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MORANGUEIRO IRRIGADO

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Morangueiro Irrigado
Aspectos técnicos e ambientais do cultivo
Luís Carlos Timm
Vítor Emanuel Quevedo Tavares
Carlos Reisser Junior
Carina Costa Estrela
(Editores)
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Morangueiro Irrigado 
Aspectos técnicos e ambientais do cultivo 
 
 
 
 
 
Luís Carlos Timm 
Vitor Emanuel Quevedo Tavares 
Carlos Reisser Júnior 
Carina Costa Estrela 
Editores 
 
 
Morangueiro Irrigado 
Aspectos técnicos e ambientais do cultivo 
Pelotas – RS – Brasil 
Universidade Federal de Pelotas 
2009 
 
Obra publicada pela Universidade Federal de Pelotas 
Reitor: Prof. Dr. Antonio Cesar Gonçalves Borges 
Vice-Reitor: Prof. Manoel Luiz Brenner de Moraes 
Pró-Reitor de Extensão e Cultura: Prof. Dr. Luiz Ernani Gonçalves Ávila 
Pró-Reitor de Graduação: Prof. Dra. Eliana Póvoas Brito 
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Prof. Dr. Manoel de Souza Maia 
Pró-Reitor Administrativo: Eng. Francisco Carlos Gomes Luzzardi 
Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Prof. Ms. Élio Paulo Zonta 
Pró-Reitor de Recursos Humanos: Admin. Roberta Trierweiler 
Pró-Reitor de Infra-Estrutura: Mario Renato Cardoso Amaral 
Pró-Reitoria de Assistência Estudantil: Assistente Social Carmen de Fátima de Mattos do Nascimento 
 
CONSELHO EDITORIAL 
Profa. Dra. Carla Rodrigues Prof. Dr. José Estevan Gaya 
Prof. Dr. Carlos Eduardo Wayne Nogueira Profa. Dra. Luciane Prado Kantorski 
Profa. Dra. Cristina Maria Rosa Prof. Dr. Luiz Alberto Brettas 
Profa. Dra. Flavia Fontana Fernandes Profa. Dra. Maria Tereza Fernandes Pouey 
Profa. Dra. Francisca Ferreira Michelon Prof. Dr. Volmar Geraldo da Silva Nunes 
 
Editora e Gráfica Universitária 
 R Lobo da Costa,447 – Pelotas, RS – CEP 96010-150 
 Fone/fax:(53)3227 8411 
 e-mail: editora@ufpel.edu.br 
Diretor da Editora e Gráfica Universitária: Prof. Dr. Volmar Geraldo da Silva Nunes 
Gerência Operacional: Bel. Daniela da Silva Pieper 
Chefe da Seção Gráfica: Carlos Gilberto Costa da Silva 
Impresso no Brasil 
Edição: 2009 
© Copyright 2009 by – Luís Carlos Timm, Vitor Emanuel Quevedo Tavares, Carlos Reisser Júnior, Carina Costa 
Estrela 
ISBN: 978-85-7192-612-7 
Tiragem: 150 exemplares 
Capa, layout e editoração eletrônica: Vitor Emanuel Quevedo Tavares 
 
Dados de catalogação na fonte: 
(Marlene Cravo Castillo – CRB 10/744) 
 
M829 Morangueiro irrigado: aspectos técnicos e ambientais do cultivo / 
editado [por] Luís Carlos Timm.../et al./. Pelotas : Ed. da 
Universidade Federal de Pelotas, 2009 
163 p. : il. 
 
1. Irrigação. 2. Qualidade da água. 3. Atributos do solo. 
4. Sistemas de produção de morango. 5. Fragaria x ananassa Duch. 
I. Timm, Luís Carlos. II Tavares, Vitor Emanuel Quevedo. III Reisser 
Júnior, Carlos. IV. Estrela, Carina Costa. V. Título. 
 
 CDD 634.75 
Apoio: 
 
Processo CNPq/ CT-Agronegócio nº 554299/2006-2 
 
Informações sobre os Autores e Co-Autores 
Luís Carlos Timm - Eng. Agrícola, Prof. Adjunto, Depto de 
Engenharia Rural, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, 
UFPel, Cx. Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970, Bolsista de 
Produtividade em Pesquisa CNPq – Nível 2, 
lctimm@ufpel.edu.br. 
Vítor Emanuel Quevedo Tavares - Eng. Agrícola, Prof. Associado, 
Depto de Engenharia Rural, Faculdade de Agronomia Eliseu 
Maciel, UFPel, Cx. Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970, 
Bolsista PET/SESu/MEC, vtavares@ufpel.tche.br. 
Carlos Reisser Júnior - Eng. Agrícola, Pesquisador, Embrapa Clima 
Temperado, Cx. Postal 403, Pelotas-RS, 96001-970, 
reisser@cpact.embrapa.br. 
Carina Costa Estrela - Ecóloga, MSc. em Ciências, Pelotas-RS. 
ccestrela@terra.com.br 
Denise de Souza Martins – Eng. Agrônoma, Mestranda no 
PPGSPAF, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, 
Cx. Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970, Bolsista CAPES. 
André Samuel Strassburger – Eng. Agrônomo, Doutorando no 
PPGSPAF, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, 
Cx. Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970, Bolsista FAPEG. 
Roberta Marins Nogueira Peil – Eng. Agrônoma, Profa. Associada, 
Depto de Fitotecnia, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, 
UFPel, Cx. Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970. 
José Ernani Schwengber – Eng. Agrônomo, Pesquisador, Embrapa 
Clima Temperado, Estação Experimental Cascata, Cx. Postal 
403, Pelotas-RS, 96001-970. 
 
Leonardo Göetzke Furtado – Eng. Agrônomo, Depto de Solos, 
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Cx. Postal 
354, Pelotas-RS, 96001-970. 
Luís Carlos Philipsen – Técnico Agrícola, EMATER – Escritório 
Municipal de Turuçu-RS. 
Luís Eduardo Correa Antunes - Eng. Agrônomo, Pesquisador, 
Embrapa Clima Temperado, Cx. Postal 403, Pelotas-RS, 
96001-970. 
Noel Gomes da Cunha - Eng. Agrônomo, Pesquisador, Embrapa 
Clima Temperado, Cx. Postal 403, Pelotas-RS, 96001-970. 
Maria Laura Turino Mattos – Eng. Agrônoma, Pesquisadora, 
Embrapa Clima Temperado, Cx. Postal 403, Pelotas-RS, 
96001-970. 
Leandro Sanzi Aquino – Eng. Agrônomo, Mestrando do PPGA-
Solos, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Cx. 
Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970, Bolsista CAPES. 
Gabrieli da Cunha Pereira – Tecnóloga em Gestão Ambiental, 
Pelotas-RS. 
Manoela Terra de Almeida – Acadêmica do Curso de Química 
Ambiental, Universidade Católica de Pelotas, Pelotas-RS. 
Carla Denize Venzke – Tecnóloga em Gestão Ambiental, Pelotas-
RS. 
Adilson Luís Bamberg – Eng. Agrícola, Doutorando do PPGA-
Solos, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Cx. 
Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970, Bolsista CAPES. 
Eloy Antonio Pauletto – Eng. Agrônomo, Prof. Associado, Depto de 
Solos, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Cx. 
 
Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970, Bolsista de Produtividade 
em Pesquisa CNPq – Nível 2. 
Luiz Fernando Spinelli Pinto – Geólogo, Prof. Associado, Depto de 
Solos, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Cx. 
Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970. 
Álvaro Luiz Carvalho Nebel – Eng. Agrícola, Doutorando do 
PPGA-Solos, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, 
Cx. Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970. 
Wildon Panziera – Graduando em Agronomia, Faculdade de 
Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Cx. Postal 354, Pelotas-RS, 
96001-970. 
Gláucia Oliveira Islabão – Química, Doutoranda do PPGA-Solos, 
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Cx. Postal 
354, Pelotas-RS, 96001-970. 
Ledemar Carlos Vahl – Eng. Agrônomo, Prof. Titular, Depto de 
Solos, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Cx. 
Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970. 
Danilo Dufech Castilhos – Eng. Agrônomo, Prof. Associado, Depto 
de Solos, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Cx. 
Postal 354, Pelotas-RS, 96001-970. 
Rodrigo Bubolz Prestes – Graduando em Agronomia, Faculdade de 
Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Cx. Postal 354, Pelotas-RS, 
96001-970, Bolsista BIC FAPERGS. 
 
 
 
 
Colaboradores 
 
• Sérgio Leal Fernandes (DER/FAEM/UFPel-Pelotas-RS) 
• Eroni Emilio Konrad (Secretaria da Agricultura-Turuçu-RS) 
• Lauro Francisco Schneid (EMATER – Escritório Municipal 
de Turuçu-RS) 
• Dalgisa Philipsen (EMATER – Escritório Municipal de 
Turuçu-RS) 
• Michel David Gerber (CEFET/RS-Pelotas-RS) 
• Fioravante Jaekel dos Santos (DER/FAEM/UFPel-Pelotas-
RS) 
• Jocelito Saccol de Sá (CEFET/RS-Pelotas-RS) 
• João Carlos Medeiros Madail (Embrapa Clima Temperado-
Pelotas-RS) 
• João Soares Viegas Filho (DEA/FEA/UFPel-Pelotas-RS) 
• Marco Moro (EMATER – Escritório Regional de Pelotas-
RS) 
• Gilnei Manke (Eng. Agrônomo-Pelotas-RS) 
• Clênio Nailto Pillon (Embrapa Clima Temperado-Pelotas-
RS) 
• Marilice Cordeiro Garrastazu (Embrapa Clima Temperado-
Pelotas-RS) 
• Orlando Pereira Ramirez (DEA/FEA/UFPel-Pelotas-RS) 
• Endrigo Pereira Lima (CEFET/RS-Pelotas-RS) 
• Gabriel Rodrigues Bruno (CEFET/RS-Pelotas-RS) 
 
Agradecimentos 
 
 
Para a concretização do presente trabalho, os autores 
receberam apoio financeiro bem como a concessão de bolsas de 
estudo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico, CNPq. Tambémagradecem a CAPES e a 
FAPERGS pela concessão de bolsas de estudo. 
Os autores agradecem aos produtores de morango que 
contribuíram para a realização do projeto intitulado 
“VARIABILIDADE ESPACIAL E TEMPORAL DA 
QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E SEU 
IMPACTO AMBIENTAL NO SISTEMA FAMILIAR DE 
PRODUÇÃO DE MORANGO DO PÓLO PRODUTIVO DO 
MUNICÍPIO DE TURUÇU-RS”, especialmente aos produtores 
Abel Winter, Arnildo Weinert, Cassio Peter, Dioni Stern, 
Ermindo Milech, Fábio Zitzke, Gilso Zuge, Ildo Beiersdorf, 
Paulo Scherdien, Paulo Tuchtenhagen, Pedro Bonow, Silmo 
Stocker, Teodorico Kabke, Valdenir Hartwig e Valdomiro de 
Souza, os quais pertencem a Associação dos Produtores de 
Morango do Município de Turuçu-RS. 
A todos, NOSSO MUITO OBRIGADO pela 
colaboração e compreensão ao longo do projeto. 
 
