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unidade 1 economia do setor público

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Introdução da disciplina
Caros(as) discentes,
É sabido que o gestor formado pelo Centro Universitário IESB deve ser um pro�ssional com per�l
aderente às demandas das organizações públicas e privadas, que atuam junto ao setor público,
permitindo, por meio das disciplinas do eixo tecnológico de gestão, da linha de formação especí�ca
em Gestão Pública e dos Projetos Integradores, a obtenção de uma formação de competências que
o preparem para as contingências da Gestão Pública. Deve ele estar preparado para atender às
expectativas da sociedade emergente, atuando como pro�ssional de competência sólida e
moderna, em condições plenas de atuação e�ciente e e�caz, preocupado com a relevância social do
produto de seus trabalhos, apresentando habilidades para proatividade e criatividade, raciocínio
lógico, crítico e analítico, visão sistêmica e estratégica para negociações, tomada de decisão,
liderança e trabalhos em equipe.
A disciplina Economia do Setor Público, que ora você inicia os estudos, insere-se nesse contexto do
gestor graduado pelo Centro Universitário IESB. Com efeito, nossa matéria tem por objetivo
primordial introduzir os conceitos essenciais da moderna economia do setor público para propiciar
a aquisição de conhecimentos que possibilitem, a partir de uma perspectiva interdisciplinar crítica e
prática, desenvolver a sua capacidade teórico-analítica para que, ao �nal dessa jornada, você seja
capaz de explicar a racionalidade da intervenção do Estado nas atividades econômicas, analisar os
instrumentos que lhe são disponíveis para atingir os objetivos dessa intervenção, bem como
compreender o papel desempenhado pelo governo em uma economia de mercado.
Sabemos da importância da participação do Estado na sociedade, pois esse vem evoluindo de
simples coadjuvante, ou seja, responsável apenas pelas funções essenciais de administração da
justiça e defesa, para tornar-se, na maior parte das sociedades, o ente principal.
A Economia do Setor Público estuda tal participação. Para tanto, esta disciplina está estruturada
em quatro unidades, a saber: 
     ● Unidade 1 - O Estado e a Economia; 
     ● Unidade 2: Financiamento e Gasto Público; 
     ● Unidade 3: Os Principais Instrumentos de Política Econômica – As Políticas de Ajustes e
Regulação do Setor Público; 
     ● Unidade 4: População, Emprego, Renda, Desenvolvimento Econômico e o Setor Público na
Economia Globalizada.
Neste curso, você terá ainda a oportunidade de participar de fóruns de discussão e de fazer vários
exercícios como forma de �xar os conhecimentos.
Ao �nal do curso, com certeza, você certamente estará mais capacitado para formular, implementar
e avaliar políticas públicas que possam melhorar o bem-estar da nossa sociedade.
Em cada unidade você irá adquirir conhecimentos que irão lhe propiciar o desenvolvimento das
seguintes competências e habilidades:
Entender os fundamentos da Economia do Setor Público contemporânea e a importância do
Estado no contexto e no delineamento das estratégias públicas. Compreender o marco
teórico da Economia do Setor Público. Descrever as funções do Estado na Economia.
Explicar a racionalidade da intervenção do Estado nas atividades econômicas. Reconhecer o
con�ito entre e�ciência e equidade nas políticas públicas.
Entender e descrever os mecanismos de �nanciamento e de dispêndio do Estado. Entender
os principais aspectos da atuação do setor público ao nível microeconômico. Entender e
interpretar tendências no âmbito econômico sob o prisma da Gestão Pública. Compreender
as razões para o tamanho e o crescimento do governo. Entender os mecanismos e os efeitos
da tributação.
Analisar os cenários econômicos e projetar resultados, ações e políticas adequadas à
demanda. Descrever o papel dos principais organismos responsáveis pela formulação das
políticas macroeconômicas. Entender as relações de causalidade entre as variáveis
macroeconômicas. Identi�car e compreender os principais mecanismos de política
macroeconômica. Compreender a importância e os objetivos da regulação estatal. Analisar
os instrumentos de intervenção do Estado nas atividades econômicas.
Examinar as causas e os efeitos das oscilações das Economias Nacionais no Contexto da
Globalização. Descrever as causas da in�ação e do desemprego. Compreender o papel do
governo na promoção do desenvolvimento econômico sustentado e sustentável. Entender a
razão econômica para o comércio internacional e o papel do estado na economia
globalizada. Descrever os tipos de globalização e o papel dos governos. Analisar o
desempenho conjuntural e estrutural da economia brasileiro contemporânea.
CENÁRIO PRÁTICO
Bons estudos!
Unidade 01
Aula 01
Economia do Setor Público:
Metodologia, Escopo, Origens e
Evolução
Assista ao vídeo de abertura da Unidade 1:
VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.
Metodologia Cientí�ca e Economia
A Economia do Setor Público estuda o governo e a forma como sua ação afeta a economia.
A conexão muito estreita entre teoria, análise e aplicação torna o estudo da Economia do Setor
Público algo bastante interessante. Porém, uma boa prática requer o conhecimento de uma teoria
adequada. Esse é o grande desa�o dos economistas do setor público
Entre as ciências sociais aplicadas, a Ciência Econômica é uma das que mais oferece uma ampla
visão da sociedade, pois ela se mostra com grande interdisciplinaridade, na medida em que estuda
as mais variadas áreas, tais como: negócios, história e matemática.
A Economia se insere no campo das Ciências Sociais basicamente por estudar uma série de relações
entre os indivíduos dentro da sociedade, mais especi�camente aquelas relacionadas ao mercado.
Por isso, veja bem, a maior parte dos fenômenos estudados pelos economistas apresenta um alto
grau de complexidade.
