterstock
Alguns autores afirmam que a próxima onda da inovação estará apoiada no conceito e nas práticas do
desenvolvimento sustentável, sendo ainda incrementada pela melhoria do desempenho produtivo e pela
redução dos impactos ambientais. Pautam essa nova onda questões estudadas na ciência dos
materiais, na química verde, na nanotecnologia e no biomimetismo.
Essa situação pode ser observada na figura a seguir:
QUÍMICA VERDE
Ciência relacionada ao meio ambiente, a química verde foi introduzida nos EUA por Mark Harrison,
um cientista da Universidade de Lehigh. Essa ciência basicamente trabalha com o conceito de que
os elementos químicos não podem degradar a natureza.
NANOTECNOLOGIA
Ciência que se dedica ao estudo da manipulação da matéria em uma escala atômica e molecular,
lidando com estruturas entre 1 e 1.000 nanômetros. Ela pode ser utilizada em diferentes áreas,
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como medicina, eletrônica, ciência da computação, física, química, biologia e engenharia dos
materiais.
BIOMIMETISMO
A biomimética é uma área da ciência cujo objetivo é o estudo das estruturas biológicas e das suas
funções, procurando aprender com a natureza suas estratégias e soluções para utilizar esse
conhecimento em diferentes domínios científicos.
Fonte: Daros (2013) adaptado Hargroves e Smith (2005, p. 17)
 Ondas de inovação.
 ATENÇÃO
Cada nova onda potencializa o poder de transformação da competitividade e produtividade das
organizações, assim como o padrão de vida da sociedade e os paradigmas técnico-econômicos.
Para propiciar oportunidades de negócios mais inclusivas, socialmente responsáveis e ambientalmente
eficazes, são utilizadas inovações de gestão, processo, produto e as tecnológicas. Desse modo, esses
tipos de inovações permitem entender os resíduos não como lixo, e sim como uma oportunidade de
valor compartilhado e agregado que possibilita uma gestão circular de recursos e energia, além de um
incremento na produtividade.
A figura acima também apresenta a evolução das ecoinovações e as novas fronteiras de
desenvolvimento desde os quatro séculos passados até os dias de hoje.
Observamos nela que, apesar de diversas inovações tecnológicas terem sido percebidas desde 1795,
somente a partir da sexta onda, no século XXI, se passou a considerar, de forma efetiva, questões
relacionadas à sustentabilidade, como, por exemplo, a ciência dos materiais, a química verde e a
nanotecnologia, energias renováveis.
Vamos refletir agora sobre o resultado de uma pesquisa:
EM JUNHO DE 2019, A NIELSEN DIVULGOU UM ESTUDO
DEMONSTRANDO QUE 42% DOS CONSUMIDORES
BRASILEIROS ESTÃO MUDANDO SEUS HÁBITOS DE
CONSUMO PARA REDUZIR SEU IMPACTO AMBIENTAL E
30% DOS ENTREVISTADOS ESTÃO ATENTOS AOS
INGREDIENTES QUE COMPÕEM OS PRODUTOS. JÁ UM
LEVANTAMENTO SOBRE CONSUMO CONSCIENTE FEITO
DESDE 2015 PELO SPC BRASIL E PELO MEU BOLSO FELIZ
MOSTROU QUE, EM 2018, 71% DOS CONSUMIDORES
DAVAM PREFERÊNCIA A PRODUTOS DE MARCAS
COMPROMETIDAS COM AÇÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS,
ENQUANTO 56% CHEGAVAM A DESISTIR DA COMPRA SE A
EMPRESA ADOTASSE PRÁTICAS NOCIVAS AO MEIO
AMBIENTE.
(NIELSEN, 2019)
Com base no resultado da pesquisa e em tudo que foi apresentado ao longo deste tema, fica claro e
evidente que o desenvolvimento sustentável, por meiode seus conceitos e práticas, pode – e deve – ser
considerado uma oportunidade para os negócios nesse contexto de alta competitividade, e nunca como
um problema que atrasa ou dificulta o desenvolvimento ambientalmente responsável, socialmente justo
e economicamente viável.
ENVIRONMENTAL, SOCIAL AND GOVERNANCE
(ESG)
Fonte: Rawpixel.com/shutterstock
Considerada a grande questão que pauta as discussões centrais no mundo corporativo e com o
potencial de afetar a economia das nações, esta recente prática de governança refere-se aos três temas
centrais na medição da sustentabilidade e do impacto social de um investimento em uma organização
ou um negócio. Monitorar tais parâmetros permite a determinação do desempenho financeiro futuro das
empresas, possibilitando ainda as mensurações de retorno sobre o investimento e seus riscos
associados.
AS DECISÕES HISTÓRICAS SOBRE ONDE OS ATIVOS
FINANCEIROS SERIAM COLOCADOS FORAM BASEADAS
EM VÁRIOS CRITÉRIOS, PREDOMINANDO O RETORNO
FINANCEIRO. NO ENTANTO, SEMPRE HOUVE MUITOS
OUTROS CRITÉRIOS PARA DECIDIR ONDE COLOCAR O
DINHEIRO — DESDE CONSIDERAÇÕES POLÍTICAS ATÉ
RECOMPENSAS CELESTIAIS. FOI NAS DÉCADAS DE 1950 E
1960 QUE OS VASTOS FUNDOS DE PENSÃO
ADMINISTRADOS PELOS SINDICATOS RECONHECERAM A
OPORTUNIDADE DE AFETAR O AMBIENTE SOCIAL MAIS
AMPLO USANDO SEUS ATIVOS DE CAPITAL — NOS EUA, A
INTERNATIONAL BROTHERHOOD OF ELECTRICAL
WORKERS INVESTIU SEU CONSIDERÁVEL CAPITAL NO
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE HABITAÇÃO A
PREÇOS ACESSÍVEIS, ENQUANTO O UNITED MINE
WORKERS FOI INVESTIDO EM UNIDADES DE SAÚDE.
(WIKIPEDIA, 2020, tradução nossa)
TENDO EM VISTA ESSE CONTEXTO, RESPONDA: O QUE
FOI ESTABELECIDO ENTRE OS LÍDERES DE PODEROSAS
CORPORAÇÕES?
Foi estabelecido um consenso entre os líderes de poderosas corporações – em especial, seus
investidores – de que, quanto mais intensamente os temas de ESG estiverem incorporados nas práticas
e estratégias de negócio, mais bem preparadas estarão as organizações para lidar com situações
delicadas e crises com baixa previsibilidade e alta gravidade.