 
 
 
 
 9
SUMÁRIO 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................ 14 
CAPÍTULO 1 - FISIOLOGIA DA PRODUÇÃO 
DE MORANGUEIRO ........................................................... 16 
1.1 INTRODUÇÃO ................................................................. 16 
1.2 CARACTERÍSTICAS DA PLANTA ...................................... 17 
1.2.1 Botânica ............................................................... 17 
1.2.2 Sistema radicular .................................................. 18 
1.2.3 Fisiologia da planta .............................................. 20 
1.2.4 Exigência hídrica .................................................. 22 
1.3 CULTIVARES .................................................................. 23 
1.3.1 Características das cultivares utilizadas em 
Turuçu-RS ............................................................ 24 
1.3.2 Novas cultivares para a Região Sul ...................... 25 
1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................ 27 
1.5 LITERATURA CITADA ..................................................... 28 
CAPÍTULO 2 - SISTEMA DE PRODUÇÃO 
DO MORANGUEIRO: FATORES QUE 
INFLUENCIAM O MANEJO DA IRRIGAÇÃO............... 30 
2.1 INTRODUÇÃO ................................................................. 30 
2.2 UTILIZAÇÃO DE COBERTURA DO SOLO ........................... 31 
2.2.1 Materiais de origem vegetal ................................. 32 
2.2.2 Materiais sintéticos .............................................. 33 
 
 10 
2.2.3 Influência da cobertura do solo no aporte 
de água ................................................................. 33 
2.3 UTILIZAÇÃO DE TÚNEIS ................................................. 34 
2.3.1 Manejo dos túneis ................................................ 34 
2.3.2 Influência dos túneis de cultivo sobre 
a irrigação ............................................................. 36 
2.4 ESCOLHA DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO ............................ 36 
2.4.1 Aspersão ............................................................... 36 
2.4.2 Gotejamento ......................................................... 37 
2.4.3 Influência dos sistemas de irrigação na 
incidência de doenças e pragas ............................ 38 
2.5 FERTIRRIGAÇÃO ............................................................ 41 
2.5.1 Aspectos nutricionais do morangueiro ................. 42 
2.5.2 Tipos e fontes de nutrientes para a fertirrigação .. 44 
2.5.3 Utilização de soluções de origem orgânica .......... 45 
2.5.4 Estrutura necessária .............................................. 46 
2.5.5 Manejo da fertirrigação ........................................ 47 
2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................ 48 
2.7 LITERATURA CITADA ..................................................... 48 
CAPÍTULO 3 - SOLO E MANEJO DA ÁGUA ................ 51 
3.1 O SOLO .......................................................................... 51 
3.2 ATRIBUTOS FÍSICO-HÍDRICOS DO SOLO .......................... 54 
3.2.1 Textura do solo ..................................................... 54 
3.2.2 Estrutura do solo .................................................. 55 
3.3 ÁGUA NO SOLO .............................................................. 59 
3.3.1 Umidade do solo .................................................. 59 
3.3.2 Retenção de água no solo ..................................... 61 
 
 11
3.3.3 Capacidade de campo e ponto de murcha 
permanente ........................................................... 62 
3.3.4 Capacidade de água disponível ............................ 62 
3.3.5 Armazenamento de água no solo ......................... 63 
3.4 DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO ......................... 65 
3.5 MANEJO DA ÁGUA ......................................................... 69 
3.5.1 Produção de mudas .............................................. 69 
3.5.2 Produção de frutos ............................................... 72 
3.5.3 Resposta do morangueiro à disponibilidade 
hídrica ................................................................... 80 
3.5.4 Manejo da irrigação localizada ............................ 84 
3.5.5 Fertirrigação ......................................................... 87 
3.6 LITERATURA CITADA ..................................................... 88 
CAPÍTULO 4 - QUALIDADE DA ÁGUA ........................ 92 
4.1 A ÁGUA USADA NA AGRICULTURA ................................. 92 
4.1.1 A água usada na cultura do morangueiro ............. 94 
4.2 QUALIDADE DA ÁGUA USADA NA IRRIGAÇÃO ................ 95 
4.2.1 Qualidade da água usada na irrigação 
localizada ............................................................. 97 
4.3 FONTES DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO ........ 99 
4.4 ESTUDO DE CASO: QUALIDADE DA ÁGUA USADA 
PARA IRRIGAÇÃO DO MORANGUEIRO NO MUNICÍPIO 
DE TURUÇU-RS ........................................................... 100 
4.4.1 Caracterização e origem das fontes de 
captação de água para irrigação ......................... 103 
4.4.2 Potencial de risco de danos ao sistema de 
irrigação do morangueiro ................................... 106 
 
 12 
4.4.3 Variabilidade espacial e temporal da 
qualidade da água de irrigação ........................... 109 
4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................. 110 
4.6 LITERATURA CITADA ................................................... 111 
CAPÍTULO 5 - QUALIDADE FÍSICO-HÍDRICA 
DO SOLO E A PRODUÇÃO DE MORANGO................. 115 
5.1 QUALIDADE DO SOLO ................................................... 115 
5.1.1 Solos do Município de Turuçu-RS ..................... 118 
5.1.2 Qualidade do solo e a produção de morango ..... 121 
5.2 ESTUDO DE CASO: INDICADORES DA QUALIDADE 
FÍSICO-HÍDRICA DO SOLO ............................................. 125 
5.2.1 Estabilidade de agregados em água: distribuição 
de agregados do solo em classes de tamanho e 
diâmetro médio ponderado (DMP) .................... 125 
5.2.2 Porosidade do solo ............................................. 130 
5.2.3 Curva de retenção de água no solo ..................... 132 
5.2.4 Capacidade de Água Disponível (CAD) ............ 134 
5.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................. 135 
5.4 LITERATURA CITADA ................................................... 136 
CAPÍTULO 6 - INDICADORES QUÍMICOS E 
MICROBIOLÓGICOS DO SOLO NA PRODUÇÃO 
DE MORANGO .................................................................. 140 
6.1 INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO ........................ 140 
6.1.1 Indicadores químicos ......................................... 141 
6.1.2 Indicadores microbiológicos .............................. 145 
6.1.3 Indicadores relacionados à fertilidade ................ 146 
 
 13
6.2 ESTUDO DE CASO: INDICADORES QUÍMICOS E 
MICROBIOLÓGICOS DO SOLO NA PRODUÇÃO DE 
MORANGO DO MUNICÍPIO DE TURUÇU-RS .................... 148 
6.2.1 Indicadores químicos ......................................... 148 
6.2.2 Indicadores microbiológicos.............................. 154 
6.2.3 Indicadores de fertilidade ................................... 156 
6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................. 159 
6.4 LITERATURA CITADA ................................................... 160 
 
 
 14 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Ao longo dos últimos anos, a técnica de irrigação vem 
sendo usada em sistemas de produção de morango em 
propriedades familiares no município de Turuçu-RS. 
Entretanto, as informações regionais sobre a qualidade da água 
que vem sendo utilizada na irrigação, a eficiência dos sistemas 
já implantados bem como os possíveis impactos da água de 
irrigação sobre os atributos do solo são escassas. Aliado a este 
fator, a dificuldade de assistência, a falta de informações e a 
não disponibilização e apropriação de conhecimentos e 
tecnologias aos produtores, tem conduzido a um manejo de 
irrigação completamente empírico, causando impactos 
negativos que estão comprometendo o desenvolvimento da 
cultura e afetando os recursos naturais, trazendo conseqüências 
tanto sociais como para a atividade econômica propriamente 
dita. Em vista disso, informações referentes ao solo, à planta, 
ao clima e aos sistemas de irrigação podem ser úteis para o 
manejo de água, além de permitir o uso dos recursos hídricos 
de modo mais eficiente. 
As relações entre os componentes do Sistema Solo-
Água-Planta-Atmosfera são complexas, o que torna o manejo 
da irrigação uma tomada de decisão criteriosa. Este manejo 
compreende o uso combinado de informações, sendo o nível 
técnico e o grau de interesse do produtor fatores primordiais 
para o seu sucesso. Ressalta-se que tal manejo deve ser 
praticado e analisado continuamente, para que com o decorrer 
dos anos o produtor adquira maior experiência e conhecimento 
técnico, e se torne mais eficiente quanto ao uso da água. Desta 
forma, o objetivo do presente texto é apresentar, de modo 
simples e direto, aos técnicos e produtores, como as 
 
 15
informações do solo, da planta, do clima e do sistema de 
irrigação são importantes ao manejo de irrigação. 
O texto está dividido em seis capítulos. O primeiro 
trata da fisiologia da cultura do morangueiro; o segundo tem 
como enfoque os diferentes sistemas de produção de morango; 
o terceiro traz informações básicas sobre o solo do ponto de 
vista agronômico e manejo da água de irrigação; o quarto 
aborda questões ligadas a qualidade da água de irrigação; o 
quinto e o sexto capítulos abordam aspectos relativos a 
qualidade do solo do ponto de vista físico-hídrico, químico e 
microbiológico. Acreditamos que a apresentação de estudos de 
casos, nos capítulos quarto, quinto e sexto, seja um importante 
diferencial deste texto em relação aos demais nesta mesma 
temática. 
Palavras-chave: irrigação, qualidade da água, atributos 
do solo, sistemas de produção de morango, Fragaria x 
ananassa Duch. 
 
