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Qualidade, saúde, m eio am biente e segurança no trabalho Esta publicação integra uma série da Editora SENAI-SP especialmente criada para apoiar os alunos dos cursos técnicos e dos cursos de formação inicial e continuada. O mercado de trabalho em permanente mudança exige que o profissional se atualize continuamente ou, em muitos casos, busque novas qualificações. É para esse profissional, sintonizado com a evolução tecnológica e com as inovações nos processos produtivos, que o SENAI-SP oferece muitas opções em cursos, nas diversas áreas tecnológicas. 9 788583 930594 ISBN 978-85-8393-059-4 ELETROELETRÔNICA Qualidade, saúde, meio ambiente e segurança no trabalho Qualidade, saúde, meio ambiente e segurança no trabalho Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) SENAI. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Qualidade, saúde, meio ambiente e segurança no trabalho / SENAI. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. – São Paulo : SENAI-SP Editora, 2019. 112 p. : il. Inclui referências ISBN 978-85-8393-059-4 1. Gestão da qualidade 2. Meio ambiente 3. Saúde no trabalho 4. Segurança no trabalho II. Título. CDD 658.562 Índice para o catálogo sistemático: 1. Gestão da qualidade 658.562 2. Segurança no trabalho 658.562 SENAI-SP Editora Avenida Paulista, 1313, 4o andar, 01311 923, São Paulo – SP F. 11 3146.7308 | editora@sesisenaisp.org.br | www.senaispeditora.com.br ELETROELETRÔNICA Qualidade, saúde, meio ambiente e segurança no trabalho Departamento Regional de São Paulo Presidente Paulo Skaf Diretor Superintendente Corporativo Igor Barenboim Diretor Regional Ricardo Figueiredo Terra Gerência de Assistência à Empresa e à Comunidade Celso Taborda Kopp Gerência de Inovação e de Tecnologia Osvaldo Lahoz Maia Gerência de Educação Clecios Vinícius Batista e Silva Material didático utilizado nos cursos do SENAI-SP. Elaboração Cleber de Paula Apresentação Com a permanente transformação dos processos produtivos e das formas de organização do trabalho, as demandas por educação profissional se multiplicam e, sobretudo, se diversificam. Sintonizado com essa realidade, o SENAI-SP oferece várias opções em cursos técnicos, que proporcionam habilitação profissional em áreas tecnológicas es- pecíficas do setor industrial. Esse tipo de curso corresponde à educação profissional de nível técnico, prevista na regulamentação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Com satisfação, apresentamos ao leitor esta publicação, que integra uma série da SENAI-SP Editora, especialmente criada para apoiar os alunos de cursos técnicos. Sumário Introdução 9 1. Qualidade 13 A importância da qualidade 14 Princípios de Gestão da Qualidade 19 Processo 22 Ferramentas da qualidade 24 2. Planilhas e gráficos 36 Inserção de dados em uma planilha 37 Formatação dos dados de uma planilha 41 Edição de fórmulas 46 3. Saúde e segurança no trabalho na área de eletroeletrônica 68 Riscos no dia a dia do trabalho 69 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva 75 Acidente de trabalho 79 CIPA 82 Saúde no trabalho 83 4. Meio ambiente e a área de eletroeletrônica 87 Interações entre a atividade humana e o meio ambiente 87 Globalização dos problemas ambientais 91 Ecoeficiência, consciência prevencionista e sustentabilidade 94 Descarte correto dos resíduos da eletroeletrônica 102 Referências 108 Sobre o autor 110 Introdução A unidade curricular de Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Tra- balho visa desenvolver fundamentos relativos a ações prevencionistas de conser- vação do meio ambiente, segurança no trabalho e utilização de ferramentas da qualidade, bem como capacidades sociais, organizativas e metodológicas, tendo em vista a atuação do técnico nas situações de trabalho. Esta unidade compõe o módulo básico do curso Técnico de Eletroeletrônica, que subsidia o desenvolvimento dos módulos específicos I, II e III, como mostra a figura a seguir: 10 INTRODUÇÃO Figura 1 – Estrutura curricular do curso Técnico de Eletroeletrônica. Mantenedor de Sistemas Eletroeletrônicos (900 h) Instalador de Sistemas Eletroeletrônicos (600 h) Técnico em Eletroeletrônica (1200 h) Entrada Módulo Básico (300 h) • Comunicação Oral e Escrita (60 h) • Eletricidade (180 h) • Leitura e Interpretação de Desenho (30 h) • Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho (30h) Módulo Específico II (300 h) Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos • Manutenção de Sistemas Elétricos Prediais (60 h) • Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais (120 h) • Manutenção de Sistemas Eletrônicos (60 h) • Gestão da Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos (60 h) Módulo Específico III (300 h) Desenvolvimento de Sistemas Eletroeletrônicos • Projeto de Sistemas Elétricos Prediais (60 h) • Projeto de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais (120 h) • Projeto de Sistemas Eletrônicos (60 h) • Projeto de Melhorias de Sistemas Eletroeletrônicos (60 h) Módulo Específico I (300 h) Instalação de Sistemas Eletroeletrônicos • Instalação de Sistemas Elétricos Prediais (90 h) • Instalação de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais (90 h) • Instalação de Sistemas Eletrônicos (90 h) • Gestão da Instalação de Sistemas Eletroeletrônicos (30 h) • Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho (30 h) Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 11 Os fundamentos técnicos e científicos desenvolvidos nesta unidade são: a. elaborar planilhas e gráficos, inclusive em meio eletrônico; b. identificar os elementos de descarte de resíduos; c. identificar os aspectos relacionados à saúde e à segurança do trabalho nos serviços de eletroeletrônica; d. identificar procedimentos e normas técnicas; e. interpretar os processos de gestão da qualidade, meio ambiente e saúde e segurança do trabalho. As capacidades sociais, organizativas e metodológicas abordadas nesta uni- dade são: a. ter raciocínio lógico; b. ter consciência prevencionista em relação à saúde, segurança no trabalho e meio ambiente; c. ter visão sistêmica; d. ter proatividade; e. ter capacidade de análise; f. tomar decisões; g. ter senso investigativo; h. estabelecer prioridade; i. ter organização; j. manter-se atualizado tecnicamente; k. cumprir normas e procedimentos; l. trabalhar em equipe; m. comunicar-se de forma clara e precisa; n. ter responsabilidade; o. ter senso crítico. Para desenvolver esses fundamentos e capacidades, nosso material está dividido em quatro capítulos, sendo este o primeiro. No primeiro capítulo, abordaremos os fundamentos de qualidade, seus conceitos e processos. Também indicaremos como aplicar as sete ferramentas clássicas da qualidade para análise de tendências dos processos, identificação de problemas e possíveis soluções. 12 INTRODUÇÃO No segundo capítulo, que trata de planilhas e gráficos, apresentaremos como você utilizará os principais comandos e recursos das planilhas eletrônicas para, entre outras finalidades, subsidiar o estudo das ferramentas da qualidade. Mos- traremos como os dados são apresentados em planilhas e como podemos gerar vários tipos de gráficos a partir delas. No terceiro capítulo, sobre saúde e segurança no trabalho, abordaremos as con- dições e os riscos ambientais, os acidentes, a necessidade e a gestão do uso de EPIs e EPCs e as doenças decorrentes da atividade profissional. O foco estará na prevenção de riscos e na redução de danos, no caso de acidentes. Apresentaremos também questões legais inerentes à segurança e saúde dos trabalhadores da área, mais especificamente daqueles que atuam na área de eletroeletrônica. Finalmente, no quarto capítulo, referente ao meio ambiente, vamos expor con- ceitos ligados aos aspectos e impactos ambientais e à otimização do uso dos recursos naturais, incluindo o uso de tecnologias mais limpas. O foco estará nas ações e decisões que podem impactar na qualidade do meio ambientee, conse- quentemente, na vida da sociedade. 1. Qualidade A importância da qualidade Princípios de Gestão da Qualidade Processo Ferramentas da qualidade Quando você adquire um produto ou um serviço, tem uma expectativa de que ele atenda aos seus desejos e às suas necessidades. Para entender melhor do que estamos falando, imagine que a situação a seguir tenha ocorrido de fato. Entusiasmado com um produto adquirido por um colega e avaliado por ele como sendo muito bom, você resolve adquirir outro igual. Porém, quando compra o seu, fica insatisfeito porque constata que o produto apresenta defeitos que você considera importantes. Saiba que o problema provavelmente é com a gestão dos processos produtivos que geraram um equipamento defeituoso. Pois bem, a qualidade de produtos e serviços de uma organização afeta direta- mente nossas vidas e deve ser preocupação de todas as organizações. Há mais um fator que faz a diferença entre a sua avaliação e a de seu colega sobre o mesmo produto: a qualidade é um conceito amplo, que compreende dimensões próprias do objeto e particulares a cada pessoa. Sabendo disso, as empresas têm buscado aprimorar sua visão sobre elementos e aspectos que contribuem para a qualidade dos seus produtos, tendo em vista melhor atender às necessidades de seus clientes. Esse é exatamente o tema deste capítulo no qual tratamos dos conceitos e das práticas que têm sido desenvolvidas pelas organizações visando agregar quali- 14 QUALIDADE dade aos seus produtos, aos seus processos de produção e aos serviços de modo geral, inclusive aqueles relacionados com a área da eletroeletrônica. Iniciaremos destacando a importância da qualidade no dia a dia das empresas e como a sua gestão pode alterar os resultados das organizações. Em