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3 UNICESUMAR – Maringá LICENCIATURA EM HISTÓRIA ALESSANDRO VAZ DE ALMEIDA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: CONCEPÇÃO E ORGANIZAÇÃO PRIMEIRO DE MAIO/POLO DE SERTANÓPOLIS PARANÁ 2021 UNICESUMAR – Maringá LICENCIATURA EM HISTÓRIA ALESSANDRO VAZ DE ALMEIDA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: CONCEPÇÃO E ORGANIZAÇÃO Relatório apresentado ao Curso de Licenciatura em História da UNICESUMAR - Maringá, como requisito parcial para a obtenção da nota na disciplina Estágio Supervisionado: Concepção e Organização. PRIMEIRO DE MAIO/POLO DE SERTANÓPOLIS PARANÁ 2021 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela vida, por me manter com fé, força e perseverança para chegar até aqui. A família, a minha esposa Caroline e minha filha Nicolly que são a razão pela qual me levanto e luto todos os dias. Aos obstáculos, pois estes me fizeram crescer e me tornar mais forte, aprendendo com as experiências a lidar com os impasses da vida. Enfim, sou grato a todas e a todos que contribuíram direta ou indiretamente para realização deste trabalho. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 05 2. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO............................................... 07 3. CHECKLIST...........................................................................................................08 4. A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA 11 5. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: CONCEITOS E SIGNIFICADOS 12 5.1 Estudo teórico/prático do Projeto Político Pedagógico 14 6. SEMINÁRIO DE ESTÁGIO....................................................................................21 7. Considerações finais 22 REFERÊNCIAS..........................................................................................................23 APÊNDICE.................................................................................................................24 1. INTRODUÇÃO O presente relatório de atividades da disciplina de Estágio Supervisionado: Concepção e Organização tem o intuito de relatar sobre a importância da realização dos estágios supervisionados para os acadêmicos dos cursos de licenciaturas. Nesta primeira disciplina, o objetivo principal é propiciar um contato inicial com a escola campo de estágio, levando os acadêmicos a refletirem sobre a necessidade e relevância do Projeto Político-Pedagógico como documento norteador das instituições de ensino, bem como possibilitar a troca de experiências com os membros da equipe diretiva das mesmas. A escola muito comumente se caracteriza como um espaço próprio de relações e produção de conhecimento. É provável que seja frisado que este conhecimento é determinantemente “científico”, porém, devem-se aparar as concepções tecnicistas e até mesmo mecanicistas que este termo conduz. Isso porque atualmente e cada vez mais estamos vivenciando uma era de inconstâncias e impactos sociais, que apesar de prevalecer um enfoque específico de sobrevivência e adaptação, não deve deixar de lado a nossa reflexão sobre o que e como vivemos, assim como suas consequências, atribuindo um caráter mais humano as nossas ações futuras. Essa dinâmica de construção humana se estende pela educação e pelo aprendizado, apesar dos termos muitas vezes não possuírem uma definição fixa, dentro do campo histórico-sociológico é possível identificar as características e seus fundamentais elementos, tais quais, são significativos também para a definição do espaço e gestão da instituição escolar. Isto embarca desde seus agentes até o modo pelo qual deve ser gerida tal organização, visto que, a escola é a porta de entrada para a atuação social dos indivíduos. As estratégias que regulamentam este modo de análise e operação, bem como sua definição de políticas - publicas metodologia de trabalho, currículo, avaliação, de aprendizagem e também as concepções de homem, educação e sociedade influem diretamente nas diversas formas de gestão, pois, o contexto escolar é definido também por eles, transformando-se e também transformando a sociedade. Repensar os espaços democráticos dentro da escola também é compreender e exercitar a democracia, dentro da escola este exercício é um processo continuo de troca e aprendizagem. Relações educativas no espaço escolar perpassam discussões incluindo o Projeto Político Pedagógico bem como o entendimento da função escola e seus atores escolares respeitando sempre a própria autonomia e transparência de suas respectivas responsabilidades. No presente projeto, procuramos destacar a forma como a gestão escolar é fundamental na atualidade, além de questionar como a gestão contribui para uma educação voltada para o caráter mais humano e social, elencando as formas de participações ativas dentro dessa realidade. 2. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO Instituição de ensino: Colégio Estadual Marechal Castelo Branco Endereço: rua vinte nº: 655 Bairro: centro Cidade: Primeiro de maio estado: Paraná Fone:(43)32351331 E-mail: pomcastelobranco.seed.gov.br Representada por: Daniel Joaquim Cargo/Função: Diretor 3. CHECKLIST PARTE I - Estrutural e pedagógico 1. A escola oferece: ( X) Ensino Fundamental II ( X ) Ensino Médio ( X) Ensino Técnico ( ) EJA 2. A escola é pública: ( X) Sim ( ) Não 3. Turno das aulas: (X ) Matutino ( X ) Vespertino ( X) Noturno 4. Número alunos matriculados na escola: 857 PARTE II – Estrutural e pedagógico 5. Funções do coordenador pedagógico: 1. Garantir a formação continuada dos docentes, verificar a conexão entre teoria e prática, incentivar o trabalho em grupo, ouvir e guiar os professores, garantir a boa comunicação, inserir novas formas de pensar às práticas escolares. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 6. Quantidade de professores que ministram aula na escola? 47 7. No corpo docente indique o número de professores que possuem: ( ) doutorado ( 1 ) mestrado ( ) especialista 8. Ao conhecer a sala dos professores, insira entre os parênteses o número correspondente a quantidade de: ( 3 ) professores presentes na sala. ( 5 ) computadores disponíveis. ( ) recursos didáticos. Quais? 9. A escola escolheu algum livro didático para as aulas de História? ( ) Não. () Sim. Qual é o nome dos autores, livro, editora e ano? 10. Descrição da sala de aula: ( 35 ) quantidade de alunos por sala ( ) quadro branco ( 1 ) lousa ( x) disponibilidade de giz ( ) caneta atômica ( 3 ) Datashow ( x ) Internet 11. Os recursos didáticos de modo geral são ( x ) novos (x) usados, mas em bom estado de conservação ( ) usados e com marcas do tempo 12. Os alunos possuem acesso à computadores com Internet: ( ) Não. ( x ) Sim. Como é o procedimento para o acesso aos computadores? Algumas turmas tem acesso sim, usam em duplas o professor tem que reserva a sala. 13. A escola possui uma biblioteca? ( ) Não. ( x ) Sim. Como é a utilização da biblioteca pelos professores e alunos? Agendamento. Com a pandemia não esta aberto para alunos. 15. Como ocorre a formação continuada dos professores? Tem as datas definidas para os cursos conforme o calendário escolar. 16. Existe uma sala de apoio psicopedagógico aos alunos? Como é realizado o atendimento? Não. 17. A escola possui alguma prática inovadora? Sim, uso das ferramentas tecnológicas: JAMBOARD 18. Acrescente informações que considerar relevante sobre a escola. É o único Colégio quetem no município, atende aluno da cidade e da zona rural, tem ensino fundamental e médio e também oferece o curso do magistério. 4. A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA A função social da escola é o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas do indivíduo, capacitando-o a tornar um cidadão, participativo na sociedade em que vivem. A função básica da escola é garantir a aprendizagem de conhecimento, habilidades e valores necessários à socialização do individuo sendo necessário que a escola propicie o domínio dos conteúdos culturais básicos da leitura, da escrita, da ciência das artes e das letras, sem estas aprendizagens dificilmente o aluno poderá exercer seus direitos de cidadania. A função social da escola, ela é muito relativa e complexa, pois há varias formas de pensar a educação, para três grandes sociólogos há diferenças da forma de pensar a função da escola na construção do aluno. Cabe à escola formar alunos com senso crítico, reflexivo, autônomo e conscientes de seus direitos e deveres tendo compreensão da realidade econômica, social e política do país, sendo aptas a construir uma sociedade mais justa, tolerante as diferenças culturais como: orientação sexual, pessoas com necessidades especiais, etnias culturais e religiosas etc. Passando a esse aluno a importância da inclusão e não só no âmbito escolar e sim em toda a sociedade. A escola pública nos dias atuais deixa muito a desejar quando se fala de educação e de formar cidadãos para viver numa sociedade tão multicultural e pluriétnicas, como a nossa. A falta de investimentos e de capacitação de professores, escolas sem infraestrutura adequada para o recebimento desse aluno. O modelo segregado e homogêneo que com muito esforço está mudando para o modelo de escola inclusiva, mesmo escolas sem condições adequadas para receber esse aluno. 