Há registros de investimentos nas áreas ambientais e sociais de forma responsável desde décadas
passadas. Iniciado em 1971, um dos marcos reconhecidos – e citado como o primeiro – ainda existe nos
dias de hoje. Trata-se do Pax World (PAXWX), que foi pensado com o propósito de distinguir as
organizações que contribuíam para a Guerra do Vietnã.
A partir de então, vem se observando um crescimento progressivo e significativo desses investimentos.
Em 1994, foi alcançada a marca de 26 fundos, cujos ativos totalizavam algo em torno de US$1,9 bilhão.
O incremento e o amadurecimento desses investimentos foram provocados por vários fatores. Dentre
eles, podemos destacar:
1
Grandes acidentes industriais e diversas contaminações em várias partes do mundo.
Realização da Eco-92, o que demonstrou uma preocupação relacionada ao aquecimento global e aos
gases de efeito estufa.
2
3
Consolidação do conceito de responsabilidade social (direitos trabalhistas e humanos, reflexões sobre
questões relativas à imigração, pobreza, trabalho infantil, doenças endêmicas etc.).
Metas do Milênio, Global Compact e Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS).
4
5
Solidificação do capitalismo financeiro e do papel das bolsas de valores para as organizações e os
investidores, além de maior transparência das ações e até inações por meio da universalização da
internet e do jornalismo online.
Vale ressaltar o papel relevante desempenhado pelas instituições financeiras (IFI) nesse processo,
tendo o BID e demais processos conduzidos com base nos Princípios do Equador e na International
Finance Corporation (IFC) como exemplos significativos.
Quem apoia o projeto tem a responsabilidade de explicar os requisitos e encarregar-se de sua devida
diligência, avaliação e supervisão. A compreensão dos riscos potenciais e dos esforços empregados,
incluindo os recursos orçamentários requeridos pela gestão responsável dos riscos, são parte do
processo decisório das IFI.
Em situações nas quais os custos implicados na gestão dos problemas socioambientais são elevados,
existe a possibilidade de a relação custo-benefício geral do projeto/empreendimento ser considerada
inaceitável por não atender aos requisitos financeiros estipulados.
Por fim, fica evidente que a prática de governança ESG veio para ficar; portanto, as organizações
deverão incorporar cada vez mais as questões socioambientais em suas decisões estratégicas a fim de
se manterem competitivas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA ALGUMAS DAS MEDIDAS ESTABELECIDAS PELO
RELATÓRIO DA COMISSÃO BRUNDTLAND. EMITIDO EM 1987, ELE É CONSIDERADO UM DOS
MARCOS MAIS IMPORTANTES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
A) Análise de ciclo de vida (ACV); economia circular (EC); balanço social e ISO 26000 — diretrizes
sobre responsabilidade social.
B) ISO 14001 — sistema de gestão ambiental; química verde; SA 8000 — sistema de gestão de
responsabilidade social.
C) Limitação do crescimento populacional; garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) em
longo prazo; controle da urbanização desordenada e integração entre o campo e as cidades menores;
atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).
D) Objetivos do desenvolvimento sustentáveis (ODS); mudanças climáticas; Pacto Global das Nações
Unidas; programa mundial de alimentos da ONU.
2. PRÁTICA RECENTE DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, A ESG É CONSIDERADA A GRANDE
QUESTÃO A PAUTAR AS DISCUSSÕES CENTRAIS NO MUNDO GLOBALIZADO, TENDO O
POTENCIAL CLARO DE AFETAR A ECONOMIA DAS NAÇÕES. ELA REFERE-SE AOS TRÊS
TEMAS CENTRAIS NA MEDIÇÃO DA SUSTENTABILIDADE E DO IMPACTO SOCIAL DE UM
INVESTIMENTO EM UMA ORGANIZAÇÃO OU NEGÓCIO. ENTRE AS OPÇÕES APRESENTADAS A
SEGUIR, QUAL DELAS NÃO CONTÉM UM DOS EXEMPLOS DE BENEFÍCIOS ALCANÇADOS POR
MEIO DE SUAS AS PRÁTICAS?
A) Aumento de custos de implantação e operacional inerentes aos empreendimentos e às organizações
por meio de ações filantrópicas na área social, além de ações de remediação e compensação ambiental
relacionadas a seu processo de licenciamento ambiental.
B) Quanto mais intensamente os temas de ESG estiverem incorporados nas práticas e estratégias de
negócio, mais bem preparadas estarão as organizações para lidar com situações delicadas e crises de
baixa previsibilidade e alta gravidade.
C) A compreensão dos riscos potenciais e dos esforços empregados, incluindo os recursos
orçamentários requeridos pela gestão responsável dos riscos, é parte do processo decisório das
instituições financeiras.
D) Monitorar os parâmetros sociais e ambientais permite a determinação do desempenho financeiro
futuro das empresas, possibilitando ainda as mensurações de retorno sobre o investimento e riscos
associados.
GABARITO
1. Assinale a alternativa que indica algumas das medidas estabelecidas pelo Relatório da
Comissão Brundtland. Emitido em 1987, ele é considerado um dos marcos mais importantes do
desenvolvimento sustentável.
A alternativa "C " está correta.
Embora as alternativas apresentem ações positivas e relacionadas aos temas ambientais e sociais,
somente a alternativa C contempla algumas das medidas estabelecidas pelo Relatório da Comissão
Brundtland.
2. Prática recente de governança corporativa, a ESG é considerada a grande questão a pautar as
discussões centrais no mundo globalizado, tendo o potencial claro de afetar a economia das
nações. Ela refere-se aos três temas centrais na medição da sustentabilidade e do impacto social
de um investimento em uma organização ou negócio. Entre as opções apresentadas a seguir,
qual delas não contém um dos exemplos de benefícios alcançados por meio de suas as práticas?
A alternativa "A " está correta.
A alternativa A caracteriza exatamente práticas antigas e não mais recomendadas, pois elas são ações
reativas que não combinam bem as três dimensões que compõem a sustentabilidade (ambiental, social
e econômica). As demais alternativasmostram benefícios alcançados pela prática adequada da
governança corporativa.
MÓDULO 2
 Descrever os instrumentos de diagnóstico de gestão social e ambiental aplicáveis a diversos
segmentos empresariais
LIGANDO OS PONTOS
CASO NATURA
Em um mercado altamente competitivo, tal qual o de cosméticos, como uma organização consegue se
posicionar e se destacar da concorrência? Vamos conhecer o caso Natura para compreender melhor
esta situação.
Imagem: Natura.com.br
 Notícia do site da Natura. Natura, 2019.