A complexidade e também a signi�cância da Economia vêm do desa�o extremamente interessante
que é desvendar os mistérios relacionados aos fenômenos que norteiam o funcionamento da
sociedade em que vivemos.
Para que se possa entender os fenômenos econômicos e sociais, ou seja, as relações que estão por
trás e que desencadeiam tais fenômenos na sociedade, os economistas necessitam de um profundo
conhecimento histórico, teórico, quantitativo, metodológico e de questões institucionais.
A Economia do Setor Público é uma das áreas das Ciências Econômicas que mais avançou nos
últimos tempos, mesmo que se considere que ela não consiga apresentar respostas para a
totalidade das questões objeto do seu estudo. Isso, obviamente, é devido ao fato de que o
conhecimento e algo sistemático e, por isso, espera-se sempre seu progresso. Esse e o grande
desa�o dos que estudam a Economia do Setor Público: acompanhar as mudanças do mundo e
propor novas explicações para os problemas que surgem.
Economia Positiva e Economia Normativa
A economia positiva procura descrever a economia como ela é, ou seja, ela é essencialmente
descritiva, e o economista se comporta como um verdadeiro cientista. No entanto, a economia
normativa contém a�rmações sobre como a economia deveria ser, isto é, ela é prescritiva, e o
economista se comporta como político.
Vejamos o seguinte exemplo: duas economistas, Maria e Ana, estão discutindo.
Maria diz: “Leis que obrigam o pagamento de salário mínimo podem causar desemprego.” Veja
que esta é uma a�rmação de economia positiva. Por sua vez, Ana a�rma: “Que nada, o governo
deveria até aumentar o salário mínimo.” Neste caso, temos uma a�rmação de economia
normativa.
Checamos a validade de a�rmações de economia positiva e de economia normativa de forma
diferente.
Na economia positiva, as a�rmações podem ser con�rmadas ou não pela evidência empírica. Você
pode, por exemplo, testar a validade da a�rmação de Maria, analisando dados de alteração de
salário mínimo e alterações do desemprego ao longo do tempo. Agindo assim, você se comporta
como cientista e recorre ao método da economia positiva.
Na economianormativa não podemos checar a validade das a�rmações, recorrendo apenas aos
dados. Concordar ou não com Ana não é meramente uma questão de ciência, pois valores e,
principalmente, opiniões políticas também estão envolvidos.
Contudo, a�rmações de economia positiva e normativa estão relacionadas. Com efeito, a sua visão
de como a economia funciona (economia positiva) in�uencia a sua visão acerca de quais políticas
econômicas são desejáveis (economia normativa).
Se Maria estiver convencida, por argumentos de economia positiva e pela evidência empírica, de
que o salário mínimo pode causar desemprego, ela irá rejeitar a a�rmação normativa de Ana de que
o governo deveria aumentar o salário mínimo. Porém, conclusões de economia normativa não
necessariamente seguem somente a�rmações de economia positiva, pois julgamentos de valor
também interferem.
Em geral, a maior parte de um curso de Economia do Setor Público procura explicar como a
economia funciona (problema positivo), mas isso tendo em mente que o objetivo é melhorar o
funcionamento da economia (problema normativo).
VÍDEO
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A Economia do Setor Público envolve o estudo não somente do que o governo deveria fazer, mas
também daquilo que ele faz e porque não faz o que deveria fazer. Nela, estudam-se questões
normativas e positivas. Os aspectos positivos são indispensáveis, porquanto constituintes dos
alicerces da análise dos efeitos das políticas públicas. Procede-se, por exemplo, a uma avaliação de
e�ciência e equidade (economia positiva) das políticas públicas, na tentativa de entender o que
deve ser feito (economia normativa).
A avaliação do comportamento do governo (economia normativa) pressupõe uma análise positiva
do processo, pelo meio do qual as decisões são efetivamente tomadas. Questões positivas (o que é)
são os alicerces da análise dos efeitos, em termos de e�ciência, das políticas públicas.
Já como são de fato escolhidas as políticas é uma indagação de economia normativa. Veja esses
outros exemplos de questões normativas:
Quais são as políticas ótimas? Quais são os alicerces da análise dos efeitos das políticas públicas?
Como, de fato, são escolhidas as políticas?
Em resumo, conforme nos ensina Blaug (1999, p. 166), a economia positiva usa os termos: é; fatos;
objetivo; descritivo; ciência; verdadeiro/falso. Já a economia normativa utiliza mais os seguintes:
deveria; valores; subjetivo; prescritivo; arte; bom/mau.
Economia e Ideologia
Em que a ciência, incluindo, é claro, a Economia do Setor Público, e a ideologia divergem ou
coincidem?
A ciência encaminha-se para a busca da verdade. Seu universo é o das “leis” objetivamente
estabelecidas.
A ideologia move-se no universo dos “valores”. Mas os valores, tais como se apresentam nas
diversas sociedades, estão ligados a grupos de interesses. Os valores não são neutros e cada
sociedade tem um quadro de valores dominantes.
A ideologia é a antítese da ciência. Porém, a própria ciência pode ter função ideológica. Isso ocorre
quando ela se torna instrumento de dominação nas mãos de determinados grupos. Não é raro que
um grupo, para se legitimar no poder, apele para a ciência.
A ideologia pode ser conceituada como o conjunto de normas, valores, símbolos, ideias e
práticas sociais que procuram justi�car as relações econômicas e sociais existentes no interior
da sociedade.
O perigo da ideologia é que ela se apresenta com a roupagem de ciência, mas defende
determinados interesses e não a “verdade”. Todo discurso ou qualquer elaboração mais ou menos
sistemática pode estar contaminada pela ideologia, mas apresenta-se a nós como se fosse ciência,
ou seja, como se fosse verdade.