5.PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: CONCEITOS E SIGNIFICADO O Projeto Político Pedagógico ajuda a identificar o que é a escola e definir os caminhos que devem ser seguidos, ele acompanha a sociedade, a escola e suas finalidades culturais e sociais de formação profissional e humanística, sendo fundamental revê-lo a todo o momento, à sua própria condição e mudá-lo sempre que necessário para que se possa rever os ângulos, descobrir e redescobrir situações. Nessa ótica, a equipe gestora tem que estar organizada com cronogramas para que os momentos de discussão e estudos aconteçam, devendo existir clareza e uma parceria, pois o projeto precisa chegar às mãos de cada profissional. Não pode ficar restrito à direção da escola. Cada membro da comunidade escolar tem que ter clareza de seus objetivos, metas, das ações. É fundamental que todos se sintam sujeitos da construção do espaço escolar como espaço público de libertação e criação. É importante que as pessoas se sintam participantes desse processo. Muitas vezes, se questiona porque este projeto é chamado de político pedagógico. Analisando com cuidado, entende-se que ele é político porque é uma concepção de público. A escola enquanto espaço que socializa saberes é pública, e essa afirmação da escola como espaço público foi decorrente de muitas lutas históricas. Primeiramente, porque os setores que estavam excluídos puderam estar na escola, não estar como sujeitos passivos, mas como sujeitos de direitos. Nessa estimativa é que é político, pois é uma afirmação da esfera dos direitos do que é devido a cada cidadão. E é pedagógico porque é uma concepção de educação de mundo que a escola deve elaborar, sistematizar e socializar. Assim, entende-se que, na verdade, o projeto político pedagógico é constitutivo, faz parte do “ser” da escola. Cada escola deve buscar a sua identidade, interagindo com todos os sujeitos envolvidos no processo democrático educacional. Quando todos se integram ao projeto político pedagógico tudo o que acontece na escola tem sentido, e quando todos os atores abraçam a ideia todas as ações da escola valem a pena. É importante entender que o Projeto Político Pedagógico passa por conceitos diversos, em épocas diferentes, possui uma elasticidade, porém a formalização e a teorização da junção das palavras político/pedagógico se deu no embate dos Projetos Políticos dos revolucionários franceses no século XVIII, e foi neste embate, na origem do discurso liberal, que formalizou-se a política burguesa em que houve esta junção para um sistema político pedagógico. Então este vai tomando diversas faces, mas guarda a semelhança em relação às diretrizes da educação democrática que se desenha naquele momento, uma delas é a luta pela escola laica, pública, gratuita para todos, sendo esse projeto liberal. Neste aspecto, causa insatisfação, pois é um projeto inconcluso, devido às políticas públicas não tê-lo realizado em sua real plenitude. O Projeto Político Pedagógico da escola precisa de médio e longo prazo, e ainda de respaldo dos políticos, pois estes também são sujeitos da escola, juntamente com os pais, professores, alunos. Neste sentido, o problema não é somente construir o projeto, e sim a temporalidade e consolidação deste projeto. É necessário um longo prazo e não deve ser concebido em linha de euforia x desilusão e esse projeto têm múltiplos tempos, memórias e sujeitos, pois a memória tem um tempo descontínuo, não sendo controlada dentro de um critério político utilitário; é viva e afetiva e que quando se traz para o momento de construção e reflexão do projeto político pedagógico é riquíssima. Nesta perspectiva, o projeto tem que ser a materialização do futuro no presente. A escola pública deve ser publicitada, afirmada como espaço público desde o presente. A educação é um ato político, já dizia Freire (1975). Uma escola que não se politiza de fato não está cumprindo o papel, lembrando que quanto mais conflituosas forem as ideias políticas dentro da escola, mais democrática ela será. O protagonismo de todos os atores que compõem a escola deve ter uma expressão comunitária de auto-organização e não uma organização de secretarias, visto que