 16 
 
CAPÍTULO 1 - FISIOLOGIA DA 
PRODUÇÃO DE MORANGUEIRO 
Denise de Souza Martins 
André Samuel Strassburger 
Roberta Marins Nogueira Peil 
José Ernani Schwengber 
Carlos Reisser Júnior 
Leonardo Göetzke Furtado 
1.1 INTRODUÇÃO 
O morangueiro é cultivado e suas frutas apreciadas nas 
mais diversas regiões do planeta. A produção mundial é 
estimada em cerca de 3,1 milhões de toneladas e, a brasileira, 
em 100 mil toneladas (CARVALHO, 2006). 
No Rio Grande do Sul, a área plantada é estimada em 
600 ha, com produção aproximada de 18 mil toneladas anuais 
(IBGE, 2005 apud CARVALHO, 2006), sendo a cultura 
conduzida, predominantemente, em propriedades agrícolas 
familiares, devido à grande necessidade de mão de obra. 
No município de Turuçu, o cultivo do morangueiro 
passou a ganhar maior importância a partir do ano de 2001, 
pela implantação de tecnologias como túneis baixos, sistema de 
irrigação por gotejamento, cobertura do solo e fertirrigação, e, 
sobretudo, pela organização dos agricultores. Hoje a 
Capítulo I 
 17
Associação de Produtores de Morango de Turuçu - RS conta 
com 22 agricultores, com predominância de áreas de até 1 ha. 
As cultivares mais utilizadas em Turuçu são Camarosa 
e Camino Real. Para alcançar o potencial produtivo destas 
cultivares, assim como para outras recomendadas para nossa 
região, é necessário entender a fisiologia da planta, ou seja, 
como a planta responde aos estímulos ambientais externos 
durante o seu ciclo. 
Neste capítulo serão abordados aspectos relativos à 
botânica e fisiologia da planta, caracterização de algumas 
cultivares utilizadas e de outras com potencial para utilização 
na região. 
1.2 CARACTERÍSTICAS DA PLANTA 
1.2.1 Botânica 
O morangueiro pertence à família Rosaceae, ao gênero 
Fragaria e à espécie Fragaria x ananassa Duch. É um híbrido 
interespecífico resultante do cruzamento das espécies 
F. chiloensis e F. virginiana. As plantas que compõem o gênero 
Fragaria são herbáceas, atingem de 15 a 30 cm de altura, 
podendo ser rasteiras ou mais eretas. Formam pequenas 
touceiras (hábito de crescimento em roseta) que aumentam de 
tamanho à medida que a planta envelhece. É uma planta perene 
cultivada como planta anual, principalmente por questões 
sanitárias e fisiológicas (RONQUE, 1998). 
A folha do morangueiro normalmente é constituída por 
um pecíolo longo e três folíolos. Os folíolos são dentados e 
apresentam um grande número de estômatos (300 a 400 por 
mm2 de folha) o que confere ao morangueiro uma maior 
sensibilidade à falta de água, à baixa umidade relativa do ar e às 
altas temperaturas (SANHUEZA et al., 2005 apud SILVA et 
al., 2007). 
Morangueiro Irrigado 
 18 
Os estolões são caules verdadeiros, muito flexíveis, 
que se desenvolvem em contato com o solo, permitindo que, a 
partir da roseta foliar existente em seus nós, cresçam raízes que 
penetram no solo, dando origem a novas plantas independentes 
(RONQUE, 1998). O estolão é a forma mais utilizada de 
multiplicação vegetativa do morangueiro (SILVA et al., 2007). 
As flores do morangueiro estão agrupadas em 
inflorescências do tipo cimeira, ou seja, depois de aberta a 
primeira flor, os botões laterais vão se abrindo um a um, 
acompanhando o desenvolvimento da inflorescência. O número 
de inflorescências por planta é variável dependendo da cultivar, 
assim como o número de flores por inflorescência. As 
inflorescências se formam a partir das gemas existentes nas 
axilas das folhas. A primeira flor normalmente origina o 
primeiro fruto, em geral o mais desenvolvido de cada 
inflorescência (SILVA et al., 2007). 
Os frutos do tipo aquênio são minúsculos de coloração 
vermelho amarronzados, duros e superficiais, que normalmente 
as pessoas confundem achando que é a semente. Na verdade 
estes aquênios são os frutos verdadeiros. O que chamamos de 
fruta do morangueiro é, na verdade, o receptáculo floral que 
engrossa e se torna carnoso e doce, de formato e sabor variável 
de acordo com a cultivar utilizada (SILVA et al., 2007). 
As características botânicas da planta são importantes, 
pois as cultivares de morangueiro são caracterizadas com base 
nas diferenças morfológicas da folha, da planta ou do fruto 
(CONTI et al., 2002 apud SILVA et al., 2007). 
1.2.2 Sistema radicular 
O sistema radicular do morangueiro é formado por 
raízes adventícias e fasciculadas. As raízes adventícias ou 
primárias são grandes e perenes (não morrem de um ano para o 
Capítulo I 
 19
outro), com função de reserva, contribuindo na absorção de 
água e nutrientes (PIRES et al., 2000). 
As raízes fasciculadas ou secundárias são longas e se 
desenvolvem lateralmente ao rizoma, em camadas sobrepostas, 
ficando as camadas de raízes mais novas acima das raízes mais 
velhas. Estas raízes têm a vida mais curta (NATIVIDADE, 
1940 apud INFORZATTO; CAMARGO, 1973). 
As raízes do morangueiro se renovam continuamente 
durante o ciclo da cultura, e devido a essa forma de renovação 
das raízes, o sistema radicular do morangueiro é pouco 
profundo (GALLETA; BRINGHURTS, 1990 apud PIRES et 
al., 2000). 
A distribuiçãodo sistema radicular no solo depende de 
muitos fatores, como a compactação do solo, a umidade, a 
aeração e a fertilidade do mesmo. Para fins de irrigação, a 
profundidade efetiva das raízes (que representa a camada desde 
a superfície do solo até onde se encontra a maior parte das 
raízes absorventes) é um dos parâmetros básicos para projetos 
de manejo de água para a cultura (PIRES et al., 2000). 
A quase totalidade das raízes do morangueiro 
encontra-se até 60cm de profundidade. Todavia, a maior parte 
do sistema radicular se concentra nos primeiros 30cm do solo, 
profundidade recomendada para fins de irrigação (RONQUE, 
1998; PIRES, et al., 2000). 
As raízes servem de órgão de reserva de 
fotoassimilados da planta, para que ocorra a brotação do 
próximo ano. 
A vida saudável do morangueiro, no que diz respeito 
às suas raízes, depende da contínua produção de novas raízes 
principais do caule e da possibilidade dessas raízes produzirem 
novos tecidos, assegurando a existência duradoura da planta 
(INFORZATTO; CAMARGO, 1973). 
Como o sistema radicular do morangueiro é bastante 
superficial, a área de cultivo deve ser mantida sempre limpa e 
Morangueiro Irrigado 
 20 
protegida por cobertura morta, mantendo úmida a camada 
superficial do solo, evitando que as plantas espontâneas 
concorram por nutrientes e água com o morangueiro. 
1.2.3 Fisiologia da planta 
Para a melhor exploração da cultura do morangueiro é 
de fundamental importância o conhecimento sobre os aspectos 
fisiológicos da planta. 
Segundo Duarte Filho et al. (1999), durante a série de 
transformações que a planta passa em seu ciclo, existem 
diferenças marcantes entre as fases de desenvolvimento 
vegetativo - formação de biomassa como folhas, caules e 
estolões, e desenvolvimento reprodutivo - formação de 
componentes da flor como pétalas, estames e pistilo. 
A fase vegetativa é verificada logo após o transplante 
das mudas, que no município de Turuçu geralmente ocorre no 
mês de abril (ESTRELA, 2008). 
A diferenciação do meristema vegetativo para floral, 
que resultará no florescimento, é muito dependente de um 
conjunto de fatores, sendo o fotoperíodo (duração do dia), a 
temperatura e a interação entre estes os de maior relevância 
(SILVA et al., 2007; RONQUE, 1998). 
Em função da resposta da planta ao fotoperíodo, as 
cultivares se classificam em cultivares de dias curtos, cultivares 
de dias neutros (ou indiferentes ao fotoperíodo) e cultivares de 
dias longos. Atualmente, as cultivares de dias longos não são 
utilizadas no Brasil (WREGE et al., 2007). 
As cultivares de dias curtos são aquelas que florescem 
quando há redução do comprimento do dia (menor que 14 horas 
de luz) e da temperatura (menor que 15°C) (SILVA et al., 
2007). Nesse grupo, encontram-se a maioria das cultivares 
utilizadas no Brasil, como Camarosa e Camino Real, 
Capítulo I 
 21
amplamente utilizadas no município de Turuçu (ESTRELA, 
2008). 
As cultivares de dias neutros são aquelas que 
apresentam uma menor sensibilidade ao fotoperíodo em 
comparação às de dias curtos, prolongando o florescimento até 
que as baixas temperaturas paralisem suas atividades (SILVA 
et al., 2007). As cultivares Diamante, Aromas e Albion são 
cultivares de dias neutros que já estão sendo introduzidas nos 
municípios da região Sul do Rio Grande do Sul. 
Para que o florescimento seja abundante é preciso que 
a planta tenha suprido as horas de frio necessárias para a 
indução floral no período anterior ao transplante (período em 
que está no viveiro), que varia de acordo com a cultivar. Esse 
requerimento de horas de frio, geralmente abaixo de 7°C, é 
necessário para uma normal formação de folhas e flores na 
planta (SILVA et al., 2007). 
Segundo Ronque (1998) é interessante que os viveiros 
de mudas estejam localizados em regiões de latitude e/ou 
altitudes elevadas, a fim de que o número de horas acumuladas 
de frio (380 a 700 horas, dependendo da cultivar) seja suprida. 
Devido a este aspecto fisiológico e também pelo 
aspecto sanitário, a grande maioria das mudas utilizadas no Rio 
Grande do Sul é importada do Chile e Argentina, pois os 
viveiros destes países possuem as condições climáticas mais 
favoráveis. 
Wrege et al. (2007) realizaram um zoneamento 
agroclimático para produção de mudas no Rio Grande do Sul e 
verificaram que, na Região Sul do Estado, as horas de frio estão 
abaixo das exigência da cultura. Assim, a produtividade das 
mudas produzidas nessa região pode ser inferior àquelas 
produzidas em locais mais recomendados para a produção de 
mudas, conforme demonstra Oliveira e Scivittaro (2006). 
Dependendo do estímulo de luz (fotoperíodo) e 
temperatura que a planta recebe após o transplante nos 
Morangueiro Irrigado 
 22 
canteiros, ela pode vir a ter uma florada precoce, sem que a 
parte vegetativa esteja bem desenvolvida. Nestes casos, 
aconselha-se que estes primeiros cachos florais sejam 
removidos da planta, ainda quando pequenos, para que haja um 
incremento no crescimento vegetativo da planta e, assim, ela 
suporte o crescimento das frutas que virão posteriormente. Em 
plantas que são mantidas com cultivo de 18 meses, além do 
incremento no crescimento vegetativo que ocorre no primeiro 
ano quando se adota esta prática, existe um incremento na 
produtividade das plantas no segundo ano (DAUGAARD, 
1999). 
Em cultivares de dias curtos, como a Camarosa e a 
Camino Real, o aumento do fotoperíodo e da temperatura 
estimulam a planta a emitir estolões, em detrimento da emissão 
de inflorescências. As cultivares de dias neutros ou 
indiferentes, como Aromas e Albion, são menos influenciadas 
por esses dois fatores, e, portanto, apresentam uma menor 
emissão de estolões e uma continuidade na emissão de 
inflorescências. Se a intenção é a produção de frutas, se 
aconselha retirar os estolões das plantas, pois eles são fortes 
drenos, favorecendo o desenvolvimento das inflorescências e 
das frutas. 
1.2.4 Exigência hídrica 
O morangueiro é extremamente sensível ao déficit 
hídrico do solo. A irrigação é, portanto, uma prática cultural 
indispensável para que a lavoura atinja níveis satisfatórios de 
produtividade e qualidade das frutas (SANTOS et al., 2005). 
Pela característica do sistema radicular pouco 
profundo, a cultura do morangueiro exige um bom manejo da 
irrigação, evitando-se deficiências, assim como excessos, 
reduzindo a incidências de doenças. 
Capítulo I 
 23
As necessidades hídricas do morangueiro estão 
relacionadas ao clima, às condições de umidade do solo e à fase 
de desenvolvimento da planta, necessitando de 900 a 1100 mm 
de chuvas bem distribuídas durante o ciclo de cultivo 
(CARVALHO, 2006). 
A fase de maior exigência hídrica do morangueiro é a 
de frutificação. Nessa fase, a planta necessita mais água para 
formar os frutos, que possuem baixos teores de matéria seca, e, 
também, por ser a fase que coincide com a primavera-verão, 
quando a transpiração da cultura aumenta devido ao calor. 
Segundo Severo et al. (2006), 86% da água consumida 
durante o ciclo do morangueiro é durante a fase de frutificação. 
Como essa fase é longa, atenção especial deve ser dada para o 
manejo da água neste período, para que não ocorram excessos e 
nem déficits. 
1.3 CULTIVARES 
As principais cultivares de morangueiro utilizadas no 
Brasil provêm dos programas de melhoramento dos Estados 
Unidos, destacando-se: Aromas, Camarosa, Camino Real, 
Diamante, Dover, Oso Grande, Sweet Charlie e Ventana; da 
Espanha: Milsei-Tudla; do programa de melhoramento genético 
da Embrapa Clima Temperado: Bürkley, Santa Clara e Vila 
Nova; e do Instituto Agronômico – IAC: cultivar Campinas 
(OLIVEIRA et al., 2005 apud OLIVEIRA; SCIVITTARO, 
2006). 
No Rio Grande do Sul, as cultivares Aromas e 
Camarosa são, respectivamente, as cultivares de dias neutros e 
de dias curtos mais utilizadas, sendo ambas indicadas para 
consumo in natura e industrialização (OLIVEIRA; 
SCIVITTARO, 2006). 
Morangueiro Irrigado 
 24 
1.3.1 Característicasdas cultivares utilizadas em Turuçu-
RS 
Segundo ESTRELA (2008) as cultivares de 
morangueiro mais utilizadas no município de Turuçu são 
Camarosa e Camino Real, ambas de dias curtos. 
A cultivar Camarosa (Figura 1.1) foi obtida na 
Universidade da Califórnia, em 1993, apresentando plantas 
vigorosas, com folhas grandes de coloração verde-escura, ciclo 
precoce, com alta capacidade de produção, frutas grandes, 
uniformes, de coloração vermelho-escura, polpa firme e sabor 
sub-ácido, sendo indicada tanto para consumo in natura quanto 
para industrialização (SANTOS, 2003). 
 