Porém, devemos reconhecer que a ideologia mantém a coesão social, na medida em que ela, para se
expressar com e�cácia, tende a aglutinar-se num conjunto de ideias. Ao tornar mais ou menos
uniforme a visão dos diversos grupos que compõem a sociedade, a ideologia a mantém unida,
diminuindo, assim, a probabilidade de choques entre grupos que ocupam posições completamente
diferentes e evita-se a ruptura do tecido social.
O problema é que ideologia in�ltra-se até as últimas camadas da pirâmide social e, sorrateiramente,
passa a governar o comportamento dos grupos que compõem a sociedade. Embora esteja vinculada
ao grupo dominante, a ideologia é internalizada pela maioria dos membros da sociedade
(pertençam ou não ao grupo dominante).
Falaremos agora sobre as origens e a evolução da Economia do Setor Público. Os conceitos
apreendidos aqui têm grande valia para a formação nessa área. Continue estudando!
SAIBA MAIS
Para aprofundar seus conhecimentos sobre Metodologia Cientí�ca e Economia,
recomendamos a leitura do texto “A Economia Política como uma Ciência Autônoma: um
Estudo sobre as Contribuições Metodológicas de John Stuart Mill”, de autoria da professora
da PUC/SP Laura Valladão de Mattos, disponível clicando aqui.
https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG708/nova_novo/documents/texto1.pdf
Breve História da Economia do Setor Público
De uma posição inicial bem modesta, na qual lhe cabia apenas a prestação de alguns serviços
essenciais à coletividade, tais como a justiça e segurança, o papel do governo na economia
modi�cou-se bastante ao longo do século XX.
A grande Crise de 1929 deu origem a estudos que vieram justi�car a necessidade de o governo
intervir na economia para combater a in�ação e o desemprego. As duas grandes guerras mundiais,
de 1914 e 1945, também provocaram alterações de�nitivas nas preferências da coletividade
quanto à necessidade de interferência do governo. Passou-se a ver o Estado como o responsável
pela promoção do bem-estar social.
Assim, no período do pós-guerra, a preocupação com problemas de desenvolvimento econômico
constitui-se em outro fator importante para aumentar as atribuições do governo, especialmente
nos países subdesenvolvidos.
Essas atribuições enquadram-se em três grandes categorias (estudadas em detalhe na aula
seguinte), que são as chamadas funções do Estado na economia: função alocativa (alocação de
recursos); função distributiva (distribuição de recursos na economia) e função estabilizadora
(manter a estabilidade na economia).
A Crise de 1929 ampliou fortemente a obrigação do Estado de intervir na atividade econômica.
Deixadas ao acaso dos mercados, as economias dos países capitalistas, em tese, não conseguiriam
reduzir o desemprego e aumentar a atividade econômica. Foi necessário que o economista John
Maynard Keynes explicasse e conduzisse uma relevante alteração do papel do governo na
superação de problemas econômicos. Arvate (2004, p. VIII), nos informa que
Keynes propõe que o governo poderia ter a missão de suavizar os ciclos econômicos,
principalmente na recessão. Se a economia começa a se retrair, os empresários não
investem, reforçando a recessão. O governo poderia reverter este ciclo investindo
diretamente em atividades econômicas. 
 
(ARVATE, 2004, p. VIII)
Além disso, para atender as enormes demandas por bens e serviços durante as duas grandes
guerras mundiais do século XX, os governos foram obrigados a intervir ainda mais na atividade
econômica. Nos Estados Unidos, por exemplo, fábricas que produziam carros foram transformadas
da noite para o dia em produtoras de armamentos.
Isso não teria sido possível sem a coordenação e intervenção do governo americano na economia
americana. Para levantar os recursos necessários a essa intervenção, aquele governo obrigou seus
cidadãos a racionar recursos essenciais, a pagar mais impostos e a comprar os chamados “bônus de
guerra”, que são títulos do governo norte-americano que pagariam juros após a guerra �nalizar.
Conclui-se, então, que, após o �nal da Segunda Guerra Mundial, aumentaram ainda mais as
intervenções estatais na economia.
Em geral, as duas grandes guerras mundiais provocaram alterações de�nitivas nas preferênciasda
coletividade quanto à necessidade de interferência do governo, visando, principalmente, a
promoção do bem-estar social. Também foi neste período que a preocupação com os problemas de
desenvolvimento econômico constituiu-se em outro fator importante para aumentar as atribuições
do Governo.
A Moderna Economia do Setor Público
Até os anos 1960 a Economia do Setor Público estudava a atuação do Estado sob os aspectos de
e�ciência, distribuição (ou equidade) e estabilização.
Havia, pois, a separação entre as questões de e�ciência e distribuição. Tal divisão não se faz mais
presente na moderna agenda de pesquisa da Economia do Setor Público, pois o problema da
escolha que se deve fazer, ou seja, dos con�itos entre e�ciência e equidade, está presente em quase
todos os modelos que estudam a participação do Estado na economia.
A questão é que o campo de estudo da Economia do Setor Público estava principalmente focado no
problema de falhas de mercado, pois elas iriam justi�car, como veremos adiante, a necessidade de
intervenção estatal na economia.
Outro importante problema que Economia do Setor Público teve que enfrentar foi a necessidade
de estabilização econômica.
Trata-se de estabilização macroeconômica, que surgiu com as ideias do economista britânico John
Maynard Keynes (1883-1946), com sua principal obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da
Moeda, publicada em 1935.
Porém, essa vertente praticamente desapareceu da agenda dos pesquisadores de Economia do
Setor Público, não por negligência, mas porque ela foi transferida para uma disciplina mais
especí�ca, que, inclusive, surgiu em função das ideias de Keynes, a Macroeconomia.
Mesmo assim, outros aspectos da política macroeconômica voltaram a ser incorporados na agenda
dos pesquisadores de Economia do Setor Público como, por exemplo, as políticas �scal e monetária
(estudaremos tais políticas nas unidades seguintes).