A Natura é uma empresa de cosméticos reconhecida mundialmente por desenvolver suas atividades de
forma alinhada às questões afetas à sustentabilidade. Dentre suas diretrizes, destacam-se o
relacionamento ético com comunidades fornecedoras de matérias-primas, desenvolvimento de produtos
sem utilização de animais como cobaias e a utilização de ingredientes naturais que não desrespeitem as
pessoas e a biodiversidade.
A cadeia de abastecimento da Natura prioriza práticas de sustentabilidade inovadoras, que a fizeram ser
reconhecida como uma das 100 organizações mais sustentáveis do mundo em 2021, de acordo com a
Corporate Knights, organização especializada no acompanhamento de desenvolvimento sustentável. Ela
também prioriza, em sua cadeia de suprimentos, parcerias com empresas que se preocupam com a
sustentabilidade de ações. Para incentivar tais parcerias, desenvolve programa de capacitação de
abordagens de gestão, que integram o desenvolvimento de atividades econômicas à responsabilidade
social e ao menor dispêndio de recursos naturais. Nesse sentido, a Natura atua na busca de redução de
impactos ambientais em todo o ciclo de vida de seus produtos.
Vale ressaltar que todas as suas atividades são realizadas de forma 100% carbono neutro, isto é, nas
situações em que ainda não seja possível a redução de emissão de gases, a empresa promove ações
compensatórias por meio de compra de crédito de carbono em mais de 30 projetos socioambientais em
toda a América Latina. A Natura anda compõe a carteira de ações das organizações que primam pela
adoção de práticas sustentáveis, de acordo com os critérios de sustentabilidade definidos pela B3,
organização financeira brasileira especializada no mercado financeiro e de capitais.
O SEGMENTO DE PRODUÇÃO E VENDA DE COSMÉTICOS É
ALTAMENTE CONCORRIDO EM DIVERSOS PAÍSES. QUAIS
SÃO OS DIFERENCIAIS DA NATURA EM RELAÇÃO À
CONCORRÊNCIA?
RESPOSTA
A Natura diferencia-se em relação à concorrência por apresentar-se como uma organização preocupada com
os impactos de suas atividades econômicas, com respectivas implicações sociais e ambientais. Por conta
disso, desenvolve suas ações, de forma pragmática, para reduzir o impacto de sua atuação e de seus
parceiros comerciais no meio ambiente, nas relações sociais e nos princípios éticos de convivência com as
partes interessadas envolvidas na cadeia de suprimentos.
1. A NATURA DESENVOLVE SUAS ATIVIDADES CONTEMPLANDO PRINCÍPIOS
QUE PRIVILEGIAM A SUSTENTABILIDADE. QUAL DESSES PRINCÍPIOS NÃO
CORRESPONDE À REALIDADE DA EMPRESA?
A) Respeito ético aos fornecedores de matérias-primas.
B) Desenvolvimento de produtos químicos de baixo impacto ambiental.
C) Não utilização de cobaias animais.
D) Capacitação de fornecedores em questões que permeiam a sustentabilidade.
E) Redução de emissão de gases nocivos ao meio ambiente.
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2. POR QUE A ABORDAGEM ESTRATÉGICA DA NATURA PODE SER
CONSIDERADA EFETIVA, SOB A ÓTICA DE INVESTIDORES NO MERCADO DE
AÇÕES?
A) Sua ações são tradicionais no mercado.
B) É uma empresa brasileira com penetração em diversos países.
C) Tem menor passivo em relação ao ativo.
D) Devido à alta rentabilidade de suas ações na bolsa de valores.
E) Suas ações fazem parte da carteira de ações de empresas sustentáveis, de acordo com a B3.
GABARITO
1. A Natura desenvolve suas atividades contemplando princípios que privilegiam a
sustentabilidade. Qual desses princípios não corresponde à realidade da empresa?
A alternativa "B " está correta.
A Natura desenvolve seus artigos com produtos naturais.
2. Por que a abordagem estratégica da Natura pode ser considerada efetiva, sob a ótica de
investidores no mercado de ações?
A alternativa "D " está correta.
A atuação da Natura é pautada na sustentabilidade, razão pela qual faz parte da carteira de ações
sustentáveis da B3.
MOTIVAÇÕES INICIAIS
Desde as últimas décadas, as intenções e os discursos das organizações relacionadas ao presente e ao
futuro vêm enfatizando a necessidade tanto de agir quanto de demonstrar as práticas e os resultados
pertinentes à sustentabilidade. Como resultado disso, houve um aumento do engajamento das
organizações nacionais e internacionais nesse assunto, refletindo, assim, sua relevância graças à
substituição de modelos de gestão tradicionais por outros que reconheçam políticas e práticas
socioambientais – e sem deixar de se preocupar com os resultados econômicos e financeiros das
organizações.
Fonte: Khakimullin Aleksandr/shutterstock
Nessa linha, as organizações passaram a enxergar seus negócios de forma mais ampla, contemplando
os principais temas globais em suas práticas de governança e políticas de gestão.
Como exemplos desses temas globais, podemos citar:
1
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6
7
8
Conservação dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos.
Combate à mudança climática e redução das emissões de gases de efeito estufa.
Gestão eficiente das águas.
Alternativas de energias limpas, renováveis e biocombustíveis.
Análise do ciclo de vida dos produtos e rotulagem ambiental.
Redução de resíduos.
Respeito aos direitos humanos e diversidade no ambiente de trabalho.
Saúde e segurança ocupacional.
Assegurar uma boa integração entre toda a cadeia produtiva por intermédio da conciliação de
processos, da coordenação de decisões e da garantia de que tanto os recursos quanto as
responsabilidades e as atividades se tornem solidários a fornecedores, prestadores de serviços e outros
componentes da cadeia é cada vez mais significativo para:
1
2
3
4
5
6
Garantir consistência, transparência e credibilidade às ações implementadas.
Incrementar a eficiência, eficácia e a produtividade.
Conceber e desenvolver novos produtos e serviços.
Reduzir custos e exposição a penalidades.
Normalizar o fornecimento de insumos e itens.
Solidificar a reputação da marca.
Existe o prognóstico de que, em uma projeção temporal próxima, as cadeias produtivas já terão
superado as conexões clássicas. Conhecida como simbiose industrial, essa abordagem tem o propósito
de internalizar suas externalidades por meio de um fluxo de materiais e energia.
Essas novas redes simbióticas poderão se transformar em modelos para reduzir a carga ambiental do
homem sobre o planeta de forma substancial. Além disso, elas poderão propiciar uma sinergia industrial
e oportunizar a colaboração entre novas áreas e potenciais oportunidades de negócio.