estas deveriam assegurar condições de livre produção de conhecimento, pois, muitas vezes, acabam realizando ações de controle, fiscalização e avaliações rígidas, que acabam formatando a prática democrática que prejudica a escola e esta acaba sendo não democrática. Muitas vezes, há resistência ao Projeto Político Pedagógico e isso tem a ver com a democracia, pois se o professor se sente protagonista, ator de fato daquela escola, os pontos de vista que são críticos. ou que defendem a manutenção de certas práticas vão servir para enriquecer as ações. As resistências fazem parte de cada processo e permite a transformação. Isto faz com que a escola se torne um lugar onde se realizam e projetam utopias. A escola é uma instituição inseparável da sociedade, é distinta, porém ligada à sociedade brasileira como um todo. Enquanto instituição voltada à educação, tem um compromisso com o humano e com o mundo. Seu compromisso humano está contido na função social libertadora dos sujeitos: no reconhecimento do individual, da identidade da historicidade, desejos e outras marcas próprias de cada humano, mas transcendendo a capacidade de identificar marcas comuns entre ele e seu grupo, assumindo a ideia de pertencimento a uma rede de objetivos comuns. Acredita-se que o papel da escola é decisivo na busca das transformações emancipatórias e na configuração do projeto de vida que se produz na comunidade, organizando os contextos e as ações que se desenvolvem na mesma, a partir de uma clara intencionalidade educativa. Para que esta tarefa seja realizada, é necessário que a escola crie uma organização e um ambiente que favoreçam o diálogo, o debate, a análise e a reflexão. 5.1 Estudo teórico/prático do Projeto Político Pedagógico - MARCO SITUACIONAL: Colégio Estadual Marechal Castelo Branco Rua: 20 nº 655 Pública. De acordo com a realidade que estamos vivenciando, com as transformações sociais e tecnológicas que vem acontecendo rapidamente, entendemos que há uma emergente necessidade de transformação social,e essa não deve ser somente retórica, mas deve ser entendida como um processo ativo de humanização e tomada de consciência dos sujeitos que poderão intervir para a melhoria da qualidade de ensino. Isso requer uma postura mais critica, mais reflexiva que busque a transformação das estruturas sociais, econômicas, culturais e políticas do país e para a criação e uma sociedade mais justa. Isso irá acontecer primordialmente no interior da escola, mas sabemos que a prática pedagógicas adotadas através dos tempos tem sofrido constantes transformações nos níveis sociais e históricos, porém é preciso o entendimento de que todas as ações voltadas para o cumprimento dessa meta são bem aceitos, tomados os devidos cuidados. Sabemos que a postura de uma grande parte dos professores é voltada para a efetivação de um projeto educativo que permita a formação do ser humano integral, ou seja, formação para a vida e o exercício da cidadania. Devemos ter clareza que neste estabelecimento de ensino prima-se pela e efetivação de práticas escolares que estejam em consonância com a realidade social em que nossos alunos estão inseridos, delimitando as bases da escola e do momento histórico que vivemos e do papel da educação ante as novas realidades do mundo contemporâneo, tendo em vista vários aspectos para que haja uma reavaliação ou no mínimo um enriquecimento dos princípios de uma pedagogia crítico-social em face dos desafios propostos por estas novas realidades, buscando um investimento teórico numa proposta pedagógica que seja prática teórica e teórica prática. Segundo Libâneo (1996) para que aconteça realmente a transformação da escola existem requisitos essenciais a serem seguidos, tais como, a inserção do país no contexto da mundialização, a adequação da escola aos processos de 16 transformações científicas e tecnológicas, investimento na profissionalização dos professores, melhoraria das práticas de gestão da escola, investimento sólido dos educadores nos conteúdos, e em inovações tecno-pedagógicas que propiciem melhor cumprimento dos objetivos da escola sem levantar a falsa hipótese de ensino fácil, tendo em vista que a pedagogização é uma situação que está posta e que precisa ser reconhecida pelos professores para que seja tratada com uma visão crítica, incitando a reflexão desta educação que vem sendo imposta pelos aparelhos ideológicos da sociedade pós-moderna que está inserida no contexto da globalização. MackLarem, diz que, (...) o pós-modernismo