Além disso, a inclusão dos modelos de Economia Política para a determinação das políticas
macroeconômicas efetivamente adotadas tem sido também importante objeto de pesquisa da
Economia do Setor Público.
Outro campo mais recentemente desenvolvido pela Economia do Setor Público é a economia da
regulação, conforme a qual se procura estabelecer parâmetros de e�ciência que buscam incentivar
a competição e estabelecer marcos regulatórios pelos quais os agentes econômicos tomam
decisões (na Aula 18, voltaremos ao tema das políticas de regulação).
Vemos, portanto, que, a partir do �m dos anos 1960, a Economia do Setor Público experimentou
uma grande mudança em seu escopo e em algumas de suas abordagens metodológicas.
Você deve rememorar que, do pondo de vista do escopo, a preocupação com a equidade e aspectos
distributivos das políticas governamentais, em geral, voltaram para o centro da agenda, após um
período em que tais problemas �caram em segundo plano.
Esta mudança baseou-se uma visão pragmática quanto à di�culdade de se produzir qualquer
avanço na de�nição de políticas públicas quando julgamentos de valor são vistos como arbitrários.
Outra mudança relevante foi a crítica à �gura do governo como um agente essencialmente
benevolente. Tal crítica foi feita pela chamada Teoria da Escolha Pública.
Essa nova vertente do pensamento econômico defendia que os governantes e os burocratas são
também agentes racionais e motivados por interesses próprios, os quais podem ou não estar
alinhados com os da sociedade.
Assim sendo, entender os incentivos desses agentes e a maneira como as instituições políticas
determinam suas escolhas é fundamental para que se conheça a forma como as políticas públicas
são efetivamente determinadas (na Aula 06 teremos a oportunidade de estudar um pouco mais a
Teoria da Escolha Pública).
Outro aspecto metodológico que hoje se coloca no centro das novas abordagens da Economia do
Setor Público é a incorporação das restrições quanto ao nível de informação como sendo de grande
importância na de�nição do papel e nos instrumentos do governo. Nesse sentido, devemos �car
atentos para o fato de que os agentes têm informações privadas, ou seja, restritas às suas
realidades individuais, que, obviamente, procuram maximizar o bem-estar de um ponto de vista
pessoal, sobre as preferências por bens públicos. Portanto, os agentes fazem uso dessa informação
privada para pegar carona nos programas de governo (o chamado “problema do carona” será objeto
da Aula 04).
Nos dias de hoje, o que chamamos de Moderna Economia do Setor Público abrange esse vasto
leque de estudos de como o Estado atua na economia de um país.
Unidade 01
Aula 02
As Funções Clássicas do Estado na
Economia
Estudantes, nesta aula, veremos as funções clássicas do Estado na economia. Veremos aqui para
que serve o Estado e os mecanismos gerais de intervenção direta e indireta do governo na
economia, bem como as funções alocativa, distributiva, estabilizadora e reguladora do Estado. Boa
aula!
SAIBA MAIS
Para expandir seus conhecimentos, sugiro que você leia a notícia publicada pela Faculdade de
Economia da Universidade de São Paulo (FEA/USP) sobre a realização de uma conferência
que aproximou os pesquisadores de Economia e de História. Note como ainda existe
relutância em aliar o estudo desses dois importantes campos do saber social. Clique aqui. 
Leia também sobre a realização de um simpósio para discutir a história da Economia após a
Segunda Guerra Mundial. Acesse o link a seguir. Clique aqui.
http://www.fea.usp.br/fea/noticias/fea-professores-conferencia-aproxima-pesquisadores-da-economia-e-da-historia
http://www.fea.usp.br/fea/noticias/simposio-discute-historia-da-economia-apos-2a-guerra-mundial
Para que Serve o Estado?
Para que a sociedade se organize com um mínimo de e�ciência e organização econômica, são
necessários recursos que, por sua vez, requerem �nanciamento para o cumprimento dos contratos,
garantia dos direitos de propriedade e garantia do cumprimento das leis.
Os custos têm que ser arcados por todos, já que os benefícios deste, em tese, devem se distribuir
entre os membros da sociedade. De fato, sem qualquer regulação, a atividade econômica seria
caótica e as relações de troca seriam muito custosas. Em muitos casos, é mais barato centralizar a
arrecadação e distribuição desses recursos. Os objetivos da Economia do Setor Público nesse caso
seriam simplesmente a determinação de como esse �nanciamento pode ocorrer a um custo
mínimo. Assim, defende-se um estado mínimo.
Todavia, além das atividades básicas, a intervenção estatal pode ser justi�cada em outros tipos de
situações distintas. Pode ser quando a intervenção é aprovada por unanimidade, que está associada
à ideia de melhorias de bem-estar geral e falhas de mercado. Mesmo quando não há falhas de
mercado, a intervenção se justi�caria devido a critérios de busca pelo bem-estar social e pela
equidade. Também, a intervenção do governo poderia ser justi�cada nos casos em que os agentes
não se comportam de maneira racional e, em função disso, inclusive, apareça o risco de que
decisões sejam tomadas sem maximizar os interesses gerais.
No caso das falhas de mercado, tomemos o exemplo envolvendo a produção de bens gere
poluição, ou seja, tenha um efeito (externalidade) negativo. Isso não é socialmente desejável e
justi�ca a intervenção estatal, regulando essa produção de alguma forma.
Todavia, é importante ter em mente que a simples existência de falhas de mercado não garante um
papel para o governo, já que este pode estar sujeito às mesmas restrições que os agentes privados.
Muitas vezes, porém, o governo, com seu poder de coerção, é capaz de implementar alocações que
não seriam possíveis se fossem deixadas por conta do mercado. Assim, estaria justi�cada a
intervenção do governo.