A requerida responsabilidade socioambiental torna-se um considerável instrumento gerencial tanto para
a capacitação e o conhecimento organizacional quanto para a criação de condições de competitividade
para as empresas independentemente do segmento econômico em que atuam. Em função disso, várias
organizações reconhecidamente poluidoras do meio ambiente e com o potencial de impactar
socialmente as comunidades em seus entornos, como, por exemplo, as empresas mineradoras,
siderúrgicas, metalúrgicas, montadoras do setor automotivo, papel e celulose, química e petroquímica,
entre outras, investem em programas de gestão ambiental e social.
Fonte: Tatiana Grozetskaya/Shutterstock
Além do viés econômico e do negócio, pesquisas revelam que as razões para a adoção de práticas
socioambientais não se limitam às exigências de legislação. Na verdade, elas estão ligadas
principalmente às seguintes questões:
Aumentar a qualidade intrínseca e percebida dos produtos;
Incrementar a competitividade das exportações;
Atender aos novos anseios dos consumidores com preocupações socioambientais;Considerar e procurar atender às reivindicações das comunidades no entorno;
Responder às pressões de organizações não governamentais sociais e ambientais;
Alinhar-se às políticas ambiental e social da organização;
Melhorar a imagem reputacional perante as partes interessadas (stakeholders) e a sociedade.
NORMAS E CERTIFICAÇÕES
Primeiramente, precisamos contextualizar os conceitos de normalização e norma.
A normalização pode ser definida como a organização sistemática das atividades pela aplicação
de regras comuns. Esse processo ganhou importância a partir da Revolução Industrial, pois, em
decorrência da transformação da produção artesanal em uma fabricação de grandes lotes de forma
seriada, foi necessária a utilização de normas que permitissem a produção de peças intercambiáveis.
Soma-se a isso o fato de os consumidores e as demais partes interessadas apresentarem uma maior
consciência e necessidade de engajamento, fazendo com que os produtos e serviços precisem
corresponder efetivamente ao valor pago. Isso vem estimulando o desenvolvimento de normas técnicas
que sirvam como uma base para o relacionamento de confiança entre essas partes interessadas.
Fonte: Dr. Victor Wong/Shutterstock
A definição internacional de norma técnica atesta que ela é um:
[...] DOCUMENTO ESTABELECIDO POR CONSENSO E
APROVADO POR UM ORGANISMO RECONHECIDO, QUE
FORNECE, PARA USO COMUM E REPETITIVO, REGRAS,
DIRETRIZES OU CARACTERÍSTICAS PARA ATIVIDADES OU
SEUS RESULTADOS, VISANDO À OBTENÇÃO DE UM GRAU
ÓTIMO DE ORDENAÇÃO EM UM DADO CONTEXTO.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020)
Com base nessa definição, podemos separar as normas por tipos e relacioná-los ao contexto do
nosso tema. Assim sendo, as que definem regras são conhecidas como certificáveis ou contratuais,
contendo cláusulas (também chamadas de requisitos). Tais normas permitem, entre outras aplicações,
que as organizações busquem certificações ou que façam as próprias declarações em conformidade
com os requisitos delas.
Um dos principais atores envolvidos nesse processo é a Organização Internacional para Normalização
(ISO). Ela é representada no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), único foro
nacional de normalização do país. Ainda tem papel de destaque nesse tópico o Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
No formato de agência executiva, essa autarquia federal é vinculada ao Ministério da Economia. O
Inmetro atua como organismo acreditador, tendo o papel de chancelar credibilidade aos processos de
certificações realizados por organismos de certificação de sistemas (OCS).
ISO
Trata-se de uma organização internacional não governamental independente, estando associada a
165 organismos de normalização nacionais.
Precisamos, contudo, entender as diferenças entre as certificações compulsórias e voluntárias.
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Em determinadas situações, os procedimentos de avaliação da conformidade – em particular, as
certificações – são considerados compulsórios para determinados mercados. Em outras oportunidades,
embora não haja uma obrigatoriedade legal, as práticas adotadas de forma corrente neles tornam
indispensáveis a utilização de determinados procedimentos de avaliação da conformidade (tipicamente a
certificação) como maneira de demonstração do diferencial de qualidade e de informação para essa
terceira parte (consumidor e até as demais partes interessadas).
O papel de avaliação de conformidade exemplificado pela certificação desempenha papéis importantes
no mercado e na sociedade moderna. Um deles é pautado pela homogeneização de determinados
padrões nacionais e internacionais.
Isso tende a facilitar a comercialidade de bens e serviços entre países, pois, se os produtos e serviços
de um grupo de países seguirem os mesmos padrões, não haverá barreiras técnicas que impeçam sua
comercialização naquele grupo. Por outro lado, a adoção de normas e padrões específicos ou mais
rígidos por parte de nações também pode dificultar a comercialização, gerando, assim, uma proteção em
relação aos produtos do mercado externo.
EXEMPLOS DE INSTRUMENTOS DE
DIAGNÓSTICO DE GESTÃO SOCIAL E
AMBIENTAL
Fonte: Olivier Le Moal/shutterstock
Em 1987, nasceu a primeira norma de gerenciamento da qualidade, inaugurando a série de normas e
certificações da série ISO 9000. Ao longo das últimas três décadas, a ISO 9001 já passou por quatro
revisões nos anos de 1994, 2000, 2008 e 2015 (versão atual).
A partir da revisão de 2015, essa norma passou a incorporar requisitos mais abrangentes e diretamente
relacionados ao negócio, contemplando questões estratégicas com contexto interno e externo,
necessidades e expectativas de partes interessadas e ações para abordar riscos e oportunidades. Em
certa medida, essa nova abordagem aproxima o sistema de gestão de qualidade das questões
socioambientais, especialmente quando se destacam os riscos e as oportunidades associados a
contextos interno e externo.
Na área socioambiental, vem se desenvolvendo, nos últimos anos, muitos padrões, normas e
certificações relativos a diversos temas e suas especificidades, como as ambientais, sociais, de gestão
com stakeholders e de local de trabalho.
Neste vídeo, falaremos sobre os instrumentos de diagnóstico de gestão social e ambiental, além da
aplicabilidade deles a diversos segmentos empresariais e suas interfaces.