seguida, abordaremos os principais conceitos e ferramentas que auxiliam na gestão da qualidade, verificando como eles contribuem para que você possa enfrentar os desafios do trabalho na função de técnico. Assim, ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a. reconhecer a importância da qualidade nas organizações; b. interpretar os processos de gestão da qualidade; c. identificar as principais ferramentas da qualidade. A importância da qualidade Dois dos maiores desafios das organizações atualmente são garantir a preferência dos clientes por seus produtos e serviços e a eficiência dos seus processos. Para que isto ocorra, os sistemas de gestão de qualidade são aliados importantes, já que apresentam um conjunto de metodologias e ferramentas para serem im- plantadas, visando cooperação para proporcionar o alcance e a manutenção dos seus objetivos. Os sistemas de gestão da qualidade se destinam a impulsionar e estruturar mu- danças para a melhoria contínua das empresas e, desse modo, contribuir para a permanência delas nos mercados onde já atuam e, algumas vezes, para conquista de outros nos quais possam vir a atuar. Para tanto, devemos pensar em qualidade sobre três aspectos: a. a qualidade dos produtos: que se refere à busca de um desempenho com ausência de falhas, à manutenção de bom preço, à disponibilidade para atendimento e à boa qualidade de serviços associados (assistência técnica, suporte, treinamento); b. a qualidade dos processos: que trata da produtividade e redução de cus- tos alcançada pela diminuição de perdas e desperdícios, pela definição de QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 15 padrões que evitem grandes variações nos resultados e, ao mesmo tempo, pela manutenção da flexibilidade necessária para que as empresas possam se adaptar às mudanças do mercado; c. a qualidade da organização: que compreende a busca contínua de integração e sinergia entre os processos. Dentre os aspectos anteriormente mencionados, destacamos a qualidade nos processos, pois a baixa eficiência desta, causada pelo desperdício de material, de recursos e pelas atividades de retrabalho1, tem sido preocupação das empresas que produzem bens e serviços. Não posso acreditar! Esperei tanto para comprar esse notebook, mal usei e ele já deu defeito de fábrica... Figura 2 – Uma questão de qualidade. Se entendermos que o cliente é a razão de existir de uma organização, podemos dizer que quanto mais clientes satisfeitos uma organização tem, mais propaganda favorável terá, gerando um “círculo virtuoso” que contribui para o seu crescimen- to. E quanto mais clientes insatisfeitos, mais propaganda desfavorável será feita, gerando um “círculo vicioso” que pode prejudicar sua imagem. 1 Situação na qual, após a conclusão do processo produtivo, um componente ou equipamento precisa sofrer intervenções para atender às funções para que foi projetado. Ac er vo d o SE N AI -S P 16 QUALIDADE Mas você pode estar se perguntando: de que maneira o meu trabalho, como técnico em eletroeletrônica, pode contribuir para a conquista e manutenção dos clientes da organização onde atuo ou atuarei? Para responder a essa questão, imagine-se como técnico em uma indústria, res- ponsável pela manutenção das máquinas e dos equipamentos lá existentes. Como profissional responsável que você é, sabe que o seu trabalho tem influência di- reta sobre os serviços prestados, pois, caso a manutenção realizada não atenda a padrões de qualidade, poderá gerar problemas na fabricação dos produtos e comprometer sua imagem profissional e a da empresa com os clientes. Colocá-lo no lugar desse técnico foi uma estratégia para ajudá-lo a perceber como é importante adotar procedimentos que garantam a qualidade do trabalho que você realiza. O que implica aprender sobre as metodologias e os instrumen- tos desenvolvidos pelos estudos de gestão da qualidade. Procedimentos de trabalho e termos utilizados na qualidade Procedimentos de trabalho são documentos ou práticas adotadas por uma orga- nização para orientar sobre os requisitos e as especificações a serem observadas quando da realização de uma atividade ou um conjunto delas. Também descrevem como a atividade deve ser realizada para garantir que requi- sitos e especificações sejam satisfeitos. Figura 3 – Procedimento documentado. Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 17 Mas o que são requisitos e especificações? São parâmetros mínimos que devem ser atendidos para garantir a qualidade de um item ou produto. Para que fique mais claro, vamos abordar cada um deles. Requisitos São parâmetros definidos por: a. normas técnicas; b. órgãos reguladores; c. um grupo de pessoas voltadas a atender às necessidades particulares. Os requisitos de natureza legal ou estatutária (decorrentes de legislação) são os definidos por pareceres ou regulamentos ditados pelo governo ou por agências reguladoras como, por exemplo, aqueles definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou pelo Ministério do Trabalho. Para os produtos da área de eletroeletrônica, quando aplicável, há certificados de conformidade que são emitidos por laboratórios credenciados junto ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) SAIBA MAIS Para saber mais sobre as atividades do Inmetro, você pode consultar o endereço <http://www.inmetro.gov.br/>, na internet. Atender aos requisitos e às especificações legais pode ser fator decisivo para a comercialização de produtos ou serviços de uma organização. Exemplos muito conhecidos são os produtos das indústrias alimentícias e farmacêuticas, que devem atender às normas ou regulamentações da Anvisa para que possam ser comercializados. VOCÊ SABIA? Se os produtos ou serviços da empresa em que você atua ou atuará estiverem sujeitos a normas ou regulamentos ditados por outras orga- nizações, cabe a ela atendê-los. O não atendimento pode resultar em risco para os clientes e pesadas sanções legais para a empresa. 18 QUALIDADE Especificações São parâmetros definidos pelo projetista. Permitem verificar se um dado elemen- to atende à finalidade paraqual ele está sendo utilizado, seja na fabricação de produtos ou na prestação de serviços. Por exemplo, indica se uma determinada bitola2 de condutor atende à necessidade decorrente de uma dada aplicação. VOCÊ SABIA? Ao seguir os requisitos e as especificações relativas a um produto ou serviço, a empresa confirma sua qualidade, ou seja, garante que seu produto ou serviço esteja em conformidade com o previsto. Quando isso não acontece, na linguagem da qualidade, costuma-se dizer que foram detectadas não conformidades e, nesse caso, devem ser adotadas medidas de correção. Até aqui vimos que os requisitos e as especificações são parâmetros importantes quando tratamos de qualidade. Aliás, são tão importantes que um produto tem sua qualidade atestada quando atende aos requisitos ou às especificações estabelecidas. Além desses, existem outros conceitos que merecem nossa atenção, pois nos ajudam a entender melhor como a qualidade está diretamente relacionada com o nosso trabalho. Veja no quadro a seguir quais são esses conceitos, suas definições e como afetam nosso dia a dia, como técnico, na empresa onde atuamos: Quadro 1 – Definições de alguns termos da qualidade Conceito Definição Como afeta nosso dia a dia Clientes São pessoas ou empresas que compram ou depen- dem dos produtos e ser- viços da nossa empresa. São a razão de ser da empresa. Se não exis- tirem, eliminam a necessidade de a empresa existir e, consequentemente, a razão de exis- tirmos dentro dela. Fornecedores São pessoas ou empresas que fornecem os produ- tos e serviços para nossa empresa. São considerados nossos parceiros, pois forne- cem insumos e serviços que compõem nosso produto. Como é economicamente inviável a execução de todos os processos em uma mes- ma empresa, precisamos de fornecedores que, como nós, se preocupem com a qualidade. 2 Área de passagem da corrente no condutor, normalmente especificada em milímetros quadrados. (continua) QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 19 Conceito Definição Como afeta nosso dia a dia Eficácia A eficácia é medida pela capacidade de um pro- cesso atingir os objetivos propostos. Os processos com baixa eficácia geram altas quantidades de retrabalho, agregando custos e diminuindo a produtividade. Eficiência A eficiência compara a eficácia obtida com os re- cursos utilizados. Processos com baixa eficiência até podem ser eficazes, porém comparativamente têm altos custos. Princípios de Gestão da Qualidade Para discutirmos gestão da qualidade, vamos nos basear na família de normas que é reconhecida internacionalmente como referência para essa tarefa. Estamos falando da família ISO 9000 ou, aqui para o Brasil, na NBR ISO 9000. SAIBA MAIS A ISO 9000, no Brasil conhecida por NBR ISO 9000, é uma família de normas que nos permite implementar, implantar, manter e melhorar continuamente os Sistemas de Gestão da Qualidade de uma organi- zação. Para saber mais sobre esse tema, consulte o site da ABNT no endereço <http://abnt.org.br>. a. Foco no cliente: se os clientes são a razão de existir da organização, convém que esta busque determinar e atender as suas necessidades atuais e futu- ras e sempre que possível exceder as expectativas. Este princípio destaca a importância das relações entre os clientes e a organização. Se a qualidade é julgada pelo cliente, todas as características específicas dos produtos e serviços devem adicionar valor ao produto e contribuir para determinar sua preferência. Essa questão se constitui, portanto, no principal foco do sistema de gestão da organização; b. Liderança: o ponto de partida para a implantação de um programa de me- lhoria da