Figura 1.1 - Cultivar Camarosa (foto: Denise de Souza 
Martins). 
A cultivar Camino Real (Figura 1.2) é nova no 
mercado brasileiro. Foi desenvolvida na Universidade da 
Califórnia em 2001 e introduzida no Brasil a partir de 2006 
(OLIVEIRA et al., 2007). Mostra-se tão produtiva quanto a 
Camarosa e a Aromas, com até 1 Kg de frutas comerciais por 
planta, sendo a colheita concentrada no período de agosto a 
dezembro (OLIVEIRA et al., 2007). 
Capítulo I 
 25
 
 
Figura 1.2 - Cultivar Camino Real (foto: Denise de Souza 
Martins). 
1.3.2 Novas cultivares para a Região Sul 
Algumas cultivares de dias neutros vem sendo testadas 
com sucesso na região Sul do RS. Como exemplos, pode-se 
citar as cultivares Aromas e Albion. 
A cultivar Aromas (Figura 1.3) também foi obtida na 
Universidade da Califórnia, porém em 1997. É uma cultivar 
muito produtiva, com hábito de crescimento ereto. As frutas são 
de tamanho grande, coloração vermelha-escura, sabor 
agradável e qualidade excelente para consumo in natura e 
industrialização (SHAW, 2004). Essa cultivar já está sendo 
implantada na região, com resultados de produtividade 
semelhantes às cultivares Camarosa e Camino Real, que 
possuem maior produção na fase intermediária do período 
produtivo, enquanto a Aromas apresenta maior produção na 
fase final do ciclo produtivo (OLIVEIRA; SCIVITTARO, 
2006). 
Morangueiro Irrigado 
 26 
 
 
Figura 1.3 - Cultivar Aromas (foto: Denise de Souza Martins). 
Outra cultivar que está sendo introduzida no Estado é a 
Albion (Figura 1.4). Essa cultivar apresenta folhas mais 
coriáceas e mais eretas que a Camino Real, assim como as 
inflorescências, que também são mais eretas, deixando os frutos 
suspensos, diminuindo o ataque de insetos como a broca das 
frutas e os danos por queimaduras devido ao contato com o 
plástico. É relativamente resistente à antracnose (SHAW, 2004) 
o que pode facilitar seu cultivo a céu aberto. As frutas são de 
tamanho grande, de sabor excelente, com formato cônico 
alongado, sendo de coloração vermelho escuras quando bem 
maduras, tanto internamente quanto externamente, mostrando 
aptidão tanto para consumo in natura quanto para 
industrialização. 
Uma das principais vantagens do cultivo de plantas de 
dias neutros juntamente com as de dias curtos é o 
escalonamento da produção durante o ciclo, pois as plantas de 
dias curtos são mais precoces e as de dias neutros produzem até 
janeiro ou fevereiro, aumentando o período de oferta da fruta 
no mercado. 
Capítulo I 
 27
 