conduz a um relativismo ético, porém há princípios norteadores que os educandos não podem abrir mão, e é neste sentido que a Pedagogia Crítica quer efetivar a relação entre uma política do universal e uma política da diferença, da particularidade, visto que há uma grande diferença social que atinge diretamente as salas de aula, recheadas dessas diversidades, apesar do processo de globalização homogeneizador. (apud GHIRALDELLI, 1996) Precisamos delinear os novos rumos que a escola deve tomar, tendo em vista as demandas da nova sociedade que se instaura e, consequentemente, as novas demandas necessárias que a escola precisa atender. A escola não pode mais ser considerada isoladamente de outros contextos, outras culturas, outras mediações. A escola contemporânea precisa voltar-se para as novas realidades, ligar-se ao mundo econômico, político, cultural, mas precisa ser um baluarte contra a exclusão social. Para tanto, propõe se para essa escola, um currículo centrado na formação geral e continuada de sujeitos pensantes e críticos, na preparação para uma sociedade técnica/ científica 17 /informacional, na formação para a cidadania crítico-participativa e na formação ética. -MARCO CONCEITUAL: De mundo O progresso científico e, industrial e tecnológico da Humanidade foi tão grande nos últimos anos que o homem acabou criando um novo mundo. É através dessas mudanças e desses avanços que vem ocorrendo uma crescente desumanização onde o homem passa a ser visto como não mais como um ser, mas como parte de um todo que demanda habilidades específicas ou gerais, direcionadas para o mundo do trabalho, numa perspectiva meramente mercadológica. Neste sentido, é preciso repensar a atividade humana, bem como a sensacional fábrica tecnológica da globalização que trazem a tona problemas muito sérios em relação à exclusão e à marginalização. Vive-se hoje um momento contraditório em que diversos setores da sociedade juntam-se ao grupo no poder para defender o Estado mínimo, ao mesmo tempo que essa sociedade cobra do Estado a garantia dos direitos à cidadania. Porém, esse não é um fenômeno restrito ao Brasil, pois a nova ordem mundial baseia-se na crescente internacionalização do capital de invadir-se 23 rapidamente, de um para o outro extremo do globo, na invasão dos oligopólios transicionais e no domínio da informação. O fenômeno da Globalização estende-se hoje em todas as esferas da vida coletiva pelos quatro cantos do mundo. É um processo que caracteriza-se pela interdependência das economias dos diversos países do mundo que tem ocasionado mudanças significativas nos planos político, social e cultural. Segundo Ianni (1988) houve um enfraquecimento do Estado-Nação, incapaz de opor-se ao dinamismo da economia internacional, funcionando meramente como uma correia de transmissão da economia mundial à economia Nacional. Não se pode negar que a globalização traz vantagens, derrubando barreiras, aproximando os povos, favorecendo a mundialização da economia e a troca de informações, conhecimentos e tecnologias, porém ela é também responsável pelo reaquecimento dos conflitos étnicos, culturais e religiosos, além da acentuação das desigualdades entre pessoas e, sobretudo, entre nações. Contraditoriamente, em sua marcha pelo mundo, a globalização vem significando inclusão e exclusão. Dentro de um tipo de ordem social, portanto, a educação perde sua dimensão de um bem de uso e ganha a de um bem de troca, sendo assim, a educação apresenta-se juridicamente como um bem de todos, porém as pessoas a quem a educação serve não são ao menos consultadas de como ela deveria ser. Portanto o princípio educativo implica em possibilitar a compreensão das contradições da sociedade capitalista, seus processos de exclusão e exploração das relações de trabalho e instrumentalizar o sujeito para agir de forma consciente sobre sua prática social no sentido de cumprir e fazer cumprir seus direitos. De homem O comportamento do homem é fundamentalmente diferente dos animais. Graças ao desenvolvimento de seu psiquismo pode observar a natureza, criar uma linguagem e, assim, analisar e julgar o mundo em que vive. Com seu alto grau de consciência, o homem superou os seus limites primitivos tornando-se simultaneamente um ser biológico e cultural. Nele ocorre uma síntese que integra caraterísticas hereditárias e adquiridas, aspectos individuais e sociais, elementos do estado de natureza e de cultura. Por isso, o homem é um ser contraditório, ambíguo, instável e