qualidade de uma empresa é a intervenção da liderança e da alta direção, estabelecendo rumos e se empenhando pessoalmente por meio da sua participação efetiva, dando o exemplo aos colaboradores na busca por atender aos objetivos da organização; 20 QUALIDADE c. Envolvimento das pessoas: o êxito das organizações depende cada vez mais da utilização competente das habilidades, da motivação e da criatividade de seus funcionários cooperando para atender às necessidades do cliente externo e interno. Ou seja, um bom ambiente e boas relações de trabalho são fatores que potencializam a utilização das competências dos seus membros para benefício da organização; d. Abordagem de processo: a realização de metas de melhoria da qualidade e do desempenho de uma organização requer a gestão de atividades e re- cursos baseada em elementos que dão suporte ao processo (entradas), nas atividades do processo e nos seus desdobramentos (saídas); e. Abordagem sistêmica para gestão: um produto deve ser entendido como parte de um sistema maior, já que ele resulta de uma intenção da direção traduzida em planos. Identificar os processos de uma organização e de- terminar seus inter-relacionamentos permite avaliar globalmente, e não pontualmente, as ações e os resultados que ela apresenta; f. Melhoria contínua: convém que a organização sempre busque a melhoria de seu desempenho global (pessoas, produtos e processos) com o objeti- vo de torná-la mais eficaz e eficiente. Isso implica na busca constante da qualidade para promover a excelência dos produtos, serviços e resultados que só é alcançada quando essa intenção está impregnada nos modos de funcionamento da empresa; g. Abordagem factual para tomada de decisão: esse é um dos princípios funda- mentais de gestão para qualquer área e põe em destaque a importância de decisões de gerenciamento apoiadas em análises de dados e em informações relevantes e precisas. As impressões, a intuição ou as decisões tomadas sem estudo prévio são desconsideradas, pois, em geral, conduzem ao desperdício de recursos e ao retrabalho; h. Benefícios mútuos na relação com fornecedores: uma empresa não compra apenas produtos e serviços de seus fornecedores, mas também engenharia e capacidade produtiva, estabelecendo com eles uma relação de interdepen- dência. Um relacionamento de benefícios mútuos aumentará a capacidade de ambos em atingir seus objetivos. Observe na figura a seguir como esses princípios podem ser agrupados de acordo com sua natureza. QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 21 Sistema de Gestão da Qualidade Envolvimento das pessoas Foco no cliente Melhoria contínua Benefícios mútuos na relação com fornecedores Abordagem factual para tomada de decisões Abordagem sistêmica para gestão Abordagem de processo Liderança Figura 4 – Princípios de gestão da qualidade. Na cor azul, estão os princípios do envolvimento das pessoas e de liderança. Eles se relacionam com as atitudes dos colaboradores, líderes e subordinados. Exaltam a importância dos membros da organização nas atividades da empresa, sobretudo nas de gestão. Muitas empresas têm relações entre os chefes e subor- dinados tão desgastantes que comprometem a parceria necessária para que os resultados sejam alcançados. Em laranja, estão os princípios de abordagem, que nos remetem a uma forma eficiente de se fazer a gestão da empresa, na medida em que permitem identificar os processos, suas entradas e saídas e a forma como se inter-relacionam, facili- tando a aplicação dos recursos necessários e a visualização dos pontos onde o desempenho da empresa precisa de melhorias. No próximo tópico definiremos o que são esses processos e quais são suas inter-relações. Na cor amarela, o princípio dos benefícios mútuos representa uma ótima prática, uma vez que a relação sadia entre a empresa e seus fornecedores torna muitas das atividades mais eficientes para ambos. Ac er vo d o SE N AI -S P 22 QUALIDADE Em verde, estão os princípios foco no cliente e melhoria contínua. Eles represen- tam os fundamentos que regem o Sistema de Gestão da Qualidade3 (SGQ) e estão apoiados sobre um tripé que define como devem ser desenvolvidas todas as ativi- dades de gestão da qualidade. Esse tripé é constituído pelos seguintes elementos: a. satisfaçãodos clientes; b. resultados dos processos; c. resultados do próprio SGQ. Os oito princípios comentados são de grande importância para o sucesso das or- ganizações em qualquer área, pois a competitividade entre elas é cada vez maior, e há cada vez menos espaço para aquelas que não prezam pela qualidade de seus produtos e não se preocupam com a satisfação de seus clientes. Processo A abordagem de processo, como vimos no tópico anterior, é um dos princípios dos sistemas de gestão da qualidade. Segundo a NBR ISO 9000, um processo pode ser definido como “o conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transforma insumos (entradas) em produtos (saídas)”. Observe na figura a seguir a representação gráfica dessa definição. Entradas Atividadesdo processo Saídas Figura 5 – Representação de processo. 3 É um conjunto de elementos interligados que trabalham coordenados para atender à política e aos objetivos da qualidade, com os objetivos de dar consistência aos seus produtos e serviços e satisfazer as necessidades e expectativas dos seus clientes. Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 23 Sabendo quais são as entradas necessárias, quais as atividades envolvidas e as saídas esperadas, podemos realizar ações e tomar decisões que garantam a efi- cácia de um processo. Para melhor compreensão, recorremos à análise de uma situação na qual você ou alguma pessoa próxima sua já deve ter passado: trata-se do processo seletivo de uma organização. As competências profissionais e pessoais e as experiências requeridas para o cargo formam o perfil profissional determinado pelo departamento que requi- sita o funcionário em conjunto com os especialistas em Recursos Humanos da empresa (entradas). Ocorre em seguida a divulgação da vaga nos meios de comunicação mais adequa- dos, requisitando, normalmente, o envio de currículos para a equipe responsável pela seleção. O passo seguinte é a seleção dos candidatos que mais se adéquem à vaga para uma entrevista que avalie o grau de atendimento às competências requeridas para o cargo. Muitas empresas também realizam uma entrevista com os profissionais da área de atuação do candidato para avaliar os pontos mais específicos referentes à atuação. Finalmente, é elaborado um parecer com as necessidades de treinamento para adequar o candidato contratado à vaga que ele ocupará (saídas). 24 QUALIDADE Demanda por pro�ssional (entrada) Contratados (saída) Divulgação das vagas Seleção dos candidatos EntrevistasEntrevistas Per�l Pro�ssional Currículos Candidatos Figura 6 – Exemplo de processo seletivo. Ferramentas da qualidade Imagine que você está trabalhando há alguns meses em uma empresa, como técnico, e seu supervisor o chama e apresenta a seguinte situação: “Temos alguns problemas com relação aos nossos produtos. Você poderia nos ajudar a resolvê- -los? Forneceremos para você todos os dados da linha de produção e o histórico dos problemas apontados pelos clientes”. Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 25 Frente a esse desafio, você logo pensa: “Vou precisar aplicar ferramentas de quali- dade para tentar identificar os problemas e suas causas. Assim poderei propor ações de melhoria!” Então, você responde: “Claro que sim, vamos analisar os dados!” Essa é uma situação que pode ocorrer no dia a dia de um técnico, pois muitas organizações têm por prática envolver seus funcionários na busca de soluções para os problemas e, algumas delas, até oferecem bônus para as ideias que levam à economia de seus recursos, sejam físicos ou de tempo. Porém, para alcançar esse objetivo, é preciso recorrer a ferramentas que permi- tam o diagnóstico da situação e a identificação da causa-raiz do problema. A causa-raiz de um problema é a ação ou o fato que, se corrigido, elimina o problema definitivamente. Historicamente há muitas ferramentas com essa finalidade, sendo as mais consagradas: a. lista de verificação; b. estratificação; c. gráfico de Pareto; d. histograma; e. gráfico de controle; f. brainstorm; g. diagrama de Ishikawa; h. diagrama de dispersão. Porém, cabe ressaltar que a utilização dessas ferramentas só será possível se con- tarmos com dados do processo para análise. A coleta desses dados é feita por meio de formulários que permitam a identificação e rastreabilidade4 dos problemas. Acompanhe a seguir a explicação de cada uma dessas ferramentas. 4 A rastreabilidade de um conjunto de dados é obtida somente quando conseguimos retornar até os eventos que geraram esses dados. Por exemplo, os produtos da área de eletroeletrônica podem ser rastreados por meio de seus modelos, números de lote e série. 