 
Figura 1.4 - Cultivar Albion (foto: Denise de Souza Martins). 
1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O conhecimento da fisiologia da produção e os 
aspectos botânicos da planta são de fundamental importância 
para o adequado manejo da cultura. A utilização de cultivares 
de dias neutros conciliadas às cultivares de dias curtos, já 
cultivadas no município de Turuçu, mostra-se uma alternativa 
interessante para aumentar o período de oferta da fruta no 
mercado. 
O maior conhecimento sobre fatores como a 
característica do sistema radicular, a exigência hídrica da 
cultura, a qualidade da muda e as respostas da planta aos 
fatores climáticos, permite uma otimização do sistema de 
produção e, consequentemente, melhores resultados em relação 
à produtividade. 
Morangueiro Irrigado 
 28 
1.5 LITERATURA CITADA 
CARVALHO, S. P. Boletim do morango: cultivo 
convencional, segurança alimentar, cultivo orgânico. Belo 
Horizonte: FAEMG, 2006. 160p. 
DAUGAARD, H. The effect of flower removal on the yield 
and vegetative growth of A+ frigo plants of strawberry 
(Fragaria x ananassa Duch). Scientia Horticulturae, v. 82, 
n. 1-2, p. 153-157, 1999. 
DUARTE FILHO, J. et al. Aspectos do florescimento e 
técnicas empregadas objetivando a produção precoce em 
morangueiros. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 20, 
n. 198, p. 1-9, 1999. 
ESTRELA, C. C. Variabilidade espacial e temporal da 
qualidade da água de irrigação no sistema de produção de 
morango em propriedades familiares no município de 
Turuçu-RS. Pelotas, 2008. 98p. Dissertação (Mestrado em 
Sistemas de Produção Agrícola Familiar) – Faculdade de 
Agronomia “Eliseu Maciel”, Universidade Federal de Pelotas, 
2008. 
INFORZATTO, R.; CAMARGO, L. S. Sistema radicular do 
morangueiro (Fragaria híbridos), em duas fases do ciclo 
vegetativo. Bragantia, Campinas, v. 32, n. 8, p. 185-191, 1973. 
OLIVEIRA, R. P.; SCIVITTARO, W. B. Desempenho 
produtivo de mudas nacionais e importadas de morangueiro. 
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 28, 
n. 3, p. 520-522, 2006. 
OLIVEIRA, R. P.; SCIVITTARO, W. B.; FERREIRA, L. V. 
Camino Real: nova cultivar de morangueiro recomendada 
para o Rio Grande do Sul. Pelotas: Embrapa Clima 
Temperado, Comunicado Técnico 161, 4p., 2007. 
Capítulo I 
 29
PIRES, R. C. M. et al. Profundidade efetiva do sistema 
radicular do morangueiro sob diferentes coberturas do solo e 
níveis de água. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, 
v. 32, n. 4, p. 793-799, 2000. 
RONQUE, E. R. V. Cultura do morangueiro; revisão e 
prática. Curitiba: Emater, 1998. 206 p. 
SANTOS, A. M. Cultivares. In: SANTOS, A. M.; MEDEIROS, 
A. R. M. (Ed.) Morango: produção. Pelotas: Embrapa Clima 
Temperado; Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. 
p. 24-30. (Frutas do Brasil, 40). 
SANTOS, A. M.; MEDEIROS, A. R. M.; WREGE, M. S. 
Sistema de produção do morango: irrigação e fertirrigação. 
Embrapa Clima Temperado, ISSN 1806-9207 Versão 
Eletrônica, novembro 2005. Disponível em: 
<http://sistemasdeproducao. cnptia.embrapa.br/>. Acesso em 
18 de março de 2009. 
SEVERO, F. D. et al. Consumo hídrico do morangueiro 
cultivado em ambiente protegido. CD do Congresso de 
Iniciação Científica – UFPel, 2006. 
SILVA, A. F.; DIAS, M. S. C.; MARO, L. A. C. Botânica e 
Fisiologia do morangueiro. Informe Agropecuário, Belo 
Horizonte, v. 28, n. 236, p. 7-13, 2007. 
SHAW, D. V. Strawberry Production Systems, Breeding and 
Cultivars in Califórnia. In: II Simpósio Nacional do 
Morango; I Encontro de Pequenas Frutas e Frutas Nativas 
do Mercosul. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, p. 16-21, 
2004. 
WREGE, M. S. et al. Zoneamento agroclimático para 
produção de mudas de morangueiro no Rio Grande do Sul. 
Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2007. 27p. Documento 
187, versão online. 
 30 
CAPÍTULO 2 - SISTEMA DE 
PRODUÇÃO DO MORANGUEIRO: 
FATORES QUE INFLUENCIAM O 
MANEJO DA IRRIGAÇÃO 
André Samuel Strassburger 
Denise de Souza Martins 
Carlos Reisser Júnior 
José Ernani Schwengber 
Roberta Marins Nogueira Peil 
Luís Carlos Philipsen 
2.1 INTRODUÇÃO 
Dentre as práticas culturais empregadas na cultura do 
morangueiro, a irrigação apresenta-se como uma das mais 
importantes. Esta prática torna-se fundamental, pois a cultura é 
altamente exigente em relação à disponibilidade hídrica e os 
regimes de chuvas em algumas regiões podem não ser 
suficientes ou não apresentar uma distribuição adequada. 
Para que as plantas expressem o seu potencial 
produtivo, é necessário que as condições adequadas de cultivo 
sejam proporcionadas, tornando-se fundamental a manutenção 
da umidade do solo dentro dos parâmetros exigidos pela 
cultura. O déficit hídrico, assim como o excesso por períodos 
de tempo prolongados, pode causar danos irreversíveis à planta, 
reduzindo a produtividade. 
Capítulo II 
 31
Algumas práticas culturais adotadas no cultivo do 
morangueiro influenciam de maneirasignificativa o manejo da 
irrigação, como a utilização de cobertura do solo e túnel baixo. 
O sistema de produção predominante entre os agricultores do 
município de Turuçu-RS caracteriza-se pela utilização de 
cobertura do solo com plástico de coloração preta, pela 
utilização de túneis baixos e irrigação por gotejamento. 
A adubação segue as recomendações tradicionais, 
utilizando-se adubos químicos. Alguns produtores 
eventualmente utilizam adubos de origem orgânica e 
fertirrigação. O controle de pragas e doenças é realizado com 
agrotóxicos tradicionais ou, menos comumente, produtos 
alternativos. 
O manejo da cultura e o sistema de produção adotado 
exercem fundamental importância para o sucesso da lavoura. 
Neste capítulo, as principais práticas culturais utilizadas para o 
cultivo do morangueiro serão abordadas destacando-se o 
adequado manejo e a influência destas sobre a irrigação. 
2.2 UTILIZAÇÃO DE COBERTURA DO SOLO 
Uma das práticas culturais mais importantes para a 
cultura do morangueiro é a utilização de cobertura do solo, que 
consiste na aplicação de qualquer cobertura na superfície do 
solo que forme uma barreira física à transferência de energia e 
vapor d’água entre o solo e a atmosfera. 
Tem como principais objetivos: evitar o contato direto 
dos frutos com o solo, aumentando sua qualidade; reduzir a 
incidência de plantas invasoras; reduzir as perdas de nutrientes 
por lixiviação; modificar o microclima do solo; reduzir as 
oscilações de temperatura; e reduzir as perdas de água do solo 
por evaporação (RONQUE, 1998; SANTOS; MEDEIROS, 
2003). 
Morangueiro Irrigado 
 32 
Os materiais utilizados como cobertura do solo para a 
cultura do morangueiro podem ser de origem vegetal (como a 
acícula de pinus e a casca de arroz) ou sintéticos (como os 
filmes de polietileno). 
A cobertura do solo deve ser realizada 
aproximadamente 30 dias após o transplante, quando as mudas 
já estiverem com o sistema radicular bem desenvolvido, 
evitando maiores danos ao manuseá-las (RONQUE, 1998; 
SANTOS; MEDEIROS, 2003). 
2.2.1 Materiais de origem vegetal 
Os principais materiais de origem vegetal utilizados 
como cobertura do solo na cultura do morangueiro são: casca 
de arroz, acícula de pinus, sabugo de milho picado, serragem, 
maravalha, palhas, hastes de cereais e folhas diversas. 
Ronque (1998) destaca que os materiais utilizados 
como cobertura do solo devem ser isentos de contaminantes ou 
qualquer outra substância que possa vir a prejudicar o adequado 
desenvolvimento das plantas. 
A camada formada pelos resíduos vegetais deve ter 
uma espessura suficiente para evitar que os raios solares 
penetrem, mantendo a umidade do solo devido à menor 
evaporação da água. 
Dentre as vantagens da utilização da cobertura com 
resíduos vegetais destacam-se: menor ataque de ácaros, em 
razão do microclima úmido abaixo das folhas; menor custo; e 
enriquecimento do teor de matéria orgânica do solo, com a 
incorporação da cobertura morta após o término do cultivo 
(SANTOS; MEDEIROS, 2003). A dificuldade de manejo e 
danos físicos às frutas são os principais limitantes da utilização 
de materiais de origem vegetal em comparação aos materiais 
sintéticos. 
Capítulo II 
 33
2.2.2 Materiais sintéticos 
Os primeiros materiais sintéticos a serem utilizados 
como cobertura do solo foram o papel e resíduos de petróleo. 
Com o surgimento da indústria petroquímica, a partir da década 
de 50, materiais mais baratos, como os filmes de polietileno, 
passaram a ser utilizados como cobertura do solo (STRECK et 
al., 1994). Atualmente, para a cultura do morangueiro a 
cobertura mais utilizada é o polietileno opaco preto, com 30 ou 
50 micras de espessura. 
As coberturas plásticas têm como principais 
vantagens: a redução da umidade relativa, o que diminui a 
incidência de fungos, especialmente aqueles que ocasionam 
podridões de frutos, preservando sua qualidade; o estímulo à 
produção precoce; e a redução da mão-de-obra de transporte e 
colocação, em comparação com outras opções de coberturas. 
As principais desvantagens são o elevado custo do 
plástico, o estímulo ao desenvolvimento de ácaros pela 
formação de microclima seco (SANTOS; MEDEIROS, 2003) e 
o impacto ambiental causado pelo plástico após sua retirada do 
solo. 
2.2.3 Influência da cobertura do solo no aporte de água 
Um dos principais efeitos esperados pela utilização de 
cobertura do solo é a redução da perda de água do solo. A 
magnitude da redução da evaporação pelo material de cobertura 
depende da sua natureza. A cobertura morta de palha seca reduz 
menos a evaporação da água do solo que os materiais sintéticos, 
possivelmente porque o vapor d'água difunde-se através da 
camada de resíduos (STRECK et al., 1994). 
Com a utilização de cobertura plástica a evaporação da 
água da superfície do solo pode ser reduzida em até 21%, em 
comparação ao solo nu (STRECK et al., 1994). Dessa forma, a 
Morangueiro Irrigado 
 34 
utilização de cobertura mantém a umidade do solo por um 
período de tempo maior que o solo descoberto, o que significa 
um aumento da eficiência da irrigação e uma economia de água 
e energia, caso a irrigação não seja por gravidade. 
2.3 UTILIZAÇÃO DE TÚNEIS 
Com a introdução da plasticultura na produção 
agrícola, o morangueiro passou a ser cultivado com algum tipo 
de proteção plástica, seja em túneis baixos, altos ou casas 
plásticas. Grande parte dos agricultores tem preferência pela 
utilização de túneis baixos para a cultura do morangueiro em 
comparação a outras estruturas de maior porte, devido ao 
menor custo de implantação e a possibilidade de rodízio das 
áreas de cultivo, fator importante para evitar maiores problemas 
com doenças. 
Dentre as vantagens que os túneis proporcionam em 
relação ao cultivo a céu aberto, podem ser citadas a antecipação 
da colheita, maior produção e melhor qualidade, oriundas da 
maior proteção quanto aos fenômenos climáticos como geadas, 
excesso de chuvas, queda acentuada de temperatura durante a 
noite, proteção do solo contra a lixiviação e, consequentemente, 
redução dos custos com fertilizantes e agrotóxicos. Como 
principais desvantagens têm-se o elevado custo do plástico e o 
aumento da mão-de-obra para abrir e fechar os túneis. 
2.3.1 Manejo dos túneis 
Para que as vantagens da utilização dos túneis sejam 
obtidas, é importante que o manejo adotado seja adequado. 
Caso contrário, pode ocorrer aumento na incidência de doenças, 
culminando em uma redução da produção. Abaixo segue o 
manejo adequado dos túneis a ser adotado, baseado nas 
Capítulo II 
 35
recomendações de Santos e Medeiros (2003) e em observações 
da equipe. 
Abertura dos túneis: deve ser realizada logo pela 
manhã. Ambas laterais devem ser abertas de forma que toda a 
umidade seja eliminada. Em dias de ventos moderados, pode-se 
abrir apenas o lado oposto àqueles predominantes, evitando 
danos ao plástico e as plantas. Quanto maior a ventilação menor 
será a ocorrência de doenças; 
Fechamento dos túneis: no final da tarde, deve-se 
realizar a operação inversa, ou seja, deve-se fechar as laterais 
dos túneis para aumentar o acúmulo térmico, elevando a 
temperatura noturna dentro dos túneis. Em dias de chuva, os 
túneis devem ser mantidos fechados, sendo abertos assim que 
as condições climáticas melhorarem. 
A manutenção do túnel fechado durante o dia aumenta 
a temperatura do ar e a umidade relativa dentro do túnel. 
Nessas condições, tem-se um aumento da ocorrência de 
doenças que se desenvolvem sob condições de alta umidade 
relativa. O cultivo protegido, desde que bem manejado, e a 
irrigação localizada constituem práticas valiosas para o manejo 
de doenças na cultura do morangueiro e possibilitam a redução 
do uso de agrotóxicos. 
Outra questão importante a ser observada em relação 
ao manejo dos túneis é a polinização. Na cultura do 
morangueiro a polinização é realizada principalmente pelas 
abelhas. O acesso às flores deve ser facilitado, ou seja, os túneis 
devem estar abertosno horário de maior atividade das abelhas. 
Quanto maior o número de visitas, melhor será a 
polinização e, consequentemente, a qualidade das frutas. Em 
locais nos quais não exista uma grande ocorrência de abelhas, 
para melhorar a polinização recomenda-se colocar caixas de 
abelhas próximas à lavoura. 
Caso os túneis sejam mantidos fechados por um 
período de tempo prolongado, o número de visitas será 
Morangueiro Irrigado 
 36 
reduzido, com reflexos negativos sobre a polinização, assim, a 
qualidade e a produtividade da lavoura serão afetadas. 
2.3.2 Influência dos túneis de cultivo sobre a irrigação 
A utilização de abrigos plásticos está diretamente 
ligada à necessidade de um sistema de irrigação, mesmo 
quando a estrutura de proteção utilizada é o túnel baixo. O ciclo 
natural da água nesse tipo de estrutura é quebrado e o 
fornecimento de água para as plantas na forma de precipitação 
não ocorre. 
Em se tratando do cultivo do morangueiro em túneis 
baixos, embora ocorram precipitações elevadas, a água 
acumula-se nos corredores, sendo que parte dela infiltra nos 
canteiros, parte volta para a atmosfera na forma de vapor e 
parte é perdida por percolação. 
Muitas vezes a fração infiltrada nos canteiros não é 
suficiente para manter a umidade do solo em níveis adequados. 
Assim, mesmo com precipitações abundantes, pode existir a 
necessidade de se realizar a irrigação, sendo necessária a 
observação da umidade do solo, para a definição do momento 
de irrigar. 
Quando se utilizam túneis para o cultivo, a irrigação 
por aspersão fica inviabilizada, sendo necessária a implantação 
de irrigação localizada. 
2.4 ESCOLHA DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO 
2.4.1 Aspersão 
No Brasil, até a década de 80, grande parte das 
lavouras de morangueiro era irrigada por aspersão (SANTOS et 
al., 2005). Esse sistema propicia condições favoráveis ao 
aparecimento de doenças, devido ao molhamento que ocorre na 
Capítulo II 
 37
parte aérea das plantas. As gotas de água da irrigação também 
servem como disseminadoras dos esporos de patógenos. 
Para Santos et al. (2005) e Carvalho (2006), os únicos 
benefícios de um sistema de irrigação por aspersão são a 
diminuição do ataque de ácaros e o controle de geadas, 
podendo evitar dano às flores e frutos pequenos. Atualmente, 
esse método de irrigação é mais utilizado após o plantio, para 
garantir a sobrevivência das mudas a campo (SANTOS et al., 
2005) e na produção de mudas de morangueiro em viveiros. 
2.4.2 Gotejamento 
O sistema de irrigação por gotejamento vem sendo 
amplamente adotado na cultura do morangueiro. Isso ocorre 
devido à maior eficiência no uso da água e menor incidência de 
doenças, pela redução do molhamento da parte aérea da planta. 
Como consequência, há um aumento na produtividade, no 
tamanho e na qualidade da fruta (SANTOS et al., 2005). 
Além da redução do molhamento foliar, o sistema de 
irrigação por gotejamento reduz o consumo de energia elétrica 
e possibilita o uso de fertirrigação. Todavia, necessita água 
limpa, filtrada e manutenção constante dos equipamentos, o que 
acarreta um custo inicial mais elevado em comparação ao 
sistema de irrigação por aspersão (CARVALHO, 2006). 
Mesmo com essas desvantagens, o sistema de irrigação por 
gotejamento é o mais indicado para a cultura do morangueiro e 
amplamente utilizado entre os agricultores do município de 
Turuçu. 
Porém, se o sistema não for bem manejado, pode 
conduzir a resultados negativos, como o excesso de água no 
solo, o que pode aumentar a incidência de fungos de solo, 
reduzindo a produtividade e até causando a morte das plantas 
(SANTOS et al., 2005; CARVALHO, 2006). 
Morangueiro Irrigado 
 38 
2.4.3 Influência dos sistemas de irrigação na incidência de 
doenças e pragas 
A irrigação por aspersão, pela característica do 
molhamento da parte aérea da planta, favorece o aparecimento 
de doenças nas folhas e nas frutas. 
A mancha da micosferela (Figura 2.1) é causada pelo 
fungo Micosphaerella fragaria (Tul.) Lindau e ocorre na fase 
inicial e final do ciclo. Maiores danos ocorrem quando se 
utiliza altas densidades, irrigação por aspersão e excesso de 
adubação nitrogenada (FORTES; OSÓRIO, 2003). 
 
