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RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 04

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RECUPERAÇÃO DE ÁREAS 
DEGRADADAS 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Francisco von Hartenthal 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A mineração é uma das atividades econômicas mais importantes do 
Brasil. Desde o início da nossa História, a busca por metais preciosos foi 
determinante para a estruturação da nossa sociedade, das nossas relações 
políticas e econômicas e para a ocupação do nosso território. Na verdade, a 
importância da mineração em solo brasileiro vai além das nossas fronteiras, pois 
faz parte do sistema capitalista global. 
Durante a época do Brasil Colônia, o ouro era retirado das margens e dos 
leitos dos rios e chamado de ouro de aluvião. Embora muitas toneladas de 
minérios tenham sido retiradas assim, as ferramentas e tecnologias eram 
rudimentares e os impactos ambientais ficavam localizados às regiões com 
maior produtividade. A partir do séc. XX, porém, a tecnologia se desenvolveu 
muito rapidamente e os impactos ambientais da mineração tornaram-se 
enormes. 
Na década de 1980, principalmente pela repercussão mundial da mina de 
Serra Pelada e pelo garimpo na Amazônia, as pressões internacionais pela 
preservação ambiental no Brasil cresceram, de modo a preocupar governo e as 
mineradoras. Graças, em grande parte, à força do movimento ambientalista 
daquela época, foi editada a Lei n. 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) 
e o art. 225 da Constituição Federal de 1988. Mesmo assim, ainda hoje a relação 
entre degradação e preservação ambiental na atividade mineradora não está 
bem resolvida. 
TEMA 1 – IMPORTÂNCIA ECONÔMICA 
Por mineração entendemos qualquer tipo de extração de riquezas a partir 
de depósitos minerais, incluindo minérios, rochas, carvão e água, excluindo 
petróleo e gás natural. A exportação de minérios corresponde a cerca de 3,5% 
do Produto Interno Bruto (PIB) do país, sendo o minério de ferro o principal 
componente desse resultado. O setor é ainda responsável por 750.000 a 
900.000 empregos diretos. 
O art. 20, IX, da Constituição Federal, estabelece que os recursos 
minerais do solo e do subsolo pertencem à União. No entanto, estados 
municípios onde é realizada a extração, ou que são atravessados durante o 
transporte do material, recebem compensações financeiras e royalties. 
 
 
3 
Principalmente para os municípios, isso corresponde a uma parcela importante 
da arrecadação. 
 A atividade mineradora também atrai empresas privadas de todos os 
tamanhos. Algumas formam conglomerados gigantescos e têm atividades 
espalhadas por vários países. Há, ainda, uma gama incalculável de empresas 
prestadoras de serviços e outras que utilizam os recursos minerais como 
matéria-prima. Dessa forma, a importância econômica da atividade é enorme. 
TEMA 2 – FASES DA MINERAÇÃO 
Para entendermos os impactos ambientais gerados pela mineração, 
precisamos levar em conta que essa atividade explora recursos naturais não-
renováveis. Ou seja, não dá para recuperar ou restaurar uma área degradada 
pela mineração. Pelas características da atividade, é impossível retornar às 
condições ambientais anteriores à exploração; o melhor que se pode fazer é 
reabilitar a área. 
Didaticamente, a atividade mineradora pode ser dividida em cinco fases: 
prospecção, desenvolvimento, lavra, processamento e encerramento. A primeira 
etapa é a fase de estudos, durante a qual é pesquisada a mina e identificadas 
as suas características. No desenvolvimento, os acessos ao depósito são 
construídos e a viabilidade econômica é determinada. Lavra é a extração 
propriamente dita, quando a atividade econômica atinge seu ápice. O 
processamento consiste na quebra da rocha e na separação dos minérios 
desejados. E, finalmente, o encerramento ocorre quando a mina, ou parte dela, 
deixa de ter interesse econômico, e é fechada. 
TEMA 3 – PRINCIPAIS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS 
Os impactos socioambientais da mineração são enormes. Os primeiros a 
chamar a atenção dizem respeito às alterações de paisagem e ao 
desflorestamento. As características da atividade levam ainda a desestabilização 
do solo, deslizamentos de terra e mudanças em corpos d’água. 
A mineração consome enormes quantidades de água, nas etapas de 
pesquisa, lavra, beneficiamento e transporte, além do necessário para 
infraestrutura e manutenção. Eventualmente, cursos d’água e lençol freático 
precisam ser alterados. Dependendo do porte da mina, pode ser preciso 
 