ISO 14001 ‒ SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ‒
ESPECIFICAÇÃO E DIRETRIZES PARA USO
Fonte: Olivier Le Moal/shutterstock
Emitida inicialmente em 1996 e revisada em 2004, a norma ISO 14001 se encontra atualmente na
versão atualizada 2015. Tendo como estrutura básica o ciclo PDCA (planejar ‒ executar ‒ verificar ‒
atuar) e contemplando requisitos mais estratégicos relacionados ao negócio, ela pode ser utilizada
tanto para a certificação de uma terceira parte quanto para que as organizações implementem
seus requisitos e se declarem em conformidade com eles (autodeclaração).
A figura a seguir mostra como a estrutura apresentada nessa norma está integrada ao ciclo PDCA, o
que pode ajudar os usuários novos ou existentes a entenderem a importância de uma abordagem de
sistemas.
Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015)
 Ciclo PDCA da ISO 14001.
São definidos nesse ciclo os critérios (requisitos) para um sistema de gestão ambiental, sendo delineada
a estrutura que a organização pode seguir para estabelecer um sistema de gestão ambiental eficaz. Ele
é concebido para ser aplicado em qualquer tipo de organização independentemente de:
Atividade ou setor;
Tipo: pública ou privada;
Modelo: Limitada ou sociedade anônima;
Tamanho: Micro, pequena, média ou grande.
Isso pode garantir aos gestores e colaboradores da empresa e aos stakeholders externos que o impacto
ambiental é monitorado e melhorado. De acordo com informação disponibilizada no site da ISO (2020),
existem atualmente mais de 300.000 certificações ISO 14001 em 171 países ao redor do mundo.
Entre os principais propósitos para a implementação e certificação do sistema de gestão ambiental
(SGA) com base na ISO 14001, podemos destacar os seguintes:
Fonte: SeventyFour/Shutterstock
Demonstrar conformidade com requisitos legais e outros requisitos de forma contínua.
Fonte: mentatdgt/Shutterstock
Aumentar o engajamento das funções de liderança e o comprometimento dos colaboradores.
Fonte: Prostock-studio/Shutterstock
Melhorar a reputação da organização e a confiança das partes interessadas mediante uma comunicação
transparente e estratégica.
Fonte: petrmalinak/Shutterstock
Alcançar os objetivos estratégicos dos negócios por meio da incorporação de questões ambientais na
gestão do seu negócio.
Fonte: kung_tom/Shutterstock
Oferecer vantagem competitiva e financeira, aumentando a eficiência, a eficácia operacional e
ambiental, além de reduzir os custos.
Fonte: Kowit Lanchu/Shutterstock
Incentivar a melhoria do desempenho ambiental por parte de provedores externos, integrando-os à
cadeiade fornecimento e aos sistemas de negócios da empresa.
ISO 50001 ‒ SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA ‒
REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Norma certificável que também permite autodeclaração, a ISO 50001 está na sua versão 2018. Ela
possui os requisitos para estabelecer, implementar, manter e melhorar um sistema de gestão da energia
(SGE).
Fonte: GoMixer/Shutterstock
Qual função a ISSO 50001 desempenha?
O resultado pretendido é permitir que uma organização siga uma abordagem sistemática para alcançar
a melhoria contínua do desempenho energético e do SGE. Vale destacar que o tema energia é bem
central e engloba questões extremamente relevantes e associadas aos temas socioambientais.
Espera-se que uma adequada implementação do SGE por essa norma gere a melhoria da
competitividade e as reduções das emissões de gases de efeito estufa, do custo de energia e de outros
impactos ambientais associados por meio de gestão sistemática da energia.
Ainda pelo fato de utilizar recursos ambientais, os atores econômicos vêm buscando padrões para
investimento no uso sustentável da energia, incluindo seu ciclo de vida desde a busca por matérias-
primas ambientalmente mais responsáveis, passando pelo processo de geração e transmissão e
chegando até ao consumo final da energia gerada. Com isso, eles buscam a melhoria do desempenho
energético na racionalização dos recursos naturais explorados, na redução do consumo e em sua
otimização.
Porém, baseado nos altos preços vinculados à sua produção em um mercado sensível e instável,
implantar uma gestão de energia mostra ser uma boa solução para as organizações que queiram se
manter competitivas, aliando suas práticas a ações mais sustentáveis.
A implementação do sistema de gestão de energia (SGE) nas políticas internas estabelece diretrizes
sobre:
1
2
3
4
5
Eficiência energética;
Consumo consciente;
Produção renovável;
Redução de gases poluentes;
Saúde e Segurança do Trabalho.
ISO 26000 ‒ DIRETRIZES SOBRE
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Por se tratar de uma norma de diretrizes, ela não pode ser usada para fins de certificação ou de
autodeclaração. A norma ISO 26000 fornece orientações para todos os tipos de organizações
independentemente de porte ou localização, de modelo de negócio, se ela é pública ou privada, se
possui operações em países desenvolvidos ou em desenvolvimento etc.
Fonte: GoMixer/Shutterstock
A norma apresenta sete princípios de responsabilidade social:
Prestação de contas
e responsabilidade
Transparência
Comportamento
ético
Respeito pelos
interesses das
partes interessadas
Respeito pelo estado
de direito
Respeito pelas normas
internacionais de comportamento
Respeito pelos direitos
humanos
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
A norma está estruturada com base nos seguintes temas centrais: direitos humanos, práticas
trabalhistas, meio ambiente, práticas leais de operação, questões relativas ao consumidor e
envolvimento com a comunidade e seu desenvolvimento. Estabelecendo questões referentes à
responsabilidade social, ela busca a obtenção de:
Integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda a
organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de influência.

Identificação e engajamento de partes interessadas.

Comunicação de compromissos, de desempenho e outras informações referentes à responsabilidade
social.
Mostraremos a seguir a visão geral esquemática da ISO 26000. Nela, podemos observar a estrutura em
seções e os temas centrais considerados fundamentais para o desdobramento das diretrizes de
responsabilidade social:
Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010)
 ISO 26000: diretrizes sobre responsabilidade social.
Os sete princípios de responsabilidade social, o papel central dos stakeholders e o desdobramento das
diretrizes de responsabilidade social a partir dos temas centrais adotados estruturam, conforme está
descrito acima, a ISO 26000.
A ênfase inicial da responsabilidade social era direcionada para atividades filantrópicas, como doações a
instituições beneficentes. Entretanto, temas como práticas trabalhistas e práticas leais de operação já
existem há mais de um século. Outros tópicos, como os direitos humanos, o meio ambiente, o combate
à corrupção e a defesa do consumidor, foram acrescidos ao longo do tempo à medida que demandavam
mais importância.
Entre os propósitos da responsabilidade social, podemos destacar:
Obtenção de vantagem
competitiva.