26 QUALIDADE Lista de verificação Também conhecida como Folha de Verificação, ou Check List, consiste em um formulário que contém itens a serem verificados para avaliar conformidades de um processo ou produto. Esses formulários são úteis desde que os itens sejam abrangentes e criteriosos para atestar as conformidades. Frequentemente as listas de verificação dispõem de um sistema de critérios, pesos e avaliações que permitem ao avaliador liberar ou não o processo ou produto. A seguir, veja um exemplo de uma lista de verificação que apresenta a quantida- de de defeitos de uma placa de controle de iluminação. Observe como os dados são registrados: Produto: Placa de controle da iluminação Processo: Montagem Lote: 155464 Linha: Alfa Turno: Manhã Operador: 156483 Máquina: 123558 Defeitos Quantidade Total Solda fria no conector J1 I I I I I I I I I I I I I I I 15 Curto-circuito no chip U3 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 24 Falha de preenchimento em J8 I I I I I I I 7 Falha de posicionamento em Q5 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 20 Outros (citar quais) 0 Total de defeitos no lote: 66 Total de peças defeituosas: I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 28 Total de peças produzidas: I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 120 Figura 7 – Exemplo de lista de verificação. A partir dos dados coletados e indicados nessa lista de verificação, outras fer- ramentas da qualidade podem ser aplicadas para determinar possíveis desvios de processo e ações necessárias para sua correção. Passaremos a descrevê-las a partir do próximo tópico. Estratificação Estratificar consiste em separar e agrupar dados coletados de acordo com uma ou mais características comuns, de modo a possibilitar a identificação de relações Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 27 ou tendências entre eles, que possam influenciar no comportamento dos demais, permitindo prever resultados futuros. Para estratificarmos os dados, precisamos ordená-los de acordo com as várias categorias definidas, analisar os resultados seguindo critérios estabelecidos e em seguida propor ações de correção ou melhoria. Os agrupamentos para dados monitorados podem ser construídos por lote de matéria-prima, por turno de produção, por linha de fabricação ou por operador. Se o problema for de matéria-prima, podemos chegar aos produtos por meio dos lotes. Esse é o método utilizado pelas montadoras para identificar, por exemplo, quais os veículos que precisam passar por um processo de recall. Se utilizarmos outros agrupamentos de dados, podemos chegar até o operador que precisa de orientação ou treinamento para produzir dentro das especifica- ções. Podemos também localizar problemas com as linhas ou influências am- bientais, no caso do problema ser por turno. Para efeito de rastreabilidade, só podemos estratificar os dados por lote de ma- téria-prima, turno de produção, linha de fabricação e operador seo formulário de coleta de dados tiver esses campos disponíveis, como no exemplo de lista de verificação da placa de controle de iluminação apresentado anteriormente. No exemplo, você pode constatar as seguintes informações no cabeçalho: Produto: Placa de controle da iluminação Turno: Manhã Processo: Montagem Operador: 156483 Lote: 155464 Máquina: 123558 Linha: Alfa Figura 8 – Dados da lista de verificação que permitem rastreabilidade. Daí a importância da definição dos itens e critérios aplicáveis ao formulário, pois, se ele não permitir a rastreabilidade do processo, não poderemos utilizá-lo na análise dos dados. No exemplo anterior, se não houvesse as informações de linha, turno, operador e máquina, não seria possível estratificar os dados seguindo esses critérios. Ac er vo d o SE N AI -S P 28 QUALIDADE Gráfico de Pareto Trata-se de um gráfico de barras no qual as ocorrências são ordenadas da maior quantidade para a menor. Tem por objetivo demonstrar onde estão os maiores impactos em um dado processo, para guiar a definição de prioridades das ações e dos investimentos de correção. Assim como na estratificação, os dados que subsidiam a construção e análise dos gráficos são coletados por formulários ou sistemas que contemplem o tipo de defeito e o custo unitário do retrabalho. Para que você construa os gráficos de Pareto, estratifique os dados de acordo com o total das ocorrências e ordene-os do maior valor para o menor. Porém, o gráfico de Pareto é mais utilizado para evidenciar os custos dos impac- tos do que a frequência de ocorrência. A seguir, apresentamos um exemplo para os Paretos de ocorrências e custo. Ocorrências 8 4 3 3 2 Ajuste Acabamento Não funciona Solda dos componentes Padrão da �ação 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Custo Não funciona Acabamento Padrão da �ação Solda dos componentes Ajuste R$ 16,00 R$ 14,00 R$ 12,00 R$ 10,00 R$ 8,00 R$ 6,00 R$ 4,00 R$ 2,00 R$ - Figura 9 – Gráficos de Pareto de ocorrências e custo. Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 29 Note que, se considerarmos as ocorrências, as ações prioritárias serão voltadas para a eliminação dos defeitos de ajuste e acabamento dos componentes. Caso os dados considerados sejam os custos, as ações prioritárias serão voltadas para a eliminação dos defeitos de funcionamento e acabamento. Podemos também construir esses gráficos com barras ou linhas que representem a porcentagem de ocorrências de um dado tipo de defeito ou seu custo compa- rado ao valor total do retrabalho. Custo % Não funciona Acabamento Padrão da �ação Solda dos componentes Ajuste 49% 26% 13% 10% 3% 75% 88% 97% 100% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Ocorrências % 40% 20% 15% 15% 10% Ajuste Acabamento Não funciona Solda dos componentes Padrão da �ação 60% 75% 90% 100% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Figura 10 – Pareto de ocorrências e custos percentuais. Observando o gráfico de ocorrências, constatamos que resolvendo os defeitos de ajuste, acabamento e não funcionamento solucionaremos 75% dos problemas de produção. Ac er vo d o SE N AI -S P 30 QUALIDADE Com relação aos custos, essa mesma porcentagem é alcançada tratando-se so- mente os problemas de não funcionamento e acabamento. Histograma O histograma é um gráfico que demonstra a quantidade de ocorrências de even- tos ao longo de um período, permitindo, inclusive, identificar sua sazonalidade. A sazonalidade é a relação entre uma ocorrência e o período de tempo onde ela ocorre. Por exemplo, a produção de sorvete no Brasil é sazonal, pois sua venda aumenta no verão. Enquanto o gráfico de Pareto permite priorizar ações, o histograma permite iden- tificar em que momentos os desvios ou eventos ocorrem com maior frequência. Para construir um histograma, vamos coletar os dados identificando os períodos onde eles foram medidos, em seguida agrupamos os dados por períodos afins e construímos o gráfico. Analisando os resultados, seguindo os critérios estabelecidos, vamos então pro- por as ações. Produção em mil unidades 16 12 8 4 0 ja n/ 07 fe v/ 07 m ar /0 7 ab r/ 07 m ai /0 7 ju n/ 07 ju l/0 7 ag o/ 07 se t/ 07 ou t/ 07 no v/ 07 de z/ 07 ja n/ 08 fe v/ 08 m ar /0 8 ab r/ 08 m ai /0 8 ju n/ 08 ju l/0 8 ag o/ 08 se t/ 08 ou t/ 08 Figura 11 – Exemplo de histograma de produção. Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 31 Gráfico de controle Trata-se de gráfico que permite identificar a capacidade de um dado processo atender às especificações propostas. Nele são representados os limites superior e inferior para a variável de controle. Analisando o comportamento dos dados, podemos avaliar a estabilidade do processo e o número de itens que estão fora da especificação. Para construí-lo, você deve seguir os seguintes passos: a. escolha os dados para coleta; b. agrupe os dados; c. construa o gráfico; d. analise os resultados, seguindo os critérios estabelecidos; e. proponha as ações. No exemplo a seguir, são apresentados os dados das três linhas de produção de uma empresa em função do dia da semana. 110 105 100 95 90 85 Seg Ter Qua Qui Sex Linha 1 Linha 2 Linha 3 LCS LCI Figura 12 – Exemplo de gráfico de controle. LCI e LCS referem-se aos limites de controle inferior e superior que são calcu- lados em função das especificações do processo e com o uso das ferramentas de Controle Estatístico de Processos (CEP) que você aprenderá mais adiante, na unidade curricular Gestão da Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos. Porém, observando esse gráfico de controle verificamos que há pelo menos dois pontos fora desses limites, caracterizando problemas no processo. Ac er vo d o SE N AI -S P 32 QUALIDADE Notamos também que há oscilações de grande amplitude e com tendência de aumento e diminuição. Esse comportamento indica uma baixa estabilidade do processo, o que afeta a qualidade do produto. Brainstorm Consiste em uma técnica de coleta de informações, realizada em uma reunião de um grupo de pessoas que expõe suas ideias com o objetivo de determinar as pos- síveis causas de um problema (ou efeito) ou para propor sugestões de melhoria. Há duas formas diferentes de aplicar o brainstorm: o estruturado, em que cada membro do grupo contribui com uma ideia em sistema de rodízio, e o não estru- turado, em que os membros do grupo expõem suas ideias livremente, à medida que elas forem surgindo. Cada forma tem as vantagens e desvantagens. A escolha mais adequada depende da composição e maturidade do grupo que participará da tarefa. As ideias devem ser anotadas, sem que seja feito juízo prévio de seu valor ou relevância. A análise será feita posteriormente, utilizando o diagrama de Ishikawa ou outra ferramenta mais adequada para a finalidade proposta. Diagrama de Ishikawa Também conhecido como Espinha de peixe, ou Diagrama causa e efeito, é um gráfico que liga os principais grupos de causas ou tipos de causas específicas a um dado efeito. Meio ambiente Matérias-primas Metodologia Máq. e equip. Mão de obra Medição Efeito Figura 13 – Representação de diagrama de Ishikawa para preencher. Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 33 Os diagramas de Ishikawa são úteis como ferramentas sistemáticas para encon- trar, classificar e documentar as causas da variação da qualidade na produção e organizar a relação mútua entre elas. Nos processos industriais, as principais fontes de causas são meio ambiente, me- todologia, máquinas e equipamentos, mão de obra, matérias-primas e insumos, medição e análise de dados. Quase sempre o brainstorm será utilizado em conjunto com as listas de verificação e os dados gerados no processo, de modo a elencar as principais causas para o dado efeito. As fontes de causas também podem ser específicas em cada um dos processos, fazendo com que algumas das elencadas na figura 13não se apliquem. Cabe aos especialistas sobre o processo fazer as adequações devidas nas fontes de causa para que a ferramenta se torne eficaz. VOCÊ SABIA? Kaoru Ishikawa (1915-1989) é considerado um dos pais da gestão da qualidade. Foi o criador dos conceitos de círculos da qualidade e do diagrama causa x efeito. Aprendeu os princípios do controle estatístico da qualidade desenvol- vido pelos americanos, integrando-os, expandindo-os e adaptando-os para criar a filosofia japonesa da qualidade. Para ele, “a qualidade é uma revolução da própria filosofia administra- tiva, exigindo uma mudança de mentalidade de todos os integrantes da organização, principalmente da alta cúpula”. Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Kaoru_Ishikawa> Diagrama de dispersão Essa ferramenta utiliza gráficos nos quais cada eixo representa uma das variáveis. Verificamos a existência da correlação entre elas quando notamos uma tendência de acúmulo dos pontos em uma das direções do gráfico. Quanto maior o acú- mulo, maior será a correlação entre as variáveis. Por outro lado, se os pontos estiverem muito dispersos ou se comportarem alea- toriamente, não haverá correlação entre as variáveis. 34 QUALIDADE Altura em metros Pe so e m q ui lo gr am as 1,4 1,6 1,8 2 120 100 80 60 40 20 0 Figura 14 – Diagrama de dispersão. Nesse exemplo, podemos verificar uma forte correlação positiva entre as variáveis al- tura e peso, o que já era de se esperar, pois tratam dos dados de um grupo de pessoas. As correlações, quando existirem, podem ser de quatro tipos: a. positiva forte, quando o aumento de uma variável reflete no aumento da outra; b. positiva fraca, quando o aumento de uma variável aparentemente reflete no aumento da outra; c. negativa forte, quando o aumento de uma variável reflete na diminuição da outra; d. negativa fraca, quando o aumento de uma variável aparentemente reflete na diminuição da outra. CASOS E RELATOS Certo dia, o chefe da qualidade de uma importante montadora de veí- culos se deparou com um problema intrigante: alguns dos veículos apresentavam bolhas nas superfícies que acabavam de ser pintadas. Para solucionar o problema, utilizou a seguinte estratégia: primeiro verificou a qualidade do ar comprimido utilizado na linha de pintura, pois a umidade no ar poderia ter provocado as bolhas. Porém, cons- tatou que o ar estava dentro dos padrões esperados. O segundo passo foi verificar a matéria-prima e o processo de preparo da tinta, mas essa hipótese também foi prontamente descartada, pois a ocorrência das bolhas era intermitente e ocorria de forma aleatória. Após várias outras hipóteses serem estudadas, percebeu que havia al- guns funcionários que limpavam as superfícies com flanelas antes de Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 35 serem pintadas, para retirar resíduos de sujeira e evitar retrabalho. Trocaram, então, as flanelas, mas não surtiu efeito. Em seguida, o especialista revezou a posição dos funcionários que executavam a tarefa para verificar se eles estavam influenciando o pro- cesso, embora estivessem executando a atividade corretamente. Após mais algumas bolhas ele descobriu a causa do problema: um dos colaboradores estava usando uma faixa no punho, pois havia se contun- dido em um jogo de futebol na noite anterior. A faixa estava impreg- nada com um produto que continha cânfora. Ao evaporar, a cânfora se depositava sobre a superfície a ser pintada, provocando as bolhas. O funcionário foi então realocado para outro posto temporariamente até que o problema com o punho fosse resolvido. A essa altura, com os conteúdos sobre ferramentas da qualidade que estu- damos neste capítulo, você deve ter identificado que esse caso ilustra uma aplicação prática de duas dessas ferramentas. Pois bem, é isso mesmo, o chefe da qualidade aplicou o brainstorm e o diagrama de Ishikawa para identificar tanto as causas como as soluções para o problema. RECAPITULANDO Neste capítulo estudamos a importância da qualidade no dia a dia das empresas e vimos como ela influencia na relação com os clientes. Constatamos a importância de seguir os procedimentos para atingir as metas e atender aos requisitos e às especificações para os produtos. Estudamos também quais são os oito princípios de gestão da qualidade, segundo a ISO 9000, e quais as ferramentas mais consagradas para nos apoiar na análise dos dados e tomada de decisão. Você deve ter observado que são muitas as informações necessárias para análise e apoio às decisões importantes! Mas não se preocupe se os termos e exemplos utilizados aqui ainda não fazem parte de seu dia a dia, pois, mais adiante, esses conteúdos serão aplicados no curso de forma prática, e você poderá entendê-los melhor! 2. Planilhas e gráficos Inserção de dados em uma planilha Formatação dos dados de uma planilha Edição de fórmulas No capítulo anterior, discutimos sobre gestão da qualidade nas empresas e come- çamos a aprender sobre o desafio de identificar, nos processos instalados nessas organizações, pontos a serem ajustados, visando atender melhor as necessidades dos clientes, com economia, produtividade e eliminação de desperdício. Verificamos que para isso as empresas precisam contar com dados e informações confiáveis sobre os seus clientes, o desempenho de seus produtos e serviços, operações e mercado, comparações de competitividade, fornecedores e aspec- tos financeiros e de custo, entre outros. O que coloca como prioridade para as organizações o armazenamento e a disponibilização de dados com versatilidade de formatos, rapidez e confiabilidade. Tarefas essas inerentes a diferentes ferra- mentas de planilhas eletrônicas existentes no mercado. Assim, neste capítulo, exploramos recursos básicos para a operação de planilhas eletrônicas, demonstrando como podemos construir indicadores que apoiem as atividades de gestão da qualidade nas empresas. Para tanto, propomos atividades estruturadas de criação e leitura de planilhas e gráficos, exploramos diferentes modos de visualização, descrição e classificação dos processos desenvolvidos nas empresas e as formas de elaboração de diagnósticos apoiados na análise, discussão e comparação dessas informações. Para atingirmos o objetivo proposto, faremos uso dos recursos do software Mi- crosoft Office Excel, por ser esse um dos programas mais utilizados para esse fim. Mas é importante ressaltar que os recursos aqui utilizados, ou seja, inserção e formatação de dados, inserção e uso de fórmulas e construção de gráficos, são comuns a todos os programas de planilhas eletrônicas. QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 37 Mas fique atento, pois se você utilizar outra planilha eletrônica que não a Micro- soft Office Excel, é possível que haja variação ou diferenças nos comandos para a execução das operações que você precisa realizar. Nesse caso, consulte o menu Ajuda (Help) do programa que estiver usando. A elaboração e o uso de planilhas de custo não serão abordados nesta unidade de estudo, mas serão aprofundados mais adiante, quando abordarmos os processos de gestão da instalação, da manutenção e do projeto. Assim como há vários programas, também há vários tipos de arquivos de plani- lhas que podem ser gerados. Nem sempre existe compatibilidade entre arquivos gerados em programas diferentes. Porém, a maioria dos programas permite que os dados sejam salvos em diversos formatos. Para evitar incompatibilidades, busque sempre um formato compatível com os programas instalados na empresa em que você trabalha ou com o programa de seu cliente. SAIBA MAIS As planilhas elaboradas em papel existem há muito tempo, porém foi Dan Bricklin o idealizador do Visicalc, a primeira planilha eletrônica, criada no final dos anos de 1970. Bricklin também criou outros pro- gramas e fundou várias empresas. Inserção de dados em uma planilha Uma planilha nada mais é do que uma tabela composta por linhase colunas, nas quais são inseridos dados e fórmulas. No cruzamento dessas linhas e colunas, temos as chamadas células, como mostra a figura a seguir. Figura 15 – Planilha vazia. Ac er vo d o SE N AI -S P 38 PLANILHAS E GRÁFICOS Na figura 15 vemos duas áreas destacadas em amarelo e marcadas com letra A e o número 1. As setas, que ajudam na leitura da imagem, apontam a coluna A, a linha 1 e a célula A1, onde será inserido o conteúdo ou valor a ser processado. Os dados (conteúdos ou valores) de uma planilha podem ser de natureza distinta, porém os mais comuns são os números, utilizados para representar quantidades, datas, valores monetários, frações, unidades de tempo etc., e os textos. Os dados em formato texto são palavras utilizadas para indicar referências sobre o assunto da planilha, tais como o nome do operador, da linha de produção, da máquina etc., ou mesmo os dias da semana, o mês ou o ano que, conforme a necessidade, podem ou não ser tratados como números. Para inserir um dado (numérico ou texto) na célula de uma planilha, basta levar o cursor até a célula, selecioná-la clicando sobre ela com o botão esquerdo do mouse, digitar o dado e, em seguida, pressionar o botão Enter do teclado. Para que você possa acompanhar como se dá a construção de uma planilha, vamos usar o exemplo de uma fábrica de componentes eletroeletrônicos, que possui três linhas de produção. A planilha que apresentamos a seguir contém dados dos tipos descritos an- teriormente, ou seja, dados numéricos que informam sobre a quantidade de equipamentos produzidos e dados texto em cada linha de