dinâmico. Um produto da natureza e da cultura e, ao mesmo tempo, um transformador da natureza e um produtor cultural. Enfim, criatura e criador do mundo em que vive. Essas características tornaram o homem admiravelmente singular. A biologia classifica o homem atual como sapiens: o que sabe que sabe. Pois o homem é capaz de fazer sua inteligência debruçar sobre si mesma para tomar posse de seu próprio saber, avaliando sua consistência, seu limite e seu valor. O processo contínuo de conscientização faz do homem, portanto, um ser que não pode ser definido e sim conceituado, uma vez que o homem, como ser histórico, transcendente, não se pode definir. Pode-se sim, compreendê-lo, passo a passo, numa visão de convergência, num enfoque de globalidade integrada, onde tudo se relaciona. O homem, como sujeito de sua história é condicionante e condicionado. Ele precisa entender também essa aparente contradição do seu viver histórico. Se quiser viver a suprema liberdade humana, muito além dos discursos ideológicos, e preciso escolher o caminho da busca e do conhecimentovivenciado, mais além das aparências e dos parâmetros impostos. Entendendo, assim, que o homem é um ser que se faz (nem que não queira – é assim mesmo – é o que se chama de condição humana, por alguns, fatalidade humana, para os outros – dependendo do referencial teórico de cada um). De qualquer maneira, é um ser biográfico. O viver humano envolve o lógico, o afetivo e o espiritual. Muitas vezes de difícil conciliação, outras vezes, exige opções até existenciais. O homem é um ser que se constrói. A compreensão desta profunda realidade vai permitir que a nossa conduta, na prática educativa, tome dimensões além do aprender a fazer por fazer. Lutar-se-á para que o educando vá aprendendo a ser seu próprio projeto de vida, não idealizado por ele mas, sim por quem o criou, o autor da vida. De escola A escola de hoje não pode se limitar a passar informação sobre as matérias. Ela é uma síntese entre a cultura experiência da que acontece na família, nos meios de comunicação e a cultura formal que é o domínio dos conhecimentos, das habilidades de pensamento. Ou seja, a escola precisa articular sua capacidade de receber e interpretar informação, com a de produzi-la, considerando-se o aluno sujeito do seu próprio conhecimento. A escola necessária é a que provê formação cultural e científica que possibilita o contato dos alunos com a cultura provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela estética, e pela ética. Uma escola contra a exclusão econômica, política, cultural, pedagógica; ela cumpre funções que não são providas por nenhuma outra instância, ou a de prover formação geral básica – capacidade de ler, escrever, formação científica, estética e ética, desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas. Para que a escola concebida como espaço de síntese, no exercício de seu papel na construção da democracia social e política, são propostos cinco objetivos: - promover o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais dos alunos por meio dos conteúdos escolares; 27 - promover as condições para o fortalecimento da subjetividade e da identidade cultural dos alunos, incluindo o desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade, da imaginação. - preparar para o trabalho e para a sociedade tecnológica e comunicacional; - formar para a cidadania crítica, isto é, formar um cidadão – trabalhador capaz de interferir criticamente na realidade para transformá-la e não apenas formar pra integrar o mercado de trabalho; - desenvolver a formação para valores éticos, isto é, formação de qualidades morais, traços de caráter, atitudes e convicções. Ou seja, a democratização da sociedade e a inserção dos alunos no mundo da produção requerem uma escola que proporcione às crianças e jovens os meios cognitivos e operacionais que atendam tanto às necessidades pessoais como as econômicas e sociais. - MARCO OPERACIONAL: Para os próximos anos, lembrando que deve ser feita a cada ano a reavaliação dessas ações, tornando o PPP executável, aberto e flexível. Para atingir os objetivos propostos, serão priorizadas reuniões pedagógicas para levantamento de problemas e soluções para os mesmos, acompanhamento das experiências realizadas pelos professores, das sequências didáticas e dos projetos previamente organizados em um roteiro temático. Sob a liderança do diretor, as reuniões envolverão todos os segmentos da escola - professores, funcionários, pais e alunos, a fim