Há também quem defenda a intervenção do governo nos casos em que se deve garantir que alguém
possa ganhar, no entanto, sem ninguém perder. Ou seja: nos casos em que a ação do agente
econômico �que restrita a uma condição de otimização dadapela seguinte regra: o ganho adicional
de uma pessoa não pode ser auferido à custa da perda de outra.
Deve-se considerar ainda que nada garante que o governo irá conseguir unanimidade quando ele
dispõe de várias intervenções alternativas. Os diversos tipos de intervenções já implicam na
possibilidade de diferentes ganhos para diferentes pessoas. Assim sendo, a unanimidade �ca quase
impossível.
Também a intervenção do governo na economia poderia ser justi�cada sob o argumento de que os
agentes não sabem fazer escolhas, ou não sabem o que é bom para eles. Assim, por hipótese,
poderíamos assumir que, por exemplo, aquilo que torna as pessoas mais felizes não é
necessariamente o que elas preferem.
Além disso, o fato de que o Estado pode aliviar problemas de falha de mercado, além de promover a
equidade, não quer dizer que ele realmente o faça e, então, não explicaria sua existência.
Isso nos remete à discussão sobre o que o governo efetivamente faz. Esse problema costumava
�car por conta da Ciência Política. Porém, o campo da economia política também faz o exame dessa
questão.
Mecanismos Gerais de Intervenção Direta e
Indireta do Governo na Economia
Para que você possa vislumbrar os mecanismos gerais de intervenção direta e indireta do Estado na
economia, basta veri�car as atribuições de alguns ministérios e órgãos com status de ministério do
atual governo brasileiro (2014).
Inicialmente, listaremos todos os ministérios e órgãos com seus respectivos websites:
Advocacia-Geral da União (http://www.agu.gov.br);
Banco Central do Brasil (http://www.bcb.gov.br);
Casa Civil da Presidência da República (http://www.casacivil.gov.br);
Controladoria Geral da União (http://www.cgu.gov.br);
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (http://www.gsi.gov.br);
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (http://www.agricultura.gov.br);
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (http://www.mctic.gov.br/);
Ministério da Cultura (http://www.cultura.gov.br);
Ministério da Defesa (http://www.defesa.gov.br);
Ministério da Educação (http://www.mec.gov.br);
Ministério da Fazenda (http://www.fazenda.gov.br);
Ministério da Integração Nacional (http://www.integracao.gov.br);
Ministério da Justiça (http://www.justica.gov.br);
Ministério da Previdência Social (http://www.previdencia.gov.br);
Ministério da Saúde (http://www.saude.gov.br);
Ministério das Cidades (http://www.cidades.gov.br);
Ministério das Relações Exteriores (http://www.itamaraty.gov.br);
Ministério de Minas e Energia (http://www.mme.gov.br);
Ministério do Desenvolvimento Agrário (http://www.mda.gov.br);
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (http://www.mds.gov.br);
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (http://www.mdic.gov.br);
Ministério do Esporte (http://www.esporte.gov.br);
Ministério do Meio Ambiente (http://www.mma.gov.br);
Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (http://www.planejamento.gov.br);
Ministério do Trabalho e Emprego (http://www.mte.gov.br);
Ministério do Turismo (http://www.turismo.gov.br);
Transportes, Portos e Aviação Civil (http://www.transportes.gov.br);
Secretaria da Micro e Pequena Empresa (http://www.mdic.gov.br/index.php/micro-e-
pequenas-empresa);
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (http://www.secom.gov.br);
Ministério dos Direitos Humanos (http://www.mdh.gov.br/);
Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (http://www.seppir.gov.br/);
Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
(http://www.spm.gov.br/);
Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República
(http://www.secretariadegoverno.gov.br/);
Secretaria-Geral da Presidência da República (http://www.secretariageral.gov.br).
Agora, vamos destacar as competências e as �nalidades de alguns dos ministérios e órgãos,
sublinhando as partes que mostram como o governo intervém na economia.
Iniciaremos pelo Banco Central do Brasil (Bacen), órgão que será tratado em tópico especí�co na
Aula 13. O Regimento Interno do Bacen de�ne que:
O Banco Central tem por �nalidade a formulação, a execução, o acompanhamento e o
controle das políticas monetária, cambial, de crédito e de relações �nanceiras com o
exterior; a organização, disciplina e �scalização do Sistema Financeiro Nacional; a gestão
do Sistema de Pagamentos Brasileiro e dos serviços do meio circulante. 
 
(BRASIL, 2005, grifo nosso)
Em seguida, apresentaremos o Ministério da Fazenda, outra pasta que será objeto de estudo mais
detalhado também na Aula 13. No website desse ministério, encontramos a seguinte de�nição
básica: “O Ministério da Fazenda é o órgão que na estrutura administrativa da República Federativa
do Brasil cuida basicamente da formulação e execução da política econômica” (BRASIL, 2014a,
grifo nosso).
E do que cuida o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior? Na sua página na
internet, são informadas as seguintes áreas de competência deste ministério:
política de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços; propriedade
intelectual e transferência de tecnologia; metrologia, normalização e qualidade industrial;
políticas de comércio exterior; regulamentação e execução dos programas e atividades
relativas ao comércio exterior; aplicação dos mecanismos de defesa comercial;
participação em negociações internacionais relativas ao comércio exterior. 
 
(BRASIL, 2014b, grifo nosso)
Veja qual é a missão do Ministério do Meio Ambiente:
promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a
recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização dos
serviços ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável na formulação e na
implementação de políticas públicas, de forma transversal e compartilhada, participativa e
democrática, em todos os níveis e instâncias de governo e sociedade. 