Melhoria da reputação. Capacidade de atração e retenção
de trabalhadores ou membros,
clientes, clientes e usuários.
Manutenção da moral
dos funcionários,
comprometimento,
engajamento e
produtividade.
Percepção dos
investidores, dos
acionistas (shareholders),
dos proprietários, dos
mantenedores, dos
patrocinadores e da
comunidade financeira.
Relações com organizações,
governos (órgãos
regulamentadores), mídia,
provedores eternos, pares,
clientes, sindicatos, órgãos
representativos do setor e a
comunidade na qual se opera.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
NBR 16001, SA 8000 E AA 1000 ‒ NORMAS
CERTIFICÁVEIS SOBRE RESPONSABILIDADE
SOCIAL
Diferentemente da ISO 26000 (e na mesma linha da ISO 14001 e da ISO 50001), as normas NBR
16001, SA 8000 e AA 1000 são certificáveis e podem ser utilizadas para fins de certificação e estão
estruturadas com base no ciclo PDCA.
Fonte: ananaline/Shutterstock
NBR 16001 ‒ RESPONSABILIDADE SOCIAL – SISTEMA DE
GESTÃO ‒ REQUISITOS
Em sua versão 2012, ela estabelece os requisitos mínimos relativos a um sistema de gestão da
responsabilidade social, permitindo que a organização formule e implemente uma política e os objetivos
que levem em conta seus compromissos, de forma análoga à da ISO 26000, com responsabilização,
transparência, comportamento ético, respeito pelos interesses das partes interessadas, atendimento aos
requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização, além do respeito às normas
internacionais de comportamento, aos direitos humanos e à promoção do desenvolvimento sustentável.
SA 8000 ‒ RESPONSABILIDADE SOCIAL
Chamada de norma privativa ou estrangeira, ela está na sua versão 2014. Desenvolvida pelo Social
Accountability International (SAI), a SA 8000 mede o desempenho social em oito domínios importantes
em termos de responsabilização social nos locais de trabalho.
Ela o faz tendo por base um elemento referente ao sistema de gestão que impulsiona a melhoria
contínua em todos os domínios da norma. São estes os seus elementos:
Trabalho infantil;
Trabalho forçado ou obrigatório;
Saúde e segurança;
Liberdade de associação e direito à negociação coletiva;
Discriminação;
Práticas disciplinares;
Horário de trabalho;
Remuneração;
Sistema de gestão.
AA 1000 ‒ ESTRUTURA DE GESTÃO DA
RESPONSABILIDADE CORPORATIVA
Atualmente na versão 2008, a AA 1000 foi desenvolvida pelo Instituto de Prestação de Contas de
Responsabilidade Social e Ética, sendo o padrão usado por provedores de garantia independentes para
assegurar que eles sigam um processo rigoroso capaz de terminar com perspicazes, valiosos e
compreensíveis resultados e conclusões em uma declaração pública.
Ela inclui a avaliação da extensão em que uma organização aderiu aos princípios de inclusividade,
materialidade e capacidade de resposta da accountability. Também pode incluir uma avaliação da
confiabilidade de certos elementos de sustentabilidade e informações de desempenho, como emissões
de carbono ou dados de saúde e segurança.
 ATENÇÃO
Um dos conceitos básicos para a AA1000 é saber que a informação é realmente importante para a
capacidade da organização de criar valor privado e público – e não apenas se as informações forem
precisas. No entanto, essa garantia tem seus limites. A declaração de garantia não fornece uma opinião
sobre o fato de a empresa estar tendo um bom desempenho em sustentabilidade. Isso não significaque
todas as questões importantes para todas as partes interessadas sejam relatadas. Isso tampouco
fornece uma garantia absoluta de que tudo está correto; afinal, isso seria muito demorado (e, em alguns
casos, impossível).
OUTROS MODELOS NÃO ASSOCIADOS A
NORMAS ESPECÍFICAS
Fonte: Dome LifeThibaan/shutterstock
TRANSPARÊNCIA E BALANÇO SOCIAL
As boas práticas de governança e responsabilidade socioambiental, além do desempenho econômico-
financeiro, exigem que a organização demonstre de forma crível e auditável a divulgação externa do seu
desempenho em termos de realizações inerentes aos projetos sociais e à preservação do meio
ambiente.
O balanço social é uma excelente forma de demonstrar essas ações corporativas tanto para os
stakeholders (público interno, clientes, fornecedores, consumidores, órgãos regulamentadores,
sindicatos, governo, acionistas etc.) quanto para, em especial, as comunidades no entorno e as
potencialmente afetadas pelo funcionamento e desempenho da organização.
É POSSÍVEL COMPATIBILIZAR O BALANÇO SOCIAL E OS
MODELOS DE GESTÃO ANTERIORMENTE APRESENTADOS,
NÃO OBRIGANDO AS ORGANIZAÇÕES A ESCOLHEREM
APENAS UM TIPO DE MODELO?
A resposta é sim! Considerando que os balanços sociais publicam apenas resultados e não se
concentram no processo utilizado para sua obtenção, em qualquer modelo de gestão adotado (que se
concentra no processo) há uma perfeita coexistência e complementação de informações para fins de
evidenciação e divulgação externa. Sendo assim, o balanço social é mais amplo que as demonstrações
financeiras e os balanços contábeis publicados para o cumprimento de efeitos legais e de evidenciação
dos resultados econômicos da empresa.
A governança corporativa, reconhecida como um consolidado de práticas de gestão interna, é uma
forma de comunicação externa, funcionando como um sistema de comprovação e transparência
empresarial. Nessa linha, o sentido de comunicação com o mercado constitui a parte de uma
engrenagem maior, que é o balanço social voltado a refletir não apenas o crescimento econômico, e sim
o desenvolvimento humano nas organizações.
AVALIAÇÃO DE IMPACTO SOCIAL (AIS)
Como integrar questões sociais a projetos de desenvolvimento nos dias de hoje: É possível fazer isso
graças a uma visão geral das melhores práticas internacionais em AIS que estejam associadas à
descrição dos requisitos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a avaliação de
impactos sociais tanto em termos de passos a serem seguidos durante o ciclo de projeto quanto de
requisitos específicos das políticas do banco.
Mas qual é a função da AIS?
A AIS facilita a integração sistemática de questões sociais no planejamento e na implementação de
projetos; melhora a qualidade e a sustentabilidade dos projetos; apoia e fortalece os requisitos
nacionais; e, por fim, promove a aceitação do projeto e a apropriação local. Ela também ajuda a
identificar e gerenciar potenciais impactos sociais negativos que um projeto poderia causar ou para os
quais ele poderia contribuir, ajudando a maximizar os benefícios para as comunidades locais.