 
4 
construir uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) para fornecer energia, com 
todos os seus impactos associados. 
O mineral de interesse econômico representa a menor parte do que é 
retirado e precisa ser separado dos demais minerais e rochas presentes. Isso 
gera toneladas de rejeitos e estéreis, materiais sem valor econômico que passam 
a ser acumulados em barragens e depósitos. Além do espaço que precisa ser 
ocupado, esses materiais contêm substâncias contaminantes em si ou que foram 
utilizadas no processo de separação. 
Esses são exemplos de impactos inevitáveis da atividade mineradora. 
Existem, ainda, aqueles que poderiam ser evitados, mas não o são. Por exemplo, 
a extração ilegal de areia e seixos até o rompimento da barragem da empresa 
Samarco, em 2015, constitui-se em processos marcados por acidentes, 
negligência e crimes ambientais. Todos eles fazem parte dos impactos 
socioambientais da atividade mineradora. 
TEMA 4 – PLANO DE FECHAMENTO DE MINA 
O encerramento de uma mina tem grande importância, pois é o momento 
em que será definida qual a herança socioambiental deixada pela mineração. De 
maneira geral, é possível prever o ciclo de vida da exploração mineral e quais os 
seus principais impactos. Então, desde o início da atividade, deve-se pensar em 
como ficará o local após o seu encerramento. 
Do ponto de vista ambiental, o fechamento da mina inclui a recuperação 
de áreas vegetadas, a estabilização do solo, a descontaminação da água e a 
reabilitação geral da área. 
Deve-se ter em mente, ainda, os impactos indiretos do encerramento da 
mina. As empresas e profissionais envolvidos diretamente podem se deslocar 
para um novo local, onde ocorrerá uma nova exploração. Porém, muitas pessoas 
que foram atraídas pela mineração agora não poderão se deslocar. As cidades 
e povoamentos também não serão desfeitas. Então, se não houver alternativa 
econômica, a degradação ambiental será uma consequência certa. O passivo 
ambiental ficará para as comunidades locais. 
 
 
 
5 
TEMA 5 – MÉTODOS DE REMEDIAÇÃO 
A remediação consiste em ações que visam a minimizar os efeitos da 
contaminação da água ou do solo. Incluem-se tratamentos para retirar, conter, 
isolar ou neutralizar substâncias químicas presentes no ambiente. Na 
impossibilidade de se restaurar a área, contenta-se em estabilizá-la 
quimicamente, conforme o uso que se pretenda dar a ela posteriormente, e 
considerando parâmetros de saúde humana e ambiental (Brasil, 2005; 2009). 
Os métodos de remediação podem ser divididos em in site (sem remover 
o material contaminado do local onde se encontra), on site (com remoção, mas 
o tratamento é feito no local) e off site (com remoção e tratamento em outro 
local). Por motivos econômicos e de segurança, deve-se evitar remover ou 
transportar o material. São métodos de remediação: a remoção do solo 
contaminado, a incineração, o tratamento químico, a solidificação, a lavagem e 
a biorremediação (Anjos; Sanchez; Bertolino, 2012). 
A biorremediação utiliza bactérias, fungos, plantas ou enzimas para 
decompor poluentes em outras matérias menos nocivas. Também ocorre a 
biorremediação quando os organismos absorvem metais pesados e os mantêm 
em seus tecidos. Nesse caso, utilizam-se, principalmente, plantas, que devem 
ser posteriormente incineradas ou destinadas a um local adequado, para não 
entrarem no ciclo ecológico, retornando ao solo por decomposição, ou serem 
consumidas por animais. 
NA PRÁTICA 
No dia 5 de novembrode 2015, ocorreu aquele que veio a ser considerado 
o maior desastre ambiental da história do Brasil: o rompimento da barragem de 
Fundão, em Mariana, Minas Gerais. Operada pela empresa Samarco S.A., a 
barragem continha toneladas de rejeitos da extração de minério de ferro. Estima-
se que o volume total despejado chega a 62 milhões de metros cúbicos de 
rejeitos. 
A lama se espalhou pela bacia hidrográfica do Rio Doce, numa área que 
abrange 230 municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O 
consumo de água por seres humanos, animais e para agricultura foi 
irremediavelmente afetado. Foram contabilizados 18 mortos e uma pessoa 
 