 
(BRASIL, 2014c, grifo nosso)
Pelas palavras destacadas, veri�que que o governo formula, executa, protege, recupera,
normaliza, aplica, participa, só para citar estas. As áreas de atuação, além da econômica, são as
mais diversas, pois temos 38 ministérios e órgãos a�ns.
Sugiro, pois que você acesse qualquer um dos websites acima citados e procure navegar pelas mais
diversas atividades que cada ministério desempenha, observando que, em quase todas, há questões
econômicas envolvidas.
Funções Alocativa, Distributiva,
Estabilizadora e Reguladora do Estado
Embora, conforme visto no tópico anterior, o governo parece desempenhar todo tipo de função, é
comum estabelecer, para efeitos de estudo mais detalhado, algumas funções essenciais. Tais
funções são: alocativa, distributiva, estabilizadora e reguladora.
Se o mercado não consegue fornecer alguns bens, então a presença do Estado é necessária. Nesse
caso, ele exerce a função alocativa.
Entretanto, se o sistema de preços pode não garantir uma justa distribuição de renda na sociedade;
então, o Estado intervém para tentar fazer isso. Eis, portanto, a sua ação na função distributiva ou
redistributiva.
Também pode ocorrer que o mercado não consiga manter níveis ideias de produção. Nesse caso, o
Estado deve atuar visando estabilizar tanto a produção como o crescimento dos preços. Ou seja, ele
exerce a função estabilizadora.
Há, por último, o caso em que a autorregularão não é adequadamente feita pelos mercados. Assim,
mais uma vez, entraria o Estado na função reguladora.
Vamos ver em detalhes cada uma dessas funções?
Função Alocativa
Quando o mercado não consegue suprir bens e serviços de forma socialmente aceitável, o governo
deve exercer a função alocativa, fornecendo esses bens e serviços em quantidades adequadas. Por
essa função, o governo não só provê bens (e serviços) públicos, como também realiza obras que
trarão benefícios à população (hospitais, escolas, etc.). Poderíamos perguntar por que o setor
privado não fornece esses bense serviços por intermédio do sistema de mercado? A resposta é que,
muitas vezes, esses bens e serviços – apesar de necessários – são muito caros ou de retorno
arriscado. Caso isso ocorra, o governo deve alocar esses bens e serviços para aumentar o bem-estar
da população.
Dessa maneira, o Estado irá cumprir sua função alocativa toda vez que a iniciativa privada, em um
mercado competitivo, não o �zer.
Função Distributiva ou Redistributiva
A renda dos indivíduos depende sobretudo de sua produtividade e da relação desses indivíduos
com outros fatores de produção. Pelo funcionamento do sistema de mercado, os indivíduos mais
produtivos ou com melhor acesso a outros fatores de produção receberão maior retorno
�nanceiro.
O governo, portanto, pode funcionar como um agente redistribuidor de renda, na medida em que,
por diversos mecanismos, retira recursos dos segmentos mais ricos da sociedade e os transfere
para os segmentos menos favorecidos.
A redistribuição de renda pode ser feita de várias maneiras, tais como: combinando impostos sobre
produtos adquiridos por pessoas ricas com subsídios e isenções para produtos comprados por
consumidores de baixa renda.
Função Estabilizadora
Os preços de bens e serviços podem escapar do controle e trazer a temida in�ação ao cenário
econômico. Daí a necessidade da função estabilizadora do governo, que se relaciona com a
intervenção estatal na economia para alterar e manter sob controle os níveis de in�ação e de
desemprego. Várias são as políticas econômicas que o governo pode utilizar nessa função. As mais
importantes são as políticas �scal, monetária, cambial e comercial, que serão objeto de estudo
especí�co na Unidade 3.
Assim, a função estabilizadora do governo diz respeito à promoção de crescimento e
desenvolvimento da economia, combinada com a manutenção de níveis aceitáveis de
desemprego e de in�ação.
Função Reguladora
SAIBA MAIS
O programa Bolsa-Família é um bom exemplo do caráter redistribuidor da ação do Estado.
Acesse o site do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, clique aqui e leia
mais sobre este programa.
http://www.mds.gov.br/bolsafamilia
Com o �m da Segunda Guerra Mundial em 1945, observou-se em todos os países do mundo uma
maior intervenção do Estado na economia. Se, por um lado, essa maior intervenção melhorou
aspectos relativos ao emprego, à saúde e à previdência social, criou também uma enorme
quantidade de instituições públicas que pesaram no orçamento do governo. Em meados dos anos
1980, essas instituições, seu custo �nanceiro e as inúmeras leis e regulamentos que estabeleceram
foram vistos como um empecilho para o desenvolvimento dos países.
No Brasil, após o domínio da in�ação (agosto de 1994), o então presidente Fernando Henrique
Cardoso iniciou vasto programa de venda de estatais, alterando radicalmente o papel – até então
preponderante – reservado ao Estado brasileiro na atividade econômica.
Essa alteração era necessária. A enorme quantidade de estatais existentes (cerca de 500) se
reportavam a diferentes ministérios. Cada ministério tinha suas próprias regras. Critérios políticos
se tornaram mais importantes do que critérios técnicos. Tudo isso inchava o aparelho do Estado e
tornava onerosa e ine�ciente a condução da máquina pública.
Por sua vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva privatizou milhares de rodovias federais.
O retorno à iniciativa privada de vastas parcelas da economia brasileira obrigou a ampliação de
outra função do Estado, a função reguladora.
A nova realidade resultante das privatizações obrigou o Estado brasileiro a institucionalizar a
mediação com a iniciativa privada por meio de autoridades reguladoras independentes. Essas
autoridades reguladoras independentes, as chamadas “Agências Reguladoras”, que serão objeto de
estudo na Aula 18.