de planejá-la constantemente. É também no planejamento que a escola constrói, passo a passo, sua identidade, transformando intenções em ações concretas. A partir do levantamento da realidade atual do Colégio, seja no âmbito pedagógico ou estrutural, dividiu-se em duas partes as metas e ações, considerando-se ações gerais, que envolvam todos os professores, alunos e comunidade, e ações específicas, com vistas a uma melhor estruturação física e participativa. A avaliação da aprendizagem não pode ser separada de uma necessária avaliação institucional, mesmo que elas sejam de natureza diferente: enquanto esta diz respeito à instituição, aquela se refere mais especificamente ao rendimento escolar do aluno. São distintas, mas inseparáveis. O rendimento do aluno depende muito das condições institucionais e do projeto político-pedagógico da escola. Os números de aulas já vem do sistema da seed quantidade para cada turma, série. Os recursos utilizados são os livros. 6. Seminário de Estágio O período de acompanhamento e avaliação do Projeto Político da Escola, acontece anualmente, para a revisão, análise e realimentação se necessário das ações pré determinadas . Com vista a melhoria do processo educativo e participação do Conselho Escolar feito por pessoas responsáveis que se reúnem para saber como andam os trabalhos, as ações menores que estão sendo planejadas, concluídas e avaliadas, tendo vínculo com o Projeto Político Pedagógico. Neste sentido, foi observado que ao construir e implementar o Projeto Político Pedagógico é preciso haver diagnóstico das necessidades de toda comunidade escolar a ser atendida durante o ano letivo, que os planos devem ser flexíveis e abertos a mudanças no decorrer do processo. Além disso, é necessário que todos da comunidade escolar atuem na elaboração e na execução do Projeto Político Pedagógico com participação ativa e interesse coletivo. Na atual conjuntura social, a escola que norteia suas ações suas ações sob a ótica de uma gestão democrática e respaldada num projeto político pedagógico, de concepção inovadora, certamente viabilizará o processo de ensino - aprendizagem de qualidade. O PPP é um documento que preza pela gestão democrática da instituição de ensino, sendo um espaço para escutar a voz da comunidade, bem como seus anseios e desejos. O projeto não deve ser visto como algo fixo no tempo, mas sim uma peça de caráter flexível, capaz de se adaptar às necessidades da comunidade educacional onde a escola está inserida. 7. Considerações finais Este Projeto Político Pedagógico se constitui numa iniciativa coletiva de compromisso com a educação dos alunos e comunidade escolar, levando em conta a trajetória da comunidade escolar, a sua história e cultura, para garantir um percurso formativo de sucesso aos estudantes e também para cumprir o seu papel com a sociedade. Considerando o que foi descrito anteriormente, pode-se dizer que o Projeto Político Pedagógico é um documento de grande necessidade na escola, uma vez que ele dará suporte ao trabalho coletivo em todos os segmentos, da dimensão do currículo na unidade escolar. Contudo, é preciso deixar claro que o PPP é uma proposta de trabalho, não é estático, é um documento que precisa ser avaliado pela equipe, necessitando de atualizações, em seu Plano de Ações e Metas traçadas. Uma escola com gestão democrática se faz por meio da construção da cidadania, onde o educando terá capacidade de tomada de decisão individual e coletiva, articulando-se com a compreensão da realidade social. O presente estudo possibilitou reflexão do cotidiano escolar levantando aspectos que requisitam atenção. Dessa forma, percebemos que a escola, que dialoga, pensa, questiona e compartilha saberes... É uma escola autônoma, que caminha na construção do conhecimento. REFERÊNCIAS: Pedagogia e Modernidade: presente e futuro da escola. In: GHIRALDELLI, Paulo Jr. Infância, Escola e modernidade, São Paulo: Cortez, 1996. COLÉGIO MARECHAL CASTELO BRANCO. Projeto Político Pedagógico. PRIMEIRO DE MAIO, PR, 2021. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 2000. SANTOS, W. FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA. [S.L], [20--]. Disponível em: < https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/funcao-social-escola.htm#:~:text=%2BA-,FUN%C3%87%C3%83O%20SOCIAL%20DA%20ESCOLA,inclusiva%2C%20mesmo%20escolas%20sem%20condi%C3%A7%C3%B5es%20adequadas%20para%20receber%20esse%20aluno.%C2%A0,-N%C3%A3o%20pare%20agora>. Acesso em 05 dez 2021. APÊNDICE :