Figura 2.1 - Mancha da micosferela (foto: Denise de Souza 
Martins). 
A antracnose, causada pelos fungos Colletotrichum 
gloreosporioidis, C. acutatum e C. Fragariae, produz lesões e 
estrangulamento em estolões, pecíolo, pedúnculo, fruta (Figura 
2.2) e coroa da planta. Quando ataca os botões florais causa a 
chamada flor-preta. Maior ataque às plantas é observado com o 
aumento da umidade. Assim, a irrigação por aspersão pode ser 
prejudicial, favorecendo o aparecimento da doença. Como 
controle preventivo recomenda-se a eliminação de restos 
culturais, uma vez que o fungo pode sobreviver neles e a 
utilização de túneis de polietileno que evitam o molhamento da 
parte aérea da planta. 
Capítulo II 
 39
 
 
Figura 2.2 - Antracnose na fruta (foto: Denise de Souza 
Martins). 
O mofo cinzento (Botrytis cinerea Pers) ataca 
principalmente as frutas (Figura 2.3) em qualquer estádio de 
desenvolvimento, desde que ocorram longos períodos com 
umidade. A água da chuva e da irrigação por aspersão são 
veículos para disseminar os esporos do fungo. 
 
Figura 2.3 - Mofo cinzento na fruta (foto: Denise de Souza 
Martins). 
Morangueiro Irrigado 
 40 
As principais pragas que atacam a cultura do 
morangueiro são o pulgão e o ácaro rajado. Os pulgões (Figura 
2.4) são insetos de corpo mole, de coloração variada, 
dependendo da espécie. Vivem agrupados, em colônias, na face 
inferior das folhas. O dano dos pulgões ao morangueiro é 
devido à sucção da seiva da planta e pela possível transmissão 
de viroses que levam ao enfraquecimento e eventual morte da 
planta (SANTOS et al., 2005). 
 
Figura 2.4 - Pulgão verde na folha. (foto: Denise de Sousa 
Martins). 
O ácaro rajado (Tetranychus urticae Koch) ocorre no 
Sul do Brasil e onde são aplicados sistematicamente inseticidas 
e acaricidas no cultivo do morangueiro. Ele tem cor verde 
amarelado a verde escuro, com duas manchas escuras nos lados 
do corpo, não sendo visível a olho nu. 
Os ácaros vivem em colônias, na face inferior das 
folhas, principalmente junto à nervura central, formando uma 
espécie de teia. Eles removem os tecidos superficiais da folha, 
causando perda de seiva junto às primeiras camadas do tecido 
foliar, ocorrendo amarelecimento ao longo da nervura central e 
um tipo de bronzeamento lateral da folha. 
O período ou época de incidência dos pulgões e ácaros 
depende mais das condições climáticas (temperaturas elevadas 
Capítulo II 
 41
e longas estiagens) do que do estádio de desenvolvimento da 
planta. Os ácaros predadores (ácaros vermelhos – Figura 2.5) 
ocorrem naturalmente nas lavouras, desde que não haja a 
aplicação de acaricidas. 
 