Finalizaremos esta aula apresentando a �gura abaixo, adaptada da obra de Rezende (2001, p. 43),
que bem ilustra as diversas formas de intervenção do governo na economia.
Unidade 01
Aula 03
Intervenção do Estado na Economia
sob a Ótica das Falhas de Mercado
Nesta aula, falaremos sobre a intervenção do Estado na economia sob a ótica das falhas de
mercado. Aqui, entenderemos e de�niremos cada um desses conceitos. Essas noções são essenciais
para o dia a dia pro�ssional e para o estudioso(a) da área. Fique atento e boa aula!
Fonte: REZENDE, 2001.
De�nição de Falhas de Mercado
As falhas de mercado são fenômenos que impedem que a economia alcance um estado de bem-
estar social através do livre mercado, ou seja, sem interferência do governo.
Mesmo quando o mercado está em equilíbrio, não há total garantia de que ele esteja sendo
e�ciente em termos de bem-estar. Nesse caso, podemos a�rmar que existem falhas de mercado.
As falhas de mercado são situações em que a economia de mercado não funciona bem. A
alocação de recursos não é e�ciente (levam a um resultado menor) nem justa, pelo que a
resolução de problemas não é dada pelo mercado.
Pode-se dizer que as falhas de mercado têm origem na própria economia de mercado. Esta não
funciona bem por si só porque há um incentivo em acabar com a concorrência, em dominar o
mercado e em violar as regras dessa economia.
É necessário, então, uma intervenção sistemática do Estado para se prevenir e corrigir possíveis
abusos, como o aparecimento de monopólios e outras falhas, tais como as externalidades.
As Principais Ocorrências de Falhas de
Mercado
Os casos mais comuns relacionados a falhas de mercado são os seguintes: monopólio natural;
externalidades; mercados incompletos; informação incompleta (ou assimétrica); bens públicos.
Monopólio Natural
Um monopólio natural ocorre no caso em que uma empresa que pode arcar com toda a produção
para o mercado com um custo inferior ao que existiria caso houvesse outras empresas.
Assim, se uma empresa possui monopólio natural, é mais prático deixar que ela sirva ao mercado
sozinha do que deixar outras entrarem para competir. No caso do Brasil, um bom exemplo é o
monopólio que a Petrobrás exerce, em menor ou maior grau, na exploração, produção, re�no e
transporte do petróleo.
Para manter os preços da economia sobre controle, é conveniente para o governo brasileiro ter
uma empresa que possibilite o controle do preço dos combustíveis, em tese, gerando mais bem-
estar aos consumidores.
Nos monopólios há um enorme ganho de escala na produção. Portanto, mesmo nos casos em que o
monopólio natural não foi criado pelo governo, há uma necessidade de que crie agências
reguladoras para evitar perdas aos consumidores, os quais, obviamente, estarão em situação de
desvantagem nas negociações. Essa é, por exemplo, a razão da existência da Agência Nacional de
Petróleo (ANP).
Externalidades
Um bom exemplo de externalidade é o da indústria que polui um rio e ao mesmo tempo gera
empregos.
Assim, a poluição é uma externalidade negativa porque causa danos ao meio ambiente e a geração
de empregos é uma externalidade positiva por aumentar o bem-estar geral. O governo deverá agir
no sentido de inibir atividades que causem externalidades negativas e incentivar atividades
causadoras de externalidades positivas.
Mercados Incompletos
Mercados incompletos ocorrem quando, mesmo quando os custos de produção de um bem ou
serviço se encontram abaixo dos preços que os consumidores estejam dispostos a pagar – e
portanto haveria lucro para os produtores –, os bens e serviços não são ofertados pelos
produtores.
Tal situação é típica de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, como no caso do Brasil,
onde, por exemplo, a oferta de crédito de longo prazo é restrita e há muito risco envolvido na
produção para o mercado.
Nesses casos, os produtores, mesmo sabendo que teriam lucro, não conseguem empréstimos para
�nanciar suas operações e, portanto, a oferta de bens e serviços se torna restrita, gerando a falha
de mercado conhecida como mercado incompleto.
Veja que, no caso do nosso país, existe um banco de fomento, o Banco Nacionalde
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável por atuar na correção de um mercado
incompleto, na medida em que ele oferece crédito de longo prazo aos produtores, com juros
subsidiados. Com tal oferta, os produtores são incentivados a investir em atividades que demoram
muito a dar lucro, o que não ocorreria em situações normais do mercado, que mostra-se
incompleto.
Falta de Informação
A falta de informação, informação assimétrica ou assimetria de informação ocorre quando
fabricantes, vendedores ou outros tipos de fornecedores dispõem de mais informações do que os
consumidores ou vice-versa, permitindo que um agente obtenha vantagens dessa maior
quantidade, ou seja, assimetria de informações.
Um bom exemplo é o caso do verdadeiro valor que os bancos cobram nos empréstimos e
�nanciamentos. Se o banco não for obrigado a informar o custo efetivo da transação da operação, o
que deve incluir os juros, os impostos, as tarifas, os seguros que estão embutidos, o cliente será
levado a pensar que está conseguindo um empréstimo por um custo menor do que o real. Com isso,
ele estará em desvantagem na negociação. Nesse caso, como realmente ocorre no Brasil, o governo
deve regular, obrigando os bancos a informar ao cliente o custo efetivo da transação.
A assimetria de informação gera um problema de risco no mercado. Se há problemas de falta de
informação, um agente pode correr o risco de fazer uma seleção adversa, ou seja, escolher errado. É
o caso, por exemplo, das companhias de seguro, que podem estar cobrando um preço errado pela
venda de um seguro de vida, quando o cliente omite informações sobre sua saúde. O mercado de
seguro é, pois, bastante regulado.