 
6 
desaparecida, além de milhões de pessoas atingidas indiretamente. Os efeitos 
ambientais se prolongarão por décadas. 
Não havia um plano de contingência que preparasse a população ou os 
trabalhadores. Após o ocorrido, iniciou-se uma verdadeira guerra de laudos 
científicos, patrocinados pela empresa, pelo Ministério Público ou por 
pesquisadores independentes. Até hoje, a disputa jurídica sobre as 
responsabilidades e as punições dificulta o processo de recuperação ou 
remediação. 
FINALIZANDO 
Na história brasileira, a mineração tem importância inigualável entre as 
atividades econômicas e industriais. No entanto, seus impactos socioambientais 
são enormes e é preciso conhecer e planejar o ciclo de vida de uma atividade 
mineradora, a fim de minimizá-los. O monitoramento e a fiscalização ambiental 
são imprescindíveis para que seus impactos não excedam o aceitável. 
A recuperação de áreas degradadas pela mineração é limitada a alguns 
sítios onde pode ser possível. Mesmo nesses casos, a remediação será 
necessária. Os principais métodos de remediação foram citados nesta aula, de 
forma a possibilitar aprofundamento posterior. 
Saiba mais 
ÁREAS Contaminadas. CETESB, 2018. Disponível em: 
<http://cetesb.sp.gov.br/areas-contaminadas/>. Acesso em 9 jul 2018. 
CONEXÃO Repórter. Mercenarios, 4 dez. 2015. Disponível em: 
<https://youtu.be/QJTBe3LwKvYRTER>. Acesso em: 27 jul. 2018. 
PARANAIBA, G. Mineração ‘come pedaço’ da Serra do Curral. Estado de 
Minas, 3 jun. 2018. Disponível em: 
<https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2018/06/03/interna_gerais,964037/
mineracao-come-pedaco-da-serra-do-curral-veja-comparacao-de-fotos.shtml>. 
Acesso em: 27 jul. 2018. 
PENNA, C. G. Efeitos da mineração no meio ambiente. O Eco, 26 jan. 2009. 
Disponível em: <http://www.oeco.org.br/colunas/carlos-gabaglia-penna/20837-
efeitos-da-mineracao-no-meio-ambiente/>. Acesso em: 27 jul. 2018. 
 
 
 
7 
REFERÊNCIAS 
ANJOS, J. A. S. A., SANCHEZ, L. E.; BERTOLINO, L. C. Remediação de áreas 
contaminadas: proposições para o sítio da Plumbum em Santo Amaro da 
Purificação-BA. CETEM/MCTI, 2012. Disponível em: 
<http://www.cetem.gov.br/santo_amaro/pdf/cap10.pdf>. Acesso em: 27 jul. 
2018. 
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. 
Resolução n. 357, de 17 de março de 2005. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 18 mar. 2005. 
_____. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. 
Resolução n. 420, de 28 de dezembro de 2009. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 30 dez. 2009.

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