 
Figura 2.5 - Ácaro predador, na parte superior da figura, e 
ácaros rajados, na parte inferior da figura (foto: 
Denise de Sousa Martins). 
Como os pulgões e ácaros aparecem nas lavouras 
devido a altas temperaturas e baixa umidade, a irrigação por 
aspersão diminui a incidências destas pragas. 
2.5 FERTIRRIGAÇÃO 
A fertirrigação é o processo de aplicação de 
fertilizantes juntamente com a água de irrigação, visando 
fornecer as quantidades de nutrientes requeridas pela cultura no 
momento adequado para obtenção de altos rendimentos e 
produtos de qualidade (CARRIJO et al., 2004). 
A utilização de sistemas de irrigação por gotejamento 
permite a aplicação concomitante de água e fertilizantes, pois 
apresenta características estruturais e operacionais que 
Morangueiro Irrigado 
 42 
favorecem a implantação dessa prática. É uma maneira racional 
e eficiente de nutrir as plantas na agricultura irrigada. 
Representa aproximadamente 10% do custo de implantação do 
sistema de irrigação (COELHO et al., 2003), necessitando 
apenas a aquisição do sistema de injeção de fertilizantes quando 
o sistema de irrigação já está instalado. 
Dentreas vantagens da fertirrigação podem ser citadas 
o atendimento das necessidades nutricionais das plantas, de 
acordo com a curva de absorção dos nutrientes; a aplicação dos 
nutrientes restrita ao volume molhado, na região de maior 
abundância das raízes; as quantidades e concentrações dos 
nutrientes podem ser adaptadas às necessidades da planta em 
função de seu estádio fenológico e condições climáticas; 
proporciona economia de mão-de-obra; reduz as perdas; e 
reduz a atividade de pessoas ou máquinas na área de cultivo, 
diminuindo a compactação e favorecendo as condições físicas 
do solo (COELHO et al., 2003). 
Como inconvenientes do sistema podem ser citados 
possíveis entupimentos que podem ocorrer durante o processo, 
a salinização e a contaminação de solos e mananciais devido à 
lixiviação de nutrientes. Esses inconvenientes estão 
relacionados principalmente com o manejo incorreto do sistema 
de fertirrigação, pela não diluição total do fertilizante e pela 
aplicação em excesso. 
2.5.1 Aspectos nutricionais do morangueiro 
A primeira etapa para a determinação dos fertilizantes 
e corretivos a serem aplicados para o cultivo do morangueiro é 
a análise química do solo. De posse desta, deve-se realizar a 
correção da acidez do solo, se necessário, buscando alcançar 
pH próximo a 6,0 e com no mínimo três meses de antecedência 
ao transplante das mudas (COMISSÃO DE QUÍMICA E 
FERTILIDADE DO SOLO - RS/SC, 2004). 
Capítulo II 
 43
Como o período de cultivo do morangueiro é longo, 
recomenda-se o parcelamento da recomendação total da 
adubação para a cultura, visando reduzir as perdas de nutrientes 
e manter os níveis de fertilidade do solo sempre próximo ao 
ideal em cada fase de crescimento das plantas, reduzindo 
perdas por lixiviação. Dessa forma, o suprimento de nutrientes 
pode ser realizado todo via fertirrigação, começando o 
procedimento logo após o transplante das mudas ou com uma 
aplicação na base e o restante parcelado (CARVALHO, 2006). 
Segundo Filho et al. (1999), até o início das primeiras 
colheitas, a planta absorve 37,2% do nitrogênio (N); 28,7% do 
fósforo (P) e 23,1% do potássio (K) requerido durante todo o 
período, fator importante a ser levado em consideração para o 
planejamento da aplicação dos fertilizantes. 
O nitrogênio, apesar de ser um dos nutrientes mais 
exigidos pela cultura, não pode ser adicionado de forma 
indiscriminada. O excesso pode causar crescimento vegetativo 
exuberante em detrimento da produção (PACHECO et al., 
2007), favorecendo o aparecimento de doenças devido ao 
desequilíbrio nutricional. Em contrapartida, a deficiência de N 
causa redução no crescimento das plantas. Por ser um nutriente 
móvel no solo, deve-se atentar ao fato de que irrigações pesadas 
podem causar lixiviação do nutriente, causando perdas 
substanciais. 
A deficiência de P causa paralisia tanto no crescimento 
vegetativo (emissão de folhas e estolões), quanto no 
reprodutivo (emissão de flores). Os frutos tornam-se ácidos e 
com aroma desagradável. A adequada nutrição fosfatada é 
importante para aumentar a resistência do morangueiro às 
doenças, a consistência e o tamanho dos frutos (PACHECO et 
al., 2007). 
O K é o nutriente que mais favorece a qualidade da 
fruta, aumentando os teores de sólidos solúveis totais, de ácido 
ascórbico e melhorando o aroma, o sabor, a cor e a firmeza 
Morangueiro Irrigado 
 44 
(FILHO et al., 2000). Além disso, confere maior longevidade à 
planta, tornando-a mais produtiva por um período de tempo 
maior (PACHECO et al., 2007). 
O cálcio (Ca) melhora a firmeza e resistência da fruta. 
Sua deficiência avançada ocasiona mortalidade das gemas 
associadas à emissão de novas folhas e raízes, sendo importante 
para definir a firmeza das frutas (PACHECO et al., 2007). 
Os micronutrientes, embora absorvidos em menor 
quantidade, são tão importantes quanto os macronutrientes para 
um adequado crescimento e produção. O zinco e o boro são os 
dois micronutrientes para os quais as plantas mais comumente 
apresentam sintomas de deficiência (PACHECO et al., 2007). 
A carência de ambos os elementos produz uma diminuição na 
fertilidade do pólen e na frutificação e, consequentemente, na 
produtividade final. 
2.5.2 Tipos e fontes de nutrientes para a fertirrigação 
Para a cultura do morangueiro, tanto os 
macronutrientes como os micronutrientes podem ser aplicados 
via fertirrigação. Como fonte de nitrogênio, pode-se utilizar a 
uréia, o nitrato de amônio, o sulfato de amônio, o nitrato de 
cálcio, o nitrato de potássio, o fosfato monoamônico (MAP) e o 
fosfato diamônico (DAP). 
As fontes de potássio mais utilizadas são o cloreto de 
potássio, o nitrato de potássio, o sulfato de potássio e o fosfato 
monopotássico. Para a adubação fosfatada, podem ser 
utilizados o ácido fosfórico, o fosfato monopotássico, o fosfato 
monoamônico purificado e o fosfato diamônico. 
Para a adição de micronutrientes, existem outras 
fontes, que são menos utilizadas e mais difíceis de serem 
encontradas no mercado como nitrato de magnésio, sulfato 
ferroso, Fe EDTA, ácido bórico, sulfato de cobre, sulfato de 
manganês, sulfato de zinco e molibidato de sódio. 
Capítulo II 
 45
A escolha de um desses fertilizantes para suprir a 
demanda de um determinado nutriente deve ser realizada de 
acordo com o teor de cada nutriente presente no fertilizante, 
com a disponibilidade no mercado e com o preço. 
Alguns desses fertilizantes são fontes de mais de um 
nutriente, como o nitrato de cálcio, que além de ser fonte de 
nitrogênio, também é fonte de cálcio, outro nutriente 
importante para a cultura do morangueiro. Dessa forma, em 
alguns casos, pode ser mais interessante a aplicação de um 
fertilizante que forneça mais de um nutriente do que a 
utilização de outro fertilizante que forneça apenas um nutriente. 
2.5.3 Utilização de soluções de origem orgânica 
Além dos fertilizantes químicos de alta solubilidade, 
também podem ser utilizadas soluções de origem orgânica para 
a fertirrigação. É uma das alternativas que os agricultores que 
se dedicam a produção orgânica de morangos encontraram para 
a aplicação de nutrientes juntamente com a irrigação durante o 
ciclo produtivo. 
Uma das opções para a utilização desse tipo de fonte 
de nutrientes é o húmus líquido. A fertirrigação com húmus 
líquido tem sido utilizada com sucesso nos experimentos 
realizados na Estação Experimental Cascata (Embrapa Clima 
Temperado), demonstrando bons resultados para a cultura do 
morangueiro. O preparo do húmus líquido é simples. A seguir 
seguem as recomendações para a elaboração do húmus líquido 
de acordo com Schiedeck et al. (2006). 
Para preparar 100 L de húmus líquido, na proporção de 
1:10, utiliza-se 10 kg de húmus e mistura-se em 100 L de água, 
obtendo-se uma concentração aproximada de 5%, uma vez que 
a umidade do húmus é cerca de 50%. Em um recipiente, 
adiciona-se primeiramente a água e posteriormente o húmus, 
agitando-se de forma vigorosa para que todo o sólido se 
Morangueiro Irrigado 
 46 
dissolva na água. Pode ser preparado em qualquer recipiente 
evitando que a solução fique exposta ao sol. Concentrações 
superiores a 5% não são recomendadas, pois são difíceis de 
serem filtradas. A mistura deve ser agitada pelo menos uma vez 
ao dia para que o máximo de nutrientes e microorganismos do 
húmus seja liberado na água. O processo de preparo dura cerca 
de 4 a 7 dias. Anteriormente a aplicação, o material deve ser 
muito bem filtrado em peneira fina, removendo-se todo o 
material sólido para evitar o entupimento do sistema de 
irrigação. 
2.5.4 Estrutura necessária 
Para realizar a fertirrigação, é necessário além do 
sistema de irrigação, equipamentos adequados para injeção dos 
nutrientes no sistema. Segundo Silva e Marouelli (2002), a 
injeção dos fertilizantes no sistema de irrigação pode ser 
realizada por três diferentes sistemas: 
a) com tanques de injeção com cilindro 
hermeticamente fechado, onde o fertilizante é colocado e por 
onde parte da águaque se destina às plantas passa por diferença 
de pressão, transportando, dessa forma, o produto até os 
emissores; 
b) com bomba injetora de fertilizantes que retira o 
fertilizante a ser aplicado de um reservatório e o injeta 
diretamente no sistema de irrigação; 
c) com o tubo de Venturi, que se baseia no princípio 
hidráulico de Venturi, que consiste de um estrangulamento de 
uma tubulação, causando uma sucção resultante da mudança na 
velocidade do fluxo e, assim, injeta a solução a ser aplicada no 
sistema de irrigação. 
De acordo com as necessidades, qualquer um desses 
mecanismos pode ser utilizado. Observa-se que o mais simples, 
mais barato e que vem sendo amplamente utilizado para a 
Capítulo II 
 47
cultura do morangueiro, apresentando uma distribuição 
satisfatória da solução no sistema de irrigação é o tubo de 
Venturi. 
2.5.5 Manejo da fertirrigação 
O manejo adequado da fertirrigação requer que a 
injeção de fertilizantes seja iniciada quando toda tubulação 
estiver cheia de água e os emissores em pleno funcionamento. 
Caso contrário, a uniformidade de distribuição de fertilizantes 
será prejudicada. O processo de fertirrigação pode ser dividido 
em três etapas: a primeira para enchimento da tubulação; a 
segunda para aplicação propriamente dita da solução na água de 
irrigação; e a terceira para promover a lavagem da tubulação e 
dos emissores (MAROUELLI et al., 1996; SOUSA et al., 
2003). 
Em relação à frequência da fertirrigação, esta pode ser 
feita todas as vezes que for realizada a irrigação ou em 
intervalos maiores. A frequência depende de fatores como a 
capacidade do sistema, mão-de-obra disponível, tipo de solo, 
tipo de cultura ou mesmo da preferência do produtor. 
O parcelamento deve ser realizado de acordo com os 
parâmetros químicos do solo ou pela taxa de absorção dos 
nutrientes pela cultura. Salienta-se que é importante o 
monitoramento do estado nutricional das plantas para 
determinar a necessidade da fertirrigação, observando-se 
sintomas de deficiências ou excessos de nutrientes nas plantas 
ou pela análise química foliar. 
Aplicações de fertilizantes em regime de alta 
frequência e em pequenas quantidades têm a vantagem de 
reduzir a lixiviação dos nutrientes e manter o nível de 
fertilidade próximo do ótimo (SILVA; MAROUELLI, 2002). 
Em solos arenosos, onde as perdas de água e nutrientes 
ocorrem com maior intensidade, o uso da fertirrigação permite 
Morangueiro Irrigado 
 48 
reduzir significativamente essas perdas com aplicações mais 
frequentes de forma pontual, principalmente em relação a 
adubação nitrogenada (VÁSQUEZ, 2003). 
2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A cultura do morangueiro reveste-se de importância 
para os horticultores da Região Sul do Estado, em especial no 
município de Turuçu, tornando-se uma alternativa que 
proporciona uma fonte de renda durante um longo período do 
ano. 
O morango é uma fruta muito apreciada e de alto valor 
no mercado, no entanto, apresenta em seu sistema de produção 
uma série de detalhes que dificultam a produção de frutas de 
alta qualidade, sem contaminantes químicos ou biológicos. 
Se o sistema de produção for bem manejado, ocorre 
uma redução na incidência de doenças e na necessidade de 
aplicação de agrotóxicos, obtendo-se um produto com um baixo 
nível de contaminantes químicos e, ainda, com um menor custo 
de produção. 
2.7 LITERATURA CITADA 
CARRIJO, O. A.; SOUZA, R. B. de; MAROUELLI, W. A.; 
ANDRADE, R. J. de. Fertirrigação de hortaliças. Brasília: 
Embrapa Hortaliças, 2004. 13p. (Circular Técnica). 
CARVALHO, S. P. Boletim do Morango: cultivo 
convencional, segurança alimentar, cultivo orgânico. Belo 
Horizonte: FAEMG, 2006. 160p. 
COELHO, E. F.; SOUZA, V. F. de; PINTO, J. M. Manejo de 
fertirrigação em fruteiras. Bahia Agrícola, Salvador, v. 6, n. 1, 
p. 67-70, 2003. 
Capítulo II 
 49
COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO - 
RS/SC. 2004. Manual de adubação e calagem para os 
Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Porto 
Alegre: SBCS - Núcleo Regional Sul UFRGS, p. 258-259, 
2004. 
FILHO, H. G.; SANTOS, C. H. dos; CRESTE, J. E. Nutrição e 
adubação do morangueiro. Informe Agropecuário, Belo 
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FORTES, J. F.; OSÓRIO, V. A. Morango. Fitossanidade. 
Embrapa Clima Temperado. Brasília: Embrapa Informação 
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MAROUELLI, W. A.; SILVA, W. L. C.; SILVA, H. R. 
Fertirrigação em hortaliças. In: MAROUELLI, W. A.; SILVA, 
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52. 
PACHECO, D. D.; DIAS, M. S. C.; ANTUNES, P. D.; 
RIBEIRO, D. P.; SILVA, J. J. C.; PINHO, D. B. Nutrição 
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SANTOS, A. M.; MEDEIROS, A. R. M. Frutas do Brasil. 
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<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/>. Acesso em: 
20 mar. 2009. 
Morangueiro Irrigado 
 50 
SCHIEDECK, G.; GONÇALVES, M. de M.; SCHWENGBER, 
J. E. Minhocultura e produção de húmus para a agricultura 
familiar. Pelotas: Embrapa Clima Temperado. 2006. 12 p. 
Circular Técnica. Versão online. Disponível em: 
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SOUSA, V. F.; FOLEGATTI, M. V.; FRIZZONE, J. A.; 
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STRECK, N. A.; SCHNEIDER, F. M.; BURIOL, G. A. 
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VÁSQUEZ, A. N. Fertirrigação por gotejamento superficial 
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condições protegidas. 2003. 174 p. (Doutorado em 
Agronomia). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. 
Universidade de São Paulo. 
 