Bens Públicos
Uma de�nição bem simples de bens públicos é a seguinte: são os bens ou serviços para os quais o
sistema de preços de mercado não induz a quantidade ótima de produção ou consumo para a
economia como um todo.
Devido à sua importância para o estudo da Economia do Setor Público, os bens públicos serão
objeto de estudo na próxima aula.
SAIBA MAIS
Acesse o site do BNDES e saiba mais sobre seu papel e sua história. Clique aqui.
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/O_BNDES/A_Empresa/
As Externalidades
Vamos iniciar nosso estudo especí�co sobre externalidades, tema já foi tangenciado anteriormente.
A externalidade ou efeito externo na economia ocorre quando as ações de um agente afetam
diretamente as possibilidades de escolha ou o bem-estar de outro agente.
A externalidade está presente sempre que o bem-estar econômico de um agente esteja sendo
obtido com fatores ou variáveis escolhidas por outros agentes, sem que se leve em consideração os
efeitos econômicos dessa cadeia de afetação.
As externalidades, portanto, tem efeitos principalmente sobre o bem-estar dos agentes, mas
também, por consequência lógica, sobre a produção e o consumo de bens e serviços.
Uma externalidade pode ser entendida também como um evento que confere um benefício ou um
malefício considerável a alguém ou a um grupo de pessoas que não consentiram ou não �zeram
parte do processo de decisão que levou direta ou indiretamente ao evento.
Em todo caso, quando há externalidades, é porque os preços de mercado não re�etem os custos ou
benefícios totais no consumo ou na produção de um bem ou serviço. Assim sendo, os produtores ou
consumidores não estariam repassando no mercado todos os custos ou benefícios.
O exemplo mais comum de externalidade positiva é a da produção de mele a polinização de
árvores frutíferas próximas a colmeias. Note que o produtor de mel pode estar sendo bene�ciado
pela existência de árvores frutíferas ou de uma plantação de �ores próxima às suas colmeias. O
preço do mel pode não re�etir o custo real, pois o produtor não gastou com plantação de árvores
frutíferas ou de �ores, fontes primárias do néctar obtido pelas abelhas. No entanto, o produtor de
�ores está sendo bene�ciado pela polinização feita pelas abelhas. Para incentivar tais tipos de
externalidades positivas, o governo pode fornecer subsídios para alguns setores produtivos ou
taxar outros, no caso de externalidades negativas.
Outro bom exemplo é da educação. Sabe-se que a educação gera um benefício para o indivíduo,
mas também gera benefícios sociais. Os benefícios sociais podem não estar sendo considerados na
cadeia de produção e consumo do bem educação. Nesse caso, o governo incentiva o mercado
VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.
concedendo incentivos, seja na forma de bolsas de estudos aos estudantes ou na concessão de
subsídios às instituições de ensino, responsáveis pela oferta desse bem.
As externalidades negativas ocorrem quando o benefício social do consumo é menor que o
benefício privado de consumo.
Veja o caso da poluição da água por indústrias que jogam seus detritos irresponsavelmente,
prejudicando plantas, animais e seres humanos. Este é um típico exemplo de externalidade
negativa. O custo ambiental e econômico que a indústria está causando não foi por ela incluído nas
suas planilhas. Na verdade, esse custo será arcado por todos, mediante ações governamentais que
minimizem os efeitos da poluição. Tais ações serão custeadas por toda a população, mediante o
pagamento de impostos ao Estado.
Os fumantes causam danos à sua própria saúde e também toda a população, pois os custos com
hospitais públicos, responsáveis pelo tratamento das inúmeras doenças causadas pelo tabagismo,
são arcados por todos. Assim, nada mais justo que o governo taxe os cigarros com alíquotas bem
altas, como forma de tentar internalizar aos custos de produção os custos sociais, os quais não
serão levados em consideração pelas empresas que produzem tabaco.
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Dívida Líquida do Governo Geral (A + B) 581 673 278 040 859 713 55,2 
Governo Federal (A) 310 003 256 732 566 735 36,4 
Dívidas dos Estados e Municípios (B) 271 670 21 308 292 978 18,8 
Banco Central (C) 53 235 -59 141 -5 906 -0,4 
Dívida Líquida de Empresas Estatais (D) 19 404 7 897 27 301 1,8 
������ Notas para a Imprensa, 30 de janeiro de 2003 – Política Fiscal.
�����	Dívida Líquida do Governo Geral = Dívida do Governo Federal + Banco Central.
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Dívida Pública Consolidada Líquida 881 108 56,5 
Dívida do Governo Geral Líquida 859 712 55,2 
Dívida do Governo Geral Bruta 1132 894 72,7 
Créditos do Governo Geral (ativos) 272683 17,5 
Depósitos do Sistema de Seguridade Social 876 0,1 
Impostos retidos (não transferidos - ����� - todos os níveis de governo) 1 144 0,1 
Depósitos (todos os níveis de governo) 102 493 6,6 
Investimentos de Fundos e Programas Financeiros 38 847 2,5 
Fundo de Assistência ao Trabalhador (FAT) 67 133 4,3 
Outros créditos governamentais 23 293 1,5 
Créditos com empresas estatais 32 613 2,1 
Créditos externos do governo federal (garantias) 6 284 0,4 
������ Nota para a Imprensa – Política Fiscal, 30 de janeiro de 2003.
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1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
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1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Observ.
Superávit primário médio 3,5% (1995-1998)
Superávit primário 3,5% + Declínio Selic 5% (1995-1998)
Fonte: Banco Central do Brasil
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Governos Estaduais e Municipais 10,1 10,7 11,6 12,9 14,1 16,3 18,3 18,8 
Empresas Estatais 7,2 6,7 5,9 2,8 2,6 2,8 1,6 1,8 
Total 30,4 30,8 33,4 34,4 41,7 49,2 52,6 56,5 
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