Destacaremos a seguir as motivações para realização de uma AIS:
Avaliação e gestão de riscos e benefícios relacionados ao projeto, maximizando-os para as
comunidades locais e outros grupos.
Compreensão do projeto pelas partes interessadas, identificação das prioridades locais e promoção do
apoio local.
Eficiência e efetividade na implementação do projeto, proporcionando as informações e o envolvimento
contínuo com as partes interessadas, além de permitir uma gestão de projeto adaptativa, de reação ágil
e assertiva, e que evita custos imprevistos.
Avaliação de resultados e impactos do projeto por intermédio da criação de uma base de dados sólida e
com acuracidade, propiciando a avaliação dos resultados e dos impactos sociais de um projeto.
O BID e outras instituições financeiras estão desenvolvendo e aplicando padrões e orientações de boas
práticas para abordar as diferentes oportunidades e os riscos ambientais e sociais nos projetos. A
integração sistemática dessas questões no planejamento e na implementação melhora a qualidade e a
sustentabilidade dos projetos, além de apoiar e reforçar os requisitos e aumentar a aceitação local.
Um robusto e demonstrável processo de análise social e consulta que envolva as comunidades locais e
as demais partes interessadas também deveria servir de base para decisões estratégicas sobre as
prioridades e necessidades locais. Além disso, ele precisaria ser considerado ao se determinar o
conceito e o plano geral de um projeto – e não apenas, de forma reativa, analisar e gerenciar os efeitos
e as consequências de uma predeterminada abordagem.
Listaremos a seguir os dez elementos de uma AIS:

1. Esclarecimento dos fundamentos legais e normativos.
2. Avaliação do contexto social incluindo a compreensão dos grupos sociais locais, categorias e
instituições, com particular ênfase na pobreza, exclusão social e vulnerabilidade.


3. Condução de uma análise de partes interessadas e envolvimento significativo com elas, propiciando a
tomada de decisão e de boa governança.
4. Identificação de benefícios e oportunidades locais.


5. Identificação dos riscos reais e potenciais.
6. Determinação dos indicadores, linha de base e coleta de dados precisos e confiáveis, proporcionando
informações para concepção e implementação do projeto e fornecendo subsídios para os planos de
ação.


7. Questões sociais na elaboração/implementação do projeto, identificando e gerenciando os riscos por
meio de uma sequência lógica de etapas chamada de hierarquia de mitigação.
8. Produção e divulgação de relatórios e planos suportados por documentação sistemática das análises
e consultas realizadas, bem como dos vários planos de ação, sempre que for relevante.


9. Incorporação das questões sociais no sistema de gestão do projeto, proporcionando informações não
apenas para produzir estudos e relatórios, mas também para garantir que as questões sociais sejam
gerenciadas de modo adequado.
10. Monitoramento, gestão adaptativa e avaliação por meio de planos (documentos vivos) que precisem
ser revisados e atualizados em resposta a mudanças nas circunstâncias.

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL
(AIAS)
A AIAS também é conhecida como avaliação ambiental, social e do impacto na saúde (ESHIA, sigla em
inglês).
O enfoque adotado para a AIS é promover sua coordenação com uma avaliação de impacto ambiental
(AIA) ou uma análise ambiental e social. Cada vez mais, isso tem sido feito como um enfoque de forma
integrada, ou seja, uma avaliação combinada de impacto ambiental e social.
Esse processo contribui para aumentar os benefícios e as oportunidades do projeto, assim como ele
identifica e administra o risco de possíveis impactos adversos. O diagrama apresentado a seguir serve
de ilustração desse processo, mostrando a sobreposição das questões ambientais e sociais, ou seja, os
benefícios “acima da linha” e os impactos adversos e os riscos “abaixo da linha”.
Fonte: (KVAM, 2018)
 Enfoque ambiental e social integrado.
Em função da apresentação desses diversos modelos e instrumentos de gestão ambiental e social, cabe
às organizações fazerem as suas escolhas de forma acertada. Lembre-se de que também podem ser
feitas combinações com os modelos apresentados, pois não há restrições entre eles.
Por exemplo, isso pode ser feito por meio da escolha de modelos normativos de certificações (ISO
14001, ISO 50001, NBR 16001, AA 1000 e SA 8000) somada à apresentação do balanço social e à AIAS
de forma integrada. A metodologia do BID ou outro análogo, como outra instituição financeira, caso, por
exemplo, dos Princípios do Equador ou do IFC, pode se traduzir em uma estratégia robusta de
demonstração de boas práticas de governança corporativa demonstráveis para os stakeholders, já que
está alinhada às exigências desse mercado altamente competitivo.
Na lista de fatores pertinentespara a escolha acertada, devem ser levados em consideração os
seguintes:
Fonte: LeoWolfert/Shutterstock
A cultura e o nível de maturidade de gestão da organização.
Fonte: SFIO CRACHO/Shutterstock
Os contextos internos e externos nos quais a organização está inserida.
Fonte: NDAB Creativity/Shutterstock
As expectativas, necessidades e interesses das partes interessadas mais afetadas pelo desempenho da
organização.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO DECORRER DESTE MÓDULO, DESTACAMOS DOIS TIPOS DE MODELOS E
INSTRUMENTOS DE DIAGNÓSTICO DE GESTÃO SOCIAL E AMBIENTAL APLICÁVEIS A
DIVERSOS SEGMENTOS EMPRESARIAIS. UM DELES ESTÁ BASEADO EM NORMAS DE GESTÃO
CERTIFICÁVEIS OU DE DIRETRIZES; O OUTRO, EM MODELOS NÃO ASSOCIADOS A NORMAS
ESPECÍFICAS. EM MUITOS CASOS, A LIBERAÇÃO DE INVESTIMENTOS PARA UM
EMPREENDIMENTO ESTÁ CONDICIONADA À DEMONSTRAÇÃO DE DESEMPENHO
SOCIOAMBIENTAL ADEQUADO. QUAL DAS ALTERNATIVAS SEGUINTES APRESENTA
EXEMPLOS DESSES MODELOS?
A) ISO 9001; ISO 19600; ISO 31000; ISO 45001; rotulagem ambiental; produção mais limpa; FSC; ISO
37001 e ISO 22000.
B) EIA-RIMA; auditorias ambientais; análise de riscos; FMEA; HAZOP; ISO 27001; OHSAS 18001; DSC
10000; ISO 55000 e ISO 22301.