 
 51
CAPÍTULO 3 - SOLO E MANEJO DA 
ÁGUA 
Carlos Reisser Júnior 
Vitor Emanuel Quevedo Tavares 
Luís Carlos Timm 
Carina Costa Estrela 
Luís Eduardo Correa Antunes 
Noel Gomes Cunha 
3.1 O SOLO 
Do ponto de vista agronômico, o termo solo refere-se à 
camada externa e agricultável da superfície terrestre sendo 
constituído das fases sólida, líquida e gasosa. O material de 
origem, o tempo, o clima, a topografia da região e os 
organismos vivos são os fatores que atuam no processo de sua 
formação. Sua origem é a rocha que, por ação de processos 
físicos, químicos e biológicos de desintegração, decomposição 
e recombinação, se transformou, no decorrer das eras 
geológicas, em material poroso de características peculiares. 
O solo é o reservatório de água e nutrientes para as 
plantas, além de permitir a sustentação dos vegetais. A Figura 
3.1 ilustra um corte vertical no perfil de um solo, constituído de 
uma série de camadas superpostas, denominadas horizontes do 
solo. 
Morangueiro Irrigado 
 52 
 
 
Figura 3.1 - Ilustração dos horizontes de um perfil completo 
de solo (REICHARDT; TIMM, 2008). 
Um solo completo é formado de quatro horizontes: 
- horizonte A (horizonte de eluviação) - é a camada superficial 
do solo, exposta diretamente à atmosfera. Ele é o horizonte que 
perde elementos químicos por lavagens sucessivas com a água 
da chuva. Subdivide-se em Aoo (camadas superficiais em solos 
de florestas com grande quantidade de material orgânico, não 
decomposto: galhos, folhas e frutos); Ao (situa-se abaixo do 
Aoo,constituído de material orgânico decomposto); A1 (já é 
horizonte mineral, mas com alta porcentagem de matéria 
orgânica decomposta que lhe confere uma cor escura); A2 (que 
é o típico horizonte A, de cor mais clara, correspondendo à 
zona de máxima perda de elementos minerais) e A3 (é um 
A
A00 M.O. não decomposta 
A0 M.O. humificadaA1 hor. mineral c/ m.oA2 hor. de perdas
A3 hor. de transição
B
B1 hor. de transição
B2 hor. de iluviação
B3 hor. de transição
C
Rocha em decomposição
D Rocha matriz
Capítulo III 
 53
horizonte de transição entre A e B, possuindo características de 
ambos); 
- horizonte B (horizonte de iluviação) - é o horizonte que ganha 
elementos químicos provenientes do horizonte A, situado 
acima; 
- horizonte C – é o horizonte formado pelo material que deu 
origem ao solo, em estado de decomposição; 
- horizonte D – é o horizonte formado pela rocha matriz. 
As espessuras dos horizontes são variáveis e a falta de 
alguns horizontes em determinados solos é bastante comum. 
Tudo isto depende da intensidade da ação dos fatores de 
formação do solo sobre o material de origem. A Figura 3.2 
ilustra um perfil de solo ARGISSOLO VERMELHO-
AMARELO Eutrófico Típico encontrado em uma propriedade 
situada no município de Turuçu-RS. 
 
Figura 3.2 - Ilustração do perfil de um solo ARGISSOLO 
VERMELHO-AMARELO Eutrófico Típico 
encontrado em uma propriedade situada no 
município de Turuçu-RS. 
 
Morangueiro Irrigado 
 54 
3.2 ATRIBUTOS FÍSICO-HÍDRICOS DO SOLO 
Em se tratando do dimensionamento e do manejo de 
sistemas de irrigação é importante o conhecimento dos 
atributos físico-hídricos do solo que estão diretamente 
relacionados à retenção e o armazenamento de água no seu 
perfil. Aqui serão abordados de forma sucinta os seguintes 
atributos: 
3.2.1 Textura do solo 
A fase sólida do solo é constituída pela matéria 
mineral e orgânica que variam em termos de qualidade e de 
tamanho. Quanto ao tamanho, algumas são suficientemente 
grandes para serem vistas a olho nu, ao passo que outras são tão 
diminutas que apresentam propriedades coloidais. 
Na maioria das vezes, as partículas do solo são 
divididas em três frações de tamanho, chamadas frações 
texturais: areia, silte e argila. Determinadas as quantidades 
relativas das três frações, o solo é enquadrado em uma dada 
classe textural (arenoso, siltoso ou argiloso) em função das 
diferentes proporções de areia, silte e argila. O tamanho das 
partículas é de grande importância, pois ele determina o 
número de partículas por unidade de volume ou peso e a 
superfície que estas partículas expõem. Por exemplo: partículas 
mais finas (argila) possuem uma maior superfície específica 
(maior relação entre área da superfície e o volume da partícula) 
e, portanto, possuem maior superfície de contato com a água e 
nutrientes o que confere ao solo uma maior capacidade de reter 
estas substâncias. 
Capítulo III 
 55
3.2.2 Estrutura do solo 
O arranjo, a orientação e a organização das partículas 
sólidas do solo definem a geometria dos espaços porosos, ou 
seja, a estrutura de um solo. Como o arranjo das partículas do 
solo é geralmente muito complexo para permitir qualquer 
caracterização geométrica simples, não há meio prático de 
medir a estrutura de um solo. Devido a isso, o conceito de 
estrutura do solo é qualitativo. 
A junção das partículas do solo dá origem aos 
agregados, os quais são classificados segundo a forma 
(prismáticos, laminares, colunares, granulares e em blocos) e o 
tamanho do agregado (de acordo com seu diâmetro). Um solo 
bem agregado (ou estruturado) apresenta boa quantidade de 
poros de tamanho relativamente grande (macroporos). Dizemos 
que possui alta macroporosidade, qualidade que afeta a 
penetração das raízes, circulação de ar (aeração), operações de 
cultivo (manejo do solo) e a infiltração de água (irrigação). 
O solo possui poros de variadas formas e dimensões, 
que condicionam um comportamento peculiar a cada solo. A 
fração sólida do solo que mais decisivamente determina seu 
comportamento físico é a fração argila, já que é a mais ativa em 
processos físico-químicos que ocorrem no solo. As frações 
areia e silte têm áreas específicas relativamente pequenas e, em 
conseqüência, não mostram grande atividade físico-química. 
Elas são importantes quando o solo se encontra próximo à 
saturação onde predominam fenômenos capilares. 
Tanto a textura como a estrutura conferem ao solo um 
espaço poroso, ou volume de poros, onde se encontram a parte 
líquida e a gasosa. Desta forma, a quantidade de água que o 
solo retém (capacidade de retenção), a passagem da água pela 
superfície do solo (infiltração) e a distribuição de água no 
interior do solo (drenagem) são dependentes da textura e da 
estrutura do solo. 
Morangueiro Irrigado 
 56 
Se coletarmos uma amostra de solo (Figura 3.3) 
contendo as três frações e que represente certa porção do perfil 
do solo, é possível discriminar as massas e os volumes de cada 
fração e as seguintes relações massa-volume podem ser 
obtidas: 
 
Figura 3.3 - Amostra do perfil de um solo ilustrando a fração 
sólida, líquida e gasosa. 
glst mmmm ++= (3.1) 
glst VVVV ++= (3.2) 
onde: mt é a massa total da amostra de solo; ms é a massa das 
partículas sólidas do solo; ml é a massa líquida do solo, que por 
ser diluída, é tomada como massa de água; mg é a massa de gás, 
isto é, ar do solo, que é uma massa desprezível em relação a ms 
e ml; Vt é o volume total da amostra de solo; Vs é o volume 
ocupado pelas partículas sólidas; Vl pela água e Vg o volume 
dos gases (não desprezível como no caso de sua massa). 
As seguintes definições relacionadas à fração sólida do 
solo são importantes tanto no dimensionamento como no 
manejo de um sistema de irrigação: 
A densidade do solo (Ds, g/cm
3), definida como a 
relação entre a massa das partículas sólidas ms (g) e o volume 
total de solo Vt (cm
3), é um parâmetro útil que indica se um 
ms,Vs (sólidos)
ml,Vl (líquidos)
mg,Vg (gases)
Vv = Vl +VgPoros ou vazios:
mt , Vt
Capítulo III 
 57
solo está estruturado (menor densidade) ou compactado (maior 
densidade). Coletando-se amostras de solo de estrutura 
preservada com anéis cilíndricos de volume conhecido, a Ds 
pode ser calculada por meio da seguinte equação: 
t
s
s
V
m
D = (3.3) 
A densidade do solo varia de acordo com o seu 
volume total Vt. Ao se compactar (comprimir) uma amostra, ms 
permanece constante e Vt diminui, por conseguinte Ds aumenta. 
A densidade do solo é, portanto, um indicativo do grau de 
compactação de um solo. Para solos de textura grossa, mais 
arenosos, as possibilidades de arranjo das partículas não são 
muito grandes e, por isso, os níveis de compactação também 
não são grandes. Pelo fato de possuírem partículas maiores, o 
espaço poroso também é constituído, sobretudo, de poros 
grandes denominados, de modo arbitrário, de macroporos; de 
forma aparentemente paradoxal, nesses, o volume de poros é 
pequeno. A faixa de variação dos valores de densidade do solo 
para solos arenosos é de 1,40 a 1,80 g/cm3. Para um mesmo 
solo arenoso, esse intervalo de variação, a diferentes níveis de 
compactação, é bem menor. A compactação do solo representa 
uma mesma massa de solo ocupando um volume de solo 
menor. Isso modifica sua estrutura, seu arranjo e seu volume de 
poros. 
Para solos de textura fina, mais argilosos, as 
possibilidades de arranjo das partículas são bem maiores. Seu 
espaço poroso é constituído, essencialmente, de microporos e o 
volume de poros Vv é grande, razão pela qual os valores Ds 
apresentam uma faixa de variação maior (0,90 a 1,60 g/cm3). 
A relação entre a densidade do solo e a densidade da 
água (1,0 g/cm3) é denominada densidade relativa do solo (Dr), 
a qual é adimensional. 
Morangueiro Irrigado 
 58 
A densidade das partículas do solo (Dp, g/cm
3) é a 
relação entre a massa das partículas sólidas ms (g) e o 
respectivo volume ocupado pelas partículas

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