produção e dia da semana. Note também o aspecto estético da planilha, porque, ainda neste capí- tulo, vamos explorar alguns recursos que possibilitam melhorar o aspecto visual das planilhas. Figura 16 – Planilha preenchida e formatada. Explicando de outro modo, saiba que como não se destinam a ser objeto de operações matemáticas: Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 39 a. os dados das linhas 3, 4 e 5 da coluna B são do tipo texto porque servem ape- nas para identificar as diferentes linhas de produção existentes na empresa; b. os dados da linha 2, colunas C, D, E, F e G também são do tipo texto e são utilizados para indicar o nome de cada dia da semana. E, se cada uma das células da planilha informa sobre a quantidade de equipamen- tos produzidos em cada linha de produção e em cada dia da semana, podemos dizer que, na Linha 2, na terça-feira, foram produzidos 101 equipamentos. Já na sexta-feira, na Linha 3, você consegue verificar quantos equipamentos foram produzidos? Se você disse 93, acertou! Observe ainda, na mesma planilha, que: a. foram produzidos entre 98 e 105 equipamentos durante a semana, na Linha 1; b. a Linha 3, no mesmo período, fabricou entre 93 a 106 produtos; c. a Linha 2, entre 100 e 102 equipamentos. Comparando os resultados das três linhas de produção, podemos concluir que na Linha 2 a produção apresenta um resultado mais constante. Essa análise é facilitada porque os dados de produção das linhas são apresentados si- multaneamente por meio da planilha, o que favorece as várias comparações entre eles. Mais adiante veremos como aprofundar análises, utilizando os recursos ofereci- dos pelas ferramentas disponíveis nas planilhas eletrônicas. Pois bem, agora que você já sabe como encontrar os dados em uma planilha, chegou a hora de criar uma. Está preparado? Então, para montar a planilha, siga os seguintes passos: a. inicie o programa; b. abra uma nova planilha (normalmente a célula A1 já vem automaticamente selecionada); c. selecione a célula B2 utilizando as setas direcionais do teclado ou o mouse e escreva nela a palavra Dia e tecle Enter para gravar o valor na célula B2 e passar, automaticamente, para a célula B3; d. digite Linha 1 na célula B3 e tecle Enter para gravar. 40 PLANILHAS E GRÁFICOS Proceda da mesma forma até completar a primeira coluna, conforme apresentado na próxima figura. Note que a célula selecionada no final do processo é a B6. Figura 17 – Preenchimento da coluna e das linhas. Continuando: a. selecione a célula C2 e digite a palavra Seg (abreviatura de segunda-feira); b. pressione a seta direcional para a direita, e na célula D2 tecle Enter para selecioná-las e digite a palavra Ter (abreviatura de terça-feira); c. continue da mesma forma até inserir todos os dados de texto da planilha, como na figura a seguir. Figura 18 – Preenchimento da linha com os dias da semana. Para inserir os dados de produção dos componentes, selecione agora a célula C3 e digite o número 100, e em seguida tecle Enter. Proceda da mesma forma para inserir todos os dados conforme a figura 18, obtendo o seguinte resultado: Figura 19 – Inserção dos dados. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 41 Se o aspecto estético de sua planilha não for exatamente igual ao apresentado, não se preocupe, vamos tratar dessa questão logo a seguir! Como você já inseriu todos os dados na planilha, pode tratar agora da sua for- matação, ou seja, melhorar a sua apresentação. Formatação dos dados de uma planilha A planilha acabada deve ficar com o seguinte aspecto: Figura 20 – Planilha formatada. Para obtermos esse resultado, é necessário aplicar os comandos de formatação de células da planilha. O primeiro passo é selecionar as células que serão forma- tadas. Para isso, pressione o botão esquerdo do mouse, segure e arraste desde a célula B2 até a célula G5 para selecionar todas as células desse intervalo. Figura 21 – Selecionando para formatação de alinhamento. Bem, agora vamos formatar os dados da nossa planilha. Mantenha as células selecionadas e centralize-as no sentido horizontal, utilizando o recurso para alinhamento centralizado da Barra de Menus: Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P 42 PLANILHAS E GRÁFICOS Figura 22 – Formatação do alinhamento. O efeito será o seguinte: Figura 23 – Dados alinhados. Vamos agora ajustar a largura das colunas: a. posicione o mouse na linha entre as letras das colunas B e C (note que o formato do apontador do mouse muda); b. efetue um duplo clique (clicar duas vezes com o botão esquerdo do mouse rapidamente); c. repita esse procedimento entre todas as colunas até a G. O resultado obtido será: Figura 24 – Largura das colunas ajustadas. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 43 O passo seguinte é formatar as bordas das células. Acompanhe os passos: a. selecione as células; b. clique sobre as células selecionadas com o botão do lado direito do mouse; c. selecione a opção formatar células na Barra de Menus; d. busque a opção (ou aba) bordas, que aparece na caixa de diálogo aberta. Lembramos que as opções da caixa de diálogo podem variar, dependendo do programa utilizado, e para ilustrar este estudo, reproduzimos as caixas de diálogo do programa Microsoft Excel 2010. Figura 25 – Seleção para formatar as bordas. Na seção Linha – Estilo, você pode selecionar o tipo e a espessura da linha a ser aplicada. Selecione a quinta linha do lado direito e, em Predefinições, clique no botão Contorno, conforme mostra a figura a seguir. Figura 26 – Borda externa. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P 44 PLANILHAS E GRÁFICOS Continue ainda na aba Linha – Estilo e selecione a última linha do lado es- querdo. Em Predefinições, clique no botão Interna e, em seguida, pressione o botão OK. Figura 27 – Borda interna. O efeito dessa sequência de comandos deve ser: Figura 28 – Bordas formatadas. Vamos agora formatar a linha dos dias da semana, para isso, selecione as células de B2 a G2. Use o comando Cor de preenchimento, ativado no campo Fonte, para mudar a cor do preenchimentoda célula. Selecione a primeira tonalidade de cinza, como mostra a figura a seguir: Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 45 Figura 29 – Formatação do preenchimento. Outra opção para realizar a mesma operação consiste em utilizar o recurso da caixa de diálogo Formatar célula. Clique com o botão direito do mouse e em seguida na opção Formatar células. Na aba Preenchimento, selecione a cor desejada. Figura 30 – Opção de formatação do preenchimento. Aproveite para ir até a aba Borda e clique em Contorno para aumentar a espes- sura da borda da linha, como você fez no contorno da tabela. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P 46 PLANILHAS E GRÁFICOS Para formatar a identificação das linhas, é só selecionar as células de B2 a B5 e aumentar a espessura do contorno da coluna, como no passo anterior. Pronto! Agora é só conferir se sua tabela está como a apresentada a seguir. Figura 31 – Tabela pronta. Caso não tenha obtido o resultado anterior, retome as explicações e tente nova- mente. Assim, logo você estará “craque” na formatação de tabelas. Edição de fórmulas Durante muito tempo, os profissionais elaboravam planilhas com o auxílio de uma calculadora. Dependendo da quantidade de dados, realizavam uma série de cálculos repetidos, o que, além de tomar muito tempo, por vezes, resultava em imprecisões e em considerável quantidade de retrabalho. As planilhas eletrônicas simplificaram e trouxeram maior precisão a esse traba- lho, pois permitiram a edição de fórmulas e a reprodução automática de cálculos, envolvendo um ou mais valores relacionados com os dados de outras células. As fórmulas são elementos que caracterizam a utilidade das planilhas e as dife- renciam de simples tabelas. Elas devem ser inseridas em células e operam para calcular um ou mais valores relacionados com os dados das outras células, nor- malmente as que são próximas a elas. Para inserir fórmulas em uma planilha, selecione a célula que deverá apresentar o resultado, digite sobre ela o sinal de igual (=) e indique a operação a ser reali- zada. Essa operação instrui a planilha a realizar a operação indicada e apresentar o resultado na célula selecionada inicialmente. Observe o exemplo a seguir e a explicação sobre cada um dos elementos de uma fórmula que será inserida em uma célula, da planilha eletrônica. Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 47 Função (nome da operação que será realizada) Argumentos (relação dos elementos que serão utilizados no cálculo) =SOMA (A1:A5) Acompanhe os procedimentos: Na célula onde deverá aparecer o resultado, digite o sinal de = seguido da função (ou nome da operação que deverá ser realizada), e em seguida, entre parênteses, os argumentos (indicação das células onde estão digitados os números a serem utilizados no cálculo). Ao pressionar o botão de Enter, você instrui o programa a fi nalizar o cálculo e atribuir o valor calculado à célula que foi selecionada inicialmente para conter a fórmula. Veja a seguir exemplos de como a fórmula se apresenta na célula. Figura 32 – Múltiplas formas de seleção das células. Ac er vo d o SE N AI -S P 48 PLANILHAS E GRÁFICOS Na seleção dos argumentos, podemos indicar: a. conjuntos de células consecutivas (A1:A5); b. células individuais separadas por ponto e vírgula (A2; A3; A5); c. faixas de valores de várias linhas e colunas consecutivas (A2:C8). No primeiro exemplo, os argumentos utilizados para a soma são os cinco elemen- tos de A1 a A5. No segundo exemplo, o cálculo engloba os valores contidos nas células A2, A3 e A5. Já no terceiro exemplo, os argumentos a serem utilizados são os 21 elementos de A2 a C8. Verifique agora, no quadro seguinte, algumas das funções que utilizamos com mais frequência nas planilhas. Quadro 2 – Funções mais utilizadas em planilhas eletrônicas Função Sintaxe Exemplos Resultado Soma =SOMA(num1;num2...) =SOMA(A2;A3;A5) =SOMA(C3:C8) Soma dos conteúdos das células A2, A3 e A5. Soma dos conteúdos das células C3, C4, C5, C6, C7 e C8. Média =MÉDIA(num1;num2...) =MÉDIA(C2;D3;A5) =MÉDIA(B3:C4) Média dos valores das célu- las C2, D3 e A5. Média dos valores B3, B4, C3 e C4. Maior =MÁXIMO(num1;num2...) = MÁXIMO(A2:C5) Seleciona o maior valor dentro do intervalo A2 a C5. Menor =MÍNIMO(num1;num2...) = MÍNIMO(A1:A6) Seleciona o menor valor dentro do intervalo A1 a A6. Mas, você pode estar se perguntando, em quais situações usamos essas funções? Para facilitar a sua compreensão, vamos aplicar cada uma delas. Acompanhe os passos: a. Abra a planilha criada no início do tópico “Formatação dos dados de uma planilha” (figura 20); b. Na célula H2, digite a palavra Média. Siga preenchendo as outras células conforme a figura a seguir, identificando as colunas onde serão inseridas as fórmulas. QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 49 Figura 33 – Rotulação das colunas para inserção das fórmulas. a. Selecione as células de G2 a G5 e clique no Pincel de Formatação; Figura 34– Seleção do estilo de formatação das novas colunas. b. Para aplicar a formatação, clique, segure e arraste o mouse, selecionando as células de H2 a K5; Figura 35 – Formatação de novas colunas. c. Ajuste a largura das colunas clicando duas vezes sobre as linhas que separam as letras que identificam as colunas, e o resultado obtido será o da próxima figura. Figura 36 – Novas colunas formatadas. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P 50 PLANILHAS E GRÁFICOS Continuando, digite as fórmulas nas células, como indicado: a. em H3 digite a fórmula =MÉDIA(C3:G3); b. em I3 digite a fórmula =MÁXIMO(C3:G3); c. em J3 digite a fórmula =MÍNIMO(C3:G3); d. em K3 digite a fórmula =I3-J3. O resultado será igual ao mostrado na figura a seguir. Figura 37 – Inserção de fórmulas. a. Selecione agora as células de H3 a K3; b. Clique no botão do lado direito do mouse e selecione a opção Copiar; Nesse caso, você usou o menu suspenso (ativado pelo botão direito), mas poderia utilizar o atalho Ctrl + C (teclas pressionadas simultaneamente), para obter o mesmo resultado. Figura 38 – Cópia de fórmulas. c. Em seguida, selecione as células de H4 a K5 e pressione, simultaneamente, as teclas Ctrl + V do teclado para instruir o computador a colar na área selecionada o conteúdo copiado anteriormente. Outro modo de realizar a mesma operação seria usar no menu suspenso (clican- do no botão direito do mouse) a opção Colar. O resultado você pode ver a seguir. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 51 Figura 39 – Fórmulas copiadas. Você notou que a linha de borda inferior das células de H5 a K5 ficou mais estreita? Pois bem, para criar um padrão, formate novamente o contorno das células entre H3 e K5 com a linha mais grossa, clicando no ícone Bordas e em Borda Superior Espessa, conforme mostra a figura a seguir. Figura 40 – Formatação da borda. Figura 41 – Planilha com as fórmulas inseridas. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P 52 PLANILHAS E GRÁFICOS Explorando um pouco mais a planilha construída para exemplificar a função Média, podemos observar que: a. a coluna Média apresenta a média aritmética dos valores da produção de cada uma das linhas; b. as colunas Maior e Menor contêm o resultado dos picos máximo e mínimo de produção, obtidos a partir da média aritmética; c. a coluna Amplitude expressa a diferença entre os picos de produção. Pronto, agora já temos a planilha com dados e os resultados das fórmulas preen- chidos, o que nos permite tirar algumas conclusões. Embora os dados sejam diferentes, a média dos valores das três linhas de produção é a mesma, indicando certa consistência doprocesso produtivo. A Linha 2 é a mais estável, apresentando uma variação máxima dos resultados (Amplitude) inferior a 2% da média dos valores produzidos. As outras linhas de produção são pouco estáveis, e a análise de sua qualidade ainda necessita de mais um recurso que será mostrado no próximo tópico. Construção de gráficos a partir das planilhas de dados Como no caso das planilhas, encontramos no mercado um grande número de aplicativos informatizados para elaboração de gráficos construídos a partir de planilhas de dados. Neste tópico, vamos aprender a construir gráficos que já fo- ram apresentados no capítulo 1, quando tratamos das ferramentas de qualidade. Gráfico de controle O gráfico de controle mostra os resultados obtidos do processo, em função de perío- dos de tempo definidos, comparando-os com os limites de controle superior (LCS) e inferior (LCI). Permite visualizar como os dados estão se comportando em função do tempo e avaliar se ele se mantém dentro dos limites de controle do processo. Para compor este gráfico, vamos utilizar a tabela de dados da produção de com- ponentes eletroeletrônicos, construída no tópico anterior. Siga os passos: a. digite LCS na célula B6; b. digite LCI na célula B7; QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 53 c. preencha as células C6 a G6 com o valor 105; d. preencha também as células de C7 a G7 com o valor 97. Veja na figura a seguir o resultado obtido: Figura 42 – Inserção dos limites de controle. Continuando: a. selecione as células de B2 a G7; b. execute o comando Inserir – Gráfico (e uma caixa de diálogo do tipo ilus- trado a seguir deve surgir); Figura 43 – Menu de tipos de gráfico. c. Selecione a opção Linha e com marcadores e OK. Figura 44 – Selecionando o tipo de gráfico. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P 54 PLANILHAS E GRÁFICOS Ao clicar em OK, o resultado será o apresentado a seguir: 110 105 100 95 90 85 Seg Ter Qua Qui Sex Linha 1 Linha 2 Linha 3 LCS LCI Figura 44 – Gráfico de controle pronto. Observe que, nesse gráfico, a Linha 1 (azul) é um pouco mais estável do que a Li- nha 3 (verde), já que não apresenta pontos além dos limites de controle superior e inferior (LCS e LCI). Imagine como seria obter essa análise sem a apresentação dos dados em forma gráfica. Seria bem mais difícil, não é? Continuando a análise, observe que a Linha 3 apresenta dois pontos (na quarta e sexta-feira) fora dos limites de controle. Gráfico de Pareto Esse é um gráfico de barras ordenadas do maior para o menor valor, que nos ajuda a redirecionar as ações e os recursos, e a buscar soluções para os proble- mas com maior impacto sobre a atividade da empresa. Esse gráfico também pode apresentar a somatória dos valores ou a porcentagem no valor total dos problemas encontrados. Para aprender como construir um gráfico de Pareto, utilizamos a planilha a se- guir, que contém dados sobre tipos de defeitos, ocorrências e custos envolvidos no processo de produção de componentes eletroeletrônicos. Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 55 Observe: Figura 46 – Criando a base de dados. Veja agora como construir essa planilha: a. na célula B2 digite a palavra Problemas; b. na célula D2 digite a palavra Custo; c. selecione as células B2 e C2 e clique na opção Mesclar e Centralizar do menu superior; d. proceda da mesma forma para mesclar as células D2 e E2. Observação: em algumas versões do Excel, você pode obter esse efeito com a opção Mesclar células, dos menus superior ou suspenso. Consulte o menu de Ajuda do programa para maiores informações. Agora, siga os seguintes passos: a. digite todos os dados contidos nas células de B3 a D8; b. selecione agora as células de D4 a E8 e aplique a formatação como valor monetário (procure um ícone que parece com uma nota de dinheiro); c. digite, na célula E4, a fórmula =(C4*D4); d. em seguida, copie a fórmula para as células de E5 a E8. Vamos agora criar uma cópia dos dados de ocorrências usando os comandos Copiar e Colar: a. selecione a faixa de dados de B3 a C8 e pressione simultaneamente as teclas Ctrl + C; b. selecione a célula B10 e pressione as teclas Ctrl + V ao mesmo tempo (co- mando Colar já abordado); Ac er vo d o SE N AI -S P 56 PLANILHAS E GRÁFICOS c. selecione agora as células de B10 a C15, clique no botão direito do mouse; d. vá à opção Classificar – Personalizar Classificação. Figura 47 – Ordenação dos dados de ocorrência. Na janela que se abre, ajuste as opções classifique a Coluna por Ocorrências e a Ordem para Do Maior para o Menor. Figura 48 – Menu de classificação dos dados. O efeito resultante é mostrado na figura a seguir, na qual podemos observar a ordem dos defeitos alterada, evidenciando o maior valor seguido pelos menos significatitvos. Acrescente agora à planilha a linha Total de defeitos e as colunas % e Total. Figura 49 – Planilha com dados de ocorrência ordenados. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 57 Continue, seguindo os passos: a. digite na célula C16 a fórmula =SOMA(C11:C15); b. copie e cole essa célula na D16; c. digite na célula D11 a fórmula =C11/$C$16; d. copie e cole essa fórmula nas células de D12 a D15. Os símbolos “$”, que você vê na fórmula, indicam que as referências de linha e coluna devem ser mantidas, ou seja, que a divisão deve ser feita sempre por C16. Ao final dessa sequência, o resultado será: Figura 50 – Inserção da coluna de representatividade (%). Observe que os dados da coluna D mostram a porcentagem decimal do defeito no total de ocorrências. Veja agora como fazemos para inserir a coluna com os totais: a. digite na célula E11 a fórmula E11=D11; b. digite agora na célula E12 a fórmula =E11+D12; c. copie e cole a célula E12 para as células E13, E14 e E15; d. selecione as células de D11 a E16 e mude o formato para Porcentagem, cli- cando no botão direito do mouse e em seguida na aba Número. Figura 51 – Tabela concluída com a coluna de total. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P 58 PLANILHAS E GRÁFICOS Note que ao lado da coluna %, que representa a porcentagem de cada defeito no número total de ocorrências, aparece a coluna Total, informando sobre a soma dos defeitos até o tipo que está sendo considerado. Veja, a seguir, como obter gráficos de Defeito x Ocorrência e Defeito por % e Total. Ajuste Acabamento Não funciona Solda dos componentes Padrão da �ação 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Ajuste Acabamento Não funciona Solda dos componentes Padrão da �ação 100% 80% 60% 40% 20% 0% 40% 60% 75% 100% 10%15%15% 20% 90% Figura 52 – Paretos de defeitos por ocorrência e porcentagem. Os dois gráficos apresentados são do tipo Barra. Para construí-los, proceda como indicamos a seguir. a. selecione as células de B10 a E15; b. insira um único gráfico de barras (vá ao menu Inserir e use as opções Co- luna e Coluna 2D); c. copie o gráfico e cole-o em outra área da planilha, para obter dois gráficos; d. volte ao primeiro gráfico e clique com o botão direito sobre ele; e. vá à opção Selecionar dados, marque e remova as séries % e Total; Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 59 f. retorne agora ao segundo gráfico e, procedendo do mesmo modo, remova a série Ocorrências. Pronto! Se seu programa permitir a apresentação simultânea de dois tipos de gráficos, os gráficos de % e Totais ficam mais bem apresentados, como vemos na ilustração que se segue. Ajuste Acabamento Não funciona Solda dos componentes Padrão da �ação 100% 80% 60% 40% 20% 0% 40% 20% 15% 10% 15% 60% 75% 100%90% Figura 53 – Pareto de porcentagem de ocorrências. Verifique que nesse gráfico aparecem os rótulos de dados (exibição dos valores dos dados nos pontos considerados),que foram inseridos usando a opção Inserir rótulos de dados (disponível quando selecionamos uma das séries e clicamos no botão direito do mouse). Experimente fazer essa sequência de comandos para obter o mesmo efeito! A leitura do gráfico mostra que a somatória das ocorrências dos três primeiros defeitos representa 75% do total de defeitos encontrados. Porém, não é só essa informação que podemos obter a partir desses gráficos. Se em lugar do número de ocorrências, pensarmos no custo total dos defeitos, o gráfico muda, veja como na figura a seguir. Ac er vo d o SE N AI -S P 60 PLANILHAS E GRÁFICOS Não funciona Acabamento Padrão da �ação Solda dos componentes Ajuste R$ 16,00 R$ 14,00 R$ 12,00 R$ 10,00 R$ 8,00 R$ 6,00 R$ 4,00 R$ 2,00 R$ - 100% 80% 60% 40% 20% 0% 49% 75% 88% 100% 3% 10%13% 26% 97% Não funciona Acabamento Padrão da �ação Solda dos componentes Ajuste Figura 54 – Paretos de custos por ocorrência e porcentagem. O novo gráfico mostra que o tipo de defeito “mais caro” não é o mesmo que o de maior ocorrência. Pelo contrário, felizmente ele apresenta um número de ocorrências baixo. Outro ponto interessante a ser observado diz respeito aos três defeitos com maior número de ocorrências, gerando 88% do custo de retrabalho nessa situação. Mas cuidado com as conclusões apressadas: as correspondências nem sempre são verdadeiras, pois tudo depende do número de ocorrências e do custo de retrabalho de cada uma. Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 61 Outra possibilidade é obter os gráficos de custos seguindo o mesmo procedimen- to anterior, só que selecionando o custo total (e não o número de ocorrências no início do processo). Experimente e veja se você consegue construí-los. Histograma O histograma é um gráfico que representa o comportamento histórico de uma dada variável. Permite avaliar o comportamento dos dados em função do tempo. Para construir um histograma, crie uma nova planilha de dados que contenha as seguintes informações: Figura 55 – Dados para construção do histograma. Se quiser, digite somente os números. Não há necessidade de digitar o símbolo de porcentagem. Os dados inseridos na planilha representam a produtividade média dos dois turnos de trabalho de uma empresa que instala equipamentos e sistemas eletroeletrônicos. Note que a referência dos dados é trimestral e anual. Os anos são colocados em células mescladas, como vimos anteriormente na construção do gráfico de Pareto. A linha 6 mostra o total de dados dos dois turnos de trabalho, o que permite analisar o desempenho da empresa como um todo. Para sabermos qual o turno que mais contribuiu para a produtividade da em- presa, basta comparar o dado do turno com o resultado geral. Se ele foi maior, significa que esse turno teve produtividade maior que a média da empresa. Po- rém, visualizar esse desempenho tendo como referência apenas a observação de dados na tabela é uma tarefa difícil, já que podemos nos valer do histograma para nos ajudar! Vamos então construir os gráficos. Ac er vo d o SE N AI -S P 62 PLANILHAS E GRÁFICOS a. Primeiro, selecione toda a tabela de dados e escolha o gráfico do tipo colunas; Figura 56 – Histograma sem formatação. A primeira linha do eixo horizontal representa o trimestre do ano que está iden- tificado na segunda linha. Bem, já temos um gráfico. Mas você observou como as colunas apresentadas estão tão próximas que dificultam a visualização? Vamos melhorar essa apresentação? Acompanhe a explicação e veja como é fácil. Selecione o gráfico e expanda-o (basta posicionar o cursor do mouse no gráfico, sobre os pequenos quadrados que aparecem e, em seguida, clique, segure e arraste) na direção horizontal, até que você consiga visualizar melhor as colunas. Figura 57 – Histograma expandido. b. Selecione agora a legenda que indica cores diferentes para Manhã, Tarde e Totais e clique com o botão direito do mouse; c. Use a opção Formatar Legenda, como mostra a figura a seguir; Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 63 Figura 58 – Menu Formatar Legenda. Figura 59 – Legenda superior. d. Em seguida, ajuste o tamanho da legenda para separar um pouco as palavras; e. Clique na caixa de seleção, ao lado do nome da fonte, no menu superior, para aumentar o tamanho e o tipo de fonte utilizada na legenda. Observe que, no exemplo em estudo, estamos utilizando a fonte Berlin Sans FB, tamanho 14 e que a legenda foi expandida até os dois extremos da área do gráfico (direita e esquerda). Veja o resultado obtido. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P 64 PLANILHAS E GRÁFICOS Figura 60 – Legenda totalmente formatada. O gráfico permite ainda observar os desempenhos individuais de cada turno. Para isso, basta criar mais duas cópias desse gráfico (Ctrl + C e Ctrl + V), reti- rando os dados dos totais das linhas de cada gráfico. Na figura a seguir, foram acrescentados rótulos de dados às colunas, usando a opção Adicionar Rótulos de Dados que aparece quando clicamos com o botão direito do mouse sobre uma das barras. 2008 2009 2010 2011 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 39% 17% 18% Manhã 26% 20% 14% 21% 45% 18% 25% 37% 20% 22% 22% 34% 22% 2008 2009 2010 2011 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 27% 21% 19% Tarde 34% 23% 22% 8% 46% 17% 19% 37% 27% 25% 26%23% 26% Figura 61 – Histogramas de desempenho individual dos turnos. Ac er vo d o SE N AI -S P Ac er vo d o SE N AI -S P QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO 65 Observe agora os gráficos. Você acha que ficou mais fácil notar qual foi a Linha que mais contribuiu para a produtividade da empresa em cada período e como esse resultado evoluiu nos últimos trimestres? Perceba também que a produtividade passa por picos, porém esse comportamen- to vem apresentando uma tendência de diminuição nos últimos trimestres. Isso pode ser resultado de duas possibilidades: a. houve redução de vendas e a empresa deve se adaptar a essa nova realidade, diminuindo a sua produção; b. houve redução na eficiência dos processos produtivos, e esses precisam ser revistos o mais breve possível. Em ambos os casos, ações diferentes, porém igualmente necessárias e urgentes, precisam ser tomadas para corrigir os desvios. No caso da diminuição de deman- da, será necessário descobrir o motivo e, se for preciso, alterar os processos ou o próprio produto, tendo em vista reconquistar os antigos patamares de vendas. A diminuição da eficiência aponta a necessidade de verificar o estado das máquinas e das ferramentas, treinar funcionários, alterar os métodos de trabalho ou investir em novas soluções para aumentar a eficácia do processo produtivo. CASOS E RELATOS Ulisses, Clara e Sofia são sócios em uma empresa que produz uma grande variedade de produtos eletrônicos de baixo custo. Entre seus produtos, com maiores vendas, destacam-se jogos de luz para enfeitar árvores de Natal e fachadas de residências e diversos tipos de brinque- dos iluminados por lâmpadas em geral. Eles compram componentes de diversos fornecedores, para montar seus produtos. Porém, com o passar dos anos os sócios perceberam que sua margem de lucro estava diminuindo e que alguns dos fornecedores não conseguiam cumprir os prazos e entregar quantidades necessárias para atender às necessidades de produção, justamente nos momentos de “picos de venda” de alguns dos produtos. 66 PLANILHAS E GRÁFICOS Em outros períodos do ano, havia uma baixa tão grande na demanda que os preços dos componentes ficavam mais baratos. Foi então que eles resolveram realizar um estudo de sazonalidade, en- volvendo as vendas e o custo dos componentes. Para tanto, aplicaram a ferramenta histograma para analisar os pe- ríodos em que havia baixa no custo dos componentes e aqueles que demonstravam alta
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