C) ISO 14001; ISO 50001; ISO 26000; NBR 16001; SA 8000; AA 1000; balanço social; Avaliação de
Impacto Ambiental e Social (AIAS); Princípios do Equador e International Finance Corporation (IFC).
D) PMI/PMBOK; MRP-II; 6 Sigma; 5 S; WCM; VSM; KAIZEN; Just in Time; PNQ e GMP.
2. A PARTIR DO MOMENTO EM QUE AS ORGANIZAÇÕES PASSARAM A ENXERGAR OS SEUS
NEGÓCIOS DE FORMA MAIS AMPLA, CONSIDERANDO QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS E
COMPETITIVIDADE, QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS TEMAS GLOBAIS QUE MOTIVARAM AS SUAS
PRÁTICAS DE GOVERNANÇA E POLÍTICAS DE GESTÃO?
A) Acabar com a pobreza; acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e
promover a agricultura sustentável; assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar; assegurar a
educação inclusiva e equitativa de qualidade, além de promover oportunidades de aprendizagem;
alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; assegurar a disponibilidade
e gestão sustentável da água e saneamento.
B) Conservação dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos; combate à mudança climática;
redução das emissões de gases de efeito estufa; gestão eficiente das águas; alternativas de energias
limpas, renováveis e biocombustíveis; análise do ciclo de vida dos produtos e rotulagem ambiental;
redução de resíduos; respeito aos direitos humanos e à diversidade no ambiente de trabalho; saúde e
segurança ocupacional.
C) Construir infraestruturas robustas; promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a
inovação; reduzir a desigualdade dentro e entre os países; tornar as cidades e os assentamentos
humanos inclusivos, seguros, resistentes e sustentáveis; assegurar padrões de produção e de consumo
sustentáveis; tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos; conservar e
usar sustentavelmente os oceanos/mares/recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável;
proteger/recuperar/promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres; gerir de forma sustentável
as florestas; combater a desertificação; deter e reverter a degradação da terra e a perda de
biodiversidade.
D) Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento
sustentável; assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e com preço acessível a fontes de
energia; promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, com emprego pleno e
produtivo, além de trabalho decente; promover sociedades pacíficas e inclusivas para o
desenvolvimento sustentável; proporcionar o acesso à justiça para todos; construir instituições eficazes,
responsáveis e inclusivas.
GABARITO
1. No decorrer deste módulo, destacamos dois tipos de modelos e instrumentos de diagnóstico
de gestão social e ambiental aplicáveis a diversos segmentos empresariais. Um deles está
baseado em normas de gestão certificáveis ou de diretrizes; o outro, em modelos não associados
a normas específicas. Em muitos casos, a liberação de investimentos para um empreendimento
está condicionada à demonstração de desempenho socioambiental adequado. Qual das
alternativas seguintes apresenta exemplos desses modelos?
A alternativa "C " está correta.
A única alternativa que exemplifica de forma correta os modelos e instrumentos de diagnóstico de
gestão social e ambiental aplicáveis a diversos segmentos empresariais é a C. As demais alternativas
apresentam exemplos de certificações e outros sistemas que se relacionam mais com aspectos de
qualidade, produtividade, compliance, riscos, entre outros quesitos; ainda assim, eles não são aplicáveis
à abordagem requerida para as questões socioambientais abordadas neste tema.
2. A partir do momento em que as organizações passaram a enxergar os seus negócios de forma
mais ampla, considerando questões socioambientais e competitividade, quais são os principais
temas globais que motivaram as suas práticas de governança e políticas de gestão?
A alternativa "B " está correta.
A única alternativa que aponta para os temas globais que motivaram as organizações a pensarem os
seus negócios de forma mais completa e sustentável é a letra B. As demais alternativas apresentam os
ODS que, mesmo sendo fundamentais, não refletem os tópicos abordados nesse contexto.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatamos neste tema que o meio ambiente deve ser classificado como uma oportunidade para os
negócios – e não como um problema no contexto de sustentabilidade. Por conta disso, apresentamos o
histórico do desenvolvimento sustentável.
Para propiciarmos a avaliação do desempenho das organizações, descrevemos alguns dos principais
instrumentos relacionados às normas de gestão e às suas metodologias. Adotados por bancos e
instituições financeiras, eles são utilizados para a avaliação das estratégias socioambientais das
organizações e dos empreendimentos, estando, desse modo, aliados a uma alta competitividade cada
vez mais exigida no mercado.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14001:2015. Sistemas de
gestão ambiental - requisitos com orientações para uso.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 50001:2018. Sistemas de
gestão de energia - requisitos com orientações para uso.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 26000:2010. Diretrizes sobre
responsabilidade social.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normalização: definição. Consultado em meio
eletrônico em: 29 set. 2020.
ALIGLERI, L.; ALIGLERI. L. A.; KRUGLIANSKAS, I. Gestão industrial e produção sustentável. São
Paulo: Saraiva, 2016.
BROWN, L. Building a sustainable society. Washington: World Watch Institute, 1981.
ELKINGTON, J. Canibais com garfo e faca. São Paulo: Makron, 2001.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 14000 family environmental
management. Consultado em meio eletrônico em: 29 set. 2020.
KVAM, R. Avaliação de impacto social: como integrar questões sociais a projetos de desenvolvimento.
In: Banco Interamericano de Desenvolvimento. Publicado em meio eletrônico em: maio 2018.
NIELSEN. Brasileiros estão cada vez mais sustentáveis e conscientes. Publicado em meio
eletrônico em: 19 jun. 2019.
SAVITZ, A. W.; WEBER, K. A empresa sustentável: o verdadeiro sucesso é o lucro com
responsabilidade social e ambiental. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
WIKIPEDIA. Environmental, social and corporate governance. Publicado em meio eletrônico em: 18
ago. 2020.
WIKIPEDIA. Relatório Brundtland. Publicado em meio eletrônico em: 15 nov. 2018.
EXPLORE+
Para aprofundar seu conhecimento sobre a gestão ambiental, pesquise e assista a vídeos sobre o tópico
no site do Sebrae.
Consulte sites como o do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e leia a respeito da governança ambiental
para entender como as instituiçõesempregam o planejamento racional em benefício das gerações
atuais e futuras.
Pesquise artigos sobre o termo "sustentabilidade" para saber como ele surgiu e qual foi a sua trajetória
até ser incorporado nos meios político, empresarial e de comunicação de massa de organizações da
sociedade civil.
CONTEUDISTA
Vanilson Fragoso Silva
 CURRÍCULO LATTES
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