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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL MECÂNICA DOS SOLOS I PROCEDIMENTO OPERACIONAL 10 – ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA JOÃO PESSOA 2021 1. INTRODUÇÃO O ensaio Califórnia é um ensaio de grande valor na técnica rodoviária, é a base do conhecimento de dimensionamento de pavimentos flexíveis, introduzido por Porter, em 1929 (CAPUTO, 1988). O ensaio de capacidade suporte Califórnia ou Índice de Suporte Califórnia (ISC) é padronizado no Brasil pela norma ABNT 9895, ASTM D1883 e DNER-ME 049/94. Foi introduzido e adaptado á realidade brasileira em 1966, o ensaio tem como objetivo integrar no dimensionamento de pavimentos rodoviários, determinando a capacidade de suporte de um solo compactado, ou seja, sua resistência. No ensaio, é medida a resistência à penetração de uma amostra saturada compactada segundo o método Proctor. Consiste na determinação da relação entre a pressão necessária para produzir uma penetração de um pistão num corpo de prova de solo e a pressão necessária para produzir a mesma penetração numa mistura padrão de brita estabilizada granulometricamente. Essa relação é expressa em porcentagem. O ensaio é composto por três etapas, a primeira é a compactação do corpo de prova, a segunda a obtenção da curva de expansão, e em seguida medida da resistência à penetração. 2. MATERIAIS E MÉTODO 2.1. MATERIAL NECESSÁRIO • Conjunto de bronze ou latão, constituído de molde cilíndrico com 15,2 cm de diâmetro interno e 17,8 cm de altura, com entalhe superior esterno de maia espessura; cilindro complementar com 5,00 cm de altura, com entalhe inferior interno em meia espessura, e prato de base perfurado com 24 cm de diâmetro, com dispositivo para fixação do molde cilíndrico antes refinado. • Disco espaçador maciço, de aço, com 15,00 cm de diâmetro e 6,4 cm de altura. • Soquete cilíndrico de bronze ou latão, para compactação, face inferior plana, de altura de queda de 45,70 cm, com 4,50 kg e 5,00 cm de diâmetro de face inferior. • Prato perfurado de bronze ou latão, com 14,90 cm de diâmetro 0,50 cm de espessura, com haste central de bronze ou latão, ajustável, constituída de uma parte fixa rosqueada e de uma camisa rosqueada internamente e recartilhada externamente, com a face superior plana para o contato com o extensômetro. • Tripé porta-extensômetro, de bronze ou latão, com dispositivo para fixação do extensômetro. • Disco anelar de aço para sobrecarga, dividido diametralmente em duas partes, com 2,27 kg de peso total, com diâmetro externo de 14,90 cm e diâmetro interno de 5,40 cm. • Extensômetro com curso mínimo de 10 mm, graduado em 0,01 mm. • Preso para determinação do Índice de Suporte Califórnia composta de: - Quando formado por base e travessa de ferro fundido e quatro tirantes de aço, apresentando a travessa um entalhe inferior para suspensão de um conjunto dinamométrico. - Macaco de engrenagem, de operação manual por movimento giratório de uma manivela, com duas velocidades, acompanhado de um prato reforçado ajustável ao macaco, com 24 cm de diâmetro, para suspender o molde. - Conjunto dinamométrico com capacidade de 4 000 kg, sensível a 2,5 kg, constituído por: anel de aço com dimensões compatíveis com a carga acima apresentada, com dispositivo para se fixar ao entalhe da travessa; extensômetro diametrais; pistão de penetração de aço, com 4,96 cm de diâmetro e com uma altura de cerca de 19 cm, variável conforme as condições do ensaio, fixo à parte inferior do anel; e extensômetro graduado em 0,01 mm, com curso maior eu 12,70 mm, fixo lateralmente ao pistão, de maneira que seu pino se apoie na borda superior do molde. • Papel de filtro circular de cerca de 15 cm de diâmetro. • Balança com capacidade de 20 kg, sensível a 5 g. 2.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL O molde cilíndrico deve ser fixado à sua base acoplando o cilindro complementar e apoiando o conjunto em uma base rígida. Uma folha de papel filtro com diâmetro igual ao do molde utilizado é colocada de modo a evitar a aderência do solo compactado com a superfície metálica da base ou do disco espaçador. Após, proceder a moldagem do corpo de prova. A compactação é realizada por meio de aplicações de golpes do soquete, de acordo com o que é sumarizado na Tabela 1, com base no que é perpendicularmente e distribuído uniformemente sobre a superfície de cada camada, sendo que a altura das camadas compactadas deve ser aproximadamente igual. Tabela 1: Energias de compactação Cilindro Características inerentes a cada energia Energia Normal Intermediária Modificada Pequeno Soquete Pequeno Grande Grande Grande Número de camadas 3 3 3 3 Golpes por camada 26 9 21 27 Grande Soquete Grande Grande Grande Número de camadas 5 5 5 Golpes por camada 12 26 55 Disco espaçador 63,5 63,5 63,5 Após a compactação da última camada, retirar o cilindro complementar depois de escarificar o material em contato com a parede do mesmo, com o auxílio de espátula. Deve haver um excesso de no máximo 10 mm de solo compactado acima do molde que deve ser rasado com auxílio de régua biselada. Feito isso, remover o molde cilíndrico de sua base. As sobrecargas e o extensômetro devem ser colocados sobre a amostra compactada para medir a expansão. Esta sobrecarga não poderá ser menor do que 4,536 kg. O corpo de prova preparado é colocado em imersão durante quatro dias, onde, ao término desse período, é feito a leitura para se determinar a expansão da amostra. Ao término do período de expansão, o corpo de prova é retirado da imersão e deixar a água escoar durante alguns minutos antes da penetração. O ensaio de penetração é realizado na prensa descrita logo acima. O corpo de prova é instalado sobre o prato de prensa e faz-se o assentamento do pistão de penetração no solo, zerando-se o extensômetro do anel dinamométrico e o que mede a penetraçãoo do pistão no solo. A manivela de prensa é acionada com uma velocidade de 1,27 mm/min (0,05 pol/min). Cada leitura considerada no extensômetro do anel é função de uma penetração do pistão no solo e de um tempo especificado para o ensaio. Finalizadas as leituras, o corpo de prova é retirado da prensa, destoldando-o para posterior descarte. Para a determinação da pressão calculada correspondente às leituras do anel e do Índece de Suporte Califórnia utilizam-se as equações 11 e 12. 𝑃𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 𝐾∙𝐿 𝐴 (Eq.1) 𝐼𝑆𝐶 = 𝑃𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑃𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 × 100 (Eq.2) Sendo, K a constante do anel, de valor 2,04 kgf/Div; L a leitura obtida no extensômetro; A a área do pistão de valor 19,62 cm²; 𝑃𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 a pressão calculada correspondente às leituras do anel; 𝑃𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 Pressão correspondente a um tipo de pedra britada que apresenta ISC de 100%. Para a determinação do ISC são consideradas as penetrações de 0,1 e 0,2 polegadas. O valor de ISC adotado para a amostra ensaiada, determinado pelo emprego da equação 12 é considerado o maior valor obtido. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com os dados do ensaio, obtiveram-se os valores da expansão, que depende da quantidade de ar no material para uma certa densidade, o mínimo de expansão é analisado quando os vazios do solo estão quase cheios de água. Os valores podem ser encontrados na tabela a seguir. Tabela 2: Expansão das amostras AMOSTRA EXPANSÃO (%) J1-1 0,449 J2-1 0,07 J2-2 0,057 J2-3 0,088 Para o teste de CBR os resultados para o a amostra J1-1; J2-1; J2-2; J2-3 estão descritos na tabela 3 a seguir, onde são empregados os valores de I.S.C. para cada uma das leituras, de 0,1 e para 0,2 polegadas. Tabela 3: I.S.C e CBR das amostras AMOSTRA I.S.C CBR J1-1 P 0,1 2,23 2,47% P0,2 2,47 J2-1 P 0,1 1,89 2,03% P 0,2 2,03 J2-2 P 0,1 3,63 4,27% P 0,2 4,06 J2-3 P 0,1 5,51 6,60% P 0,2 6,29 Em seguida foram obtidas as determinações gráficas do Índice de Suporte Califórnia final para as quatro amostras. Tabela 4: ISC da Amostra J1-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 P R E S S Ã O ( k g /c m 2 ) PENETRAÇÃO (polegada) CBR =2,47 % Tabela 5: ISC da Amostra J2-2 Tabela 6: ISC da Amostra J2-2 0 1 2 3 4 5 6 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 P R E S S Ã O ( k g /c m 2 ) PENETRAÇÃO (polegada) ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA CBR =2,03 % 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 P R E S S Ã O ( k g /c m 2 ) PENETRAÇÃO (polegada) ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA CBR =4,27 % Tabela 7: ISC da Amostra J2-3 4. CONCLUSÃO Dessa forma, percebesse que todas as amostras apresentam um tipo de terreno com um bom subleito para a construção de uma estrada, uma vez que, todos os valores as expansões das amostras são inferiores a 3%, como diz na norma. 5. REFERÊNCIAS DNIT 172/2016 – ME. Solos. Determinação do Índice de Suporte Califórnia utilizando amostras não trabalhadas – Método de ensaio. NBR 6457/86 – Amostras de Solo – Preparação para ensaios de Compactação e ensaios de Caracterização. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro. NBR 9895/87 – Solo – Índice de Suporte Califórnia. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro. O Ensaio ISC - Índice de Suporte Califórnia, também conhecido como CBR-California Bearing Ratio e suas normas técnicas. SUPORTESOLOS, São Pedro/SP. Disponível em: <https://www.suportesolos.com.br/blog/o-ensaio-isc-indice-de-suporte-california- tambem-conhecido-como-cbr-california-bearing-ratio-e-suas-normas-tecnicas/236/>. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 P R E S S Ã O ( k g /c m 2 ) PENETRAÇÃO (polegada) ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA CBR = 6,60 %
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